Três vertentes de proteção da pessoa human - DIDH, DIH e DR

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Direito Internacional dos Direitos Humanos

I – Sistema Universal de Proteção (Sistema O.N.U)II – Sistemas Regionais de Proteção

A) Sistema EuropeuB) Sistema InteramericanoC) Sistema Africano

I – Sistema Universal de Proteção dos Direitos Humanos

1) Artigo 1º da Carta da ONU - “desenvolver e encorajar o respeito aosdireitos do homem e às liberdades fundamentais para todos, semdistinção de raça, sexo, língua ou religião”

2) Declaração Universal dos Direitos do Homem – Resolução 217A (III)da Assembléia Geral da ONU de 10/12/1948

3) Declaração e Programa de Ação de Viena (1993) – Art. 5º – os direitos humanos são “universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados”.

4) Pactos de 1966 – vigência em 1976 – Resolução 2200A (XXI) da Assembléia Geral da ONU:- Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e seu Protocolo Adicional- Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais

5) Convenções específicas em relação à matéria- Convenção contra a Tortura, e outros Tratamentos ou

Penas Cruéis,Desumanas ou Degradantes (1984)- Convenção Internacional sobre todas as Formas de

DiscriminaçãoRacial (1965)- Convenção sobre o Direito ao Desenvolvimento (1986)- Convenção para a Prevenção e Repressão ao Crime de

Genocídio (1948) - Convenção sobre todas as Formas de Discriminação

contra a Mulher (1979)

II – Sistemas Regionais de Proteção dos Direitos Humanos

A) Sistema Europeu “Convenção Européia para a Proteção dos Direitos

Humanos e das Liberdades Fundamentais”, adotada, em 1950, no seio do Conselho da Europa

B) Sistema Interamericano“Carta de Bogotá” (1948) “Declaração Americana de Direitos e Deveres do

Homem” (1948)“Convenção Americana de Direitos Humanos” ou “Pacto

de San José da Costa Rica” (1969)

C) Sistema Africano “Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos” ou

“Carta de Banjul” (1979)

Capacidade Ativa / Petição

I – Sistema Universal de Proteção (Sistema O.N.U)

II – Sistemas Regionais de Proteção A) Sistema EuropeuB) Sistema InteramericanoC) Sistema Africano

I – Sistema Universal de Proteção (Sistema O.N.U) Assembléia Geral

- Conselho de Direitos Humanos (2006) ECOSOC – Extinta Comissão de Direitos Humanos Corte Internacional de Justiça – proteção diplomática

ECOSOC – Extinta Comissão de Direitos Humanos Resolução 1235 (LXII) de 06 de junho de 1967 Resolução 1503 (LXVIII) de 27 de maio de 1970Poderes para:“...examinar as informações referentes às violações de

direitos do homem e de liberdades fundamentais...”“...empreender... um estudo aprofundado das situações

que revelam uma constante e sistemática violação dos direitos do homem...”

Órgãos de supervisão de cumprimento de tratados, como o Comitê de Direitos Humanos, previsto pelo Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos – possibilidade de apreciar queixas individuais de vítimas, mas não possui caráter jurisdicional, apenas aprovando relatórios e fazendo recomendações aos Estados-parte do Pacto.

O sistema universal é considerado insuficienta para atender as demandas das vítimas.

II – Sistemas Regionais de Proteção A) Sistema EuropeuB) Sistema InteramericanoC) Sistema Africano

A) Sistema EuropeuDe 1959 a 1998 Comissão Européia de Direitos Humanos Corte Européia de Direitos Humanos Comitê de Ministros – fiscalizar a execução das

sentenças da CorteApós o Protocolo 11, de 11 de maio de 1994 Extinção da Comissão (1998) e estabelecimento da

Corte como único órgão jurisdicional. Análise de petições individuais que denunciassem

violações e situações de desrespeito aos direitos previstos na CEDH.

B) Sistema Interamericano Comissão Interamericana de Direitos Humanos

- Órgão de salvaguarda dos direitos humanos no continente americano- Promoção e Proteção- Exames de Denúncias Individuais- Realizações de visitas in loco - Legitimação junto à Corte – pareceres consultivos e submissão de casos de violações de direitos humanos- Lei 11.340 de 07 de agosto de 2006 – Lei Maria da Penha

Corte Interamericana de Direitos Humanos- Indivíduo não pode a ela sozinho demandar- locus standi – as vítimas podem participar do processo, mas não como partes- Caso “A Última Tentação de Cristo” (Chile)- Caso Damião Ximenes Lopes (Brasil)

C) Sistema Africano

Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos

- Criada pela Carta de Banjul – artigo 30, com sede em Banjul - Gâmbia

- Órgão Não-Jurisdicional

- Promoção dos Direitos Humanos no continente africano e interpretação da Carta de Banjul – artigo 45, III.

Corte Africana dos Direitos Humanos e dos Povos

- Protocolo Adicional de 1998

- Competência Consultiva e Contenciosa (artigos 3 e 4 do P.A.)

Competência Contenciosa no sistema africano

- Ratione personae (legitimidade para apresentar demandas à Corte)

- Comissão Africana- Estado (signatário do P.A)- Estado (signatário do P.A e que seja pólo passivo na

demanda)- Estado (signatário do P.A e que tenha nacional como

vítima da violação)- Organizações Internacionais africanas - Estado interessado na demanda- ONGs com status de observadoras

E o indivíduo? Pode sim demandar na Corte Africana, mas na medida em que os Estados dos quais sejam

nacionais declarem, de maneira expressa, que aceitam a submissão de demandas individuais à

Corte Africana.

Base jurídica para conflito armado internacional: 4 Convenções de Genebra de 12 de

agosto de 1949 Protocolo Adicional I de 8 de junho de

1977 Base jurídica para conflito armado não internacional:

Art. 3 comum das 4 Convenções de

Genebra de 1949 Protocolo Adicional II de 1977

Base jurídica para situações de violência interna: Estatutos do Movimento Internacional Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho

Direito Internacional Humanitário

“Cláusula Martens ” – mencionada pela primeira vez no preâmbulo da Segunda Convenção de Haia de 1899, “nas situações não previstas, tanto os combatentes como os civis, ficarão sob a proteção e autoridade dos princípios do direito internacional, tal como resulta do costume estabelecido, dos princípios humanitários, e das exigências da consciência pública”

Princípios do Direito Internacional Humanitário Humanidade Necessidade Proporcionalidade Distinção entre combatentes e não combatentes Proibição ou Restrição de Armas que Causem

Sofrimentos Desnecessários aos Combatentes

“Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados” (1951)

“Protocolo Relativo ao Estatuto dos Refugiados” (1967)

- Artigo 1º, § 1º c) da CRER de 1951

“Que, em conseqüência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião,

nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua

nacionalidade e que não pode ou, em virtude deste temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do

país no qual tinha sua residência habitual em conseqüência de tais acontecimentos, não pode ou,

devido ao referido temor, não quer voltar a ele”

Direito Internacional dos Refugiados

Elementos Essenciais

- Perseguição- Extraterritorialidade - Fundado Temor

Razões para a Concessão / Reconhecimento = Efeito declaratório

- Raça- Nacionalidade- Opinião Política- Religião- Veiculação e determinado grupo social

Cláusulas de Exclusão = art. 1º d), e) e f) da CRER- Pessoas que já são protegidas por algum outro órgão das Nações Unidas- Pessoas que pedem refúgio em países onde já gozam da proteção do Estado como se fossem deste nacionais- Pessoas sob suspeita ou confirmação de terem cometido crimes contra a paz, contra a humanidade, crimes de guerra ou graves crimes comuns contrários aos princípios e propósitos da Carta da ONU

Cláusulas de Cessação = art. 1º c) 1 a 6 da CRER- Retomada da proteção pelo país de nacionalidade- Recuperação voluntária da nacionalidade- Aquisição de nova nacionalidade- Repatriação voluntária- Cessação das hipóteses do refúgio- Findado o temor, retorno do apátrida ao local de sua residência habitual

Refúgio X Asilo Político Natureza humanitária do refúgio Princípios

- Proteção Internacional da Pessoa Humana- Cooperação e Solidariedade Internacional- Non-refoulement = art. 33 da CRER - Princípio da Unidade Familiar- Princípio da Não-Discriminação

Brasil = Lei 9.474 de 22 de julho de 1997 (art. 1º) “De acordo com o art. 33 da L. 9474/97, o

reconhecimento administrativo da condição de refugiado, enquanto dure, é elisivo, por definição, da extradição que tenha implicações com os motivos do seu deferimento. É válida a lei que reserva ao Poder Executivo (…) o poder privativo de conceder asilo ou refúgio” (Ext 1.008, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 21-3-07, DJ de 17-8-07)

Em caso de negativa, cabe recurso ao Ministro da Justiça.

Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR)

Sede em Genebra, na Suíça. Criado em 1950, pela Assembléia Geral das Nações

Unidas = artigo 22 da Carta da ONU: órgão subsidiário. Início das atividades em 1º de janeiro de 1951. Mandato inicial de 3 ano = auxílio aos refugiados

europeus da II Guerra. Tal mandato, por ter sido estendido por diversas ocasiões, foi designado como indeterminado em 2003. Perdurará até que a questão dos refugiados seja resolvida no mundo – desafios são os novos problemas envolvendo, por exemplo, refugiados ambientais e econômicos, ainda não reconhecidos oficialmente como tais

Garantir os direitos e o bem-estar dos refugiados. Mandato estendido = Apátridas e Deslocados Internos

Direito Internacional Penal Ramo do DIP que rege a responsabilização penal de

indivíduos perante uma jurisdição penal internacional por crimes de guerra, crimes contra a humanidade, genocídio, crime de agressão (“crimes contra a paz”) e demais condutas consideradas graves (terrorismo, tráfico de drogas)

O Tribunal Militar de Nuremberg- Acordo de Londres – 08 de agosto de 1945- Reino Unido, EUA, ex-URSS, Governo Provisório daRepública Francesa- Julgamento das atrocidades cometidas pelos alemães durante a II Guerra Mundial – foram excluídos do julgamento os aceusados italianos- Foi considerado um tribunal de exceção, com acusações de aplicação de lei penal ex post facto.

Julgamento de pessoas físicas e jurídicas (Gabinete do Reich e a Diretoria do Partido Nacional Socialista, por exemplo)

Estatuto do Tribunal- Crimes contra a Paz- Crimes de Guerra- Crimes contra a Humanidade- Conspiracy

Art. 7º e Art. 8º – Um réu acusado de ter agido por ordem de seu governo ou de seu superior não afasta a sua responsabilidade subjetiva e individual em relação ao delito

Penas – penas capitais (enforcamento), prisão perpétua e pena privativa de liberdade

O Tribunal Militar de Nuremberg tem como grande contribuição ter sido a primeira manifestação institucional de uma justiça penal internacional, ainda que fosse dotado de graves falhas

O Tribunal Militar de Tóquio Instituído em Janeiro e Abril de 1946 Estatuto do Tribunal baseado no de Nuremberg Julgava crimes cometidos pelas forças do Japão,

mas figuras importantes no conflito, como o próprio Imperador Hiroito, não foram levadas a julgamento

11 juízes, sendo 1 neutro de nacionalidade indiana Crimes previstos no Estatuto do Tribunal

- Crimes contra a Paz- Crimes de Guerra- Crimes contra a Humanidade

Penas – capitais, prisão perpétua e privativa de liberdade

Julgamento de pessoas físicas, somente – 9 civis e 19 militares

Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (ad hoc)

Competência para julgar cimes ocorridos no contexto da guerra civil da ex-Iugoslávia

Sede em Haia, na Holanda 16 juizes + 09 ad litem Criado pelo Conselho de Segurança das Nações

Unidas Resoluções:

- 808 de 22/02/93

“…decidiu pela criação de um tribunal internacional para julgar as pessoas presumidamente

responsáveis por violações de Direito Internacional Humanitário, cometidas no terrritório da ex-

Iugoslávia a partir de 1991”

- 820 de 07/04/93- 827 de 03/05/93 (NU-Doc. S/25704): criação

do Tribunal

Tribunal Penal Internacional para Ruanda (ad hoc)

Conflito interno – tutsi e hutus Relatório da Comissão de Direitos Humanos levado

ao Conselho de Segurança + Governo de Ruanda Resolução 955 de 08/11/94 - criação do Tribunal Sede em Arusha, na Tanzânia 14 juízes

“…responsável pelo julgamento das pessoas presumivelmente responsáveis por atos de genocídio

e outras violações graves do Direito Internacional Humanitário cometidos no território de Ruanda e por cidadãos ruandenses que, por ventura, os tivessem cometido em territórios dos Estados vizinhos, entre

1ª de janeiro e 31 de dezembro de 1994”

Tribunal Penal Internacional (TPI) Estatuto de Roma (1998) Sede em Haia, na Holanda – 18 juízes Crimes

Crime de Genocídio Crimes contra a Humanidade Crimes de Guerra Crime de Agressão (definição adotada em

12/06/10) Jurisdição sobre nacionais de Estados-parte ou

sobre crimes cometidos no território de um Estado-parte

Casos podem ser iniciados mediante requisição direta de um Estado-parte ou por iniciativa do Procurador-Chefe

Possibilidade do Conselho de Segurança tanto recomendar um caso ao TPI quando barrar uma investigação por um ano

Quatro situações sob investigação – Uganda, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Darfur, no Sudão (recomendação do CSNU)