Senhor portel

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O

SENHOR DE PORTEl

Jardim de

Infânciade

Portel

 Há muito, muito, muuuuito tempo vivia no norte de Portugal em terras do Minho, um homem chamado Pedro Ourigues da Nóbrega.

Pedro, que era um homem já crescido, resolveu que estava na altura de casar e quando um dia, passeava pelos campos, conheceu Maria Viegas. Ficou tão apaixonado que decidiu que era com ela que iria viver o resto dos seus dias.

E assim foi. O casamento foi uma grande festa com muita comida, bebida e um grandioso baile.

Foram então morar para uma grande casa, com uma enorme quinta. Tão grande, que para a percorrerem tinham que o fazer a cavalo. Todas as tardes, Maria e Pedro passeavam pela quinta nos seus cavalos, até ao anoitecer.

Alguns meses depois, Maria ficou grávida e apesar dos médicos lhe dizerem que não deveria andar a cavalo porque podia prejudicar o bebé, ela só se sentia feliz, quando ao final do dia ia passear com Pedro nos seus cavalos.

E assim o fizeram até que nasceu o seu filho (1213). Um lindo menino a quem chamaram João Peres de Aboim.

João nunca foi um bebé tranquilo e sossegado. Só se acalmava e deixava de choramingar, quando os pais passeavam com ele a cavalo e a mãe cantarolava: “toc, toc, toc, a trote, a galope, a trote, a galope”…para comer a mãe lá tinha que repetir vezes sem conta a sua cantiga: “toc, toc, toc, a trote, a galope, a trote, a galope”… e até para adormecer, lá soava a cantiga “toc, toc, toc, a trote, a galope, a trote, a galope”…

Logo que consegui dar os primeiros passos, montava-se em cima do cão lá da quinta e começava também ele a cantarolar: “toc, toc, toc, a trote, a galope, a trote, a galope”…

E os anos passaram. E quando João fez 6 anos o pai ofereceu-lhe um cavalo e a partir desse dia para onde João ia, lá ia também o cavalo. Mas agora já não lha bastava só o cavalo, também queria uma espada para lutar! E lutava com tudo! Com o cão, com o gato, com os patos e com as galinhas. E enquanto lutava, cantarolava: “toc, toc, toc, a trote, a galope, a trote, a galope”…

João cresceu e tornou-se um mestre em andar a cavalo e a lutar com a espada e ficou tão conhecido, que até o rei o mandou ir para França estudar com o seu filho D. Afonso.

Esteve por lá muitos anos a estudar, e tornou-se também um trovador, um poeta cantor, o que o fazia muito feliz e lhe relembrava a sua infância quando cantarolava: “toc, toc, toc, a trote, a galope, a trote, a galope”…

Voltou então a Portugal, mais forte e inteligente do que nunca. E quando o seu amigo D. Afonso se tornou rei – D. Afonso III, nomeou-o fidalgo e convidou-o para lutar com as suas tropas e expulsar os mouros das suas terras.

Forte e invencível como era, D. João de Aboim, que era assim que ele se chamava agora, fez com que os mouros se afastassem para terras mais longínquas.Então D. Afonso III pediu-lhe para conquistar novas terras para o reino de Portugal.D. João aceitou o desafio e partiu para sul, onde depois de muitos anos de lutas e guerras conquistou mais terras, as quais conhecemos hoje como Algarve.

Como prova de agradecimento, o rei de Portugal, D. Afonso III ,tornou-o Mordomo-Mor e doou a D. João de Aboim algumas terras, às quais ele chamou de Portel, tornando-se o mais famoso fidalgo do reino. Quando D. Afonso III morreu, D. João passou a ser Conselheiro do rei no reinado de D. Dinis.

Em Portel ele mandou construir um castelo (1261) e passou a ser conhecido como o Senhor de Portel!

Um belo dia em que passeava no seu cavalo pelas suas terras, a cantar as suas belas cantigas de trovador, conheceu uma linda rapariga, chamada Marinha Afonso, que ficou encantada com ele e com a sua voz.Levou-a então para o seu castelo, onde casaram e viveram felizes durante muitos anos.

Foram eles que entregaram o 1º foral às gentes de Portel (1 de Dezembro de 1262).Tiveram 2 filhos, Pedro e Maria Eanes, aos quais ensinou a sua cantiga de infância: “toc, toc, toc, a trote, a galope, a trote, a galope”…

Hoje ainda podemos ver o castelo onde D. João viveu com a sua família e em Vera Cruz, na Igreja Matriz, encontramos a sepultura onde foi enterrado.

História ficcionada por Saudade Roxo – BE Portel e ilustrada pelos alunos do Jardim de Infância de Portel – salas 1 e 2 - 2011/2012

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