Teoria Da Cultura de Massa

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  • 8/12/2019 Teoria Da Cultura de Massa

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    LIMA, Luiz Costa.Teoria da cultura de Massa. 5. ed. So Paulo: Ed. Paz e Terra,2000.

    Teoria da cultura de massa

    AGRADECIMENTOSEste livro reproduz de modo uase i!te"ral o #urso de So#iolo"ia da Comu!i#a$o deMassa o%ere#ido pelo &epartame!to de So#iolo"ia e Pol'ti#a da Po!ti%'#ia (!iversidadeCat)li#a do *io de +a!eiro dura!te o a!o letivo de - -. /o teria sido ele poss'vel semo apoio dos ue t m diri"ido esse &epartame!to desde mi!1a data de i!"resso, assim#omo sem a #oopera$o e a simpatia #r'ti#a dos ue e!to %oram alu!os. A estes#ompa!1eiros, prese!tes !a mem)ria ou !a roti!a, esta reu!io.LCL*io, setem ro de - -. p. 03

    SUMRIO /ota para a se"u!da edi$o 4 p.-.I!trodu$o eral da Comu!i#a$o e Cultura de Massa 6 Luiz Costa Lima 4 p. 7 .

    Come!t8rio 4 p.37.. &outri!as so re a Comu!i#a$o de Massas 6 A ra1am A. Moles 4 p.35.

    Come!t8rio 4 p. 05.2. Comu!i#a$o de Massa, osto Popular e A 9r"a!iza$o da A$o So#ial 6 *o ert .Merto! e Paul ;. Lazars%eld 4 p. 0-.Come!t8rio 4 p. 75.7. 9 Tur!o da /oite 6 &avid *iesma! 4 p. 73.

    Come!t8rio 4 p. stria Cultural:9 Ilumi!ismo #omo Misti%i#a$o de Massa 6 Ma? @or 1eimer eT1eodor B. Ador!o 4 p. -.

    . Come!t8rio 4 p.2 3.A 9 ra de Arte !a po#a de Sua *eproduti ilidade TD#!i#a 6 Balter e!Fami! 4 p.22 .

    3. Come!t8rio 4 p.253.A Arte !a So#iedade (!idime!sio!al 6 @er ert Mar#use 4 p.25-.

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    G. Come!t8rio 4 p.237.So#iolo"ia da =a!"uarda 6Edoardo Sa!"ui!eti 4 p.233.-. Come!t8rio 4 p.2G-.Si"!i%i#a$o da Pu li#idade 6 +ea! audrillard 4 p.2- .

    0. Come!t8rio 4 p.707.A Semiolo"ia: Ci !#ia Cr'ti#a e6ou Cr'ti#a da Ci !#ia 6 +ulia risteva 4 p.703.

    . Come!t8rio 4 p.727.A Me!sa"em ;oto"r8%i#a 6 *ola!d art1es 4 p.725.

    2. Come!t8rio 4 p.7< .Estilo e Meio !o ;ilme 6 ErHi! Pa!o%s 4 p.7

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    !o u!iverso da #ultura seria uase !ula, por ue e!tre os produtos #ulturais e estes seusre#eptores 1averia um tal 1iato ue !o os permitiria se i!te"rar !os modelos OpadrWes evalores se uer da #ultura de massa. /o >!i#o livro valioso do po!to de vista da pes uisa so re os media !o rasil, A!oite da madri!1a, seu autor, SDr"io Mi#elli, re#orda a proposta para #1am8Qla a surda:o autor, diz Mi#elli, #1e"a ao a surdo de propor toda uma modalidade sim )li#a ue!o de%la"ra se!tidoU O . poss'vel ue tam Dm esse %osse meu po!to de vista ao es#rever a passa"em, #uFa%i!alidade era a!tes re%or$ar o termo alter!ativo a!terior. Mas 1oFe #reio mais !o#ime!to da %a!tasia. E o #o!tato #om turmas u!iversit8rias OX advi!das da #lasse mDdia ai?a su ur a!a e de meios prolet8rios, me leva a pe!sar a sDrio !a uela proposta. Ade"rada$o do e!si!o ue so%remos e a %a#ilidade paralela do diploma u!iversit8rioe!tre !)s levam a esta #o!#luso l)"i#oQparado?al: %ormamos a#1arDis ue so toestra!1os V #arreira em ue se diplomaram #omo seria um visi"odo !o se!ado roma!o.Mais e?pli#itame!te: o prest'"io do diploma e!tre !)s resulta de se a#reditar ue ele%a#ilitar8 a as#e!so so#ial. Como e!treta!to tais #ursos se modelam a partir da ima"emda #ultura superiorU, #amadas si"!i%i#ativas da so#iedade a a!do!am suas prDviaside!ti%i#a$Wes #ulturais R o #re!te !a ma#um a ou em reli"iWes si!#rDti#as re#al#a,

    dis%ar$a ou !e"a sua %idelidade ao #ulto, o #ura!deiro teme seFa divul"ado seu#o!1e#ime!to das mezi!1as e das ervas medi#i!ais R e pro#uram se %amiliarizar #om ali!"ua"em do se!ado roma!oU. Como isso e!treta!to leva tempo e o pr)prio #ursou!iversit8rio e?i"e pou#o, #riamQse doutores ra!#os ue !em se em ra! ue#em, !emma!tiveram sua outra ide!ti%i#a$o. Co!#luiQse mal, dia!te de tal #aso, ao se dizer,#omo se tor!ou %re Ne!te, ue #ada vez os diplomados domi!am me!os o portu"u s. A

    uesto vai alDm do mero apre!dizado de uma l'!"ua. 9 pro lema, #omo a uela

    1ip)tese !os permite ver, D de orie!ta$o !o i!terior de uma #ultura.

    /ota de rodapD. SDr"io Mi#elli, A !oite da madri!1a, p. 2vida estra!1o supor "rupos so#iais ou par#elas deles sem parti#ipa$o !o u!iverso da #ultura. Talvez ai!da !o sai amos re#o!1e#er o estra!1o

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    ue D !osso pa's. 9 dese!volvime!to do tema talvez %osse i!teressa!te. &e ual uermodo, ele e?i"iria uma pes uisa para a ual !o te!1o #o!di$Wes, !em a su%i#ie!temotiva$o. Pois, !a verdade, esta #oletY!ea 1oFe se"ue o seu #urso, depois de 1aver sedes"astado de uem a reu!iu.Luiz Costa Lima*io, a ril de -3G

    I/T*9&(JK9 E*ALC9M(/ICAJK9 E C(LT(*A &E MASSAA +osD Laur !io de Melo e 9rla!do da Costa ;erreira . A partir da dD#ada de -pida. 9 ios#)pio mata ape!as o "esto1uma!o, mas a tril1a so!ora tam Dm a#a a #om a voz. 9 r8dio a"e !o mesmo se!tido.

    Ao mesmo tempo, li eraQ!os da o ri"a$o de !os #o!#e!trarmos, tor!a!do a"ora poss'vel apre#iar Mozart e os #1u#rutes, o sermo domi!i#al e o rid"e. Ta!to o #i!ema

    ua!to o r8dio elimi!am a uele %luido misterioso7ue ema!a i!disti!tame!te do p> li#o e do artista e ue tra!s%orma #ada #o!#erto, #ada

    #o!%er !#ia em uma e?peri !#ia espiritual >!i#a. A voz 1uma!a al#a!$ou o!iprese!$a,o "esto 1uma!o, eter!idade, mas ao pre$o da alma. [...\ +8 temos #o!#ertos de rou?i!)is

    pelo semQ%io e %alas po!ti%'#ias. E de %ato o ]de#l'!io do o#ide!te^U O , p.

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    &u1amel e ;riedel i!au"uram uma postura 1oFe a#ess'vel a toda a 1ipo#risia dostradi#io!alistas i!di"!ados. 9s #ruzados do sD#ulo __ des#o rem !ovos i!%iDis ta!to!as revolu$Wes so#iais ua!to !a te#!ol)"i#a. &e#l'!io do 9#ide!te, #omo ;riedel prete!dia, ou o#aso de #erta i!tele#tualidade Em #o!trapartida, li"eirame!te posterior D o e!saio de Balter e!Fami!, A o rade arte !a Dpo#a de sua reproduti ilidade tD#!i#a O -7 , assim #omo asta!te a!teriorera o pio!eiro *e%le?Wes para uma estDti#a do #i!ema O - 7 de Lu 8#s, em ue pe!sa o%ilme #omo o realizador, por #o!ta de sua pote!#ialidade tD#!i#a, de aspira$o uemovera o teatro romY!ti#o e !ele %al1ara: o%ere#er a mais ativa e dese!%readadi!ami#idade das %ormas, a #ompleta a!ima$o e vitaliza$o do a# "rou!d, da!atureza, dos ]i!teriores^, das pla!tas e dos a!imaisU O2, p. G7 . ` parte suas %la"ra!tes disti!$Wes i!terpretativas, estas a orda"e!s se#ara#terizavam por seu padro a!tes espe#ulador ue a!al'ti#o. 9 %e! me!o ape!asirradiava e pou#o maduro se mostrava para o modo ue seu estudo adotaria depois dosa!os

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    um todo ou por medium em parti#ular. A ui, #omo em ual uer situa$o em ue se lida#om sistemas semiol)"i#os, a so#iolo"ia D i!#apaz de apree!der, pelos mDtodos ue l1et m sido pr)prios, a !atureza de um %e! me!o %ormulado em si"!os #uFas rela$Wesso#iais so primeira e esse!#ialme!te rela$Wes e!tre si"!os. bteis, porta!to, ue te!1amsido, essas a orda"e!s pou#o !os dizem so re o ue seFa radi#alme!te pr)prio V #ulturade massa. /o mome!to em ue es#revo, o estudo dos mass media F8 ad uiriu statusu!iversit8rio. 9 ue vale dizer, a divul"a$o de pes uisas so re eles e o re#o!1e#ime!toso#ial de sua importY!#ia F8 os tiraram do as %o!d das preo#upa$Wes i!tele#tuais. Poroutro lado, #o!tudo, isso !ada prova so re a ualidade de seu estudo. 9 ue Despe#i%i#ame!te a #ultura de massa D per"u!ta em ara$osa, ue se dei?a V mar"em,suFeita Vs tiradas espirituosas dos Fo"adores de palavras. Prepo!deram, ao i!vDs, osma!uais pra"m8ti#os, de leve trato e ve!da #erta, moderadame!te i!%ormativos,moderadame!te i!o%e!sivos, #omo o I!trodu#tio! to Mass Commu!i#atio!s, de Emer ,Ault e A"ee, as aprese!ta$Wes super%i#ialme!te redu!da!tes #omo o L^Esprit du Temps,de E. Mori!, o pro%etismo ale"re de M#Lu1a!, as s'!teses de%i#ie!tes de A. Moles.Assim talvez a#o!te$a em ual uer !ovo ramo de re%le?o: a al uimia sempre pre#edeua u'mi#a. E, se o al uimista vive !uma Dpo#a de #i !#ia e tD#!i#a, suas e?plosWesU F8

    !o podem ser e?#lusivame!te m8"i#as. Isso e?pli#a a am i"Nidade #om ue semostram os al uimistas dos mass media: os #1utesU, improvisa$Wes e outades dos

    #riadoresU so #o!tra ala!$ados pelos !>meros, #i%ras, estat'sti#as e palavras estra!1ases"rimidas #omo se %ossem #o!Furos. A suspeita de serem !>meros e #o!#eitos#ie!ti%i#ame!te #o!trolados %u!#io!a para os leitores #omo "ara!tia de i!vestime!to. A#i !#ia #ari#ata sempre re#orre Vs vestes da #i !#ia. . Esta i!trodu$o #o!sidera des!e#ess8ria a al uimia. E mais %8#il, porDm, sa er

    diz Qlo do ue prati#8Qlo. Co!sideramos ue o primeiro5

    passo #o!tra a al uimia so re a #ultura de massa 1aver8 de #o!sistir !uma re%le?oempree!dida de!tro da 1ist)ria, ue !os permita pre#isar o #o!te?to so#ial o!de se d8 o%e! me!o #o!siderado. /e#essitamos, para tal %im, re#orrer !aturalme!te V o ra dos1istoriadores. Mas, ao assim %azermos, di%i#uldade paralela se aprese!ta: #a er8 !oa#eitarmos passivame!te a 1ist)ria, mas, sim, ao ma!ipularmos seus dados, p r

    simulta!eame!te em dis#usso seu mDtodo de operar. Isso si"!i%i#a dizer ue o tra al1oassim estipulado !o ser8 de ordem 1istorio"r8%i#a, !o por ue seu autor !o seFa

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    1istoriador, mas sim por ue ele Ful"a ue a 8rea da 1ist)ria !o satis%az seu proFeto dea!8lise. A!tes, por #o!se"ui!te, de aprese!tarmos uma medita$o so re per'odos1ist)ri#os, #o!vDm re%letirmos so re a metodolo"ia em 1ist)ria. S) assim mostraremos#omo, ao !o %azermos 1ist)ria, ue #oisa estaremos prete!de!do %azer.

    2. A @ISTc*IA, A S9CI9L9 IA E A Lc ICA &9 @9MEM /A &I;E*E/JA &ESE(S M T9&9S

    ... l]1istoire mZ!e V tout mais V #o!ditio! d^e! sortirU OLDviQStrauss Co!struir a 1ist)ria D !arr8QlaU O7, p. -< , dizia @. Pire!!e. E !arrar, #omosa emos, supWe se"uir o %io de uma meada, um a!tes, um dura!te, talvez um depois.9ra, ua!do essa a%irma$o era pu li#ada O -7 , o 9#ide!te F8 ti!1a #o!di$Wes desa er ue !arrar !o D a >!i#a ma!eira de e?primir. ProvavamQ!o ma!i%esta$Wes da artemoder!a #omo, !a pi!tura, o #u ismo e, !o roma!#e R o #ampo privile"iado da!arrativa R o (l sses O -22 . Co!tudo, mesmo !os #e!tros ava!$ados, a i!%orma$o!ova !o #ami!1a sem o st8#ulos. A simulta!eidade de per#ep$o estampada !a tela#u ista, o estil1a$ame!to do tempo #ro!ol)"i#o em +o #e, #ome$ado #om a redu$o do pDriplo 1omDri#o V dime!so de um dia Q ual uer, traziam em #omum a re#usa dali!earidade !arrativa. Mas a arte moder!a 1avia de #o! uistar seu p> li#o e #o!se"uir

    seus i!tDrpretes a!tes de ter seu e?emplo #o!siderado pelos 1istoriadores. /o s) esserela#io!ame!to dei?ou de ser %eito, #omo, e #o!se Ne!teme!te, a 1ist)ria se ma!teve#omo meta aspirada, i! "e!ere, pelas #i !#ias so#iais.

    S) ao %im da dD#ada de -50, ua!do a pro lem8ti#a estruturalista #ome$ou aultrapassar os #'r#ulos espe#ializadas dos li!"Nistas e a!trop)lo"os, este primado so%reu#o!testa$o. /o ue o estruturalismo seFa a!ist)ri#o ou se uer #o!tra a 1ist)ria mas

    sua us#a de pre#isar sistemas, a idDia dos sistemas des#o!t'!uos O< , de determi!a$odas leis i!ter!as dos sistemas e suas tra!s%orma$Wes #1o#avamQse #om o #ar8ter!arrativo da 1ist)ria. Saussure, atD e!to uase e?#lusividade dos li!"Nistas O5 , %oitrazido ao de ate e a !arrativa 1ist)ri#a re#e eu !ome mais pre#iso: dia#ro!ia, #i !#iado dia#r !i#o. &este modo, a us#a do sist mi#o, sem se #o!%u!dir #om uma luta #o!traa 1ist)ria, o ri"ouQ!os a pe!sar !os limites impostos por uma metodolo"ia pla!tadaso re a su#essividade dia#r !i#a. Mas a 1ist)ria D %or$osame!te dia#r !i#a Ao me!os,

    respo!demos, a 1ist)ria tal #omo pe!sada por seus maiores #ultores atD a primeirametade do sD#ulo __. E assim ue Mar# lo#1 !o diver"e do reve e!u!#iado, atr8s

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    reproduzido, de Pire!!e: 9 1istoriador !o pe!sa ape!as o ]1uma!o^. A atmos%era emue respira seu pe!same!to D a #ate"oria da dura$oU O , pp.

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    %ala de seus mem ros e!tre a %ala e o sistema de ue o #ie!tista prete!de tratar sei!terpWem as ra#io!aliza$Wes. pre#iso por isso es#avar so re o ue dizem as pessoas.Mar? F8 1avia dito ue os 1ome!s %azem sua pr)pria 1ist)ria, mas !o sa em ue a%azemU. Assim #o!sidera!do, prete!deremos #a!alizar as 8"uas trazidas da i!da"a$o1ist)ri#a para o terre!o da so#iolo"ia. Mas tampou#o este satis%az !osso prop)sito. Coma va!ta"em so re a 1ist)ria de ser #apaz da apree!so de sistemas mais detal1ados, emseu #aso #o!stru'dos por uma rede de rela$Wes so#iais, a so#iolo"ia, e!treta!to, #o!ti!uamar#ada pela atra$o em %avor do "e!Dti#o. /o D ue se !e"ue #ie!ti%i#idade aoes%or$o de determi!a$o da " !ese dos %e! me!os e das i!stitui$Wes so#iais. /o D uese re#use tout #ourt o pri!#'pio da #ausalidade. A%irmaQse, sim, ue a i!vesti"a$o so rea " !ese !o pode pre#eder validame!te, mas sim de#orrer da determi!a$o sist mi#a.Te!1amos o roma!#e #omo e?emplo. A 1ist)ria !os e!si!a ue sua e?ist !#ia #omo" !ero de e?presso domi!a!te s) se #umpriu a partir do sD#ulo _=III, morme!te oi!"l s. A 1ist)ria ai!da determi!ar8 ue, ao #o!tr8rio, seu tipo de !arrativa, ao semostrar !outras Dpo#as, era mi!orit8rio e sem tradi$o de #o!ti!uidade, seFa isto ua!toao Satiri#o!, ao &e#amero!e ou ua!to ao ui?ote, mal"rado a tradi$o !oveles#a ueeste >ltimo aprese!ta !o #o!te?to espa!1ol, #omo se v desde o Li ro del ue! amor. A

    so#iolo"ia, por sua vez, poder8 e?pli#ar de ma!eira maisG

    sistem8ti#a a razo do %e! me!o e a!alisar, #omo F8 tem sido %eito, a rela$o do " !ero#om o sur"ime!to da impre!sa, #om o adve!to do i!dividualismo ur"u s, #om ae?ist !#ia de p> li#o %emi!i!o et#. &e am os os e!%o ues, porDm, es#apa um dado%u!dame!tal: mas o ue D o roma!#e Am as a uelas perspe#tivas dei?am i!ta#to osistema propriame!te dito tra$ado pelo " !ero.

    Tais di%i#uldades e de%i#i !#ias reapare#em ua!do se #o"ita da #ultura demassa. Podemos su#i!tame!te veri%i#8Qlo #o!sidera!do os se"ui!tes es uemas. Em ora1ipotDti#os e "rosseiros, prete!dem eles dar #o!ta das opera$Wes pr)prias Vs es%eras1istorio"r8%i#a e so#iol)"i#a. Para o 1istoriador o pro lema assim se aprese!taria: I!dustrializa$o O R ve'#ulos de #omu!i#a$o de massa R #ultura de massa

    A uesto se a revia, suas di%i#uldades se amorte#em. Mas, #omo veremos !as p8"i!as se"ui!tes, tomar a #ultura de massa #omo o !e#ess8rio e%eito da vi" !#ia dos

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    ve'#ulos de #omu!i#a$o de massa D, !o m'!imo, imprud !#ia. 9miteQse, em suma,media!te este primeiro es uema, a demo!stra$o soli#itada e #o!sideraQse #omo %o!tede e?pli#a$o o ue ai!da deveria ser e?pli#ado. 9 uadro !o pare#e mais satis%at)rio se #o!#e emos a"ora um simula#ro dees uema so#iol)"i#o: I!dustrializa$oR tra!s%orma$o das rela$Wes de produ$oR redistri ui$odos papDis #ulturais

    Perma!e#em os v'!#ulos de #ausa e e%eito, muito em ora seFa me!os pro!u!#iado o #ar8ter "e!Dti#o do es uema O!o se diz, por e?emplo, ue o se"u!dotermo seFa posterior e !o paralelo ao primeiro, !em tampou#o ue o ter#eiro termo seFao e%eito direto do se"u!do . /o se es#apa, porDm, da idolatria "e!eti#ista. 9ra, tala orda"em s) seria satis%at)ria #aso o ter#eiro termo permitisse vislum rar a posi$oe!to o#upada pela #ultura de massa. Pes uisas orie!tadas !esse /ota de rodapD

    O 9 leitor #ompree!der8 por ue a i!dustrializa$o apare#e #omo o primeiro termo!este es uema e !os se"ui!tes, ao a!alisar o f desta I!trodu$o.

    -se!tido, #o!tudo, s) !os %izeram per#e er ue, se a #ultura de massa tem a ver #om aredistri ui$o de papDis R as #amadas da i!telli"e!tsia ue, em vez de se diri"irem paraos #a!ais tradi#io!ais de aproveitame!to do i!tele#tual, se tor!am mem ros das e uipesda i!d>stria #ultural R, essa redistri ui$o F8 pressupWe a e?ist !#ia da uela. =oltamosV esta#a zero e, #o!#retame!te, #omprovamos ue a des#o erta do sistema R ou de seu%ilo R 18 de pre#eder ual uer tratame!to "e!Dti#o. &a', s) ua!do o sistema em ue

    se realiza a CM te!1a sido vislum rado, o material so#iol)"i#o e 1ist)ri#o esto#ado serQ!osQ8 de utilidade. Pois le so#ial ! ]est rDel u^ i!te"rD e! s stZmeU OLDviQStrauss .&o!de a %ormula$o da se"ui!te re"ra: ua!to mais dia#r !i#a e "e!eti#ame!te seFadisposto um material, ta!to mais dista!te ser8 a !ossa re#orr !#ia a ele. Ele %i#a !umaespD#ie de uare!te!a, atD a #erteza de ue seu uso ser8 ade uado. Prati#ame!te issosi"!i%i#a dizer ue s) re#orreremos V so#iolo"ia e V 1ist)ria depois de 1avermos#o!siderado e per#orrido o se"ui!te ter#eiro es uema:

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    I!dustrializa$o R ue ra do u!iverso das e?pe#tativas #ulturais #o!1e#idas Rreor"a!iza$o das oposi$Wes #ulturais i!#o!s#ie!tes OA a!do!amos o uso das setas e!tre os termos, pois s) por e?#esso de simplismo poder'amos #o!siderar #ada #o!se Ne!te #omo e%eito do a!terior. 9 pri!#'pio do testemu!1o i!volu!t8rio O1ist)ria !os levou ao pri!#'pio da !oQ#o!s#i !#ia Oso#iolo"ia e este ao i!teresse so re o i!#o!s#ie!te a!tropol)"i#o. esteter#eiro ue se mostra o mais i!#lusivo e perti!e!te. a ele ue pediremos oi!strume!tal #om ue pro#uraremos tor!ar opera#io!ais os dois !'veis a!teriores. A ui #1e"ados, podemos #o!siderar este e!saio por i!teiro e dizer: a di%ere!$ae!tre a se N !#ia do ra#io#'!io e?presso !este par8"ra%o e a se N !#ia realizada !o tododo e!saio mostraQse #omo uma i!verso de traFeto. Sua Fusti%i#a$o metodol)"i#a tomou#omo primeiro eleme!to e?atame!te a uele ue deveria ser o >ltimo a e!la$ar: a1ist)ria. 9u seFa, este par8"ra%o, ao ser es#rito, devia dar #o!ta de uma ordem ueaprioristi#ame!te R !o se e!te!da, do"m8ti#a ou irra#io!alme!te R 1avia sidoes#ol1ida e determi!ada, a sa er: O Material A!tropol)"i#o, O2 So#iol)"i#o, O7@ist)ri#o. Este par8"ra%o !o teve20outra %u!$o se!o a de mostrar por ue %oi esta a se N !#ia pre%erida e !o outra

    ual uer. Em vez de #o!ti!uarmos a lidar #om rela$Wes "e!Dti#as, a passa"em a #adaum dos dois pla!os su ordi!ados visa #orrela#io!ar aspe#tos ue pro"ressivame!te voe!ri ue#e!do, por #o!#retiza$o, o !osso sistema. A ui #1e"ados, a#reditamos ue o leitor v8 se!tirQse me!os i!tri"ado #om o uso!o 1istorio"r8%i#o da 1ist)ria e !o so#iol)"i#o da so#iolo"ia. Em vez de me!osprezo por #i !#ias ue !o so !ossas, pro#uraremos ape!as e!%ei?8Qlas !uma l)"i#a do1omem.

    7. C(LT(*A: =AL9* &ECLA*A&9 E =AL9* =E*&A&EI*9 9s mass media !o e?istiram em al"umas ou em v8rias so#iedades, porDm,ori"i!ariame!te, s) !a o#ide!tal e, de!tro desta, seu ple!o apare#ime!to s) se d8 !osD#ulo em #urso. Cada uma destas duas a%irma$Wes !e#essitaria e?ame. *esumamoQ!osV se"u!da. Em seu livro &e la #ulture populaire au? 3 et G siZ#les OG , o 1istoriador *.Ma!drou demo!strou a e?ist !#ia, !os sD#ulos ue #o!sidera, de uma %orma de

    or"a!iza$o e distri ui$o #ulturais ue aprese!ta tra$os de semel1a!$a #om a #ulturade massa. Com ase !a #idade de Tro es, o!de eram es#ritos os %ol1etos, divul"ados

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    pelo !orte da ;ra!$a, #ompostos se"u!do padrWes esta ele#idos, ate!de!do ao "osto damassa rural, sua 8si#a #o!sumidora, essa literatura am ula!te, se"u!do o autor,e!#o!trou e uivale!te !a I!"laterra, !a Alema!1a !a Pol !ia. Ao passarmos em revista suas #ara#ter'sti#as, !otamos ue, de %ato, sea!te#ipavam eleme!tos da #ultura de massa. Assim, desde lo"o, seus autores !o so do povo, mas para ele es#revem, tra al1a!do a ma!dato de editores dedi#ados a esse tipode pu li#a$o e?ploram uma tem8ti#a de evaso, aFustada aos i!teresses do status uo.A impessoalidade da #ria$o, a tem8ti#a previame!te #om i!ada, a lami!a$o, emsuma, do produto, F8 se mostram e!to prese!tes. Por outro lado, #o!tudo, seu #o!sumoD so#ialme!te demar#ado e lo!"o seu prazo de vida. Como diz Ma!drou, ela aprese!ta

    uma #o!#ep$o de mu!do e dos 1ome!s o%ere#ida ao lo!"o das "era$Wes, repisada dosav)s aos !etos, relida e #ome!tada de sero em sero, em todos os meios2 populares D em o alime!to de uma #ultura dos meios popularesU OG, p.

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    #omu!i#a$o %ormam uma trama i!te"rada !uma modalidade de #ultura pr)pria,#1amada de massaU. *a#io#i!a!do em termos mais "erais: os mass media, #omo

    ual uer ve'#ulo de #omu!i#a$o #ultural, esta ele#em ua!tidades, importam pelasua!tidades ue trazem V #ir#ula$o a #ultura ue os i!te"ra esta ele#e ualidade,

    importa pelo valor ue so#ialme!te se l1e #o!%ere. A solu$o a ui aprese!tada, #o!tudo, poderia ser a#usada de !omi!alista:esta ele#emos duas i"ualdades ua!tidade R #omu!i#a$o, ualidade R modalidade#ultural e tratamos de e! uadrar o mu!doU !o Ym ito das duas proposi$Wes... 9ra, por

    ue a ua!tidade tem a ver #om o par es#ol1ido e !o #om o outro A uesto, em perti!e!te, !o poder8, e!treta!to, ser esmiu$ada a!tes de dese!volvermos22duas #o!se N !#ias ue, diretame!te, resultam da a%irmativa a!terior. Ao e?primiQlas,teremos o#asio de #ome$ar a %u!dame!tar as duas proposi$Wes a!teriores. So elas:

    ua!do a%irmamos ue a ualidade D vei#ulada pela modalidade de #ultura !o estamos%ala!do em ualidade i!dividual e e%etiva de #ada o Feto perte!#e!te V uelamodalidade. 9 valor de#larado de uma #ultura !o i!di#a o valor verdadeiro de suaso ras. TrataQse, !a verdade, de dois Ym itos diversi%i#ados em ue %u!#io!a a !o$o devalor. 9 valor e%etivo das o ras s) pode ser a%erido media!te #ritDrios de a!8lise R ue

    sero mais o Fetivos ou me!os R e! ua!to o valor vei#ulado pela modalidade de#ultura D i!#o!s#ie!te, so#ial, "e!eralizador e, ao mesmo tempo, des#rimi!ativo. (mamodalidade D valorizada em razo da outra, o valor est8 em depe!d !#ia de umadi%ere!$a, ue, a!te a a!8lise, poder8 se revelar %alsa ou verdadeira, mas ue, !ae?ist !#ia #omu!al da #ultura, mostraQse sempre atua!te, empre"ada O- . Muitas vezes, a diversidade aludida e!tre os Ym itos de doa$o de se!tido V#ultura R ou pela modalidade #ultural, ou pela a!8lise parti#ulariza!te de espD#imes

    seus R termi!a !um #1o ue. Por e?emplo, pela modalidade de #ultura a ue perte!#em,a #ultura dita superior, os #o!#ertos e as pe$as si!% !i#as de um *a#1ma!i!o%% so"e!eri#ame!te valorizadas, e! ua!to pela a!8lise musi#al i!dividualizada sodespresti"iadas #omo merame!te epi" !i#as. E?emplo #o!tr8rio e!#o!tramos !o&e#amero!e de o##a##io. /o seu tempo, ele %oi Ful"ado um su#edY!eo dos atuaislivros de simples #o!sumo, sem !ada de !o re ou e?emplar O 0 , e! ua!to 1oFe !os pare#e !u!#a ter sido outra #oisa se!o #ultura superiorU.

    9 mesmo se apli#a V #ultura de massa. (ma #oisa D sua valoriza$o i!#o!s#ie!te,re%erida V sua espD#ie R a ual re#e e a !ota reservada para seu #o!ti!e!te i!teiro R,

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    outra #oisa D a a!8lise #o!s#ie!te, o Fetiva, #ie!t'%i#a ou prope!same!te #ie!t'%i#a de produtos seus. &evemos ter !itidame!te em #o!ta esses dois pla!os, pois, em #aso#o!tr8rio, #o!%u!diremos pre!o$Wes #om !o$Wes e Ful"aremos #om seriedade #ie!t'%i#a%ormula$Wes derivadas de e?pe#tativas i!#o!s#ie!tes. 2 Co!sidera!do a disti!$o e!tre os mass media e a #ultura de massa, deduzimos

    ue a e?ist !#ia dos primeiros !o determi!a a %or$osa e?ist !#ia da se"u!da. /outras palavras, D le"'timo supor ue os meios de #omu!i#a$o de massa se i!te"rem !outramodalidade #ultural,27dotada de uma valora$o diversi%i#ada, #om muda!$as mais dr8sti#as ou me!os. Taldiverso a#oplame!to, porDm, !o passa de mera 1ip)tese te)ri#a, para !)s, 1a ita!tes daso#iedade #apitalistaQo#ide!tal. &a re%le?o empree!dida, e!te!demos ue os mass media #o!stituem asrami%i#a$Wes i!dispe!s8veis de um tro!#o R a modalidade de #ultura R ue os sustDme os pressupWe. As rami%i#a$Wes !o se #o!%u!dem #om este, !em perte!#em ao mesmotipo de realidade. 9s mass miedia so i!strume!tos e, #omo tais, empiri#ame!teo serv8veis ao tro!#o i!te"ralizador #1e"amos por a stra$o, por via dedutiva e !oemp'ri#oQi!dutiva. I!versame!te, #omo resulta!te e #ompleme!ta$o do a!teriorme!te

    visto, !o se pode #o"itar de #ultura de massa, !o se!tido pr)prio ue pro#uramos pre#isar, o!de i!e?iste seu %ei?e de rami%i#a$Wes tD#!i#as. Ser8 e!to o #aso de %alarQseem #ultura popular, %ol#l)ri#a ou de isolat, ual uer uma delas se #ara#teriza!doimediatame!te pela domi!Y!#ia de rela$Wes prim8rias e, porta!to, tra!smitida por meios pou#o ou !ada te#!i%i#ados e de #urto al#a!#e. Pro#uraremos e!to pelo uso de material 1istorio"r8%i#o #orpori%i#ar esses#o!#eitos. Come$amos e!to a usar a 1ist)ria para a !o Q 1ist)ria ue prete!demos.

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    #om a %orma$o dos i!teresses #apitalistas u!idos e amparados pelo poder estatal, emsuma, #om o mer#a!tilismo ue mi!aro o edi%'#io tradi#io!al da #ultura, em vez deserem os a"e!tes re#o!1e#idos da #ultura R a es#ola, o es#ritor, o me#e!as R ue, de per se, a sorvero os si!ais muta!tes do tempo. /ada 18 de estra!1o !o %ato. 9s a"e!tesi!ter!os da #ultura esto li"ados a uma or"a!iza$o so#ioe#o! mi#a ue D amea$ada pelas modi%i#a$Wes2 li#o%re Ne!tador dos salWes !o res. 9 "a!1ar este p> li#o, porta!to, !o D ape!asimporta!te para a tra!smisso de suas idDias: D a #o!di$o mesma de sua so reviv !#ia.Em todas as Dpo#as, o i!tele#tual sempre %ez #o!#essWes para so reviver. Mas a"ora eletem de #o!#eder !a pro#ura de uma %orma de #omu!i#a$o mais direta, #om me!or dosede re#orr !#ia a um sistema de tradi$Wes e i!%orma$Wes previame!te trazidas por seu

    leitor. Assim o i!tele#tual ur"u s da Dpo#a !o se #o!%u!de #om um mer#e!8rio dasletras. Ele passa por se"uidas di%i#uldades, os For!ais %e#1am a remQse outros. 9stermos da uesto, porta!to, !o so mer#e!arismo ou des#a!so asse"urado, mas sim p> li#o a #o! uistar ou salo de "osto previame!te #o!1e#ido. A pro lem8ti#a re#ordada %azQ!os ver esses %ra!#eses emi"rados ou prosadoresi!"leses #omo os a!tepassados pr)?imos dos e!#i#lopedistas. Estes #o!tam #om umasitua$o mais madura. /o s) dispu!1am do #ami!1o a erto por a ueles, #omo,

    ademais, viviam so um re"ime ue pa"ava o dD ito do %ra#asso da pol'ti#a repressivade Lu's72_I= e de seus desastres !o #o!ti!e!te, em %avor de seu rival i!"l s, assim #omo demaior !>mero de leitores. 9s estudos !e#ess8rios ao dese!volvime!to dessas a%irma$Weslo!"e esto de ser e?austivos. SoQ!os su%i#ie!tes, e!treta!to, para ue veFamos o sD#ulo_=II #omo o da %orma$o do esp'rito ur"u s, dis%ar$ado pela uesto reli"iosa, assim

    #omo o se"ui!te ser8 o da sua sistematiza$o. Co!sidera!doQse esse %ator, em #omo o F8 assi!alado so re a ela ora$o de uma li!"ua"em adaptada ao #o!sumo de p> li#o

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    des#o!1e#ido, poderemos, por a#aso, a#res#e!tar ue o desa ro#1ar da #o!s#i !#ia ur"uesa D paralela ao apare#ime!to de uma #ultura de massa, #o!%orme a 1ip)teseleva!tada !a a ertura deste par8"ra%o /o, so provas i!su%i#ie!tes. A#o!te#e, em primeiro lu"ar, ue o p> li#o dai!tele#tualidade pro"ressista, em ora previame!te des#o!1e#ido, admite a presu!$o, por parte do es#ritor, de uma edu#a$o e de i!teresses 1omo" !eos. A #o!#luso so re esse po!to, e!treta!to, !o D i!dis#ut'vel. Co!trariame!te,*esti% de la reto!!e es#revia: @8 al"um tempo os oper8rios da #apital tor!aramQsei!trat8veis por ue leram, em !ossos livros, uma verdade muito %orte para eles: ue ooper8rio D um 1omem pre#iosoU O , p. 2-5 . Mas, #omo #ome!ta A. So oul, a' pare#e1aver um #aso e?#ep#io!al ue s) D #ara#ter'sti#o dos #'r#ulos restritos dostra al1adores da impre!sa, os >!i#os ue empree!deram, por volta do %im do A!#ie!*D"ime, al"umas a$Wes reivi!di#ativasU O , p. 2-5 . E verdade ue o pr)prio So ouldesta#a a li"a$o e!tre as idDias do ilumi!ismo revolu#io!8rio e #ertas pu li#a$Wes populares: &ois " !eros liter8rios parti#ularme!te populares !o %im do sD#ulo _=III#o!tri u'ram, e!tre as pu li#a$Wes am ula!tes, para multipli#ar a audi !#ia das Luzes: oalma!a ue e o ]#a!#io!eiroU O , p. 2-- . Co!tudo, o leva!tame!to dos t'tulosdistri u'dos por essa literatura am ula!te mostra, diz ai!da So oul, a multipli#idade de

    i!teresses das #amadas ate!didas por esses distri uidores. Por #erto ue 1avia pu li#a$Wes de #ar8ter pol'ti#o, #o!#orda!te aos e!si!ame!tos ilumi!istas estas, porDm,se misturavam V mera literatura de evaso, pre%erida pelas Camadas mais ai?as. 9stip)"ra%os #o!stitu'am a es#assa represe!ta$o prolet8ria de!tro de um #o!sumoestritame!te ur"u s. Isso por ue, das #lasses des#o!te!tes, a ur"uesia D a >!i#ai!tele#tualme!te preparada para a sorver a me!sa"em revolu#io!8ria do ilumi!ismo:

    &eli era$Wes, me!sa"e!s e peti$Wes das assem lDias das se$Wes parisie!ses

    77e das so#iedades populares, ue !os tra!smitiram #omo um raio re%ratado das Luzes,ema!am de uma mi!oria de milita!tes asta!te #ultivados para redi"irUO , p. 2-< . Isto posto, podemos #o!siderar Fusti%i#ada a primeira #o!#luso. A razo pri!#ipal, #o!tudo, de !e"armos direito de e?ist !#ia V #ultura de massa !o per'odo #o!siderado ai!da !o D esta. 9 %ator de#isivo D sim represe!tado pela aus !#iade uma e#o!omia de mer#ado, ue permitisse o a#esso de v8rios setores so#iais a uma

    pluralidade de mer#adorias, ta!to de ordem material ua!to de su stY!#ia ima"i!8ria.Assim, !o D por ue uma #ultura se %a$a portaQvoz de ideais revolu#io!8rios ou muito

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    me!os por ue seFa ela pr)pria revolu#io!8ria ue passa a re#e er, #om le"itimidade, odesi"!ativo de massaU. Tampou#o ser8 por ue a e?presso privile"ia assu!to daatualidade, tratado em li!"ua"em demo#r8ti#aU ue a #ultura re#e er8 o !ome de

    massaU. Aleatoriame!te assim pode a#o!te#er, mas tomar esses dados #omo#ara#ter'sti#os do %e! me!o ser8 prati#ar seu elo"io ideol)"i#o. &e!tro da di#otomia #o!temporY!ea R #ultura de massa, #ultura superior oues#olarizada R as o ras re%eridas dos sD#ulos _=II e _=III perma!e#em !o Ym ito da#ultura superior, por ue e?i"em um "rau de i!teresse espe#ializado. =oltaire, &iderot,*ousseau !o so #ultura superior por ue a 1ist)ria da #ultura l1es reservou um postosuperior. Seus e?emplos simplesme!te !o podem ser #omparados #om os #l8ssi#osUda #ultura de massa de 1oFe. Pois perte!#em V modalidade diversa de #ultura. Podem ser#omparados ape!as de a#ordo #om a se"u!da idDia de valor ue e!u!#iamos, i.D., pelaa!8lise i!ter!a de sua ualidade. Em #o!se N !#ia de tudo o ue %oi dito, ue a ur"uesia assuma sua #o!s#i !#iade #lasse !o provo#a, i!tele#tualme!te, outro resultado se!o o adve!to de uma #ultura ur"uesa, a ual !o se #o!%u!de o ri"atoriame!te #om !e!1um dos dois p)los dadi#otomia #o!tempora!eame!te prese!te. A #ultura de massa, em suma, #o!ti!uaause!te. A demo!stra$o de sua i!e?ist !#ia, porDm, serveQ!os mais do ue para

    re%or$ar uma idDia ue F8 seria esper8vel. Ela %u!#io!ou #omo simula#ro para o re%or$oda determi!a$o de um dos aspe#tos da #ultura de massa: a sua !oQ1omo"e!eidade,e?iste!te por detr8s de sua to apare!te padro!iza$o. Ca erQ!osQ8, posteriorme!te,%u!dame!tar esta #o!#luso.7< . C(LT(*A &E MASSA E CAPITALISM9 LI E*AL Some!te a partir do sD#ulo _I_ a e#o!omia de mer#ado e?iste #omo totalidade.

    A!teriorme!te e!#o!tramos ma!#1as, sali !#ias il1adas do ue o #apitalismo si"!i%i#a#omo sistema. A repeti$o dessas !o$Wes, to #o!1e#idas, importa de um po!to de vistamerame!te pr8ti#o: ela o ri"a o pes uisador a situar #o!te?tualme!te seus #o!#eitos. A%alta de #o!sidera$o pelo pre#iso #o!te?to 1ist)ri#o F8 tem sido diversas vezesassi!alada pelos preFu'zos assim #ausados Oassim a %alsi%i#a$o do mDtodo de a!8lisemar?ista pela apli#a$o me#Y!i#a de seus #o!#eitos a todas as %ormas so#iais e a todasas Dpo#as, ue /orma! roH! e!#o!tra mesmo e!tre os #l8ssi#os, !a idDia do

    #omu!ismo primitivo O 3, p. 2 7 , ue represe!taria a proFe$o, !o #o!Fu!to dasso#iedades ar#ai#as, da !o$o 1ist)ri#a de propriedade o mesmo tipo de erro se repete,

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    e!volvem !esta multipli#idade de pla!os e #omo o e#o! mi#o tor!aQse o determi!a!tedos outros, sur"em simultY!ea e paralelame!te os e%eitos i!diretos. Estes se disti!"uemdos e%eitos e#o! mi#os por !o serem privile"iados pela razo diri"ida. 9 raio de a$odesta os al#a!$a. Media!te uma rela$o propor#io!alme!te ra#io!al, per"u!tamos. A passa"em do e#o!omista i!"l s F8 !os o%ere#e resposta, i!depe!de!teme!te de sua#o!s#i !#ia do ue vem de de#larar ou mesmo #o!tra ela. 9 %ato de o #apitalismoaprese!tar uma rela$o #ompletame!te !oQmoral, !oQ1uma!a, !o o ise!ta de e%eitosse!s'veis !essas duas orde!s. A%i!al, o 1omem e a Dti#a !o so uestWes depe!de!tesde !osso ar 'trio. So, ao i!vDs, pesos #o!sta!tes, ati!"idos uer seFam previstos !o proFeto do sistema, uer seFam e!#arados #omo vari8veis irreleva!tes. &a' resulta a#o!tradi$o pr)pria da razo diri"ida: tudo o ue !o D diretame!te a ra!"ido por seuraio de a$o resta suFeito V irra#io!alidade provo#ada pela pr)pria 8rea privile"iada pelosistema. 9 ue !o D privile"iado !o se ma!tDm de %ora, livre ou suFeito Vs re"rasdoutro sistema. Perma!e#e, ao #o!tr8rio, i!volu!tariame!te determi!ado, %or$osame!tema!ipulado pelas re"ras de um Fo"o para o ual !o %omos #o!vidados. A

    #o!ta ilidade ra#io!alU #o!verteQ!os a todos em Fo"adores aos uais !o se per"u!touse ueriam Fo"ar. A irra#io!alidade sist mi#a D, assim, a #o!traparte !atural dara#io!alidade empresarial. Essa #o!tradi$o, por sua vez, determi!a rea"e!#iame!tos

    #orrelatos e i"ualme!te #o!tradit)rios. 9 rea"e!#iame!to dos7%atores de produ$o se"ue uma ordem ra#io!al os rea"e!#iame!tos de #o!tor!o, oi!verso. Mal se a#omodam V uele, em ora !o seFa i!sta!tY!ea a des#o erta de seudesaFuste. 9s 1ome!s, servos e servidores, pro#uram mas#arar ou mi!orar os e%eitos#ausados por uma razo ue, por ser diri"ida, D tam Dm par#ial. Tal modo de ra#io!aliza$o !o se daria, e!treta!to, ape!as pelo e uil' rio

    #o!t8 il, ou por ue, de repe!te, o 1omem a#edesse em dese!volver, e!#a!tado, seuse!so pr8ti#o !os !e")#ios. A ra#io!aliza$o empresarial muito me!os teria tido#o!di$Wes de ve!#er por si mesma a pol'ti#a aristo#r8ti#oQ%u!di8ria da ;ra!$a prDQrevolu#io!8ria e da Espa!1a, #aso !o %osse a#ompa!1ada e e!e%i#iada pelo surto dedes#o ertas e aper%ei$oame!tos tD#!i#os. E!tre estes se desta#am #omo pri!#ipais o pro#essame!to do #arvo em #o ue, #o!se"uido !a I!"laterra em 375, #i!#o a!osdepois apli#ada aos altosQ%or!os e aper%ei$oado em 3G< e a i!ve!$o da m8 ui!a a

    vapor, realizada e aper%ei$oada e!tre 30 e 330.

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    Tal dese!volvime!to da te#!olo"ia %or!e#eu a #o!traparte devida para a e?pa!soda e#o!omia de mer#ado. Pois, #omo si!tetiza Be er, permitiu a ema!#ipa$o datD#!i#a e, #orrelativame!te, da possi ilidade de lu#ro ua!to aos v'!#ulos ue li"avam o1omem Vs matDrias do mu!do or"Y!i#o. [...\ A me#a!iza$o do pro#esso produtivomedia!te a m8 ui!a a vapor li erou a produ$o das travas or"Y!i#as do tra al1o. [...\Por >ltimo, "ra$as V asso#ia$o #om a #i !#ia, a produ$o de e!s e#o! mi#osema!#ipaQse das travas ue a li"avam V tradi$oU O G, pp. 25-Q 0 . *a#io!aliza$o #o!t8 il, dese!volvime!to te#!ol)"i#o, reor"a!iza$o Fur'di#a e pol'ti#oQadmi!istrativa 1armo!izadas e mo Q deQ o ra %or$ada a ve!der sua %or$a detra al1o, estes so os %atores da arra!#ada e do triu!%o da e#o!omia de mer#ado. Taiseleme!tos se i!te"ram aos me#a!ismos de produ$o, de #o!trole, de e?pa!so erepresso ue #ara#terizam o #apitalismo, #o!#retiza!do a di#otomia de ra#io!alidadede aspe#to e irra#io!alidade do todo. &e posse desses dados, podemos traz Qlos ao pro lema ue !os to#a. *e#orremosai!da a Be er para desta#armos a di%ere!$a e!tre a #o!duta !oQ#apitalista e a#apitalista, !o ue respeita ao #o!sumo. E! ua!to a primeira, #omo F8 vimos peloe?emplo das #idades italia!as, #ara#terizaQse pela restri$o do #o!sumo, media!te aespe#ializa$o em produtos de lu?o ou, em #aso i!verso, por uma mera e#o!omia

    73de su sist !#ia, a #o!duta #apitalista, mesmo em se trata!do de !e#essidades su!tu8rias,determi!a a demo#ratiza$o do lu?oU. Esta D, desta#a Be er, uma das #ara#ter'sti#asmais de#isivas do #apitalismoU O G, p. 2 7 . &ura!te o sD#ulo _I_, por #o!se"ui!te, ue ramQse as travas ue pre!diam o#o!sumo. C1e"amos e!to V !ossa per"u!ta. +8 e?istir8 a"ora #ultura de massa Aresposta perma!e#e !e"ativa. Sem d>vida, se !os #o!te!t8ssemos #om um #ritDrio

    ua!titativo, #1e"ar'amos V resposta i!versa. /as "ra!des #idades, For!ais, alma!a ues, produ$o de !ovelas em sDrie R &umas tem uma o%i#i!a de es#ritores, em ue osa! !imos #ompWem os e!redos, ue, depois de revistos pelo mestre e do!o, re#e emsua mar#a de %8 ri#aUR, o vaudeville, o estilo #1amativo #om ue so #ompostos os"ra!des #artazes #oloridos, disso!a!tes #om o #i!za suFo das paredes, o i!'#io da%oto"ra%ia, as e?peri !#ias i!i#iais do me#a!)"ra%o F8 so ve'#ulos, em ora i!#ipie!tes,de uma #ultura este!dida Vs massas. Simulta!eame!te as #omu!i#a$Wes a lar"a distY!#ia

    se dese!volvem a partir da i!stala$o, em G53, do primeiro #a o su mari!oi!ter#o!ti!e!tal.

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    9 ue %alta e!to A#o!te#e ue a "ra!de diviso #ultural perma!e#e aseada !adistY!#ia e!tre #ampo e #idade, e!tre provi!#ia!o e #itadi!o e, da', e!tre #ultura de%u!$o ou pro#ed !#ia rural, a %ol#l)ri#a ou popular, e #ultura de %u!$o ur a!a asuperior ou es#olarizada. Cultura %ol#l)ri#a e #ultura es#olarizada so os dois p)los #uFo#orte #o!stitui o se!tido do u!iverso me!tal do sD#ulo _I_. E verdade ue a %orma$o, F8 dese!volvida, das #o!#e!tra$Wes prolet8rias determi!a o apare#ime!to de vasto setori!#apaz de se ide!ti%i#ar !o u!iverso da uela di#otomia. 9 oper8rio perde pro"ressivame!te os v'!#ulos #om a #ultura %ol#l)ri#a V medida ue se a%asta do #ampo,sem ue, !em por som ra, te!1a a#esso ao se"u!do p)lo do u!iverso das e?pe#tativas#ulturais. Este des"arre ser8 ta!to mais #ruel ua!to, ai!da !as primeiras dD#adas dosD#ulo, depois de vitoriosa a primeira revolu$o prolet8ria da 1ist)ria, um de seusl'deres demo!strava #omo !o era poss'vel %alarQse, mesmo !o uadro soviDti#o, de#ultura prolet8ria, !em se!tido em supor ue a !ova #ultura, ue viesse a ser %ormulada,tivesse essa uali%i#a$o O - . Este se"me!to so#ial ser8 posteriorme!te suFeito, em#o!Fu!to #om as outras #lasses, ao ali#iame!to da #ultura de massa.7G Mas outra per"u!ta se impWe: mesmo se #o!#ordamos #omo ue %oi dito, ai!e?ist !#ia de #ultura de massa !o seio do #apitalismo li eral !o era ape!as uma

    uesto de tempo 9u seFa, as e?pe#tativas #ulturais i!#o!s#ie!tes !o estavammudadas ai!da some!te por ue as modi%i#a$Wes em tal #ampo so asta!te mais le!tasA %ormula$o da per"u!ta revela sua !atureza simplista. E?pli#a$o mais #o!vi!#e!te para a persist !#ia !otada s) e!#o!traremos se pe!sarmos !o pr)prio #ar8ter da produ$o #apitalista do sD#ulo passado. ela de al#a!#e 1orizo!tal, a ra!"e!do desdeas !e#essidades 8si#as i!dividuais R vestir, #omer, #urar a doe!$a, matar a sede Rdesde as #omu!alme!te 8si#as R tra!sportarQse e se #omu!i#ar O20 R atD as 8si#as

    para o estado em vi"or R %azer "uerra, #o! uistar mer#ados, impor Vs popula$Wes!ativas suas !ormas de vida e su misso. Todas estas so mer#adorias vis'veis e1orizo!talme!te utilizadas. AlDm do mais, por #o!ta do est8"io i!su%i#ie!te de seu dese!volvime!tote#!ol)"i#o e pelo relativo desa%o"o pol'ti#o em ue as !a$Wes ur"uesas europDiasvivem depois de G

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    9 mesmo se dir8 de *u emprD, em ora %re Ne!te #'r#ulos me!os reservados esuas ilusWes te!1am mais 8rduo #ami!1o. 9 For!al, em ue vem a tra al1ar, e os arti"osdi%amat)rios ue, %or$ado, vir8 a es#rever #o!somem al"umas 1oras de seu dia. /oresta!te, D livre para ma ui!ar e meterQse em !ovas empresas. por #o!ta do )#io ue possuem ue se e?pli#am os deva!eios #o!sta!tes !os perso!a"e!s do roma!#e do sD#ulo _I_. Simplistame!te #o!siderados #omo e%eito demero #li#1 romY!ti#o, os deva!eios so a #o!se N !#ia !atural do #otidia!o permitidoV #lasse desses perso!a"e!s. A eles est8 reservada a modela"em, ai!da ue tr8"i#a, deseu diaQaQdia. ua!to V aristo#r8ti#a "aleria proustia!a, !e!1uma di%ere!$a su sta!#ial. 9 /arrador %az do deva!eio a pr8ti#a da vida. ua!do a#ede ao mu!do dos outros D por teroptado volu!tariame!te. 9 mu!do ai!da D um pa!orama, ue se a re alDm das Fa!elasde seu uarto e !o perde esse #ar8ter mesmo ua!do o /arrador o #o!templa, deitadoem seu leito, %e#1adas as #orti!as, so a %orma de um raio lumi!oso a da!$ar

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    !o D a"rad8vel se!o !as re"iWes em ue #idades e aldeias esto apro?imadasU O20, p.7 - , #omo ;. raudel es#reve, !o sD#ulo _I_ as m8 ui!as tor!am mais leves os pDs. E,alDm do mais, !o se viaFa ape!as por ue !isto se e!#o!tre prazer. A op$o de *im aud, a a!do!a!do Paris e a poesia pelo #o!tra a!do de armas!o #ora$o da %ri#a, %oi plaus'vel !este uadro. Ao per#e er ue a arte e a #idade erami!#apazes de %ormular a vida ue almeFara, despoFaQse delas. Seu ato, e!treta!to, !o se#o!%u!de #om o sui#'dio, !o se!tido literal de perda da e?ist !#ia. Pois a distY!#ia i!da permitia a #o! uista de uma !ova vida. do mesmo modo ue e!te!demos as levas deave!tureiros, mer#e!8rios, m'sti#os e es#ritores ue, a!tes de *im aud e mesmo depois, pre%erem o i!terior do 9rie!te ou da %ri#a aos #e!tros europeus o!de !as#eram.E?traviamQse dos padrWes da ur"uesia re ui!tada, ou da misDria das #ol !ias prolet8rias,< porDm, ao mesmo tempo, #a!didatamQse a modelar a vida a seu "osto. A #ria$o do#otidia!o i!dividual admitia v8rias possi ilidades. As mais a solutas eram maisarris#adas, #o!tudo s) por roma!tismo as #o!%u!dimos #om o volu!t8rio sui#'dio. A #o!stitui$o do #otidia!o aut !omo era, porta!to, i!versame!te propor#io!al V

    ua!tidade de tempo de e?posi$o aos lo#ais de ate!$o e prese!$a %or$adas, %ossem

    estes a %8 ri#a, a o%i#i!a, o es#rit)rio ou os salWes de #ompare#ime!to i!dispe!s8vel.uem dele se livrasse, estava apto a ma!darU em sua vida. Era o ue em sa ia mesmo

    uma pessoa modesta #omo ;ra!#is#a, a vel1a #riada da %am'lia do /arrador de Proust:A1X si F^avais seuleme!t du pai! se# V ma!"er et du ois pour me #1au%%er l ]1iver, il

    a eau temps ue Fe serais da!s la pauvre maiso! de mo! %rZre V Com ra . LVQ as o! sese!t vivre au moi!s, o! !^a pas toutes #es maiso!s deva!t soi, il a si peu de ruit uela !uit o! e!te!d les "re!ouilles #1a!ter V plus de deu? lieuesU OLe # tD des

    uerma!tes . *espo!daQse ue todos esses par8"ra%os !o passam de so%isti#a$o de um dadore#o!1e#ido pelo se!so #omum: ua!to mais al"uDm D o ri"ado a tra al1ar paraso reviver, ta!to me!os tem #o!di$Wes de viver a vida. /a verdade, porDm, duas #oisasesto em Fo"o e !o se #o!%u!dem. A di%ere!$a pri!#ipal e!tre o ue !os diz o omQse!so e o ue de#lara a uela re%le?o #o!siste !o se"ui!te: o se!so #omum !o duvidar8

    ue e?iste 1oFe uma vida #otidia!a da mesma !atureza da ue a!tes e?istia.

    A#res#e!tar8 atD ue ela pare#e mais variada e divertida. 9 mito de *o i!so! CrusoDre!as#e !a ima"i!a$o de #ada adoles#e!te ur"u s. Se"u!do !ossa re%le?o, ao i!vDs,

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    Semel1a!te #o!#luso represe!taria um passo atr8s, i!#idi!do !um ma!i ue'smo ue, a prete?to de a#usar a so#iedade de de%ormadora, termi!aria por Fusti%i#ar ideolo"ia to#o!servadora ou atD mais ai!da. A%astarQseQia assim a pr)pria meta almeFada por esteestudo i!trodut)rio. Mas, so o re#eio de repetirmos

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    #ultura de massa. Com esse %ito re#orremos V #lassi%i#a$o aprese!tada por &avid*iesma!.

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    #ia, %irmeza etempera!$a se tor!am as virtudes por e?#el !#ia. E #o!tra o dem !io ue se traz

    re#al#ado *estam os ma!i# mios, espera!do a so#iedade ue seus mem ros maisativos deles !o !e#essitem. &ia!te do #res#ime!to do le ue de possi ilidades de %i?a$o pro%issio!al e da#o!#orr !#ia i!dis#rimi!ada, os pri!#'pios su stitutivos das !ormas devem i!sistir so reum !>#leo #omum, ue permita a i!te"ra$o em ual uer dos ramos !e#ess8rios. A pessoa autodi!"ida tor!aQse #apaz de ma!ter um deli#ado e uil' rio e!tre as dema!das

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    Al"umas #o!se N !#ias se mostram, desde lo"o, releva!tes. Al"umas soaprese!tadas por *iesma!. I!teressemoQ!os pelas ue ele !o apo!tou. &e i!'#io, !aso#iedade da autodire$o, perdeQse a v8lvula de aFuste ue o primeiro tipo asse"urava aore elde ou ao mar"i!al. Pois essa so#iedade D a uela em ue #res#e a diviso so#ial dotra al1o e ue est8 %u!dame!tada !a a#umula$o 8si#a do #apital. Tare%as, porta!to,

    ue !o satis%azem este es#opo so, por %or$a, mar"i!alizadas. /o importa ue otra al1o seFa #riador, mas sim ue seFa >til, o ue vale dizer, ue seFa de al"um modore!t8vel. 9 mar"i!al poder8 i!stitu#io!alizarQse, D #erto, desde ue respo!da aore uisito %u!dame!tal: tor!arQse re!t8vel. Tal aFustame!toU, a supor umrea"e!#iame!to mais deli#ado, #om e%eito, ser8 e!to raro, e s) se dar8 em lar"a es#ala!uma outra etapa do #apitalismo. /o ser8, porta!to, em virtude da !oQ%u!#io!alidadedas v8lvulas de es#ape ue se e?pli#a o #orte des#o erto por M. ;ou#ault, em sua@istoire de la ;olie V l^Y"e Classi ue, esta ele#ido a partir dos sD#ulos _=II e _=III, aseparar %ro!talme!te o mu!do dos lou#os do mu!do dos sos ;ou#ault o demo!stra aoveri%i#ar ue os asilos !o a ra!"iam ape!as os ue, #li!i#ame!te, assim %osse!#o!siderados. Suas portas, ao #o!tr8rio, re#e em todo a uele ue !o #umpre a razodiri"ida e?altada pelo sistema. A!tes de ter o se!tido mDdi#o ue l1e damos, ou ue pelo me!os "ostamos de !ele supor, o i!ter!ame!to %oi e?i"ido por #oisa em disti!ta

    ue o deseFo de #urar. 9 ue o tor!ou !e#ess8rio %oi um imperativo de tra al1o. /ossa%ila!tropia "ostaria de re#o!1e#er os si!ais de e!evol !#ia ua!to V doe!$a, o!de seassi!ala ape!as a #o!de!a$o da o#iosidadeU O27, p. 7 . A se"u!da #o!se N !#ia ue depree!demos !o pare#e me!os importa!te: aso#iedade da autodire$o D uma so#iedade de poupa!$a, o!de, por #o!se"ui!te, as pessoas devemQse a#ostumar a "uardar parte de seus re!dime!tos, de seus tale!tos%'si#os e i!tele#tuais. Co!#orr !#ia e poupa!$a so, #om e%eito, os dois vetores 8si#os

    !a %ormula$o do autodiri"ido. Eles e?pli#itam o #ar8ter a#umulativo ue vive aso#iedade. A a#umula$o, por #o!se"ui!te, !o a%eta ape!as a ordem e#o! mi#a. A partir desta se espal1am e #riam !'veis #orrela#io!ados. o 1omem autodiri"ido ue se#ara#teriza pela a#umula$o. o 1omemQpoupa!$a o ue vive o %uturo em #ada par#elado prese!te e,

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    es#r>pulos, suas ora$Wes so preFudi#adas e seu pro"resso impedido pela pe#ami!osao sesso. Em !e!1um i!sta!te a "over!a!ta, a "arota, mesmo ua!do F8 mul1er madura, se per"u!tam por ue seria imoral tal pr8ti#a. 9 %ato ue #o!siderem !aturalme!teile"'timo o ato mostra a %or$a repressiva irradiada de seu meio. 9 deleite de ima"i!arera uma %orma de prazer, uma %orma de "astarQse sem se tor!ar >til. A moralidadevitoria!a, o purita!ismo i!"l s %u!damQse !essa espD#ie de e?peri !#ia 8si#a. 91omem autodiri"ido D o ue se pu!e e #e!sura por tudo o ue !o seFa re!t8vel. A ele,sem d>vida, repu"!aria a !ossa i!terpreta$o. Mas a repu"!aria e #o!sideraria !aturalsua pr8ti#a mesmo por ue ela era a idealme!te aFustada V so#iedade de #ar !#ia e dea#umula$o em ue vivia. T'pi#o do 1omem vitoria!o, este #omportame!to, porDm, se este!dia por toda aEuropa, pela mesma razo a#ima i!vo#ada. 9s estudos #o!#retos ue #o!1e#emos, Dverdade, !o so #ompletos para este dia"!)sti#o. PorDm os dados ue raudelaprese!ta podem ser este!didos pelas demais #lasses so#iais, respeita!doQse suasdi%ere!$as !as rela$Wes de produ$o, o%ere#e!do o per%il #o!#reto da uela situa$o1ist)ri#a. 9 or$ame!to de uma %am'lia de pedreiros erli!e!ses, em G00, era#a!alizado em mais de 30k para a alime!ta$o. 9 resta!te se!do empre"ado em "astos

    tam Dm de mera su sist !#ia. Co!%orme os #8l#ulos do pr)prio raudel, a situa$o !o era diversa para otra al1ador parisie!se e europeu em "eral O20, p. 02 :o alto #o!sumo de po se!do e?pli#ado por ue o tri"o #o!stitu'a o #ereal mais ri#o emais ao al#a!#e da olsa do po re.&ados semel1a!tes !os %altam ua!to aos es#alWes mDdio e alto da so#iedade europDia,deve!doQse, ademais, ressalvar ue o i!'#io do sD#ulo _I_ !o Do po!to )timo para

    a!8lise da vida so o #apitalismo li eral. Mal"rado essas de%i#i !#ias, os eleme!tosi!di#ados por raudel F8 !os servem, ao me!os provisoriame!te, para atestarmos o

    ua!to o autodiri"ido se disti!"ue do #o!sumidor de massa. Este, #om e%eito, pressupWeoutro modo de #omportame!to i!te"rativo, o ual,50#o!%irma!do a a!8lise 1ist)ri#a a!teriorme!te realizada, ai!da !o se d8 !o oFo dasDpo#as da autodire$o.

    9r$ame!to de uma %am'lia de pedreiro

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    O5 pessoas em erlim por volta de G00em por#e!ta"em da re!da

    32,3 k Q alime!ta$o

    !i#a #oisa ue perma!e#e i!alter8vel ao #urso da5

    vida D o pro#esso de es%or$arQse e de prestar e?trema ate!$o aos si!ais vi!dos dosoutrosU O22, p. 2 . 9 alterodiri"ido traz #o!si"o uma espD#ie de radar, #omportame!to ue apre!dedesde pe ue!o, so o e?emplo dos pais: A aprova$o em si mesma, sem #o!sidera$o pelo #o!te>do, tor!aQse uase o >!i#o em i!e u'vo#o !esta situa$o: a"eQse em

    ua!do se D aprovado. Todo poder, assim, !o ape!as #erto poder, est8 !as mos do poder de aprova$o, real ou ima"i!8rio, e a #ria!$a apre!de, das rea$Wes de seus pais,

    ue !ada em seu #ar8ter, !ada de seu patrim !io, !e!1uma 1era!$a de !ome ou detale!to, !e!1um tra al1o ue %a$a D valorizado por si mesmo, mas ape!as pelo e%eito

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    ue #ause so re os outros. A"ir em tor!aQse uase e uivale!te a %azer ami"os ou, pelome!os, #erta espD#ie de ami"os. ]A uele a uem %oi dada aprova$o, ser8 dada maisaprova$oU O22, p. li#os R a vestu8ria e?trava"a!te do dY!di, a realiza$ode %esta, #omo a ue %oi dada em /ova or , !o %im do sD#ulo _I_, o!de #ada #o!vivare#e ia, ao e!trar, uma !ota de52ta!tos d)lares para a#e!der seu #1aruto R era a ma!eira i!e u'vo#a de desta ue.

    E! ua!to todos e#o!omizavam, u!s pou#os se davam ao direito de desperdi$ar. 9e?i i#io!ismo era privilD"io destes raros. Ao e!trarmos, porDm, !a so#iedade de#o!sumo estes pou#os se multipli#am. 9 me#a!ismo des#rito por =e le! perde sua%u!#io!alidade. Muitos podemQse vestir #om e?trava"Y!#ia, muitos podem ueimarUdi!1eiro e assim !e!1um apare#eU. &a' ue #o!sumo #o!sp'#uoU seFa su stitu'do pelo

    ue *iesma! #1amou de di%ere!#ia$o mar"i!alU. A pessoa mostra ser di%ere!te !o pela di%ere!$a do produto ue usa, mas por pe ue!o si!al re#o!1e#'vel ape!as pelos

    e?perts, os mem ros do "rupo de de#iso. A ualidade F8 !o disti!"ue R ao #o!tr8riodo ue dir8 a propa"a!daR, pois !a t'pi#a so#iedade de #o!sumo muitos tero meios de

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    us8Qla. +8 !o 18 produtos !o res, mas sim to ues !o res. a #amisa i"ual Vs outras uetraz !o olso o dese!1o em #or de um Fa#arD. Seus produtores de%e!demQse dasimita$Wes tira!do a pate!te da mar#a. Assim os i!#autos #ompram o similar !a#io!al,apare!teme!te id !ti#o, sem !otarem ue o seu Fa#arD !e#essita mostrar a #a e$a para olado #o!tr8rio ou ser de outro tama!1o. A imita$o propa"a a importY!#ia do ori"i!al. /o i!teressa ue muitos sai am do detal1e ide!ti%i#ador. Importa ue al"u!s o sai am.Estes se e!#arre"aro de distri uir os valoresU por e!tre os mem ros da turmi!1aU. o le!$o de #a elo estereotipado, de matDria #omum, ue, e!treta!to, usado de #erta%orma, mostra estampada !a #a e$a uma i!i#ial salie!te, ue s) pou#os ide!ti%i#aro#omo a mar#a de um "ra!de #ostureiro D o a!el de metal #uFo em lema ou se es#o!de por seu pr)prio dese!1o ou deve ser usado i!vertido, para ue s) al"u!s per#e am seuto ue et#. Tais pr8ti#as se e!tredevoram e astam pou#os meses para ue seFamsu stitu'das por outras. A perdura$o vai de e!#o!tro ao se"redo dos pou#os, alma do!e")#io... E assim poss'vel ue para o leitor deste livro os e?emplos lem rados F8 perte!$am V prDQ1ist)ria da >ltima di%ere!#ia$o. Por outro lado, e! ua!to o #o!sumo #o!sp'#uo resultava de uma motiva$o#o!sta!te !o 1omem, o deseFo de se disti!"uir, se!do #omo tal lo#aliz8vel em diversassitua$Wes so#iais e em Dpo#as em disti!tas, a di%ere!#ia$o mar"i!al D i!dustrialme!te

    alime!tada, #omer#ialme!te !e#essitada sistemati#ame!te estimulada pela propa"a!da. /outras Palavras D um me#a!ismo i!stitu#io!alizado pelas !e#essidades de #erto tipo desistema so#ial. parte i!te"ra!te de uma so#iedade ue,57 uro#rati#ame!te, e!%atiza o #o!sumo, pois dele depe!de e#o! mi#a e ideolo"i#ame!te. /i!"uDm mais i!suspeito para diz Qlo do ue al rait1: 9 i!div'duo serve o sistemai!dustrial, !o para a aste# Qlo #om a poupa!$a e o #apital dela resulta!te ele o serve

    pelo #o!sumo de seus produtos. Em !e!1um outro assu!to, reli"ioso, pol'ti#o ou moral,est8 a #omu!idade to ela orada, perita e dispe!diosame!te i!stru'da. Espe#i%i#ame!te,de modo paralelo V produ$o de e!s, so %eitos es%or$os e!Dr"i#os e !o me!osimporta!tes para "ara!tir o seu uso. Estes es%or$os e!%atizam a sa>de, a eleza, aa#eita$o so#ial, o su#esso se?ual R a %eli#idade, em resumo R ue resultaro da possee do uso de um determi!ado produto. Esta #omu!i#a$o, #om i!ada diariame!te #om oes%or$o em prol de i!umer8veis outros produtos, tor!aQse, !o #o!Fu!to, um ar"ume!to

    i!i!terrupto das va!ta"e!s do #o!sumo. Por sua vez, i!evitavelme!te, este %ato a%eta osvalores so#iais. 9 padro de vida de uma %am'lia tor!aQse o i!di#ador de suas

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    realiza$Wes, aFuda!do a "ara!tir ue a produ$o e, pari passu, o #o!sumo de e!s seFama primeira medida de realiza$o so#ialU O2

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    mesmo tempo, #ompree!siva e opera#io!al de %e! me!os da !atureza da #ultura demassa. A#res#e!temos ai!da: a a!8lise #o!te?tual D de ordem #o!Fu!tural, a se"u!da deordem estrutural. Ao assim desi"!armos a se"u!da, temos #o!di$Wes de mel1or veri%i#ara armadura i!ter!a realizada por este e!saio: do mesmo modo #omo su ordi!amos ai!da"a$o 1ist)ri#a e a so#iol)"i#a a um es uema a!tropol)"i#o, su ordi!amos a"ora aa!8lise so#iol)"i#a da li!"ua"em V a!8lise do sistema pr)prio da li!"ua"em ou dasli!"ua"e!s Oes uema ue se repetir8 !a ordem dos te?tos a se"uir solu#io!ados .

    C9/CL(S ES

    &os dese!volvime!tos e%etuados por esta i!trodu$o, deduzimos #omo propriedades da #ultura de massa: a Em rela$o direta #om o aparato te#!ol)"i#o da so#iedade em ue %erme!ta, F8 por ue pressupWe a e?ist !#ia de uma rede de mass media, em si mesmoste#!i%i#ados, F8 por aFustar sua #o!duta aos padrWes de produ$o e #omportame!to destaso#iedade. Assim #o!sidera!do, !os per"u!tamos se a CM pressupWe a o ri"at)ria prese!$a da so#iedade de #o!sumo. @istori#ame!te, a per"u!ta se uer tem se!tido, poiss) 1ouve CM #om so#iedade de #o!sumo. A medida porDm

    55ue re#usamos a!8lise 1istori#ista, a resposta do 1istori#ame!te #o!1e#ido !o satis%ar8.

    Podemos, #om e%eito, leva!tar a 1ip)tese de uma #ultura de massaU !o mediada por#o!stitui$o so#ial semel1a!te V so#iedade de #o!sumo. Caso isto se d , e!treta!to, ser8

    #ultura de massaU !o id !ti#a V uela ue, e!tre !)s, re#o!1e#emos. 9 ue !o podemos, se uer 1ipoteti#ame!te, #o!#e er D uma CM ue !o esteFa %u!dame!tada pelo dese!volvime!to te#!ol)"i#o prDvio, o ual permita a produ$o em es#ala verti#al.

    A partir dessa primeira propriedade, disti!"uimos, por #o!se"ui!te, e!tre um eleme!toi!vari8vel R a !atureza te#!ol)"i#a da produ$o #ultural #o!ve!#io!alme!te #1amada

    de massaU R e um eleme!to vari8vel ou #o!Fu!tural R, i.e., !as#ido de #erta#o!Fu!tura R a so#iedade de #o!sumo, ue, !o 9#ide!te, tem servido #omo seumediador so#ial. Em oposi$o Vs modalidades #ulturais desta#adas em per'odos 1ist)ri#os passados, a #ultura de massa supWe #amadas e #amadas de 1etero"e!eidade.

    @etero"e!eidade i!ter!a de seus produtos R uer #o!sidera!do os %ormulados e6outra!smitidos por um mesmo ve'#ulo, uer #o!sidera!do os ue, trata!do de um mesmo

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    tema ou eve!to, se di%ere!#iam ao serem to#adosU pela disti!ta materialidade dali!"ua"em de ve'#ulos diversos Oum #rime a ordado em p8"i!a poli#ial de For!al, !um#urtaQmetra"em ou !uma 1ist)ria em uadri!1os ad uire to!alidades di%ere!#iadas de

    realismoU . @etero"e!eidade e?ter!a, mais em dita, por #ompara$o #om seu p)lo de#orrela$o, resulta!te da a!8lise de sua tem8ti#a6%ormula$o6li!"ua"em em %a#e datem8ti#a6%ormula$o6li!"ua"em dos produtos de #ultura superiorU, tomados ai!da uerde ve'#ulo a ve'#ulo #orrespo!de!te R ua!do tal #orrespo!d !#ia seFa poss'vel R] pore?emplo, revista de atualidade e revista espe#ializada, For!al e livro, uer de lo#o para lo#o. Mas a 1etero"e!eidade !o se e!#erra !o pla!o assi!alado. Temos ai!da a#o!siderar a 1etero"e!eidade de !'vel e!tre os p)los de #omu!i#a$o. /o Ym ito da CMvi"ora, #omo re"ra "eral, a di%ere!$a de !'vel e!tre produtores e #o!sumidores de seus produtos, re"ra oposta V re%ere!te ao Ym ito da #ultura superior, em ue a1omo"e!eidade mais ou me!os #o!sta!te da #omu!i#a$o resulta da espe#ializa$o!e#ess8ria a ual uer um de seus setores. /o se #o!#lua, e!treta!to, #o!%orme F8 advertimos !o i!'#io desta a orda"em,

    ue e!tre #ultura de massa e #ultura superior e?ista5

    uma per%eitame!te re#ortada li!1a de demar#a$o. A amostra"em do %ato talvez F8 te!1asido asta!te, isto !o !os ise!ta, #o!tudo, de mel1or pre#isarmos a"ora a asemetodol)"i#a em ue !os apoiamos. @av'amos dito Of 2 ue a ualidade ou valor asso#iado a uma modalidade de#ultura !ada ti!1a ver #om uma %ormula$o media!te #ritDrios o Fetivos, a!al'ti#os,#apaz de veri%i#a$o, e?perime!ta$o, #o!%irma$o ou desme!tido ue a ualidade, emsuma, era ma!eira de esta ele#er disti!$o #om outra modalidade de #ultura,

    diversame!te uali%i#ada se!do a disti!$o opositiva assim travada um re#urso peloual o 1omem d8 se!tido ao %e! me!o em pauta R a valoriza$o %aze!doQse a partir da

    desvaloriza$o do eleme!to asso#iado e vi#e Q versa. Este Fu'zo, #riado de!tro do Ym itodo estruturalismo, !e#essita mostrar a"ora sua raiz.

    9posi$o e i!#o!s#ie!te Em e!saio datado de -2 , Como es#rever versosU, Maia ovs reu!ia #o!sel1os

    e %atos de sua e?peri !#ia de poeta. (m deles a ui !os i!teressa. Ele mostra #omo, aouerer es#rever versos de amor, des#o rira ue o mel1or modo de #1e"ar Vs palavras

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    #o!sistia em tomar uma #o!du$o e %az Qla diri"irQse a um #ami!1o es ura#ado, #uFosi!# modos #ausados ao passa"eiro !ada ti!1am de semel1a!te V e?peri !#ia amorosa.Sem se dar #o!ta da teoria ue Fazia impl'#ita, Maia ovs i est8Q!os dize!do ue o#riador !e#essita #o!tar #om uma distY!#ia ua!to ao material a ser prati#ado, a %im de, pela di%ere!$a, mais em ser ele per#e ido. 9 amor s) tem se!tido por ue !em tudo Damor as #oisas s) t m se!tido para o 1omem pela di%ere!$a ue as separa e disti!"uedoutras #oisas. /a Apolo"ie pour l ]1istoire, M. lo#1, !outro #o!te?to, o%ere#eQ !os e?emplo demesmo si"!i%i#ado. *e%ereQse V %orma$o tardia do #o!#eito de Idade MDdia.9ri"i!alme!te, medium aevum desi"!ava o i!terre"!o e!tre a dissolu$o da Lei A!ti"ae o Adve!to do rei!o do Se!1or. A dessa#raliza$o do #o!#eito D realizada em %i!s dosD#ulo _=II, por u! modeste %aiseur de ma!uelsU. 9 !ovo se!tido, #o!ti!ua lo#1, !o passa ai!da de uma eti ueta a #o rir o per'odo mile!ar ue se este!dia desde asi!vasWes 8r aras atD o *e!as#ime!to. A eti ueta desapare#e ua!do, !o sD#ulo _I_, otermo passa a #o!ter uma #ar"a valorativa !e"ativa, a!ta" !i#a V #ar"a de se!tido positivo #om ue a53*e!as#e!$a F8 se i!vestira. Estava soldado o par de opostos, em ue, i!#o!s#ie!teme!te,

    o i!dividualismo ur"u s valorizava seus a!te#ipados pr)?imos, os empres8rios e"over!a!tes re!as#e!tistas, e la!$ava a pe#1a #o!de!at)ria so re os a!tepassados do poder aristo#r8ti#o e reli"ioso, ai!da seu i!imi"o. lo#1 F8 era #apaz de medir aar"amassa ue u!ia os #o!#eitos de Idade MDdia e *e!as#ime!to, #omo mostra ao dizer

    ue o se"u!do #o!stitu'a o pe!da!t pres ue !D#DssaireU O , p. - do primeiro. &e i"ual ao e?emplo a!terior, tor!amos a e!#o!trar a oposi$o #omo me#a!ismodoador de se!tido. Ilustra$Wes semel1a!tes e!to se multipli#am se re#orremos Vs o ras

    de . a#1elard so re a vida do ima"i!8rio. asteQ!os, porDm, uma >!i#a, retirada daPoDti ue de l^ espa#e O25 . a#1elard a!alisa a oposi$o e!tre o #laro e o es#uro e a#ar"a sim )li#a de ue se reveste, mar#a!do partes da moradia. Com e%eito, uase sem#ome!t8rio, podeQse opor a irra#io!alidade do tel1ado V irra#io!alidade do s)to. [...\*umo ao tel1ado todos os pe!same!tos so #laros. /a 8"uaQ%urtada, v Qse a des!udo,#om prazer, a %orte ossame!ta das vi"as. Parti#ipaQse da s)lida #o!stru$o do#arpi!teiro, 9 s)to ser8, sem d>vida, #o!siderado >til. *a#io!alizarQseQl1eQ8

    e!umera!do suas va!ta"e!s. Mas, a!tes de tudo, D o ser o s#uro da #asa, o ser ue

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    parti#ipa dos poderes su terrY!eos. So!1a!do #om ele, a#er#amoQ!os da irra#io!alidadedo pro%u!doU O25, pp. 5 Q2 . *i#as #omo so as ilustra$Wes desta e!ver"adura, elas, !o e!ta!to, !o revelam al)"i#a sist mi#a ue, ao mesmo tempo, a!te#ede e se realiza media!te as oposi$Wes.Este salto s) ser8 dado pela o ra de LDviQStrauss e, a partir dela, pelos autores direta oui!diretame!te i!%lue!#iados. Em LDviQStrauss, a oposi$o apare#e #omo o me#a!ismo por e?#el !#ia a servi$oda vo#a$o estruturaliza!te portada pelo i!#o!s#ie!te 1uma!o. 9posi$o e i!#o!s#ie!teapare#em assim #omo pe$as 8si#as para a dDmar#1e a!tropol)"i#a. 9u$amos reveme!te o autor Fusti%i#ar o papel do i!#o!s#ie!te: 9 ris#o tr8"i#o ue sempreespreita o et!)"ra%o, la!$ado !esta empresa de ide!ti%i#a$o, D o de ser a v'tima de ummalQe!te!dido ou seFa, ue a apree!so su Fetiva V ual #1e"ou !o aprese!te #om a doi!d'"e!a !e!1um po!to #omum, %ora de sua pr)pria su Fetividade. Esta di%i#uldade seriai!sol>vel, se!do as su Fetividade, por 1ip)tese, i!#ompar8veis e i!#omu!i#8veis, se aoposi$o e!tre o eu e o outro !o pudesse ser so repuFada so re um5G#ampo, ue D tam Dm a uele em ue o o Fetivo e o su Fetivo se ree!#o!tram, ueremosdizer o i!#o!s#ie!te. &e uma parte, #om e%eito, as leis da atividade i!#o!s#ie!te esto

    sempre %ora da apree!so su Fetiva Opodemos dela tomar #o!s#i !#ia, mas #omoo Feto de outra, porDm so elas ue determi!am as modalidades desta apree!soU O2 , p. ___ . 9u seFa, o #ami!1o da o Fetividade !as #i !#ias so#iais #o!%u!deQse #om a pe!etra$o !a via do i!#o!s#ie!te, pois o i!#o!s#ie!te seria assim o termo mediadore!tre o eu e o outroU O2 , p. ___I . pela o ra do pr)prio LDviQStrauss, ademais, ue #o!se"uimos mel1ori!strume!talizar a idDia. 9 i!#o!s#ie!te !o se restri!"e a ser a uilo ue es#apa V

    tra!spar !#ia Oo ue a #o!%u!diria #om o pri!#'pio da !oQ#o!s#i !#ia de ourdieu . Esim o #ampo o!de verdadeirame!te se estrutura o se!tido de um %e! me!o, te?to oui!stitui$o, pelas oposi$Wes ue so releva!tes me!os pelos termos ue separam do ue pelo tipo de rela$Wes ue esta ele#em: Ape!as as rela$Wes so #o!sta!tes, !o oseleme!tosU O23, p. 37 . Isso si"!i%i#a dizer: u!iversais !o so os #o!te>dos R a iluso Fu!"uia!a R mas sim as rela$Wes opositivas e #ompleme!tares, de ue la!$a mo oi!div'duo. &a' ai!da se deduz ue, para ver #omo os es uemas so pree!#1idos, i.e.,

    para es#utar o ue est8 se!do oposto, a a!8lise l)"i#a deveQse desdo rar em a!8lise do#o!te?to, da!doQse a passa"em do a!tropol)"i#o ao so#iol)"i#o e ao 1ist)ri#o.

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    Apli uemos e!to essa i!%orma$o metodol)"i#a ao ue %oi aprese!tado !estee!saio. Como o leitor F8 ter8 #ompree!dido, utilizamos a idDia estruturalista de oposi$o para di%ere!$ar #omu!i#a$o R ue est8 para a ua!tidade estatisti#ame!te apree!s'vel R e #ultura de massa R ue sur"e media!te a modi%i#a$o das modalidades #ulturaisa!teriorme!te vi"e!tes !o pla!o do i!#o!s#ie!te #omu!it8rio. Apro?ima!do e!to a Fusti%i#a$o metodol)"i#a aprese!tada e seu uso !esta i!trodu$o, podemos dizer: perma!e!te !o #ampo da #ultura D ape!as a rela$o ue opWe A a , rela#io!ame!todoador de se!tido para am os os p)los #ompree!didos !a Fu!$o. Parti#ular,1istori#ame!te lo#alizada, #o!te?tualme!te e?pli#ada D a !omea$o ue re#e e aoposi$o #ultural, a sa er CM6CS, ue su stitui a a!teriorme!te em vi" !#ia: C;6CS.Isso e?pli#a por ue temos dito ue essa oposi$o s) se mostra !a etapa prese!te daso#iedade #apitalista o#ide!tal. ;alar em CM a respeito da C1i!a #o!temporY!ea revelaQse um a surdo, por mais la#u!osos5-

    ue seFam os dados de ue dispomos para a!8lise, desde ue apre!demos a !o de%i!iruma modalidade #ultural se!o dia!te doutra modalidade, so#ialme!te #arre"ada devalor #o!tr8rio.

    ;ora o #'r#ulo estruturalista, #o!tudo, ai!da e!#o!tramos eleme!to para#orro orar !ossas premissas de mDtodo e, ao mesmo tempo, ampli8Qlas. Em sua #r'ti#a V teoria psi#ol)"i#a da i!du$o de @ume, . Popper assi!ala: Emvez de e?pli#ar !ossa prope!so em esperar re"ularidades #omo resultado da repeti$o, propo!1o e?pli#ar a repeti$o para !)s #omo o resultado de !ossa prope!so em esperarre"ularidades e em us#8Qlas. [...\ Sem esperar passivame!te ue as repeti$Wesimprimam ou impo!1am re"ularidades so re !)s, devemos tratar ativame!te de impor

    re"ularidades ao mu!do. &evemos tratar de des#o rir similaridades !o mu!do ei!terpret8Qlas em %u!$o das leis por !)s i!ve!tadas. Sem esperar o des#o rime!to de premissas, devemos saltar para #o!#lusWes. Estas talvez te!1am de ser lo"o des#artadasse a o serva$o mostra ue so erradas. [...\ OPor tal teoria tor!aQse poss'vel#ompree!der por ue !ossos i!te!tos em impor i!terpreta$Wes ao mu!do solo"i#ame!te a!teriores V o serva$o de similitudes O2G, pp. 53QG . 9u seFa, Popper esta ele#e a a!terioridade de e?pe#tativas de re"ularidade V

    o serva$o mesma das re"ularidades, lei do me#a!ismo ps' ui#o 1uma!o ueesta ele#e a po!te e!tre a e?peri !#ia #omum do mu!do e a e?perime!ta$o #ie!t'%i#a.

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    Mas, desli"a!doQ!os de uma %idelidade estrita ao autor, isso !o si"!i%i#a dizer ue ae?peri !#ia #ie!t'%i#a seFa um prolo!"ame!to re%i!ado da e?peri !#ia #omum. /o, o

    ue 18 de id !ti#o D ouso de um mesmo me#a!ismo de ue o !osso i!#o!s#ie!te Ddotado. Pois as leis por !)s i!ve!tadasU, a!teriores V o serva$o de re"ularidades, !oso e?pli#adas sem levarmos em #o!ta a disposi$o em "rilleU trazida pelo #Dre ro1uma!o. Ci !#ia e e?peri !#ia #omum %azem uso deste i!strume!to, do mesmo modo#omo #ie!tistas e 1ome!s #omu!s usam de i"ual seus ra$os, ol1os e per!as. Mas o uso F8 !o D #omum. As leis !aturais, ou seFa, as e?pe#tativas de re"ularidade, so meras propostas de leis. Por isso mesmo diz'amos ue as modalidades #ulturais ue estudamos!o so o Fetivas R isto D, !o so dotadas de uma uali%i#a$o i!tr'!se#a. +8 as leis#ie!t'%i#as se propWem #omo e?pe#tativas de re"ularidade suFeitas V e?perime!ta$o.E! ua!to a uelas so %e#1adas, estas so

    0tra!sitivas a uelas !o se es#lare#em a si mesmas, pois s) so #ompree!didas V medida

    ue por meio delas estas tra!sitam. Assim, sem o #o!1e#ime!to da dDmar#1ea!tropol)"i#a estrutural, utiliza!do #ami!1o diverso, Popper rati%i#a a l)"i#a doi!#o!s#ie!te e mel1or !os aFuda a #ompree!der sua prati#a ilidade.Supor, porta!to, #omo usualme!te se de#lara, ue a ua!tidade esta ele#e a ualidade,

    ser8 re#orrer, em ora sem se ter disso !o$o, V vel1a teoria de @ume. 9 po!to de vistaa ui de%e!dido, ao i!vDs, a%irma ue as ua!tidades, em !osso #aso, os mass media, pressio!am i!#o!s#ie!teme!te as pessoas, esta ele#e!do e?pe#tativas de re"ularidade,

    ue se e?primem por esta espD#ie de lei !atural, a modalidade #ultural. A"ora, #omo tale?pe#tativa de re"ularidade !o se #o!%u!de #om a re"ularidade o Fetivame!te#omprovada ou #omprov8vel Olei !o mais !atural, porDm, #ie!t'%i#a , resulta adi%ere!$a e, ta!tas vezes, a dis#ordY!#ia e!tre o valor #o!#edido V modalidade #ultural e

    o valor a%irmado ou re#usado media!te a a!8lise. Mais ai!da: a dis#ordY!#ia podeati!"ir po!to e?tremo, !e"a!do a pr)pria li!1a de separa$o e!tre modalidades tomadas#omo disti!tivas. OLem reQse a prop)sito a demo!stra$o de LDviQStrauss so re a %al8#ia#o!tida !o ue se #1amava totemismo. Ser8 este o#aso ua!to Vs #ulturas de massaU e

    superiorU /o o a#reditamos, mas, de toda ma!eira, s) pela #o!ti!uada a!8lise deseus o Fetos al#a!$aremos resposta de ri"or. &esde lo"o, os eleme!tos F8 a uiaprese!tados permitemQ!os a%irmar ue a disti!$o a issal e!tre as duas modalidades

    perte!#e merame!te ao #ampo da e?pe#tativa de "e!eralidade i!#o!s#ie!te. E elaesta ele#ida, porta!to, media!te um pro#edime!to m'ti#o e !o media!te disti!$o

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    #ie!t'%i#a. ;ormulada em termos de oposi$o simples, vista ua!to a seu par disti!tivo, a#ultura de massa !o passa de um mito O!o se e!te!da, porDm, ue mito si"!i%i#ame!tira e %alsidade . A #ultura de massa D, !a verdade, um dos "ra!des mitos do sD#ulo__. E #omo mito, em #o!se N !#ia, ue deve ser e!#arada a sua determi!a$oopositiva. Como em todo mito, a' e!#o!traremos uma #o!#ep$o de mu!do, umaideolo"ia e uma li!"ua"em. S) a partir desses tr s !ovos eleme!tos, e!u!#iados daa!8lise em vias de #o!#luso, o a!alista poder8 e!%o#ar, #om pre#iso, as rela$Wes e!treos dois p)los da di#otomia. Elu#idemos, para este %im, por e! ua!to ape!as almeFado, o papel dos tr s termos. ua!to V #o!#ep$o de mu!do, D de se supor ue ela aprese!tame!os varia$Wes !a #ultura de massa do ue !a es#olarizada. /o ue 1aFa

    u!a!imidade !a primeira R pe!same!to em ue pare#em asse!tar as re%le?Wes de umAdor!o. As #ria!$as !eur)ti#as de C1arles S#1ultz, !o Pea!uts, des#erram a e?ist !#iade um mu!do som rio e #a)ti#o ue !ada tem de #omum #om a #o!#ep$o europeiza!tee ai!da #olo!izadora de um Ti!ti! ou #om a #o!#ep$o a!tiimperialista e de li erdade para os povos riso!1ame!te di%u!dida pelos "auleses de AstDri?. As muta$Wes, #o!tudo,so em me!os i!te!sas do ue !a %i#$o #orrespo!de!te !a modalidade superiorU,o!de, se !o 18 ta!tas #o!#ep$Wes de mu!do ua!to autores de " !io, 18 a te!d !#ia de

    e?istirem ta!tas varia!tes de id !ti#a #o!#ep$o ua!to #riadores de alto relevo. ua!to ao se"u!do eleme!to, a ideolo"ia, a o serva$o ue a ui %aremos D mais provis)ria. /a #ultura de massa, ela D diretame!te de#larada, seus em ustes maisimediatame!te per#ept'veis, mais r8pida a des#o erta de sua #o!s#i !#ia par#ialU. /o

    ue a #ultura superior %a$a parte de um rei!o ise!to dos #ompromissos de #lasse, #omo, por mais estra!1o ue pare$a, F8 se a%irmou. Ape!as R e #omo resulta!te do eleme!toestudado R est8 mes#lada a eleme!tos, preo#upaQse #om uma materialidade te?tual ue

    tor!a improv8vel ser ela #o!%u!dida #om a #omu!i#a$o ideol)"i#a. Em ual uer umdos #asos, porDm, deveQse levar em #o!ta a o serva$o de ourdieu: te!tar esta ele#er o

    ue o te?to diz pro#ura!doQse de#i%r8Qlo em termos de mera ideolo"ia R a!tes de pro#urar sa er ual o sistema ue #o!stitui R tem represe!tado uma e?#ele!te ma!eira para erros %re Ne!tes. asteQ!os a prova do ue tem su#edido #om /ietzs#1e: ta!tasvezes %oi a#usado de preparador do !azismo ue muitos so tomados de surpresa #om o

    ue seus >ltimos i!tDrpretes !ele des#o rem. ua!to V li!"ua"em, seremos ai!da mais

    reves, pois sua e?plora$o e?i"iria outra i!trodu$o de id !ti#o tama!1o. Podemose!treta!to dizer: te!de!#ialme!te, a di%ere!$a e!tre os dois p)los, CM6CS, se de#lara

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    pelos dois pri!#'pios ue almeFam #umprir. 9 ma e it !eH, de ue E. Pou!d %alava,#o!verteQse !o verdadeiro em lema para a arte, V medida ue a e?perime!ta$o se tor!a#o!sta!te em seus produtos #o!temporY!eos. A ele se #o!trapWe a mar#a do ma e iteas , pro#urado pelos mass media. /oteQse, e!treta!to, ue !em o !ovo pro#urado se#o!%u!de #om o !ovo realizado, !em tampou#o ue a leitura %8#il D, por pri!#'pio,a!ta" !i#a ao !ovo. Sirva de prova a li!"ua"em da 1ist)ria em uadri!1os. So#omportame!tos, am os de possi ilidades e?perime!tais, ue se espe#i%i#am pelotratame!to te!de!#ial de suas respe#tivas

    2li!"ua"e!s, as uais se disti!"uem F8 pela prese!$a disti!ta do #o!di#io!a!te so#ial Rdiretame!te impli#ada !os produtos de #ultura de massa, mesmo por se tratar de uma%orma de i!d>stria, mediatame!te prese!te !o #aso dos produtos da #ultura superior. &e passa"em, a#res#e!teQse ai!da: por mais %8#il ue seFa a li!"ua"em de um produto de massa, mesmo por mais redu!da!te ue seFa a sua %a#ilidade, apli#arQl1e osmDtodos da #1amada a!8lise de #o!te>doU dese!volvidos pela so#iolo"ia da#omu!i#a$o !orteQameri#a!a ser8, previame!te, impossi ilitarQse de sa er do ue se%ala. . erelso!, por e?emplo, um dos mestres dessa so#iolo"ia para "ere!tes, es#reve:

    Em "eral, e!to, a a!8lise de #o!te>do deve lidar #om materiais de #omu!i#a$o

    relativame!te de!otativos e !o #om materiais relativame!te #o!otativosU O2-, p. 2 5 .9ra, a m'!ima i!%orma$o so re os estudos li!"N'sti#os !os %az o servar ue, se a prete?to de ri"or #ie!t'%i#o, limitamoQ!os a #ole#io!ar as i!#id !#ias de!otativas de umte?to, dele poderemos e?trair !o m8?imo ta ula$Wes estat'sti#as so re um #o!Fu!to #uFarealidade #o!ti!uamos a des#o!1e#er. Seria o mesmo ue leva!tarmos o !>mero de per!as aprese!tadas pelas ara!1as sem ue sou Dssemos simplesme!te para ue asara!1as pre#isam de per!as.

    7 E! ua!to a #ultura das Dpo#as pro?imame!te a!teriores era e!%ati#ame!tever al, privile"ia!do assim a l'!"ua e!tre as li!"ua"e!s poss'veis, es#rita, liter8ria,li!ear e u!idiri"ida, da #ultura de massa resulta, utiliza!do a passa"em de M#Lu1a!,uma "al8?ia de e%eitos, o e!volvime!to de todo o #orpo, !o mais s) o ol1o, #omo meiore#eptor, o e!#o rime!to i!dividual e #omu!al !uma rede de me!sa"e!s 1etero" !eas,

    ue #omu!i#am i!depe!de!teme!te da ate!$o ou do des#aso do e?pe#tador, te!de!doa #o!verterQse seu des#aso !outra %orma de ate!$o. Em #o!se N !#ia, ua!to mais

    ma#i$a a #o!#e!tra$o dos mass media ta!to mais des#artada a possi ilidade de um#otidia!o pr)prio e i!di%ere!#iado. Em tro#a, os mass media doaro um simula#ro de

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    vida '!tima. Seus aparel1os o%ere#em uma apar !#ia de 1oras desli"adas, ue, !averdade, so outras ta!tas 1oras li"adas aos #o!troles da opi!io p> li#a.< A essa "al8?ia de e%eitos #orrespo!de uma "al8?ia de %ormas da li!"ua"em, uee?i"em o estudo da #ultura de massa tra!s%ormarQse, em determi!ado est8"io seu, emestudo de semiolo"ia, tal #omo Pri!#ipia 1oFe a ser %eito, pri!#ipalme!te !a Europa.

    7 APg/&ICE *estaria assi!alar um aspe#to #uFa importY!#ia D em maior ue o tratame!to uea ui i!#lu'mos. /o asta dizer #omo %izemos ue, "lo alme!te, !o sD#ulo __, aoposi$o CM6CS su stitui a a!terior C;6CS. Tal a%irma$o !e#essita ser su metida a provas de mais ri"or, ue vise determi!ar ual a e?te!so so#ial !a ual ela Dverdadeira. ue este #uidado !o se te!1a dado !a Europa ai!da pode ser#ompree!s'vel, se!do esper8vel #erta 1omo"e!eidade de e?pe#tativas e!tre as #lassesso#iais dos pa'ses de i!dustrializa$o !o re"io!alme!te #o!#e!trada, tais #omo a;ra!$a, a Alema!1a e a I!"laterra. Mas, e!tre !)s, em uma !a$o ue si!#ro!i#ame!tevive uma pluralidade de tempos 1ist)ri#os R asta!do uma simples via"em *ioQPetr)polis para per#e Qlo R supor a distri ui$o re"ular de e?pe#tativas de #ulturae!tre as #lasses so#iais e mesmo !a mesma #lasse lo#alizada, porDm, em espa$os

    re"io!ais diversos, seria %or$ar um u!iverso de %a#1ada. Leva!taQse e!to o pro lema: para uais #lasses so#iais rasileiras a oposi$o CM6CS D um %ato /otemos, desdelo"o, ue o modelo #l8ssi#o R te#!olo"ia ava!$ada, so#iedade de #o!sumo, #ultura demassa R se"uido, ta!to !os Estados (!idos ua!to !a Europa, pela #ultura de massa,a ui !o se reproduz. Pa's o!de a desi"ualdade de re!das %az #om ue a um dD#imo da popula$o #orrespo!da

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    permite ue ela se e?pa!da a #o!te?tos ue, par#ialme!te, des#o!1e#em os dois primeiros re uisitos de seu modelo ori"i!8rio. asta assim a e?ist !#ia de uma il1aso#ioe#o!omi#ame!te i!dustrializada

    < para ue, e #omo au?'lio das me!sa"e!s dissemi!adas pelos aparel1os de #omu!i#a$ode massa, o termo CM se impla!te paulati!ame!te so re seu a!tepassado, a #ultura%ol#l)ri#a ou popular. Tal impla!ta$o, #o!tudo, s) se realizar8 para as #lasses so#iais

    ue, diretame!te, re#e em o impa#to dos mass media e o #orrela#io!am a umamodalidade a!ta" !i#a de #ultura. 9ra, F8 por essa dedu$o veri%i#aQse uo il)"i#oseria supor ue os dois aludidos pressupostos R re#ep$o dos mass media e#orrela#io!ame!to #om outra modalidade ual uer de #ultura R %u!#io!em de ma!eira propor#io!ada para "rupos so#iais disti!tos #omo, por e?emplo, o dos oper8rios !oQespe#ializados, pe ue!os #omer#ia!tes e pro%issio!ais li erais. ue #o!#luso da' tirar ue a oposi$o CM6CS %u!#io!a ape!as para as #lassesmDdia e alta. S) estas realizam os dois pressupostos i!di#ados, pois s) elas, esta!do !o#ir#uito dos meios de massa, F8 1aviam i!troFetado a ima"em da #ultura superior, seFaso a %orma mais roti!eira de es#aler para vida me!os sa#ri%i#ada. A resposta, #o!tudo, a!tes a"rava ue resolve a uesto. Pois o ue se dir8 dos

    outros se"me!tos so#iais @averemos de a%irmar ue a #ultura de massa !o e?iste propriame!te para eles por ue se #omportam #omo seus meros #o!sumidores 9u seFa, por ue sua vi!#ula$o D epidDrmi#a, asse!ta!do asi#ame!te !a parti#ipa$o em pro"ramas de audit)rio, em ue a#al1aus, Fa!tares e promessas #ostumam serdistri u'dos *esposta pre#isa s) poder8 sur"ir depois de i!i#iados os tra al1os de #ampo, #omos uais este e!saio !o #o!tou. Em sua %alta, leva!temos a se"ui!te 1ip)tese: a ou a

    #ultura de massa se pWe #omo um dos termos de uma rela$o #uFo se"u!do p)lo !o seide!ti%i#a #om a #ultura superior, ou !o e?iste tal alter!ativa, o ue vale dizer, a#ultura !o %orma um u!iverso i!te"rado, !o D de%la"radora de se!tido os produtos#ulturais so ma!ipulados, atD #a!tarolados, mas so ouvidos sem uma mar#a pr)pria,#omo o Fetos uais uer, #o!sumidos sem maior e%eito do po!to de vista de es#ala devalores. Am os os termos da alter!ativa so, #omo 1ipotDti#os, plaus'veis e a resposta !o

    ser8 o ri"atoriame!te e?#lude!te,

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    Para o primeiro termo da alter!ativa pare#em se i!#li!ar os setores prolet8rios demDdia ou alta espe#ializa$o ue, al#a!$ada #erta as#e!so so#ial, aspiram para seus%il1os um padro de edu#a$o superior, e!te!dida #omo si!al aprovado de mel1oriaso#ioe#o! mi#a. Por

    5e%eito i!direto, estes podem adotar os si"!os e s'm olos ue l1es pare#em ide!ti%i#ados#om o superiorU Oa #eiaU !a sala de Fa!tar, uma e!#i#lopDdia em %as#'#ulos, "rava$Wesde #ad !#ia le!tame!te !o re . Para a se"u!da, ao i!vDs, pare#em se dispor #amadas #omo o #ampesi!ato e ossu empre"ados, aos uais #1e"am as mer#adorias de massa mais desprez'veis, sem ue,!o e!ta!to, elas se po!1am #omo termo a!titDti#o a ual uer #oisa de outro. 9u esteoutro, !o #aso das massas rurais, poderia ser pree!#1ido pela tradi#io!al #ultura de ase%ol#l)ri#a Em ora estudo de 9#tavio Ia!!i O7 , p. 2 - e ss. i!diretame!te leve a assim pe!sar, resposta #o!#lusiva em #o!tr8rio F8 aprese!tava 9s par#eiros do *io o!ito deA!t !io CY!dido. /ele se mostra a desa"re"a$o da #ultura r>sti#a do #aipira ao #o!tato#om os #e!tros ur a!os e i!dustrializados. A #ultura das #idades, diz o autor, vaia sorve!do as variedades #ulturais r>sti#as e desempe!1a #ada vez mais o papel de#ultura domi!a!te, impo!do as suas tD#!i#as, padrWes e valoresU O72, p. 3- . MostraQse

    ai!da ue, !o #aso de rea$o do 1omem i!teriora!a, esta se #o!%u!de #om a re"resso avalores i!#ompat'veis #om a !ova situa$o e!%re!tada: Sem pla!eFame!to ra#io!al, aur a!iza$o do #ampo se pro#essar8 #ada vez mais #omo um vasto traumatismo #ulturale so#ial, em ue a %ome e a a!emia #o!ti!uaro a ro!dar o seu vel1o #o!1e#idoU O72, p.

    G . 9u seFa, desa"re"aQse a #ultura de e?tra$o popular, tradi#io!al, ue e!to dei?ade servir #omo po!to de re%er !#ia e valora$o ua!to a modalidade disti!ta, ou seFa, a

    i!d>stria #ultural. /o se pode, !o mome!to, mais do ue e!u!#iar as premissas de um tra al1o, semo ual !o se poder8 talvez dese!volver o estudo sDrio, e F8 !o mais adalativoU, da#omu!i#a$o de massa !o rasil.*io,Fa!eiroQmar$o, Ful1o de - -

    /9TAS E *E;E*g/CIAS I LI9 * ;ICAS

    . Cito de a#ordo #om a tradu$o para o i!"l s A Cultural @istor o% t1e Moder!A"e, vol. 7., !op%, /ova or , -5

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    2. Em S#ritti di so#iolo"ia della letteratura, trad. italia!a, Su"ar Editore, Milo,-

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    #omu!i#a$o So#iolo"ia da va!"uardaU Oa ui i!#lu'do , em LittDrature et so#iDtD, pro lZmes de mDt1odolo"ie e! so#iolo"ie de la littDrature, (!iversitD Li re de

    ru?elles, ru?elas, l- 3,pp. 2 Q3. . Ar!old @auser, T1e So#ial @istor o% Art, vol. ., *outled"e a!d e"a! Paul,Lo!dres, - 2.

    3 2. I! 77-, EdHard III^s #ampai"! a"ai!st ;ra!#e Has %i!a!#ed tHo lar"est;lore!ti!e a! i!" 1ouses, t1e ardi a!d t1e Peruzzi, H1o earl i! t1e #e!tur 1ad#o!trolled etHee! t1em t1e H1ole %i!a!#ial admi!istratio! o% E!"la!d a!d 1ad lar"ei!vestme!ts i! t1at #ou!tr . T1e %ailure o% t1e #ampai"!, t1e impoveris1me!t o% t1e#ou!tr , t1e i!" ]s i!a ilit to settle 1is de ts O .7 5.000 %lori!s rou"1t a out t1e a! rupti# o% t1e Lo!do! ra!#1es o% t1e tHo %irmes, a!d t1is, i! its tur!, led i! 7

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    i!au"ure ro!t trZs tard les verita les #ommu!i#atio!s de masse V l^ D#1elle du mo!deU, p. 7 , Civilisatio! matDrielle et #apitalisme, Li rairie A. Coli!, tomo 0, Paris - 3. 2 . @aroldo de Campos, al8?iasU, em revista I!ve!$o, 5, Edi$Wes I!ve!$o, SoPaulo, dez. - RFa!. - 3. 22 T1e Lo!el CroHd, ale (!iversit Press, /eH @ave!, - 5. 27. @istoire de la %olie V l^Y"e #iassi ue, (!io! "D!Drale d^Dditio!s, Paris, -

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    media!te a utiliza$o de meios moder!os de me!sura$o i!%ormativa e #atalo"a$o. A primeira va!ta"em da a!8lise ue traduzimos #o!siste !a e?pli#ita$o de #o!#ep$Wes

    ue, em ora rei!a!tes !a ma!ipula$o dos mass media, se ma!t m, e!treta!to, em#autelosa reserva, !o se!do e!u!#iadas, mas, ao #o!tr8rio, dis%ar$adas. E o ue pre#isame!te se d8 #om as #o!#ep$Wes dema")"i#a e totalit8ria, so as uais os massmedia so, em es#ala mu!dial, #o!trolados. /o satis%eito, porDm, #om o ue l1e mostraa realidade prese!te, Moles pro#ura a se"uir desta#ar #o!#ep$Wes ue, par#ialme!telate!tes, poderiam se realizar: a #ulturalista e a so#iodi!Ymi#a. Elas em #omum seaprese!tam #omo #orretivos de uma i!%ormativa empo re#ida pelo diri"ismo seFa dosmo!op)lios i!dustriais, seFa do mo!op)lio partid8rio. As duas #o!#ep$Wes, por sua vez,se disti!"uem pela atitude37de passividade re#eptiva ou a"ressividade ativa ue, respe#tivaQ me!te, assumem ua!toV #ultura e?iste!te uma, a #ulturalista, %aze!do dos mass media simples #a!al dedistri ui$o e e?pa!so de um a#ervo ela orado e?ter!a e previame!te a outra, aso#iodi!Ymi#a, #o!verte!do os mass media !o pr)prio meio de ela ora$o de !ovoste?tos e %ormas #ulturais. Impli#itame!te, porta!to, Moles a#usa a situa$o de %ato, a%a#e prese!te da op$o de sistemas em ue os mass media mer"ul1am e se %raudam.

    Impli#itame!te ai!da se #omporta #omo uem pro#ura #orri"ir desvios mais %la"ra!tesue e!torpe#em o uso poss'vel do aparato i!dustrial. A #orre$o, porDm, V di%ere!$a

    doutros autores a ui prese!tes, tem uma diretriz merame!te tD#!i#a. 9u seFa, ai!dasu Fa#e!teme!te Moles de#lara ue os desvios o servados podem ser remediadosmedia!te o #o!1e#ime!to de tD#!i#as mais em ela oradas, a e?emplo das ue elemostra. Apro?ima!doQse de Merto! Ote?to ! 2 , Moles, e!treta!to, D mais radi#al !aado$o de uma postura est8ti#a. Para Merto! seria o pr)prio sistema e#o! mi#o R !o

    #aso, o #apitalismo !orteQameri#a!o R ue !o deveria ter i!teresse em ma!ter meiosde #omu!i#a$o ue despolitizam as #omu!idades, ai?am o !'vel do "osto et#. Molessimplesme!te re#usaQse a pe!sar em termos "lo ais. Como ele mesmo de#lara, #o"itar,!este #o!te?to, de uma viso de #o!Fu!toU !o passa de pura meta%'si#aU. 9 pro lemae?iste!te D assim de !atureza tD#!i#a: a#elerar ou %rear um ve'#ulo ue,i!depe!de!teme!te, de !ossa vo!tade e previso, F8 se e!#o!tra em movime!to. E para

    ual uer um dos #asos !omeados 18 uma solu$o a aprese!tar. /o #usta desse modo

    per#e er ue seu te?to ultrapassa a i!te!$o primeira pela ual %oi es#ol1ido: ae?pli#ita$o das doutri!as reais ou poss'veis ue re"em os mass media !a atualidade. E

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    A %i"ura represe!ta a pirYmide #ultural, da!do V direita a reparti$o dos#o!sumidores em #e!te!as de mil1Wes, e V es uerda a reparti$o dos #riadores deme!sa"e!s !ovas ou de idDias !ovas, em #e!te!as de mil1ares.

    (ma "ra!de #adeia de radiodi%uso ou um "ra!de sistema de #omu!i#a$o demassa, #omo um truste de impre!sa, podeQse dar #omo meta satis%azer #ada um dos!'veis de #o!sumidores #om um #erto tipo de pro"rama adaptado e?atame!te a este!'vel. 9 aparel1o de di%uso se aprese!ta e!to #om uma sDrie de sistemas, mais oume!os isolados e!tre si, li"a!do tal !'vel de #riadores e tal !'vel de #o!sumidores. , por e?emplo, a pol'ti#a se"uida por #ertas #adeias de r8dio ue possuem 7,< ou 5 pro"ramas disti!tos, #ada um e!dere$ado a um !'vel #ultural di%ere!te, o >ltimo pode!do, por e?emplo, ser uma #adeia #o!%ide!#ial para uso e?#lusivo dos i!tele#tuais,ou seFa, do mi#romeio. Esta pol'ti#a D e!#o!trada !as empresas de impre!sa!a#io!alizadas a servi$o de um Estado totalit8rio. E!#o!traQse, tam Dm, !ade#omposi$o dos #i!emas em salas de e?#lusividade, #i!ema de arte e de e!saio, salade "ra!des estrDias. #i!ema de airro, #ada uma passa!do " !eros de %ilmes di%ere!tes.3 e 33

    A maior satis%a$o do maior !>mero, tal D o #ritDrio do ue #1amaremos a

    doutri!a dema")"i#a. Ela D a uela ue ser8 adotada todas as vezes ue o r8dio %or#o!siderado #omo um au?iliar tD#!i#o do #ampo pu li#ista, a mesmo t'tulo, pore?emplo, ue as p8"i!as de a!>!#ios ou os #artazes pu li#it8rios. A ess !#ia da *8dioQT= D imprimir um #erto !>mero de me!sa"e!s estereotipadas !o i!terior do #Dre ro dosouvi!tes ou dos telespe#tadores, soli#ita!do seus ol1os ou seus ouviQ dos a partir de

    features , de eleme!tos de distra$o, es#ol1idos para a"radar o maior !>mero.Cata#lismos, revolu$Wes, si!%o!ias pastorais ou e!er"ia at mi#a so ape!as ma!#1as de

    #or, mais ou me!os vivas so re o uadro audiovisual. 9 padro real D a estrutura pu li#it8ria ue D a >!i#a estalt em "ra!de es#ala perma!e!te ao lo!"o do tempo e uedeve, realme!te, ser tra!smitida do emissor ao re#eptor.

    em e!te!dido, essa doutri!a D uma doutri!a limite, !u!#a prese!te em sua pureza em !e!1um dos respo!s8veis das #adeias de #omu!i#a$o e ue sempre semistura, em #erta medida, #om outras preo#upa$Wes, outros eleme!tos do uadro devalores, aprese!tado !o Cap'tulo I=. Pare#e ser !os E(A ue e!#o!tramos essa

    doutri!a levada a seu e?tremo !as #adeias de radiodi%uso parti#ulares, #uFos o Fetivosso estritame!te e#o! mi#os. Mas e?istem !a Europa tam Dm !umerosos e?emplos.

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    A ui o r8dio empresta ao uadro so#io#ultural %atores de rete!$o se"u!do umatD#!i#a !o totalme!te elu#idada pelos detal1es, mas ue #omporta al"umas re"rassimples:33

    . Situar sempre o !'vel do ue D dito em uma ta?a de i!teli"i ilidade#orrespo!de!te a um #o#ie!te i!tele#tual de, apro?imadame!te, 0 po!tos a ai?o do#o#ie!te mDdio do !'vel so#ial ue se uer ati!"ir.

    2. /o soli#itar do ouvi!te !e!1um es%or$o de mem)ria ou de te!a#idade.7. &ispor a produ$o de tal modo ue !o importa uem possa !em ua!do

    possa se #o!e#tar #om ela !uma %ra$o i!%erior V da mem)ria i!sta!tY!ea O a Gse"u!dos .

    &a' resulta ue ual uer pro"rama ser8, por %im, um mosai#o de mi#roidDiassimples, ril1a!tes, dispostas em a 0 se"u!dos !o m8?imo, #o!e#tadas de modo%rou?o, !a ual a estrutura em "ra!de es#ala O;er!ord!u!" D uma %orma %r8"il emrela$o V estrutura de pe ue!a es#ala.

    9s modos de #o!e?o empre"ados sero os mesmos su"eridos pela #ulturaQmosai#o tal #omo a de%i!imos:O asso#ia$o, #o!ti"Nidade, semel1a!$a et#.