TANATOLOGIA 2009 II [Modo de...

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TANATOLOGIA

CURSO DE TÉCNICOS DE NECROPSIAS

Recife - 2009Clovis Mendoza – Médico legista

TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL

CONCEITO:

É um capítulo da Medicina Legal que estuda a morte e as

suas conseqüências clínicas e jurídicas.

CONCEITOS DE VIDA E DE MORTE

Simpósio de Sidney/1968 – irreversibilidade do processo de Simpósio de Sidney/1968 – irreversibilidade do processo de

morte.

* Altas doses de barbitúricos, hipóxia ou hipotermi a (15ºC) por mais de 01 hora – incapacidade temporária da cél ula de produzir, receber ou transmitir impulsos elétric os – EEG plano.

TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL

� Resolução do Conselho Federal de Medicina n°1480/97 :

Art. 6º. Os exames complementares a serem observados para constatação de morte encefálica deverão demonstrar de forma inequívoca:a) ausência de atividade elétrica cerebral oub) ausência de atividade metabólica cerebral ouc) ausência de perfusão sangüínea cerebral.c) ausência de perfusão sangüínea cerebral.

� Morte encefálica : é a cessação irreversível da atividade cerebral. Deve ser confirmada por exames laboratoriais como: eletro encefalograma, angiografia cerebral ou ressonância nuclear magnética. Clinicamente se caracteriza por midríase paralítica bilateral, arreflexia generalizada, apnéia, bradicardia e hipotensão arterial (clinicamente o indivíduo está morto –doação de órgãos).

TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL

MODALIDADES DE MORTE :

a) MORTES NATURAIS

- Agônicas

- Súbitas

Ponto de vista clínico :Ponto de vista clínico :

Instantaneidade do evento (Balthazard)

Imprevisibilidade (Vibert)

Ponto de vista Médico-legal :

Imprevisibilidade e Instantaneidade do evento

- Fisiológicas

TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL

b) MORTES VIOLENTASImprevisibilidade e instantaneidade do evento:Homicídio, Suicídio, Acidentes, Abortamento, etc.

c) MORTES SUSPEITASSúbitaSuspeita circunstancialSuspeita circunstancialViolência indefinida

TANATOGNOSE (Diagnostico da morte real)CRONOTANATOGNOSE (Estimativa do tempo da morte com finalidades Civis e Penais: sobrevivência; sucessão; responsabilidade criminal)

FENÔMENOS CADAVÉRICOS – Classificação de Borri

1 – ABIÓTICOS

Imediatos

Mediatos ou ConsecutivosMediatos ou Consecutivos

2 –TRANSFORMATIVOS

Conservadores

Destrutivos

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

1 – ABIÓTICOS

IMEDIATOS:

Parada da circulação: Ausculta; palpação das artérias; ECG; fundo do olho; prova de Icard (Fluoresceína).de Icard (Fluoresceína).

Parada da respiração: Prova de Wislow – espelho, vela acesa; copo com água sobre o tórax; ausculta.

Perda da consciência

Imobilidade: Fácies hipocrática; relaxamento dos esfíncteres; inexcitabilidade elétrica; prova de Rebouilat

Insensibilidade geral e específica

Abolição do tônus muscular:

Prova de Rebouillat: 01 cc de éter + ácido pícrico na face externa da

musculatura da coxa.

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

MEDIATOS OU CONSECUTIVOS

Evaporação tegumentar:

Perda de peso; apergaminhamento da pele dessecamento das mucosas; alterações do fundo do olho (perceptíveis aproximadamente 5 horas após a morte)

midríase (dilatação pupilar);midríase (dilatação pupilar);tela viscosa da córnea (tela albuminosa da córnea); segmentação da coluna sangüínea dos vasos oculares, e perda da turgência dos globos oculares

Equilíbrio térmico (resfriamento)

Começa lento nas primeiras 3 horas após a morte e mais rápido de 4 a 9 horas. Segundo Bouchut: nas primeiras 12 horas o corpo perde 0,8 a 1 grau C por hora e nas 12 horas subseqüentes perde 0,3 a 0,5 graus por hora

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

Manchas ou livores de hipóstases

Pontilhado com dez (10) minutos após a morte; início da mancha com aproximadamente uma (01) hora; visibilidade plena com duas (02) a quatro (04) horas; fixadas entre oito (08) a doze (12).

Cristais de Rocha-Valverde: encontrados no sangue após 3 dias até 35 dias da morte.

OBS.: Livores cadavéricos:OBS.: Livores cadavéricos:

são difíceis de observar nas pessoas melanodermas;

podem não ser observáveis mesmo em leuco ou

xantodermas, quando nestas

pessoas o óbito ocorre em condições

de anemia aguda após hemorragias

maciças, e podem observar-se ainda em vida,

na fase agônica ou terminal, em

pessoas extremamente debilitadas

e com hipotensão arterial

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

Rigidez cadavérica

Início na primeira hora após a morte pela mandíbula e nuca; 2/4 horas nos membros superiores; 4/6 horas no tórax e abdome. Todo o corpo entre 5 a 8 horas. Desaparece com a flacidez entre 2 a 3 dias. É precoce nos RN. Lei de Nysten.

Perda de peso

RN e crianças: aproximadamente 8b/kg/dia nas primeiras 24 horas após a morte.

Adultos: aproximadamente 10g/kg/dia

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

OUTROS ELEMENTOS PARA A CRONOTANATOGNOSE

Conteúdo estomacal:

a digestão dos alimentos se processa entre 5 a 7 horas;

Ponto crioscópico do sangue (congelamento): - 0,57º C

Fauna cadavérica: Fauna cadavérica:

� 1ª legião – Musca doméstica surge entre 8 a 15 dias

� 2ª legião – surge em torno do 20º dia

� 3ª legião – surge em torno do 30º dia

Cristais de Rocha-Valverde:

Encontrados no sangue após 3 dias até 35 dias da morte

Trata-se cristais incolores, de forma prismática ou laminar, de tamanho variável, facilmente quebradiços que aprecem no sangue do cadáver e que resultam da decomposição das hemácias. Tingidos pelo ferrocianeto de potássio adquirem cor azulada, em face do seu conteúdo férrico, enquanto que pelo tratamento com iodo assumem cor castanha

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

2 – TRANSFORMATIVOS - CONSERVADORES

Mumificação: a) Espontânea:

Ambientes quentes, secos e arejados

b) Provocada:b) Provocada:

Embalsamamento

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

2 – TRANSFORMATIVOS - CONSERVADORES

Saponificação ou adipocera

Esterificação das gorduras do corpo que ocorre em inumados em locais alagadiços/pantanosos/terreno argilosoalagadiços/pantanosos/terreno argiloso

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

2 – TRANSFORMATIVOS

DESTRUTIVOS

Autólise

A acidificação do meio (pH baixo) rompe as membranas celulares.A acidificação do meio (pH baixo) rompe as membranas celulares.

Sinal de Laborde – agulha de aço polida

Sinal de Brissemoret e Ambard – fragmento de fígado ou baço:

verificar a acidez com papel de tornassol – início 30 minutos após

a morte; plena em torno de 12 horas após a morte.

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

2 – TRANSFORMATIVOS - DESTRUTIVOS

Maceração

Ocorre em corpos imersos em meio líquido

a) Séptica

b) Asséptica

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

2 – TRANSFORMATIVOS – DESTRUTIVOS

Putrefação

Processo físico-químico decorrente da ação de

microorganismos aeróbios, anaeróbios emicroorganismos aeróbios, anaeróbios e

facultativos.

É composto de quatro períodos:

1º - Coloração ou mancha verde abdominal

2º - Gasoso propriamente dito

3º - Coliquativo

4º - Esqueletização

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

Putrefação

1º - Coloração ou mancha verde abdominal

Hidrogênio sulfurado + hemoglobina - Sulfometemoglobina

Perceptível na fossa ilíaca direita entre 16/20 horas após a mortePerceptível na fossa ilíaca direita entre 16/20 horas após a morte

3 a 5 dias – corpo totalmente verde-enegrecido, perdura por 7 dias

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

Putrefação

2º - Gasoso propriamente dito

Produção maciça de gás: se inicia em torno de 12 horas com gás

sulfídrico, é pleno em torno de 24 horas após a morte e dura de 01 a 03sulfídrico, é pleno em torno de 24 horas após a morte e dura de 01 a 03

semanas: 1º dia não inflamável; 2º/4º dia inflamáveis; 4º em diante não

inflamável.

Gigantismo

Posição de lutador

Enfisema e flictenas putrefativas

Circulação póstuma de Brouardel

Protrusão da língua e olhos

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

Putrefação

3º - Coliquativo

Diluição pútrida das partes moles do corpo.

Início na 1ª semana após a morte. Dura de 01 a vários meses.

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

Putrefação

4º - Esqueletização

Surgimento dos ossos após a diluição das partes moles.

Início na 1ª semana após a morte; Dura de vários meses a alguns

anos. Presença de fungos sobre os ossos – 2 a 4 anosanos. Presença de fungos sobre os ossos – 2 a 4 anos

Desaparecimento de ligamentos e cartilagens - + de 5 anos

TANATOGNOSECRONOTANATOGNOSE

ELEMENTOS PARA A ESTIMATIVA DO TEMPO DE MORTE (cronotanatognose)

� Esfriamento do cadáver (algor mortis)

� Livores violáceos de hipóstase (livor mortis)

� Rigidez cadavérica (rigor mortis)

� Mancha verde

� Gases da putrefação – 1º, 2º, 4º,5º dias.

� Perda de peso 08 g/kg/dia

� Cristais no sangue putrefeito/Crioscopia do sangue

� Crescimento dos pêlos da barba

� Conteúdo gástrico

� Fundo de olho até 90-100 horas

� Líquido cefaloraquidiano

� Restauração da pressão intra-ocular - 0,02 ml/h

� Concentração pós mortal do potássio no humor vítreo

� Fauna cadavérica

DESTINO DOS CADÁVERES

a) Inumação simples.

b) Inumação após necropsia: anátomo-

patológica (SVO) ou forense (IML).

As inumações (sepultamentos) poderão

ser em covas rasas, gavetas ouser em covas rasas, gavetas ou

mausoléus.

c) Imersão

d) Cremação

e) Destruição dos corpos pelos animais

f) Ossuários

g) Doado a escolas médicas, depois de 30 dias – Lei 8.501/92.

MODELO DE DECLARAÇÃO DE ÓBITO

MODELO DE ESQUEMA ANATÔMICO PARA REGISTRO DAS LESÕES ENCONTRADAS NAS PERÍCIAS

TAMATOGNOSE E CRNOTANATOGNOSEQUESITOS PARA O SEMINÁRIO – 29/10/2010

� 1) DESCREVA O EXAME EXTERNO DE UM CADÁVER QUE FOI ENCONTRADO DENTRO DE UM APARTAMENTO CUJA MORTE OCORREU A APROXIMADAMENTE CINCO DIAS (VALE TRÊS PONTOS)

� 2) EXPLIQUE A FORMAÇÃO DA RIGIDEZ CADAVÉRICA COM SUA CRONOTANATOGNOSE. (VALE QUATRO PONTOS)CRONOTANATOGNOSE. (VALE QUATRO PONTOS)

3) VALE TRÊS PONTOS

� B) COMO SE FORMA AS MANCHAS DE HIPÓSTASES E QUAL A SUA CRONOTANATOGNOSE?

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