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SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE
INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS
DIRETORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS
GERÊNCIA DE CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS
DIRETORIA DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
GERÊNCIA DE MONITORAMENTO E GEOPROCESSAMENTO
PROPOSTA DE AMPLIAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL SERRA NOVA E DO
TALHADO
Elaboração e organização:
Fellipe Pinheiro Chagas
Karla de Souza Cabral
Maísa Araújo
Silvério Seabra da Rocha
BELO HORIZONTE, SETEMBRO DE 2008
Sumário:
1- Apresentação
2- Características Gerais
2.1- Flora
2.2- Fauna
2.3- Clima
2.4- Geologia e Geomorfologia
2.5- Pedologia
2.6- Sócioeconomia
2.7- Pinturas Rupestres
3- Situação fundiária, influência antrópica e pressões de impacto
4- Nome, categoria de manejo e justificativa para sua inclusão
5- Bibliografia
6- Anexos
Lista de gráficos, tabelas, mapas e pranchas:
Gráfico 1: área de ampliação (38.293,00 ha) por município
Gráfico 2: área do Parque Serra Nova e do Talhado (50.956,29 ha) por município
Gráfico 3: temperatura média mensal Rio Pardo de Minas
Gráfico 4: precipitação média mensal Rio Pardo de Minas
Gráfico 5: número de habitantes
Gráfico 6: arrecadação por município
Tabela 1: área, percentual e diferença no período de 2005 a 2007 de flora nativa em
Minas Gerais
Tabela 2: área, percentual e diferença no período de 2005 a 2007 de flora nativa por
município
Tabela 3: ocupação econômica por setor em cada município
Mapa 1: área de ampliação (38.293,00 ha) por município
Mapa 2: área do Parque Serra Nova e do Talhado (50.956,29 ha) por município
Mapa 3: bacias hidrográficas e principais rios
Mapa 4: modelo de elevação do terreno
Mapa 5: flora nativa e reflorestamentos
Mapa 6: síntese das áreas prioritárias para conservação
Mapa 7: Mamíferos: áreas prioritárias para conservação
Mapa 8: Aves: áreas prioritárias para conservação
Mapa 9: Répteis e anfíbios: áreas prioritárias para conservação
Mapa 10: Peixes e invertebrados: áreas prioritárias para conservação
Mapa 11: Geologia e geomorfologia
Mapa 12: Pedologia
Mapa 13: Polígonos minerários
Mapa 14: Atrativos
Prancha 1: Flora
Prancha 2: Fauna
Prancha 3: Pinturas rupestres
Prancha 4: Impactos e pressões antrópicas
Prancha 5: Serra do Talhado
1- INTRODUÇÃO:
Entre os instrumentos para conservar o patrimônio natural, e amostras
representativas dos ecossistemas de Minas Gerais e do Brasil, a criação de áreas
protegidas na forma de unidades de conservação, têm sido o método mais utilizado.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação, SNUC, instituído pela Lei
Federal 9.985 de 2000 e regulamentado pelo Decreto Federal 4.340 de 2002, concebe
dispositivos para a preservação de significativos e importantes remanescentes dos
biomas brasileiros. As chamadas unidades de conservação constituem espaços
territoriais destacados por ato do poder público, sendo que a criação de uma nova
unidade deve ser precedida de estudos técnicos e consulta pública que permitam
identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados, garantindo a
preservação dos seus recursos naturais. (SNUC, Lei 9.985 de 2000 e decreto 4.340 de
2002).
Um dos grandes objetivos da criação de unidades de conservação é a
manutenção de áreas naturais na forma menos alterada possível. Essas unidades são
componentes vitais de qualquer estratégia para a conservação da biodiversidade.
Servem como refúgio para as espécies que não podem sobreviver em paisagens
manejadas e como áreas onde os processos ecológicos podem continuar sem
interferência humana. São elementos importantes para a continuidade da evolução
natural e, em muitas partes do mundo, para uma futura restauração ecológica. (Carey
et al.,2000 apud Araújo 2007).
A avaliação de áreas potenciais para a criação de unidades de
conservação é um processo criterioso e complexo. Busca-se, através de diagnósticos
dos meios biótico, abiótico e antrópico, identificar atributos que justifiquem a proteção
legal de uma área que podem ser elementos do patrimônio biológico, geológico,
cênico ou cultural. Torna-se obrigatória a avaliação socioeconômica das comunidades
e sua relação com o ambiente, uma vez que são necessárias ações que busquem a
sustentabilidade, melhoria da qualidade de vida das populações e uso racional dos
recursos naturais. Os processos de expansão de fronteiras agrícolas, abertura de
pastagens e crescimento urbano, têm gradativamente eliminado os remanescentes de
áreas naturais, o que consequentemente pode acarretar problemas para o futuro no
que diz respeito à manutenção da variabilidade natural das espécies, da diversidade
genética, dos ecossistemas e dos processos naturais.
Nesse sentido, a ampliação do Parque Estadual Serra Nova está
baseada numa concepção de proteção da flora, fauna, recursos hídricos, manejo de
recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas científicas, manutenção do equilíbrio
climático e ecológico e preservação da biodiversidade, representando um importante
instrumento para a sobrevivência de muitas espécies, inclusive a humana. Busca-se
nesse contexto, formar um sistema de áreas protegidas fortalecido, no que diz respeito
as estratégias de proteção, gestão, fiscalização e preservação.
A criação,ampliação e manutenção das áreas protegidas é uma das mais
importantes contribuições para a conservação da biodiversidade, principalmente
quando possibilita a conectividade entre elas e, diferentemente do que muitos
acreditam, as unidades de conservação não representam obstáculos ao
desenvolvimento. Prestam serviços ambientais, educativos, científicos e sociais e
devem ser incorporadas ao planejamento público do desenvolvimento. Podem prover
renda às comunidades locais e/ou do entorno, por meio do uso sustentável dos
recursos naturais e do ecoturismo. (Ministério do Meio Ambiente, 2003).
2- CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Parque Estadual Serra Nova e do Talhado:
A proposta de ampliação do Parque Estadual Serra Nova e do Talhado,
abrange os seguintes municípios e áreas: Mato Verde (4.408,64 ha), Porteirinha
(11.824,32 ha), Riacho dos Machados (168,73 ha), Rio Parto de Minas (6.309,70 ha) e
Serranópolis de Minas (15.581,34 ha), representando uma área total para ampliação
de 38.293,00 mil hectares (gráfico 1 e mapa 1). Ao todo, pretende-se formar uma
unidade de conservação com área de 50.956,29 ha (gráfico 2 e mapa 2). A região
apresenta-se bastante íngreme, principalmente na porção sul, com a presença de
afloramentos rochosos de quartzitos. Inseridas nas bacias hidrográficas dos Rios São
Francisco, Jequitinhonha e Pardo, as muitas nascentes no Parque Estadual Serra
Nova e na área da Serra do Talhado (mapa 3 – bacias hidrográficas), contribuem para
a dinâmica hidrológica da região e para o abastecimento da população residente na
região norte mineira. Em destaque, o Rio Mosquisto, um dos mais representativos na
área de ampliação do parque e onde se encontra o local de maior potencial turístico
(Cânion do Talhado).
Gráfico 1: área de ampliação (38.293,00 ha) por mun icípio
Gráfico 2: área do Parque Serra Nova e do Talhado ( 50.956,29 ha) por município
A porção territorial afetada pelo Parque Estadual Serra Nova e do Talhado é
parte integrante da Serra do Espinhaço, termo introduzido por Eschwege (1822), que
representa a faixa orogênica pré-cambriana mais extensa e contínua do território
brasileiro, servindo como divisor de águas entre as bacias do São Francisco e rios que
drenam diretamente para o Atlântico. Alonga-se por cerca de 1.200 km na direção
norte-sul, desde a região de Belo Horizonte até os limites norte da Bahia com os
Estados de Pernambuco e Piauí e tem largura variável entre alguns quilômetros até
pouco mais de 100 km. Em Minas Gerais, a Serra do Espinhaço orienta-se segundo N-
NW, seguindo aproximadamente o meridiano 43º30’. A altitude é bastante variável. A
alternância de 1.000 e 1.500 metros, com picos de até 2.017 metros, ao longo dos
1.000 quilômetros da Cordilheira, permite uma enorme diversidade climática e
pluviométrica (Proposta de criação da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço,
2005). As cotas máximas de altitude na região da ampliação do Parque Estadual Serra
Nova e do Talhado atingem a faixa dos 1.500 metros (mapa 4 - altimetria).
A Serra do Talhado, porção a oeste do Parque Estadual Serra Nova
(aproximadamente 15º49’ S 43º49’ W), emerge na paisagem constituindo um imenso
paredão rochoso de grande beleza cênica. Devido à sua formação geológica, a região
possui um vale, daí o nome talhado, por onde nasce e corre o Rio Mosquito. É um
referencial para a população local e possui grande potencial para atividades ligadas a
interpretação ambiental e ecoturismo, uma vez que são formadas corredeiras,
cachoeiras e poços no curso do rio e de seus afluentes.
Percentual da área do Parque Estadual Serra Nova e do Talhado por município
31%
37%9%
23%
0,1%
Mato Verde Porteirinha Riacho dos Machados
Serranópolis de Minas Rio Pardo de Minas
Percentual da área de ampliação Parque Serra Nova (Serra do Talhado) por município
31%
12%
41%
16%
0,1%
Mato Verde Porteirinha Riacho dos Machados
Serranópolis de Minas Rio Pardo de Minas
2.1- FLORA:
De acordo com Martins, (2000 apud Machado et al 2005), as diferentes formas
de relevo em Minas Gerais, somadas às especificidades de solo e clima, propiciam
paisagens muito variadas, recobertas por vegetações características, adaptadas a
cada um dos inúmeros ambientes particulares inseridos nos domínios de três biomas
brasileiros: o Cerrado, a Mata Atlântica e a Caatinga. É possível, assim, entender a
ocorrência de vegetações distintas em ambientes semelhantes do ponto de vista
topográfico e climático, mas com características locais particulares, como por exemplo,
no Espinhaço.
Na Serra do Espinhaço encontram-se duas das 25 áreas mais ameaçadas no
mundo, os chamados “Hotspots”, conceito estabelecido para selecionar áreas críticas
para a conservação, ou seja, aquelas que apresentam alta biodiversidade e grande
ameaça. Neste cenário, destacam-se o cerrado e a mata atlântica. A Serra abriga
ainda os campos rupestres e campos de altitude, importantes por seu alto grau de
endemismo e extraordinária diversidade biológica. Essas características fazem com
que esse maciço montanhoso assuma uma importância sem igual quando se trata de
conservar a biodiversidade, não apenas do Brasil, mas de todo o mundo (Proposta de
criação da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, 2005).
Nesse contexto, a proposta de ampliação do Parque Estadual Serra Nova e do
Talhado, exibe uma exuberante transição entre os biomas do Cerrado e Caatinga,
entrecortados pelos afloramentos do Espinhaço Setentrional. A vegetação da área do
Parque Estadual Serra Nova e do Talhado, é caracterizada principalmente por
fisionomias de Campo, Campo Rupestre, Cerrado, Campo Cerrado, Floresta
Estacional Semidecidual (Mata de Galeria) e Floresta Estacional Decidual (mata seca),
sendo nítida a estratigrafia da vegetação em relação aos paredões da Serra (mapa 5 –
flora nativa e reflorestamentos).
Nas áreas mais altas, a vegetação característica é formada por campos e
Campo Rupestre , existindo uma grande quantidade de espécies nos afloramentos
rochosos. Segundo a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção em Minas
Gerais (Mendonça & Lins, 2000), ao menos dois terços do total das espécies
ameaçadas ocorrem nos campos rupestres, o que torna este ambiente de extrema
importância para estudos e conservação.
Em cotas intermediárias de altitude, referentes ao terço médio do maciço da
Serra do Talhado, predominam as formações de Cerrado e Campo Cerrado .
Ocorrendo em vários locais do Espinhaço, o cerrado é considerado área de transição
por apresentar desde campos abertos a florestas secas, sendo entrecortado por matas
de galeria (Proposta de criação da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, 2005).
O Cerrado típico é constituído por árvores relativamente baixas, esparsas,
disseminadas em meio a arbustos, subarbustos e uma vegetação baixa constituída,
em geral, por gramíneas. A típica vegetação que ocorre no Cerrado possui seus
troncos tortuosos, de baixo porte, ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas.
O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em
biodiversidade, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, com 4.400
endêmicas (exclusivas) dessa área. (Instituto Estadual de Florestas – Plano de Manejo
do Parque Estadual do Pico do Itacolomi, 2008).
Já no terço inferior, nas cotas mais baixas de altitude, é nítida a formação
composta por espécies da Mata Seca, também chamada de Caatinga Arbórea. A
Floresta Estacional Decidual (Mata Seca), em Minas Gerais, é representada por
uma pequena área de grande importância biológica e alta fragilidade. Esse
ecossistema possui lenta regeneração e grande dificuldade de retornar ao estado
original, o que implica na necessidade de adoção de medidas de proteção, pelo poder
público (MG Biota – editorial, 2008). A intensa conversão desse ambiente em áreas de
pastagens e agricultura tem sido a maior ameaça, levando a severos distúrbios em
seus hábitat e espécies. De acordo com Sevilha et al, (2008), as Matas Secas
brasileiras são ecossistemas únicos e extremamente ameaçados. No norte de Minas
Gerais, esta formação é encontrada num contexto sócio ambiental complexo, o que
requer esforço ainda maior nas ações para sua preservação. São poucos os estudos e
conhecimentos sobre as florestas secas, quando comparadas às florestas úmidas. A
criação de unidades de conservação de proteção integral proporcionará estudos e
detalhamentos que nos permitam entender os processos ecológicos e de regeneração
deste delicado sistema.
Nas regiões mais úmidas e com a presença de corpos d’agua, predominam as
matas de galeria. Esses remanescentes de Floresta Estacional Semi Decidual são
bastante significativos e de grande importância para a região, uma vez que
proporciona a preservação da fauna, a conservação do solo e dos corpos hídricos. Por
apresentar déficit hídrico (escassez) devido ao baixo índice de pluviosidade no período
seco, a existência de florestas ao longo dos rios e ao redor de lagos e reservatórios,
fundamentam-se no amplo espectro de benefícios que trazem ao ecossistema,
exercendo função protetora sobre os recursos naturais bióticos e abióticos. Do ponto
de vista dos recursos bióticos, as matas galerias criam condições favoráveis para a
sobrevivência e manutenção do fluxo gênico entre populações de espécies de animais
que habitam essas faixas ou mesmo fragmentos florestais maiores que podem ser por
elas conectados. Considerando os recursos abióticos, as florestas localizadas junto
aos corpos de água desempenham importantes funções hidrológicas, compreendendo:
proteção da zona ripária, filtragem de sedimentos e nutrientes, controle do aporte de
nutrientes e de produtos químicos aos cursos d'água, controle da erosão das
ribanceiras dos canais e controle da alteração da temperatura do ecossistema
aquático, servindo como local de abrigo, reprodução, alimentação e para a sedentação
dos animais, principalmente em áreas que a vizinhança se constitui de campos e
cerrados, onde os recursos necessários para a sobrevivência da fauna são escassos
(Eiten et al. (1993); Ab'Saber (1971).
Na área proposta para a ampliação (Serra do Talhado), são nítidos os sinais da
influência antrópica nos fragmentos de flora nativa. Em vistorias realizadas durante o
trabalho de demarcação do perímetro, percebeu-se que em algumas áreas, a
supressão da vegetação com finalidade de expandir as pastagens, chegou bem
próximo da serra. Apesar dessa descaracterização, ainda podem ser identificadas a
existência de grandes e significativas parcelas de vegetação nativa em toda a região,
principalmente na Serra do Talhado e em toda a extensão de suas encostas (prancha
1 – Flora).
Conforme o Inventário Florestal de Minas Gerais (IEF/UFLA, 2008), a análise
da área, percentual e diferença (período 2005 a 2007) da Flora Nativa no território
mineiro nos revela dados importantes. As fitofisionomias do cerrado, campo cerrado,
campo, floresta estacional semidecidual montana e floresta estacional decidual
montana, sofreram um decréscimo no período de análise (tabela 1).
Tabela 1: área, percentual e diferença no período d e 2005 a 2007 de flora nativa em Minas Gerais.
Quando consideramos os municípios afetados pelo perímetro da unidade de
conservação proposta, a análise do percentual da cobertura vegetal nativa por cada
um deles também nos traz importantes informações. Durante o período de
monitoramento realizado pelo Inventário Florestal do Estado de Minas Gerais,
percebe-se o decréscimo no percentual da flora nativa em relação a área total do
Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) %Floresta Ombrófila Montana 128.562 0,22 128.483 0,22 -79 0Floresta Ombrófila Sub Montana 1.134 0 1.134 0 0 0Floresta Ombrófila Alto Montana 94.586 0,16 94.511 0,16 -76 0Floresta Estacional Semi Decidual Montana 4.531.269 7,73 4.505.837 7,68 -25.432 -0,04Floresta Estacional Semi Decidual Sub Montana 678.103 1,16 675.544 1,15 -2.558 0Floresta Decidual Montana 1.332.815 2,27 1.328.512 2,27 -4.303 -0,01Floresta Decidual Sub Montana 708.052 1,21 706.545 1,2 -1.507 0Campo 3.860.335 6,58 3.844.963 6,56 -15.372 -0,03Campo Rupestre 617.239 1,05 616.009 1,05 -1.230 0Cerrado 5.552.508 9,47 5.504.795 9,39 -47.712 -0,08Campo Cerrado 1.498.644 2,56 1.489.256 2,54 -9.388 -0,02Cerradão 354.972 0,61 353.388 0,6 -1.584 0Vereda 406.765 0,69 406.253 0,69 -512 0Total da Flora Nativa em Minas Gerais 19.764.985 19.655.230 -109.754
2005 2007 Diferença no períodoFisionomia
município (tabela 2). Dos 50 maiores polígonos de desflorestamento identificados para
o Estado, o município de Riacho dos Machados aparece ocupando a 16ª posição
(IEF/UFLA, 2008).
Tabela 2: área, percentual e diferença no período d e 2005 a 2007 de flora nativa por município.
Embora a diminuição da cobertura vegetal nativa pareça pouco significativa, a
supressão da vegetação reduz os maciços florestais a parcelas isoladas. Este
processo, conhecido como fragmentação da paisagem, causa distúrbios no equilíbrio
ecológico das espécies. Segundo Reis (2007), a fragmentação dos hábitat naturais
provoca alterações nos padrões de migração e dispersão dos organismos, geralmente
levando a uma redução no tamanho das populações e do pool gênico. Com a redução
do tamanho das populações, essas se tornam mais susceptíveis à extinção por
problemas relacionados à estocasticidade demográfica, ambiental ou genética.
Considerações apresentadas por Drummond et al. (2005), apontam a Serra do
Espinhaço como área de importância biológica para a formação de corredores
ecológicos. Desta forma, buscou-se na proposta de ampliação do Parque Serra Nova
e do Talhado, abrigar as maiores parcelas possíveis dos fragmentos florestais. Sendo
assim, espera-se alcançar o fortalecimento da proteção e manutenção das espécies
vegetais e da fauna, reduzindo os efeitos negativos da paisagem fragmentada e sob
pressão antrópica.
Resultados apresentados no relatório parcial da pesquisa “Bromeliaceae da
Região de Grão Mogol” (Paula & Leme, 2007. Dados não publicados), apontam novas
ocorrências de espécies que ainda não haviam sido identificadas no Parque Estadual
do Grão Mogol (região norte do Espinhaço, ao sul do Parque Estadual Serra Nova).
Além disso, duas novas espécies foram descritas para a ciência. É possível que
estudos florísticos no Parque Estadual Serra Nova e do Talhado apontem importantes
descobertas. Espera-se assim, que com a ampliação e posterior implantação da área
da Serra do Talhado, o patrimônio biológico ali existente seja protegido, propiciando
um ambiente para a realização de pesquisas científicas.
MuniocípioÁrea do
M un icíp io em háPercentua l Flora Nativa em 2005
Percen tual F lo ra Nativa em 2007
Diferença no período
Mato Verde 47.423 37,82% 37,81% 0,01%Porte irinha 175.194 53,97% 53,84% -0,13%Riacho dos Machados 130.764 64,09% 63,99% -0,09%Rio Pardo 312.192 56,66% 56,21% -0,45%Serranópo lis 55.286 50,11% 50,07% -0,40%
O Brasil é considerado o país de maior biodiversidade do planeta. Estimativas
indicam que, até o presente momento, tenham sido registradas ao todo cerca de 200
mil espécies. Com base nos grupos taxonômicos mais bem conhecidos, estima-se que
o país possui cerca de 13,6% das espécies do mundo (Lewinsohn & Prado, 2002 apud
apud Araújo 2007). Toda esta diversidade está distribuída num mosaico de fisionomias
que reúnem uma grande riqueza de plantas e animais. No cerrado, por exemplo, há
um certo grau de endemismo, principalmente para espécies de aves e roedores. Para
a Serra do Espinhaço, é conhecida a existência de espécies endêmicas para os
principais grupos: entomofauna, ictiofauna, herpetofauna e avifauna. Existem ainda
ocorrências de espécies de mastofauna que estão ameaçadas de extinção, apesar de
não serem exclusivas da região do Espinhaço (Proposta de criação da Reserva da
Biosfera da Serra do Espinhaço, 2005).
A porção setentrional da Serra do Espinhaço (norte do maciço em Minas
Gerais), onde está inserida a proposta de ampliação do Parque Serra Nova e do
Talhado, é considerada por Drummond et al. (2005) como área especial para a
investigação científica e criação de unidades de conservação (mapa 6 – síntese das
áreas prioritárias). A principal justificativa para a classificação da importância biológica
desta área é a alta riqueza de aves endêmicas. O Atlas para a Conservação da
Biodiversidade em Minas Gerais em sua síntese de áreas prioritárias, recomenda
ainda, a criação de unidades de conservação, a realização de inventários,
monitoramentos e ações de educação ambiental.
O Parque Estadual da Serra Nova e do Talhado, na sua macro-região
analisada, enquadra-se ainda nos seguintes grupos e grau de importância biológica
(mapas 7 a 10 – importância biológica): Mamíferos: importância biológica potencial
(região de Grão Mogol/Janaúba); Aves: importância biológica especial (espinhaço
norte), extrema (região de Janaúba) e potencial (região de Porteirinha); Répteis e
anfíbios: importância biológica especial (Espinhaço norte); Ictiofauna: importância
biológica muito alta (bacia do Rio Pardo); Invertebrados: importância biológica especial
(Serra do Espinhaço).
Para a descrição da fauna local, baseamos nas observações e relatos feitos
durante o levantamento topográfico da ampliação do parque. Não foram aplicadas
metodologias específicas para levantamentos e avaliações de grupos de fauna.
De acordo com a proposta para criação da Área de Proteção Ambiental da
Serra do Talhado, grande parte da fauna característica desta região de Minas Gerais
foi dizimada ao longo de seu “desenvolvimento”, uma vez que este foi acompanhado
da quase total destruição dos habitats naturais existentes. Muitos relatos apontam que
a caça também tem sido um grande problema cultural, que levou ao declínio várias
populações de animais, outrora muito comuns. Das espécies observadas durante o
levantamento topográfico, pode-se ver a Cascavel (Crotalus sp.) Jararaca e
Jararacuçu (Bothrops sp.), Veados (família Cervidae), Micos (Callithrix penicillata),
Seriema (Cariama cristata), Cágado (família Chelidae) e diversos tipos de pássaros.
Os remanescentes da vegetação natural ainda existente constituem refúgios para
várias espécies de animais (prancha 2 – Fauna).
Pesquisas em andamento no Parque Estadual Serra Nova reforçam o papel de
conservação da unidade para a fauna local. O pesquisador Felipe Leite, informa em
relato enviado por e-mail ao Instituto Estdadual de Florestas, o seguinte:
“A fauna de anfíbios da Serra do Espinhaço é conhecida por sua elevada
riqueza de espécies endêmicas. Atualmente, dentro dos limites da região nos estados
de Minas Gerias e Bahia, são reconhecidas 105 espécies de anuros, sendo 28
endêmicas (Leite et al., 2008). A anurofauna do Parque Estadual de Serra Nova
permaneceu inexplorada até 2007, quando uma expedição de 10 dias, realizada com o
apoio do IEF, possibilitou o registro de 27 espécies. Dentre essas, destaque se dá a
Scinax sp. (gr. catharinae), uma espécie provavelmente nova para a ciência. Foram
também registradas oito espécies que são endêmicas da Serra do Espinhaço
(Bokermannohyla alvarengai, B. saxicola, Crossodactylus bokermanni, Hypsiboas
cipoensis, Leptodactylus camaquara, Phyllomedusa megacephala, Scinax curicica e
Thoropa megatimpanum), sendo este o registro mais ao norte de suas distribuições.
Os resultados, ainda que preliminares, demonstram o imenso potencial e importância
da região para a conservação da anurofauna da Serra do Espinhaço.
Adicionalmente, foi feito o registro de Huperzia mooreana (Lycopodiaceae),
uma pteridópita que só era conhecida da Serra do Sincorá, na Chapada Diamantina.”
Relatório parcial da pesquisa “Estudos da Avifauna e Mastofauna no Parque
Estadual do Grão Mogol” (cadeia do Espinhaço, ao sul e próximo ao Parque Estadual
Serra Nova e do Talhado), elaborado para atender condicionante de Licença de
Instalação de Empreendimento n. º0292/2004/002/2004 (LT Montes Claros 2/UHE
Irapé, 345kV, de propriedade da Transleste – Companhia de Transmissão) aponta
dados relevantes.
Segundo o inventário para avifauna, foram registradas na segunda campanha
do projeto (maio de 2006) 91 espécies de aves pertencentes a 23 famílias num total de
437 registros. Dentre elas, podemos destacar o papagaio-verdadeiro (Amazona
aestiva), um dos pistacídeos mais procurados como animal de estimação, o que vêm
causando um decréscimo para sua população. O besourinho-da-mata, um dos
menores beija flores encontrados no país, foi registrado nesse estudo. Além disso,
observou-se a presença de 4 endemismos, 2 pertencentes à caatinga, o periquito-da-
caatinga (Aratinga cactorum) e a choca-do-nordeste (Sakesphorus cristalus), e 2
pertencentes ao cerrado, o rabo-mole-da-serra (Embernagra longicauda) e o beija-flor-
de-gravata-verde (Augastes scutatus), sendo o último endêmico do Espinhaço. Tais
registros reforçam as recomendações de Drummond et al. (2005) que classificam o
Espinhaço norte (onde insere-se o Parque Estadual Serra Nova e do Talhado) como
área especial para a investigação científica e criação de unidades de conservação,
pois muito temos a conhecer da fauna e flora dessa região. Cabe salientar que o
inventário de avifauna registrou espécies potencialmente migrantes, o que reforça
ainda mais a necessidade da preservação dos fragmentos naturais para a formação
de corredores ecológicos. Com relação à mastofauna, o estudo ressalta a importância
da preservação dos fragmentos, utilizados para refúgio e deslocamento. Das espécies
de possível ocorrência de mamíferos para o Parque Estadual Grão Mogol, foram
encontradas além de espécies comuns, espécies raras e ameaçadas de extinção.
2.3- CLIMA:
Para a avaliação dos parâmetros climatológicos foram utilizados dados do
município de Rio Pardo de Minas, cidade mais próxima da área de interesse.
Segundo a classificação de Koppen, o clima na região é o Bsw, caracterizado
como semi-árido com médias de temperaturas elevadas no inverno e verão. A
temperatura média geral é de 22,5ºC com oscilação anual de 19,3 a 24ºC.
Gráfico 3: Temperatura média mensal Rio Pardo de Mi nas
O período chuvoso se estende de novembro a março e concentra 85,4% das
chuvas. O período seco vai de maio a setembro e concentra 3,84% das chuvas.
Agosto é o mês mais seco com uma precipitação média de 2mm. Já dezembro possui
a maior média com 220mm.
Gráfico 4: Precipitação média mensal Rio Pardo de M inas
Fonte: Agência Nacional das águas, 2006.
Temperatura (ºC) mensalRio Pardo de Minas (MG): 1983-2005
0
5
10
15
20
25
30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
Tem
pera
tura
(ºC
)
Fonte: Agência Nacional das águas, 2006.
Precipitação Média Mensal (mm)Rio Pardo de Minas (MG): 1983-2005
0
50
100
150
200
250
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
Prec
ipita
ção
(mm
)
2.4- GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA:
A área de ampliação do Parque Estadual Serra Nova e do Talhado está
inserida na unidade geomorfológica da Serra do Espinhaço. Esta unidade apresenta
certa homogeneidade com cristas paralelas à direção NNW-SSE, com altitudes que
oscilam de 790m a 1490m, e, não raros dobramentos E-W com eixos de dobras
tendendo para N-S. A Serra do Espinhaço é uma estrutura homoclinal holomórfica,
com mergulhos para leste, que se apresenta amplamente fraturada. Por toda a área
verifica-se alternância de estratos quartzíticos e quartzitos sericíticos, com níveis
francamente argilosos. Sobre estes últimos, de melhor resistência à erosão, tem
origem à drenagem longitudinal principal que, muitas vezes, secciona os estratos em
direção ortogonal a serra, apresentando no todo um padrão dentrítico-retângular
(SEBRAI, 2003). Grande parte da área do parque é composta por relevo montanhoso,
principalmente em sua porção ao sul, destacando bastante a serra. Segundo Chaves
(2004), essa compartimentação geomorfológica da Serra do Espinhaço destaca cinco
formas de paisagens típicas: escarpas escalonadas, hogbacks, chapadas, planaltos e
meias-laranjas. Sua formação atual foi estabelecida pela reativação mesozóica,
responsável pela separação continental América do Sul-África; esta reativação causou
arqueamento epirogenético da Serra do Espinhaço.
Enfatiza-se, portanto, que a Cadeia do Espinhaço constitui-se de rochas
clásticas e vulcânicas associadas, de idade mesoproterózoica e, que segundo Derby
(1906), vem atraindo a atenção desde os princípios do século XX, particularmente por
conterem ocorrências importantes de diamantes até os dias atuais. Neste sentido, a
área de ampliação do parque, localizada em grande parte no supergrupo espinhaço,
representa o desenvolvimento de uma cobertura dentritico-vulcânica acumuladas em
bacias marinhas e continentais, em ambiente cratônico de moderada atividade
tectônica e magmática que, associadas a intrusões Kimberlíticas, devem ter
processado nesse cráton durante o proterozóico médio, o que explicaria a presença de
diamantes nos conglomerados do supergrupo. Portanto, é muito comum na região e
sua vizinhança a extração de jazidas de quartzo e a procura de ocorrências de
diamantes.
2.5- PEDOLOGIA:
Os solos predominantes na área do parque são os litólicos e cambissolos.
Somente uma pequena mancha de latossolo-amarelo é encontrada na porção ao sul
da referida unidade. Abaixo é apresentada uma descrição sucinta das classes
predominantes na área de implantação da unidade de conservação.
Segundo a Embrapa (1999), os solos litólicos apresentam, normalmente, rochosidade,
pedregosidade, cascalhos e concreções, relacionados com a natureza do material
originário; ocorrem dominantemente em relevo forte ondulado e montanhoso,
associados principalmente a afloramentos rochosos, essas características são bem
expressivas na área do Parque Serra Nova e do Talhado. Suas principais limitações
ao uso agrícola estão relacionadas com o relevo movimentado, a grande
susceptibilidade à erosão, normalmente nas áreas de relevo acidentado, profundidade
exígua e freqüente presença de rochosidade e pedregosidade. São também
heterogêneos quanto às propriedades químicas e ocorrem sob vegetação campestre,
de cerrado e floresta, em locais com forte declividade, geralmente encostas de morros
e bordas de chapadas.
A classe de cambissolo compreende solos constituídos por material mineral,
com horizonte B incipiente subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial. Devido
a sua heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das condições
climáticas, as características destes solos variam muito de um lugar para o outro,
apresentando, em muitos casos, fase cascalhenta, pedregosa e/ou rochosa. Assim, a
classe comporta desde solos fortemente até imperfeitamente drenados, de rasos a
profundos, de cor bruna ou bruna amarelada até vermelho escuro, e de alta a baixa
saturação por bases e atividade química de fração coloidal. A área de cambissolo
observada em campo são áreas expostas aos fatores exógenos e com presença de
processos erosivos instalados. Normalmente, os cambissolos apresentam como
principais obstáculos a sua exploração a pouca profundidade, fase cascalhenta ou
pedregosa, baixa fertilidade natural (excetuando os eutróficos) e ocorrência em relevos
mais movimentados.
2.6- SOCIOECONOMIA:
Serão apresentados alguns dados disponíveis sobre a região, no que se refere
aos municípios que compõem o território da unidade de conservação. Torna-se
necessária, futuras análises e detalhamentos que situem o papel do Parque Estadual
Serra Nova e do Talhado no contexto regional. Espera-se que com a ampliação
proposta para o parque, a unidade promova além da conservação dos recursos
naturais o desenvolvimento das comunidades a ele diretamente associadas. O
Talhado possui grande potencial para atividades educativas, interpretativas, vocação
turística e para a pesquisa científica, constituindo assim, um cenário para
investimentos em projetos que promovam a sustentabilidade local.
Seguem abaixo gráficos e tabelas dos seguintes dados: número de habitantes
(2000), ocupação por setor (2000) e arrecadação municipal (2004). Os dados foram
obtidos no site da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais.
Gráfico 5: número de habitantes
Gráfico 6: arrecadação por municipio
População residente por município em 2000
9324
18105
3083
10474
1568
3834
18775
7179
16418
24110
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
Mato Verde Porteirinha Riacho dosMachados
Rio Pardo deMinas
Serranopolis
m unicípios
n. to
tal h
abita
nte
s
Rural
Urbana
Arrecadação total por município em Reais
R$ 596,219,000
R$ 1,813,350,000
R$ 190,257,000
R$ 831,924,000
R$ 43,278,000
Mato Verde
Porteirinha
Riacho dos Machados
Rio Pardo de Minas
Serranopolis
Tabela 3: ocupação econômica por setor em cada muni cípio
Município
Agropecuária, extração vegetal e
pesca
serviços Industrial comércio de mercador ias
total
Mato Verde 1552 1533 585 687 4357
Porteirinha 6087 3790 1465 1975 13317
Riacho dos Machados 1397 806 299 166 2668
Rio Pardo de Minas 5260 2313 1215 621 9409
Serranopolis 1066 252 101 35 1454
2.7- PINTURAS RUPESTRES:
Durante as expedições de campo na área proposta para o Parque Estadual
Serra Nova e do Talhado, pôde-se observar em escarpas ou afloramentos quartizíticos
da região, testemunhos arqueológicos, dentre eles, figurações rupestres (prancha 3 –
pinturas rupestres).
De acordo com descrições apresentadas no Plano de Manejo do Parque
Estadual do Rio Preto (Instituto Estadual de Floretas, 2004), durante milênios, a região
do Espinhaço parece ter sido um importante referencial do ponto de vista cultural e
ambiental de grupos humanos. Outro aspecto que chama atenção no tratamento
gráfico das figuras da região do Espinhaço é o preenchimento das mesmas com
traços, pastilhas e pontos.
No que se referem às figurações rupestres presentes na Serra do Talhado,
foram observadas formas de animais, associados a conjuntos de traços, pontos e
figuras geometrizantes simples.
3- SITUAÇÃO FUNDIÁRIA, INFLUÊNCIA ANTRÓPICA E PRESS ÕES DE IMPACTO:
Ao longo dos trabalhos de demarcação do perímetro para a formação do
Parque Estadual Serra Nova e do Talhado, buscou-se retirar comunidades e lugarejos
que porventura pudessem ficar dentro da área da unidade de conservação. As
benfeitorias das propriedades no entorno da Serra, bem como as áreas de uso direto,
foram excluídas do perímetro proposto. Tal medida deve-se ao fato de se minimizar
conflitos de uso e ônus para o Estado, uma vez que na categoria de manejo “parque”,
faz-se necessária a desapropriação. Contudo, políticas de gestão da zona de
amortecimento exercerão o papel de proteção à unidade, fornecendo uma zona
tampão, reduzindo os efeitos de borda. Averbações de reservas legais, criação de
RPPNs, programas de extensão rural são algumas das medidas que poderiam ser
empregadas. Não foram realizados levantamentos cartoriais nos municípios.
Entretanto, observou-se em sobrevôo realizado na área proposta para ampliação, que
no maciço da serra a ocupação é praticamente nula, uma vez que a declividade e o
solo não fornecem condições para o plantio e a pecuária.
De acordo com a proposta de criação da Reserva da Biosfera da Serra do
Espinhaço, a principal atividade econômica em toda a cadeia montanhosa é a criação
de gado, favorecida pela existência de extensivas pastagens naturais. A destruição
dessas áreas é acelerada pelo pisoteio do gado e pelas freqüentes queimadas
promovidas pelos fazendeiros locais para renovar a vegetação herbácea. Tal prática
resulta num efeito seletivo na diversidade de espécies destes campos, porque embora
muitas espécies possuam adaptações para resistir ao fogo, sua freqüente e regular
aplicação eventualmente favorece poucas espécies de animais e plantas. Relatos do
Escritório Regional Norte do Instituto Estadual de Florestas, responsável pela
administração do Parque Estadual Serra Nova, apontam que a principal causa das
queimadas ocorridas na unidade de conservação é devido a ação dos criadores de
gado, que indiscriminadamente soltam seus rebanhos em áreas da serra, ateando
fogo nos campos para queimar o capim e promover a rebrota. Sabe-se que um forte
impacto é causado por atividades minerárias em toda a cadeia do Espinhaço. A
análise de informações do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM,
demonstra a presença de polígonos minerários na área, em sua grande maioria na
fase de autorização e requerimento de pesquisas (mapa 11 – polígonos minerários).
Segundo dados levantados para criação da área de proteção ambiental da
Serra do Talhado, a vegetação original da região sempre foi suprimida à custa da
agricultura e pecuária, provocando um verdadeiro desequilíbrio ambiental e ecológico
neste importante ecossistema. O desmatamento e a conseqüente fragmentação
florestal na região podem provocar intensas mudanças na estrutura e no microclima da
floresta, contribuindo para a extinção local de espécies da flora e da fauna. O manejo
inadequado do solo, uso indiscriminado de defensivos agrícolas, queimadas e
desmatamentos configuram como os principais impactos negativos impostos ao longo
dos anos. As práticas inadequadas de uso do solo provocam problemas acentuados
como erosão e assoreamento dos cursos d’água, o que é extremamente prejudicial
para a longevidade dos recursos hídricos. Não foram poucas as vezes em que durante
o levantamento do perímetro foi possível caminhar em leitos completamente secos de
riachos na região (prancha 4 – impactos e pressões antrópicas).
Foram ainda, identificados fornos de carvão em diversos locais da região
proposta para a ampliação do parque. Atualmente em Minas Gerais, devido a baixa
ocorrência de espécies mais valiosas e pela pressão da indústria de ferro gusa e das
acearias, as florestas nativas são transformadas em carvão vegetal e, posteriormente,
os solos são preparados para a expansão das atividades agropecuárias. Não se sabe
ao certo qual setor exerce maior influência sobre o desmatamento, se o simples
extrativismo para a produção do carvão ou a busca de novas áreas mais férteis,
menos desgastadas e erodidas para o desenvolvimento do agro-negócio (IEF/UFLA,
2008).
Na sede do município de Serranópolis, o mais próximo do Cânion do Talhado,
em conversas com moradores é possível notar a preocupação que a população local
tem com a preservação do seu patrimônio. Muitos vêem na conservação da Serra uma
oportunidade de melhoria na qualidade de vida local, não somente por proteger o valor
cênico e biológico, mas pela vocação turística que a região do Talhado possui. Tornar
essa unidade de conservação um espaço público de socialização, aprendizado e lazer,
representa um grande desafio e envolve reflexões sobre a ação humana quanto aos
mecanismos de avaliação em relação às transformações ambientais e manutenção da
diversidade biológica, por meio de novos caminhos para um diálogo de saberes e de
conhecimentos mútuos.
4- NOME, CATEGORIA DE MANEJO E JUSTIFICATIVA PARA S UA INCLUSÃO:
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação orienta que “a denominação
de cada unidade de conservação deverá basear-se, preferencialmente, na sua
característica natural mais significativa, ou na sua denominação mais antiga, dando-se
prioridade, neste último caso, às designações indígenas ancestrais.” (SNUC, Decreto
4.340, capítulo I, Art. 3º, 2002).
A Serra do Talhado representa um referencial na paisagem e no cotidiano das
populações do seu entorno. A denominação local “Talhado” está relacionada com a
formação geológica de um vale encaixado na porção mediana do maciço, um cânion
de rara beleza por onde corre o Rio Mosquito, um dos principais da região (prancha 5
– Serra do Talhado). É possível realizar-se a travessia pelo interior da serra através do
cânion do Talhado, margeando-se paredões rochosos, admirando e usufruindo dos
poços e cachoeiras neste trecho (mapa 12 – Atrativos).
Devido à relação de identidade estabelecida pelas populações locais com a
preservação do “Talhado”, sugeriu-se inicialmente o nome Parque Estadual Serra do
Talhado. Com o advento da ampliação do Parque Estadual Serra Nova,
imediatamente contínuo ao maciço (leste do Talhado) a ser protegido, a unidade de
conservação passará a ser denominada Parque Estadual Serra Nova e do Talhado .
Desta maneira, espera-se assim, manter o referencial de conservação inicialmente
proposto pela própria comunidade.
O Parque Estadual Serra Nova e do Talhado, por apresentar características tão
peculiares e expressivas quanto à riqueza e diversidade de espécies de fauna e flora:
extrema beleza cênica; vocação para o turismo sustentável; interpretação e educação
ambiental; potencial para a realização de pesquisas científicas, deverá manter sua
categoria de manejo como unidade de proteção integr al. Analisando-se ainda a
vocação para atividades econômicas, o contexto geomorfológico da serra apresenta
baixa aptidão para produção a agrícola e pastoril. Devido principalmente ao relevo
acentuado, não é recomendada uma unidade de uso sustentável neste contexto. O
uso consciente dos seus recursos, referendado pela elaboração de um plano de
manejo adequado e por um conselho consultivo atuante, pode resultar na melhoria da
qualidade de vida das comunidades, desempenhando um papel educacional e
interpretativo muito importante. Ações que promovam um ritmo sustentável de
desenvolvimento, como por exemplo o ecoturismo, são alternativas que a unidade de
conservação proporcionará à sua zona de entorno.
Mediante isso, é importante a ação do planejamento e da gestão ambiental,
com o intuito de assegurar-se que os parques desempenhem sua plena função social,
de forma a contribuir para o desenvolvimento e o aprimoramento de políticas públicas,
que vise ampliar o conhecimento científico e o potencial turístico do nosso Estado.
5- CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Diante da exposição dos resultados reunidos nesse relatório, é de suma
importância a criação de mecanismos que garantam a preservação da Serra do
Talhado, oferecendo também proteção ao Parque Estadual Serra Nova.
A Serra do Talhado é um referencial paisagístico para as comunidades do seu
entorno, possui grande beleza cênica e abriga uma exuberante diversidade de hábitats
e espécies. A vegetação é diversificada, os vales imponentes guardam nascentes e
cachoeiras e, ainda, têm grande apelo turístico.
O Rio Mosquito e seus tributários são importantes no que diz respeito ao
contexto regional, pois, das suas águas, as cidades de Porteirinha Serranópolis de
Minas realizam o seu abastecimento. Interessante notar que o maciço é um divisor de
águas para três importantes bacias: São Francisco, Jequitinhonha e Pardo, assumindo
sem sombra de dúvida, um indispensável papel na manutenção do equilíbrio destes
sistemas.
A categoria de parque (proteção integral) foi escolhida devido à relevância
biológica da região, ao potencial turístico e científico, à fragilidade dos sistemas
naturais, à necessidade de assegurar a proteção dos recursos hídricos e à fragilidade
dos ambientes ali presentes, como por exemplo, a mata seca e os campos rupestres.
Nessa conjuntura, destaca-se também o cerrado, um dos 25 “hotspots”, áreas
consideradas mais ameaçadas mundialmente.
A Serra do Espinhaço, constituída como reserva da biosfera, ainda carece de
sítios de preservação, uma vez que são muitos os impactos e pressões sob os
recursos naturais. Proteger parcelas do nosso patrimônio biológico não significa, de
modo algum, ser um entrave ao desenvolvimento. Espera-se conseguir, através de um
processo de ordenamento territorial e zoneamento ecológico e econômico, promover o
desenvolvimento sustentável trazendo qualidade de vida à sociedade.
6- BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
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7- ANEXOS
Anexo 1 – Memorial descritivo do Parque Estadual Se rra Nova e do Talhado
MEMORIAL DESCRITIVO
PROPOSTA DE PARQUE ESTADUAL SERRA NOVA E DO TALHADO
SERRANÓPOLIS DE MINAS / PORTEIRINHA / MATO VERDE / RIO PARDO DE MINAS / RIACHO DOS MACHADOS – MG
PARQUE ESTADUAL SERRA DO TALHADO
O referido imóvel é delimitado por um polígono irregular, cuja medição de inicia no vértice virtual V01 do limite do Parque Estadual Serra Nova no eixo das coordenadas E 736.241,137m e N 8.241134,873m, utilizando a projeção UTM e Datum SAD/69; com azimute de 142º17’14,2” e distância de 2020,15 m, encontrando o vértice P75, no eixo das coordenadas E 737.476,867m e N 8.239.536,758m, com azimute de 178º04’51,3” e distância de 239,19 m, concilia o vértice P74 de coordenadas E 737.484,877m e N 8.239.297,701m; com azimute de 211º28’20,8” e distância de 235,52 m, descobre o vértice P73 de coordenadas E 737.361,916m e N 8.239.096,830m, com azimute de 247º36’36,7” e distância de 510,52 m, busca o vértice P72 de coordenadas E 736.889,882m e N 8.238.902,370m; com azimute de 238º59’42,3” e distância de 898,21 m, busca o vértice P71 de coordenadas E 736.120,006m e N 8.238.439,692m; com azimute de 199º50’23,7” e distância de 863,67m, conceitua o vértice P70 de coordenadas E 735.826,884m e N 8.237.627,290m; com azimute de 202º55’41,2” e distância de 839,68 m, conserva o vértice P69 de coordenadas E 735.499,764m e N 8.236.853,947m; com azimute de 206º34’40,8” e distância de 1.587,78 m, prende o vértice P68 de coordenadas E 734.789,368m e N 8.235.433,958m; com azimute de 217º40’44,4” e distância de 1.964,10 m, obstrui o vértice P67 de coordenadas E 733.588,836m e N 8.233.879,474m; com azimute de 202º54’51,3” e distância de 562,39 m, segue o vértice P66 de coordenadas E 733.369,867m e N 8.233.361,461m; com azimute de 234º30’23,4” e distância de 1.565,21 m, adapta o vértice P65 de coordenadas E 732.095,499m e N 8.232.452,681m; com azimute de 221º58’13,5” e distância de 1.986,99 m, adapta o vértice P64 de coordenadas E 730.766,708m e N 8230975,376m; com azimute de 253º33’27,3” e distância de 1.152,06 m, aloca o vértice P63 de coordenadas E 729.661,763m e N 8.230.649,284m; com azimute de 323º48’34,7” e distância de 1.588,24 m, constrói o vértice P62 de coordenadas E 728.723,955m e N 8.231.931,088m; com azimute de 21º53’05,1” e distância de
3.52,54m, abriga o vértice P61 de coordenadas E 729.973,582m e N 8.235.042,027m; com azimute de 24º42’32,9” e distância de 3.959,15 m, acata o vértice P60 de coordenadas E 731.628,555m e N 8.238.638,685m; com azimute de 343º32’07,6” e distância de 1.519,52 m, acolhe o vértice P59 de coordenadas E 731.197,889m e N 8.240.095,900m; com azimute de 45º18’18,5” e distância de 1.877,48 m, descobre o vértice P58 de coordenadas E 732.532,519m e N 8.241.416,390m; com azimute de 300º46’18,7” e distância de 835,93 m, compõe o vértice P57 de coordenadas E 731.814,281m e N 8.241.844,068m; com azimute de 240º14’39,4” e distância de 447,90 m, crava o vértice P55 de coordenadas E 731.425,441m e N 8.241.621,777m; com azimute de 357º23’45,9” e distância de 2.553,84 m, acondiciona o vértice P54 de coordenadas E 731.309,417m e N 8.244.172,983m; com azimute de 04º20’37,7” e distância de 2.999,17 m, aloja o vértice P53 de coordenadas E 731.536,578m e N 8.247.163,538m; com azimute de 318º54’30,6” e distância de 130,03 m, ajusta o vértice P52-1 de coordenadas E 731.451,111m e N 8.247.261,540m; com azimute de 332°13’29,0” e distância de 73,45 m, criva o vértic e P52 de coordenadas E 731.416,882m e N 8.247.326,529m; com azimute de 53º28’37,3” e distância de 956,17 m, estende o vértice P50 de coordenadas E 732.185,275m e N 8.247.895,587m; com azimute de 63º37’09,8” e distância de 133,79 m, reúne o vértice P46 de coordenadas E 732.305,132m e N 8.247.955,034m; com azimute de 11º32’30,2” e distância de 199,82 m, emite o vértice P45 de coordenadas E 732.345,112m e N 8.248.150,812m; com azimute de 11º31’27,3” e distância de 187,12 m, mantém o vértice P44 de coordenadas E 732.382,495m e N 8.248.334,158m; com azimute de 11º17’10,30” e distância de 349,89 m, permanece o vértice P43 de coordenadas E 732.450,971m e N 8.248.677,277m; com azimute de 12º03’09,4” e distância de 192,33 m, assenta o vértice P42 de coordenadas E 732.491,132m e N 8.248.865,370m; com azimute de 11º31’16,4” e distância de 287,97 m, crava o vértice P41-1 de coordenadas E 732.548,648m e N 8.249.147,535m; com azimute de 11º31’36,1” e distância de 185,74 m, escora o vértice P41 de coordenadas E 732.585,764m e N 8.249.329,532m; com azimute de 09º58’26,5” e distância de 641,51 m, sustenta o vértice P39 de coordenadas E 732.696,875m e N 8.249.961,348m; com azimute de 05º57’18,4” e distância de 07,34 m, protege o vértice P35 de coordenadas E 732.697,637m e 8.249.968,654m; com azimute de 14º49’42,0” e distância de 21,84 m, protege o vértice P36 de coordenadas E 732.703,227m e N 8.249.989,768m; com azimute de 41º27’47,3” e distância de 57,38 m, alinha o vértice P23 de coordenadas E 732.741,220m e N 8.250.032,767m; com azimute de 291º12’27,3” e distância de 1.368,91 m, explora o vértice P1 de coordenadas E 731.465,017m e N 8.250.527,968m; com azimute de 338º42’02,9” e distância de 1.119,97 m, materializa o vértice P78 de coordenadas E 731.058,200m e N 8.251.571,443m; com azimute de 354º11’34,8” e distância de 3.195,09 m, manifesta o vértice P79 de coordenadas E 730.734,928m e N 8.254.750,139m; com azimute de 339º19’54,5” e distância de 3.861,10 m, prende o vértice P80 de coordenadas E 729.372,131me N 8.258.362,740m; com azimute de 01º46’36,0” e distância de 6.085,56 m, apresenta o vértice P81 de coordenadas E 729.560,806m e N 8.264.445,379m; com azimute de 359º03’20,5” e distância de 4,456,66 m, enfrenta o vértice P82 de coordenadas E 729.487,358m e N 8.268.901,437m; com azimute de 02º14’06,5” e distância de 2.233,82 m, defronta com o vértice P83 de coordenadas E 729.574,478m e N 8.271.133,559m; com azimute de 49º11’06,2” e distância de 1.636,35 m, encara o vértice P84 de coordenadas E 730.812,907m e N 8.272.203,107m; com azimute de
14º26’02,3” e distância de 2.255,35 m, concentra o vértice P86 de coordenadas E 731.375,085m e N 8.274.387,268m; com azimute de 28º06’39,10” e distância de 644,09 m, oferece o vértice P87 de coordenadas E 731.678,568m e N 8.274.955,382m; com azimute de 146º00’21,5” e distância de 737,91 m, faz parte do conjunto o vértice P88 de coordenadas E 732.091,136m e N 8.274.343,587m; com azimute de 356º27’17,5” e distância de 2.978,55 m, cede lugar ao vértice P90 de coordenadas E 731.906,958m 6 e N 8.277.316,436m; com azimute de 341º04’22,9” e distância de 3.590,04 m, toca no vértice P91 de coordenadas E 730.742,482m e N 8.280.712,375m; com azimute de 51º49’12,2” e distância de 3.510,13 m, protege o vértice P92 de coordenadas E 733.501,703m e N 8.282.882,104m; com azimute de 22º53’58,5” e distância de 5.244,64 m, limita o vértice P93 de coordenadas E 735.542,482m e N 8.287.713,403m; com azimute de 114º54’38,8” e distância de 6.042,90 m, sustenta o vértice P114 de coordenadas E 741.023,179m e N 8.285.168,096m; com azimute de 220º00’38,1” e distância de 2.601,58 m, preserva o vértice P113 de coordenadas E 739.350,549m e N 8.283.175,481m; com azimute de 232º33’43,1” e distância de 990,01 m, prega o vértice P112 de coordenadas E 738.564,471m e N 8.282.573,652m; com azimute de 161º44’01,2” e distância de 1.095,55 m, assenta o vértice P111 de coordenadas E 738.907,855m e N 8.281.533,305m; com azimute de 86º07’24,3” e distância de 2.924,15 m, assenta o vértice P110 de coordenadas E 741.825,318 e N 8.281.731,000; com azimute de 47º49’14,5” e distância de 1.775,28 m, surge o vértice P109 de coordenadas E 743.140,883m e N 8.282.923,016m; com azimute de 75º51’48,1” e distância de 2.501,96 m, inclui o vértice P108 de coordenadas E 745.567,069m e N 8.283.534,082m; com azimute de 191º49’59,6” e distância de 3.085,11 m, desponta o vértice P107 de coordenadas E 744.934,425m e N 8.280.514,533m; com azimute de 231º22’18,6” e distância de 3.135,80 m, exalta o vértice P106 de coordenadas E 742.484,698m e N 8.278.556,970m; com azimute de 161º21’00,0” e distância de 2.261,15 m,compõe o vértice P105 de coordenadas E 743.207,784m e N 8.276.414,549m; com azimute de 206º54’45,8” e distância de 771,40 m, encontrando com o vértice virtual V02 de coordenadas E 742.858,623m e N 8.275.726,694m do limite do Parque Estadual Serra Nova; segue a linha perimétrica no sentido leste deste limite até encontrar com o vértice V01, delimitando assim uma área de 50.956,29 ha e perímetro de 179.383m. Todas as coordenadas aqui descritas estão georreferenciada ao Sistema Geodésico Brasileiro, a partir da RBMC de Belo Horizonte - MG, de coordenadas N 7799774,825m e E 608264,645m , e encontram-se representadas no Sistema UTM, referenciadas ao Meridiano Central nº -45° WGr, tendo como datum o SAD-69(Brasil). Todos os azimutes e distâncias, área e perímetro foram calculados no plano de projeção UTM.
Participação dos Municípios envolvidos:
Mato Verde 4.437,23 ha
Porteirinha 11.849,37 ha
Riacho dos Machados 168,75 ha
Rio Pardo de Minas 18.806,91 ha
Serranópolis de Minas 15.694,03 ha
Belo Horizonte, 25 de Setembro de 2008
Karla de Souza Cabral
Engª. Agrimensora
CREA-ES 011318/D
Maísa de Lourdes Martins Araújo
Geógrafa
CREA-MG 92691/D
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