View
44
Download
1
Category
Preview:
Citation preview
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTACIO BAHIA
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ARISTIDES BESSA
LUÍS EDUARDO AGUIAR
TIAGO LOBO DE ASSIS
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
Salvador
2012
ARISTIDES BESSA
LUÍS EDUARDO AGUIAR
TIAGO LOBO DE ASSIS
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
Trabalho apresentado ao curso de Ciências
Contábeis da Universidade Centro Universitário
Estácio da Bahia, como requisito de obtenção parcial
de nota de complemento da II Unidade, da matéria
de Legislação Trabalhista e Previdenciária orientado
pelo Prof. Antônio Cláudio da Silva Vasconcelos.
Salvador
2012
Direito Coletivo do Trabalho é o segmento do Direito do trabalho encarregado
de tratar da organização sindical, da negociação coletiva, dos contratos coletivos, da
representação dos trabalhadores e da greve.
O Direito Coletivo do trabalho é apenas uma das divisões do Direito do
Trabalho, não possuindo autonomia, pois não tem diferenças específicas em relação
aos demais ramos do Direito do Trabalho, estando inserido, como os demais, em
sua maioria, na CLT.
Nas relações coletivas de trabalho os sujeitos são grupos, constituídos, de
pessoas abstratamente consideradas, e não as pessoas individualmente
determinadas. O que aparece é o grupo. Identificado o grupo, este compõe uma
categoria profissional ou econômica.
O Direito do Trabalho, de fato, é feito para a sociedade, num sentido genérico,
porém o Direito Coletivo do Trabalho, como parte do Direito do Trabalho, não vai
tratar de regular todas as situações da sociedade, mas apenas aquelas regras
coletivas que serão observadas em decorrência do contrato individual do trabalho e
da organização sindical, daí por que se trata de um segmento do Direito do
Trabalho.
Assim pode-se dizer que os sujeitos coletivos dos trabalhadores são: as
categorias (representadas pelos sindicatos); as federações e confederações; as
centrais sindicais, quando representam os sindicatos; os delegados sindicais,
representando os sindicatos; as comissões de representantes nas empresas e o
representante eleito pelos trabalhadores na empresa.
E, os sujeitos coletivos dos empregadores, as categorias econômicas; as
empresas quando agem sem intermediação sindical; as federações; as
confederações e centrais sindicais.
Histórico
Antes de falar sobre a primeira etapa do Direito Coletivo do Trabalho, que é a
liberdade sindical, precisamos informar que ele nasceu com o reconhecimento do
direito de associação dos trabalhadores, o que veio a ocorrer após a revolução
Industrial. (século XVIII). Foi o desaparecimento das corporações de ofício que
proporcionaram o surgimento dos sindicatos.
Foi na Inglaterra, por volta de 1720, que surgiram as primeiras associações
de trabalhadores. Nessa época, já reivindicavam melhores salários e melhores
condições de trabalho, principalmente limitação da jornada de trabalho. Somente
em 1824, as coligações deixaram de ser proibidas em relação aos trabalhadores, no
entanto não se reconhecia o direito de greve. Apenas em 1875, por lei, consolidada
em 1906, é que houve a possibilidade da livre criação de sindicatos. E assim nasce
o sindicato, como um órgão de luta de classes.
Na França, foi proibido aos cidadãos de um mesmo estado, a tomada de
decisões ou deliberações a respeito de seus pretensos interesses comum. Fato
estabelecido pela Lei Le Chapellier de 17-7-1791. Em 1810, o código de Napoleão
punia a associação de trabalhadores, liberdade que só foi alcançada em 1884,
quando foi reconhecida.
Associações de trabalhadores para mútua ajuda e defesa, chamada de trade
Unions, que eram considerados embriões dos sindicados, foram criadas em 1830,
em Manchéster.
A lei Waldeck – Rousseau, na França de 21-3-1884, permitiu às pessoas da
mesma profissão ou de profissões conexas constituir associações, sem autorização
do governo, para defesa de seus interesses profissionais e econômicos.
Na Alemanha, o direito de associação, foi expressamente admitido pela
Constituição de Weimar, de 1919, tendo sido a primeira constituição a tratar de
matéria trabalhista e do direito coletivo do trabalho.
Assim surgiu o sindicato, como um órgão de luta de classes.
No sistema italiano de Mussolini, o sindicato era submetido aos interesses do
Estado, bem como, a sua formação. O sistema fascista não proibia a criação de
associações, assim como também, através da Lei n° 563, art. 6°, de 1926 (Lei
Rocco), previa a unicidade sindical. A pluralidade sindical implicava concorrência
entre os sindicatos. A carta del Lavoro, de 1927, parte III, determinava que a
organização sindical ou profissional era livre. O sistema sindical era organizado por
categorias, indicando o paralelismo simétrico: de um lado, sindicato de categoria
profissional e, de outro, sindicato de categoria econômica. O Estado é que
organizava as categorias.
O enquadramento sindical era prévio e obrigatório e o Estado só reconhecia
um único sindicato em determinada base territorial, concedendo a carta sindical, que
era um ato político. Somente o sindicato legalmente reconhecido e submetido ao
controle do Estado é que tinha o direito de representar a categoria, estabelecendo
os contratos coletivos.
A declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, determina que todo
homem tem direito a ingressar num sindicato (art. XXIII, 4). A OIT, com a convenção
n° 87, de 1948, passou a determinar as linhas mestras sobre o direito de livre
sindicalização, sem qualquer ingerência por parte do Estado.
Brasil
Verifica-se que na Inglaterra, França e Alemanha, os sindicatos surgiram de
baixo para cima. No Brasil, ocorreu ao contrário: foi de cima para baixo, com
imposição do Estado. Nos outros países, os sindicatos foram sendo criados em
razão de revindicações. Em nosso país, decorreu de imposição.
A Constituição de 1891 não dispôs expressamente sobre as entidades
sindicais, dispunha apenas, que “a todos é licito associarem-se e reunirem-se
livremente e sem armas; não podendo intervir a polícia, senão para manter a ordem
pública.
Os primeiros sindicatos que foram criados no Brasil datam de 1903. Eram
ligados a agricultura e à pecuária, e foram reconhecidos pelo Decreto n° 979, de 6-1-
1903. O movimento sindical alcançou dimensão nacional com o 1° Congresso
Operário Brasileiro realizado no Rio de Janeiro, em 1906, quando é fundada a
Confederação Sindical Brasileira. Em 1907, surge o primeiro sindicato urbano
(Decreto n° 1.637/1907).
O código civil de 1916 determinava que não poderão constituir, sem prévia
autorização, os sindicatos profissionais e agrícolas legalmente autorizados. Em
1930, foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria Comércio, que atribuía aos
sindicatos funções delegadas de poder público (Decreto n° 19.433, de 26-11-30).
Já em 1988, o caput do art. 8° da Lei Maior estabelece que é livre a
associação profissional ou sindical, o que já constava da Constituição de 1937 (art
138), 1946 (art.159), 1967 (art.159) e EC n° 1/69 (art.166).
Uma inovação trazida pelo inciso I do art. 8° da Lei Magna foi, sem dúvida,
que o Poder Público não poderá interferir ou intervir na organização sindical. A
intervenção ou interferência dizem respeito à organização do sindicato, ou seja, a
sua criação, a sua estrutura. Todos os artigos da CLT que permitiam qualquer
interferência ou intervenção do Ministério do Trabalho no sindicato foram revogados
pela atual Constituição.
Os trabalhadores e empregadores é que irão definir a base territorial do
sindicato, sem qualquer interferência do Poder Público, inclusive quanto às eleições
sindicais, redação de seus estatutos etc. Na verdade, hoje, o sindicato é uma
entidade de direito privado, exercendo com autonomia seu mister. Essa realmente é
a grande inovação da Constituição de 1988, que não repetiu as anteriores no ponto
em que dizia que o sindicato exercia função delegada de poder pública.
Conceito
A CLT não define o que vem a ser sindicato, apenas esclarece que “è licita a
associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses
econômicos ou profissionais, de todos os que, como empregadores, empregados,
agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais, exerçam,
respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividade ou profissões
similares ou conexas”. (art.511)
Distinção
Distancia–se o sindicato das ordens profissionais, como a dos advogados ou
a dos músicos, que têm por objetivo a fiscalização da profissão e são pessoas
jurídicas de direito público, na modalidade de autarquias. O sindicato não disciplina a
classe, defende-a.
Natureza jurídica
Há legislações em que o sindicato adquire personalidade jurídica pelo fato de
ser ou não registrado. Isso vai depender, portanto, da legislação de cada país.
Classificação
Várias poderiam ser as classificações do sindicato, sob os mais diversos
aspectos, como, por exemplo, envolvendo sua formação ideológica (política e
religiosa) etc. Certos sistemas estabelecem uma forma de classificação dos
sindicatos que podem ser divididos por empresas, por ramo de atividade (industrial,
comercial) etc.
CONFLITOS COLETIVOS DO TRABALHO
Conflito tem o significado de combater, lutar, designado posições
antagônicas. Analisando-se o conflito dentro de um contexto sociológico, pode-se
dizer que as controversas são inerentes à vida, sendo uma forma de
desenvolvimento historio e cultural as humanidades. Exemplo é a guerra, em que
são desenvolvidas novas tecnologias ou armas. Muitos dos conflitos são gerados
por questão sociais ou problemas econômicos, decorrentes da desigualdade
distribuição de riquezas.
Do ponto de vista trabalhista, os conflitos são também denominados
controvérsias ou dissídios, tendo sido utilizados, na pratica, com o mesmo
significado. Conflito, entretanto, tem sido amplo e geral, correspondente a
divergência de interesses, como ocorrência na greve e no lockut. A controvérsia diz
respeito a um conflito em fase de ser solucionado, como no caso da greve e do
lockut quando submetidos à medição ou a arbitragem. Já o dissidio seria conflito
submetido a apreciação do Poder Judiciário, podendo ser individual ou coletivo,
como na reclamação trabalhista do empregado em face da empresa ou no
julgamento da greve pela Justiça do Trabalho.
Os conflitos coletivos do trabalho podem ser econômicos ou de interesse e
jurídicos ou de direitos. Os conflitos econômicos são aqueles nos quais os
trabalhadores reivindicam novas condições de trabalho ou melhores salários. Já nos
conflitos jurídicos tem-se por objetos apenas a declaração da existência ou
inexistência de relação jurídica controvertida, como ocorre na decisão em dissídio
coletivo em que se declara a legalidade ou ilegalidade da greve.
Existem algumas formas de solução para os conflitos trabalhistas, Amauri
Mascaro Nascimento (1992:8) classifica como; autodefesa, autocomposição e
heterocomposição e, Octavio Bueno Magano (1993:213) faz uma classificação
diversa; tutela ou jurisdição, autocomposição e autodefesa. Na autodefesa, as
próprias partes procedem à defesa de seus interesses, tendo como exemplos, no
âmbito trabalhista, a greve e o lockout.
Na autocomposição, a forma de solução dos conflitos trabalhistas, é realizada
pelas próprias partes. Divide-se em unilateral, caracterizada pela renuncia de uma
das partes a sua pretensão, e bilateral, quando cada uma das partes faz concessões
recíprocas, ao que se denomina transação. Acordos trabalhistas e convenções
coletivas são exemplos de auto composição.
Na heterocomposição, a solução dos conflitos trabalhista é determinada por
um terceiro. Exemplos de heterocomposição são a mediação, a arbitragem e a tutela
ou jurisdição.
A mediação ocorre quando um terceiro, chamado pelas partes, vem a
solucionar o conflito, mediante proposta aos interessados. As partes não estarão
obrigadas a aceitar as propostas.
Na arbitragem, uma terceira pessoa ou órgão, escolhido pelas partes, vem
decidir a questão, impondo a solução aos litigantes. É uma forma voluntaria de
terminar o conflito, o que importa dizer que não é obrigatória.
A arbitragem pode ser nacional, onde os conflitos são analisados com base
nas normas de um único sistema jurídico, em que não haja nenhum conflito de
jurisdição, seja interno ou internacional, ou internacional, onde cada elemento será
regido por uma lei diversa, como da capacidade das partes, da competência dos
árbitros, do procedimento arbitral ou da lei material, que será aplicável à solução do
litígio.
A arbitragem não impede o acesso aos tribunais. As partes poderão
convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais do direito.
A arbitragem que julgara por equidade será realizada no sentido de fazer justiça.
A jurisdição ou tutela é a forma de solucionar os conflitos por meio da interveniência
do Estado, gerando o processo judicial, às partes são impostas a solução do litígio.
A justiça do trabalho fica na responsabilidade de solucionar os conflitos trabalhistas,
nas Varas do Trabalho processam os dissídios individuais e nos Tribunais do
Trabalho e no Tribunal Superior do Trabalho são ajuizados os dissídios coletivos.
GREVE
A greve pode ser considerada antes de tudo um fato social, estudado também
pela sociologia. Na historia mundial podemos verificar a cronologia onde,
principalmente no sistema corporativo, a greve era considerada um delito, depois
passou a liberdade, no estado liberal, e, posteriormente, a direito, nos regimes
democráticos. Já no Brasil, tivemos o conceito de greve como liberdade, depois
delito e, posteriormente, direito.
A greve de fome é um comportamento individual que não tem relação com o
trabalho. Ocorre que da greve resultam efeitos que vão ser irradiados nas relações
jurídicas, havendo, assim, necessidade de estudo por parte do direito. Num conceito
amplo, a greve é um risco a que o trabalhador se sujeita, entretanto dependerá de
cada legislação, se atender como direito ou liberdade, no caso de admitir, ou com
delito, na hipótese de proibir. A greve é considerada, em nossa legislação, como a
suspensão coletiva, temporária e pacifica, total ou parcial, de prestação pessoal de
serviços a empregador.
O exercício do direito de greve é assegurado a penas ao trabalhador
subordinado, não podendo ser exercido pelo trabalhador autônomo, mas poderá ser
exercido pelo trabalhador avulso, pois este tem igualdade de direitos em relação ao
trabalhador com vinculo empregatício permanente (art. 7º, XXXIV, da CF). Na
história mundial da greve pode-se ser observado que ela foi cronologicamente
considerada um delito, principalmente no sistema corporativo, depois passou a
liberdade, no Estado liberal, e, posteriormente, a direito, nos regimes democráticos.
A constituição de 1937 considerava a greve e o lockout recursos antissociais,
nocivos ao trabalho e ao capital e, incompatíveis com os superiores interesses da
produção nacional (art. 139, 2 parte). Em 1943, ao ser promulgada a CLT,
estabelecia-se pena de suspensão ou dispensa do emprego, perda do cargo de
representante profissional que estivesse em gozo de mandato sindical, suspensão
de dois a cinco anos do direito de ser eleito como representante sindical, multa para
o sindicato que ordenasse a suspensão do serviço, além de cancelamento do
registro da associação ou perda do cargo, se o ato fosse exclusivo dos
administradores do sindicato.
A constituição de 1946 muda radicalmente a orientação da Norma anterior,
reconhece o direito de greve, portanto passa a ser um direito do trabalhador, porem
a regulamentação ficaria a cargo da lei ordinária. O STF entendeu que não havia
sido revogado o Decreto-lei nº 9.070 / 46, pois não era compatível com a Lei
Fundamental de 1946, que determinava que a greve deveria ser regulada por lei
ordinária, inclusive quanto as suas restrições.
Considerava, ainda, o parágrafo único do art. 20 da Lei nº 4.330 / 64 que “a
greve suspende o contrato de trabalho, assegurando aos grevistas o pagamento dos
salários durante o período da sua duração e o computo do tempo de paralisação
como de trabalho efetivo, se deferidas, pelo empregador ou pela justiça do Trabalho,
as reivindicações formuladas pelos empregados, total ou parcialmente”. A greve
lícita não rescindia o contrato de trabalho, nem eram extintos os direitos e
obrigações dele resultantes. Só se mandava pagar os salários durante o período da
sua duração e o cômputo de tempo de paralisação como de trabalho efetivo, se
deferidas, pelo empregador ou pela Justiça do Trabalho, as reivindicações
formuladas pelos empregados, total ou parcialmente.
A constituição de 1967 outorgava o direito de greve aos trabalhadores (art.
158, XXI), não sendo permitida a greve nos serviços públicos e atividades essenciais
(serviços de água e esgoto, energia elétrica, petróleo, gás e outros combustíveis,
bancos, transportes e comunicações, hospitais, ambulatórios, farmácias e
drogarias), que seriam definidas em lei ($ 7 do art. 157), ficando a cargo do
Ministério Publico a declaração de ilegalidade da greve.
A constituição de 1988 assegura o direito de greve, devendo os trabalhadores
decidirem sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devem por
meio dele defender (art. 9). A lei ira definir as atividades essenciais, os abusos
cometidos irão sujeitar aos responsáveis, os servidores públicos podem exercer o
direito da greve, nos termos e nos limites definidos em lei especifica (art.37, VII) e o
militar ficou afastado do direito de sindicalização e de greve (art.142, $ 3, IV). Na
OIT, não há nenhuma convenção ou recomendação tratando do direito estrangeiro e
internacional de greve, existe apenas orientação no sentido de que as limitações ao
exercício do direito de greve sejam razoáveis, relativamente a serviços essenciais e
à função publica.
A Medida Provisória nº 50, de 1989, regulou o direito de greve em razão das
constantes paralizações que vinham ocorrendo em atividades essenciais. A referida
norma, entretanto, não foi convertida em lei. Editou-se nova Medida Provisória, de nº
59, que veio a se converter na Lei nº 7.783, de 28-06-89. A Lei nº 7.738 / 89 dispôs
sobre o exercício do direito de greve, definindo as atividades essenciais e
regulamentando o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. A atual
lei não versa sobre o pagamento dos dias atuais parado, nem sobre a contagem do
tempo de serviço durante a greve. Não trata da legalidade ou ilegalidade da greve,
mas usa o termo abuso de direito pelo não cumprimento de suas prescrições.
Varias classificações podem ser feitas quanto à greve: lícitas, nas quais são
atendidas as determinações legais; ilícitas, em que as prescrições legais não são
observadas; abusivas, durante as quais são cometidos abusos, indo além das
determinações legais; não abusivas, exercidas dentro das previsões da legislação e
quando não são cometidos excessos. Existem greves que são consideradas quanto
a sua extensão, em que temos: greves globais, atingindo várias empresas; greves
parciais, que podem alcançar algumas empresas ou certos setores destas; e greve
de empresas, que só ocorrem nas imediações desta.
LOCKOUT
O art. 17 da Lei nº 7.783/89 define o lockout a uma manifestação de força do
empregador no sentido de levar a classe de empregados a aceitar determinada
condição ou determinação de sua parte. Esta manifestação se dá pelo fechamento
temporário de um ou mais postos de trabalho. Não tendo o trabalhador poderio
suficiente para confrontar tal medida, consequentemente, haverá um desequilíbrio
injustificado nas relações, o que enseja um repúdio social ao instituto do lockout.
A única Constituição que tratou do lockout foi há de 1973, proibindo-o, por
considera-lo recurso antissocial, nocivo ao trabalho e ao capital e incompatível com
os superiores interessantes da produção nacional.
O objetivo do lockout é a imposição de novas condições de trabalho ou
impedimento de mudanças existentes. Muito embora a Constituição de 1988 não
tenha regulamentado sobre o lockout, nem positiva nem negativamente, a CLT o
trata como atuação sujeita a punições no artigo 722.
To lock, que dizer trancar, fechar, travar, a expressão lockout tem o sentido
de o empregador fechar suas portas para dificultar ou impedir reivindicações dos
empregados. O fechamento da empresa determinado por falência ou por ato de
autoridade governamental não é lockout.
No lockout não se considera que há suspensão do contrato de trabalho, tanto
que a lei proíbe expressamente essa forma de paralização do empregador, sendo
assim devidos ds salários caso dessa forma proceda. Considera-se, portanto que
lockout vem a ser uma hipótese de interrupção do contrato de trabalho, podendo,
inclusive, proporcionar a rescisão indireta do contrato se o empregador não
proporcionar serviços ao empregado.
REFERÊNCIAS
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 35ª ed., São
Paulo: LTr, 2009.
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 24ª ed., São Paulo; Atlas, 2008.
Recommended