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Filiado a CUT, CNM e FEM
Nº 853 2ª edição de dezembro de 2016 Rua Júlio Hanser, 140 Lageado - Sorocaba/SP CEP 18030-320
Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região
Ensino SuperiorParceria dá descontos em cursos à distância
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Lava JatoDelação da Odebrecht atinge Temer e Alckmin
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Campanha SalarialAcordo garante reajuste naGerdau de Araça
PÁG. 3
Em uma ofensiva ao trabalhador e à população brasileira, o governo Temer (PMDB) ataca os direitos sociais e trabalhistas, fazendo avançar um verdadeiro pacote de retrocessos. Nesta edição, a Folha Metalúrgica aborda a aprovação da PEC 55, que limita os investimentos públicos por 20 anos e que afeta especialmente a saúde e a educação. Já a Reforma da Previdência, apresentada
na semana passada, vai atingir 90% dos metalúrgicos de Sorocaba e região, se aprovada.
Temer ataca direitos sociais e trabalhistas
A luta temque continuar
A delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, relata o pagamento pela empreiteira, entre 2006 e 2014, de mais de R$ 80 mi-lhões em propina, caixa dois e doa-ções legais de campanha a quase 50 políticos.
O PMDB é o principal atingido, sendo citados Michel Temer, Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Ci-vil, Geddel Vieira Lima, ex-secretá-rio de Governo, além dos senadores Romero Jucá, ex-ministro do Plane-jamento, Renan Calheiros e Eunício Oliveira.
Naquele ano, R$ 4 milhões te-
riam sido entregues aos cuidados de Padilha, assessor da Presidência, e R$ 6 mi para a campanha de Pau-lo Skaf (PMDB) ao governo de São Paulo.
AlckminSegundo delações da Odebrecht,
a empresa também realizou paga-mento de caixa dois, em dinheiro vivo, para as campanhas de 2010 e 2014 do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). De acor-do com delatores, R$ 2 milhões em espécie foram repassados ao em-presário Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama, Lu Alckmin.
Página 2 Folha Metalúrgica - Dezembro de 2016 - Ed. 853
O ano que teima em não terminarEm virtude das férias coletivas na maioria das
empresas e no Sindicato, esta é a última Folha Me-talúrgica do ano. Em janeiro de 2017 o informa-tivo voltará a circular. Quem sabe até volte com perspectivas mais positivas para a sociedade e para a classe trabalhadora, pois 2016 merece en-trar pro arcabouço das páginas tristes e caóticas da história brasileira.
Aliás, esta edição foi produzida no exato dia, 13 de dezembro, em que se completaram 48 anos do Ato Institucional nº 5, o famigerado AI-5, imposto pela ditadura militar para acabar com os direitos e garantias individuais. Inclusive para muitos dos desavisados que haviam apoiado o golpe de 1964 por pura adesão ao discurso da direita, de que era necessário conter “o perigo comunista” suposta-mente representado pelo presidente João Goulart.
O golpe de 64 e o AI-5 de 68 certamente fa-rão companhia a 2016, na ocasião do despertar da consciência dos trabalhadores que ainda não en-tenderam o retrocesso a que submeteram a socie-dade por aderir à manipulação da direita.
Apenas esperamos que esse despertar aconteça num futuro próximo, antes do país chegar ao está-gio da convulsão social ou de se tornar, de novo, recordista em injustiça social, em concentração de renda, em violência oficializada, em exclusão de minorias, em fome e miséria.
Mas, enfim, apesar dos muitos pesares deste ano, desejamos a todos os metalúrgicos e familia-
sa o sucateamento de serviços públicos essenciais.Infelizmente, as notícias sociais, políticas e
econômicas ruins aconteceram em profusão neste 2016. Agora o cenário apenas está mais claro, pois estamos vendo o desfecho de tudo o que os gol-pistas vinham concebendo anos antes do duvidoso processo de impeachment.
Aliás, este ano parece que teima em demorar para acabar. A proposta de Reforma da Previdên-cia, cujos prejuízos aos trabalhadores são tema de reportagem nesta edição, está tramitando a “toque de caixa”, pois vários parlamentares golpistas vêm sendo indiciados por corrupção.
Aliás, vale refletir no fim de ano quantas ve-zes o Executivo e Legislativo viraram vitrine de escândalos nas últimas décadas, mas sempre com acusações que não alterem as estruturas e as inten-ções da direita. Quem sabe em 2017 o Judiciário também se submeta à mesma transparência e con-trole social?
Diante das esculhambações sobre poderes constituídos, será boa a intenção dos pretensiosos operadores da Justiça, os “salvadores da Pátria”, que berram por ainda mais poder e menos transpa-rência? Sugerimos mais essa reflexão ao leitor na virada do ano.
Então, que venha 2017 e que nos traga unida-de, paz, saúde, harmonia, trabalho, felicidade na vida pessoal, consciência individual e espírito de coletividade!
editorial
Delações citam Temer, Alckmin e Skaf
lava jato
Jornalista responsável: Paulo Rogério L. de Andrade
Redação e reportagem: Paulo Rogério L. de Andrade Fernanda Ikedo Daniela Gaspari
Fotografia: José Gonçalves Filho (Foguinho)
Projeto Gráfico e Editoração: Cássio de Abreu Freire
Auxiliar de Redação: Gabrielli Duarte Vagner Santos
ComunicaçãoSMetal
Folha Metalúrgica, Portal SMetal, Revista Ponto de Fusão,
redes sociais, comunicação visual e assessoria de imprensa
Sindicato do Metalúrgicos de Sorocaba e RegiãoRua Júlio Hanser, 140 - Sorocaba SP - www.smetal.org.br
Diretoria Executiva SMetal
Presidente: Ademilson Terto da Silva
Vice Presidente: Tiago Almeida do Nascimento
Secretário Geral: Leandro Cândido Soares
Administrativo e de Finanças: Alex Sandro Fogaça
Secretário de Organização: João de Moraes Farani
Diretor Executivo: Joel Américo de Oliveira
Diretor Executivo: Silvio Luiz Ferreira da Silva
Sede Sorocaba: Tel. (15) 3334-5400
Sede Iperó: Tel. (15) 3266-1888
Sede Araçariguama: Tel. (11) 4136-3840
Sede Piedade: Tel. (15) 3344-2362
Folha Metalúrgica Impressão: Bangraf Publicação: Semanal Tiragem: 30 mil exemplares
res muita paz e união nas festas de fim de ano.Porém, nos intervalos das confraternizações
não fará mal exercitar a capacidade de reflexão so-bre o que vem acontecendo com nosso País. Será um bem coletivo fazer a si mesmo perguntas sobre quais as reais intenções de quem articulou previa-mente tudo o que sucedeu com o Brasil neste fa-tídico 2016. Qual foi o papel de cada um de nós neste cenário? Qual foi o papel das mídias? Qual foi o papel dos atuais “salvadores da pátria”, que se candidatam a tomar ainda mais o poder da Na-ção e subjulgar seus opositores?
Além de aniversário do AI-5, esta edição foi fi-nalizada no dia em que o Senado aprovou a grotes-ca PEC 55, que congela investimentos em saúde e educação por 20 anos. Por isso, sugerimos ao me-talúrgico que também reflita sobre a quem interes-
Agora o cenário apenas está mais claro, pois
estamos vendo o desfecho de tudo o que
os golpistas vinham concebendo há anos
formatura
Delatados: Skaf, presidente da Fiesp; Temer, presidente da República; e Alckmin, governador de SP
Por iniciativa do vereador Izídio de Brito (PT), as alunas do 14° Curso de Promotoras Legais Populares de Sorocaba foram homenageadas na quarta-feira, dia 7, na Câmara
Municipal. O curso, criado em 1992, tem como objetivo desenvolver a cidadania e a igualdade de direito. A oradora da turma foi Jamille Michele Kruger Maia,
funcionária do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (foto).
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Mudança vai atingir 90%dos metalúrgicos da região
campanha salarial
Página 3Folha Metalúrgica - Dezembro de 2016 - Ed. 853
reforma da previdência
Mais dois sindicatos do G8 fecham acordo
Os metalúrgicos da Gerdau de Araçariguama apro-varam na última quinta-feira, dia 8, um acordo que ga-rantiu reajuste salarial de 18% referente aos anos de 2015 e 2016. O valor será pago em três vezes: 9,62% retroativos a setembro de 2016; 4% em fevereiro 2017; e 3,5% em maio de 2017.
Na Campanha Salarial de 2015, a Gerdau se recu-sou a aplicar o reajuste aprovado pelo Sicetel, sindi-cato patronal que representa empresas de trefilação e laminação de metais.
“Além da compreensão e paciência dos trabalha-
dores, que foram fundamentais para fecharmos o acordo, a mesa de negociação também teve um papel importante de entender o processo e, ao final, garantir o reajuste”, afirma o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares.
O acordo prevê que os trabalhadores demitidos en-tre os anos de 2015 e 2016 têm direito de receber o reajuste proporcionalmente. Para isso devem procurar a empresa. Foi acordado ainda que o abono recebido em 2015 não precisará ser devolvido.
A Reforma da Previdência, proposta pelo governo Temer (PMDB), vai afetar 90,7% dos trabalhadores da base do Sin-dicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal). A estimativa é do Depar-tamento de Estatísticas e Estudos Socioe-conômicos (Dieese), subseção do SMetal.
Atualmente, 37.784 trabalhadores atu-am nas 14 cidades de abrangência do Sin-dicato. Desse total, 34.297 estão nas faixas etárias atingidas pelas propostas de mu-danças do governo federal. Esses trabalha-dores só poderão se aposentar com, no mí-nimo, 65 anos de idade e 25 anos de contribuição. Além disso, terão de contri-buir por 49 anos para ter direito à aposen-tadoria integral.
No caso dos homens, os atingidos pelas mudanças serão aqueles com 50 anos ou menos. Nessa faixa etária são 27.276 me-talúrgicos na região de Sorocaba, o que representa 90,7% dos trabalhadores da ca-tegoria.
Já as mulheres com 45 anos ou menos serão as atingidas pelas mudanças da Pre-vidência. Enquadram-se nessa situação 90,8% das trabalhadoras metalúrgicas. Ou seja, mais de 7 mil trabalhadoras.
O presidente do SMetal, Ademilson Terto da Silva, diz que é momento de mui-ta atenção para os trabalhadores. “A agen-da do setor patronal, junto com esse go-verno golpista, é para retirada de direitos. Essa proposta é mais um passo contra as conquistas dos trabalhadores. Mas vamos à luta para que esse retrocesso não seja aprovado”.
Para Leandro Soares, secretário-geral do SMetal, a proposta é devastadora. “So-mos totalmente contra. Ela faria com que os trabalhadores se tornassem pessoas jurídicas, chamadas PJs, para reduzir sua contribuição ou ficar inadimplente com o INSS. Haveria um rombo maior na Previ-dência e criaria novo problema aos cofres públicos”, alerta ele.
Trabalhadores da Gerdaude Araça conquistam reajuste
Aprovado: O acordo garantiu reajuste salarial de 18% referente aos anos de 2015 e 2016; assembleia aconteceu dia 8 de dezembro
Após período intenso de negociações, mais dois sindicatos patronais do Grupo 8 ofereceram a reposição da inflação para os metalúrgicos da CUT: Siescomet (de esquadrias e construções metálicas) e Sicetel (trefilação e laminação de metais ferrosos). Segundo a Federação dos Metalúrgicos de São Paulo (FEM-CUT/SP), o acordo garante reajuste de 9,62%, aplicado em duas vezes: 6% retroativos a setembro 2016 e o restante em fevereiro de 2017. A assinatura da Convenção Coletiva deve ocorrer ainda nesta semana e estará disponível no Portal SMetal.
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AUMENTOO governo Temer propõe que a idade mínima para
aposentadoria, tanto para o homem quanto para a mulher, seja de 65 anos, e pelo menos 25 anos de contribuição.
CÁLCULO Mesmo contribuindo por 25 anos, o trabalhador não
terá direito à aposentadoria integral. Com esse tempo de contribuição, o cálculo prevê que o trabalhador terá direito a 76% da base de cálculo do benefício. Depois disso, haverá um aumento de 1 ponto percentual a cada ano.
49 ANOSCaso queira receber um valor superior, o brasileiro
deverá continuar no mercado formal após os 65 anos ou começar a trabalhar aos 16 anos. Na prática, para ter acesso à média integral do valor contribuído, será preciso trabalhar formalmente por 49 anos.
HOMENS E MULHERESSe aprovadas, as novas regras valerão para homens com
até 50 anos e mulheres com até 45 anos.
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Página 4 Folha Metalúrgica - Dezembro de 2016 - Ed. 853
PEC 55
Cruzeiro do Sul Educacional tem inscrição isenta até 30 de dezembro Férias coletivas no SMetal
Taça Papagaio de Futsal
A sede do SMetal Sorocaba fecha nesta sexta-feira, dia 16, às 12h, para férias coletivas. O atendimento aos sócios e dependentes retorna no dia 9 de janeiro, às 8h. Porém, a diretoria executiva da entidade realizará um plantão político na sede de Sorocaba, das 8h às 17h, para tratar de questões sindicais. Já as sedes de Araçariguama e Piedade reabrem dia 11, às 8h. Nelas, o atendimento foi encerrado no último dia 9.
Marcada para este domingo, dia 18, a quinta rodada da 12ª Taça Papagaio de Futsal do SMetal será a última de 2016. Após as disputas entre as equipes Lanchonete Skinão contra Unidos Futebol Clube; e Alutal Futsal versus Laranjeiras Linha 42, o torneio será retomado dia 8 de janeiro para a semifinal. Já a final deve ocorrer em 15 de janeiro. Os resultados da última rodada e a tabela com os próximos jogos estão disponíveis em www.smetal.org.br
notas
A Cruzeiro do Sul Educacional está com inscrições abertas para diversos cursos à dis-tância, até o dia 30 de dezembro, com isenção da taxa de inscrição. A primeira mensalidade será de R$ 49 e a segunda será cobrada apenas em fevereiro, conforme o curso escolhido.
A parceria entre o Sindicato dos Meta-lúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e a Cruzeiro do Sul Educacional garante a asso-ciados e dependentes da entidade desconto de 30% nas mensalidades de diversos cursos de ensino à distância (EAD), de graduação e de pós-graduação.
Os interessados devem se inscrever pelo site www.cruzeirodosulvirtual.com.br ou na unidade polo, que fica na rua Cesário Mota, 517, Centro. Confira a lista completa dos cur-sos em www.smetal.org.br. Mais informa-ções pelo (15) 3388-1515 ou tatiana.fermi-no@ccbeusorocaba.com.br
Senado aprova PEC que limita investimentos públicos por 20 anos
O Senado aprovou, nesta terça--feira, dia 13, a PEC 55 com 53 votos favoráveis e 16, contrários. A pro-mulgação da PEC, quando ela passa-rá a ter força de lei, está prevista para quinta-feira, dia 15, no Congresso Nacional.
A PEC vai limitar o orçamento da União, por 20 anos, ao aumento da inflação do ano anterior. Isso significa que, mesmo com crescimento da po-pulação ou do país, os investimentos do governo não poderão crescer.
Os críticos dizem que a PEC co-loca limites em gastos que crescem em um ritmo acima da inflação, como educação e saúde. Investimentos com programas sociais podem ser afetados.
Outro ponto criticado é que, ao diminuir investimentos, as classes sociais mais baixas seriam direta-mente afetadas, considerando que são as mais dependentes dos servi-ços públicos.
Salário mínimo – Os se-nadores também mantiveram o reajuste do salário mínimo na PEC 55. Nesse caso, o salário mínimo não poderá ser reajustado acima da inflação, ou seja, com aumento real se o governo federal estourar o teto de despesas do ano anterior.
O pedido para que essa medida fosse retirada da PEC foi rejeitado por 52 votos a 20.
Foto:
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