Sexta-feira, 31 de Julho de 2015 Cada tempo, na nossa vida, conta de forma diferente

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Sexta-feira, 31 de Julho de 2015

Cada tempo, na nossa vida, conta de forma diferente.

Há semanas que duraram anos, como há anos que não valeram um só dia.

Há paixões que foram eternas, como há amigos que desapareceram cedo, apesar de a memória nos mostrar que eles para ali ficam eternamente!

Há amores nunca confessados que deixaram os olhares e os beijos sem qualquer desfecho.

Há trabalhos que fizémos ao longo de décadas,mas que a nossa memória insiste em que só duraram semanas.

Há casamentos que só duraram o tempo que demora a gente a ver os feriadosdo calendário.

Há tristezas que nos paralisaram durante meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos a lembrança de algumas da suas horas.

Há acontecimentos que nos marcaram, e que duram para sempre:

…o nascimento do filho, a morte da avó, a viagem inesquecível, o êxtase do sonho realizado. Enfim… Estes têm a duração da eternidade.

Já viajei para o mesmo sítio uma centena de vezes, e, na maioria das vezes, o tempo decorrido foi o mesmo.

Mas, de acordo com as minhas lembranças, houve viagens que não tiveram fim até hoje.

Este relógio bate numa outra frequência, que édiferente daquela com que bate o que trago no pulso.

Este relógio marca um tempo diferente, marca o tempo das emoções que perduram e que mostram o que foi o nosso verdadeiro tempo.

Por este relógio, a velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo que cada qual tem.

É tal e qual como a gente olhar as nossas rugas e não percebermos o que é a nossa velhice.

É pensarmos antes naquilo que não foi feito, em vez de nos alegrarmos com as lembrançasdo que se viveu.

Ah! Este relógio…

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