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SUSTENTABILIDADE NO SETOR DE FOOD SERVICE:
IMPORTÂNCIA E AÇÕES NO BRASIL
Área temática: Gestão Ambiental & Sustentabilidade
Victória Pimenta
victoriafigueiredo@hotmail.com
Marina Rossi
marinamafud@hotmail.com.br
Italo Camilo
italocamilo@gmail.com
Tereza Lima
tekinha.adm@gmail.com
Resumo: Este artigo tem o intuito de discutir sobre a importância de produtos e ações sustentáveis nas empresas, e,
principalmente, no setor de food service (alimentação fora do lar). A sustentabilidade consiste em um processo, de
longo prazo, com o objetivo de preservar o meio ambiente sem comprometer a satisfação das necessidades das
gerações futuras. Entretanto, para que tenha um desenvolvimento sustentável, é necessário que, não só as pessoas, mas
as empresas adotem ações visando o que é: ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e
culturalmente aceito. Assim, um dos setores que carecem dessas ações é o setor de food service, por ser um setor de
grande importância no Brasil, crescendo uma média anual de 14,2%, com isso a má utilização dos recursos pode
causar grande danos futuros para o meio ambiente. Sendo assim, se faz necessário a conscientização da importância
da aplicação de ações sustentáveis – que visam a preservação do meio ambiente - no setor de alimentação fora do lar.
Palavras-chaves: Sustentabilidade, Ações Sustentáveis, Food Service
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015
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1. INTRODUÇÃO
A necessidade de conciliar atividade econômica e conservação do meio ambiente não é recente.
Essa questão começou a ser fortemente trabalhada na década de 1980, devido à atenção para
problemas como o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, a chuva ácida e a
desertificação (ALMEIDA, 2002).
Segundo Almeida (2002), em dezembro de 1983 foi criada pela Organização das Nações
Unidas (ONU) a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (também conhecido
como Comissão de Brundtland), com o objetivo de estudar e propor uma agenda global para enfrentar
os principais problemas ambientais do planeta, assegurando o processo de evolução do ser-humano e
sem comprometer os recursos para as gerações futuras. Assim, a partir dessa comissão, a gestão
ambiental começou a evoluir para a gestão da sustentabilidade.
A sustentabilidade pode ser entendida, segundo Cabrera (2009, p.34), como “um conceito
sistêmico, ou seja, ela correlaciona e integra de forma organizada os aspectos econômicos, sociais,
culturais e ambientais da sociedade”. É um processo contínuo – manter o equilíbrio com o passar do
tempo – com finalidade de relacionar o que é ecologicamente correto, economicamente viável e
socialmente justo e culturalmente aceito.
Para atingir o desenvolvimento sustentável é necessário que as empresas integrem a
sustentabilidade econômica com questões socioambientais em seus procedimentos operacionais. Mas o
índice de empresas que adotam esse desenvolvimento ainda é pequeno. Segundo Furtado (2005, p. 21),
“dentre cinco mil empresas, que representam 95% do mercado de capitalização em economias
desenvolvidas e 80% de mercados emergees, 996 demonstraram seu interesse em desenvolvimento
sustentável.”.
Com a crescente preocupação dos consumidores com o impacto ambiental do que é consumido,
os seus valores passaram a ser determinantes no momento das compras, como tentativa de “protegerem
o planeta”. Com isso, as empresas no setor de food service (alimentação fora do lar) tiveram a
necessidade de se preocupar com produtos e ações sustentáveis.
De acordo com Donna (2010), algumas ações sustentáveis que as empresas de food service
devem se preocupar, são: coleta seletiva, reciclagem de óleo, economia de energia, controle de
desperdício e consumo consciente de insumos. Além disso, há também a preocupação com o produto,
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seu impacto ambiental, o uso de embalagens recicláveis, a adoção de processos produtivos sustentáveis
e produtos vinculados a causas sociais.
O setor de Food Service é um dos que mais cresce no país, faturando em torno de R$ 420
milhões por dia. Acredita-se que o consumidor que gasta com alimentação fora de casa em torno 24%
de sua renda, passará a gastar de 28% à 30%até 2020. A partir desses dados, nota-se a preocupação das
empresas em atender corretamente essa demanda (DONNA – ECD, 2010).
Portanto, este ensaio tem como objetivo mostrar a importância da sustentabilidade e ações
ambientais no setor de Food Service no Brasil.
Para isso neste artigo será analisado como a preocupação pelo desenvolvimento sustentável
vem ganhando força no Brasil, e em especial no setor de food service... Serão avaliadas as ações e
medidas tomadas pelas empresas no setor de food service a partir do estudo de caso da empresa Pão de
Açúcar.
2. METODOLOGIA
O presente artigo mostra o resultado de uma pesquisa exploratória. Conforme observado por
Selltiz et al (1967), em pesquisas que têm como objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou conseguir
nova compreensão do mesmo, estudos do tipo exploratórios são os mais indicados. Este estudo é de
caráter analítico e conceitual, não tendo sido realizada nenhum tipo de análise quantitativa.
Conforme classificação proposta por Marconi & Lakatos (2007), este artigo é uma
argumentação teórica que discute as ações de sustentabilidade do Grupo Pão de Açúcar. Inicialmente,
foi feita uma revisão bibliográfica sobre sustentabilidade empresarial e o setor de food service no
Brasil e suas tendências. Então, foram levantadas ações de sustentabilidade no setor de food service.
Por fim, foram analisadas as ações praticadas pelo Grupo Pão de Açúcar, a partir do levantamento de
dados de relatórios de sustentabilidade e ações divulgadas na página do grupo na internet.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
O termo sustentabilidade representa, segundo Furtado (2005, p.15), “um processo contínuo, de
longo prazo, capaz de impedir a ruína de determinado sistema ou de conjunto de bens e meios, pela
garantia de acesso e de reposição de bens e serviços”. Uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz
suas necessidades sem comprometer os recursos para as gerações futuras, de acordo com a relação do
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que é ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito
(POSTIGO, 2011).
Dessa forma, como as empresas são consideradas importante integrantes da sociedade é
necessário que não se preocupem, somente, com a oferta de produtos ou serviços de qualidade, mas
também com os problemas sociais e ambientais. (PIMENTA, 2010).
A partir da relação das empresas com a sustentabilidade, surge o termo“sustentabilidade
empresarial” que, segundo Güninger (2008), consiste em assegurar o sucesso do negócio a longo
prazo, e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento econômico e social da comunidade, em
um meio ambiente saudável e uma sociedade igualitária. Com isso, a empresa é considerada
sustentável quando gera lucro para os acionistas, ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente e
melhora a vida das pessoas com quem mantém interações (WEBER, 2007). Hart e Milstein (2004)
apresentam quatro conjuntos de motivadores que induzem as empresas a identificar estratégias e
práticas que contribuam para um mundo mais sustentável e que sejam direcionadas a gerar valor para
os acionistas, conforme observado no quadro 1.
Quadro 1: Motivadores para que as empresas busquem a sua sustentabilidade empresarial
Motivadores Importância dos motivadores
Crescente industrialização e suas
consequências como matérias-primas,
poluição e geração de resíduos.
A industrialização produziu benefícios econômicos,
mas também gerou significativa quantidade de
poluentes, desta forma, a eficiência de recursos e a
preservação da poluição são importantes para um
desenvolvimento sustentável.
Interligação dos stakeholders com a
sociedade civil
As organizações não governamentais (ONGs) e
outros grupos da sociedade civil assumem o papel de
monitores dos padrões sociais e ambientais, atuando
na construção de uma consciência voltada para
sustentabilidade.
Surgimento de tecnologias emergentes
Surgiram novas tecnologias, que consistem em
soluções poderosas e revolucionárias, e podem
tornar obsoletas as bases de muitas das atuais
indústrias que usam energia e matérias-primas de
forma intensiva, bem como reduzir os impactos
causados pelo homem.
Aumento da população, da pobreza e
da desigualdade associado à
globalização
A combinação entre crescimento populacional e
aumento da desigualdade vem cada vez mais
contribuindo com a acelerada decadência social, o
caos político e com o terrorismo.
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Adaptado: Pela Autora (2014).
A adoção de metas qualitativas e quantitativas e de ferramentas voltadas para demonstrar um
desempenho adequado é exigida para que se tenha uma produção e prestação de serviços dentro de
padrões sustentáveis (PIMENTA, 2010). Desta forma, Kuhndt (2004) apresenta medidas aplicáveis ao
dia a dia dos negócios, para os diferentes níveis corporativos: estratégico, tático e operacional. Essas
medidas são apresentadas no quadro 2.
Quadro 2: Ações sustentáveis e os níveis gerenciais de uma empresa
Níveis
Contexto de Negócio
Exemplo de decisões onde informação de
desempenho sustentável é útil
Estratégico
Planejamento Estratégico
•Desenvolvimento de política corporativa
•Estratégicas de longo prazo para desenvolvimento
tecnológico
•Estratégias para P&D de um portfólio de produtos
sustentáveis
Investimento de capital e
aquisição de tecnologias
•Investimentos em novas tecnologias e linhas de
produção com melhorias no desempenho
sustentável
Tático
Design e desenvolvimento
de produtos, serviços e
processos
•Desenvolvimento de produtos e serviços em
níveis diferentes de melhoria
•Desenvolvimento de processos
•Desenvolvimento de tecnologias
Operacional
Comunicação e Marketing
•Decisão de marketing: empresas podem usar
informação de marketing para anunciar seus
produtos como mais sustentáveis ou refutar
reivindicações adversas sobre produtos por
concorrentes
•Rotulagem de produtos (tipo III)
•Relatórios de sustentabilidade para comunicação
externa, comunicação e redes de relacionamento
Gestão Operacional
•Monitoramento interno
•Identificação e priorização de oportunidades de
gestão
•Conformidade com os regulamentos;
•Gestão e auditoria sustentável
•Gestão da cadeia e portfólio de produtos
•Escolha de fornecedores
•Benchmarketing.
Adaptado: Pela Autora (2014)
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A partir desse quadro pode-se observar, de acordo com Pimenta (2010, p.34), que “a empresa
deve se posicionar no mercado de tal forma a definir posições de como a sustentabilidade influenciará
as suas decisões de negócios”.
Portanto, a adoção de produtos e ações sustentáveis pelas empresas é de grande importância
para que a sociedade tenha um desenvolvimento sustentável.
O SETOR DE FOOD SERVICE NO BRASIL E SUAS TENDÊNCIAS
O food service é uma expressão inglesa, que significa alimento e serviço, e indo além da sua
tradução literal, significa refeições preparadas fora do lar.
Segundo Donna (2010, p.3), o food service é um “mercado que envolve toda a cadeia de
produção e distribuição de alimentos, bebidas, insumos, equipamentos e serviços orientados a atender
os estabelecimentos que preparam e fornecem refeições efetuadas principalmente fora do lar”.
Dessa forma, o food service é o setor em que o alimento é preparado em estabelecimentos
especializados e é consumido fora do lar. Esse setor inclui, na rede de serviços públicos - postos de
saúde, hospitais, presídios e merenda escolar - e na rede de serviços públicos, a área comercial - fast
food, delivery, hotéis, quick service lanchonetes, bares, restaurantes comerciais, refeições coletivas,
supermercados, padarias, sorveterias, cafeterias, entre outros - e a área não comercial - clínicas,
hospitais, catering aéreo e de transportes, entre outros (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS
INDUSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO - ABIA, 2009).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2010, o
brasileiro destinou, ao Food Service, 31,2% de seus gastos totais com alimentos. E segundo a
Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação – ABIA (2009), o setor de food service tem
crescido a uma média anual de 14,2%. Assim, observa-se que é um setor de grande importância,
impactando a economia e a sociedade.
Já segundo Donna (2010), o percentual das despesas com alimentação fora do lar cresceu de
24,1% em 2002/2003 para 31,1% em 2008/2009, conforme observado no Gráfico 1. O gráfico mostra
ainda o comportamento deste crescimento por regiões do Brasil.
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Gráfico 1: Distribuição percentual da despesa média familiar com alimentação fora de casa, por
Grandes Regiões – períodos 2002-2003 e 2008-2009
Adaptado: Pimenta, (2014).
Segundo Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação – ABIA (2009), o
desenvolvimento da urbanização e das demandas da vida moderna tem modificado os hábitos de
consumo alimentar, devido a um crescimento marcante do consumo de alimentos industrializados.
Junto com essa modificação de hábitos de consumo, onde as refeições fora-do-lar adquiriam maior
importância na vida das pessoas do que as refeições exclusivas no lar.
Segundo o Brasil Food Trends 2020 (2010), os novos hábitos de consumo, devido às rápidas
alterações por que passa a sociedade, foram identificadas as recentes exigências e tendências dos
consumidores mundiais de alimentos, com base em uma análise de relatórios estratégicos produzidos
por institutos de referência, sendo agrupado em cinco categorias: sensorialidade e prazer,
saudabilidade e bem-estar, conveniência e praticidade, confiabilidade e qualidade e sustentabilidade e
ética. Conceituadas a seguir, no quadro 3:
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Quadro 3: As 5 categorias das recentes tendências dos consumidores de alimentos
Categorias Conceituação
Sensorialidade e Prazer
As tendências de “sensorialidade e prazer” estão relacionados
com o aumento do nível de educação, informação e renda da
população, entre outros fatores.
Saudabilidade e Bem-estar
As tendências de “saudabilidade e bem-estar” originam-se em
fatores tais como o envelhecimento das populações, as
descobertas científicas que vinculam determinadas dietas às
doenças, bem como a renda e a vida nas grandes cidades,
influenciando a busca de um estilo de vida mais saudável.
Conveniência e Praticidade
As tendências de “conveniência e praticidade” são motivadas,
principalmente, pelo ritmo de vida nos centros urbanos e pelas
mudanças verificadas na estrutura tradicional das famílias,
fatores que estimulam a demanda por produtos que permitem a
economia de tempo e esforço dos consumidores.
Confiabilidade e Qualidade
Os consumidores mais conscientes e informados tendem a
demandar produtos seguros e de qualidade atestada,
valorizando a garantia de origem e os selos de qualidade,
obtidos a partir de boas práticas de fabricação e controle de
riscos.
Sustentabilidade e Ética
As tendências de “sustentabilidade e ética” têm provocado o
surgimento de consumidores preocupados com o meio
ambiente e também interessados na possibilidade de contribuir
para causas sociais ou auxiliar pequenas comunidades
agrícolas por meio da compra de produtos alimentícios.
Adaptado: Pela Autora (2014).
As características e tipos de produtos que a sociedade está exigindo relacionam-se com as
categorias citadas acima.
Na categoria de sensorialidade e prazer estão relacionados produtos com maior valor agregado,
com forte apelo sensorial, com embalagens e design diferenciados. Já na saudabilidade e bem-estar
relacionam-se produtos com benefícios ao desempenho físico e mental, benéficos à saúde
cardiovascular e gastrointestinal, orgânicos, energéticos e com alto valor nutritivo agregado. Na
conveniência e praticidade encontram-se alimentos de fácil preparo, produtos para forno e microondas,
serviços e produtos de delivery. Já na categoria de confiabilidade e qualidade estão relacionados com
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produtos e serviços padronizados, com rastreabilidade e garantia de origem, com credibilidade de
marca e rotulagem informativa (BRASIL FOOD TRENDS 2020, 2010).
E, por fim, a categoria de sustentabilidade e ética em que os produtos valorizados são: de
empresas sustentáveis, de baixo impacto ambiental, com embalagens recicláveis e recicladas, onde os
processos utilizam fontes renováveis e produtos vinculados a causas sociais e ambientais. As ações de
sustentabilidade no setor de food service são discutidas no item 2.3 do presente artigo (BRASIL
FOOD TRENDS 2020, 2010).
AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE NO FOOD SERVICE
As atitudes das empresas e das pessoas perante o meio ambiente têm gerado grandes
consequências tanto para a natureza, quando para a sociedade, como: o aquecimento global, a
desertificação, a destruição da camada de ozônio, a chuva ácida, entre outros.
Essas consequências levam as pessoas a repensarem em suas atitudes, sendo uma das
preocupações o setor de alimentos: como os alimentos são produzidos, quais os impactos deles perante
o meio ambiente e quais ações sustentáveis são feitas. São consideradas algumas das preocupações.
Desta forma, para elaborar as ações sustentáveis de uma empresa no setor de food service é
necessário entender algumas áreas em que a sustentabilidade se manifesta, sendo mostrado no quadro a
seguir essas áreas, segundo o Centro Sebrae de Sustentabilidade (2012):
Quadro 4: Áreas de atuação da sustentabilidade nas empresas
Áreas
Motivo
Missão
Toda empresa deve ter uma Missão. Esta deve ser uma diretriz
clara, que dá um norte para todas as ações da empresa e para
seus projetos. A Missão deve ser definida de forma a ter
identidade com a própria empresa e com o que ela pretende
para si e para a comunidade onde está inserida.
Recursos Humanos
É importante que a relação entre a empresa e seus
colaboradores seja pautada por elevados padrões de ética e
respeito profissional, além de ser baseada no respeito às leis e
às normas específicas de cada atividade profissional e
empresarial. Isto inclui as leis federais, estaduais e municipais,
além de acordos com entidades de classe patronais e de
trabalhadores.
É importante considerar que a sustentabilidade não deve se
limitar ao cumprimento da lei, mas ir além, buscar uma
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Legislação compreensão maior do papel da empresa e trabalhar para que a
empresa seja parte relevante do desenvolvimento das pessoas e
das comunidades onde ela atua.
Comunidades
Algumas atividades empresariais podem ter efeitos em
comunidades, tanto onde são extraídas as matérias-primas,
como durante o transporte ou no processo de produção de
mercadorias. A empresa deve fazer um levantamento desses
impactos e trabalhar para que ninguém seja prejudicado por
suas atividades.
Recursos Naturais
A utilização em excesso ou o desperdício de recursos naturais,
principalmente aqueles não renováveis, é um dos mais comuns
pecados contra a sustentabilidade. Esses recursos devem ser
tratados como um bem coletivo e não apenas como
propriedade privada. O fato de a empresa pagar pelo bem
desperdiçado não justifica a atitude displicente, porque ainda
por cima acarreta em prejuízo econômico.
Recursos Renováveis
São aqueles que podem ser reproduzidos ou utilizados de
forma permanente, sem que se esgotem. São considerados
recursos renováveis aqueles que podem ser plantados, assim
como aqueles que estão à disposição da humanidade todo o
tempo, sem que seu uso provoque qualquer desgaste.
Recursos não
Renováveis
São aqueles que uma vez utilizados realizam um trabalho e se
esgotam. São normalmente retirados da natureza e o homem
não tem a capacidade de reproduzi-los. Por exemplo, o
petróleo, o carvão mineral, o gás natural e os minérios em
geral, como o ferro, a bauxita e todos os minerais retirados da
terra.
Água
Apesar de ser um recurso considerado renovável, a utilização
da água deve ser feita com muita responsabilidade, pois não
apenas os seres humanos, mas toda a vida na Terra depende de
acesso a água de boa qualidade.
Adaptado: Pela Autora, (2014).
Certo disso, tem-se que uma das ações sustentáveis é o uso correto da água, a redução no
volume de água utilizada, fazer a sua reutilização, tratar seus afluentes de forma a não contaminar rios,
lagos, ou qualquer outro ambiente natural. Outra ação é a certificação: produzir dentro de critérios de
qualidade que sejam apoiados por certificações, que podem ser de origem dos recursos naturais, da
excelência dos processos ou de organizações sociais beneficiadas. (SEBRAE, 2012).
A redução da emissão de CO2 também é uma medida, sendo importante fazer um inventário de
emissão de gases causadores das mudanças climáticas, principalmente CO2, e fazer ajustes em seus
processos para reduzir a emissão desses gases, que são produzidos principalmente pela queima de
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combustíveis fósseis e pelas queimadas em áreas de florestas nativas e nas agrícolas para a “limpeza”
do campo. (SEBRAE, 2012).
Para ter um desenvolvimento sustentável nas empresas é necessário observar a forma e a
quantidade de embalagens utilizadas, precisando reduzir o uso de embalagens, seja na escolha de
materiais – que podem ser reciclados ou recicláveis – ou utilizando-se menos materiais em sua
confecção. (SEBRAE, 2012).
Na utilização da energia é importante saber qual é o tipo de energia utilizada na empresa e
buscar não apenas uma redução, mas se possível escolher uma energia renovável. Outra medida à ser
tomada é na logística, buscar a otimização dos espaços nos veículos de carga, para o transporte de sua
matéria-prima e a distribuição de seus produtos, de forma a reduzir o número de viagens e o
combustível gasto. Dando preferência a biocombustíveis nos veículos utilizados por sua empresa.
(SEBRAE, 2012).
Uma ação também muito importante é a utilização da logística reversa, ou seja, a necessidade
de trazer de volta à produção os rejeitos, especialmente aqueles que são descartados após seu uso pelos
consumidores. Sendo um dos pontos mais complexos da gestão de resíduos. (SEBRAE, 2012).
E, por último, os resíduos, gerar resíduos, ou lixo, é um dos grandes problemas para a
sustentabilidade. Sendo o melhor aplicar os 4Rs: Reduzir – produzir menos resíduos durante o
processo de extração de matérias-primas ou de elaboração dos produtos, e também no pós-consumo,
ou seja, depois que os consumidores utilizam seus produtos – Reutilizar – dar novo uso a materiais que
seriam normalmente descartados, tendo como principal benefício é não precisar extrair mais desses
materiais da natureza, além da economia que isso proporciona – Reciclar – além de proporcionar uma
grande economia de matérias-primas, promove uma importante cadeia de valor que inclui cooperativas
de catadores, poder público e empresas – Reeducar – a sociedade desenvolveu uma relação pouco
responsável em relação aos resíduos, na maioria das vezes eles são descartados em sacos que são
recolhidos nas ruas e “desaparecem”, sendo preciso mudar essa cultura, implantar a separação dos
resíduos por classe e tipo de material, de forma a permitir o sucesso da reciclagem e do reuso.
Desta forma, uma das empresas que adotam essas ações, e outras, é a rede Pão de Açúcar, que
irá ser trabalhada no item a seguir.
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Caso Pão de Açúcar
Segue abaixo o caso da rede Pão de Açúcar, quais são as ações sustentáveis e como são
realizadas por essa empresa.
A empresa Pão de Açúcar é uma rede de supermercados pertencente ao Grupo Pão de Açúcar.
Fundado em 1948, é instalado geralmente em bairros nobres, e possuem o foco nos consumidores de
perfil das classes A e B. Dentro dos supermercados é encontrado rotisseria, padaria, lanchonete e café,
assim, encaixando-se no setor de food service.
O supermercado pão de açúcar é um das empresas que desenvolve projetos de sustentabilidade.
Definindo suas ações com base em cinco pilares: pilar de gestão de resíduos, pilar de construções
verdes, pilar de produtos orgânicos, pilar de controle de CO2 e pilar de recursos naturais.
Desta forma, o pilar de gestão de resíduos consiste na forma de monitorar e dar fim correto a
todo o lixo que é produzido, investindo em ações para reciclagem e redução de todos os resíduos que
são produzidos. Dentro desse pilar a empresa realiza várias ações, como pode ser observado no quadro
abaixo:
Quadro 5: Ações realizadas relacionada ao pilar de gestão de resíduos
Ações Aplicações
Estação de reciclagem
Nos postos de reciclagem são instalados equipamentos
adequados para a separação de lixo, de acordo com a
sua característica. Papel, metal, vidro e plástico óleo
de cozinha são recebidos e tudo aquilo que é coletado
é distribuído para cooperativas. Com o objetivo de
propiciar preservação ambiental, inclusão social e
geração de renda.
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Caixa Verde
O projeto Caixa Verde é um iniciativa simples que
auxilia na eliminação de lixo que antes era descartado
de forma errada . Em 67 lojas da rede existem caixas
verdes na frente dos caixas de pagamento. Isso
permite que o cliente descarte as embalagens que não
serão necessárias no produto.
Alô Recicle
É desenvolvido em parceria com a Nokia, nele são
distribuídos pelas lojas pontos de recolhimento de
celulares, baterias e outros. Esses equipamentos de
segurança são depositados em local apropriado.
Impedindo que sejam lançadas na natureza. Após o
recolhimento também são encaminhados a reciclagem.
Descarte correto de medicamentos
Geralmente nas unidades do Pão de Açúcar existem
drogarias que fazem parte da rede. Em parceria com a
Eurofarma foram instalados coletores para que os
usuários depositem medicamentos vencidos, ou que
não tem mais utilidade. Os pontos de coleta ficam
exatamente nas drogarias.
Reciclagem de pilhas e baterias
Todas as lojas possuem coleta de pilhas e baterias.
Tudo que é recolhido é direcionado para empresas que
realizam a reciclagem dos materiais.
Ciclo Verde Taeq
A Taeq, linha de produtos saudáveis que pertencem ao
Pão de Açúcar, também desenvolve um projeto nas
unidades da rede. A empresa recicla embalagens
deixadas nos projetos Caixa Verde e Estação de
reciclagem para confeccionar novas embalagens para
seus produtos.
Fonte: Pimenta, (2014).
O pilar de construções verdes consiste em algumas das novas instalações da empresa
desenvolvida com projetos verdes, sendo as algumas das ações adotadas por esses projetos: maior
absorção da água da chuva, prevenindo assim alagamentos, maior quantidade de árvores com maior
evaporação e menor temperatura, vagas preferenciais para veículos com baixa emissão de CO2 e
veículos flex, preservação das árvores existentes no terreno, utilização de cobertura que permita a
iluminação natural, reduzindo a quantidade de luminárias acesas e diminuindo o consumo de energia e
bicicletário para clientes e funcionários.
O terceiro pilar é o pilar de produtos orgânicos, onde os produtos não utilizam agrotóxicos ou
substâncias químicas e também não podem prejudicar o solo. Já o pilar de controle de CO2, tem por
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objetivo realizar a troca dos gases R22 (alta liberação de CO2), pelo R404 que é menos poluente,
utilizados na refrigeração das lojas.
E, por fim, o pilar de recursos naturais em que a rede trabalha com foco na conscientização de
seus colaborados para realizar o consumo consciente de recursos como a água ou a energia elétrica.
Com a ideia de garantir a excelência no atendimento e prestação de serviços e consegue diminuir o
consumo desses recursos.
Portanto, essas são as medidas adotadas pela rede Pão de Açúcar com o foco no
desenvolvimento sustentável. São ações que visam à reciclagem, à diminuição da emissão de CO2, o
descarte correto de medicamentos, um consumo consciente de recursos naturais e que além de
contribuir para a preservação do meio ambiente, também é uma grande vantagem competitiva.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio deste ensaio, conclui-se, portanto, que uma sociedade sustentável é aquela que
satisfaz suas necessidades sem comprometer os recursos para as gerações futuras, equilibrando o que é
ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.
Desta forma, para obter uma sociedade sustentável é necessário que as empresas adotem
medidas, ações e produtos que prezem pelo meio ambiente – que não o prejudique de forma a afetar as
gerações futuras. Segundo o Centro Sebrae de Sustentabilidade (2012, p.7),
Há diversos ganhos em se trabalhar dentro de princípios de sustentabilidade, bastando
compreender onde esses conceitos se encaixam dentro do seu negócio. Pode haver
ganhos na economia de matérias-primas, de energia, nos processos de produção ou no
descarte adequado de resíduos – estes seriam ganhos ambientais diretos. Em questões
sociais, os ganhos podem estar na relação ética com seus consumidores e
fornecedores, em participar de forma cidadã nas comunidades que são impactadas por
seu negócio, seja a sua rua, bairro ou cidade, em utilizar sua publicidade não apenas
para vender seus produtos e serviços, mas também para reforçar boas práticas e
cidadania. No aspecto econômico, compreender que sua empresa não é apenas uma
máquina de ganhar dinheiro, mas também uma organização que é parte da qualidade
de vida de seus gestores, das famílias envolvidas e das comunidades que atende.
Assim, de acordo com Pimenta (2010), em meio a um cenário global de crise ambiental como:
elevados índices de emissões de gases de efeito estufa, aquecimento global, desmatamento,
eutrofização de corpos d’água, além da geração e lançamento de poluentes em grandes quantidades
não respeitando a capacidade de suporte dos ecossistemas, a sustentabilidade empresarial é vista como
um importante fator de competitividade para as empresas.
Certo desses problemas citados, as pessoas além de preocuparem com suas ações perante o
meio ambiente, preocupam-se, também, com as ações das empresas. E como consumidores,
preocupam-se com o impacto ambiental do que é consumido, sendo os seus valores determinantes no
momento das compras. Assim, as empresas no setor de food service – alimentação fora do lar –
tiveram a necessidade de atentar-se para produtos e ações sustentáveis.
Segundo o Brasil Food Trends 2020 (2010), algumas ações e produtos sustentáveis que as
empresas no setor de food service devem adotar, são: produtos com redução de “pegada” de carbono,
produtos com baixo impacto ambiental, embalagens recicláveis e recicladas, certificações e selos
ambientais, revalorização de materiais, processos eficientes e com utilização de fontes renovais.
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Portanto, é fundamental a percepção da importância de ter um desenvolvimento sustentável, de
que as empresas adotem e realizem ações e medidas, para que tenha um desenvolvimento sustentável,
relacionado: o meio ambiente, a economia, o social e a cultura.
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