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TRABALHO DE ESTUDOS INDEPENDENTES DE RECUPERAÇÃO – 3ºANO
1(UFRS-RS) Assinale com V (Verdadeiro) ou com F (Falso) as afirmações abaixo sobre o romance São
Bernardo, de Graciliano Ramos:
() O projeto de escrever um livro em conjunto, pela divisão do trabalho, não tem êxito. Paulo Honório critica os
padrões quinhentistas seguidos por João Nogueira e a linguagem empolada de Azevedo Gondim, mas acaba adotando
a mesma forma de escrever.
( ) Embora pretenda reproduzir fielmente os fatos de sua vida, Paulo Honório desrespeita os acontecimentos,
introduzindo personagens que de fato não existiram.
( ) Paulo Honório seleciona os episódios mais significativos de sua vida, centrando-se nas circunstâncias que levam ao
desenlace do drama sobre o qual se interroga.
( ) Paulo Honório, em várias ocasiões, interrompe o relato para discutir as regras que presidem a sua escrita ou para
confessar suas dificuldades de expressão.
( ) Através do relato, Paulo Honório tem oportunidade de reavaliar sua vida, refletindo sobre seus atos e vendo a
esposa sob uma nova perspectiva.
2. (MACKENZIE) Em São Bernardo, a velhice é o momento em que o narrador-protagonista Paulo Honório:
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3. (ITA) O romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, publicado em 1934, é narrado em primeira pessoa pelo
narrador-personagem Paulo Honório, que decide escrever o livro em determinada altura da sua vida. O principal
motivo que levou Paulo Honório a escrever a sua história foi:
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4. São Bernardo é uma das mais convincentes análises do sentimento de propriedade, do sentido atávico da posse, do
ter anulando o ser, do cancelamento ético e afetivo na luta pela vida. As personagens e as coisas surgem no romance
como meras modalidades do narrador, Paulo Honório, filho de pais incógnitos, guia de cego que se elevou a grande
fazendeiro, respeitado e temido, graças à tenacidade infatigável com que manobrou a vida, pisando escrúpulos e
sentimentos e visando por todos os meios o alvo que declara desde o início: 'O meu fito na vida foi apossar-me das
terras de São Bernardo, construir esta casa.
Como os verbos “ter” e “ser” se mostram nos personagens Paulo Honório e Madalena?
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ESCOLA ESTADUAL “DR. JOSÉ MARQUES DE OLIVEIRA” – ANO 2015
Turma 3º Ano Data Disciplina Língua Portuguesa
Professor Heroana Supervisora:
Nome Nº
5. Madalena, mulher de Paulo Honório, que em solteira era professora primária, mata-se por não suportar viver um
casamento sem amor, tão diferente daqueles que conhecia dos romances românticos que costumava ler. Esta
afirmativa é verdadeira ou falsa? Justifique.
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6. (UFLA) Nesta obra, o autor faz o balanço trágico da vida de um homem que se desumaniza para viver, abordando a
problemática da coisificação dos indivíduos. Cite fatos do livro e exemplos atuais que justifiquem tal afirmação.
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7. (UFLA) Leia o trecho seguinte para responder à questão.
"Agitam-se em mim sentimentos inconciliáveis: encolerizo-me e enterneço-me; bato na mesa e tenho vontade de
chorar." (Personagem Paulo Honório - São Bernardo - Graciliano Ramos)
Com relação à personalidade de Paulo Honório, personagem narrador do romance, pode-se inferir que ele era:
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8. (UF-UBERLÂNDIA) "Lembro-me de que ele só usava camisas brancas." A oração sublinhada é:
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9. (UE PONTA GROSSA-PR) Em "É possível que comunicassem sobre políticos", a segunda oração é:
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10. (FCE-SP) "Os homens sempre se esquecem de que somos todos mortais." A segunda oração é:
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11. (F. TIBIRIÇA-SP) No período "Todos tinham certeza de que seriam aprovados", a oração destacada é:
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12. Nos versos "Sabe dizer se é possível / algum trabalho encontrar?", a oração grifada é:
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13. Procurando se ater ao código ora exposto, relacione a segunda coluna de acordo com a primeira:
a – (A) oração subordinada objetiva direta
b – (B) oração subordinada completiva nominal
c – (C) oração subordinada objetiva indireta
d – (D) oração subordinada subjetiva
e – (E) oração subordinada predicativa
( ) Ninguém desconfiava de que as decisões já estavam tomadas.
( ) Chegamos à conclusão de que nosso passeio não acontecerá.
( ) O problema é que não confio em você.
( ) O barulho constante não permite que os moradores vivam
tranquilos.
( ) Decidiram-se que as novas mercadorias teriam um novo valor.
14. Todas as charges abaixo têm orações subordinadas (pode ter mais de uma). Encontre-as e as CLASSIFIQUE.
a)
b)
Está escrito: “Às vezes acho que o indício mais óbvio de que existem formas de vida inteligente fora da terra é que nenhuma delas tentou entrar em contato conosco”.
15. São características da dissertação:
a) Defesa de uma tese através da organização de dados, fatos, ideias e argumentos em torno de um ponto de vista
definido sobre o assunto em questão. Nela, deve haver uma conclusão, e não apenas exposição de argumentos
favoráveis ou contrários sobre determinada ideia.
b) Os eventos são organizados cronologicamente, com uma estrutura que privilegia os verbos no pretérito perfeito e
predicados de ação relativos a eventos que se referem à primeira ou à terceira pessoa. Presença de enunciados que
sugerem ação e novos estados.
c) Predominância de caracterizações objetivas (físicas, concretas) e subjetivas (dependem do ponto de vista de quem
as descreve) e uso de adjetivos. Os tipos de verbos mais comuns na estrutura do texto são os verbos de ligação.
d) Tipo textual marcado por uma linguagem simples e objetiva, sendo que um dos recursos linguísticos marcantes
desse tipo de texto é a utilização dos verbos no imperativo, típicos de uma atitude coercitiva.
16. (MACKENZIE) "Acho que não pode haver discriminação racial e religiosa de espécie alguma. O direito de um
termina quando começa o do outro. Em todas as raças, todas as categorias, existe sempre gente boa e gente má. No
caso particular dessa música, não posso julgar, porque nem conheço o Tiririca. Como posso saber se o que passou na
cabeça dele era mesmo ofender os negros? Eu, Carmen Mayrink Veiga, não tenho ideia. Mas o que posso dizer é que
se os negros acharam que a música é uma ofensa, eles devem estar com toda razão."(Revista Veja)
a) A argumentação, desenvolvida por meio de clichês, subtende um distanciamento entre o eu/enunciador e o
ele/negros.
b) A argumentação revela um senso crítico e reflexivo, uma mente que sofre com os preconceitos e, principalmente,
com a própria impotência diante deles.
c) A argumentação, partindo de visões inusitadas, mas abalizadas na realidade cotidiana, aponta para a total
solidariedade com os negros e oprimidos.
d) O discurso altamente assumido pelo enunciador ataca rebeldemente a hipocrisia social, que mascara os
preconceitos.
e) Impossível conceber, como desse mesmo enunciador, essa frase: "Sempre trabalhei como uma
negra", publicada semanas antes na mesma revista.
17. (UFMG) A revolução digital
Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.
Disse “pareciam”, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.
Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de
tarde.
O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à
produção de celulose.
Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as
nuvens de elétrons.
A mudança conduz a veredas ainda inexploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de
enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.
E isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o
texto inunda de imagens a alma.
Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro,
produzindo uma circulação de ideias que gera novos textos.
A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos autores e leitores. Podemos visitar as
páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente arriscar textos próprios.
Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências.
Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta qualquer dia
desses”.
Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a
popularização crescente do correio eletrônico.
O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era
digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla
“enter”.
SOUZA, Josias de. A revolução digital. Folha de São Paulo, São Paulo, 6 de maio de 1996. Caderno Brasil, p. 2.
Com base na leitura feita, é correto afirmar que o objetivo do texto é:
a) defender a parceria entre o papel e o texto como uma história de êxitos.
b) discutir as implicações da era digital no uso da escrita.
c) descrever as vantagens e as desvantagens da internet na atualidade.
d) narrar a história do papel e do texto desde a antiguidade.
18. Sobre o texto dissertativo, é correto afirmar que:
a) Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se observou. Tipo textual desprovido de
ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente são mais importantes. Valorização do substantivo e do adjetivo, que
ocupam lugar de destaque na frase.
b) Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e até mesmo mesclando dados reais e
imaginários. Apresenta uma evolução de acontecimentos, ainda que sem linearidade ou relação com o tempo real.
c) Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão ser apresentados argumentos,
provas e exemplos a fim de que se chegue a uma conclusão para os fatos abordados.
d) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem realizados. Nesse tipo de texto, as frases,
geralmente, estão no modo imperativo.
19.O romance Capitães da Areia, de Jorge Amado, é um documento sobre a vida dos meninos de rua de Salvador. A
sua primeira edição (1937) foi apreendida e queimada em praça pública pouco depois de implantada a ditadura de
Getúlio Vargas. No trecho a seguir, o narrador nos conta como Pedro Bala, aos quinze anos, assumiu a liderança de
um grupo que dormia num velho armazém abandonado do cais do porto.
Pela leitura do texto, pode-se concluir que o romance pretende denunciar que tipo de problema? Explique como
este problema pode ser resolvido em forma de proposta de intervenção. (2)
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20. Que características de Pedro Bala fizeram dele o líder do grupo? (1)
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“Nunca tivera família [o Sem-Pernas]. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava ‘meu padrinho’ e que
o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer
um carinho, u'a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia,
quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um
com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca
desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa
se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia nas suas costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou
muito, depois, não sabe como, as lágrimas secaram. Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava.
Ainda hoje ouve como os soldados riam e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto.”
21. No trecho acima, da obra “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, podemos perceber que a ação está em qual tempo
verbal? Em que pessoa o texto está escrito? Qual o tipo de narrador? Ele faz parte da história? (1)
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“Deus era justo e o castigaria lhe daria o fogo do inferno. Suas carnes arderiam, suas mãos que levassem o Menino
queimariam durante uma vida que nunca acabava. O Menino era do dono da loja. Mas o dono da loja tinha tantos
Meninos, e todos gordos, e rosados, não iria sentir falta de um só, e de um magro e friorento! Os outros estavam com
o ventre envolto em panos caros, sempre panos azuis, mas de rica fazenda. Este estava totalmente nu, tinha frio no
ventre, era magro, nem do escultor tivera carinho.”
22. Na frase “nem do escultor tivera carinho”, como em outras, aparece uma personificação ingênua com a qual o
narrador quer:
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TEXTO A Capitães da Areia conta a história de um grupo de meninos de rua de Salvador que vive em um velho trapiche
abandonado, liderados por Pedro Bala. O romance, lançado em 1937, foi proibido pela censura do Estado Novo, o que
o transformou em um dos mais lidos de Jorge Amado.
TEXTO B [...] uma grande parte dos Capitães da Areia dormia no velho trapiche abandonado, em companhia dos ratos, sob a
lua amarela. [...] moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os 9 aos 16 anos, que à noite se
estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam... [...] Vestidos de farrapos, sujos, semi-esfomeados,
agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a
conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas. [...] Não durou muito na chefia o caboclo
Raimundo. Pedro Bala era muito mais ativo, sabia planejar os trabalhos, sabia tratar com os outros, trazia nos olhos
e na voz a autoridade de chefe... [...] É aqui que mora o chefe dos Capitães da Areia: Pedro Bala. Desde cedo foi
chamado assim, desde os seus cinco anos. Hoje tem 15 anos. Há dez que vagabundeia nas ruas da Bahia. Nunca
soube de sua mãe, seu pai morrera de um balaço. Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade...
(AMADO, Jorge. Capitães da Areia. 117. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.p. 19-21. Fragmentos).
23. A partir da leitura dos textos em destaque, é coerente afirmar que o tema tratado no romance Capitães de Areia
permanece bastante atual. Analise as assertivas abaixo e assinale a que estabelece coerência com a afirmação em
destaque.
A. O contexto da obra representa uma fantasia que contrasta com a dura realidade dos verdadeiros garotos
marginalizados pela sociedade brasileira. Fugir da realidade é uma característica marcante das obras urbanas de Jorge
Amado na geração de 30.
B. A vida dos Capitães da Areia retrata as peripécias de jovens que só estão em busca de aventuras, numa atitude
típica de adolescentes. Jorge Amado, nesta obra, não revela nenhuma ideologia político-social.
C. Embora o romance tenha sido escrito em 1937, seu tema é extremamente atual, pois o escritor retrata a dura
situação dos menores abandonados, uma espécie de mazela, de câncer social, que ainda permanece presente no
cotidiano das cidades brasileiras.
D. Contextualizando os trechos em destaque nos dias atuais, em que o Brasil assiste aos tristes filmes sobre violência
de menores, é possível inferir que as causas da explosão da bandidagem nas ruas de Salvador estão desconectadas das
questões sociais.
E. Pedro Bala e seu bando, segundo Jorge Amado, são reflexos da busca de visibilidade e aceitação social que a mídia
promove em relação aos garotos de rua.
O romance Capitães da Areia, de Jorge Amado, é um documento sobre a vida dos meninos de rua de
Salvador. A sua primeira edição (1937) foi apreendida e queimada em praça pública pouco depois de implantada a
ditadura de Getúlio Vargas. No trecho a seguir, o narrador nos conta como Pedro Bala, aos quinze anos, assumiu a
liderança de um grupo que dormia num velho armazém abandonado do cais do porto.
“É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia: Pedro Bala”. Desde cedo foi chamado assim, desde
seus cinco anos. Hoje tem quinze anos. Há dez que vagabundeia nas ruas da Bahia. Nunca soube de sua mãe, seu pai
morrera de um balaço. Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. Hoje sabe de todas as suas ruas e de
todos os seus becos. Não há venda, quitanda, botequim que ele não conheça. Quando se incorporou aos Capitães da
Areia (o cais recém-construído atraiu para suas areias todas as crianças abandonadas da cidade) o chefe era Raimundo,
o Caboclo, mulato avermelhado e forte.
Não durou muito na chefia o caboclo Raimundo. Pedro Bala era muito mais ativo, sabia planejar os trabalhos, sabia
tratar com os outros, trazia nos olhos e na voz a autoridade de chefe. Um dia brigaram. A desgraça de Raimundo foi
puxar uma navalha e cortar o rosto de Pedro, um talho que ficou para o resto da vida. Os outros se meteram e como
Pedro estava desarmado deram razão a ele e ficaram esperando a revanche, que não tardou. Uma noite, quando
Raimundo quis surrar Barandão, Pedro tomou as dores do negrinho e rolaram na luta mais sensacional a que as areias
do cais jamais assistiram. Raimundo era mais alto e mais velho. Porém Pedro Bala, o cabelo loiro voando, a cicatriz
vermelha no rosto, era de uma agilidade espantosa e desde esse dia Raimundo deixou não só a chefia dos Capitães da
areia, como o próprio areal. Engajou tempos depois num navio.
“Todos reconheceram os direitos de Pedro Bala à chefia, e foi dessa época que a cidade começou a ouvir falar nos
Capitães da areia, crianças abandonadas que viviam do furto.”
24. Pela leitura do texto, pode-se concluir que o romance pretende denunciar que tipo de problema?
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“A mãe do Gato morrera cedo. Era uma mulher frágil e bonita. Também tinha as mãos maltratadas, que esposa de
operário não tem manicura. E era dela também aquele gesto de remendar as camisas de Gato, mesmo nas costas de
Gato. A mão de Dora o toca de novo. Agora a sensação é diferente. Não é mais um arrepio de desejo. É aquela
sensação de carinho bom, de segurança que lhe davam as mãos de sua mãe. Dora está por detrás dele, ele não vê.
Imagina então que é sua mãe que voltou. Gato está pequenino de novo, vestido com um camisolão de bulgariana e
nas brincadeiras pelas ladeiras do morro o rompe todo. E sua mãe vem, faz com que ele se sente na sua frente e suas
mãos ágeis manejam a agulha, de quando em vez o tocam e lhe dão aquela sensação de felicidade absoluta.”
26. O trecho acima, da obra "Capitães da Areia", de Jorge Amado, revela-nos um narrador:
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“Nunca tivera família [o Sem-Pernas]. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava ‘meu padrinho’ e que
o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer
um carinho, u'a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia,
quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um
com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca
desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa
se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia nas suas costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou
muito, depois, não sabe como, as lágrimas secaram. Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava.
Ainda hoje ouve como os soldados riam e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto.”
27. No trecho acima, da obra “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, podemos perceber que a ação está em qual tempo
verbal?
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“Pedro Bala sentiu uma onda dentro de si. Os pobres não tinham nada. O padre José Pedro dizia que os pobres um
dia iriam para o reino dos céus, onde Deus seria igual para todos. Mas a razão jovem de Pedro Bala não achava
justiça naquilo. No reino do céu, seriam iguais, mas já tinham sido desiguais na terra. A balança pendia sempre para
um lado.”
28. No trecho acima, do romance “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, o personagem Pedro Bala.
A. concorda com justiça divina pregada pelo padre José Pedro e só por isso aceita a presença do padre entre os
Capitães da Areia.
B. compreende que os ricos têm seus próprios sofrimentos na terra e, no céu, Deus diminui o sofrimento tanto dos
pobres quanto dos ricos.
C. não reduz o sofrimento apenas à ausência de bens materiais.
D. demonstra a convicção de que Deus é justo no céu, mas não é justo na terra.
E. entende que, mesmo com a igualdade no céu, não haverá justiça, porque muitos viveram bem na terra e também
viveriam bem no céu.
“Agora levavam Aninha para sua casa. A noite em torno era tormentosa e colérica. A chuva os curvava sob o grande
guarda-chuva branco da mãe de santo. Os candomblés batiam em desagravo a Ogum e talvez num deles ou em muitos
deles Omolu anunciasse a vingança do povo pobre. Don'Aninha disse aos meninos com uma voz amarga:– Não
deixam os pobres viver... Não deixam nem o deus dos pobres em paz. Pobre não pode dançar, não pode cantar pra
seu deus, não pode pedir uma graça a seu deus – sua voz era amarga, uma voz que não parecia da mãe de
santo Don'Aninha. – Não se contentam de matar os pobres a fome... “Agora tiram os santos dos pobres...”
29. Assinale a alternativa correta, considerando o trecho acima do romance “Capitães da Areia”, de Jorge Amado.
A. Don’Aninha apanhara dos policiais e os Capitães da Areia a levavam para casa, enrolada num rede, como se
estivesse morta para o sepultamento.
B. O narrador não apresenta aspectos de uma “luta de classes”, pois Jorge Amado não era marxista nem comunista.
C. No período do Estado Novo, entre 1937 e 1945, o Candomblé foi proibido por lei e seus adeptos foram perseguidos
e presos pela polícia.
D. Don’Aninha tinha vindo aos Capitães de Areia pedir a colaboração dos meninos contra a propagação da varíola.
E. O autor dá mostras de que não quer enfatizar a angústia de Don’Aninha.
30. Indique o personagem de “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, que dizia ser um afilhado do cangaceiro
Virgulino Ferreira, o Lampião?
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“Até o guarda riu e explicou para os outros a história de Pedro. Mas o negro jovem foi chamado e eles ficaram
silenciosos. Sabiam que o negro tinha esfaqueado um homem num bleforé nesta noite. Quando o preto voltou trazia
as mãos inchadas dos bolos. Explicou:– Disse que vou ser processado por ferimentos leves. E me dero duas dúzia...”
31. Aponte uma das funções do discurso direto, que pode ser verificada no trecho acima, de “Capitães da Areia”, de
Jorge Amado.
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“Deus era justo e o castigaria lhe daria o fogo do inferno. Suas carnes arderiam, suas mãos que levassem o Menino
queimariam durante uma vida que nunca acabava. O Menino era do dono da loja. Mas o dono da loja tinha tantos
Meninos, e todos gordos, e rosados, não iria sentir falta de um só, e de um magro e friorento! Os outros estavam com
o ventre envolto em panos caros, sempre panos azuis, mas de rica fazenda. Este estava totalmente nu, tinha frio no
ventre, era magro, nem do escultor tivera carinho.”
32. Na frase “nem do escultor tivera carinho”, como em outras, aparece uma personificação ingênua com a qual o
narrador quer:
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33. (UNICAMP-SP) Leia com atenção o texto abaixo:
"Não há (…) como se cogitar do abandono do sistema de reajustes indexados e automáticos. (…) Em suas linhas
gerais a legislação salarial deve ser mantida, por ser tecnicamente melhor do que as suas antecessoras. Impõe-se,
entretanto, um tratamento adequado ao piso salarial nacional e sua completa e definitiva desvinculação de outros
salários. Exige-se, ainda, o estreitamento do amplo arco de salários. Não é justo que, enquanto alguns são pagos à
razão de meio, um, dois ou três salários mínimos, outros consigam ganhar cinquenta, cem, duzentas ou trezentas vezes
mais. É fundamental, finalmente, que as negociações sindicais ou com as empresas sejam livres e responsáveis,
tomando como parâmetro os dados objetivos da realidade."
(Almir Pazzianoto. Folha de S Paulo, 30 nov. 1987.)
a) o argumento utilizado pelo Ministro do Trabalho a favor da manutenção da legislação salarial que prevê reajustes
indexados e automáticos é:
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b) a palavra que marca sintaticamente a oposição entre os assalariados que ganham pouco e aqueles que ganham
muito;
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c) a palavra que poderia ser substituída por “não obstante”.
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34. O adolescente de hoje precisa de limites
A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de
pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior,
assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da
época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos
jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior
ou menor rigor. Hoje, questiona-se se esses limites devem ser impostos aos adolescentes ou se estes devem
ser mais livres para estabelecerem seus próprios limites.
Os jovens entre doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se
moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela
escola, pela família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão
esse adolescente de hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.
Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é
certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons
e maus exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa
realidade, diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa fácil
para o adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.
Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a
sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso
que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido.
Portanto, os adolescentes não devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como
uma maneira de evitar que eles “vivam a vida", mas sim como uma autodefesa diante da liberdade
exagerada, da falta de humanidade, do modismo em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces
armadilhas" que a realidade apresenta.
34.Identifique quais partes compõem o texto e explique-as.
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35.Faça a introdução do texto a seguir:
Consumismo: felicidade maquiada
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Através de inúmeros meios de comunicação como rádio, televisão, jornais, revistas, outdoors,
internet, entre outros, a mídia tem realizado o seu trabalho de convencer as pessoas a consumir. Para isso
utiliza-se de algumas artimanhas, como artistas famosos e queridos que incitam o público a comprar os
produtos divulgados. O ser humano nasce e cresce vivenciando esse mundo manipulado pela mídia, e
acreditando que a felicidade possa ser encontrada quando se adquire determinada marca de roupa, calçado,
carro, joia, celular ou qualquer outro produto. Divulga-se constantemente a ideia da felicidade comprada.
O indivíduo que nasce nesse ambiente consumista dificilmente aprende valores interiores e
subjetivos, como a amizade, o amor ao próximo, o companheirismo, o respeito, a dignidade, a honestidade
que o edificam como ser pensante e emotivo. Decorre disso a dificuldade de se preencher o vazio interior, o
que é comumente buscado no consumo de bens concretos e superficiais. Não há como afirmar que tais bens
são dispensáveis à felicidade, porém estes não estão capacitados a trazer a realização pessoal buscada pelo
homem.
A partir das ideias discutidas, podemos concluir que uma das melhores maneiras de garantir a
realização pessoal é combatendo o consumismo incitado pela mídia – uma vez que este proporciona uma
felicidade maquiada e momentânea que não caracteriza uma realização pessoal plena e sólida – e educando
nossas crianças com base em valores como a solidariedade, o amor e o respeito.
36.Escreva a conclusão do texto a seguir:
As reais causas da violência O caos ocorrido recentemente em São Paulo devido aos ataques articulados com maestria pelos
chefes do crime organizado (que não encontraram dificuldade para fazê-lo, mesmo estando presos) traz à
tona, novamente, a falência do Estado enquanto protetor de seus cidadãos e mantenedor da ordem. E esta
situação se agrava na medida em que as causas dessa falência não são combatidas.
Dentre elas, destaca-se a “justiça” de nosso país, que corrompe-se constantemente em favor daqueles
que podem comprá-la, deixando-os impunes, independentemente da gravidade de seus crimes, e que mesmo
quando julga, de fato, um criminoso, o faz baseada num código de lei obsoleto, o que contribui ainda mais
para seu descrédito.
É também importante a escassez de verbas que o governo destina à segurança, refletida na falta de
condições e de preparo da polícia, que, por isso mesmo, torna-se ineficiente e, não raro, corrupta.
Além disso, é determinante a ausência (ou desorganização) do Estado em determinadas regiões,
notadamente na periferia dos grandes centros urbanos, o que leva essa população desamparada a reconhecer
o crime organizado como sendo a única “instituição” capaz de exercer funções que deveriam ser
desempenhadas pelo primeiro, como, por exemplo, protegê-los da violência.
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37.Sobre as características do texto dissertativo, podemos afirmar que:
a) Suas principais características são contar uma história ou narrar algum acontecimento, verídico ou não.
b) Apresentar informações sobre um objeto ou fato específico, enumerando suas características através de uma
linguagem clara e objetiva.
c) Têm por finalidade instruir o leitor/interlocutor, por isso o predomínio dos verbos no infinitivo.
d) Texto da opinião, no qual as ideias são desenvolvidas com a intenção de convencer o leitor.
38.Texto próprio para quem quer expor opiniões ou persuadir de alguma coisa, no qual se emprega o abstrato
(conceitos, ideias, concepções). Tipo de texto que tem por objetivo influenciar o leitor/interlocutor com
posicionamentos elencados através de uma cuidadosa ordenação lógica. Estamos falando da:
a) descrição.
b) narração.
c) exposição.
d) injunção.
e) dissertação.
Texto para as próximas questões:
O balanço da Bossa
Condicionada fundamentalmente pelos veículos de massa, que a coagem a respeitar o "código" de convenções
do ouvinte, a música popular não apresenta, senão em grau atenuado, o contraditório entre informação e redundância,
produção e consumo. Desse modo, ela se encaminha para o que Umberto Eco denomina de música "gastronômica" :
um produto industrial que não persegue nenhum objetivo artístico, mas, ao contrário, tende a satisfazer as exigências
do mercado, e que tem, como característica principal, não acrescentar nada de novo, redizendo sempre aquilo que o
auditório já sabe e espera ansiosamente ver repetido. Em suma: o servilismo ao "código" apriorístico - assegurando a
comunicação imediata com o público - é o critério básico de sua confecção. "A mesma praça. O mesmo banco. As
mesmas flores, o mesmo jardim". O mesmismo. Todo mundo fica satisfeito. O público. A TV. Os anunciantes. As
casas de disco. A crítica. E, obviamente, o autor. Alguns ganham com isso (financeiramente falando). Só o ouvinte-
receptor não "ganha" nada. Seu repertório de informações permanece, mesmissimamente, o mesmo. Mas nem tudo é
redundância na música popular. É possível discernir no seu percurso momentos de rebeldia contra a estandardização e
o consumismo. Assim foi com o Jazz Moderno e a Bossa-Nova.
(Augusto de Campos. O Balanço da Bossa).
39.(FUVEST-SP) O texto discute:
a) a nulidade da ação dos veículos de massa sobre a música popular.
b) a invariabilidade da mensagem transmitida pela música popular.
c) o entusiasmo do auditório em relação à música popular.
d) a adesão ao consumismo representada pelo Jazz Moderno e a Bossa Nova.
e) o objetivo artístico a que se propõe a música popular.
40.(FUVEST-SP) De acordo com o texto, a música popular:
a) não persegue nenhum objetivo artístico.
b) oferece um repertório de informações sempre igual.
c) nem sempre se curva às pressões consumistas.
d) tem que ser servil ao "código" apriorístico.
e) é sempre uma música "gastronômica".
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