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---- SESSÃO ORDINÁRIA NÚMERO QUATRO.-------------
---- ACTA NÚMERO OITO.---------------------------
---- Aos vinte e sete dias do mês de Setembro do
ano de dois mil e quatro, nesta Vila de Estarreja
e Salão Nobre dos Paços do Concelho, pelas vinte
e uma horas e quinze minutos, reuniu a Assembleia
Municipal em sessão ordinária, sob a presidência
de Carlos Manuel Tavares.------------------------
---- Verificaram-se as seguintes ausências jus-
tificadas:---------------------------------------
---- Artur Marques (GMPS), substituído por Gui-
lherme Pinho Ferreira e Presidente da Junta de
Freguesia de Salreu Joaquim Henriques.-----------
---- Faltou à reunião o senhor Vereador Armando
Correia.-----------------------------------------
--- O Presidente da Mesa igualmente aproveitou
para agradecer a forma como os Secretários da
Mesa, e em particular o 1º Secretário Alcides Sá
Esteves, tinham de forma competente conduzido na
sua ausência os trabalhos das sessões da AM.-----
--- Colocadas de seguida à votação as actas das
sessões da AM números 6 e 7 de 2003, foram as
mesmas aprovadas por maioria, com duas abstenções
dos deputados Pedro Vaz e Guilherme Pinho
Ferreira, ambos do GMPS.-------------------------
--- Iniciou-se de seguida o período de Antes da
Ordem do Dia, tendo-se inscrito e intervido:-----
--- Manuel Júlio dos Santos (GMPS ): Gostaria de
solicitar e obter a vossa melhor compreensão para
a breve intervenção que irei efectuar, por me
parecer que os dois temas em causa e consequente
apresentação e defesa, possam considerarem-se
repetitivos. Porém, face aos anúncios e cujos
objectivos são as novas regras governamentais,
promovendo uma adequada adaptação das explorações
leiteiras e outras leis de protecção ambiental e
cujo prazo termina no final do ano decorrente,
julgo supor que se deve considerar muito perti-
nentes os alertas que aqui venho produzindo.-----
--- Como devem estar recordados na Assembleia
Municipal Ordinária de 25 de Junho transacto,
voltei a abordar a problemática dos dejectos dos
bovinos, suínos, frangos e outros animais, tal
como o já fizera em 23-12-2002, assim como em
outras curtas intervenções e com menor ênfase.---
--- Tive o cuidado de emprestar um relevo a
situações antigas e ao que nos espera em futuro
muito próximo anunciando o encerramento de
vacarias, mormente de forma intencional, na
freguesia de Pardilhó.---------------------------
--- Temos conhecimento pelos jornais locais e
nacionais do dia 16 de Setembro corrente que o
futuro dos animalicultores vá agudizar-se imenso,
levando esta classe a um beco sem saída,
asfixiando todo o seu labor agro-pecuário,
indispensável à ocupação de mão de obra, à
produção de bens alimentares de excelente
qualidade, à criação de riqueza e pagamento de
impostos, etc., etc.-----------------------------
--- O anúncio do Sr. Ministro da Agricultura de
16 de Setembro, não sò deve preocupar aquele
sector mas também as entidades autárquicas e é
nessa perspectiva que mais uma vez aqui se aflora
o problema e solicita-se o favor da informação
sobre o que o senhor Presidente entende levar a
efeito; permito-me ainda ousar aconselhar a
leitura das notícias em causa levando-me a supôr
que depois de tal irá, por certo, encarar a
situação com evidentes prioridades.--------------
--- No que diz respeito ao segundo tema desta
intervenção, os fogos florestais, gostaria que o
senhor Presidente nos informasse o seguinte:-----
---- Quantos fogos foram registados no ano de
2004 e até 15-09.--------------------------------
--- Que tipo de fogos: habitacionais, em
empresas ou matas?-------------------------------
--- Quais os embaraços e pré - perigo para
estradas, auto-estradas, caminho de ferro,
gasodutos, linhas telefónicas e da R.E.N?--------
--- Que consequências, se houve vitimas, ou
sócio-económicas resultantes dos mesmos?---------
--- Por último e porque na Assembleia Municipal
Extraordinária de 31-05-04 interpelai a Mesa
quanto à observância da Lei 14 de 8 de Maio/2004
reforçado pelo Decreto Lei nº 156 de 30-06-04,
aquela criando as Comissões Municipais de defesa
da Floresta contra incêndios, pretendo ser
informado se efectivamente houve tomada de posse
e quais os trabalhos planeados e já realizados.--
--- Drummond Esmeraldo (GMPS):- Sobre a noticia
do possível encerramento da refinaria da Galp em
Matosinhos, surpreende que tais assuntos, pela
sua dimensão e importância estratégica, sejam
tratados com tamanha leveza e até falta de senso.
O nosso complexo industrial de Estarreja depende
de tal forma da relação que tem com essa
refinaria, que se algum dia ela for encerrada o
complexo de Estarreja a muito curto prazo deixará
de existir, pelo impacto económico que tal teria.
Desindustrializar o pouco que existe no país é
uma perspectiva deveras dramática. A Câmara terá
que estar muito atenta a estas questões, pois
quando elas são falados é porque algo por detrás
existe.------------------------------------------
--- O senhor Presidente da AM assumiu aqui uma
vez que tudo o que se passasse no IC-1 era da
responsabilidade do Presidente da AM e do
Presidente da Câmara.----------------------------
--- Segundo julgo saber o IC-1 vai acabar no
Fôjo, ser interrompido no trajecto de Estarreja
até Aveiro. Penso que as responsabilidades
políticas devem começar a ser assumidas, pois
Estarreja vai ficar numa situação grave de
engarrafamento de trânsito dentro de pouco tempo.
--- A estratégia seguida aqui em Estarreja
falhou e não atingiu os objectivos pretendidos.--
--- José Alberto Figueiredo (Independente pelo
GMPS): As primeiras chuvas vieram provocar
inundações na rua Desembargador Correia Teles e
causadas pelas obras da Refer. A água invadiu
garagens e habitações provocando graves prejuí-
zos. Já havia alertado para isto, e infelizmente
os resultados da falta de cuidado está à vista.--
--- As pessoas que pagam os lugares de esta-
cionamento identificado, pagam mas parece que não
direito ao lugar para estacionar. É necessário de
uma vez por todas clarificar como se faz o
controlo das viaturas que ai estacionam e quais
os meios à disposição dos titulares para
accionarem o dispositivo legal da remoção por
reboque. Ou isto se resolve ou é melhor assumir
que não temos esse serviço de lugar cativo pago.-
--- Presidente da C.M.E, José Eduardo de Matos,
para esclarecimentos :- As considerações do senhor
deputado Manuel Júlio dos Santos são de todo
pertinentes e a conciliação dos vários interesses
em jogo, neste caso das explorações agro-
pecuárias, não é de forma alguma uma matéria
fácil. A introdução nos agricultores das boas
práticas agrícolas é outro dos nossos objectivos
e já iniciamos esse processo, para que todos se
adequem às novas exigências urbanas e ambientais.
--- Sobre o encerramento da refinaria da Galp,
parece não existir uma preocupação real nessa
área, estando o problema mais relacionado com as
ligações marítimas do terminal de descargas à
própria refinaria.-------------------------------
--- Quanto ao IC-1 os nossos objectivos con-
tinuam ligados à convicção de que a Nascente não
será a melhor solução. Conhecemos as dificuldades
de compatibilização do traçado a Poente com as
limitações ambientais nessa zona, e resta-nos
aguardar as decisões governamentais nessa área.--
--- As obras da REFER, trouxeram vários pro-
blemas, não só derivadas das chuvas, mas todo um
conjunto de inconvenientes para as juntas de
Freguesias e Câmara. As obras de remodelação da
linha do Norte é uma obra necessária, mas que tem
tido custos de incómodos graves para o concelho.-
--- Quanto ao estacionamento cativo e pago, se o
utente sente que o serviço não está a ser eficaz
e não tráz benefícios, apenas posso recomendar
que anule essa assinatura junto dos serviços da
autarquia.---------------------------------------
--- José Artur Pinho (Presidente da Junta de
Freguesia de Avanca ):Aqui na Câmara, logo que
vieram as primeiras chuvas, caiu parte de um
tecto. Gostava de saber se há previsões para que
tenhamos melhores condições nesta sala.----------
---- Aleixo Patinha (GMPS) :- A Cooperativa Agrí-
cola de Estarreja, e no âmbito desta problemática
das explorações agro-pecuárias e boas–práticas
agrícolas, tem um vasto programa de formação
profissional, que este ano contempla 286
formandos, cerca de 4000 horas e um montante
global da ordem dos 600.000 euros, e estamos já a
preparar candidatura semelhante para o próximo
ano. Contudo estas acções não resolvem, muitos
dos problemas desta vasta bacia leiteira, sendo
necessário maior atenção por parte do Ministério
da Agricultura.----------------------------------
--- Quanto aos fogos florestais, a cooperativa
apresentou um projecto de secções florestais, mas
este projecto não foi contemplado.---------------
--- A Câmara tem que estar ao lado das
organizações de agricultores e elaborarem um
projecto comum para as várias questões.----------
--- Deu-se inicio de seguida ao ponto 1-
“Apreciação de informação escrita do Exmo. Senhor
Presidente da Câmara” tendo-se inscrito:---------
--- José Artur Pinho (Presidente da Junta de
Freguesia de Avanca) :Um agradecimento público à
Câmara pelo esforço que fez para a conclusão do
projecto do Parque Municipal do Mato. Pena é que
o projecto para a Quinta do Gama e Ribeira do
Mourão não tenham a mesma celeridade. Esperamos
agora que as obras do Parque do Mato se concluam
depressa. É igualmente pena que as obras nos
edifícios escolares não sejam concluídas nos
prazos e nas melhores condições; as obras podem
ser mais baratas mas a sua qualidade é claramente
deficiente.--------------------------------------
----Quanto à revisão do PDM, seria importante que
fôssemos todos mais ouvidos na sua reanálise, até
para informarmos os nossos munícipes. Por exemplo
gostaria de saber quando é que em Veiros vai
aparecer o primeiro prédio com 3 pisos e quem o
vai fazer.-------------------------------------
--- Vítor Ramos (GMPSD-CDS/PP):- Agora que se
vão iniciar as obras da Rotunda do Hospital,
algumas questões:--------------------------------
--- O estado apreensivo da ponte do Antuã no que
diz respeito à sua base, e a necessidade de
reforço dessa estrutura.-------------------------
--- A outra questão tem a ver com o conjunto
arbóreo dessa zona, que é um ex-libris e sugiro
que qualquer intervenção necessária fosse o mais
limitada possível, isto se não for possível não
lhe tocar.---------------------------------------
--- Carolina Pinho (Independente pelo GMPS) :- As
obras no parque escolar tem vindo a ser feitas a
prestações e no caso particular do Rochico
existem duas salas num péssimo estado de
conservação: As condições periféricas de seguran-
ça, especificamente os pinheiros que apresentam
risco de queda, devem ser prevenidas.- Faltam
também a limpeza das zonas circundantes e a
colocação de sinalética indicativa das escolas.--
---- Pedro Vaz (GMPS) :- Quero sinalizar que na
informação escrita do senhor Presidente já não se
lê, IC-1 a Poente, sempre, mas IC-1 a Norte e Sul
de Estarreja, sendo que o infeliz disto é que IC-
1 em Estarreja, nada. Os factos é que as coisas
continuam, metade a Nascente e metade nada.
Gostaria de saber do senhor Presidente o que é
que o Governo fez para alterar a zona de
protecção especial, a poente da linha férrea,
como foi feito noutras zonas do País em que as
ZPE foram alteradas para permitir a construção de
infraestruturas essenciais para a vida das
populações.--------------------------------------
--- Se não for alterada a ZPE nunca teremos IC-1
a poente em Estarreja.---------------------------
--- Outra questão, e esta sobre a GAMA, gostaria
de saber quais vão ser as disponibilidades da
CME, para dar à GAMA em termos de capacidade de
endividamento e em termos de transparência de
capacidade de financiamento, tal como a lei
preconiza. E quem vai ser o administrador pago e
quanto vai gastar; esse era o tipo de informação
que aqui deveria estar.--------------------------
--- Carlos Tavares (Presidente da AM) :- Algumas
considerações:- Primeiro deixar à consideração do
executivo a verificação da possibilidade de um
local mais funcional para a realização das
assembleias, como talvez o possa ser o salão da
nova Biblioteca.---------------------------------
--- Em segundo lugar, e uma vez que o deputado
Drummond Esmeraldo remeteu para os Presidentes da
Câmara e da AM a responsabilidade política da
situação actual do IC-1, concordo com a posição
do Presidente da Câmara e considero que é um
dossier que deve ser tratado com realismo, o que
significa não passar para além do razoável, tanto
nos aspectos ambientais como na fixação em ter um
IC-1 a qualquer preço. Estarreja não precisa de
ter duas auto-estradas lado a lado; precisa sim
de uma solução realista que lhe tire o trânsito
intenso dos seus centros urbanos.--------------
--- José Eduardo Matos (Presidente da CME) , para
esclarecimentos: Irá ser considerada a possibili-
dade de instalações alternativas, eventualmente
mais funcionais, para a realização dos trabalhos
da A.M.------------------------------------------
--- Quanto ao Parque do Mato, Câmara e Junta de
Freguesia de Avanca interagiram de forma a dar a
Avanca o seu primeiro parque urbano, verificando-
se mais valias desta interacção. A questão da
Ribeira do Mourão consta de um plano de ordena-
mento da Ria, apenas podendo fazer-se pequenas
intervenções de pormenor.------------------------
--- Quanto à abertura do ano lectivo, este ano
decidimos fazê-la simbolicamente no Rochico, mas
que para nós representa a necessidade de
valorizar todos os locais do Concelho e neles
fazer intervenções de melhoria.------------------
--- O PDM tem a sua revisão em curso, e espero
que esta revisão reflicta não só a visão dos
técnicas mas igualmente a correcção dos erros e
problemas encontrados ao longo da sua vigência.
Esperemos que este PDM de 2ª geração seja mais
prático e de aplicação mais útil e para tal se
forem necessárias mais reuniões e auscultações,
elas deverão ser feitas.-------------------------
--- Sobre o IC1 perguntou-se porque que é que
não se mudou a ZPE como se fez noutros locais? Eu
colocaria a questão ao contrário, ou seja, porque
é que se colocou ali a ZPE? Quando já havia para
lá um traçado aceite unanimemente por todo o con-
celho e neste momento já teríamos IC1 e não
andaríamos aqui a discutir o seu traçado.--------
--- Sobre a GAMA e questionamentos sobre quanto
vai ganhar o seu delegado, só fazem sentido em
quem tenha uma ideia pequena sobre estas questões
da descentralização administrativa. Nenhum Presi-
dente de Câmara das que estão na GAMA, e há lá
vários do PS, suscitou questões de memoridade
como essas que foram aqui colocadas. Foi dito
aqui que há uma novidade, o Parque Municipal do
Antuã, mas que isso é pouco; não terão lido a
informação distribuída sobre o Parque Municipal
do Mato, revisão do PDM, novos parques de
estacionamento, a rotunda em Veiros na EN 109-5,
a animação cultural, o Eco-Parque Empresarial , a
Rotunda do Hospital, que não avançou em 8 anos
mas que agora vai ser feita em 8 meses.----------
--- Foi de seguida proposto pelo Presidente da
AM que os pontos 4 e 7 da ordem de trabalhos,
respectivamente “Autorização para Participação do
Mmunicípio na Sociedade Parquesta-Gestão de
Parques Empresariais, S.A.” e aprovação do “Plano
de Pormenor do Parque Empresarial da Quimipar-
que”, fossem discutidos em conjunto pela sua in-
terligação.-------------------------------------
--- Efectuado um intervalo de 10 minutos para
organização dos Grupos Parlamentares para a
discussão sobre estes 2 pontos.------------------
--- Reiniciados os trabalhos, com a concessão do
período de intervenção para o público, tendo
intervido, o municípe Fernando António Lopes
Saramago:- Uma pergunta que quero colocar: Qual
será o papel dos trabalhadores da Quimiparque no
meio desta situação de integração da Quimiparque
na Parquesta? Uma mera medida legislativa poderá
afectar nos seus direitos trabalhadores com
mínimo de 30 e máximo de 42 anos de serviço na
Quimigal/Quimiparque. E como exemplo ilustrativo
do que poderá acontecer, veja-se o que se passa
no concelho de Ovar com a Universal Motors, que
foi uma cedência da antiga EFACEC à um e veja-se
agora o que se passa com os trabalhadores. Neste
momento existe já um facto, que é o dos
trabalhadores da Quimiparque terem um contrato
de cessão e não sabem como é que irão ficar após
esta integração.---------------------------------
--- Presidente da AM: Não é um contrato de
cessão nem de cessação, mas sim cisão, e mais
tarde explicarei do que se trata.---------------
--- Iniciada a discussão dos pontos 4 e 7, com
as intervenções de:-----------------------------
--- Presidente da CME, José Eduardo de Matos:- A
situação física do Parque Eco-Empresarial aponta
para que em Março do próximo ano os primeiros 30
hectares e as primeiras 27 empresas comecem a ter
condições para aí se instalarem. Para esta
realidade importa criar modelos de gestão. A
relação de gestão entre o sector público e o
privado é cada vez mais uma situação recorrente,
não devendo meter medo a ninguém desde que sejam
tomadas as devidas cautelas, havendo no País
diversos e diferenciados exemplos e modelos de
parcerias Público/Privadas. A nossa solução
procura integrar a questão da Quimiparque. Por
outro lado, no nosso objectivo de termos em
Estarreja uma Área de Localização Empresarial
(ALE), manda a lei que tem que haver uma empresa
com experiência como accionista maioritária,o que
é diferente de ter a maioria do capital. O artigo
20º da lei, número 2 diz o seguinte: “A Sociedade
gestora deve ter como accionista maioritário uma
entidade que comprovadamente tenha experiência no
domínio da concepção, instalação e promoção de
parques empresariais e que tenha essa como única
ou principal actividade”.------------------------
--- As vantagens da ALE são licenciamento mais
ágil, financiamento de empresas, atracção do
investimento e fixação de novas empresas. Por
outro lado as parcerias Público/Privadas, levadas
mais num campo que tem a ver com o tecido
empresarial e o saber científico, quer através da
Universidade de Aveiro, quer através da Associa-
ção Portuguesa de Investimentos, quer através da
SEMA e da AIDA, são em nosso entender um passo em
frente e de enriquecimento para o projecto. Por
outro lado o Pacto Parassocial protege devida-
mente a autarquia, o qual foi estabelecido após
uma discussão franca e aberta com os nossos
parceiros. Após uma longa caminhada com os nossos
parceiros, conseguimos chegar a um modelo de
gestão que considero profundamente equilibrado e
salvaguardando aquilo que são os interesses do
Município. O nosso modelo passa pois pelo
objectivo de pretendermos ser uma ALE e pela
importância vital que damos a estas parcerias que
constituímos, parcerias essas que dignificam o
nosso município. Rejeitamos modelos de gestão do
passado e acreditamos neste modelo de uma maioria
dinâmica de vocação empresarial, sendo neste
momento e nesta época o modelo mais ajustado. Com
esta nova alavanca começamos hoje a dar um passo
de gigante rumo ao nosso futuro económico.-------
--- Carlos Tavares (em representação do GMPSD-
CDS/PP): - Estamos em presença de um resultado
notável para o Concelho de Estarreja, no que
respeita a este longo e difícil processo do
modelo de gestão do futuro Parque Eco-Empre-
sarial.------------------------------------------
--- O Concelho de Estarreja tem porventura
condições ímpares para ser uma Área de Loca-
lização Empresarial, tendo um Parque Empresarial
com acesso directo ao caminho de ferro, ao nó da
A1, com 2 portos de mar, Aveiro e Matosinhos,
muito próximos e ainda um aeroporto a cerca de
60km. Por muito que se procure dificilmente se
encontrará no Norte do país um conjunto de condi-
ções equivalentes.-------------------------------
--- Estarreja tem uma vocação industrial e deve
assumi-la com frontalidade. Aquilo que hoje a
Câmara nos está a propôr é exactamente aquilo que
há dois anos atrás, em Junho de 2002, defendi
como modelo de desenvolvimento para Estarreja. E
permitam-me que o diga, é com orgulho pessoal
que o faço, que como Ministro de Economia pude
determinar uma operação fundamental para Estar-
reja, que foi a cisão da antiga Quimiparque em
duas empresas, uma das quais corresponderá à área
de Estarreja e que passa para o domínio da API.--
--- E é bom que se perceba qual o modelo que
está em causa: o que vamos ter é uma ALE com 2
pólos: o da Quimiparque e o do Parque-Eco
Empresarial, sendo que a Câmara é proprietária do
seu parque e a API parques é proprietária da
antiga Quimiparque. Manter-se-à a divisão da
propriedade mas existirá uma gestão comum através
da sociedade gestora Parquesta S.A. Só por um
desconhecimento legitimo deste novo conceito, é
que se poderá questionar este modelo de gestão.
Adicionalmente, o órgão que tem a responsabi-
lidade de promover investimento internacional
para o país, elegeu duas áreas: Sines a Sul e
Estarreja a Norte.-------------------------------
--- A API Parques terá a maioria de 51% na
gestão desta parceria, e ainda bem que assim é,
pois não é vocação das Câmaras Municipais a
gestão de parques industriais. Para além do
requisito legal para poder ser ALE, esta vocação
deve ser de uma entidade com essa vocação. Trata-
-se dum acordo muito equilibrado e bem concebido.
--- Por outro lado este acordo vem permitir a
gestão dos espaços da Quimiparque, sem que tal
seja feito num clima concorrencial com os novos
terrenos, que seria o que viria a acontecer se
ambos os espaços não estivessem sob a mesma
orientação de gestão. O que queremos é empresas
em Estarreja, independentemente de estarem do
lado de cá ou de lá da linha férrea e esta é a
melhor forma de trazer empresas para Estarreja e
de dar o salto de que Estarreja precisa. Um
ultimo apelo à Câmara para que não descanse um
momento sobre este excelente resultado obtido e
continue na procura do desenvolvimento económico
destes espaços empresariais.---------------------
--- Drummond Esmeraldo (GMPS) :- Lembro que este
parque estava referido no Plano Estratégico
elaborado pela Universidade de Aveiro, em que
referia os conceitos da ecologia industrial, da
eco-economia ou da eco-industria, como se lhe
queria chamar. No mundo moderno a Ecologia não é
uma retórica. Quando se lê estes documentos
parece que a Ecologia foi lá posta em cima do
bolo para fazer passar alguma ideia que não está
contida na sua actuação.-------------------------
--- Mas nesse Plano Estratégico também se falava
de Centralidades e Acessibilidades, que era a
ligação à auto-estrada, ao IC-1, a um terminal
ferroviário e ao Porto de Aveiro, que não
existem, assim como não existe o próprio Parque.
E não existe apoio financeiro para a sua
construção. Resumindo e concluindo, estamos no
campo das virtualidades. Quanto à gestão do
Parque o que se propõe é a gestão de um
condomínio industrial. Já na Quimiparque o que
existe é gestão de inquilinos, que pagam renda ao
metro quadrado o que gera meios financeiros. E
para além disso é preciso ser competitivo e como
exemplo ainda hoje vinha nos Jornais que no
Parque Industrial de Monção os terrenos eram
vendidos a 12.50 €/m ². E eu pergunto como é que
vamos atrair empresários, se começamos com
esquisitices de ecologia e regulamentos que os
vão assustar. Se aqui à volta há situações bem
mais simples e baratas?--------------------------
--- São estas as perguntas que eu deixo sobre
este Eco-Parque Empresarial de Estarreja.--------
--- Vladimiro Silva (Vereador da CME e no uso da
palavra a pedido e por concessão do plenário para
esse efeito):------------------------------------
--- Esta minha intervenção tem características
meramente pessoais e não partidárias. Quero
referir 2 questões que considero básicas e
preocupantes:- Quando cheguei a Câmara herdei uma
situação em que se considerava que Estarreja
teria futuro na base do desenvolvimento agrícola,
e aceitando o progressivo desmembramento do
parque industrial, do qual resultou mais de 1.500
postos de trabalho perdidos. Logo de seguida duas
empresas que pretendiam instalar-se em Estarreja
foram impedidas de o fazer porque quem tinha
apenas área industrial utilizável era a Quimi-
parque ou a então Quimigal. Essas empresas
queriam comprar terrenos e não havia quem
vendesse.----------------------------------------
--- A própria Prozinco teve igualmente grandes
dificuldades na sua manutenção no concelho,
porque não tinha terrenos para expandir. A
Quimigal não vendia terrenos. Pus a questão ao
então Ministro da Industria, Mira Amaral que foi
bastante receptivo. E foi então feita uma dádiva
à Câmara de 62 hectares de terreno.--------------
--- A partir daí a Câmara avançou com a compra
de outros terrenos, com um projecto que chegou
até hoje. Foi neste pressuposto de ter terrenos
disponíveis para a instalação de industrias e não
de entrar em conflitos com a Quimigal, que todo
este trajecto foi seguido.-----------------------
--- Temos agora o Parque Industrial da Câmara e
que vai continuar da Câmara: não tenho quaisquer
dúvidas sobre isso.------------------------------
--- Sobre a questão da ALE, já no passado foi
pelo Estado demonstrado interesse em constituir
uma ALE aqui em Estarreja e nessa altura
salvaguardei, dizendo:- muito bem, mas que fique
claro que não vamos ficar dependentes de ninguém
para dar autorização sobre quem pode instalar-se
aqui, excepto da nossa decisão face ao tipo de
empresa e seus impactos. Estamos agora numa
situação em que a Câmara faz parte de uma unidade
de gestão para dirigir o Parque e a Quimiparque,
mas atenção, que essa gestão partilhada não nos
retire a autonomia de decisão, que isso a
acontecer será uma situação extremamente delica-
da, extremamente perigosa e que é preciso
acautelar.---------------------------------------
--- Vladimiro Jorge Silva (Independente pelo
GMPS):- Um pequeno pormenor sobre a intervenção
do Sr. Presidente da C.M.E, que tanto elogiou as
parcerias públicas/privadas, mas o que está hoje
em causa é essencialmente uma parceria públi-
co/público pois o privado apenas representa 8%.—
--- A discussão em torno do modelo de gestão do
futuro Parque Industrial de Estarreja atingiu um
ponto crítico. Penso que neste momento não vale a
pena perder muito tempo a discutir a forma como
se chegou a esta fase, independentemente de se
concordar ou não com o modo como o processo foi
gerido. No entanto, há um aspecto que importa
salientar e criticar: a Assembleia Municipal de
Estarreja, no início deste mandato, fez uma
reunião extraordinária para debater ideias
relativas à construção e gestão do futuro parque.
Esse debate foi feito porque esta era considerada
uma questão essencial ao desenvolvimento de
Estarreja, e o próprio executivo camarário, na
altura, considerou que a troca de ideias havia
sido proveitosa e construtiva, um comentário com
que certamente todos estaremos de acordo. Mal
sabíamos nós que essa era a última vez que a
Assembleia Municipal iria ser chamada a opinar
sobre esta questão. Mal imaginávamos nós que a
referida reunião tinha sido a excepção que
confirmaria a regra depois verificada de profundo
secretismo em toda esta matéria, até que há
poucos dias o executivo camarário confirmasse
aquilo que há muito se temia, mas que até agora
nunca havia sido assumido: a CME prepara-se para
abdicar do seu parque eco-empresarial a favor da
API, numa decisão unilateral, ultra-reservada e
definitiva, em relação à qual não parece existir
qualquer hipótese de recurso.--------------------
--- Mas vamos a factos:-------------------------
--- A CME propõe-se constituir uma sociedade
gestora para o parque eco-empresarial em que
abdica de 59% da sua propriedade a favor de
outras instituições, das quais se destaca a API,
que será a feliz proprietária de 51% do ainda
nosso parque eco-empresarial. A pergunta que
imediatamente surge é óbvia: porquê? Vamos
analisar os argumentos até agora conhecidos:-----
--- 1. A CME considera-se incompetente para
gerir o parque.----------------------------------
--- Em relação a este argumento, pouco haverá a
dizer: se uma pessoa se considera incapaz de
desempenhar uma tarefa, não serão os outros que a
poderão obrigar a executá-la. Isto seria muito
lógico e aceitável se não estivéssemos a falar de
uma Câmara Municipal, gerida por pessoas eleitas
pelo povo precisamente com essa finalidade. Ou
seja, este argumento não vale: se a CME é
incompetente para desempenhar as suas funções,
então a solução legítima do ponto de vista
democrático não seria oferecer o património
municipal a outra entidade teoricamente mais
competente, mas sim submeter o caso ao desígnio
popular, ou através de novas eleições, ou de um
referendo municipal. Como não me parece que o
actual executivo esteja a pensar na demissão e o
tempo de preparação de um referendo faria com que
este quase que coincidisse com as próximas
eleições autárquicas, é óbvio que as coisas
ficarão na mesma. No entanto, o argumento da
auto-proclamada incompetência camarária não serve
para justificar esta decisão.--------------------
--- Poderia servir para uma qualquer forma de
subcontratação de um serviço, mas nunca para uma
abdicação de património municipal!---------------
--- 2. A CME considera que a APIPARQUES possui a
competência e experiência necessárias para gerir
o futuro Eco-Parque.-----------------------------
--- Neste ponto as coisas passam a ficar mais
turvas: por um lado, não se percebe onde é que a
APIPARQUES, uma empresa constituída recentemente,
reúne uma experiência tão vasta que justifique
esta tão grande prova de confiança. No entanto,
vamos admitir que o facto da APIPARQUES ser a
herdeira do extinto IPE nesta área é suficiente
para sustentar esta afirmação. E vamos também
admitir que a APIPARQUES possui o knowhow neces-
sário para implementar o primeiro eco-parque
Português. Mesmo perante este cenário, há várias
e legítimas questões que se devem colocar:-------
--- A APIPARQUES é a única empresa Portuguesa
com conhecimentos nesta área?--------------------
--- As funções de gestão de um Parque eco-
empresarial são indissociáveis da propriedade do
mesmo?-------------------------------------------
--- Não seria mais transparente abrir-se um
concurso público para decidir, mediante critérios
claros e objectivos, qual a empresa mais qualifi-
cada para ajudar a CME a viver com a sua auto-
proclamada incompetência?------------------------
--- A APIPARQUES é uma empresa que pertence ao
sector empresarial do Estado, que é precisamente
o facto que deixa os Estarrejenses mais preocu-
pados. Será que a CME, que em alguns cartazes
gosta de propagandear ao mundo os 50 anos de
resíduos químicos que poluem as nossas águas e
terrenos, não se recorda que esse facto em muito
se deve à actuação irresponsável de várias
empresas públicas? Será que a CME não se recorda
que a Quimiparque e a sua gestão conservadora e
castradora sempre foi um dos principais problemas
do desenvolvimento industrial do nosso concelho?
Por outras palavras, em Estarreja o sector
empresarial do Estado sempre foi parte do pró-
blema e nunca parte da solução para o nosso
desenvolvimento. É uma medida muito temerária
voltar a confiar no estado depois de tudo o que
já sofremos em Estarreja. Por tudo o que já nos
fez, o estado Português não merece a oferta que a
CME lhe está neste momento a dar.----------------
--- Outro dos problemas das empresas públicas é
a instabilidade da sua propriedade. Veja-se o
caso concreto da Quimiparque, que pertencia ao
IPE. Quando o IPE foi desmembrado e algumas das
suas empresas se encaminham para a privatização,
ninguém sabia muito bem o que iria acontecer à
Quimiparque, que pelos vistos foi entregue à API.
Ou seja, estamos a falar de empresas que tanto
são privatizadas como transferidas dentro da
esfera pública com uma enorme leveza, sem que
para isso o estado precise de dar satisfação a
quem quer que seja. É nesta instabilidade que
queremos alicerçar o nosso desenvolvimento
económico? E se a APIPARQUES um dia for
privatizada? Ficará o nosso concelho nas mãos de
uma qualquer família Mello, Champallimaud ou Bin
Laden? Não seria mais prudente manter a CME
proprietária de pelo menos 51% da sociedade
gestora? Para quê correr este risco?-------------
--- 3. A CME diz que a cedência de 51% do parque
à APIPARQUES é uma condição legalmente exigida
para que se possa criar uma ALE em Estarreja.----
--- Ora aqui está outro argumento com o qual eu
não concordo. Em primeiro lugar, porque o
conjunto de benefícios que as ALE têm para
oferecer não pode, de modo algum, ser algo de
exclusivo para um grupo de empresas ou cidadãos.
O estado não tem legitimidade para tratar
diferentes empresas e pessoas de forma diversa,
apenas porque a uns saiu a lotaria geográfica de
calharem numa ALE e a outros a desgraça de serem
proprietários de uma empresa que já existia antes
das ALE, ou então que está localizada fora de uma
das novas áreas abençoadas. Este tipo de
discriminação é insustentável e fere gravemente
os princípios da livre concorrência e igualmente
de oportunidades entre as empresas. É absoluta-
mente perverso que o estado exija ser proprietá-
rio do nosso Parque Industrial para que as
empresas que nele se instalem não sejam
submetidas a um qualquer massacre burocrático. Em
troca da sua adesão às ALE o Estado oferece a
essas empresas bens intangíveis que só dependem
de si (p. ex. menos burocracias) e sobretudo algo
de bastante tangível, que é a isenção de impostos
municipais. Ou seja, os próprios benefícios que
essas empresas recebem são pagos não a partir do
orçamento do estado, mas do orçamento das
autarquias! Por tudo isto, e porque as outras
empresas que já existem em Estarreja não merecem
ser postas perante a concorrência desleal de
eventuais habitantes de um microparaíso fiscal
municipal, o argumento de que se tem que oferecer
51% do Parque Industrial à Parquesta para se
poder fazer parte de uma ALE é, também ele,
extremamente frágil até porque os benefícios que
as ALE têm para oferecer serão inevitavelmente
generalizados a todas empresas, bastando para
isso apenas a vontade política para o fazer!-----
--- 4. A CME diz que este modelo de parcerias
está de acordo com o que é definido no Plano
Estratégico para o desenvolvimento sustentado do
concelho de Estarreja.---------------------------
--- A primeira coisa que apetece dizer quando se
lê este argumento é, naturalmente, “Quem é vivo
sempre aparece”! O executivo camarário, que neste
mandato sempre ignorou o Plano Estratégico,
lembra-se agora deste quando precisa de encontrar
motivos que justifiquem esta decisão. Este
regresso ao Plano Estratégico é obviamente um bom
princípio. No entanto, o grande problema desta
decisão não é a existência de uma parceria, nem
sequer o facto de se deixar que a gestão
operacional do eco-parque seja feita por uma
entidade que não a CME. O grande problema que
esta proposta encerra é o facto da CME deixar de
ser proprietária da sociedade gestora do parque.
E por muito que a CME nas suas informações à
imprensa e aos deputados municipais tente
apresentar a propriedade da sociedade gestora
como algo indissociável da gestão do parque, a
verdade é que seria perfeitamente possível e
prático manter a propriedade da CME e ceder a
gestão à API, SEMA ou AIDA, caso se entendesse
serem estas as instituições mais capazes para o
efeito.------------------------------------------
--- 5. A CME diz que escolhe esta opção porque
não é conservadora.------------------------------
--- Esta tentativa de fundamentação ideológica
desta opção de gestão é provavelmente a mais
insólita de todas, especialmente porque vem duma
coligação constituída pelo PSD e pelo PP. Então o
PSD não é o partido que passa a vida a arrasar a
incapacidade de gestão das empresas públicas e
que com base na incompetência de gestão do estado
propõe-se sistematicamente a privatizar tudo e
mais alguma coisa? Então os partidos que se
assumem como lutadores pela liberalização dos
mercados e das empresas são agora os mesmos que
se propõem nacionalizar o Parque Eco-Empresarial
de Estarreja?------------------------------------
--- Que falta de coerência é esta, em que
partidos que em certos discursos parecem capazes
de privatizar até a sua própria sombra surgem
agora como fundamentalistas da propriedade
estatal? Mas de facto o Dr. José Eduardo tem
razão. Esta proposta de facto não é conservadora
por dois motivos: porque a Câmara não conserva a
propriedade do seu parque e porque não há um
único partido conservador que se reveja nesta
serôdia tentativa de nacionalização do nosso
parque. É que, caso o executivo camarário ainda
não o tenha percebido, nós já não estamos em
1975! É completamente absurdo que a nossa Câmara
Municipal esteja agora a escrever esta tardia
versão estarrejense do Manifesto do Partido
Comunista! O PCP que se cuide... com um PSD
destes, quem precisa de comunistas?--------------
--- Ou seja, não há nenhum motivo sólido para
entregar 51% da sociedade gestora do nosso parque
eco-empresarial à API, nem a outra empresa
qualquer. Todos os argumentos apresentados pela
CME são extremamente frágeis e facilmente
rebatíveis. Esta é uma opção que se baseia única
e exclusivamente nas convicções pessoais dos
elementos do actual executivo camarário. Tudo o
resto são pretextos. E o facto da CME poder
bloquear qualquer decisão da Parquesta, embora
seja melhor que nada, continua a ser muito pouco:
é que com este modelo de gestão, a API também
pode bloquear qualquer decisão da CME. Por outro
lado, se o problema era a capacidade de uma das
partes poder bloquear a outra apenas com 25% dos
votos, para quê dar os 51% à API?----------------
--- Existe maior garantia para os estarrejenses
que a sua própria Câmara Municipal eleita
democraticamente para mandatos pré-definidos?
Apetece perguntar: de que é que a API tem medo,
já que a CME, ao tomar esta opção, parece ter
medo de si própria!-----------------------------
--- Em relação ao negócio para o qual o
executivo camarário vem hoje pedir autorização a
esta Assembleia, há várias questões que importa
esclarecer:--------------------------------------
--- Pelo que se pode perceber da análise da
documentação recebida, a Parquesta será uma
sociedade anónima cujo capital social inicialmen-
te subscrito e realizado será de 50.0000€,
prevendo-se o seu aumento até 500.000€. O acordo
parassocial que a CME se propõe assinar, para
além de constituir um elencar apenas das
obrigações da CME e de referir muito pouco sobre
os contributos e comprometimentos dos outros
sócios, como se a CME fosse a maior fonte
potencial de problemas para o futuro parque,
refere que a CME poderá realizar a sua parte do
capital social em espécie, a um preço por m ²
correspondente ao preço de custo a que adquiriu
os terrenos do parque. Ora, esta cláusula é
absolutamente inaceitável, por vários motivos:---
--- Porque parte dos terrenos foi cedida
gratuitamente à CME, que desse modo não pagou
nada por eles;-----------------------------------
--- Porque alguns dos terrenos foram adquiridos
há alguns anos e o seu preço de custo está
completamente desajustado da realidade;----------
--- Porque existiram custos directos relaciona-
dos com os processos de aquisição dos terrenos;--
--- Porque o valor de mercado dos terrenos após
a sua integração no parque eco-empresarial é
bastante superior ao que cada um deles teria se
fosse considerado isoladamente.------------------
--- Ou seja, se esta cláusula não for alterada,
a CME chegará à insólita situação de estar a
pagar para poder oferecer o nosso parque
industrial à API! É insólito, sem dúvida. Se o
executivo camarário levar por diante as suas
intenções, pelo menos que seja a CME a fixar os
preços dos terrenos que está a ceder à API, para
que esta instituição invista na Parquesta um
valor minimamente correspondente à riqueza que o
município de Estarreja lhe está a ceder!---------
--- Por uma questão de transparência mínima
neste processo, é absolutamente indispensável que
a CME forneça a esta Assembleia uma lista de
todos os terrenos que constituem o futuro Parque
Eco-empresarial, bem como das condições em que
estes foram adquiridos e do valor que lhes foi
atribuído ao “entrarem” para a Parquesta.--------
--- Por outro lado, esta cláusula do acordo
parassocial está em contradição directa com tudo
o que a CME tem anunciado publicamente nos
últimos tempos: afinal os terrenos não se
manterão propriedade da CME, mas serão entregues
à Parquesta como pagamento em espécie da quota da
CME nesta sociedade! Ou seja, ou o acordo
parassocial está mal redigido, ou o executivo
camarário andou a passar informações falsas aos
estarrejenses nas últimas semanas!!!-------------
--- Ainda em relação ao acordo parassocial
proposto, não é lógico que o mesmo executivo
camarário que tantas vezes se congratulou pelo
facto da Quimiparque agora estar sob a orientação
da API se proponha agora ceder antecipadamente e
no escuro autorização para que uma das partes
ceda a sua quota na Parquesta a qualquer outra
entidade, desde que esta seja pública! Como
tantas vezes aqui se disse, nem tudo o que é
público nos interessa... Qual é a necessidade de
existir esta cláusula?---------------------------
--- Para além disso, este acordo parassocial é
de facto uma grande conquista da API, pois prevê
que, no caso de outro dos sócios quererem ceder
as suas participações na Parquesta, o direito de
opção sobre as acções será exercido por rateio na
proporção do número de acções detido por cada
interessado, o que equivale a dizer que se a SEMA
ou a AIDA um dia decidirem abandonar a Parquesta,
as suas acções irão preferencialmente para a API
e não para a CME!!!------------------------------
--- Ou seja, mesmo que este modelo de gestão
fosse aceitável, não seria admissível que se
utilizasse este leonino acordo parassocial como
base, sob pena da CME ficar gravemente
prejudicada nos seus legítimos interesses. Por
outras palavras, as críticas que agora fiz ao
acordo parassocial não estão relacionadas com a
opção política em que este assenta, mas apenas
com as suas lamentáveis especificidades próprias!
--- Na discussão desta proposta, é também
importante que não nos esqueçamos de que estamos
a falar do projecto de um eco-parque, que é muito
mais que a simples soma aritmética de um conjunto
de empresas não poluentes e com adequado controlo
ambiental. Na documentação fornecida aos
deputados municipais, muito pouco se diz em
relação às características que tornarão o nosso
parque eco-empresarial num verdadeiro eco-parque,
com tudo o que isso implica. Será que a CME ou a
API sabem verdadeiramente de que estão a falar?--
--- Para concluir, recordo as palavras proferi-
das por um conhecido Bispo Português, que quando
lhe pediram para falar de Pedro Santana Lopes,
respondeu simplesmente que acreditava que “não há
rapazes maus”. Eu partilho desta opinião e estou
sinceramente convencido que a intenção da CME
neste processo é genuína e visa apenas o
desenvolvimento do nosso concelho. No entanto,
por todos os motivos que aqui já referi, penso
que a CME não ponderou devidamente todas as
implicações deste caso.--------------------------
--- Paulo Vigário (GMPSD-CDS/PP) :- Estou abisma-
do com a extensão e profundidade da intervenção
anterior, parecendo-me um pouco desinserida da
realidade, pois existe informação nova para
rebater alguns dos argumentos que exibiu. Este
assunto é de facto polémico por ser demasiado
sério e importante para o desenvolvimento do
concelho. Em minha opinião temos aqui duas
concepções para este projecto: a concepção, que
não é concepção de todo o PS, mas apenas de parte
dele, como foi visível na votação da Câmara, e
esta concepção ser de um parquezinho sob o total
domínio da Câmara e há outra, que o PSD e o
CDS/PP defendem, que é a de um Parque Eco-
Empresarial cujo objectivo final é o de cativar e
atrair empresas. A raiz de toda a discussão
resume-se á resposta a uma pergunta crucial. O
GMPS está ou não de acordo em que a constituição
de uma ALE é uma oportunidade de ouro para o
concelho ou se não está de acordo e acha esta
questão é irrelevante . O GMPSD-CDS/PP considera
que esta é uma oportunidade de ouro, para nos
tempos que correm atraírem investimento produtivo
para o nosso Concelho e para tal é necessário
criar as condições formais para isso. Para isso e
para que seja criada uma ALE é preciso uma
sociedade gestora e que tenha a maioria do
capital, que não da propriedade: isso não foi
inventado aqui, pela Câmara, mão são imperativos
legais. Assim sendo, congratulamo-nos com esta
negociação da CME e lhe damos a nossa aprovação.-
--- Neste ponto, foi aprovada por maioria a
autorização para os trabalhos da assembleia se
prolongam para depois da meia-noite.------------
--- José Alberto Figueiredo (Independente pelo
GMPS):- Entendo que este sistema de limitação de
tempo para discussão de assuntos tão importantes
não serve o tema. O ponto em discussão é muito
importante para o futuro de Estarreja e como tal
deve ser discutido até à exaustão. Quando aqui se
fala na constituição de uma nova empresa, a
PARQUESTA, e que á partida não tem qualquer
experiência em parques industriais e quando se
fala que a API-PARQUES vai estar com um pé no
Eco-Parque e outro na Quimiparque, isso pode ter
efeitos preversos. A API-Parques tem muito mais
hipóteses de rentabilização na gestão da
Quimiparque, onde tudo é pago e não apenas os
benefícios de gestão de condóminos, como no Eco-
Parque. Penso também que ainda não estamos a
discutir a proposta de estatutos, mas só a
generalidade. Sobre estes algumas dúvidas: Como é
escolhido o Presidente do Conselho de administra-
ção: por eleições ou por nomeação? É também dito
que a política de preços é definida em anexo, mas
desafio qualquer um, depois de ler isto, a dizer
como é feita a política de preços. Por outro lado
o regulamento da venda de terrenos, não tem nada
a ver com os preços; gostava de ser esclarecido.
O único momento em que esta Assembleia poderá
intervir é agora: depois fica tudo na mão da
Parquesta.---------------------------------------
--- Vítor Ramos (GMPSD-CDS/PP) :- Em 15 anos como
deputado municipal este é um dos momentos em que
provavelmente se está a fazer história com esta
construção de modelo de gestão, integrando duas
realidades; a da realidade pública que é a Câmara
e a da nacionalizada, Quimigal, que no passado
nunca se souberam entender. Até ao presente, como
na questão dos terrenos do ERASE, nunca houve
como agora a possibilidade de integração e
sinergias. Desta forma e com este modelo, as duas
entidades terão de se concertar, com um mesmo
desígnio. Este será também um passo para o
licenciamento de empresas na Quimiparque. Esta
parceria trarà benefícios para o futuro
projectado do concelho, mais esclarecidoe
esclarecedor. A questão da PARQUESTA apresenta
uma circunstância única e suprema, com as
vantagens que lhe possam vir de uma ALE e de um
parque devidamente infra-estruturado.------------
--- José Artur Pinho (Presidente Junta de
Freguesia de Avanca) :- Como não consegui
licenciar-me em Presidente da Junta de Freguesia
de Avanca para falar sobre todas as questões falo
com a formação que tenho. No geral entendo que
uma gestão participada é bom. O importante não é
se as empresas se instalam do lado da Quimiparque
ou do Eco-Parque, mas sim a criação dos postos de
trabalho e da fixação de empresas. Se for verdade
que há tantas empresas a querer vir para
Estarreja, a ALE vai acabar por não ter lotes
para todos, tendo a ALE que se limitar a gerir as
infra-estruturas e pouco mais. E esses custos de
condomínio também veio a assustar as pessoas. Por
outro lado diz-se que a Câmara poderá entrar com
terrenos com o seu valor e a preço de custo; mas
qual é esse preço de custo? Esse valor tem de ser
definido e dito às pessoas qual é. É também bom
que se diga que não é a constituição da PARQUESTA
que vai permitir o licenciamento das empresas: o
que o irá permitir é a aprovação do seu Plano de
Pormenor, o qual irá dar permissão, que através
da ALE que ainda terá de ser constituída, possa
ter a ALE a licenciar. Nós neste momento ainda
não estamos também a aprovar os preços dos
terrenos, mas apenas a aprovar ou não a entrada
na PARQUESTA. Há aqui muito discurso político e
poucas realidades, que deixam sempre muitas
dúvidas sobre os aspectos concretos de preços de
terrenos e outros. Quem gere é secundário,
precisamos é de empresas e postos de trabalho.---
--- Rui Mota (GMPSD-CDS/PP) :- Andava surpreen-
dido com o grau de preparação que as pessoas
estavam a trazer para as assembleias municipais,
que não sendo elevado era bem melhor do que
aquele que hoje estão a evidenciar aqui. Hoje
estão a ser exibidos argumentos, que se não são
de ignorância, serão então de tentar bloquear e
não participar no futuro de Estarreja. As dúvidas
que estão a mstrar todos nós as tivemos, só que
nos preparamos e já as esclarecemos. O que é que
está mal no modelo proposto? Procurar ser uma
ALE? Há um limite para brincar com coisas sérias.
Hoje inicia-se um novo ciclo para o desenvol-
vimento empresarial em Estarreja, e não consigo
perceber as vossas reservas e objecções.---------
--- Pedro Vaz (GMPS) : Esta concepção da consti-
tuição do PARQUESTA é de facto uma concepção
diferente daquilo que deve ser a gestão do nosso
Parque Industrial.-------------------------------
--- Sabemos de antemão que existe uma maioria e
que vai colocar em prática aquilo que entender,
no entanto temos o direito de discordar e de
dizer aqui desse nosso desacordo para que as
pessoas do concelho o saibam. É este o princípio
da nossa democracia. O que nós vemos é que a
C.M.E. está a construir um Parque e a gastar
dinheiro em infra-estruturas e depois vai conces-
sionar a gestão desse investimento a outra
entidade, entidade essa que tem como sócio
maioritário uma agência do Governo. E nós sabemos
como funcionam as empresas, as agências e os
organismos tutelados pelo Governo e que nem
sempre são as pessoas que mais competência tem
para isso, sendo na maioria das vezes nomeadas
politicamente por interesses político partida-
rios.--------------------------------------------
--- Gostaria de saber também como será feita
depois a distribuição dos dividendos dessa
empresa gestora, atendendo a que na Assembleia
Geral teremos uma entidade, que não é a CME e que
é detentora de 51% do capital. Eu prefiro que o
dinheiro fique em Estarreja e que não vá para a
API-Parques o ir distribuir em Sines ou noutros
locais do País.----------------------------------
--- Existe uma diferença grande entre aqueles
que acreditam que em Estarreja temos competência
para gerir um Parque Industrial, mesmo que não
seja a Câmara a fazê-lo directamente, e os outros
que não acreditam que tenhamos essa competência.
E quero chamar a atenção para uma
responsabilidade, na qualidade de membro mais
novo desta Assembleia Municipal e infelizmente,
vou ser eu, no futuro com as pessoas da minha
idade, que vou ter que estar a reparar os erros
lamentáveis que se estão a fazer hoje aqui.------
--- Carlos Tavares (GMPSD-CDS/PP) :- Quero come-
çar por pedir desculpa ao deputado Vladimiro
Jorge pelas interrupções que efectuei durante a
sua intervenção, mas fi-lo por acreditar que
muito do que estava na altura a declarar se
baseava num profundo desconhecimento do assunto
em discussão, não o tendo estudado devidamente.
Não leu que a Câmara, embora sendo minoritária
indica o Presidente do Conselho de Administração
e escolhe em conjunto o Administrador delegado da
Sociedade. Se há alguma surpresa é a de que a
entidade maioritária aceitasse esta fórmula de
governação, e de que permitisse à Câmara partici-
par numa parte do parque onde já há empresas em
laboração. Se alguém aqui está a dar alguma
coisa, esse alguém é a entidade maioritária. Este
não deve ser um assunto de luta política.--------
--- O Dr. Vladimiro Silva evocou o passado e
sobre esse mesmo passado gostaria de lhe lembrar
que o grupo do PSD e eu próprio não aproveitamos
politicamente assuntos para fazer oposição, como
foi o caso da instalação da incineradora em
Estarreja. Podíamos ter feito oposição e ser
oposição nessa altura só para cativar simpatias,
mas não o fizemos porque achávamos que estávamos
a defender os interesses de Estarreja e com isso
suportamos um enorme ónus político. Custa-me
portanto ver alguns deputados municipais a
utilizar esta questão do Eco-Parque como arma de
arremesso político e pré-eleitoral. O Essencial
da questão não é ter um Parque Industrial, mas
sim ter empresas em Estarreja e para isso não há
melhor parceiro do que a API. O Dr. Vladimiro
deve lembrar-se de um acordo que foi tentado no
seu tempo entre o Banco Nacional Ultramarino, a
Quimiparque e a C.M.E., precisamente para estes
princípios da gestão conjunta da área empresarial
e que só não se concretizou porque a Quimiparque
não o quis.--------------------------------------
--- Termino dizendo e repetindo de que era difí-
cil de pensar que se conseguiria atingir este
objectivo e este resultado negocial, trazendo
para Estarreja o centro de decisão que estava
anteriormente no Barreiro; é uma conquista sem
paralelo no passado.-----------------------------
--- Que Estarreja saiba ser de novo o Concelho
mais próspero do distrito de Aveiro por ter uma
indústria dinâmica; que saibamos todos contribuir
para isso.---------------------------------------
--- Teixeira da Silva (Vereador e em defesa da
honra) :- Quero clarificar uma situação e criticar
a forma como foi manipulado o meu voto na Câmara,
ao dizer que não discordei do projecto apresen-
tado pela Câmara. Se fosse essa a situação teria
votado a favor do mesmo, coisa que não aconteceu.
E não o aprovei, pois embora concorde com alguns
princípios que lá estão, falta muita coisa e
muitas condições. A minha votação foi de absten-
ção o que não pode ser apresentada como de
concordância.------------------------------------
--- José Eduardo de Matos (Presidente da CME) :-
Se não querem este modelo, digam qual querem e
como se concretiza na prática, pois gostava de
ter essa informação. Se não têm receio dos
privados, então têm dos públicos? Se são a favor
das parcerias, então porque é que tem medo desta
parceria? Colocando os factos no seu lugar:-Foi
aqui dito que antes havia a visão agrícola para o
concelho em desfavor da sua vocação industrial,
mas a informação da construção de um parque
industrial já remonta ao período da elabloração
do PDM de 1991, como se poderá consultar. Outro
facto a clarificar é que foi aqui dito que foram
dados pela Quimigal à CME 62 hectares de terreno:
e eu pergunto, onde? Provavelmente estaremos a
falar dos terrenos das lagoas de Veiros. Foi
também aqui dito que a API Parques pode
inviabilizar qualquer desiderato da Câmara; chamo
a este propósito a atenção para o Artº 4º do
Acordo Parassocial, que diz o seguinte: “Não
sendo cumpridos os objectivos fixados... O
Município de Estarreja reserva-se o direito de
adquirir as posições dos restantes accionistas,
pelo valor contabilístico das acções. E na
clausula 6.ª é dito o seguinte: “ Salvo o
disposto nos artigos n.º 1 da clausula anterior,
as 2.ª, 3ª e 4.ª outorgante constituem a favor da
1.º outorgante (a CME), que aceita direito de
preferência na transmissão das acções, de que
fossem tutelares...”.----------------------------
--- Foi aqui dito que a CME se diz incompetente;
não foi isso nunca dito. O que a CME diz e disse
é que há pessoas e entidades com mais competência
para gerir parques empresariais, o que é
completamente diferente de se dizer incompetente.
Tenho pois dificuldade em ver a repetição de
argumentos que nada têm a ver com a realidade.
Chego aqui a ver uma consonância cega, que eu
diria que parece o pai, o filho e o espírito
cêgo, em que não se querem ver estas soluções e
as suas vantagens.-------------------------------
--- Perguntou-se também: e se a APIParques for
privatizada? O Acordo Parassocial no art.º 5.º,
diz: “a 2.ª, 3.ª e 4.ª outorgante só poderão
alienar total ou parcialmente a sua participação,
desde que com o consentimento da 1.ª outorgante”.
Estas situações estão escritas, estão acauteladas
e daí a minha óbvia dificuldade em perceber tudo
o que dito e escrito ao longo dos tempos sobre
este modelo de gestão. Foi criticado que a CME
comparticipe com espécie, ou seja terrenos; tal é
uma possibilidade, sendo opção da Câmara entrar
com capital ou com terrenos. Sobre os preços dos
terrenos está tudo dito no Regulamento da Poli-
tica de Preços. Se toda esta discussão permitiu
fazer luz sobre alguns aspectos, terá sido uma
forma de no futuro nos agarrarmos a questões
essenciais e deixarmos outras que são meramente
acessórias.--------------------------------------
--- Vladimiro Jorge Silva (Independente pelo
GMPS e em defesa da honra) : - Sinto a minha honra
ofendida, porque primeiro me integraram num
conjunto de pai, filho e espírito cêgo, no qual
eu não me revejo; a minha intervenção foi da
minha única responsabilidade. Quanto ao artigo do
jornal ao qual foi associado, não o escrevi e até
não concordo com muito do que lá vem escrito ----
--- Agradeço a referência do Doutor Carlos
Tavares sobre a inoportunidade das interrupções
que fez durante a minha intervenção e aproveito
para esclarecer que quando a terminei o meu grupo
ainda dispunha de dez minutos do seu tempo de
bancada. Quanto à questão do referendo sobre esta
questão, aquilo que eu de facto disse foi que
numa situação destas em que a Câmara não se sente
capaz de assumir uma determinada função, poderia
eventualmente verificarem-se dois cenários, sendo
esse um deles.-----------------------------------
--- A ideia transversal da toda a minha inter-
venção e que foi aqui distorcida, era a questão
da justificação, que não foi aqui dada, da
propriedade da Sociedade Gestora do Parque Eco-
Empresarial, ter que obrigatoriamente ser indos-
sociável a gestão operacional do parque. Disse
que as ALE não não me pareciam a melhor solução e
que seria possível fazer a gestão por outra
entidade eventualmente mais capaz.--------------
--- Pássou-se de seguida á votação do ponto 4 da
ordem de trabalhos, “Autorização para participa-
ção do Município na sociedade Parquesta-Gestão de
Parques Empresariais de Estarreja S.A.”, a
constituir, aprovação dos respectivos estatutos e
do Acordo Parassocial, sob proposta da Câmara
Municipal, tendo sido aprovada por maioria com 18
votos a favor, 7 contra e uma abstenção.---------
--- De seguida foi votado o ponto 7, “Aprovação
do Plano de Pormenor do Parque Empresarial da
Quimiparque”,sob proposta da Câmara Municipal,
tendo sido aprovado por maioria com 17 votos a
favor, zero contra e 9 abstenções.---------------
--- Foi deliberado por maioria aprovar estas
Deliberações em minuta para efeitos de execução.-
--- Declaração de voto de Pedro Vaz (GMPS):-
Abstive-me na votação da proposta de discutirmos
os pontos 4 e 7 em conjunto, como se provou agora
em que não discutimos suficientemente o Plano de
Pormenor da Quimiparque e é nesse sentido que vai
a minha abstenção.-------------------------------
--- Foi manifestada pelo Deputado Drummond Esme-
raldo a intenção de apresentar posteriormente e
por escrito, uma declaração de voto.-------------
--- Face ao adiantado da hora foi decidido
terminar neste ponto os trabalhos da sessão e
agendar nova sessão para continuação dos
trabalhos para o próximo dia 8 de Outubro de
2004, e pelas 21:30 horas.-----------------------
--- O Presidente da AM em exercício, deu por
encerrados os trabalhos, era uma hora e quinze
minutos do dia 28 de Setembro.-------------------
--- Para constar e devidos efeitos, se lavrou a
presente acta que, depois de submetida a aprova-
ção da Assembleia, vai ser assinada pelos membros
Mesa.--------------------------------------------
_________________________________________________
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