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ATIVIDADE 6ª série - EJA
Ficaremos distantes da escola por um período, contudo teremos de dar continuidade aos
processos de aprendizagem.
Disponibilizamos atividades específicas para cada turma da Educação Infantil (Fase I e
Fase II), Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos. Algumas atividades
envolverão registros que poderão ser realizados em cadernos ou folhas avulsas.
Ao retornar à escola, vocês deverão trazer os materiais e as atividades realizadas neste
período. São lições baseadas no que trabalhamos durante as aulas.
Para facilitar esse trabalho, dividimos as tarefas por dia, assim vocês podem manter, em
casa, a rotina de estudos da nossa escola.
PORTUGUÊS Profª Márcia Santos
Objetivo da atividade: estimular o hábito da leitura e promover situações de reflexão e
interpretação da leitura
Contextualização da atividade: Durante nossas aulas de Português, trabalhamos de
diversas formas a leitura. A cada um foi oportunizado retirar um livro da Biblioteca da escola.
Nesta semana, vamos trabalhar com estes livros.
Atividade: Está dividida em duas partes. Você deverá copiar as perguntas em seu caderno
e responder. Quando retornarmos à escola, faremos nosso debate. Bom trabalho
PARTE I
1- Terminar de ler o livro que você retirou emprestado na Biblioteca da Escola Francisco
Quintanilha de Paula.
2- Refletir sobre o conteúdo do livro;
3-Recontar a história para um familiar se for possível;
4- Preencher a ficha de leitura:
a-Qual o título do livro?
b-Qual o nome do escritor e do ilustrador?
c-Qual a editora?
d-Qual o ano da edição do livro?
e- A página do livro tem relação com o conteúdo do livro? Qual?
f-Você gostou do livro? Por quê? Justifique a sua resposta.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE DIADEMA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO / ESCOLA MUNICIPAL
E.M. MINISTRO FRANCISCO DE PAULA QUINTANILHA RIBEIRO
Rua Pau do Café, 1552 – Jardim Promissão – Diadema – CEP: 09961 – 040
Telefone: 4055 3202
g- Você indicaria o livro para seu colega ou sua colega de classe? Por quê?
PARTE II
1.Conforme combinado em classe, durante a leitura realize anotações no caderno sobre os
elementos da narrativa: personagens, locais, tempo, o clímax e enredo.
2. Qual a ideia/mensagem principal que o livro está transmitindo? Tem alguma relação com
a sua vida e a realidade que está vivendo?
3- Lembre-se que ao contar a história para alguém, você prioriza o que ficou de mais
significativo em sua mente. Desta forma, tente recontar se for possível
4- Observe e analise o livro: a capa e a contracapa do livro, pois a capa tem relação com o
conteúdo do livro. Depois copie as perguntas e responda em seu caderno.
GEOGRAFIA Prof. Volnei Bispo
Objetivo da Atividade: ler, localizar informações, interpretar, analisar, registrar, emitir
opinião, são os principais objetivos desta atividade e está relacionada com a habilidade
(EF07GE02) Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação
socioeconômica e territorial do Brasil, compreendendo os conflitos e as tensões históricas
e contemporâneas.
Contextualização: Em nossas aulas temos conversado sobre as características gerais do
Brasil, dentre as quais, as tendências populacionais de queda da fecundidade e aumento
da população idosa. O texto que será utilizado nesta atividade está relacionado com esses
assuntos.
Atividade: Leia o texto a seguir e em seu caderno, na parte de Geografia, responda às
questões que estão no final. Não será necessário copiar o texto, você o receberá impresso
quando voltarem as aulas. Escreva no seu caderno: Atividade de Geografia e a data pule
uma linha, escreva a questão e responda em seguida, são cinco questões!
SAÚDE
Como as cidades com mais idosos no Brasil lidam com o
coronavírus
Preocupação com o avanço da pandemia da Covid-19 é ainda maior em cidades como
Santos e Niterói, onde já morreu um idoso com a doença
RAPHAEL VELEDA raphael.veleda@metropoles.com 21/03/2020 5:30,
Os riscos de agravamento do quadro em infectados pelo coronavírus aumentam em pessoas mais velhas. Para proteger esse grupo de risco, as autoridades estão tomando cuidados extras, como a recomendação explícita de isolamento para quem tem mais de 60 anos. Cuidados que ganham ainda mais importância em cidades com mais idosos do que a média, como Santos e São Caetano do Sul, em São Paulo, e Niterói, no Rio, que já registrou uma morte de idoso com Covid-19. Em relação a países como a Itália, o Brasil tem a vantagem de ser mais jovem, em média. Mas ainda assim o governo precisa se planejar para lidar com um universo de 30 milhões de brasileiros com mais de 60 anos. São pouco mais de 14% dos brasileiros, enquanto na Itália a taxa chega a 22% da população. Algumas cidades brasileiras, porém, têm porcentagem de idosos maior do que a italiana. Na gaúcha Nova Petrópolis, por exemplo, que tem 22 mil habitantes e fica a 90 km da capital, Porto Alegre, metade da população recebe algum benefício do INSS, como aposentadoria ou pensão.
A cidade decretou estado de calamidade pública na sexta (20/03), fechando tudo o que não é serviço essencial, inclusive o Centro de Tradições Gaúchas (CTG), e proibiu eventos públicos. Até velórios estão restritos e visitas a lares de idosos foram suspensas. Pelas redes sociais, o prefeito, Regis Luiz Hahn, fez um apelo aos cidadãos: “Se não for absolutamente necessário, fique em casa, não saia”. Em Niterói, onde vivem 96 mil pessoas com mais de 60 anos – de uma população de 496 mil – um homem de 69 anos morreu infectado pelo coronavírus. Há outros 10 casos confirmados na cidade, que também está completamente fechada, com isolamentos ainda mais restritos do que os decretados para o estado pelo governador, Wilson Witzel (PSC). Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/saude-br/como-as-cidades-com-mais-idosos-no-brasil-lidam-
com-o-coronavirus. Acesso em 22/03/2020.
Leia o texto, copie e responda as questões no seu caderno
1. Qual é o assunto do texto?
2. Quando a notícia foi publicada e por quem?
3. Retire palavras ou trechos do texto que devemos conversar na aula, quando
voltarmos. Por exemplo, “São pouco mais de 14% dos brasileiros”.
4. Qual a sua opinião sobre como as cidades devem proteger as pessoas mais idosas
do avanço do coronavírus. Explique que medidas podem ser tomadas pelos
prefeitos?
5. Como a sua vida tem sido afetada por essa ameaça do Coronavírus? O que mudou
na sua rotina? Quais as dificuldades encontradas no seu dia a dia
ARTE
Profª Kend L. Carvalho
Objetivo da atividade -Conhecer a importância das artes no desenvolvimento da
expressão, da criatividade, trabalhando a percepção, memorização, imaginação, atenção e
concentração e estabelecer relações sociais com o passado e o presente.
Contextualização da atividade: Levando em consideração o momento em que estamos
vivendo de preocupações, ansiedades e isolamento social, preparei a atividade dessa
semana agregando o tema com a arte. De modo que possam estabelecer ligações entre o
passado e o presente.
Observe, a seguir, algumas obras que remetem sentimentos de melancolia associados à
tristeza. Ao lado de cada uma, há uma breve análise. Leia cada uma, depois de observar
as telas:
1.
Quadro O grito, de Edvard Munch.
Personagem atormentado – próprio pintor.
Emite pedido de socorro agonizante, angústia e
desespero.
Ele se encontrava com alguns amigos (ao fundo
da tela)em uma colina perto de Oslo de onde se
vê toda a cidade, quando sofreu um ataque de
pânico
2.
Quadro Cafeteria, de Edward Hooper
3.
À luz
e sombras, de Caravaggio
A imagem retrata pessoas sentadas no café. Um
restaurante com ninguém para atender os
clientes. O olhar das duas pessoas, que parece
não é estar olhando para o mundo e sim para
dentro. Pensando talvez na vida, no futuro,
arrependimento do passado, remete uma certa
angústia.
Mostra a tensão entre o humano e o sagrado.
Lembra bíblia e morte.
Angústia que vem da moral. San Jerônimo, lendo
a bíblia e refletindo no que é certo ou no que é
errado, o que fazer com a própria culpa. E a
caveira lembrando a morte o tempo todo. A
morte que me desespera, e das pessoas que amo.
4.
Quadro A persistência da memória, de Salvador
Dali
Fala sobre a noção da temporalidade e da
memória. Tempo subjetivo e imperativo na nossa
vida.
Os relógios derretendo e o tempo passando.
5.
Quadro Sem esperança, de Frida Kalho
No quadro Frida encontra-se com um olhar suplicante
e em que lágrimas que escorrem do seu rosto. Nesta
época Frida era forçada a passar grande parte de seu
tempo na cama, com um colete ortopédico devido ao
um acidente de autocarro que sofreu enquanto
adolescente, por isso, ao longo da sua vida sofreu mais
de 30 operações. No topo do monte de comida crua
encontra-se uma caveira mexicana de açúcar com o
nome da artista. Essas caveiras eram comuns no dia
dos mortos e seu papel na pintura é fazer uma alusão
à morte.
De acordo com as obras e com as análises apresentadas, agora você escolherá duas
obras, e realizar a releitura das mesmas, levando em consideração o tema atual, que é o
coronavírus e seu impacto na sociedade
RELEITURA: Consiste na criação de uma nova obra, realizada a partir de outra, no caso
dessas acima citadas, acrescentando nessa nova produção um toque pessoal e uma nova
maneira de ver e sentir.
Abaixo você pode observar um exemplo de releitura atual:
Quadro Os Operários, de Tarsila do Amaral Releitura – A arte representando a vida
CIÊNCIAS Profª Amanda Magnarelli
Objetivo da atividade: reconhecer a relação entre vida e ambiente e as relações que
podem existir entre os seres vivos. Contextualização: Em nossas aulas temos estudado as relações entre os seres vivos e
vimos que elas podem ser harmônicas e desarmônicas. Vamos, agora, relembrar um pouco
a respeito desse assunto.
Atividade: Leia o texto a seguir e responda às questões em seu caderno. Não se esqueça
de que, assim que retornarmos, faremos as correções.
AS RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS
Nenhum ser vivo é capaz de viver isoladamente, isto é, sem se relacionar com
nenhum organismo. Eles sempre estabelecem relações, sejam com seres da mesma
espécie, sejam com espécies diferentes. Essas relações podem ser benéficas aos
organismos, não causar nenhum prejuízo ou ganho, ou ainda provocar danos a um dos
envolvidos.
PARA SABER: As relações harmônicas são aquelas que, como o nome sugere, não
causam prejuízos aos envolvidos, sendo essas relações benéficas para todos ou, ainda,
para um dos envolvidos sem haver prejuízo nem benefício para o outro.
As relações desarmônicas, por sua vez, são aquelas em que um dos envolvidos não é
beneficiado com a interação, ou seja, um organismo é prejudicado.
Conforme já estudamos, as relações entre os seres vivos podem ser harmônicas ou
desarmônicas.
As relações harmônicas são aquelas que, como o nome sugere, não causam prejuízos
aos envolvidos, sendo essas relações benéficas para todos ou, ainda, para um dos
envolvidos sem haver prejuízo nem benefício para o outro.
As relações desarmônicas, por sua vez, são aquelas em que um dos envolvidos não é
beneficiado com a interação, ou seja, um organismo é prejudicado.
PORTANTO:
1) Classifique as relações em harmônicas ou desarmônicas:
Exemplo: Orquídeas e bromélias costumam viver sobre árvores diversas.
(harmônica)
a) Leões competindo por território e alimento= _______________________________
b) As abelhas são animais que vivem em sociedade= _________________________
c) Quando um animal mata e alimenta-se do outro= ___________________________
d) Indivíduos da mesma espécie cooperam entre si e estabelecem divisão de
trabalho___________________
e) Um indivíduo mata e alimenta-se de outro da mesma espécie__________________
f) O urubu alimenta-se dos restos de alimento jogados pelo homem em ambientes
abertos._______________________________
g) Abelha sugando o néctar e levando grãos de pólen__________________________
h) Lombriga alimentando-se no intestino humano e causando doenças_____________
i) Rêmora comendo restos de comida do tubarão____________________________
j) Pássaro comendo minhocas___________________________________________
k) Pássaro catando carrapatos do boi_______________________________________
l) a relação entre o vírus da dengue e o homem______________________________
m) A relação entre o coronavírus e o homem__________________________________
HISTÓRIA Prof. Brito
Objetivo da atividade: refletira a respeito de grandes e piores epidemias da História da humanidade.
Contextualização: Tendo em vista que estamos enfrentando uma pandemia que tem modificado o dia a dia de todos nós, vamos entender como isso ocorreu em nossa História.
Atividade: você vai ler o texto abaixo, que trata de grandes e piores epidemias da história,
depois escrever em seu caderno o que entendeu de cada uma delas. Bom trabalho.
AS PIORES EPIDEMIAS DA HISTÓRIA
1.VARÍOLA - 1500 a.C
O primeiro vestígio da doença foi encontrado numa múmia da 18ª dinastia egípcia
(1550 – 1307 a.C). No ano 700, no Japão, ela matou vários membros da família Imperial
Fujiwara, criando um fervor religioso que facilitou a difusão do budismo. No século 16,
transmitida pelos espanhóis, a varíola atacou maciçamente os astecas.
2.PRAGA DE ATENAS – 430 a.C
Durante o apogeu cultural e político da principal cidade-estado da Grécia, que inclui
um embrião da democracia, surgiu uma doença conhecida como a “grande praga de
Atenas”, ainda não identificada. Com sintomas da varíola, da peste bubônica e do tifo, este
mal favoreceu a derrota dos atenienses contra Esparta na Guerra do Peloponeso( 431 –
404 a.C).
3. MALÁRIA - século 3
Foi registrada pela primeira vez como epidemia entre os romanos, que passaram a
aterrar pântanos( devido à sua associação com terrenos alagados), na tentativa de
afugentar os “maus ares” - daí o nome da doença. Era tão comum na região, que chegou
a ser conhecida como “febre romana”. Ainda hoje, 250 milhões contraem malária
atualmente.
4. LEPRA - século 12
Durante as cruzadas, a doença se difundiu fortemente pela Europa. Como os
guerreiros cristãos eram grande parte dos infectados, os doentes passaram de renegados
socialmente a santos, cuja mão era beijada pelos fiéis. Esse costume fez muitas pessoas
vulneráveis à doença contraírem-na, o que obrigou a construção de milhares de leprosários
na Europa.
5.PESTE NEGRA - 1347
Depois de matar 10 mil pessoas por dia em Constantinopla no século 6, a peste
bubônica provocou a mais mortal epidemia da história. Facilmente transmitida pelos ratos
e pulgas nos burgos fechados e fétidos da Europa, fez 25 milhões de vítimas em cinco
anos. Em 1563, a moléstia voltou a atacar em Londres, matando um terço da população da
cidade.
6. SÍFILIS - 1494
Essa doença venérea apareceu entre os marinheiros de Cristovão Colombo e entre
nobres europeus como o rei Carlos VIII, da França, e Henrique VIII, da Inglaterra. Nos
séculos seguintes, espalhou-se de forma devastadora entre os exércitos francês, espanhol,
austríaco e italiano.
7. TIFO - 1805
Durante a invasão de Napoleão a Viena, uma epidemia de febre tifoide alastrou-se
pela Europa central. Em 1812, aliada à fome, ao frio e à disenteria, a febre poupou apenas
30 mil dos 600 mil soldados franceses na Rússia. A transmissão ocorre por piolhos que
parasitam animais e contaminam o homem.
8. CÓLERA - 1832
Com a urbanização, combates em trincheiras e facilidades no transporte, o século
19 foi amplamente atacado por epidemias. Entre elas, o cólera fez vítimas quase em todo
mundo: Europa, Asia e América. Apesar da descoberta da água como meio de
contaminação, a falta de saneamento básico faz a doença persistir até hoje.
9. GRIPE ESPANHOLA - 1889
A influenza, que nos assusta até hoje, foi registrada pela primeira vez na Espanha,
ainda no século 19, mas só tomaria grandes proporções durante a primeira Guerra,
atacando as tropas na Europa. De lá, se espalharia pelos cinco continentes, inclusive para
o Brasil.
Até 1919, matou mais de 20 milhões de pessoas no mundo todo.
INGLÊS Profª Claudia Ferreira
Objetivo: reconhecer as comandas dadas nas placas, em Inglês e reconhecer a ordem
expressa ali.
Contextualização: De acordo com o que estudamos, em Inglês, esse idioma pode estar
presente no nosso dia a dia. Portanto, vamos trabalhar com isso, nesta semana.
Atividade: Você vai ler observar as placas abaixo e escrever em seu caderno quais são as
informações que elas trazem.
LENDO PLACAS E SINAIS:
Encontramos o verbo imperativo em placas ou sinais nas ruas, em locais públicos e
edifícios, tais como: hospitais, hotéis, cinemas, etc. elas nos dão informações sobre o lugar
ou como deve ser nossas atitudes em determinados lugares.
NO STRESS STOP
HOSPITAL TELEPHONE
MATEMÁTICA Prof. Edivânio Carlos
Objetivo da atividade: Ampliar o significado de potenciação, suas formas de registro e de
cálculos, por meio de dados da atualidade, a partir da leitura de um texto. Contextualização: Continuar o estudo de potenciação iniciado em sala de aula e para melhor
entendermos os números tão presentes nos noticiários atuais.
Atividade:
Ler com atenção o texto a seguir e responder às questões em uma folha avulsa que será entregue
ao professor no retorno às aulas
MATEMÁTICA PODE SER GRANDE ALIADA NO COMBATE AO CORONAVÍRUS
Modelos matemáticos podem prever como será disseminação da doença, número
de infectados e permitem simular cenários
Por Karina Toledo, da Agência FAPESP
access_timePublicado em 5 mar 2020, 10h57
São Paulo — No arsenal ao qual cientistas recorrem com o intuito de combater epidemias,
os modelos matemáticos estão entre os itens estratégicos. Mais do que estimar como
será a disseminação da doença, o número de infectados e o percentual de mortes e
hospitalizações, essas ferramentas permitem simular inúmeros cenários e, assim, testar a
eficácia de intervenções que podem ser adotadas pelas autoridades de saúde para reduzir
o contágio, como o fechamento de escolas, o cancelamento de eventos públicos e a
restrição de viagens.
Modelos já bem estabelecidos para o estudo da gripe e outras infecções respiratórias
podem ser adaptados com relativa facilidade para prever a disseminação do
novo coronavírus (SARS-CoV-2), auxiliando governos e gestores de saúde no
planejamento de ações para conter a transmissão e atender os doentes. Faltam, no entanto,
algumas informações-chave para tornar as estimativas minimamente precisas, como, por
exemplo, o percentual de pessoas que se infectam e não manifestam sintomas.
“Indivíduos com febre, tosse e desconforto respiratório têm maior probabilidade de irem ao
hospital e serem testados. Os assintomáticos, por outro lado, não vão ao médico e, mesmo
sem saber, podem transmitir o vírus para familiares, amigos e colegas de trabalho. Para
descobrir quantas pessoas estão nessa condição seria necessário testar todo mundo – algo
impossível neste momento, pois é preciso poupar recursos para o atendimento de quem
está realmente doente”, disse a matemática Sara Del Valle, especialista em modelagem de
doenças infecciosas do Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos.
Na avaliação de Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além do percentual de assintomáticos também é crucial
determinar a taxa de infectividade desses casos, ou seja, o quanto indivíduos sem sintomas
são capazes de transmitir o vírus. “Isso pode alterar drasticamente a capacidade de
controlar a propagação da Covid-19. Se a transmissão ocorrer majoritariamente a partir de
pessoas com sintomas, o cenário é mais favorável. Porém, em uma situação inversa,
seriam necessárias medidas para reduzir o contato entre as pessoas que alcancem toda a
população, como o fechamento de escolas, por exemplo”, disse.
utro fator importante e que ainda não está claro é por quanto tempo pacientes curados
permanecem imunes ao vírus. “Há relatos de pessoas que tiveram alta e, após alguns dias,
voltaram a manifestar sintomas, foram testadas e tiveram resultado positivo para Covid-19
novamente.
Pode ter sido uma recaída como também pode ser uma nova infecção. Neste segundo
caso, a dinâmica da epidemia muda completamente, pois a imunidade temporária – se de
fato existir – é muito curta, o que impede a ocorrência de um fenômeno epidemiológico
conhecido como imunidade de rebanho, uma espécie de barreira de transmissão formada
por indivíduos previamente infectados”, disse Gomes.
Del Valle e Gomes participaram, no dia 3 de março, de uma sessão especial sobre Covid-
19 realizada durante o Workshop on Modelling of Infectious Diseases Dynamics, organizado
pelo Instituto Sul-Americano para Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR) – um centro de
pesquisa apoiado pela FAPESP e sediado no Instituto de Física Teórica (IFT) da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo. A mesa de discussão contou com
a pesquisadora Carrie Manore, também de Los Alamos.
Durante o evento, a frase “estamos apenas no começo” foi repetida inúmeras vezes pelos
especialistas quando se referiam ao número de casos confirmados de Covid-19 no mundo.
No Brasil, segundo Gomes, torna-se mais difícil conter a disseminação à medida que o
vírus invade a Europa e os Estados Unidos, locais com o qual o país mantém maior
intercâmbio de turistas e viajantes a trabalho. Invasão nesse caso, ressalta o pesquisador,
significa a existência de transmissão interna da doença e não apenas o registro de casos
importados.
Com base em dados de tráfego aéreo, Gomes avalia que São Paulo é a cidade com maior
risco de apresentar novas infecções no curto prazo, pois é onde desembarca a maior parte
dos passageiros internacionais. As cidades que mais recebem voos oriundos da capital
paulista são, na ordem, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte,
Salvador e Recife.
“Ainda é cedo para afirmar com precisão qual é a taxa de letalidade da Covid-19 e se a
doença representa um problema de saúde pública maior do que a gripe sazonal ou as
enfermidades causadas pelos coronavírus que já circulavam entre os humanos”, disse
Gomes.
Ele arrisca prever, contudo, que caso o surto atual não seja adequadamente controlado, o
SARS-CoV-2 pode se tornar um patógeno endêmico no país, que reaparece sazonalmente
como o H1N1, um dos causadores da gripe.
“Não conseguimos conter o surto de H1N1 em 2009 e, agora, todo ano ele volta com
pequenas modificações”, disse. “Por outro lado, essa experiência trouxe muitos
ensinamentos para os profissionais em saúde pública e a comunidade científica
internacional. Hoje estamos melhor preparados para lidar com pandêmias. No Brasil, o
Ministério da Saúde implementou a rede de vigilância de casos de síndrome respiratória
aguda grave [SRAG], que estabeleceu a notificação obrigatória dos casos em território
nacional. O desenvolvimento do InfoGripe [ferramenta de análise e monitoramento de casos
de SRAG no Brasil e gera alertas semanais] não seria possível sem a rede de vigilância
estabelecida em 2009.”
Monitoramento por mídias sociais
Se por um lado as mídias sociais contribuem para a propagação de notícias falsas sobre
os mais variados temas – saúde entre eles –, por outro representam uma fonte valiosa de
dados para pesquisadores dedicados a rastrear surtos de doenças infecciosas, como é o
caso de Del Valle. Seu grupo em Los Alamos tem usado plataformas como Twitter, Google
e Wikipedia para monitorar malária, dengue, gripe e outras doenças sazonais.
“Durante a temporada de dengue no Brasil, por exemplo, podemos notar um aumento nas
buscas por informações relacionadas à doença. À medida que os casos começam a
diminuir, também caem as buscas on-line e as postagens em rede social. Assim,
conseguimos saber quando está ocorrendo um surto na região”, contou a pesquisadora à
Agência FAPESP.
A estratégia, porém, ainda não pode ser usada para a Covid-19. “Todo mundo está fazendo
buscas e falando sobre o novo coronavírus neste momento e isso diminui a nossa
capacidade de estudar a disseminação por esse método. Podemos, no entanto, usas as
mídias sociais para monitorar comportamentos emergentes, como uso de máscaras,
cancelamento de viagens e lavagem frequente das mãos. São fatores que impactam a
expansão da epidemia”, disse.
De acordo com Gomes, justamente porque a população tende a alterar seus hábitos
comportamentais diante de uma ameaça como a Covid-19, prever o número de infectados
no longo prazo é muito difícil, mesmo com modelos robustos.
“A adoção de medidas como evitar aglomerações e ficar em casa quando tiver sintomas
pode ter um impacto significativo nos números”, afirmou.
A importância de vacinar a população contra a gripe foi ressaltada por todos os especialistas
que participaram do evento. Segundo eles, com menos infecções pelo influenza, torna-se
mais fácil identificar os casos de Covid-19 e a sobrecarga no sistema de saúde é reduzida.
No Brasil, o início da campanha de vacinação foi antecipado 23 dias, e terá início em 23 de
março. O Instituto Butantan se mobilizou para produzir 75 milhões de dose – 13% a mais
que no ano anterior.
A importância do SUS
Tanto na avaliação de Del Valle quanto de Gomes, a existência de um sistema público e
universal de saúde coloca o Brasil em uma posição de vantagem no que diz respeito à
identificação de casos do novo coronavírus – algo essencial para a contenção da epidemia.
“Nos Estados Unidos, muitos cidadãos não têm nenhum tipo de seguro de saúde. O acesso
a hospitais e clínicas, portanto, é mais limitado e isso deve contribuir para aumentar os
casos por lá”, afirmou Del Valle.
Gomes ressalta que mesmo os norte-americanos cobertos por seguro podem não ter
acesso ao teste molecular capaz de diagnosticar o novo coronavírus. “Recentemente foi
divulgado o relato de um paciente que se encaixava nos critérios de caso suspeito. Ele foi
encaminhado para o exame laboratorial, mas o plano negou a cobertura. O teste custa
cerca de US$ 3 mil [R$ 13,5 mil], algo inacessível para muitas pessoas”, disse.
No Brasil, contou Gomes, todos os hospitais públicos estão aptos a identificar casos
suspeitos, que são encaminhados para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens)
e, posteriormente, para os laboratórios de referência para a contraprova, como o Instituto
Adolfo Lutz, em São Paulo.
“Esses serviços de vigilância epidemiológica representam um lado ainda pouco conhecido
do SUS que nos permite lidar melhor com diversos problemas de saúde pública. Os
laboratórios têm qualidade e capacidade para lidar com o coronavírus, mas o tamanho
reduzido das equipes e eventuais faltas de insumos podem ser um gargalo. À medida que
se reduz o financiamento do SUS, tudo isso é impactado”, afirmou Gomes.
Um editorial sobre o papel do sistema de vigilância nacional no enfrentamento do novo
coronavírus foi publicado nesta quarta-feira (04/03) no periódico Cadernos de Saúde
Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.
Gomes é um dos autores.
https://exame.abril.com.br/ciencia/matematica-pode-ser-grande-aliada-no-combate-ao-coronavirus/
1. De qual maneira a Matemática pode ajudar no combate ao coronavírus?
2. Qual o principal impasse para que os modelos matemáticos possam gerar maiores e
melhores informações sobre esta pandemia?
3. Por que o estado de São Paulo é o que tem o maior número de infectados?
4. Explique como as mídias sociais podem auxiliar no monitoramento no surto de doenças
infecciosas. Neste momento, tal estratégia pode ser usada para a Covid-19? Por quê?
5. Quais medidas sociais podem ter um impacto significativo no número de infectados?
6.Qual a vantagem que o Brasil tem no que diz respeito à identificação de casos do novo
coronavírus (algo essencial para a contenção da epidemia) em relação aos EUA?
Disponível em:https://piaui.folha.uol.com.br/contagio-rapido-e-silencioso-matematica-do-coronavirus/.
Acesso em 29/03/2020.
Responda fazendo uso de cálculos:
Imaginemos que um personagem chamado “José” seja infectado pelo coronavírus no dia
26 de março. Como José é um contagiado assintomático, após quatro dias ele contagia
outras três pessoas. Depois de mais quatro dias, cada uma dessas três pessoas contagia
outras três pessoas e assim seguidamente. Se este ritmo de contaminação continuar,
quantas pessoas estarão contagiadas até o dia 11 de abril? E até o dia 19 de abril? Coloque
as repostas em forma de potência e calcule.
OBS: Todas as perguntas, respostas e cálculos deverão estar no caderno de
Matemática constando data de realização para verificação do professor na volta das
aulas presenciais
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