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SEMINÁRIO MOBILIZAÇÃO DE PESSOAS PARA O VOLUNTARIADO
O n g B r a s i l 2 0 1 2 – S ã o P a u l o
0 6 / 1 2 / 2 0 1 2
Seminário Mobilização de Pessoas para o Voluntariado
ONG Brasil 2012 - 06/12/2012
O Centro de Voluntariado de São Paulo - CVSP tem sido um dos integrantes do
comitê técnico do evento ONG Brasil (feira e congresso internacional das organizações
sociais, do investimento Social privado e da participação em políticas publicas) desde
sua primeira edição em 2009. Para a construção do conteúdo deste ano o tema
inspirador escolhido por parte do comitê formado pelo Instituto Filantropia, Centro de
Voluntariado de São Paulo-CVSP e Associação Brasileira de Captadores de
Recursos/ São Paulo – ABCR SP foi a “Participação da sociedade para um Brasil
melhor”. Planejamos juntos seminários, em dois dias de trabalho que contemplassem:
gestão das organizações sociais e seus aspectos jurídicos, mobilização de recursos e
voluntariado. Com o apoio da Rede Brasil Voluntário e do Grupo de estudos de
Voluntariado Empresarial, organizou o seminário do dia 6 de dezembro: Mobilização de
Pessoas para o Voluntariado.
Como mobilizar e despertar o interesse de uma pessoa por algum assunto ou
atividade? O ambiente e as outras pessoas tem o poder de provocar, estimular,
inspirar, promover, facilitar... No voluntariado também é assim!
O desafio da mobilização das pessoas para o voluntariado no ambiente da
empresa, para o trabalho nas organizações sociais, para uma causa ou projeto, para
situações emergenciais ou de desastres, dependem de excelentes ferramentas de
comunicação. O voluntário precisa ser convidado e ao mesmo tempo se sentir parte,
este é um dos grandes desafios: comunicar com emoção e clareza o que se espera do
voluntário, onde, como, com quanto tempo e com quais talentos poderá contribuir;
mostrar quais ferramentas podem ser usadas para monitoramento e avaliação do
impacto das atividades, realizar o registro das ações e a divulgação dos resultados.
Festejar, celebrar, a emoção de saber que faz parte de algo especial, de ver seu
trabalho reconhecido e valorizado, mensagens de estímulo e incentivo a continuar.
Interessante entendermos que mobilizar pessoas para o voluntariado é propagar uma
causa importante e mundialmente reconhecida.
Mas é preciso fazer a propaganda desse produto, chamar atenção das pessoas
para que se identifiquem com ele! Fazer a publicidade da causa, projeto, organização,
o publico que será beneficiado, o impacto positivo da doação do tempo, das
habilidades e da atividade realizada. Tanta divulgação gera muita intenção,
percebemos quantas pessoas são atraídas a contribuir principalmente para grandes
eventos e situações emergenciais ou de desastres, porém é preciso transformar
intenção em ação! Colocar a mão na massa, sair da zona de conforto.
O Seminário foi embalado ao som da musica “Talento em Movimento”... “Mas às
vezes falta um pouco de movimento, sai do lugar, levanta daí o que você sabe fazer,
faz falta por aí. Bota a mão na massa, não espere vá e faça também,” este é o trecho
da musica, uma chamada para levar as pessoas da intenção para a ação. Não pode
parar por aí: o trabalho voluntário deve trazer bem estar, alegria, satisfação.
Outros aspectos foram considerados para a construção do seminário: os
diversos locais onde o voluntariado acontece, tais como no ambiente da empresa, em
Programas de Voluntariado Empresarial, nas Organizações Sociais, de forma cada vez
mais profissionalizada e o uso de mídias sociais e portais. Também os grandes
eventos que acontecerão no Brasil nos próximos anos: Encontro Mundial da Juventude
Católica, Copa do Mundo e Olimpíadas. Não pode ser esquecida a mobilização para as
situações emergências e de desastres.
Contamos com voluntários para a realização do seminário: mediadores que
prontamente aceitaram o convite, palestrantes que gentilmente compartilharam suas
experiências e voluntários redatores, que com as anotações realizadas durante os
painéis, possibilitaram a construção deste material. Nossos agradecimentos a Sandra
Carvalho, Priscila Rodrigues, Thiago Baise e Cláudia Franciosi, nossos redatores
voluntários. Roberta Rossi foi a responsável pelas fotos e Silvia Maria Louzã Naccache
por reunir o material e finalizar o documento.
A alegria de contar com evento que proporcionou visibilidade ao tema do voluntariado,
além de oferecer um espaço para que organizações sociais, empresas e órgãos
públicos possam debater e trocar experiências sobre os programas de voluntariado e o
trabalho que realizam. Juntos, promovendo e valorizando o trabalho voluntário em
nosso país,
Na abertura do seminário a reflexão de Reinaldo Bulgareli: “A consistência da proposta
é fator determinante para a mobilização de qualquer forma de voluntariado”
Painel 1 – Mobilização de pessoas para o Voluntariado
na empresa, nas organizações e em parceria com a comunidade.
Na introdução do mediador Reinaldo Bulgarelli, comenta que em sua trajetória
sempre se preocupou com a questão “Mobilizar para quê?” Nesse encontro, vamos
tratar sobre o “Como mobilizar”. Portanto também quer muito aprender com os
convidados que vão contar suas experiências. E em seguida convidou Flavio Carlos
Seixas para compartilhar a experiência do “Dia do Bem Fazer”, do Instituto Camargo
Correa, iniciativa que nasceu como comemoração do aniversario da empresa. Em 2012
foi realizada a 4a edição. Na sua fala destaca o poder convocatório da empresa para
chamar os voluntários.
Para a realização do Dia do Bem Fazer, é feito o contato com empresas
parceiras do Grupo e com esse trabalho realizado nas empresas determinam pontos
focais para a organização; pontos locais CIVICO – Comitê de Incentivo ao Voluntariado
e Interação com a Comunidade; mobilizam o Grupo de Voluntários - Grupo de Ação
Ideal Voluntários.
A oportunidade de participação é oferecida às empresas do grupo e empresas
convidadas. Flávio apresentou o que chamam de Ciclo de Mobilização: Dia do Bem
Fazer > reconhecimento > avaliação > calendários (o Dia já está nos calendários das
empresas, e isso é estratégico também) > alinhamento com as empresas > produção e
logística > lançamentos > inscrições. O Ciclo mostra bem que estão durante todo o ano
trabalhando para esse dia. Um dos segredos da mobilização é esse, segundo Flávio: o
ano todo olhando para o evento a ser realizado. Outro aspecto importante é produzir
uma comunicação atraente, cuidar da identidade visual, realizar lançamentos, construir
uma marca desejada. Isso tudo usando ferramentas online e off-line. A iniciativa tem o
objetivo de mudar a relação dos voluntários com a comunidade e Flávio observa que a
autonomia dos voluntários, com isso, aumentou. Resultados: 23 empresas (entre
parceiras e convidadas) 203 ações, 110 municípios, 11 países, 15500 voluntários,
1.342 parceiros.
Fábio Risério, do Grupo Promon teve no ano de 2012 a experiência de participar
da iniciativa da Camargo Corrêa – Dia do Bem Fazer, o que foi possível graças â
confiança já estabelecido em parcerias anteriores. Juntar duas empresas envolve
verificar questões de RH, questões jurídicas, questões comerciais, etc., o que dá
trabalho, mas Fábio provoca: por que duas empresas que já possuem relação
comercial não podem se unir também nas ações sociais? No caso do Dia do Bem
Fazer, o fato de a Camargo Correa dar autonomia para a empresa que queira participar
também ajuda. A empresa tem liberdade para realizar as ações voluntárias de acordo
com o que já tem definido como linha do seu trabalho social. Destacou que o modelo
participativo do programa da Promon, que preza pela definição das atividades em
conjunto com os voluntários pode ser mantido. Fez diferença também para o sucesso
da ação em parceria, a liderança exercida pela empresa que convidou, com sua
experiência já consolidada.
A comunicação também foi e deve ser feita com cuidado em se tratando de duas
empresas juntas. Empresas que podem ser concorrentes em alguns momentos,
parceiras comerciais, fornecedoras em outros momentos. Fábio observa que além das
formas tradicionais de comunicação, o que é ainda mais efetivo é a mobilização boca a
boca: nada mobiliza mais do que a pessoa que já fez o trabalho, já participou. Além do
meio online, do off-line, temos o meio humano. É importante ter uma coordenação que
cuide da gestão das iniciativas voluntárias. Outro aspecto que Fábio destacou é que a
empresa, com a participação no Dia do Bem, consegue abrir o leque de ações que vão
além do foco definido pelo programa de voluntariado já estabelecido.
Um dos questionamentos foi: Quais ações são realizadas no Dia do Bem Fazer?
Flávio esclareceu que o Dia é um projeto dentro de um programa de voluntariado. São
realizadas ações diversas de acordo com a comunidade (Festivais de Talento são um
exemplo), mas frisou que esse é um momento de celebração. Existem as ações que
são realizadas durante o ano todo. Os Grupos de Ação do programa Ideal Voluntario -
GAIV são os responsáveis por isso. A orientação dada é para que os voluntários
cumpram os compromissos assumidos, continuem com ações nos meses seguintes. É
claro que muitos não retornam, mas o desejo é de que as ações sejam perenes. E para
finalizar traz um dito, ilustrando o fato de que com o Dia do Bem Fazer, a empresa
proporciona a experiência, essa vivência da ação social: “as cabeças pensam onde os
pés pisam". E ainda: Há um controle de voluntários que iniciaram no Dia do Bem Fazer
e deram continuidade em outras ações? Este é um monitoramento difícil, por isso é
transmitido orientações de comprometimento. Mas a questão do voluntariado perpassa
por várias motivações, portanto focamos no benefício que a ação e o voluntário trarão
naquele momento específico. A ideia central é: “A cabeça pensa onde os pés pisam”.
O segundo aspecto a ser observado na mobilização de pessoas foi para
organizações sociais e o convidado foi Júlio Lima – TETO. A ONG TETO tem 6 anos:
nasceu no Chile com o trabalho de jovens universitários, voluntários durante as férias
escolares, em Curanilahue . Após o trabalho, voltavam às aulas e percebiam que
precisariam continuar. Surgiu então o projeto “Para 2001 - 2001 Casas”. Conseguiram
construir as 2001 casas. E aí? Continuava o sentimento de que não poderiam parar.
Com isso a organização foi crescendo e iniciou a expansão para outros países (em
função também da ocorrência dos terremotos na América Latina). No Brasil começou
no Pernambuco, mas iniciou mesmo os trabalhos em 2006. Hoje está presente em 19
países, com 50 escritórios, é "multinacional" social de mobilização dos jovens. O TETO
existe porque existe situação de pobreza e Júlio fala que consideram pobreza (assim
como CEPAL) a falta de acesso aos bens básicos, saúde, água, higiene. Preocupam-
se com a questão de famílias "invisíveis", que estão fora das estatísticas do IBGE.
Constroem uma casa temporária, em uma situação emergencial (mesmo que o
emergencial seja constante) porque acreditam que a casa é estruturante. É o mínimo
de dignidade para se viver. O modelo é uma casa de madeira de 18m2, construída em
2 dias , barata e replicável. Não está indo dar a casa (não é uma ação puramente
assistencialista, segundo Júlio) - querem que as famílias tenham força a partir dessa
intervenção para buscar suas necessidades. Júlio frisou em sua fala a questão de se
preocuparem com uma relação horizontal: conhecer as pessoas, as famílias, ouvi-las.
Depois da primeira moradia, desenvolvem o Projeto de Habilitação Social, construindo
planos de desenvolvimento construído em conjunto com os moradores.
Segundo Júlio, possuem uma visão de longo prazo, a partir das moradias. “Não
queremos dar nada, as famílias não querem presentes”. Como mobiliza jovens 18 a 30
anos, o TETO é uma ferramenta que cria consciência social. Possibilita o contato dos
que tiveram mais oportunidade com os que tiveram menos oportunidade. Possibilita um
ambiente de trabalho conjunto que gera frutos. O vinculo estabelecido proporciona a
oportunidade de desenhar os planos de educação, de saúde, etc. para a comunidade.
O TETO é, portanto, um grande movimento que mobiliza jovens, mobiliza também
empresas para o financiamento e para o envolvimento do voluntariado corporativo.
Querem tornar o tema da pobreza prioritário no país. E quando conseguem levar 2.500
jovens no farol percebem que já existe uma confiança da sociedade. Como as famílias
são chamadas? Qual a forma de mobilização desse público beneficiado foi um dos
aspectos observados. Júlio conta que mudar o nome para TETO (antes “Um teto para
meu país”) já foi pensando em facilitar a comunicação com as famílias. Antes eram
vistos como “jovens felizes que vão ajudar”. Não é isso que querem. Querem mobilizar
para a atuação em conjunto. No processo de envolvimento das famílias fazem
entrevistas para saber como são as casas, como é a percepção da comunidade,
condições de vida no local. Priorizam as famílias que têm potencial de superação. As
famílias também precisam pagar R$150,00 , têm que desmontar a casa em que vivem,
cozinham para a equipe e constroem juntos. Isso tudo é importante para mostrar que
elas têm que trabalhar para melhorar a qualidade de vida delas. Hoje existem exemplos
também de moradores que estão se voluntariado para atuar em outras comunidades.
O ano de 2012 for marcado pela criação de muitos portais na internet
facilitadores entre quem quer ser voluntário e as oportunidades, além de muito outros
que já existiam há muito anos, como V2V do portal do Voluntário, Voluntários On Line,
do Instituto Voluntários em Ação de Florianópolis e os próprios sites dos Centros de
voluntariado, como do CVSP. Vale conferir na internet: Voluntarius, Busca Voluntária
entre outros, inclusive de redes internacionais. Esses portais oferecem oportunidades
presenciais e também a distancia. Para falar sobre esse tema foram convidados Luis
Madaleno, Daniel Morais, criadores do site ATADOS e eles falaram sobre mobilização
por meio da Internet e das redes sociais. As redes sociais colocam em contato, fazem
a conexão entre as pessoas. O que o voluntariado tem com isso? Bom, as redes
ajudam nessa conexão, mas continuando nessa reflexão, o que eles verificaram foi de
que mesmo com a ajuda das redes, algumas ONGs ainda conseguem mais visibilidade
do que outras e eles apresentaram uma lista de motivos que passa por publicidade,
uso da internet, tradição, etc.
A proposta do Atados é justamente elevar a visibilidade das ONGs. E estão
conseguindo! O mundo online é mais fácil e mais barato para as ONGs (mundo online),
mas é importante cuidar da divulgação, conversa com os internautas/usuários,
resposta, design, aproveitar as ferramentas gratuitas, convidar amigos.
Existem voluntários dispostos a ajudar nisso e é preciso manter o contato ativo
pelo mundo off-line: gestão de voluntários eficiente, seleção de vagas, acolhimento e
envolvimento, sentimento de pertencimento. O voluntário precisa ver o sentido do
trabalho. O site Atados foi lançado há apenas um mês e já está tendo sucesso, as
pessoas têm ficado 7 minutos no site, o que é um tempo médio bem alto. Ampliar o
senso de comunidade na sociedade é um dos objetivos deles.
Reinaldo comenta que é interessante notar que o mundo do voluntariado entrou
antes do que o das ONGs para esse mundo online. Um dos questionamentos da
plateia foi se eles ou algum desses outros portais já desenvolveram aplicativos para
celulares, Ipad, etc. Acredita- se que não, mas acreditam que está bom assim: o
voluntariado não é uma coisa só de celular, é realmente preciso gastar um tempo
maior, procurar com calma uma oportunidade, entrar em contato com a ONG, não tão
rápido. Ao mesmo tempo existe uma preocupação de todos em facilitar o sistema de
busca para quem deseja participar e fazer a diferença, como completou a equipe do
CVSP.
Concluímos que quem realmente mobiliza entende que é preciso “convencer a ir
e convencer a ficar!”
Painel 2 – Mobilização de pessoas para o Voluntariado em
grandes eventos e situações emergenciais e de desastre.
A mediadora desse painel foi Ana Maria Warken do Vale Pereira, do Instituto Voluntário
em Ação de Florianópolis. Junto ao IVA construíram material bastante importante
sobre a mobilização e capacitação de pessoas para situações emergenciais junto com
a defesa civil de Santa Catarina e fez a composição do grupo com todos os
participantes do painel.
A primeira a apresentação foi de Bianca Centurione da Cruz Vermelha Brasileira,
regional São Paulo. A Cruz Vermelha fundada em 1907 nasce para prestar socorro via
voluntariado: atua em 186 países e o voluntariado é um dos princípios da organização.
Possuem o grupo de Voluntariado Oficial: formação institucional, termo adesão, vincula
com instituição (direitos e deveres) e curso primeiro socorro para leigos. As formas
captação são por meio do site Cruz Vermelha SP/Brasil, página do Facebook Cruz
Vermelha, o site do CVSP e atualmente também do Atados e ainda nas palestras
realizadas em outras instituições.
Já o grupo de Voluntário Pontual acontece quando o quadro de voluntários é
insuficiente para a demanda de trabalho, por exemplo no caso de grandes doações,
situações emergenciais e de desastres.
Nessa situação as formas Captação: reportagem da organização, grupos de
funcionários das empresas, Escoteiros, imprensa, pessoas que levam donativos e
ficam trabalhando e ainda Universitários. A gestão dos voluntários pontuais: os
voluntários oficiais coordenam os pontuais (orientação/protocolo) / 2008 a 2011
grandes calamidades aconteceram no Brasil, em 2008 eles arrecadaram 850 toneladas
de alimentos e em 2011 passaram pela CVB 1052 voluntários pontuais. Destacou que
não possuem dificuldade de mobilização, pois os próprios voluntários os procuram e
oferecem ajuda. Porém, valorizam e praticam a importância do trabalho voluntário, que
esta postura se expressa na carta de princípios da Cruz Vermelha, onde o voluntariado
é um dos princípios. Apesar de não apresentarem dificuldade na captação de
voluntários, acredita que a organização dos voluntários é fundamental para o bom
desenvolvimento do trabalho e ainda o trabalho com muitas parcerias e deu destaque a
parceria com a Defesa Civil e Transportadoras que ajudam no deslocamento das
doações.
A apresentação de Fabio Pinaud - Projeto RIO 2016 para Olimpíadas e Jogos
Paraolímpicos iniciou com um lindo e emocionante Vídeo Institucional explicando como
serão as Olimpíadas no Rio de janeiro em 2016. Ele é o responsável pela gestão dos
voluntários e estão em fase de planejamento. A proposta é atrair, engajar e reter força
de trabalho de 70 mil voluntários; formar uma força de trabalho voluntária capaz de
realizar com sucesso os jogos e ainda representar a imagem da força de trabalho no
Brasil para o mundo. Tem também em suas metas encorajar equipe a desenvolver
preocupação social, serem zeladores e cuidadores para que esse legado seja um
marco positivo nas comunidades e também, solidificar no Brasil um legado de
voluntariado em longo prazo. O desejo é que cada voluntário considere esta
experiência memorável. Para os eventos testes, serão mobilizados 20 mil voluntários,
que formarão a rede para as próximas etapas. Existe a preocupação que na formação
e capacitação de voluntários haja: alinhamento dos valores, flexibilidade e
adaptabilidade, comprometimento, o foco em servir, um espírito de trabalho em equipe,
senso de liderança. Serão divididos em dois grupos: generalista, que não precisa
formação específica e o especialista precisa formação, tal como: médico, tradutor, etc.
Todos precisam de tenacidade, trabalhar o compromisso com robustez e pro-atividade.
O calendário para os próximos anos já está pronto: 2013 – lançamentos organizações
especialistas (parceiras) 2014 - lançamento publico e inscrições para 2015 – inicio
treinamento, eventos testes e processo seletivo e em 2016 o fechamento eventos
testes e seleção pronta.
No planejamento a proposta é oferecer ao voluntário: treinamento geral e
especifico e transporte publico, lembrando que o maio ganho será a experiência:
diversidade e inclusão, ambiente de aprendizagem, alta performance, alto padrão do
serviço. Importante a conscientização de todos de que haverá uma exposição do
evento global. Serão muitos desafios tais como dominar o idioma do inglês.
Cultura voluntariado para essas situações ainda é fraca, captar 70 mil pessoas
para um trabalho gratuito, patrocinador para aulas de inglês e serviço para o processo
de seleção 2 anos antes. Seguindo o exemplo de Londres, criar um plano para depois
das olimpíadas. Londres fez uma rede para que o mercado olhe de maneira diferente
para estas pessoas (voluntários).
Finalizamos o segundo painel com Flavio Lopes do Programa Voluntários das
Nações Unidas VNU compartilhou sua experiência no Haiti e em El Salvador. Ele
observou que em situações de desastre e emergência, não faltam voluntários dispostos
a trabalhar. O que falta é a organização destas tantas pessoas. O VNU criado em
1971 na Assembleia Geral, promove voluntariado como engajamento e trabalha em
parceria com agencia da ONU. Segundo estatística de voluntários no mundo o
resultado é: média de 38 anos, 5 a 10 anos de experiência, 162 nacionalidades, 132
países, 62% homem e 38% mulher, interesse de muitos profissionais como
engenheiros, médicos, administradores. E ainda esses voluntários estão: África e sul
da Ásia 57% e 11% na América Latina. Flávio compartilhou sua vivência como
voluntários das Nações Unidas em El Salvador, em uma comunidade de 15 mil
pessoas, tragédia (morte de 300 pessoas) ano de 2009. O país declarou estado de
emergência e não consegui dar conta de seus problemas internos. Apesar da
dificuldade, o pais sofria com a chuva torrencial, os voluntários que chegaram na
cidade para ajudar queriam fazer alguma ação para ajudar a população, começou a
trabalhar com a proteção civil. A comunidade também se inspirava e começava a
realizar algumas ações para ajudar o entorno. Também atuou no projeto Escolas Vivas,
transformar escolas em polos de desenvolvimento, com segurança familiar, gestão de
risco de desastre e agricultura orgânica: 1.700 estudantes foram beneficiados, sete
hortas escolares foram implementadas e com a parceria com mais de 15 organizações
foi possível publica o Manual Escolas Vivas.
Segundo Flavio, existe uma longa caminhada para falar sobre os desastres e ter
voluntários preparados. Voluntariado é uma coisa muito profunda! Voluntárias são
pessoas movidas por valores e ideais. Voluntários vão procurar fazer aquilo que tem a
ver com o perfil dele uma maior consciência sobre o outro, pessoas menos egoístas
que pensam de uma forma mais integrada e global. Flávio trouxe também
complementando o tema do painel numero 1 a questão dos programas de
Voluntariado Online, e seus dois aspectos: as rede sociais e sites como espaço para
divulgação de oportunidades de trabalho voluntário presencial e ou não e ações de
voluntariado a distancia que apresentam o seguinte perfil: 31 anos média, Países em
desenvolvimento 62% e em 0utros países 38%. Para finalizar um convite para a
participação no Myworld2015.org – que futuro nós queremos? Acontecerá a partir de
janeiro de 2013 uma nova avaliação dos objetivos do milênio as pesquisas vão
começar e depois de todos os dados coletados, o UNV levará para a Assembleia Geral.
Recebemos antes do intervalo a visita do presidente da Fundação Pró Sangue e a
campanha “Passe a Bola: Seja um doador”.
Tivemos um intervalo bem especial: Café com autógrafo e bate papo com a autora
Tatiana Piccardi da Associação Helena Piccardi de Andrade e Silva- AHPAS. O livro: A
identidade do Voluntário no mundo do trabalho.
Painel 3 - Desafios para um sistema Nacional de Voluntariado
A mediadora Cláudia Franciosi, da Parceiros Voluntários fez abertura lembrando
que esta mesa é um novo espaço para falar da proposta de criação de um sistema
nacional de voluntariado, que teve início em março de 2012, com o convite do
Ministério das Relações Exteriores. Claudia lembrou que os debates foram acalorados,
mostrando que precisamos ampliar as discussões em relação ao tema.
Milton Rondó Filho, coordenador geral de Ações Internacionais de Combate à Fome,
do Ministério das Relações Exteriores, enviou mensagem especial por vídeo e informou
que não pode ir ao encontro por motivo de agenda, mas está a disposição para ajudar.
Lembrando que as principais Leis nascem do dialogo da sociedade civil e governos,
abriu espaço para que todos possam propor ideias e iniciativas para que seja criada
uma politica nacional do voluntariado, sendo um estímulo para o reconhecimento dos
voluntários no Brasil.
Em seguida, complementando a participação do Ministério, Ana Luisa, consultora da
Unesco foi contratada para assessorar e sistematizar as discussões realizadas em
março de 2012, compartilhou o resumo do documento: “Perspectivas para um Sistema
Nacional do Voluntariado – Documento Final” e disponibilizou versões completas
impressas para os participantes da mesa e da plateia. Informou que é um documento
aberto, onde todos podem comentar e propor iniciativas. Apresentando um resumo do
documento final, Ana informou que os trabalhos englobam quatro frentes de trabalho:
Marco Legal, Sistema Nacional de Voluntários, Gestão de Voluntários e Formação de
Voluntários. O papel do Estado nesta iniciativa é incentivar e promover o voluntariado.
O papel dos voluntários é promover o desenvolvimento humano e social, o bem estar, a
transformação e a defesa dos direitos humanos. O sistema tem como função apoiar o
voluntariado para o desenvolvimento social. Para que o sistema seja viável, a proposta
é criar o Conselho Nacional de Voluntariado para definir a estrutura, estratégias e
orientação da equipe técnica que irá implantar o Sistema. No documento final tem o
organograma do processo. Observando os quatro grupos de trabalho criados no
encontro de março, os aspectos de destaque são: Marco Legal: Organizar direitos e
deveres dos voluntários e agentes de fomento, preocupação em não engessar o
trabalho dos voluntários, revisão da Lei 9608/98 e como ela deve atender também a
questão dos desastres e grandes eventos pensar a respeito da inclusão de um seguro.
Com relação ao Sistema de Cadastro: a proposta de portal eletrônico, desafio da
capacitação para uso da ferramenta e ainda a orientação para que o processo de
seleção seja de responsabilidade das organizações, cadastrar ONGs com demandas
de voluntários e cadastrar pessoas. Uma das preocupações é levar em consideração
os cadastros já existentes. Gestão de Voluntários: construção de conteúdo e ter no
sistema para disponibilização guias e normas. Formação Continuada: levantamento de
boas práticas e proposta de encaminhamento e visibilidade e ainda a promoção de
capacitações pela internet, vídeo, teleconferência etc.
Outros aspectos a serem considerados foi o que o sistema chamou de
reconhecimento que os voluntários necessitam de condições mínimas para atuar ajuda
de custo), o seguro obrigatório e a criação de um fundo para apoiar programas de
projetos de ações voluntárias. E ainda, rever e conhecer como isso acontece em outros
lugares do mundo. Ana finalizou apontando os encaminhamentos, como a criação de
um conselho consultivo e criação de um sistema para ser usado na Copa do Mundo e
em Situações de Desastres, levando como aprendizagem para a criação de um
Sistema Nacional.
Dando continuidade ao debate, Michelle, começou sua fala informando que a
ministra tem muito interesse neste tema, principalmente pela urgência do Brasil ter
apoio do governo em situações de desastre. No Rio de Janeiro ficou claro que
estávamos apenas no começo de um dialogo em conjunto com a sociedade civil, que a
muito tempo se dedica a organização e fomento ao voluntariado.
Hoje o Governo quer apoiar neste processo. Segundo Michelle o documento
apresentado é uma 1ª versão. A continuidade será aprender com demandas já
existentes: emergência e desastres e os grandes eventos (Copa e Olimpíadas). Desejo
de aproximação também com o Ministério dos Esportes para que nestes eventos
possamos aprender e ser uma plataforma. que possa ser usada em outros momentos
em relação ao voluntariado. Ainda neste contexto, os voluntários nos eventos passarão
por treinamentos sobre direitos humanos. O trabalho com os voluntários na Copa e
Olimpíada poderá ser um legado dos eventos para o voluntariado. Com este caminhar,
Michele vê o processo em aberto, mas com andamento. Estando assim otimista de
bons resultados.
Para a conclusão dos trabalhos do dia, Ângela da Secretaria Nacional da
Juventude trabalhar com o aprendizado do piloto dos eventos e em situações com
desastres é um processo importante para o desenvolvimento do sistema nacional do
voluntariado. Para Ângela, o Seminário de março mostrou o desafio que o governo tem
neste projeto: o de integrar todas as ações do governo em relação ao tema e ainda o
de valorizar e aprender com a Sociedade Civil.
Mas o contexto que estamos envolvidos hoje são propícios para o tema, já que 1
em cada 4 brasileiros já fez ou faz trabalho voluntário. Muitos jovens estão participando
de eventos nacionais como o foi no PAN, e é no Projeto Rondon. Assim como foi
apresentado, antes do sistema vamos juntar esforços para fazer e aprender com os
Grandes Eventos e com a Mobilização em situações de desastres. Ângela informou
que este é um projeto que esta no foco do governo pelo Fórum de Direitos, onde
avanços sociais foram conquistados no Brasil, e hoje uma ação articulada entre
Governo e Sociedade Civil é necessária para termos avanços nos Valores de nossa
sociedade. Para podermos viver melhor com as diferenças.
Em nome do Centro de Voluntariado de São Paulo, do Grupo de Estudos de
Voluntariado Empresarial e da Rede Brasil Voluntário, organizadores do Seminário
MOBILIZAÇÃO DE PESSOAS PARA O VOLUNTARIADO, agradecemos à UBM
Brazil realizadora deste evento e ao Instituto Unibanco, que ofereceu o material que
estamos distribuindo para os presentes. Agradecimentos a todos que participaram do
nosso Seminário: palestrantes, mediadores, redatores.
Rede Brasil Voluntário
Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial
Currículos e Contatos
Thiago Baise: coordenador do Centro de Ação Voluntária de Curitiba.
baise@acaovoluntaria.org.br
Sandra Carvalho: Coordenadora da central de Voluntários de Guarulhos.
voluntariadoguarulhos@gmail.com
Priscila Rodrigues: coordenadora de voluntários da Liga Solidária
voluntariado@ligasolidaria.org.br
Claudia Sintoni: voluntária do Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial
csintoni@uol.com.br
Silvia Maria Louzã Naccache: coordenadora do Centro de Voluntariado de São Paulo.
orgsociais@voluntariado.org.br
Roberta Rossi: Voluntária Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial.
robertasoaresrossi@hotmail.com
Reinaldo Bulgarelli: Sócio-diretor da Txai Consultoria e Educação, empresa que atua
na área de sustentabilidade e responsabilidade social empresarial. Coordenador dos
cursos de sustentabilidade, responsabilidade social, diversidade e meio ambiente do
Programa de Educação Continuada da FGV-SP.
reinaldo@txaiconsultoria.com.br
Fábio Riserio: Profissional com 12 anos de experiência na área de Responsabilidade
Social e Terceiro Setor, atualmente é Gerente de Responsabilidade Social do Grupo
Promon. Relações Públicas pela UNESP, Comunicação Empresarial pela ECA/USP
e Inteligência de Mercado e MBA em Gestão de Sustentabilidade pela FIA.
fabio.riserio@promon.com.br
Flavio Carlos Seixas: Coordenador do programa de voluntariado do Grupo Camargo
Corrêa. Formado em Psicologia e especialista em Movimentos Sociais pela
Universidade Federal de Minas Gerais.
flavio.seixas@institutocamargocorrea.org.br
Júlio Lima: Diretor de Construções na organização TETO (ex-Um Teto para meu País)
onde foi coordenador voluntário por dois anos, tendo passado pela área de Formação e
Voluntariado. Formado em Informática para a Gestão de Negócios, trabalhou no setor
privado por 6 anos e atuou como coordenador de cursos na Youth Action for Change.
julio.lima@teto.org.br
Luis Madaleno: um dos fundadores do Atados. Cursa o último ano de Administração
de Empresas na USP. Fez intercâmbio na República Tcheca.
luis@atados.com.br
Daniel Morais: É um dos fundadores do Atados. Cursa o último ano da graduação em
Administração de Empresas na USP. Realizou intercâmbios para a Finlândia e para a
Holanda pela universidade e trabalhou em consultoria de gestão de recursos.
daniel@atados.com.br
Ana Maria Warken do Vale Pereira: Fundadora e Diretora Executiva do Instituto
Voluntários em Ação/SC e do ICom/Florianóplis organização que objetiva a difusão da
cultura do voluntariado. Graduada em Serviço Social e pós-graduada em
Desenvolvimento de Comunidade pela Universidade Federal de Santa Catarina.
ana@voluntariosemacao.org.br
Bianca Ficotto Centurione: Coordenadora de voluntários da Cruz Vermelha Brasileira
– SP desde 2010. Graduada em psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
e em Psicopatologia e Psicofarmacologia pelo Instituto Sedes Sapientiae.
bcenturione@cvbsp.org.br
Fábio Pinaud: Especialista em Recursos Humanos com 20 anos de atuação em
empresas nacionais e multinacionais de grande porte. Administrador e Mestrando em
Administração de Empresas pelo IBMEC-RJ. Gestor do Programa de Voluntários dos
Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
fabio.pinaud@rio2016.com
Flavio Lopes: Coordenador Nacional dos Voluntarios das Nações Unidas para a
Consulta da Agenda Pós 2015. Trabalhou como Voluntario Internacional para ONU em
El Salvador para a redução do risco de desastres e segurança alimentar É formado em
Psicologia Clínica e Social e Mestre em Ações Humanitária Internacional pela
Universidade de Uppsala, Suécia.
flavio.ribeiro@undp.org
Claudia Franciosi: Gerente de Mobilização e Articulação da ONG Parceiros
voluntários, onde atua desde 1998. Formada em Psicologia pela UNISINOS, com
especialização em Terceiro Setor pelo GIFE - Grupo de Institutos Fundações e
Empresas/SP, especialização em Elaboração de Projetos Sociais – UFRGS e MBA em
Gestão Empresarial – FGV/RJ.
claudia@parceirosvoluntarios.org.br
Milton Rondó Filho: Coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome
do Ministério das Relações Exteriores.
Milton.rando@itamaraty.gov.br
Ângela Cristina Santos Guimarães: Secretária-Adjunta da Secretaria Nacional de
Juventude da Presidência da República e atual Presidenta do Conselho Nacional de
Juventude Licenciada em Sociologia pela Universidade Federal da Bahia. Desde 2007
é parte do Conselho Nacional de Juventude. Fez parte da primeira gestão do Conselho
de Juventude da Bahia, representando a União de Negros pela Igualdade.
angela.guimaraes@presidencia.gov.br
Michele Morais de Sá e Silva: Coordenadora-Geral de Acompanhamento de Projetos
de Cooperação Internacional da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República. Tem PhD em Educação Comparada Internacional pela Columbia University,
EUA. É mestre pelo Institute of Social Studies, em Haia, Holanda. Graduada em
Relações Internacionais pela Universidade de Brasília.
michelle.morais@sdh.gov.br
Ana Luisa Alves Cordeiro: Atua na área gestão de projetos com foco em questões
sociais. Prestou consultoria sobre voluntariado para a UNESCO e atualmente é sócia
da empresa OFFICE - Projetos Socioeconômicos e Comunicação Ltda.
analuisatri@yahoo.com.br
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