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Hospital Sarah KubitschekUMA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
UNIVERSIDADE DE FORTALEZACONFORTO AMBIENTAL IBÁRBARA DELGADO E ERIKA NOGUEIRA
Sumário
O edifício e sua história...................................2
Introdução.......................................................1
Conceito de Arquitetura Bioclimática..........4
Localização, implantação e relação com o entorno................................................5Layout interno e dados construtivos.............7O edifício e as condições ambientais.........10
Conclusão.......................................................14Referências......................................................15
Introdução
Este Trabalho tem como objetivo principal definir o
conceito de Arquitetura Bioclimática e aplicações
diretas que a promovem no projeto escolhido,
analisando sua implantação, seu entorno e sua
função e relacionando ao aproveitamento de
recursos ambientais para melhoria do conforto
ambiental e redução de desperdícios de uma
construção.
1
O Hospital Sarah do Rio de Janeiro é o último de
uma dezena de hospitais públicos implantados em
várias capitais brasileiras (Salvador, Brasília, São
Luís, Belo Horizonte, Fortaleza, Macapá e Belém)
Inaugurado no dia 01 de maio de 2009,o Sarah-Rio
é voltado ao tratamento de doenças neurológicas e é
um Centro de Reabilitação que atende adultos e
crianças. Seu atendimento é focado na reabilitação,
que permite ao paciente a reinserção no seu
cotidiano, com qualidade de vida.
ARede Sarah de Hospitais teve início há 45 anos,
com a implantação em Brasília, em 1960, do Centro
de Reabilitação Sarah Kubitschek, pequena unidade
de atendimento em reabilitação pediátrica,
administrado pela Fundação das Pioneiras Sociais,
decorrente de projeto apresentado ao Congresso
Nacional pelo Presidente Juscelino Kubitschek.
O edifício e sua história
ARQUITETO LELÉ
HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DO RIO DE JANEIRO 2
Em 1968, o Doutor Aloysio Campos da Paz
Junior assumiu a Presidência da Fundação e a
direção do Centro, que passou a funcionar no ano
seguinte como hospital de reabilitação com 66
leitos e infraestrutura de laboratório, setor de
imagem e centro cirúrgico proporcionais à seu
número de leitos. Em 1976, o Governo Federal
aprovou projeto, apresentado pelo Dr. Campos da
Paz Junior, para implantação de hospital de grande
porte, concebido como unidade central de uma
futura rede de hospitais públicos especializados na
reabilitação de pacientes com problemas dos
Sistemas nervoso Central e Locomotor. O projeto
compreendia o desenvolvimento integrado de quatro
programas básicos:
• Programa de Medicina do Aparelho Locomotor e
Reabilitação, para prestar assistência qualificada e
gratuita à população nessa área de especialização,
• criação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento
de Equipamentos Hospitalares, para aprimorar as
técnicas e equipamentos utilizados e substituir
importações de aparelhos e próteses ortopédicos,
• expansão progressiva da Rede, com a instalação
de uma rede de hospitais de Reabilitação , a Rede
SARAH em estados da Federação,
• a formação de profissionais da medicina
especializados em reabilitação para trabalharem nos
hospitais da Rede, à medida que
fossem implantados.
O edifício e sua história
PACIENTES DO HOSPITAL O HOSPITAL NA ÉPOCA DA CONSTRUÇÃO 3
A Arquitetura Bioclimática integra várias outras definições, entre elas a de arquitetura integrada, que procura se adaptar ao ambiente físico, social e cultural, utilizando materiais, técnicas e formas tradicionais para favorecer a integração visual e reduzir o impacto ambiental.
Ela procura, principalmente, minimizar os impactos da construção do edifício no meio ambiente e oferecer o máximo possível de conforto térmico durante todas as épocas do ano através da análise do contexto climático em que o edifício se insere, para oferecer a maior qualidade de vida de seus usuários.
O projeto bioclimático considera a otimização de recursos e materiais, a diminuição do consumo energético e também ser um projeto com baixos índices de manutenção durante sua vida útil.
Conceito de Arquitetura Bioclimática
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O Hospital do Aparelho Locomotor, da Rede de
Hospitais Sarah Kubistchek que iremos analisar está
situado no bairro de Jacarepaguá, parte oeste do
Rio de Janeiro. Possui o acesso pela a Estrada
Canal Arroio Pavuna e é uma edificação que se
destaca do entorno por ser constituída de uma
tipologia linear e uma volumetria de grandes
galpões, apesar da existência de um auditório
esférico e um solário com estrutura em balanço.
MAPA DO BRASIL DESTACANDO O ESTADO RIO DE JANEIRO
FONTE: INTERNET
MAPA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DESTACANDO A CIDADE RIO DE JANEIRO
FONTE: INTERNET
MAPA DA CIDADE RIO DE JANEIRO DESTACANDO O BAIRRO JACAREPAGUÁ
FONTE: SECRETARIA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
LEGENDA:
FONTE:
LOCAL DO
SECRETARIA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
HOSPITAIS SARAH KUBISTCHEK DO RIO DE JANEIRO
Localização, implantação e relação com o entorno
HOSPITAL DO APARELHO LOCOMOTOR
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A locação do prédio no terreno de 80 mil m²
conta com um generoso afastamento anterior à
edificação, sendo explorado plasticamente com um
grande espelho d’água adjunto ao prédio e espaços
destinados aos jardins, que tanto proporcionam
privacidade como utiliza esses espaços para induzir
uma entrada gradual à edificação.
Localização, implantação e relação com o entorno
A edificação de 52 mil m² está localizada em
uma região de clima litoral úmido, próxima à Lagoa
de Jacarepaguá, localizada em uma parte plana
compreendida por morros e pouco habitada de
imediato aos seus limites. Embora existam algumas
áreas vazias circundantes a edificação, essas áreas
tiveram sua vegetação original devastada, antes
formada pela Mata Atlântica.
PLANTA DA TRAJETÓRIA SOLAR EM RELAÇÃO O HOSPITAL
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O hospital é dividido em três blocos separando o setor destinado aos
pacientes(3) do setor dos funcionários, além de um auditório em
formato de cúpula e um solário. Toda essa estrutura buscou uma
racionalização e uma industrialização da arquitetura.
Toda a estrutura é feita de aço proporcionando uma construção
rápida, econômica, toda planejada e calculada para aproveitar e não
desperdiçar o máximo de materiais durante esta etapa.
Layout interno e dados construtivos
CROQUI-CORTE DO HOSPITAL DESENHADO POR LELÉ
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Layout interno e dados construtivos
RAMPA CURVA NA ÉPOCA DA CONSTRUÇÃO
RAMPA CURVA PRONTA policabornato translúcido nos arcos retráteis da cobertura internaESTRUTURA DA COBERTA
AUDITÓRIO SOLÁRIO
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Layout interno e dados construtivos
O hospital é envolvido externamente por vidro e no telhado por
cobertas metálicas formando os sheds, e em alguns casos há o
uso de policarbonato translúcido na coberta retrátil, permitindo
dessa forma a entrada de luz natural pelas paredes de vidro e
pela coberta.
CORREDORES DE ESPERA
CIRCULAÇÃO INTERNA
PÁTIO EXTERNO
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O edifício e as condições ambientais
Todo o hospital projetado por Lelé consegue de
forma majestosa ser uma arquitetura bela e uma
arquitetura bioclimática bela pois há uma
preocupação plástica no formato do telhado e
bioclimática pois esse elemento construtivo
proporciona conforto térmico e visual. São os
chamados sheds.
Por estar em um local de clima muito quente foi
proposto um formato do sheds em três níveis, onde
a parte mais alta conta com um pé direito duplo
dificultando uma propagação exagerada de calor
para o ambiente e fornecendo muita sombra.
Além dessa proteção oferecida, os sheds proporcionam uma ventilação vertical que consiste no insuflamento do ar pelo piso técnico e sua retirada pela parte superior. A adoção por esse tipo de ventilação que, ao contrário daventilação cruzada, evita a disseminação de vírus por todos os ambientes do hospital, demonstrando a sua eficiência construtiva.
ESPELHO D’ÁGUA COM VEGETAÇÃO
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O edifício e as condições ambientais
O edifício possui uma implantação que
possibilita maior ganho de carga térmica, porém
também disponibiliza várias estratégias visando à
proteção da radiação solar direta, a principal delas
são os sheds. Além disso, a presença de
vegetações ao longo das fachadas promove um
melhor contato visual e ambientes mais agradáveis e
humanos aos pacientes.
PACIENTES SE EXERCITANDO E TOMANDO BANHO DE SOL NO SOLÁRIO
Alguns ambientes foram projetados com o teto
em arco que os cobrem, como os espaços de
fisioterapia e hidroterapia, feitos de policarbonato, as
abas se abrem por um sistema de correr, permitindo
a ventilação e a entrada de luz.
Coberta retrãtil
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O edifício e as condições ambientais
A posição que o hospital se encontra permite a
maior captação da ventilação e iluminação natural
pelos sheds, que são a marca de Lelé, eleprojetou
grandes coberturas com pé-direito variável, o mais
baixo com 8 m. Os forros planos dos ambientes são
constituídos de peças basculantes de policarbonato
guarnecidas por caixilhos metálicos. Os espaços
entre os forros e as coberturas tem pé-direito sempre
superior a 4 m, compõem, num só tempo, um grande
colchão de ar ventilado e um difusor da luz solar que
penetra pelos sheds.
NEBULIZADORES LOCALIZADOS NOS ESPELHOS D'ÁGUA
Os jardins e o espelho d’água são de grande
importância, pois desempenham a função de retirar
o calor dos ambientes, e o espelho d’água tem um
mecanismo interessante de nebulizadores
localizados nele.
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O edifício e as condições ambientais
O Projeto descarta o uso da climatização dos
ambientes e de iluminação artificial, apenas no
centro cirúrgico e nas salas de equipamentos foram
usados climatizadores e luzes artificiais, pois são
ambientes que necessitam de impiedosa assepsia e
precisão.O sistema de ventilação proposto no
Hospital do Rio há três alternativas: na primeira,
para momentos de pouco calor, a ventilação é
forçada, usando ventiladores; na segunda, em
momentos mais frescos, não tem nada, só
ventilação natural, através do teto; e na terceira,
para períodos quentes, é injetado um sistema de
água gelada cirlulante que então produz o ar
condicionado.
O auditório também se destaca no projeto, ele
tem 400 lugares e uma forma bem diferente com
uma cúpula móvel com sistema motorizado que
permite tanto escurecer quanto iluminar e ventilar
naturalmente o lugar.
AUDITÓRIO COM CÚPULA FECHADA
AUDITÓRIO COM CÚPULA ABERTA
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Conclusão
Com esse trabalho foi possível entender mais
profundamente o conceito de arquitetura bioclimática
e também como podemos utilizar de vários artifícios
como a melhoria de, por exemplo, o telhado, ou
então a utilização de vegetação, para solucionar a
dependência de elementos artificiais em um projeto
e melhorar o conforto que ele proporciona para as
pessoas.
A Rede Sarah de Hospitais e vários outros projetos
feitos por Lelé buscam muito a harmonia entre a
edificação, a natureza e as pessoas que a utilizam,
considerando o conforto térmico, produtividade de
energia e aproveitamento de materiais sem abrir
mão da estética.
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Referências
LIMA, João Filgueiras. O Que é ser arquiteto: Memórias Profissionais de Lelé (João Filgueiras Lima); em depoimento a CynaraMenezes - Rio de Janeiro: Record, 2004.
COBELLA, Oscar; YANNAS, Simmos. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos. Rio de Janeiro: Revan, 2003.
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-lima-lele-hospital-rede-sarah-27-10-2009.html
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/02.004/1590
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