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SEGURANÇA NA ÁFRICA e o Entorno Estratégico Brasileiro
Prof. Dr. Igor Castellano da Silva igor.castellano@gmail.com
Grupo de Estudos em Capacidade Estatal, Segurança e Defesa (GECAP)
Programa de Pós-Graduação em Economia e Desenvolvimento (PPGE&D)
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
MINISTÉRIO DA DEFESA XV CURSO DE EXTENSÃO EM DEFESA NACIONAL
Santa Maria (UFSM), 26 de março de 2017
Estudos Africanos
Internacionais
(Brasil)
História e Política
Internacional da África
Política Externa dos
países Africanos
Grandes processos na
África: Guerra e
Integração
Brasil, Atlântico Sul
e a África
Potências globais na
África
Grandes Narrativas
Estudos de Caso
Estudos Comparados
Segurança e Defesa na
África
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO
Quais são as características, causas e consequências da insegurança africana contemporânea mais relevantes para a perspectiva do Entorno Estratégico do Brasil?
1. África como Entorno Estratégico Brasileiro Por que a África pode ser considerada parte do Entorno Estratégico brasileiro?
2. Segurança e Defesa na África Contemporânea Quais são as particularidades das dinâmicas de segurança e defesa na África contemporânea?
3. Desafios e Oportunidades para o Brasil Que impactos, desafios e oportunidades a segurança africana apresenta para o Brasil?
ÁFRICA COMO ENTORNO ESTRATÉGICO
VISÕES GEOPOLÍTICAS
Carlos de Meira Mattos | Projeção mundial do Brasil (1960)
Entorno Estratégico e Defesa Hemisférica Manutenção do estreito/garganta do Atlântico
Golbery do Couto e Silva | Geopolítica do Brasil (1967)
África no hemiciclo interior as fronteiras de segurança do Brasil e da América do Sul se situam além de suas fronteiras geográficas (cooperar na defesa da África).
Profa. Therezinha de Castro (déc. 1970) | África - geo-história, geopolítica e relações internacionais
Geoestratégia do Atlântico Sul e concepção de hemisfério Sul
“Na relação com outros países, o Brasil dá ênfase a seu entorno geopolítico imediato, constituído pela América do sul, o Atlântico sul e a costa ocidental da
África.” (LBDN, 2012)
Política Nacional de Defesa (2012)
"4.1 A América do Sul é o ambiente regional no qual o Brasil se insere Buscando aprofundar seus laços de cooperação, o País visualiza um entorno estratégico que extrapola a região sul-americana e inclui o Atlântico Sul e os países lindeiros da África, assim como a Antártica. [...]"
"5.9 O Brasil atribui prioridade aos países da América do Sul e da África, em especial aos da África Ocidental e aos de língua portuguesa, buscando aprofundar seus laços com esses países“
ÁFRICA COMO ENTORNO ESTRATÉGICO
FATORES EMPÍRICOS
Vínculos históricos e culturais
Salvaguarda da Segurança e Defesa do Atlântico Sul
Laboratório de Grande Potência
Modelo de inserção internacional Credibilidade Show case de capacidades e comprometimento
Interesses econômicos
ÁFRICA COMO ENTORNO ESTRATÉGICO
Tabela - Principais Guerras na África, mais de mil mortos (1952-2017)
Fonte: Castellano da Silva, 2015
Data Duração (anos)
Período Guerra Região Teatro de Operações (princ.) Mortes
(aprox., mil) Objetivo
(predom.) Natureza Proxy Tipo Proxy
Regionalização
1952-1960 8 GF Revolta Mau Mau Chifre Quênia 13 Independência Extraestatal Não - Não
1954-1962 8 GF Guerra de Independência da Argélia Magreb Argélia 300 Independência Extraestatal Não - Não
1956-1972 6 GF Primeira Guerra Civil Sudanesa Chifre Sudão 500 Território Intraestatal Não - Não
1960-1965 5 GF Crise do Congo Central RDC 200 Território Mista Sim Global Sim
1960-1994 34 GF e Pós-GF Guerra de Libertação da África do Sul Austral África do Sul , Angola, Moçambique 20 Governo Intraestatal Sim Regional e Global Sim
1961-1975 14 GF Guerra de Independência de Angola Austral Angola 80 Independência Extraestatal Não - Sim
1961-1991 30 GF Guerra de Libertação da Eritreia Chifre Eritreia 220 Território Intraestatal Não - Não
1963-1974 11 GF Guerra de Independência de Guiné-Bissau Ocidental Guiné-Bissau 15 Independência Extraestatal Não - Sim
1964-1975 11 GF Guerra de Independência de Moçambique Austral Moçambique 60 Independência Extraestatal Não - Sim
1963 1 GF Guerra de Areia Magreb Argélia 1 Território Interestatal Não - Não
1964 1 GF Revolução Zanzibariana Austral Zanzibar 20 Governo Intraestatal Não - Não
1964-1979 15 GF Guerra Civil da Rodésia (Zimbábue) Austral Zimbábue 30 Governo Intraestatal Sim Regional e Global Sim
1966-1990 24 GF Guerra Civil do Chade Central Chade 60 Território Mista Sim Regional e Global Sim
1966-1988 22 GF Guerra de Independência da Namíbia Austral Namíbia, Angola 20 Independência Extraestatal Sim Regional e Global Sim
1967-1970 3 GF Guerra Civil da Nigeria (Biafra) Ocidental Nigéria 1000 Território Intraestatal Sim Regional e Global Sim
1975-1992 17 GF e Pós-GF Guerra Civil Moçambicana Austral Moçambique 100 Governo Mista Sim Regional e Global Sim
1975-2002 27 GF e Pós-GF Guerra Civil Angolana Austral Angola 500 Governo Mista Sim Regional e Global Sim
1975-1991 16 GF Guerra do Saara Ocidental Magreb Saara Ocidental 6 Território Mista Sim Regional Sim
1977-1978 1 GF Guerra Etiópia-Somália (Ogaden) Chifre Etiópia 30 Território Interestatal Sim Global Não
1978-1979 1 GF Guerra Uganda-Tanzânia Central Uganda 100 Governo Mista Sim Regional Sim 1981-1986 5 GF Guerra Civil Ugandesa Central Uganda 500 Governo Intraestatal Sim Regional Sim
1983-2005 22 GF e Pós-GF Segunda Guerra Civil Sudanesa Chifre Sudão (Sul) 1,9 Território Intraestatal Sim Regional e Global Sim 1987-.... 30 GF e Pós-GF Insurgência do Lord's Resistence Army Central Uganda, RDC, Sudão, RCA 12 Governo Intraestatal Não - Sim
1987-.... 30 GF e Pós-GF Guerra Civil da Somália Ocidental Somália 400 Governo Mista Sim Regional e Global Sim
1989-1997 8 GF e Pós-GF Primeira Guerra Civil da Libéria Ocidental Libéria 150 Governo Mista Sim Regional e Global Sim 1989-1991 2 GF e Pós-GF Guerra Mauritânia-Senegal Ocidental Fronteira Mauritânia-Senegal - Território Interestatal Não - Sim
Tabela - Principais Guerras na África, mais de mil mortos (1952-2017)
Fonte: Castellano da Silva, 2015
Data Duração (anos)
Período Guerra Região Teatro de Operações (princ.) Mortes
(aprox., mil) Objetivo
(predom.) Natureza Proxy Tipo Proxy
Regionalização
1990-1994 4 Pós-GF Guerra Civil Ruandesa Central Ruanda 500 Governo Intraestatal Sim Regional e Global Sim
1990-1995 5 Pós-GF Terceira Rebelião Tuareg Ocidental Mali (Norte), Níger - Território Intraestatal Não - Sim
1990-.... 27 Pós-GF Conflito Casamancês Ocidental Senegal (Sul) 3,5 Território Intraestatal Sim Regional Sim
1991-2002 11 Pós-GF Guerra Civil de Serra Leoa Ocidental Serra Leoa 75 Governo Mista Sim Regional e Global Sim
1991-2002 11 Pós-GF Guerra Civil da Argélia Magreb Argélia 50 Governo Intraestatal Não - Sim
1993-2005 12 Pós-GF Guerra Civil do Burundi Central Burundi 300 Governo Intraestatal Sim Regional e Global Sim
1996-1997 1 Pós-GF Primeira Guerra do Congo Central RDC 200 Governo Mista Sim Regional e Global Sim
1998-2003 5 Pós-GF Segunda Guerra do Congo Central RDC 3800 Governo Mista Sim Regional Sim
1997 1 Pós-GF Guerra Civil Congolesa (Brazzaville) Central Congo-Brazzaville 10 Governo Intraestatal Sim Regional Sim
1998-2000 2 Pós-GF Guerra Etiópia-Eritreia Chifre Fronteira Etiópia-Eritreia 300 Território Interestatal Não - Não
1999-2003 4 Pós-GF Segunda Guerra Civil da Libéria Ocidental Libéria 150 Governo Mista Sim Regional e Global Sim
2002-2007 5 Pós-GF Guerra Civil da Costa do Marfim Ocidental Costa do Marfim 3 Governo Intraestatal Sim Regional e Global Sim
2003-.... 14 Pós-GF Guerra de Darfur Chifre Sudão (Darfur) 300 Território Intraestatal Sim Regional Sim
2003-.... 14 Pós-GF Estado de Violência do Congo Central RDC (Leste) 1600 Governo Intraestatal Sim Regional Sim
2003-.... 14 Pós-GF Conflito no Delta do Níger Ocidental Nigéria (Sul) 2 Território Intraestatal Não - Não
2004-2008 4 Pós-GF Segunda Guerra Civil da RCA Central RCA 1 Governo Intraestatal Sim Regional e Global Sim
2005-2010 5 Pós-GF Segunda Guerra Civil do Chade Central Chade 7 Território Mista Sim Regional e Global Sim
2007-2009 2 Pós-GF Quarta Rebelião Tuareg Ocidental Mali (Norte), Níger 1 Território Intraestatal Sim Regional Sim
2007-2008 1 Pós-GF Guerra de Ogaden II Chifre Etópia (Leste) 1 Território Intraestatal Não - Não
2009-.... 8 Pós-GF Insurgência Islâmica na Nigéria (Boko Haram) Ocidental Nigéria (Norte) 15 Governo Intraestatal Não - Sim
2010-2011 1 Pós-GF Segunda Guerra Civil da Costa do Marfim Ocidental Costa do Marfim 1,5 Governo Intraestatal Sim Global Não
2011 1 Pós-GF Primeira Guerra Civil da Líbia Magreb Líbia 15 Governo Mista Sim Regional e Global Sim
2012-.... 5 Pós-GF Guerra do Mali Ocidental Mali (Norte) 1,5 Território Intraestatal Sim Regional e Global Sim
2012-.... 5 Pós-GF Terceira Guerra Civil da RCA Central RCA 2,2 Governo Intraestatal Sim Regional e Global Sim
2013-.... 4 Pós-GF Guerra Civil do Sudão do Sul Central Sudão do Sul 50 Governo Intraestatal Sim Regional Sim 2014-.... 3 Pós-GF Segunda Guerra Civil da Líbia Magreb Líbia 5 Território Intraestatal Não - Não
• 18 guerras (39 anos) 26 guerras (26 anos) • Taxa anual de incidência de conflitos (de 0,46 para
1,04)
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GF GF E PÓS-GF PÓS-GF
Recorrência da Guerra na África, anos (1952-2017)
Segurança e Defesa na África Contemporânea
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GF GF E PÓS-GF PÓS-GF
Letalidade da Guerra na África, milhões (1952-2017)
• 3,1 milhões de mortos (GF) 7,4 milhões (pós-GF)
• 88% na África Central
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
• Lógica da tríade securitária
Guerra Irregular
Guerra Regionalizada
Guerra Proxy
GUERRA PROXY IRREGULAR REGIONALIZADA
Guerra Irregular Guerra Irregular
Guerra Regionalizada
Guerra Proxy
O emprego irregular da força e a complexidade das operações caracterizam a guerra no continente africano.
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
Guerra Proxy Guerra Irregular
Guerra Regionalizada
Guerra Proxy
Guerras na África carregam grande conteúdo de rivalidade interestatal. São, geralmente, manifestações domésticas da política internacional e vice-versa.
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EXTRAESTATAL INTRAESTATAL INTERESTATAL MISTA
Natureza da Guerra na África (1952-2017)
GF Pós-GF
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
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Elemento Proxy na Guerra Intraestatal Africana (1952-2017)
Sim Não
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REGIONAL GLOBAL REGIONAL E GLOBAL
Tipo Proxy Predominante da Guerra na África (1952-2017)
GF Pós-GF
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
Organograma Proxy: as principais forças combatentes na Segunda Guerra do Congo
Fontes: DUNN, 2002; HIIK, 2002, 2003; HRW, 2001a e 2001b; ICG, 1998a; ICG, 2000; ICG, 2003b; IISS, 2001, 2002, 2003; NEST, 2006a; PIKE, 2008a; PRUNIER, 2009; REYNTJENS, 2009; RUPYIA, 2002; TURNER, 2002; TURNER, 2007; VISENTINI, 2010. Autor: CASTELLANO, 2011.
Fonte: Castellano, 2012
Guerra Regionalizada Guerra Irregular
Guerra Regionalizada
Guerra Proxy
A guerra na África também possui uma dimensão regional relevante e recorrentemente ignorada. A regionalização dos conflitos armados na África acompanha seu caráter proxy irregular, em termos de transbordamento de
ameaças para a região e de respostas regionais concretas aos conflitos armados no continente.
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
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GF GF E PÓS-GF PÓS-GF
Regionalização da Guerra na África (1952-2017)
Sim Não
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
• Fim do Apartheid e nova ordem regional
• Rivalidades regionais e disputa hegemônica
• Ampliação das fronteiras regionais e conflitos sistêmicos na periferia (Congo)
• A ascensão da bipolaridade
ÁFRICA AUSTRAL
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
Mudança significativa no Padrão de Cooperação-Conflito na África Austral nos últimos 40 anos
África Austral: mudanças estruturais nos últimos 40 anos
Ponto-chave: 22 de Dezembro de 1988. Acordo Tripartite (AS, Angola e Cuba)
• Abril-Julho 1994
– morte de 800 mil tutsi (20% da população Ruandesa e 70% dos Tutsi)
– 4 milhões de refugiados
RUANDA
• O desafio da nova ordem internacional liberal
• A africanização e mediterraneização das políticas externas
• O impacto da primavera árabe, o terrorismo e a penetração extrarregional
• Migrações e a regionalização dos conflitos do Saara e Sahel
NORTE DA ÁFRICA
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
• A fragmentação dos Estados e a pauperização
• O terrorismo e a renovada interação regional
• A presença norte-americana e o papel da Etiópia
• A relevância de potências periféricas (Uganda e Quênia) ante a fragmentação da Somália e do Sudão
CHIFRE DA ÁFRICA
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
• Liderança Nigeriana e institucionalização regional (ECOMOG)
• Os limites da integração: polarização e dependência externa
• Guerras “civis” • Guiné-Bissau (crise desde 1998), Costa do Marfim (crise desde 1999), Serra Leoa (insurgência
desde a década de 1980 - RUF), Libéria (guerras na década de 1990 - Charles Taylor)
• Novos problemas: Terrorismo e Golfo da Guiné (Pirataria e narcotráfico)
• A renovada penetração francesa e o refluxo da Nigéria
ÁFRICA OCIDENTAL
SEGURANÇA E DEFESA NA ÁFRICA CONTEMPORÂNEA
Boko Haram
• Fatores domésticos – Distribuição de renda, petróleo,
modernização, seca
- Turbulência permanente
• Fatores regionais – Al-Shabaab, AQMI
– Instabilidades regionais
• Fatores globais
– Interesses globais na região e papel da Nigéria
BOKO HARAM
Causas da Insegurança Africana
Economia e Desenvolvimento
Etnia, Identidade e Direitos
Guerra Estado Estruturas Sistêmicas
Penetração Extrarregional
Regimes, Elites e Interesses Políticos
CAUSAS PERMISSIVAS CAUSAS OBJETIVAS RESULTADO
Causas da Insegurança Africana
Economia e Desenvolvimento
Etnia, Identidade e Direitos
Guerra Estado Estruturas Sistêmicas
Penetração Extrarregional
Regimes, Elites e Interesses Políticos
CAUSAS PERMISSIVAS CAUSAS OBJETIVAS RESULTADO
• Forte legalidade • Fronteiras fixas
• Soberania jurídica (sistema internacional amistoso)
• Letter box
• Baixa efetividade – Segurança interna:
Instabilidades domésticas
– Segurança externa: Reduzidas capacidades militares para defender fronteiras
– Extração: Baixa capacidade de taxação de populações
– Justiça: Judiciário pouco independente, poucos direitos civis
VS
Estatidade Jurídica e Empírica
Causas da Insegurança Africana
• Estados
Estado
Meios Ameaças
SEGURANÇA
Capacidades Estatais - Legitimidade - Gestão/Decisão
- Militares - Econômicos - Sociais
http://www.stimson.org/spotlight/the-dragon-brings-peace-why-china-became-a-major-contributor-to-united-nations-peacekeeping-/
http://www.rfa.org/english/commentaries/energy_watch/oil-07182011103202.html/ChinaOilRoute071811-600.jpg
RESPOSTAS À INSEGURANÇA AFRICANA
Desafios de Acordos de Paz e Missões de Paz Dificuldades do power-sharing em conflitos armados:
• cristalizar identidades subnacionais exclusivistas e inimigas (Snyder, 2000) • encorajar outros líderes rebeldes à insurgência em busca de inclusão em
acordos semelhantes (Tull e Mehler, 2005:393) • Estabelece dificuldades à reconstrução do Estado (grupos integrados no
exército = bandos armados) • 50% dos conflitos voltam a ocorrer (Licklider 1995, 685)
Soluções Sistêmicas e Sustentáveis?
• Alternativa: Reforma do Setor de Segurança (Toft, 2010)
Soluções Regionais
Abdoulaye Wade Abdelaziz Bouteflika Muammar Al Gaddafi
Olusegun Obasanjo Thabo Mbeki
Respostas regionalizadas
2001 – NEPAD
2002 – UA
• Paz e segurança – regime intervencionista: "from non-interference to non-indifference" (Mwanasali 2008, 41)
• 2002 Protocolo, Conselho, Continental Early Warning System, Panel of the Wise
• African Standby Force
• Intervenções (AMIB, AMIS, AMISOM)
RESPOSTAS À INSEGURANÇA AFRICANA
Fonte: http://images.huffingtonpost.com/2013-01-01-african_interventions.jpg
IMPACTOS PARA O BRASIL
Rotas para o narcotráfico
Transbordamento de crises
Escalada extrarregional na África Atlântica
Desestabilização e/ou Militarização do Atlântico Sul
2. A “Nova” África
Fonte: http://geopoliticadopetroleo.files.wordpress.com/2010/07/atlantico-sul-dominio-uk.jpg
RESPOSTAS DO BRASIL
RETÓRICA ATIVA
Estratégia Nacional de Defesa (2012)
Ações Estratégicas de Inserção Internacional – “incrementar o apoio à participação brasileira no cenário internacional, mediante a atuação do Ministério da Defesa e demais ministérios, dentre outros:
• na intensificação da cooperação e do comércio com países da África, [...] • na consolidação da Zona de Paz e de Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS), e o
incremento na interação inter-regionais, como a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a cúpula América do Sul-África (ASA) e o Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS)”
Livro Branco de Defesa Nacional (2012)
Ações para "ampliar a projeção do País no contexto mundial e reafirmar seu compromisso com a defesa da paz e com a cooperação entre os povos“ [...] "intensificar o intercâmbio com as Forças Armadas de outras nações, particularmente com as da América do Sul e da costa ocidental da África, e reforçar laços com outros países que interagem em fóruns de concertação como o IBAS e o BRICS, além de parcerias tradicionais."
O QUE O BRASIL FEZ?
Aproximação política, econômica e securitária
Segurança: Quatro áreas principais de atuação: 1) Formação militar 2) Cooperação técnica 3) Cooperação multilateral 4) Equipamentos militares 5) Missões de Paz
RESPOSTAS DO BRASIL
FORMAÇÃO MILITAR Guiné-Bissau criação do Centro de Formação de Forças de Segurança, com investimento brasileiro de US$ 3 milhões, instalação da Missão Brasileira de Cooperação Técnico-Militar – MBCTM, e apoio de US$ 750 mil para a RSS. Namíbia apoio à criação do Corpo de Fuzileiros Navais, de aproximadamente 600 militares. Benin envio de instrutores para o Centro de Aperfeiçoamento para Ações de Desminagem e Despoluição.
RESPOSTAS DO BRASIL
COOPERAÇÃO TÉCNICA Acordos de Cooperação Técnica no Domínio de Defesa com países africanos: África do Sul, Angola, Moçambique, Namíbia, Guiné Equatorial, Nigéria, Senegal Angola e Namíbia apoia países atlânticos no levantamento da plataforma continental. África do Sul projetos de desenvolvimento de tecnologia conjunta: míssil ar-ar A-Darter e tratativas para desenvolvimento de avião cargueiro, míssil terra-ar e VANTs.
RESPOSTAS DO BRASIL
Fonte: IGLESIAS PUENTE, 2010:313
Cooperação Técnica Internacional: Agricultura e Segurança Alimentar, Biocombustíveis, Ensino técnico e superior, Saúde pública e Segurança (formação militar e projetos técnicos conjuntos)
Fonte: IGLESIAS-PUENTE, 2009
COOPERAÇÃO MULTILATERAL
Elaboração de uma estratégia comum para os oceanos da CPLP.
Relançamento da ZOPACAS (a partir de 2005): criação de 4 grupos de trabalho, entre eles o de “manutenção da paz e operações de apoio à paz”.
RESPOSTAS DO BRASIL
EQUIPAMENTOS MILITARES
Navios e lanchas de patrulha para a Marinha da Namíbia
Seis aviões Super-Tucano para Angola (e outros a Senegal, Burkina Faso e Mauritânia) e uma coverta da classe Barroso à Guiné Equatorial
Doações à Marinha da Namíbia, à Guarda costeira de São Tomé e Príncipe (quatro botes pneumáticos e 260 uniformes) e às FFAA da Guiné-Bissau (uniformes).
RESPOSTAS DO BRASIL
https://www.apnews.com/a3d177b5c7254fabb5bdea37d7a93379/Trump-to-sell-attack-planes-to-Nigeria-for-Boko-Haram-fight
REFLUXO DA POLÍTICA AFRICANA
Inflexão em Dilma (44 embaixadas criadas entre 2003 e 2010, em 2015 sete tinham apenas um funcionário)
Cortes em Temer e perda de influência
Perda da perspectiva estratégica e mesmo comercial
DESAFIOS RECENTES
Crescimento Econômico
Fonte: http://vc4africa.biz/blog/2011/10/13/three-reasons-to-take-a-new-look-at-investing-in-africa/ Fonte: http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/7931372.stm
Fonte: http://vc4africa.biz/blog/2011/10/13/three-reasons-to-take-a-new-look-at-investing-in-africa/
Investimentos
Nova Estratégia Africana do Brasil
QUAIS AS OPÇÕES PARA O BRASIL?
Desengajamento contínuo
“Criminalização” da política africana do Brasil
Engajamento instrumental
Política de prestígio e projeção global
Frutos econômicos da nova fronteira (enquanto ela durar)
Engajamento e cooperação de longo prazo: Nova Estratégia Africana do Brasil
Construção de capacidades e modelos alternativos
Compartilhamento de responsabilidades
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Incompreensão sobre a complexidade da Segurança e Defesa no continente africano
Necessidade de estudos que avaliem comparativamente o “Modo Africano de Fazer a Guerra”
Brasil Comprometimento formal (PND, END, LBDN) – MD
vs
Desengajamento político - MRE
= ???
Sustentabilidade do projeto de estabilidade regional (Entorno Estratégico)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Adebajo, Adekeye. 2010. The Curse of Berlin: Africa After the Cold War. Scottsville: University of KwaZulu-Natal Press.
• Apuuli, Kasaija Phillip. 2012. “The African Union’s Notion of ‘African Solutions to African Problems’ and the Crises in Côte d’Ivoire (2010–2011) and Libya (2011).” African Journal on Conflict Resolution 12(2): 135–60.
• Arrighi, Giovanni. 2002. “The African Crisis: World Systemic and Regional Aspects.” New Left Review (May June): 5–36.
• Asante, S. K. B., and David Chanaiwa. 2010. “O Pan-Africanismo E a Integração Regional.” In História Geral Da África, VIII: África Desde 1935, eds. Ali A. Mazrui and Christophe Wondji. Brasília: UNESCO, 873–96.
• Buzan, Barry, and O Wæver. 2003. Regions and Powers: The Structure of International Security. New York: Cambridge University Press.
• Callaghy, Thomas M. 2009. “Africa and the World Political Economy: Still Caught Between a Rock and a Hard Place?” In Africa in World Politics: Reforming Political Order, eds. John W. Harbeson and Donald Rothchild. Boulder: Westview Press, 39–71.
• Castellano da Silva, Igor. 2013a. “From OAU to AU: 50 Years of African Continentalism.” Mundorama 67(Março): 1–4. http://mundorama.net/2013/03/30/from-oau-to-au-50- (November 29, 2013).
• ———. 2013b. “Mitologia e Teoria de Relações Internacionais na África: avanços do novo regionalismo.” Revista InterAção 5(5): 50–104. http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/interacao/article/view/13376 (October 3, 2014).
• ———. 2015. “Política Externa Na África Austral: Causas Das Mudanças Nos Padrões de Cooperação-Conflito (1975-2010).” Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
• Chazan, Noami et al. 1999. Politics and Society in Contemporary Africa. Boulder: Palgrave Macmillan.
• Cilliers, Jakkie, Julia Schünemann, and Jonathan D. Moyer. 2015. Power and Influence in Africa: Algeria, Egypt, Ethiopia, Nigeria and South Africa. Pretoria.
• Clapham, Christopher. 1996. Africa and the International System: The Politics of State Survival. Cambridge: Cambridge University Press.
• Herbst, Jeffrey. 2000. States and Power in Africa. Princeton: Princeton University Press.
• Hyden, Goran. 2006. African Politics in Comparative Perspective. Cambridge: Cambridge University Press. http://www.amazon.com/African-Politics-Comparative-Perspective-Goran/dp/0521671949 (October 14, 2014).
• IISS. 2014. The Military Balance 2014. London: International Institute for Strategic Studies.
• Jackson, Robert H., and Carl G. Rosberg. 1982. “Why Africa’s Weak States Persist: The Empirical and the Juridical in Statehood.” World Politics 35(01): 1–24.
• Ki-Zerbo, Joseph. 2010. “Introdução Geral.” In História Geral Da África, I: Metodologia E Pré-História Da África, ed. Joseph Ki-Zerbo. Brasília: UNESCO, XXXI – LVII.
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SEGURANÇA NA ÁFRICA e o Entorno Estratégico Brasileiro
Prof. Dr. Igor Castellano da Silva igor.castellano@gmail.com
Grupo de Estudos em Capacidade Estatal, Segurança e Defesa (GECAP)
Programa de Pós-Graduação em Economia e Desenvolvimento (PPGE&D)
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
MINISTÉRIO DA DEFESA XV CURSO DE EXTENSÃO EM DEFESA NACIONAL
Santa Maria (UFSM), 26 de março de 2017
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