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Associação de Linguística Aplicada do Brasil | Anais Eletrônicos do 10º Congresso Brasileiro de Linguística Aplicada
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Saber ou não saber inglês, eis a questão
Jessiléia Guimarães Eiró- UEPA1
Edwiges Conceição de Souza Fernandes-UEPA2
Resumo: Este artigo propõe refletir sobre um tema recorrente entre os sujeitos –
coordenadores, professores e alunos – envolvidos na licenciatura em Letras- Língua
Inglesa e tem a ver com o nível de conhecimento da língua-alvo que o graduando
precisa ter ao adentrar o curso, e como isso se relaciona à sua formação, motivação
e construção da autonomia ao longo da graduação. Há posições antagônicas, que
vão desde assumir que o graduando não precisa conhecer a língua-alvo, cumprindo
ao curso de graduação o mister de oportunizar esse aprendizado, até as que
defendem a necessidade de uma proficiência absoluta. No meio desse caminho, há
uma posição que se propõe conciliadora. A pertinência desse tema se revela a partir
dos problemas enfrentados no processo de formação dos futuros professores de
inglês, assim, busca-se discutir sobre a necessidade de um conhecimento prévio da
língua-alvo, relacionando-o ao perfil do profissional a ser formado e à construção da
motivação e da autonomia. Para tal, são apresentados alguns pontos do Projeto
Político Pedagógico do Curso de Letras-Língua Inglesa da Universidade do Estado
do Pará, no sentido de se compreender qual o compromisso assumido pela
graduação e discorrer sobre as principais posições no tocante à questão levantada,
objeções e defesas.
Palavras-chave: Formação em Língua Inglesa, Motivação, Autonomia.
Abstract: This article aims at reflecting on a recurring theme among individuals -
coordinators, professors and students - involved in the English Language and
Literature Undergraduate Course, and it has to do with the required knowledge level
of the target language students might have when starting the course, and how it
relates to their education, motivation and autonomy along the course. There are
conflicting explanations though, some assuming that students do not need any prior
knowledge because it must be provided by college, and others advocating the need
for an absolute proficiency. In the middle of this discussion, there must be a
conciliatory position. The relevance of the theme relies on the problems faced in the
process of training future English teachers, so we must discuss about the need for
1 jjeiro@gmail.com
2 edwigesfernandes@hotmail.com
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prior knowledge of the target language, relating it to the professionals to be trained
and to the enhancement of their motivation and autonomy. Therefore, we are
presenting part of the Pedagogical Political Project of the English Language and
Literature Course of the State University of Pará, in order to explain what the
commitment assumed by the institution is and discuss the main positions on the
issue, its objections and defenses.
Keywords: English Teacher Education, Motivation, Autonomy.
1. Introdução
O presente artigo procura, a partir da apresentação sucinta da natureza e dos
objetivos do Curso de Licenciatura em Letras-Inglêsi e das habilidades e competências do
profissional a ser formado, discutir acerca de uma questão que tem perpassado a formação
dos profissionais dessa área, a saber: É relevante/imprescindível que o aluno do curso de
Letras-Inglês seja proficiente nessa língua? Dito de outro modo: Pode-se exigir/esperar algum
nível de conhecimento de Inglês do graduando dessa licenciatura?
Ressalta-se o caráter de investigação que subjaz o presente artigo, dadas as
especificidades do Curso em questão, a saber, o fato de que sua primeira turma foi ofertada
no Processo Seletivo- Vestibular de 2010, a qual encontra-se cursando a 4ª série, ou seja,
será a primeira turma a graduar-se em Letras-Inglês na Universidade do Estado do Pará
-UEPA; isso, por seu turno, implica a busca por respostas a partir da observação in loco dos
alunos atendidos nessa graduação, no tocante ao seu conhecimento de Inglês e a relação
desse com a sua performance no período de sua formação.
É sabido que os cursos de Licenciatura em Letras, qualquer que seja a
modalidade/habilitação, objetivam, primária ainda que não exclusivamente, formar
professores de língua e de suas literaturas. Assim sendo, durante a graduação, os alunos
serão introduzidos às disciplinas e conteúdos que os instrumentalizarão no conhecimento
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teórico e prático necessário à sua constituição, como professor da área escolhida. Tais
conhecimentos, dado o caráter de uma licenciatura, se dividem, de forma a se
complementarem, em conhecimentos peculiares à sua formação específica – referentes aos
conteúdos linguísticos e literários – e à sua formação pedagógica – dessa feita, referentes a
todo o aporte necessário para discutir e subsidiar sua prática docente. Em outras palavras, o
graduando em Letras tem a oportunidade de, ao longo da graduação, discutir sobre “o que
ensinar” e “como ensinar” e isso dentro de uma perspectiva de contextualização e de
constante redimensionamento das teorias propostas, na busca da excelência na sua
formação que, por seu turno, deve implicar a busca da excelência na sua prática docente.
Assim sendo, os conteúdos da formação específica tratam dos construtos
teórico-práticos acerca da língua e que se dividem na dicotomia microlinguística x
macrolinguística (WEEDWOOD, 2004, p. 12). O termo microlinguística descreve a análise da
língua na perspectiva da sua estrutura interna – fonética-fonologia, morfologia, sintaxe,
lexicologia e semântica –, enquanto macrolinguística se refere aos aspectos psicológicos,
sociointeracionais imbricados no jogo linguageiro, ou no uso real que se faz da linguagem.
Isso se soma aos conteúdos da área da literatura e de suas teorias, em que se dá o contato
com as escolas e as obras literárias originais, distribuídas ao longo dos períodos históricos,
em que se faz necessária a leitura interpretativa e o desenvolvimento do censo crítico, na
apreensão do texto e dos pressupostos teóricos e na capacidade de expressar o
entendimento construído.
No caso específico da Licenciatura em Língua Inglesa, o graduando entra em contato
com essas áreas do conhecimento na língua-alvo, ou seja, em Inglês. Por exemplo, as obras
literárias apreciadas e estudadas são disponibilizadas na sua língua original, a qual vai variar
dependendo do período histórico. Os textos de linguística – sejam referentes ao nível macro
ou microlinguístico – também estão escritos em Inglês. Em suma, com algumas exceções, os
materiais que subsidiam o estudo reflexivo da língua estão originalmente escritos em Inglês.
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Com base nisso, pergunta-se: é pertinente o conhecimento prévio dessa língua para
uma condução apropriada do desenvolvimento de uma licenciatura que tem como objetivo
formar professores de Inglês? Em caso afirmativo, qual o nível adequado desse conhecimento
para que o graduando aproveite da forma mais efetiva a sua formação universitária?
Responder a essas questões, e a seus possíveis desdobramentos, é o que se
pretende a seguir. Com respeito a isso, algumas opiniões são manifestadas por profissionais
dessa área específica e de outras áreas dentro da academia. Tais opiniões não foram aferidas
a partir de registros formais ou de bibliografia específica da área, mas constituíram as
discussões dentro da UEPA no momento da apresentação do Projeto Político Pedagógico-
PPP do Curso de Letras-Inglês às instâncias superiores dessa Instituição. Assim, justifica-se a
falta de maior e mais consistente aporte teórico para as discussões aqui estabelecidas. Mas,
antes de apresentá-las e sobre elas discorrer, apresenta-se o que reza o Projeto Político
Pedagógico- PPP do referido curso no que diz respeito aos pontos supracitados.
2. O projeto político pedagógico - PPP da licenciatura em letras-inglês da
Universidade do Estado do Pará - UEPA
O Projeto Político Pedagógico- PPP é o documento que descreve, orienta e
regulamenta o funcionamento de um curso. Dentre tantos elementos, estão incluídos os
objetivos do curso proposto. É o que é apresentado na presente sessão deste artigo.
Assim, os objetivos do Curso são:
5.1. Objetivo Geral
O Curso de Letras - Licenciatura Plena em Língua Inglesa, da
Universidade do Estado do Pará tem por objetivo a formação profissional do
Licenciado em Letras, habilitação em Língua Inglesa.
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5.2. Objetivos Específicos
a) Formar licenciados em Letras com habilitação em Língua
Inglesa, devidamente qualificados para atuarem criticamente e com
competência técnica no ensino da língua inglesa e de suas literaturas;
b) proporcionar condições para a aplicação da pesquisa como
componente do processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa e de
suas respectivas literaturas, considerando as relações entre esses saberes e
a sociedade;
c) proporcionar a prática da linguagem em todos os níveis,
privilegiando a apropriação da variedade padrão e o estudo reflexivo das
demais variedades, bem como das diversas modalidades de expressão da
arte literária, procedentes quer da produção escrita, quer da produção oral
(PPP, 2012, p. 32).
Nos objetivos específicos, fica claro que o profissional a ser formado precisa fazer jus
ao título que lhe será atribuído e, para tal, deve estar apto a ensinar a língua inglesa e suas
literaturas de forma crítica e com competência técnica. Em outras palavras, espera-se do
profissional dessa área que ele seja capaz de conduzir o processo de ensino-aprendizagem
de inglês de forma a proporcionar aos seus alunos o desenvolvimento de todas as
competências linguísticas (entender-falar, ler-escrever) numa perspectiva interacionista, ou
seja, com vistas a prepará-los para interagir mediados pela língua inglesa. Além disso,
cumpre-lhes desenvolver a capacidade relacionada à expressão da arte literária, oral e
escrita.
O PPP também dispõe sobre o perfil do profissional a ser graduado (p.34) e, ao
discorrer sobre isso, reitera o objetivo de “formar professores proficientes, tanto no
conhecimento linguístico quanto cultural da língua que devem ensinar, agindo crítica e
reflexivamente no processo educacional” (PPP, 2012, p.34). E deixa bem claro que, ao
profissional, independentemente da modalidade escolhida, cumpre “[...] ter domínio do uso da
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língua ou das línguas que sejam objeto de seus estudos, em termos de sua estrutura,
funcionamento e manifestações culturais, além de ter consciência das variedades linguísticas
e culturais” (p. 35). Deve ele mesmo ser capaz de refletir teoricamente acerca das questões
pertinentes à linguagem, considerando tanto as questões linguísticas quanto as literárias,
bem como conduzir seus alunos para que sejam capazes de assim o fazer de forma autônoma
e criativa, de acordo com suas necessidades e interesses interacionais.
Por fim, ainda segundo o PPP, “o licenciado em Letras- Língua Inglesa deverá ser um
profissional cultural e linguageiramente competente, com visão crítica e conhecimento
teórico-prático aprofundado nessa língua estrangeira (LE)” (p.35).
Estabelece o PPP que os graduados em Letras-Inglês deverão desenvolver diversas
habilidades e competências que os capacitarão ao exercício eficiente de sua profissão,
conferindo-lhes domínio da língua estudada e do conhecimento das culturas a ela
relacionadas, podendo atuar “como professores, pesquisadores, críticos literários, tradutores,
intérpretes, revisores de textos, roteiristas, secretários, assessores culturais, entre outras
atividades”, (Parecer CNE/ CES nº 492/ 2001, p. 25) (PPP, 2012, p. 35).
Dessa feita, o Curso de Letras – Licenciatura Plena em Língua Inglesa:
[...] deve primar pela oferta de condições que ensejem o
desenvolvimento das competências e habilidades listadas abaixo:
a) domínio da Língua Inglesa, nas suas manifestações oral e
escrita, com ênfase na competência comunicativa;
b) exercício da reflexão analítica e crítica da linguagem
enquanto fenômeno psicológico, educacional, social, histórico, cultural,
político e ideológico;
c) conhecimento crítico das teorias que fundamentam os
estudos linguísticos, literários e culturais;
d) exercício eficiente do fazer docente, no que tange ao domínio
dos conteúdos básicos, bem como dos métodos e técnicas pedagógicas
que permitem a transposição de tais conteúdos para os diferentes níveis de
ensino;
e) percepção dos diferentes contextos inter e multiculturais;
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f) entrelaçamento do Ensino, Pesquisa e Extensão, participando
e incentivando os alunos a que participem das atividades de Pesquisa e
Extensão.
g) leitura do texto literário como objeto esteticamente construído
(PPP, 2012, p. 36 – grifos nossos).
Não obstante tudo o que foi exposto, há consenso de que não se espera que o
professor “saia pronto e acabado” do curso de graduação e até é disposta no PPP a condição
indispensável de que o profissional seja capaz “[...] de compreender sua formação profissional
como processo contínuo, autônomo e permanente” (PPP, 2012, p.35).
Vale ressaltar que, no Brasil, o processo de ensino-aprendizagem de inglês,
efetivado nas Instituições de Ensino Superior- IES se dá na qualidade de língua estrangeira, já
que a língua é ensinada/estudada fora do seu contexto de fala, o que exige “um esforço e uma
dedicação com vistas a superar o fato de não se estar imerso no universo cultural da
língua-alvo” (PPP, 2012, p. 35).
Para que os objetivos propostos sejam alcançados, tudo o que se refere aos
conteúdos disponibilizados no curso de Letras-Inglês precisa ter como pano de fundo os
estudos socioculturais, já que é impossível dissociar língua de sociedade e, portanto, de
cultura. Assim sendo, as disciplinas do curso devem estar em estreita articulação com a
prática social, o que envolve as discussões culturais sobre as diferenças e diversidades, sem
qualquer critério de valor, e que implica uma reflexão teórico-crítica relacionada à prática.
Isso, por seu turno, leva à discussão sobre o que é inerente à ciência e à aplicação em sala de
aula, privilegiando um viés intercultural adequado aos estudos linguageiros, em especial
quando esses se referem à língua estrangeira, cujo contexto só pode ser, simultaneamente, o
da valorização e do respeito pelo outro, e o do reconhecimento e valorização da própria
cultura, revelando assim a beleza da diversidade: o outro e eu, cidadãos do “nosso” mundo.
Uma vez apresentado o que dispõe o PPP do Curso de Letras-Inglês, é possível
refletir sobre as questões propostas no parágrafo inicial deste artigo. Vale a pena repeti-las: É
relevante/imprescindível que o aluno do curso de Letras-Inglês seja proficiente nessa língua?
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Dito de outro modo: Que nível de conhecimento de Inglês deve ser exigido/esperado do
graduando dessa licenciatura?
3. Posições opostas acerca do conhecimento prévio de inglês: necessário ou
dispensável?
Como já foi afirmado anteriormente, há algumas posições referentes a essa questão.
Uma é a posição que acena com a não necessidade de o graduando ter conhecimento prévio
da língua inglesa, podendo aprendê-la ao longo do curso. O argumento de quem sustenta tal
opinião é o de que exigir proficiência na língua seria uma atitude segregadora e excludente,
uma vez que apenas pessoas de classes sociais mais privilegiadas, que tiveram a
oportunidade de estudar inglês em uma escola de idiomas ou de participar de intercâmbios,
poderiam ter acesso ao curso de Letras-Inglês.
Os que defendem a posição acima acreditam que a atitude de exclusão se efetive por
entenderem de forma equivocada a natureza e os objetivos do curso de licenciatura em
Letras-Língua Inglesa. Conquanto reconheçam ser um curso de formação de professores da
língua em questão, isto é, que visa formar profissionais cujo principal mister é o de ensinar
essa língua a outros, parecem esquecer-se que não se ensina aquilo que não se sabe.
Em geral, os defensores dessa ideia são de outras áreas que não a específica de
Letras, mas mesmo entre profissionais dessa área, há quem defenda essa posição e alguns
cursos de graduação, inclusive, oferecem níveis básicos para atender às necessidades dos
alunos que não conhecem a língua. A questão aqui não é simplesmente ser contra ou a favor
da oferta dos níveis básicos, mas o fato de que só isso não é suficiente para prover o
conhecimento linguístico necessário para que o graduando não proficiente tenha condições
de construir sua autonomia dentro do curso, interagindo em inglês. É óbvio que há exceções,
é excelente e gratificante constatá-las, mas não se pode trabalhar com base nelas.
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A outra posição diametralmente oposta é a de que a proficiência na língua, leia-se
domínio das habilidades linguísticas, é absolutamente necessária. Os que defendem tal
posição constituem minoria – ressalte-se que não se tem notícias de pesquisas que abordem
tais questões, daí que os dados que subsidiam este artigo são produtos de observações e
conversas informais com os colegas que atuam nas licenciaturas em Inglês. Muito embora se
deva reconhecer que essa seria a situação ideal, não há como defendê-la devido seu caráter,
aqui sim, excludente e a dificuldade, ou até impossibilidade legal, de se aferir esse nível de
proficiência. No entanto, vale ressaltar que há um argumento ao qual é difícil de contrapor, a
saber, seria possível alguém que não fala Português obter o domínio dessa língua, para fins
comunicativos e para o ensino formal, apenas fazendo a licenciatura em Língua Portuguesa,
sem qualquer conhecimento prévio que lhe pudesse subsidiar a construção de
conhecimentos relativos à sua estrutura, ao seu funcionamento em todos os seus níveis de
análise? Essa questão levanta um debate interessante, ao qual se deveria dar mais atenção.
Não obstante o fato de que conhecer a língua facilita o processo de formação em
nível superior, entender isso como condição absoluta pode conduzir ao erro de tratar como
condição única, deixando de lado outras condições tão importantes quanto, como
compromisso com o próprio aprendizado, manifestado na responsabilidade e disposição
humilde para aprender. Vale lembrar que há alunos proficientes que não são muito produtivos
na graduação porque entendem que têm muito pouco a aprender; eles, na realidade,
demonstram ter nenhum ou quase nenhum interesse na sua formação e só precisam do
diploma, acreditam que já “sabem” tudo da língua, ignoram que o fato de serem proficientes
na língua-alvo não os qualifica à docência, se assim o fosse, não haveria sequer necessidade
das licenciaturas em Letras, uma vez que todo falante nativo já seria inerentemente um
professor nato. Isso tudo demonstra o desconhecimento desses alunos do que significa o
processo de ensino-aprendizagem, mas é preciso ressaltar que, na maioria das vezes, isso se
deve à sua pouca maturidade, cabendo aos professores ajudá-los a repensar sua postura, e
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quando isso acontece esses alunos se tornam excelentes parceiros, tanto dos professores
quanto de seus colegas e o resultado é o melhor possível.
4. Uma posição conciliadora: isso é possível?
Isso posto, apresenta-se uma posição conciliadora, cujo objetivo é o de refletir sobre
a melhor maneira de se construir esse processo de formação do professor de Inglês.
O problema com a posição que afirma ser desnecessário o conhecimento prévio da
língua inglesa é que ela não considera as dificuldades enfrentadas pelo aluno que se encontra
nessa condição.
Não se tem conhecimento de nenhuma pesquisa que, de modo específico, dê conta
dessas dificuldades encontradas pelos alunos não proficientes ao longo da Licenciatura em
Letras-Inglês. Há disponíveis, na internet, diversos trabalhos que abordam questões diversas
ligadas às graduações em Inglês, licenciatura e bacharelado, e alguns desses tratam, mas
apenas de forma indireta, sobre a questão do conhecimento prévio de inglêsii. Dessa forma, a
opinião aqui defendida se ancora na experiência dos hoje professores-formadores enquanto
alunos do curso, ao verem a angústia dos colegas que não conheciam a língua-alvo e, hoje,
vendo essa mesma angústia experimentada por seus alunos. É possível afirmar que se trata
de uma “via dolorosa” ter que entender fenômenos da estrutura de uma língua que se ignora
ou se fala minimamente e, ainda, ter que entender e discorrer sobre textos literários nessa
língua. A situação fica mais complicada, se o texto, no caso do literário, for de tempos remotos
ou, no caso, dos estudos linguísticos, se a linguagem for bem técnica, como, via de regra, o é.
Considere-se ainda os estudos de estatuto pragmático, se estudar e entender as
regras gramaticais já é difícil, o que dizer das regras de cunho social, referentes às coerções
dessa ordem? Dito de outro modo, como estabelecer uma discussão do que pode ou não
pode ser dito de acordo com o modus vivendi da(s) cultura(s) em que o Inglês é a língua de
interação, de uso, com alunos que não a falam e, portanto, não a entendem?
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Como já foi demonstrado, a posição aqui assumida não implica afirmar que o bom
professor de inglês é aquele que sabe tudo sobre a língua, ou que só será um bom professor
aquele aluno que já entrar no curso com um domínio completo. Pensar assim é totalmente
contrário ao que se sabe sobre construção do conhecimento, ninguém é detentor absoluto de
nenhum saber, quem sabe de fato está sempre reconhecendo sua necessidade de se
constituir um eterno aprendente. Há sempre um dado novo ou mesmo um dado velho que
precisa ser ressignificado.
O aluno que cursa a Licenciatura em Letras-Inglês sem conhecer a língua – leia-se
sem ser capaz de comunicar-se em inglês – tem um trabalho extremamente árduo pela frente
e múltiplas tarefas das quais deve dar conta ao mesmo tempo. Ele precisa ser iniciado no
domínio das quatro habilidades linguísticas enquanto tenta “decifrar” o emaranhado de
informações totalmente novas, a maioria bem técnica, inclusive para os alunos proficientes,
sobre a estrutura e o funcionamento da língua e suas literaturas. Tem que ler – construir
sentidos – textos técnicos e de literatura e expor o que entendeu ou emitir sua opinião; tem
que participar de exposições orais, escrever artigos científicos, escrever e defender seu
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC na língua-alvo, atender às exigências da academia
dentro da sua área de conhecimento. É tarefa demais para um tempo muito exíguo. Essas já
são dificuldades enfrentadas pelos alunos proficientes, em vista de estarem aprendendo
como a academia funciona. Elas se potencializam na ausência do conhecimento da língua.
A posição aqui defendida é a de que deve haver um conhecimento prévio da língua
por parte daquele que pleiteia uma vaga no curso de licenciatura em Letras-Inglês. Ela se
constitui conciliatória porque se entende, por um lado, que o não conhecer a língua dificulta e,
em alguns muitos casos impossibilita, a condução a contento da formação; por outro lado, a
exigência por um conhecimento da língua em um grau de proficiência “absoluto” (se é que isso
existe!) constitui grande dificuldade por dois motivos pelo menos: como aferir essa proficiência
e por se constituir em uma ação excludente, como já foi delineado mais ao norte.
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Não se pode desconsiderar que, de fato, quanto maior a proficiência maior a chance
de o graduando aproveitar plenamente o curso de graduação. A defesa aqui é que o aluno
não dependa só da graduação para construir seu conhecimento da língua enquanto falante,
embora o aluno possa, e até mesmo deva, implementar sua performance como falante, é
preciso lembrar que o objetivo primário do curso é o de formar professores de Inglês, ou seja,
é o de disponibilizar as informações sobre a língua e sobre seu ensino. Não se trata de excluir
ou segregar aqueles que desconhecem a língua, mas de garantir que os que estarão sendo
formados enquanto professores de Inglês possam, de fato, assumir-se como tais.
Dispondo do conhecimento da Língua Inglesa, o aluno não apenas ficará mais à
vontade com a dinâmica da sala de aula em que a comunicação se dá via língua-alvo, como
também poderá construir melhor os conceitos e conhecimentos novos a que tem acesso na
graduação. Além do mais, sua proficiência será estimulada pelas discussões acadêmicas,
pelo acesso às pesquisas, pela produção de material técnico-científico, pelo próprio processo
de se pensar professor de Inglês, ou seja, o contato com a língua não tem mais somente a
função de constituí-lo como falante, mas enquanto pesquisador e alguém que dispõe dos
mecanismos necessários para ajudar outros a construir seu conhecimento linguístico e se
tornar um falante do Inglês. Sua relação com a língua se enriquece, ela não é somente uma
meio que o coloca em contato com o outro – ressalta-se que este é o objetivo primordial de se
falar uma língua: interação dialógica – mas se torna o seu objeto de inquirição, de pesquisa.
Entendê-la em todas as suas instâncias, perscrutá-la em todos os seus níveis de análise,
compreender seus fenômenos e ver nela a genialidade humana passam a ser o seu foco, ele
é agora um cientista da linguagem.
Outra questão relevante tem a ver com a escolha do candidato a um curso
universitário. Essa é uma decisão que tem sido tomada cada vez mais cedo, numa fase da
vida em que os jovens ainda estão cheios de dúvidas quanto às suas pretensões e
preferências profissionais. É um momento pleno de tensões e receios, em que muitas vezes
as escolhas são feitas com base em critérios falsos, como, por exemplo, o curso menos
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concorrido, a preferência dos pais, influência dos amigos, dentre tantos outros. Não há, via de
regra, uma busca por checar as aptidões requeridas para o exercício desta ou daquela
profissão.
Em meio a tantas questões cruciais, levanta-se mais uma: como escolher fazer uma
licenciatura que objetiva preparar professores de uma língua que não é conhecida pelo
candidato? O exercício do magistério, não obstante toda a desmoralização e descrédito por
que tem passado, requer uma afinidade com a área do conhecimento que é objeto de estudo,
mas tem sido escolhido muitas vezes porque “é mais fácil de passar e de cursar” (Fala de
alguns calouros quando perguntados por que estão fazendo a licenciatura).
Não se trata de tão somente gostar desse objeto, mas de ter desejo de perscrutá-lo,
compreendê-lo melhor, e, a menos que se prove o contrário, não se tem afinidade com aquilo
que não se conhece. Alguém poderia argumentar em face disso que essa poderia ser uma
oportunidade para o aluno descobrir isso e então afinar-se, o que é totalmente possível,
afinal não há limites para o gênio humano, no entanto, a experiência tem demonstrado que
tais ocorrências constituem exceção.
No caso da licenciatura em Inglês, o problema se torna mais complexo por se tratar
da formação profissional em uma língua estrangeira, em que pese o fato de o graduando não
estar imerso na cultura da língua-alvo, o que se agrava quando se considera a questão à luz
do fato de que aprender a língua e sobre a língua simultaneamente é uma tarefa tão árdua que
muitos desistem. Basta checar o nível de evasão nos cursos de Letras, principalmente das
universidades públicas. Esse nível já é alto na habilitação em Português (estudar Latim,
Linguística, Teoria Literária, etc. não é fácil), em língua estrangeira, de um modo geral, é ainda
maior. Daí a defesa para que o aluno tenha, pelo menos, o conhecimento básico – domínio
das estruturas básicas da língua, que pode ser construído nos níveis básico/intermediário da
Língua Inglesa, conhecimento esse suficiente para aguçar sua curiosidade, seu interesse em
estudar essa língua de uma perspectiva científica e agregar a esses novos saberes o
saber-fazer, isto é, como ajudar outros a se constituírem falantes dessa mesma língua.
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Muito embora a Língua Inglesa faça parte do desenho curricular da Educação
Básica, sabe-se da precariedade de seu ensino. Os motivos são vários: carga horária
semanal insuficiente, falta de estrutura adequada para o ensino de uma língua estrangeira,
despreparo do professor, desinteresse dos alunos. Esse leque de problemas, apenas para
citar alguns, não é “privilégio” da escola pública, nas escolas particulares o cenário não é
muito diferente. Em suma, o ensino de Inglês na Educação Básica não atende às
necessidades dos alunos, daí o crescimento dos cursos de idiomas. Ressalta-se essa
realidade para justificar que dificilmente o conhecimento básico da língua, defendido aqui
como necessário ao aluno do curso de graduação em Inglês, será construído somente no
ambiente escolar. Faz-se necessário o aporte de outros meios de contato com a língua.
5. Considerações finais: concluindo: conhecimento da língua + compromisso
com a formação = uma equação de sucesso!
Há inúmeras reflexões sobre o significado de aprender uma língua estrangeira, mas
é importante destacar a visão de Almeida Filho (1993), que relaciona o desejo ou a
necessidade de aprender a língua-alvo à afetividade (motivação, capacidade de risco, grau de
ansiedade, pressão do grupo). Mais ainda, ele esclarece que “os interesses, e até mesmo
ocasionais fantasias pessoais, vão ser atendidos ou frustrados ao longo do processo de
ensino-aprendizagem” (1993, p.15). Além disso, são perceptíveis as expectativas de alguns
alunos no que concerne à necessidade de ter domínio da língua-alvo, assim como de
aprender a ensiná-la; no entanto, por mais ansiedade que isso possa gerar, aqueles que se
encontram motivados, talvez porque realmente estejam fazendo o curso para alcançar uma
realização pessoal, serão capazes de vencer as dificuldades e aprender a utilizar a academia
para adquirir e produzir conhecimento.
A experiência em sala de aula com alunos da Licenciatura em Inglês tem apontado
para o fato de que a equação “conhecimento da língua + compromisso com a formação”
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sempre dá bons resultados. A falta de um dos elementos implica má formação. Por um lado,
conhecimento da língua sem compromisso com a formação redunda em um profissional
equivocado tanto com relação ao “saber” quanto ao “saber-fazer”, uma vez que ser falante de
uma língua não é requisito suficiente para ensiná-la; em outras palavras, se todo falante de
uma língua estivesse apto a ensiná-la a outros do ponto de vista formal, qual seria a finalidade
das licenciaturas em Letras? Por outro lado, compromisso com a formação sem o
conhecimento da língua implica um caminho árduo que, muitas vezes, desemboca no
abandono do curso, dado o desencanto ao descobrir-se incapaz de dar conta da tarefa de
constituir-se professor do que não sabe e cujo saber o curso não foi suficiente para prover. A
construção do conhecimento durante a graduação não é automática, envolve um esforço
contínuo por parte de seus atores para que o resultado seja o melhor possível, mas é sabido
que, não obstante esse esforço, a graduação é apenas o período inicial de formação do
docente que deverá empenhar-se ininterruptamente na ampliação de suas competências,
sendo ele mesmo um aluno ad infinitum, sendo exatamente assim que se constitui modelo
para seus alunos.
No entanto, deve-se esclarecer que os alunos que ingressam na licenciatura sem
esse conhecimento prévio recebem por parte dos professores e dos coordenadores todo o
incentivo para buscarem suprir essa lacuna.
Na experiência específica dentro da UEPA, os alunos têm tido o privilégio de contar
com a assistência de um falante nativo do Inglês. Isso se dá em virtude de a Universidade
participar do Programa de Assistente de Ensino de Língua Inglesa, fruto de uma parceria
CAPES/Fulbright. O Programa viabiliza a permanência durante nove meses, desde 2011, de
um falante nativo do Inglês, que auxilia os alunos fazendo-se presente nas aulas, atuando
junto aos professores e constituindo classes de conversação, possibilitando, assim, o
estabelecimento de uma rede de trocas linguísticas e culturais, extremamente produtivas para
todos os participantes. Outra ação, que ocorre paralelamente a essa e a partir dela, é a da
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realização de eventos específicos de Língua Inglesa, em que se tem a presença de falantes
nativos do Inglês, como os ETAsiii ou professores convidados de instituições estrangeirasiv.
Além disso, tem constituído preocupação dos professores que constituem o quadro
docente do Curso envidar os esforços no sentido de acompanhar os alunos que apresentam
maiores dificuldades com a língua alvo, oferecendo-lhes, ainda que informalmente, o
aconselhamento linguageiro e propondo a troca entre os alunos, em que os mais proficientes
atuem como tutores, mais uma vez informalmente, dos colegas menos proficientes. Essas são
algumas das ações no sentido de alcançar o melhor resultado possível, que atenda à equação
proposta acima, além de atenderem à construção de um clima de compartilhamento e mútua
cooperação em sala de aula.
Vale, portanto, ressaltar a experiência salutar que se tem observado com relação aos
alunos que têm sido felizes em resolver a equação acima, muitos dispondo do conhecimento
básico da Língua Inglesa, ao otimizarem seu conhecimento da língua a partir do seu
compromisso com sua própria formação, aproveitando todas as oportunidades oferecidas
pela Academia, como as supracitadas, e até cobrando, no bom sentido, que outras
oportunidades sejam disponibilizadas. Esse tipo de experiência vem corroborar a defesa do
conhecimento prévio da língua, sem pender para nenhum extremo, pois tais alunos sentem-se
desafiados a conhecer mais, descobrem-se capazes de crescer, de vencer as dificuldades
impostas pela realidade diferente do fazer acadêmico (se comparada à da Educação Básica),
tornam-se autônomos. Para esses, não há limites.
A descrição acima vem ao encontro de um dos objetivos específicos propostos e
delineados no Projeto Político Pedagógico do Curso de Licenciatura em Letras-Inglês, a
saber, o de “Formar licenciados em Letras com habilitação em Língua Inglesa, devidamente
qualificados para atuarem criticamente e com competência técnica no ensino da língua
inglesa e de suas literaturas” (PPP, 2012, p. 32), que concorre para o estabelecimento do
objetivo geral, que é: “O Curso de Letras - Licenciatura Plena em Língua Inglesa, da
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Universidade do Estado do Pará tem por objetivo a formação profissional do Licenciado em
Letras, habilitação em Língua Inglesa” (PPP, 2012, p. 32).
Assim sendo, conclui-se que a posição aqui defendida, a de que se faz necessário
um conhecimento prévio da língua (que nível deve ser assinalado como o mais viável é tema
para outro artigo), está de acordo com o perfil do profissional a ser formado dentro dessa
licenciatura por todas as razões já expostas.
Notas
i Este artigo trata do Curso de Licenciatura Plena em Letras- Língua Inglesa da Universidade do
Estado do Pará e de seu respectivo Projeto Político Pedagógico. ii Cf. MARINS, A. N. Trabalho de Investigação Sobre a Evasão nos Cursos de Inglês da
UFRGS.Trabalho de Conclusão de Curso, UFRGS, Porto Alegre, 2011. Disponível em:
<http//www.lume.ufrgs.br>. Acesso em: 19 dez. 2012.
DIELO, T. et al. Um Aluno Formando de Letras (Inglês): quais são suas crenças acerca do processo
de ensino/aprendizagem de língua inglesa? Revista Intercâmbio, volume XIX: 125-150, 2009. São
Paulo: LAEL/PUC-SP. ISSN 1806-275x. Disponível em: <http//www4.pucsp.br/pos/lael/intercambio>.
Acesso em: 19 dez. 2012. NETTO, L.R.F. Um Novo Desenho de Curso de Formação de
Professores de Inglês. Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC / BA.Disponível em:
<http//www.cce.uesc.br>. Acesso em: 19 dez. 2012. iii English Teaching Assistanship- ETA é o nome do Programa em Inglês e é pela sigla, ETA, que os
seus participantes são conhecidos dentro da Instituição. iv Nos anos de 2012 e 2013, houve na UEPA, respectivamente, o I Intercultural Meeting –USA& Brazil e
o II Intercultural Meeting – England & Brazil – Wish you were here: Pink Floyd and the English Romantic
Tradition – Prof. Dr. James Banner.
Referências
ALMEIDA FILHO, J.C.P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Campinas: Pontes, 1993.
DIELO, T. et al. Um Aluno Formando de Letras (Inglês): quais são suas crenças acerca do processo
de ensino/aprendizagem de língua inglesa? Revista Intercâmbio, volume XIX: 125-150, 2009. São
Paulo: LAEL/PUC-SP. ISSN 1806-275x. Disponível em:
<http://www4.pucsp.br/pos/lael/intercambio/pdf/8_Tatiana%20Dielo.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2012.
Associação de Linguística Aplicada do Brasil | Anais Eletrônicos do 10º Congresso Brasileiro de Linguística Aplicada
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MARINS, A. N. Trabalho de Investigação Sobre a Evasão nos Cursos de Inglês da UFRGS.
Trabalho de Conclusão de Curso, UFRGS, Porto Alegre, 2011. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31990/000784921.pdf?sequence=1>. Acesso em:
19 dez. 2012.
NETTO, L.R.F. Um Novo Desenho de Curso de Formação de Professores de Inglês. Universidade
Estadual de Santa Cruz – UESC / BA. Disponível em:
<http://www.cce.ufsc.br/~clafpl/68_Lucia_Netto.pdf> . Acesso em: 19 dez. 2012.
UEPA- Projeto Político Pedagógico do Curso de Licenciatura Plena em Língua Inglesa. Belém:
UEPA, 2012.
WEEDWOOD, B. História Concisa da Linguística. 3. ed. Trad. Marcos Bagno. São Paulo: Parábola
Editorial, 2004.
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