SOC1305-2015.2 - Teoria Da Cultura

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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAISDEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS 2015.2

SOC 1305 TEORIA ANTROPOLÓGICA — Teoria da CulturaCARGA HORÁRIA TOTAL: 60 HORAS Créditos: 4PROFESSOR: JONAS SOARES LANA Pasta: APG 289

OBJETIVOS A disciplina pretende oferecer uma introdução geral às correntes mais importantes do pensamento antropológico anglo-americano, tendo como parâmetro a constituição teórica do conceito antropológico de cultura, em articulação com as questões metodológicas envolvidas no debate entre ciência e história. Tal ênfase justifica-se pelo fato de que esse debate é central para o estabelecimento do campo teórico e institucional da antropologia, bem como para a delimitação da especificidade desta no âmbito das ciências sociais e humanas contemporâneas.

EMENTA Vertentes do pensamento antropológico. Evolucionismo Cultural. A crítica de Franz Boas ao evolucionismo e a Escola de Cultura e Personalidade. O funcionalismo de Malinowski. O interpretativismo norte-americano e a escrita da cultura. Novas perspectivas.

PROGRAMA O programa contém 6 (seis) unidades. A primeira – A sociogênese do conceito de cultura – discute a constituição histórica desse conceito que é central no campo da antropologia. A segunda – A perspectiva evolucionista na antropologia – analisa as ideias que fundamentam a antropologia evolucionista, através de seus principais representantes. A terceira – A crítica metodológica ao evolucionismo e seu impacto nas antropologias americana e britânica – concentra-se na crítica de Franz Boas aos postulados evolucionistas. A quarta – A escola de cultura e personalidade – contempla a formação da Escola de Cultura e Personalidade sob influência de Boas. A quinta – A “revolução malinowskiana” e as bases do funcionalismo britânico – lida com a contribuição de Malinowski para a pesquisa etnográfica e com seus fundamentos teóricos funcionalistas. A sexta e última unidade – Perspectivas recentes: Clifford Geertz e a interpretação da cultura; Roy Wagner e a invenção da cultura; James Clifford e a escrita da cultura – discute as ideias de alguns representantes da antropologia americana mais recente.

AVALIAÇÃO Avaliações e distribuição de pontos:

G160% Prova em sala de aula30% Apresentação de projeto de trabalho de campo (em grupo)10% ParticipaçãoG240% Prova em sala de aula30% Apresentação de resultados do trabalho de campo (em grupo)20% Seminário (em grupo)10% Participação

A data de realização da G1 será divulgada antes do prazo final para cancelamento de disciplina sem alteração de carnê. Deverão fazer prova final

(G3) os(as) estudantes que obtiverem nota igual ou menor a três (3,0) na G1 ou G2, ou média final maior ou igual a seis (6,0).

BIBLIOGRAFIAPRINCIPAL

BIBLIOGRAFIAPRINCIPAL

Apresentação do curso

1. A sociogênese do conceito de cultura

ELIAS, Norbert. 1994. O processo civilizador – v. I. Capítulo 1 (Da sociogênese dos conceitos de “civilização e “cultura”). Trad. Ruy Jungman. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores. pp. 21-64.

2. A perspectiva evolucionista na antropologia

CASTRO, Celso. 2005 “Apresentação”. In: CASTRO, Celso (Org.). Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Trad. Maria Lúcia de Oliveira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, pp. 7-40.

TYLOR, Edward Burnett. 2005 [1871]. “A ciência da cultura”. In: CASTRO, Celso (Org.). Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Trad. Maria Lúcia de Oliveira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, pp. 67-99.

3. A crítica metodológica ao evolucionismo e seu impacto nas antropologias americana e britânica

BOAS, Franz. 2004 [1896]. “As limitações do método comparativo da antropologia”. In: CASTRO, Celso (Org.). Franz Boas: antropologia cultural. Trad. Celso Castro. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores, pp. 25-39.

4. A escola de cultura e personalidade

BENEDICT, Ruth. 2015 [1932]. “Configurações de cultura na América do Norte”. Trad. Celso Castro. In: CASTRO, Celso (Org.). Cultura e personalidade: Margareth Mead, Ruth Benedict, Edward Sapir. Rio de Janeiro: Zahar. pp. 66-109.

SAPIR, Edward. 2015 [1934]. “A emergência do conceito de personalidade em um estudo da cultura”. Trad. Celso Castro. In: CASTRO, Celso (Org.). Cultura e personalidade: Margareth Mead, Ruth Benedict, Edward Sapir. Rio de Janeiro: Zahar. pp. 110-123.

MEAD, Margaret. 1979 [1935]. Sexo e temperamento. São Paulo: Perspectiva.

5. A “revolução malinowskiana” e as bases do funcionalismo britânico

MALINOWSKI, Bronislaw. 1984 [1922]. Os Argonautas do Pacífico Ocidental. Capítulos III (“Características essenciais do Kula”) e XXII (“O significado do Kula”). São Paulo: Abril Cultural (Coleção Os Pensadores). pp. 71-86; 365-71.

6. Perspectivas recentes: Clifford Geertz e a interpretação da cultura; Roy Wagner e a invenção da cultura; James Clifford e a escrita da cultura

GEERTZ, Clifford. 1978 [1973]. “Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura”. In: _________. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro, Zahar Editores, pp. 13-41.

WAGNER, Roy. 2010 [1975]. A invenção da cultura. Capítulo I (“A presunção da cultura”). São Paulo: Casa Naify. pp. 27-46.

GONÇALVES, José Reginaldo dos Santos. 1996. “A obsessão pela cultura”. In: PAIVA, Márcia; MOREIRA, Maria Ester (Orgs.). Cultura Substantivo Plural. RJ/SP-CCBB/Ed. 34, (Coord.), pp. 7-16.

CLIFFORD, James. 1998 [1983]. “Sobre a autoridade etnográfica”. In: _______. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, pp. 17-62.

BIBLIOGRAFIACOMPLEMENTAR

BOAS, Franz. 2010 [1911]. “O espírito do homem primitivo e o progresso da cultura”. In: _________. A mente do ser humano primitivo. Editora Vozes.

CLASTRES, Hélène 1980. Primitivismo e ciência do homem no século XVIII. Discurso, Revista do Departamento de Filosofia do FFLCH da USP, São Paulo, n. 13, dez. pp. 187-209.Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/discurso/article/view/37896/40623>

FRAZER, James George. 2005 [1908]. “O escopo da antropologia social”. In: CASTRO, Celso (Org.). Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Trad. Maria Lúcia de Oliveira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, pp. 101-127.

GEERTZ, Clifford. 1999. “Mistura de gêneros: a reconfiguração do pensamento social” e “A arte como um sistema cultural”. In: ____________. O saber local: novos ensaios de antropologia interpretativa. Petrópolis: Editora Vozes, pp. 33-56; 142-181.

MALINOWSKI, Bronislaw. 1975. “A teoria funcional”. In: __________. Uma teoria crítica da cultura. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores.

MEAD, Margaret. 2015 [1928]. “A adolescência em Samoa”. Trad. Celso Castro. In: CASTRO, Celso (Org.). Cultura e personalidade: Margareth Mead, Ruth Benedict, Edward Sapir. Rio de Janeiro: Zahar. pp. 17-65.

MORGAN, Lewis Henry. 2005 [1877]. “A sociedade antiga”. In: CASTRO, Celso (Org.). Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Trad. Maria Lúcia de Oliveira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, pp. 41-66.

MOURA, Margarida M. 2004. “Raça, cultura, língua”. In: _________. Nascimento da antropologia cultural: a obra de Franz Boas. São Paulo: Hucitec. pp. 117-207.

RIVERS, W. H. R. 1991. “A análise etnológica da cultura”. In: OLIVEIRA, Ruth Cardoso (Org.). A antropologia de Rivers. São Paulo, Unicamp.

SAPIR, Edward. 2012 [1924]. “Cultura: autêntica e espúria. (Trad. José Reginaldo Gonçalves e Markus Hediger). Sociologia & Antropologia, v.02.04: p. 35–60.

SAHLINS, Marshall. 1994 [1985]. Ilhas de História. “Introdução”, Capítulo I (“Suplemento à Viagem de Cook; ou ‘le calcul sauvage’) e Capítulo 5 (“Estrutura e História”). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores. pp. 7-59; 172-194.

STOCKING Jr., George W. 1989. “The ethnographic sensibility of the 1920s and the dualism of the anthropological tradition”. In: _________. Romantic motives: essays on anthropological sensibility. Madison: Un. of Wisconsin Press, pp. 208-276.

STOCKING Jr., George W. 2004. “Pressupostos básicos da antropologia de

Boas”. In: ________. A formação da antropologia americana: Franz Boas (antologia) – 1883-1911. Rio de Janeiro: Contraponto; UFRJ. pp. 15-38.