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Tribunal de Recurso
CÂMARA DE CONTAS
Proc. n.º
9/2014/AUDIT-S/CC
RELATÓRIO DE AUDITORIA N.º 5/2015
AUDITORIA DE CONFORMIDADE À
COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO (CNA) – ANOS DE 2012 E 2013
TRIBUNAL DE RECURSO
CÂMARA DE CONTAS
1
RELATÓRIO DE AUDITORIA DE CONFORMIDADE À COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO (CNA) – ANO DE 2012 E 2013
ÍNDICE
Índice de quadros ........................................................................................................................................................................................................................ 2
Índice de tabelas .......................................................................................................................................................................................................................... 2
Relação de siglas e abreviaturas ................................................................................................................................................................................................ 2
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 3
1.1. NATUREZA E ÂMBITO ...................................................................................................................................................... 3
1.2. FUNDAMENTO, METODOLOGIA E AMOSTRA .......................................................................................................................... 3
1.3. OBJECTIVOS DA AUDITORIA ............................................................................................................................................. 4
1.4. COLABORAÇÃO DOS SERVIÇOS ........................................................................................................................................ 4
1.5. EXERCÍCIO DO CONTRADITÓRIO ........................................................................................................................................ 4
2. OBSERVAÇÕES DE AUDITORIA ................................................................................................................................... 5
2.1 COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO ..................................................................................................................... 5
2.1.1 ENQUADRAMENTO LEGAL ............................................................................................................................................ 5
2.1.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO ................................................................................................................................ 6
2.1.3 RECURSOS HUMANOS ................................................................................................................................................. 8
2.1.4 INSTRUMENTOS DE GESTÃO PREVISIONAL E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL .................................................................. 9 2.2 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLO INTERNO ............................................................................................................................ 11
2.3 VERIFICAÇÃO DOCUMENTAL DOS PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO ...................................................................................... 13
2.3.1 QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS REGRAS DO APROVISIONAMENTO E DOS CONTRATOS PÚBLICOS .............................................. 13
2.3.1.1 Antes do procedimento / concurso ................................................................................................................................ 13
Levantamento das necessidades ..................................................................................................................................... 13
Planeamento e orçamentação .......................................................................................................................................... 13
Definição dos requisitos / especificações técnicas ............................................................................................................ 13
Escolha do procedimento ................................................................................................................................................. 14
Definição dos critérios de avaliação das propostas e de adjudicação ............................................................................... 14
2.3.1.2 Procedimento / Concurso ..................................................................................................................................................... 15
Convite para apresentação de propostas / anúncio .......................................................................................................... 15
Avaliação das propostas .................................................................................................................................................. 17
Adjudicação ...................................................................................................................................................................... 17
2.3.1.3 Depois da adjudicação ......................................................................................................................................................... 17
Assinatura do Contrato ..................................................................................................................................................... 17
Gestão do Contrato .......................................................................................................................................................... 18
2.3.2 FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL “HIGH SPEED” PARA A EDTL ........................................................................................... 19
2.3.3 CONSTRUÇÃO DA ESQUADRA DA PNTL EM LOSPALOS ....................................................................................................... 23
2.3.4 CONSTRUÇÃO DO POSTO MILITAR DAS F-FDTL EM OECUSSE .............................................................................................. 24
2.3.5 CONTRATO CELEBRADO COM A CHARLES KENDALL & PARTNERS ........................................................................................ 28 2.3.5.1 Procedimento de aprovisionamento realizado ...................................................................................................................... 28
2.3.5.2 Contrato Inicial ..................................................................................................................................................................... 28
2.3.5.3 Contratos Adicionais ............................................................................................................................................................ 29
2.3.5.4 Análise dos Preços Contratuais ............................................................................................................................................ 30
2.3.5.5 Execução Financeira do Contrato......................................................................................................................................... 31
2.3.5.6 Não Retenção da Percentagem Relativa à Garantia de Execução do Contrato .................................................................... 32
2.3.5.7 Quanto ao Cumprimento das Obrigações Contratuais .......................................................................................................... 34
2.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS PELA CNA ................................................................................................ 35
2.5 INTERVENÇÃO NOS CONTRATOS RELATIVOS A PROJECTOS DE EMERGÊNCIA DO GOVERNO ................................................................. 35
2.6 APOIO PRESTADO A PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO REALIZADOS POR MINISTÉRIOS ........................................................... 37
2.7 ACATAMENTO DAS RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE CONTAS ......................................................................................................... 37
3. PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES E CONCLUSÕES DA AUDITORIA ...................................................................... 39
4. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................................................ 47
5. DECISÃO ............................................................................................................................................................. 49
6. MAPAS ANEXOS ................................................................................................................................................. 50
6.1 PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO CONCLUÍDOS EM 2012 .................................................................................................... 50
6.2 PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO CONCLUÍDOS EM 2013 .................................................................................................... 52
6.3 RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE CONTAS NO ÂMBITO DA FISCALIZAÇÃO PRÉVIA .............................................................................. 54
6.4 LISTA DE CONTRATOS RELATIVOS A “PROJECTOS DE EMERGÊNCIA” DO ANO DE 2014 ......................................................................... 57
7. FICHA TÉCNICA ..................................................................................................................................................... 58
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RELATÓRIO DE AUDITORIA DE CONFORMIDADE À COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO (CNA) – ANO DE 2012 E 2013
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – PONTOS FRACOS DO SISTEMA CONTROLO INTERNO ............................................................................................................... 12
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – RECURSOS HUMANOS 2012 / 2014 (VARIAÇÃO) ....................................................................................................................... 8
Tabela 2 – DECOMPOSIÇÃO DO VALOR CONTRATUAL – CHARLES KENDALL – INICIAL E ADICIONAIS .............................................................. 29
Tabela 3 – REMUNERAÇÕES MENSAIS - – CONTRATO CHARLES KENDALL VS CNA 2014.............................................................................. 30
Tabela 4 – EXECUÇÃO FINANCEIRA MENSAL DO CONTRATO COM A CHARLES KENDALL ............................................................................... 31
Tabela 5 – MÉDIA EMPRESAS PARTICIPANTES EM PROCEDIMENTOS DA CNA – 2012 E 2013........................................................................ 35
RELAÇÃO DE SIGLAS E ABREVIATURAS
SIGLA DESIGNAÇÃO
ADN Agência de Desenvolvimento Nacional
Art. Artigo
BoQ Bill of Quantities ou Mapa de Quantidade de Trabalhos
Cf. Conforme
CNA Comissão Nacional de Aprovisionamento
DL Decreto-Lei
GPM Gabinete do Primeiro-Ministro
INTOSAI International Organization of Supreme Audit Institutions
ISSAI International Standards of Supreme Audit Institution
LOCC Lei Orgânica da Câmara de Contas
LOGF Lei do Orçamento e Gestão Financeira
MAP Ministério da Agricultura e Pescas
MDS Ministério da Defesa e Segurança
MF Ministério das Finanças
MOP Ministério das Obras Públicas
PA Programa de Auditoria
NSV Não Sujeito a Visto
PGA Plano Global de Auditoria
PU Preço Unitário
RDTL República Democrática de Timor-Leste
RJA Regime Jurídico do Aprovisionamento
RJCP Regime Jurídico dos Contratos Públicos
SCI Sistema de Controlo Interno
SED Secretaria de Estado da Defesa
USD Dólar dos Estados Unidos da América
VCR Visado com Recomendações
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RELATÓRIO DE AUDITORIA DE CONFORMIDADE À COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO (CNA) – ANO DE 2012 E 2013
1. INTRODUÇÃO
1.1. NATUREZA E ÂMBITO
Do Plano de Acção Anual da Câmara de Contas para o ano de 2014, aprovado pela Deliberação
n.º 4/2013, de 5 de Dezembro1, consta a realização de uma Auditoria de Conformidade à
Comissão Nacional de Aprovisionamento (CNA), sobre os anos de 2012 e 2013.
Esta auditoria centrou-se nas áreas constantes do Plano Global de Auditoria (PGA) e Programa
de Auditoria (PA).
1.2. FUNDAMENTO, METODOLOGIA E AMOSTRA
Esta auditoria teve como fundamento a oportunidade do controlo e foi realizada de acordo com
as Linhas de Orientação Estratégica 3.1 e 3.2 do Plano Trienal 2013 – 2015 da Câmara de
Contas2, aprovado pela Deliberação n.º 2/2013, de 14 de Março, do Plenário do Tribunal de
Recurso.
A metodologia utilizada segue as orientações constantes da ISSAI 4000 – Compliance Audit
Guidlines – General Introduction e ISSAI 4100 - Compliance Audit Guidlines – For Audits
Performed Separately from the Audit of Financial Statements, normas Técnicas da INTOSAI.
Esta auditoria desenvolveu-se nas seguintes fases: Planeamento, Execução, Avaliação dos
Resultados/Relato e Relatório de Auditoria.
Foram analisados todos os procedimentos de aprovisionamento realizados pela CNA nos anos
de 2012 e 2013.
1 Publicado no Jornal da República, Série I, n.º 4/2013, de 11 de Dezembro.
2 Respectivamente, “Controlar as despesas de Capital e Desenvolvimento realizadas através do Fundo de Infra-
estruturas” e Realizar Auditorias ao nível da Contratação e da Execução de obras públicas”, referentes ao Objectivo Estratégico 3 – “Intensificar o controlo financeiro externo sobre os grandes fluxos financeiros e nos domínios de Maior risco e desenvolver auditorias de gestão e de avaliação de resultados das políticas públicas desenvolvidas pelo Governo”.
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1.3. OBJECTIVOS DA AUDITORIA
O desenvolvimento desta acção de controlo visa alcançar os seguintes objectivos:
Avaliar a fiabilidade do Sistema de Controlo Interno (SCI);
Avaliar o funcionamento da CNA ao abrigo das respectivas normas legais e regulamentares;
Verificar a legalidade e regularidade dos procedimentos de aprovisionamento público;
Aferir o grau de cumprimento das recomendações da Câmara de Contas no âmbito de
processos da fiscalização prévia de contratos, cujos procedimentos de aprovisionamento
foram realizados pela CNA.
1.4. COLABORAÇÃO DOS SERVIÇOS
Regista-se a boa colaboração prestada pelos dirigentes e colaboradores da CNA da
disponibilização dos documentos solicitados e no esclarecimento das questões colocadas. No
entanto, registaram-se algumas situações em que os documentos solicitados, relativamente ao
procedimento de aprovisionamento que antecedeu a celebração do contrato com a Charles
Kendall & Partners, Ltd., não foram entregues a este Tribunal até à data da elaboração deste
Relatório de Auditoria.
1.5. EXERCÍCIO DO CONTRADITÓRIO
Para efeitos do exercício do contraditório, consagrado no art. 11.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de
Agosto, que aprova a Orgânica da Câmara de Contas - LOCC, foram instados para, querendo,
se pronunciarem sobre os factos constantes do Relato de Auditoria o:
1) Ex-Primeiro Ministro e actual Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, Kay
Rala Xanana Gusmão;
2) Aniceto do Rosário (Director da CNA);
3) Hermingardo Soares (assessor nacional e membro da CNA);
4) Rolito Rillo (assessor internacional e membro da CNA).
Apesar do Relato de Auditoria enviado a estes responsáveis conter matérias que necessitavam
de esclarecimento e de documentos adicionais, os mesmos não apresentaram quaisquer
alegações.
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2. OBSERVAÇÕES DE AUDITORIA
2.1 COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO
2.1.1 ENQUADRAMENTO LEGAL
Na sequência da criação do Fundo das Infraestruturas, pela Lei n.º 1/II, de 14 de Fevereiro - Lei
do Orçamento Geral do Estado para 2011 -, que se destina a financiar programas e projectos
plurianuais, verificaram-se várias alterações ao quadro institucional da gestão do
aprovisionamento público e dos projectos.
Em resultado destas alterações foi criada a CNA através do DL n.º 14/2011, de 30 de Março, que
constitui um serviço da administração directa do Estado que, nos anos de 2012 e 2013, estava
na dependência do Primeiro-Ministro. Actualmente, com a aprovação da Orgânica do VI Governo
Constitucional3, encontra-se na dependência do Ministro do Planeamento e do Investimento
Estratégico.
A CNA tem por missão realizar processos de aprovisionamento cujo valor seja igual ou superior
a 1.000.000 USD, bem como acompanhar e assistir tecnicamente os restantes procedimentos
realizados por todas as entidades públicas. Nos procedimentos de aprovisionamento por si
realizados, é responsável pela publicação dos anúncios, pela avaliação das propostas das
diferentes empresas e pela recomendação da empresa com a qual deverá ser assinado contrato.
Na realização dos procedimentos de aprovisionamento a CNA está sujeita às regras
estabelecidas no DL n.º 10/2005, de 21 de Novembro, que aprova o Regime Jurídico do
Aprovisionamento (RJA)4, e no Regime Jurídico dos Contratos Públicos5 (RJCP).
3 Aprovada pelo DL n.º 6/2015, de 11 de Março.
4 Alterado e republicado pelo DL n.º 24/2008, de 23 de Julho, alterado pelos DL n.º 1/2010, de 18 de Fevereiro, pelo
DL n.º 15/2011, de 30 de Março e pelo DL n.º 38/2011, de 17 de Agosto. 5 DL n.º 12/2005, de 21 de Novembro.
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2.1.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
A CNA “é dirigida por um Director, equiparado a Director-Geral, nomeado por despacho em
regime de comissão de serviços, nos termos legais”, sendo ainda composta por especialistas
com reconhecida experiência profissional “(...) nas áreas do aprovisionamento, jurídica,
financeira, comercial e da área específica do projecto, nomeados por despacho do Primeiro-
Ministro”6.
Para a prossecução das suas atribuições a CNA pode contratar assessores nacionais ou
internacionais, bem como empresas especializadas7.
Por despacho do Primeiro-Ministro, de 27 de Abril de 2011, foram nomeados, nos termos do n.º
2 do art. 4.º do DL n.º 14/2011, cit., “a título temporário”, como “especialistas da Comissão
Nacional de Aprovisionamento”:
Hermingardo Soares;
Rolito Rillo;
Aniceto do Rosário;
Peter Pease (a tempo parcial e coordenador do grupo).
O grupo de especialistas era responsável por “promover os processos de aprovisionamento que
competem à CNA, até que esteja nomeado o seu quadro de pessoal (...) ou contratada uma
empresa especializada para o efeito”.
A contratação da Charles Kendall & Partners Ltd. – doravante designada apenas por Charles
Kendall -, para a prestação de serviços jurídicos no âmbito de processos de aprovisionamento,
foi feita em 24 de Abril de 2012, com efeitos a 19 de Março do mesmo ano – cf. Ponto 2.3.5
deste Relatório de Auditoria.
Os membros do grupo Hermingardo Soares, Aniceto do Rosário e Rolito Rillo foram contratados
até à data como assessores nacionais, os dois primeiros, e internacional quanto ao último.
Acresce que, a nomeação destes assessores como parte do grupo de especialistas foi, como
acima já se disse, “a título temporário” até que fosse aprovado o seu quadro de pessoal ou
contratada a empresa uma empresa especializada.
6 Cf. n.ºs 1 e 2 do art. 4.º do DL n.º 14/2011, cit.
7 Cf. n.ºs 1 e 2 do art. 8.º, idem.
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RELATÓRIO DE AUDITORIA DE CONFORMIDADE À COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO (CNA) – ANO DE 2012 E 2013
Ora, o quadro de pessoal nunca foi aprovado. Apesar de a empresa ter sido contratada para
conduzir os procedimentos de aprovisionamento, o respectivo contrato terminou em 18 de Março
de 2014.
De acordo com o estabelecido no art. 6.º do DL n.º 14/2011, os mapas de vagas e pessoal da
CNA são aprovados de acordo com as normas legais aplicáveis à função pública.
Nos termos do art. 38.º da Lei n.º 8/20048, os quadros de pessoal são aprovados pelo Governo e
estruturam-se de acordo com normas a serem definidas em legislação específica.
Já o art. 30.º do DL n.º 27/2008, de 27 de Agosto9, estabelece que “[o]s mapas de vagas e
pessoal devem listar as necessidades de pessoal indispensáveis ao funcionamento dos serviços,
as posições preenchidas e a estratégia para preenchimento das posições vagas”. As alterações
aos mesmos revestem a forma de diploma ministerial, de acordo com o n.º 6 do art. 36.º do
mesmo DL.
Por despacho do Primeiro-Ministro de 3 de Janeiro de 2013, foi nomeado Aniceto do Rosário,
assessor nacional, como Director da CNA.
Face a tudo o que acima se disse, conclui-se que, à data da elaboração deste Relatório de
Auditoria, a CNA não se encontra a funcionar de acordo com o DL n.º 14/2011, cit., que
procedeu à sua criação, no que se refere à aprovação do seu quadro de pessoal.
Acresce que, nos anos de 2012 e 2013, a CNA funcionou sem uma estrutura organizacional
definida formalmente, anos em que esteve muito dependente da Charles Kendall para a
realização dos procedimentos de aprovisionamento sobre a sua responsabilidade.
Com efeito, apenas com a elaboração do “Relatório de Estrutura Organizacional e Esboço de
Pessoal – Estudo de Desenvolvimento Institucional e Capacitação”, de 2 de Maio de 2014.
Um dos objectivos deste relatório foi recomendar uma estrutura de organização mais adequada,
com a apresentação de várias opções organizativas, e que melhor respondesse às necessidades
e exigências da CNA, visando, designadamente, diminuir a dependência em relação a
Especialistas de Aprovisionamento Internacionais.
Neste documento também se definiram as funções e responsabilidades atribuídas a cada
unidade orgânica, bem como as qualificações exigidas para dirigentes e funcionários em função
do seu nível de responsabilidade e categoria profissional.
8 Que aprova o Estatuto da Função Pública. Alterada e republicada pela Lei n.º 5/2009, de 5 de Julho.
9 Define o Regime das Carreiras e dos Cargos de Direcção e Chefia da Administração Pública.
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No âmbito desta auditoria não foi possível apurar se foi, entretanto, aprovada a estrutura
organizacional da CNA, situação que deveria ter sido esclarecida no âmbito do contraditório.
Recomendação à CNA:
1. Elabore a proposta de mapa de vagas e de pessoal onde sejam identificadas as
necessidades de pessoal indispensáveis ao funcionamento da CNA, para posterior
envio ao Governo nos termos legais;
2. Aprove a estrutura orgânica da CNA onde estejam definidas as funções e
responsabilidades de cada unidade orgânica;
2.1.3 RECURSOS HUMANOS
Na tabela seguinte consta a evolução do número de recursos humanos da CNA entre os anos de
2012 a 2014:
Tabela 1 – RECURSOS HUMANOS 2012 / 2014 (VARIAÇÃO)
Unidade Orgânica / Categoria 2012 2013 2014
Executive Unit 4 5 8
Procurement Adviser 2 1 1
Procurement Adviser (International) 1 1 2
Financial Management Adviser
1 1
IT Advisor
1 1
Comunication Adviser
1
Comunication Adviser (International) 1 1 1
International Institucional Capacity Development Adviser (International)
1
General Directorate for Corporate Services 11 13 20
Procurement Officer
1
Procurement Specialist
1
Administration Officer
1
Administration Assistant 2 1 2
Executive Assistant
1
Cleaner 1 1 2
Driver 3 3 2
Finance Specialist
2
Finance Officer 1 2
IT Officer 1 1
IT Specialist
2
IT & Logistic Specialist
1
Logistic Officer
1
Logistic Assistant 1 1
Office Maintenance 1 1 1
Recepcionist 1 1 2
Record Management Assistant
2
Record Management Officer
1
General Directorate for Procurement 0 0 15
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Unidade Orgânica / Categoria 2012 2013 2014
Procurement Officer
8
Procurement Specialist (International)
2
Senior Procurement Specialist (International)
5
Total 15 18 43
Variação 2012/2014
186.7%
Os recursos humanos contratados directamente pela CNA quase que triplicaram entre os anos
de 2012 e 2014. Este crescimento deve-se, por um lado, ao facto de nos anos de 2012 e 2013
uma parte considerável dos recursos humanos a trabalhar na CNA estarem no âmbito do
contrato de prestação de serviços celebrado com a Charles Kendall.
Com o fim do contrato em Março de 2014, a CNA procedeu à contratação directa de assessores
especialistas em aprovisionamento (internacionais) e de técnicos de aprovisionamento nacionais
com vista à realização das suas actividades.
A opção de não renovação do contrato com a Charles Kendall revelou-se uma boa decisão
do ponto de vista da capacitação dos recursos humanos nacionais e do ponto de vista
financeiro, conforme se verá no Ponto 2.3.5.3 deste Relatório.
No entanto, deve referir-se que a generalidade dos trabalhadores da CNA não é recrutada
através de concurso público, ao contrário do que acontece com os funcionários públicos,
apesar de se tratar de um serviço integrado na administração directa do Estado.
Recomendação à CNA:
3. Proceda ao recrutamento dos seus funcionários (ainda que contratados) através da
realização de concursos públicos.
2.1.4 INSTRUMENTOS DE GESTÃO PREVISIONAL E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
A CNA procede à elaboração de Planos e de Relatórios de actividades à semelhança do que
acontece que a generalidade das instituições públicas em Timor-Leste.
Tratando-se de uma instituição criada em 2011, e não obstante o referido anteriormente quanto à
inexistência de uma estrutura organizacional formalmente definida, a CNA desenvolveu,
durante o ano de 2014, um conjunto de estudos e documentos com vista ao seu
desenvolvimento organizacional que deve ser destacado como um aspecto muito positivo,
como seja:
Employee Performance Monitoring and Evaluation System (EPMES), September 2014;
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Continuing Professional Development Program for CNA Procurement Staff – LOGBOOK,
Record of Training, Coaching and Mentoring Activities, October 2014;
Business Plan 2015 – 2030, October 2014;
Code of Ethics e Explanatory Notes, November 2014;
General Procurement Procedures Manual – Draft Report, December 2014;
As matérias cobertas por estes documentos, como sejam, a estratégia global da instituição
para o período de 2015 – 2030, a avaliação de desempenho dos seus funcionários, o programa
de capacitação dos recursos humanos nacionais na área do aprovisionamento, o Código de
Ética, bem como, o manual de procedimentos para os procedimentos de aprovisionamento a
realizar, são fundamentais para a melhoria do desempenho global da instituição.
No entanto, constatou-se que a CNA não elabora o seu Plano Anual de Aprovisionamento
por não ter a informação necessária para tal.
Com efeito, apesar do DL n.º 14/2011, de 30 de Março, estabelecer um dever de colaboração
entre os Ministérios e outros órgãos do Estado e a CNA para garantir a necessária
articulação entre as suas actividades e promover uma actuação unitária e integrada da política
do Governo na realização dos procedimentos de aprovisionamento, a mesma carece de
melhoria, na medida em que no início de cada ano a CNA não tem qualquer informação
sobre o calendário dos procedimentos que terá que realizar.
Aquando da realização do trabalho de campo desta auditoria, durante o mês de Março de 2015,
a CNA ainda não tinha recebido nenhuma documentação ou informação, por parte de outros
Ministérios, relativa a procedimentos que teria de realizar no corrente ano.
Recomendação ao Governo:
1. Desenvolva as medidas necessárias à melhoria da colaboração entre os vários
ministérios e a CNA, por forma a aumentar a informação sobre os procedimentos de
aprovisionamento que terão que ser realizados em cada ano pela CNA.
Recomendação à CNA:
4. Proceda à elaboração do Plano Anual de Aprovisionamento;
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2.2 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLO INTERNO
No âmbito do levantamento do sistema de controlo interno existente na CNA, foram realizadas
entrevistas com os principais intervenientes, levantamento de circuitos e realizados testes de
controlo e substantivos, descrevendo-se em seguida, genericamente, as principais medidas
identificadas nas diferentes áreas.
Efectuada a avaliação do SCI existente importa, desde logo, destacar os seguintes aspectos
positivos:
Apesar de nos anos de 2012 e 2013 não haver uma estrutura organizacional formalmente
definida na CNA, com a definição de funções e responsabilidades, verificou-se a existência
de um sistema de controlo básico no que se refere aos procedimentos de aprovisionamento
realizados, como seja, a revisão pelos membros da Comissão do trabalho realizado pelos
Especialistas de Aprovisionamento da Charles Kendall;
Existência de um circuito pré-definido para os procedimentos de aprovisionamento, como
sejam a convocação para conferência prévia (pre-bid meeting) e visitas ao local de
implantação do projecto (site visit) para todos os interessados em apresentar propostas aos
concursos, o que dá mais transparência aos processos e permite que um maior número de
concorrentes possa obter informações sobre os mesmos;
Existência de documentos standard (bidding documents) para os diversos tipos de
concursos, elaborados de acordo com as melhores práticas internacionais para a área do
aprovisionamento;
Nos procedimentos sujeitos a concurso realizados pela CNA o número de concorrentes é
elevado, o que aumenta a concorrência entre empresas;
A admissão de propostas a concursos e a avaliação das propostas técnicas e financeiras é
feita de forma fundamentada;
O cumprimento, em geral, do RJA.
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Os pontos fracos identificados e as respectivas consequências potenciais são os
seguintes:
Quadro 1 – PONTOS FRACOS DO SISTEMA CONTROLO INTERNO
ÁREA PONTO FRACO CONSEQUÊNCIA POTENCIAL
Organização Geral
A inexistência de normas de controlo interno e
manuais de procedimento aplicáveis aos
procedimentos de aprovisionamento nos anos de
2012 e 2013
Controlo inadequado
Grande dependência em relação à Charles Kendall
na realização dos procedimentos de
aprovisionamento
Falta de capacidade de execução
e de recursos
Aprovisionamento
(em geral)
Incumprimento de aspectos necessários à
regularidade dos processos:
Anúncios de concurso e anúncios com a decisão
de adjudicação não datados;
Ausência de decisões de adjudicação;
Contratos sem informação sobre a data da
assinatura;
Arquivo dos processos organizado de forma
deficiente e muitas vezes incompleta
Falta de regularidade em alguns
processos
Não cumprimento dos requisitos da garantia do
concurso, permitindo que os concorrentes
apresentem uma declaração (Bid Securing
Declaration) assinada pelo responsável da empresa,
em substituição de garantia bancária
Incumprimento da lei.
Admissão de empresas a
concurso sem capacidade
financeira
Aprovisionamento de
Projectos de
Emergência
Ausência de intervenção nas decisões que dão
origem à celebração de contratos nos projectos
designados de “emergência”.
Incumprimento da sua missão
prevista na lei
Incumprimento dos princípios da
legalidade, concorrência,
transparência e da igualdade nos
processos de aprovisionamento
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLO INTERNO
Face a tudo o que acima se disse, conclui-se que o SCI da CNA é Razoável, se considerarmos
que teve desde o início da sua actividade a responsabilidade pela realização de quase todos os
procedimentos de aprovisionamento relacionados com Projectos do Fundo das Infraestruturas,
ainda que sem a estrutura mais adequada às suas necessidades.
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Recomendação à CNA:
5. Corrija os pontos fracos do Sistema do Controlo Interno identificados na auditoria;
2.3 VERIFICAÇÃO DOCUMENTAL DOS PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO
2.3.1 QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS REGRAS DO APROVISIONAMENTO E DOS CONTRATOS PÚBLICOS
Na realização dos procedimentos de aprovisionamento o CNA está sujeita às regras
estabelecidas no RJA e do RJCP.
Da análise dos procedimentos de aprovisionamento realizados pela CNA nos anos de
2012 e 2013, constatou-se que os mesmos foram, em geral, legais e regulares.
Não obstante, detectaram-se algumas situações que merecem ser referidas e que constam nos
pontos seguintes (por fase do procedimento de aprovisionamento).
2.3.1.1 Antes do procedimento / concurso
Levantamento das necessidades
A escolha das obras a realizar e dos bens ou serviços a comprar é da responsabilidade dos
ministérios e de outras entidades públicas que têm interesse em iniciar o procedimento do
processo de aprovisionamento para a realização das suas actividades.
A maioria dos procedimentos de aprovisionamento realizados pela CNA referem-se a projectos
incluídos no Fundo das Infraestruturas (FI), sendo a escolha dos respectivos projectos da
responsabilidade do seu Conselho de Administração (CA), com o apoio do Secretariado dos
Grandes Projectos (SGP) e sem intervenção da CNA.
Planeamento e orçamentação
O planeamento e a orçamentação (valor estimado do contrato) dos projectos e das compras são
definidos pelo Governo, através dos vários Ministérios e da ADN.
Os orçamentos elaborados pelos Ministérios responsáveis e pela ADN não são verificados pela
CNA.
Definição dos requisitos / especificações técnicas
Os requisitos e especificações técnicas dos bens e serviços a comprar são definidos pelos
Ministérios responsáveis.
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No caso das obras de valor igual ou superior a 1.000.000 USD, os requisitos e especificações
técnicas são definidos pela ADN. Quando inferior a 1.000.000 USD, a responsabilidade é dos
Ministérios responsáveis.
Escolha do procedimento
De acordo com o art. 46.º do RJA a escolha do tipo de procedimento deve ser fundamentada
e é da responsabilidade da entidade competente para iniciar o procedimento.
A escolha do procedimento é feita em função do valor estimado para a despesa a realizar - cf. n.º
1 do art. 47.º do RJA. Nos processos de valor estimado igual ou superior a 1.000.000 USD, esta
responsabilidade é da CNA (art. 2.º do DL n.º 14/2011, de 30 de Março). Nos procedimentos de
valor inferior a 1.000.000 USD a competência pertence ao Ministério respectivo – cf. arts. 15.º e
46.º do RJA.
No entanto, constatou-se a existência de inúmeras situações em que, por decisão do Governo,
são celebrados contratos por ajuste directo, sendo a CNA chamada a intervir nestes processos
apenas para proceder à formalização do contrato. Os exemplos mais conhecidos destas
situações são os designados “projectos de emergência” – cf. Ponto 2.5 deste Relatório de
Auditoria.
Por outro lado, a CNA não realiza a pré-qualificação obrigatória nos casos previstos no artigo
49.º do RJA (por exemplo, em obras cujo valor é superior a 250.000 USD) com o fundamento
que tal procedimento restringe a concorrência e facilita a existência de situações de conluio entre
concorrentes com o objectivo de prejudicar o Estado.
Definição dos critérios de avaliação das propostas e de adjudicação
Um dos aspectos fundamentais do procedimento de aprovisionamento é a definição prévia dos
critérios de avaliação das propostas e de adjudicação, que tem que ser anterior ao lançamento
do concurso, fazendo parte dos seus documentos (bidding documents).
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Os bidding documents preparados pela CNA são completos uma vez que incluem,
designadamente, os seguintes elementos:
Os procedimentos de abertura das propostas;
Os critérios (ex: competência técnica e capacidade financeira) e subcritérios de avaliação
das propostas técnicas e respectivos pesos relativos – weigth;
O sistema de classificação dos critérios e subcritérios de avaliação das propostas
técnicas - score system;
O ratio de ponderação da valia técnica e do factor preço, para a determinação nota e
classificação final das propostas – melhor relação qualidade / preço (ex: 40/60);
Os critério de adjudicação.
Desta forma, é dado cumprimento às exigências legais previstas no n.º 8 do art. 86.º do RJA
onde se determina que:
“Os serviços de aprovisionamento devem desenvolver critérios de aprovisionamento, baseados nos princípios deste artigo, apropriados para os concursos, devendo criar escalas numéricas para estes critérios de avaliação (...). As regras gerais e especificações de cada concurso devem integrar cada documentação de concurso. E os critérios específicos de avaliação terão que estar também incluídos nos convites do concurso.”
Em resultado, a CNA vai ao encontro do estabelecido no n.º 1 do mesmo artigo, que estabelece
que “[o] objectivo principal nos procedimentos por concurso é a selecção de bens, serviços e
obras com a melhor relação qualidade/preço”.
Recomendação ao Governo:
2. Proceda à disseminação dos documentos de concurso standard utilizados pela CNA
pelos vários ministérios para que estes os utilizem na realização de procedimentos
de aprovisionamento da sua responsabilidade (até 1.000.000 USD).
3. Desenvolva medidas no sentido da CNA prestar mais apoio aos vários ministérios
na condução de procedimentos de aprovisionamento através, designadamente, da
formação de recursos humanos.
2.3.1.2 Procedimento / Concurso
Convite para apresentação de propostas / anúncio
Em função do procedimento de aprovisionamento a realizar as entidades públicas têm que
proceder à realização de convites (solicitação de cotações, por negociação ou concurso restrito)
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ou à publicação de anúncios (concursos limitados, concursos públicos nacionais ou
internacionais).
Esta fase consiste numa das mais importantes de todo o ciclo do aprovisionamento de qualquer
entidade, uma vez que dela depende a maior ou menor participação de concorrentes, que pode
ser determinante para apresentação da melhor proposta para o Estado, normalmente a que
tenha melhor relação custo / benefício.
Apesar de se reconhecer que os procedimentos de aprovisionamento realizados pela CNA terem
a participação de muitas empresas, a verdade é que não é dado cumprimento ao previsto na lei
no que se refere à publicitação dos anúncios para os concursos públicos.
Com efeito, estabelece o n.º 2 do art. 61.º do RJA que estes anúncios devem ser publicados nos
seguintes termos:
Concurso Público Nacional – publicação em pelo menos num jornal com circulação
nacional, no idioma português ou tétum;
Concurso Público Internacional - dois jornais de circulação internacional de reconhecido
prestígio, no idioma inglês ou outra das línguas estrangeiras utilizadas no comércio
internacional assim com num jornal com circulação nacional, em português ou tétum;
De acordo com o n.º 2 do art. 59.º do RJA os anúncios devem incluir “(...) os factores a tomar em
conta na avaliação e, sempre que possível, a forma em que serão quantificadas”.
Nos procedimentos realizados nos anos de 2012 e 2013, constatou-se que os anúncios dos
concursos públicos internacionais não foram publicados em jornais de circulação
internacional.
Em alternativa a estas publicações, a CNA procede à publicação dos anúncios nos sítios da
internet do Ministério das Finanças (MF) e do DG Market.
Por outro lado, os anúncios de concursos públicos nacionais e internacionais publicados
em jornais de circulação nacional não foram escritos em português ou tétum, mas sim em
língua inglesa, e não incluem os factores de avaliação das propostas nem a sua
quantificação conforme exige a lei,
Não obstante, é de salientar que, actualmente, a publicação de anúncios nos jornais de
circulação nacional é feita nas duas línguas oficiais.
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Avaliação das propostas
Em resultado do já afirmado no Ponto Definição dos critérios de avaliação das propostas e
de adjudicação, quanto à definição clara destes critérios, constatou-se que a escolha das
empresas vencedoras dos procedimentos de aprovisionamento por parte do Júri do
Concurso, neste caso os elementos da CNA, obedece a critérios de objectividade e está, na
generalidade dos casos, fundamentada.
Adjudicação
O RJA estabelece, ainda, a obrigação de se publicar um anúncio com a “intenção de adjudicar
um contrato a um dos concorrentes, é afixado nos locais habituais do Serviço Público que iniciou
o procedimento, indicando de modo resumido, as razões da escolha” – cf. n.º 1 do art. 89.º
Tendo em conta o fixado pelo n.º 4 do art. 61.º do RJA, este anúncio deverá ser, à semelhança
do que acontece com os anúncios de concurso, publicado em jornais de distribuição nacional.
O objectivo da publicação do anúncio com a intenção de adjudicar o contrato é dar conhecimento
do projecto de decisão das entidades públicas, a partir da qual se conta o prazo para a
apresentação de reclamações por outros concorrentes ou potenciais concorrentes.
No entanto, constatou-se que, em geral, os anúncios não incluem nenhuma informação
sobre as “razões da escolha” da proposta vencedora do procedimento, o que vai contra o
previsto na lei.
Recomendação à CNA:
6. Cumpra com o que se encontra legalmente previsto para os anúncios com a
intenção de adjudicação, no que se refere à indicação das “razões da escola” da
proposta vencedora do procedimentos, tal como se encontra previsto no n.º 1 do
art. 89.º do RJA.
2.3.1.3 Depois da adjudicação
Assinatura do Contrato
Após a realização dos procedimentos de aprovisionamento a CNA prepara os contratos e
encaminha para o Conselho de Ministros ou para os membros do Governo com competência
para assinatura dos mesmos.
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Existem muitas situações em que a CNA apenas é chamada a preparar o contrato sem que
tenha qualquer intervenção no respectivo procedimento de aprovisionamento mesmo quando
estão dentro da sua esfera de competências, ou seja, em processos cujo valor estimado é igual
ou superior a 1.000.000 USD – cf. Ponto 2.5.
Gestão do Contrato
Existem aspectos relacionados com a gestão dos contratos cujos procedimentos de
aprovisionamento foram realizados pela CNA que devem merecer uma especial atenção.
Desde logo, o contributo para a indústria e desenvolvimento locais, factor que é considerado
na avaliação do mérito das propostas nos termos do n.º 5 do art. 86.º do RJA, como sejam,
designadamente, a criação de postos de trabalho para timorenses, a transferência de
capacidade e tecnologia e a proporção de bens e serviços adquiridos localmente.
A análise da CNA sobre esta matéria não se pode limitar à fase do concurso, pelo que deve
acompanhar a execução do contrato e avaliar se a empresas estão a cumprir com aquilo
que constava das suas propostas o que não acontece actualmente.
Outro dos aspectos que deve ser acompanhado prende-se com a subcontratação dos trabalhos
incluídos no contrato celebrado com o Estado de Timor-Leste, por parte da empresas
vencedoras dos concursos realizados pela CNA.
Com efeito, um dos aspectos essenciais no processo de selecção das empresas tem que ver
com a sua capacidade técnica para a realização dos trabalhos postos a concurso, pelo que, a
CNA não pode deixar de acompanhar e avaliar, em conjunto com a ADN e com os Ministérios
responsáveis pelos projectos, se as empresas cumprem com as suas propostas em relação
à subcontratação de outras empresas para a execução dos trabalhos.
O risco das empresas ganharem concursos e subcontratarem a execução dos trabalhos a
empresas sem capacidade técnica é grande e as consequências podem ser graves no que
se refere, designadamente, à qualidade dos trabalhos executados.
Desta forma, a CNA terá informação que lhe permitirá, no futuro, melhor avaliar as propostas
recebidas no âmbito dos concursos por si realizados.
Por fim referir, a necessidade da CNA proceder à recolha de informação sobre as empresas
que não cumprem com os contratos celebrados, no que se refere, por exemplo, aos prazos
de execução ou à qualidade dos trabalhos.
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Assim, a CNA terá mais informação sobre as empresas que, no futuro, poderão proceder à
apresentação de propostas em concursos por si realizados. Desta forma, evitar-se-ão
adjudicações de contratos a empresas com histórico de incumprimento contratual e de
fraca capacidade técnica.
Recomendação à CNA:
7. Proceda ao acompanhamento e à recolha de informação sobre o empresas que não
cumprem com os contratos celebrados com o Estado e/ou que tenham um histórico
de realização de obras com fraca qualidade.
2.3.2 FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL “HIGH SPEED” PARA A EDTL
O Ministério da Obras Públicas (MOP) celebrou, em 31 de Outubro de 2012, contrato com a
empresa Esperança Timor Oan, Lda, pelo valor 50.431.000 USD para o fornecimento de
47.000.000 litros de combustível (high-speed fuel) para a EDTL.
A celebração deste contrato foi precedida de Concurso Público Internacional (ICB/024/MPW-
2012), realizado pela CNA com o apoio da Charles Kendall nas diferentes fases do mesmo,
nomeadamente, na elaboração dos documentos de concurso e dos relatórios de avaliação dos
candidatos e relatório final.
Da análise dos documentos deste procedimento de aprovisionamento constatou-se que:
1) Não existe despacho de autorização da abertura do procedimento;
Nos termos da al. a) do n.º 1 do art. 15.º do RJA, a entidade com competência legal para
autorizar a abertura de procedimento de valor superior a 5.000.000 USD é o Conselho de
Ministros.
De acordo com o art. 41.º do DL 32/2008, de 27 de Agosto, que aprovou o Procedimento
Administrativo, todo e qualquer acto administrativo deve, em regra, ser praticado sob a
forma escrita;
2) Não consta do mesmo cópia da publicação do anúncio de abertura do concurso. Foi
facultado à Equipa de Auditoria o Invitation to Bid – International Competitive Bidding,
documento sem data nem informação sobre a sua publicação.
Este documento não indica a sua data de emissão, informação exigida pelo art. 57.º do
RJA e pela al. a) do seu Anexo 5.
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Acresce que foi escrito apenas em inglês, não tendo sido feita versão em português ou
tétum para publicação em jornal de distribuição nacional - cfr. alínea c) do n.º 2 do art. 61.º
do RJA.
O Invitation to Bid que serve de base ao anúncio foi assinado por Aniceto do Rosário.
3) O júri do concurso foi constituído por Aniceto do Rosário, Hermingardo A. Soares e Rolito
Rillo (membros).
Este júri tem sido responsável pela totalidade dos procedimentos de aprovisionamento
realizados pela CNA.
É de salientar que estes membros do Júri fazem também parte da “Comissão de Abertura
dos Invólucros", situação que não deveria acontecer, em obediência ao princípio da
segregação de funções, uma vez que se tratam de órgãos diferentes com competências
distintas de acordo com o estabelecido nos n.ºs 4, 5 e 6 do art. 78.º do RJA.
4) No âmbito da análise das propostas recebidas a proposta apresentada pelo candidato
Glencore Singapore Pte, Ltd. foi excluída por entrega fora do prazo.
5) Os critérios para a adjudicação foram definidos de forma clara nos documentos do
procedimento / Bidding Documents, sendo o rácio entre a “valia técnica” e o factor “preço”
de 30% / 70%, respectivamente.
6) A escolha da empresa vencedora está de acordo com a ponderação previamente definida
nos documentos do concurso.
A empresa Tubun Diak Petroleum em joint venture com a empresa indonésia Petrobas PT
teve uma pontuação técnica de 88,50 e a sua proposta financeira era de 53.580.000 USD;
enquanto a empresa ETO – Esperança Timor Oan, Lda. (vencedora) teve uma pontuação
técnica de 88,00, sendo o seu valor de 50.445.993 USD. A avaliação final (combinada) foi
de 96,40 para a ETO e 92,44 para a Tubun Diak.
7) Não foi facultada a cópia do anúncio da Intenção de Adjudicação / Intent to Award,
não se sabendo se o mesmo foi publicado. Do processo consta apenas um documento
designado de Intent to Award, datado de 25 de Outubro de 2012.
O RJA estabelece a obrigação de se publicar um anúncio com a “intenção de adjudicar” um
contrato a um dos concorrentes, devendo o mesmo ser afixado nos locais habituais do
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Serviço Público que iniciou o procedimento, indicando de modo resumido, as razões da
escolha” – cf. n.º 1 do art. 89.º.
Tendo em conta o fixado pelo n.º 4 do art. 61.º do RJA, este anúncio deverá ser, à
semelhança do que acontece com os anúncios de concurso, publicado em jornais de
distribuição nacional e internacional em função do tipo de concurso.
O objectivo da publicação do anúncio com a intenção de adjudicar o contrato é dar
conhecimento do projecto de decisão das entidades públicas, a partir da qual se conta o
prazo para a apresentação de reclamações por outros concorrentes ou potenciais
concorrentes.
O prazo para reclamação foi de 5 dias após a publicação da intenção de adjudicação.
8) A notificação da adjudicação foi feita ao vencedor por carta da CNA no dia 25 de Outubro
de 2012, ou seja, na mesma data em que foi assinada a Intenção de Adjudicação;
9) Não consta dos documentos do processo o acto formal da decisão de adjudicação por
parte da entidade competente, neste caso, o Conselho de Ministros.
10) Foram apresentadas reclamações em relação à decisão de adjudicação por parte dos
seguintes candidatos excluídos na Fase da Análise das Propostas Técnicas:
Wai-Watu, Unipessoal, Lda., no dia 24 de Outubro de 2012, dirigida ao Primeiro-
Ministro;
NKRV Oil Company Ltd., em 23 de Outubro, dirigida à CNA;
Huran Petróleo, Unipessoal, Lda, em 30 de Outubro, junto da CNA.
Foi ainda apresentada, em 30 de Outubro, reclamação pela empresa Tubun Diak
Petroleum em joint venture com a Petrobras, PT que ficou em segundo lugar no concurso.
Não consta dos documentos do procedimento qualquer informação sobre o
seguimento dado pela CNA às reclamações apresentadas pelos concorrentes.
11) O contrato foi assinado em 31 de Outubro de 2012, pelo Ministro das Obras Públicas com
a ETO, pelo valor de 50.431.000 USD, inferior em 14.993 USD ao da sua proposta
financeira.
Não foi obtido despacho de delegação de competências, conforme prevê a alínea a) do n.º
2 do art. 6.º do RJCP, uma vez que a competência para este acto é do Conselho de
Ministros.
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Além das reclamações, regista-se também a existência de recursos hierárquicos para o Primeiro-
Ministro da parte de alguns concorrentes excluídos pela avaliação técnica, casos da Huran
Petróleo, em 6 de Novembro de 2012, e da Wai-Watu, no dia 30 de Outubro.
A Huran Petróleo referiu que um dos seus sócios foi à CNA no dia 25 de Outubro, entregar nova
garantia do concurso, o que fez. Nessa altura foi-lhe entregue em mãos a carta com referência
213/CNA/X/2012, datada de 15 de Outubro, informando que a sua proposta fora rejeitada porque
a validade da garantia de concurso estendia-se unicamente até à data de 27 do mesmo mês.
Saliente-se que o anúncio da intenção de adjudicação é de 25 de Outubro.
A empresa queixa-se de só ter sido notificado da exclusão do concurso, na fase da avaliação das
propostas técnicas, já no final do procedimento de aprovisionamento, ficando esvaziado o seu
direito de reclamação e denuncia não ter recebido qualquer informação sobre a reclamação que
apresentou no dia 30 de Outubro de 2012.
Dos documentos que constam do processo de aprovisionamento constam dois despachos do
Primeiro-Ministro datados de 31 de Outubro e 3 de Dezembro de 2012, dirigidos à CNA, não
sendo, contudo, possível perceber a que reclamações ou Recursos hierárquicos se referem.
Não obstante, conforme já se afirmou, o contrato havia já sido assinado em 31 de Outubro 2012.
No Relato de Auditoria enviado para contraditório, foi solicitado que a CNA esclarecesse todo
este processo, no que se refere, nomeadamente, à existência ou não, de notificações aos
concorrentes excluídos do procedimentos nas suas diferentes fases, bem como, relativamente às
análise por si efectuadas às reclamações e recursos hierárquicos apresentados pelos
concorrentes e a subsequente notificação aos interessados.
Uma vez que não foi recebida qualquer resposta ao contraditório, não foi possível esclarecer as
questões suscitadas.
Recomendação à CNA:
8. Cumpra o Regime Jurídico do Aprovisionamento no que se refere às reclamações e
recursos apresentados por concorrentes afectados no decurso dos procedimentos
de aprovisionamento, designadamente no que respeita à resposta formal e por
escrito às reclamações recebidas;
9. Notifique de forma atempada os concorrentes não admitidos aos procedimentos de
aprovisionamento, bem como dos resultados da avaliação das propostas técnicas e
financeiras;
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2.3.3 CONSTRUÇÃO DA ESQUADRA DA PNTL EM LOSPALOS
O Ministério da Defesa e Segurança celebrou em Novembro de 2012, contrato com a empresa
Lero Company Unipessoal, Lda., pelo valor 132.000 USD para a construção de nova esquadra
da PNTL em Lospalos, Distrito de Lautem.
A celebração deste contrato foi precedida de Concurso Público Nacional (Ref. NCB/011/MDS-
2012) realizado pela CNA, também com o apoio da Charles Kendall.
A entidade com competência para a abertura do procedimento é o Ministério da Defesa e
Segurança/Secretaria de Estado da Defesa (cfr al. b) do n.º 2 do art. 15.º do RJA) embora no
arquivo do processo não exista o respectivo de despacho, que é obrigatório por lei ser exarado
por escrito (cf. art. 41.º do Procedimento Administrativo).
O anúncio de abertura do concurso foi publicado no jornal Suara Timor Lorosa'e de 30 de Julho
de 2012.
O anúncio foi publicado em inglês, sendo o júri do concurso constituído por Aniceto do Rosário,
Hermingardo A. Soares e Rolito Rillo. A “Comissão de Abertura dos Invólucros” foi constituída
por Aniceto do Rosário e Rolito Rillo (membros do Júri), juntamente com Virgilio G. Balandra e
Emmanuel Ozigbo da Charles Kendall.
A análise destas questões foi feita no Ponto anterior, pelo que se dá aqui por reproduzida.
Os critérios propostos para a adjudicação estão em consonância com o previsto no programa de
procedimento (Bidding Documents).
Duas empresas, a East Timor Crocodile Unipessoal, Lda e a Lero Company Unipessoal, Lda.,
tiveram a mesma pontuação técnica (88,00).
A empresa East Timor Crocodile apresentou uma proposta financeira no valor de 132.000 USD e
a Lero Company apresentou a sua proposta financeira no valor de 152.610 USD. A primeira
empresa teve uma pontuação combinada dos factores técnico e financeiro de 95,20 enquanto a
segunda empresa teve uma pontuação combinada de 87,10.
Em 18 de Outubro a CNA recomendou ao Primeiro-Ministro a adjudicação do contrato à East
Timor Crocodile, empresa vencedora do concurso.
Contudo, através de carta datada de 25 Outubro de 2012, assinada pelo Chefe de Suco de
Fuiloro - Lospalos, Victor Dias Quintas; pelo Comandante Operacional de PNTL do Distrito de
Lautem, Leonildo José Cristovão, e pelo Administrador Distrito de Lautem, Zeferino dos Santos
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Sequeira, dirigida ao Primeiro Ministro e a Aniceto do Rosário, estes responsáveis propuseram
que o contrato fosse entregue à “companhia local” Lero Company.
Não existe notificação da adjudicação do contrato, existe a publicação dos resultados do
concurso. A notificação ao vencedor (East Timor Crocodile) foi feita através da Letter of
Acceptance de 20 Novembro de 2012.
No entanto, e sem qualquer explicação ou fundamentação, o contrato foi assinado com a
empresa Lero Company, não pelo preço por si apresentado na proposta financeira mas pelo
preço apresentado pela East Timor Crocodile.
De referir que, a Lero Company apresentou ao concurso uma Bid Securing Declaration, datada
de 31/08/2012, assinada pelo próprio sócio da empresa, Carlos Alu da Costa, em vez de ser
emitida de uma garantia bancária, tal como previsto na lei (cf. art. 73.º do RJA).
Foi solicitado à CNA que, no âmbito do contraditório, justificasse a opção pela empresa
classificada em segundo lugar no concurso e a aceitação de uma “declaração de garantia” e não
de uma garantia bancária”, como garantia do procedimento.
No entanto, uma vez que não foi apresentada pela CNA qualquer resposta ao contraditório esta
questão ficou por esclarecer.
2.3.4 CONSTRUÇÃO DO POSTO MILITAR DAS F-FDTL EM OECUSSE
O Ministério da Defesa e Segurança celebrou, no dia 28 de Junho de 2013, contrato com a
empresa Pecar Construction, Unipessoal, Lda., pelo valor de 398.774,23 USD para a construção
do Posto Militar F-FDTL em Pante Makassar, Oecusse.
A celebração deste contrato foi precedida de Concurso Público Nacional (NCB/001/MDS-2013).
A construção do referido Posto Militar incluía a construção da base militar propriamente dita com
um edifício de um andar com escritório, instalações para os soldados, cozinha com refeitório,
posto da guarda e torre de água.
Como vem sendo recorrente em praticamente todos os concursos realizados pela CNA, no
arquivo do processo não existe o despacho de abertura do procedimento pela entidade com
competência para o efeito, no caso concreto, o Ministro da Defesa e Segurança (cfr artigo 15º, nº
2, alínea b) do RJA).
Não foi obtido comprovativo da publicação do anúncio em jornal nacional. O Invitation to Bid tem
data de 18 de Fevereiro de 2013 e foi escrito em inglês.
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A empresa vencedora do concurso foi a Pecar Construction Unipessoal, Lda., pelo preço de
398.776,30 USD. Em segundo lugar ficou a Ervel, Lda., com proposta de 497.555,00 USD.
A notificação ao vencedor foi efectuada por escrito através da Letter of Acceptance, de 6 Junho
de 2013, assinada pelo Ministro da Defesa e Segurança da época, o Primeiro-Ministro.
O contrato foi assinado com a Pecar Construction em 28 de Junho de 2013.
Seguidamente, a Secretaria de Estado da Defesa notificou a empresa em 1 de Julho de 2013,
para iniciar e completar a obra no prazo de 210 dias, de acordo com condições gerais e
particulares do contrato.
Após esta notificação sucederam vários acontecimentos que conduziram à não execução do
contrato.
Com efeito, após a assinatura do contrato e da referida notificação, em data que se desconhece,
foi alterado o local da construção do Posto Militar objecto do contrato, o que deu origem a várias
comunicações entre o dono da obra e a empresa contratada.
Nos documentos que fazem parte do procedimento de aprovisionamento, consta uma carta
datada de 26 Julho 2013, da Pecar Construction, na sequência do pedido de clarificação do
Director de Aprovisionamento da Secretária de Estado da Defesa, Justino F. da C. Martins.
Nessa carta, a empresa levanta várias questões sobre os trabalhos a realizar na nova
localização, como o novo esquema da planta após os trabalhos de demolição, a necessidade de
uma ponte para aceder ao complexo militar pela estrada principal, a nova localização e altura da
torre de água, nova distância entre os edifícios e em relação aos trabalhos da cerca/muro no
novo local e que não estavam previstos no contrato.
Existe ainda outra carta da empresa para o Ministro da Defesa e Segurança, de 5 de Novembro
do mesmo ano, explicando que após a recepção da notificação para dar início aos trabalhos,
onde se refere, a questão da alteração do local da construção para o local de uma antiga prisão,
onde havia disputa de terras, que foi prontamente resolvida, e a existência trabalhos não
previstos inicialmente por causa da referida alteração de local, como a demolição da antiga
prisão e a remoção dos detritos, que ficou por fazer, o nivelamento do terreno, bem como outros
trabalhos. Nesta carta, é feita referência a um encontro com representantes do Consultor e do
Ministério da Defesa e Segurança, em Oecusse, em 30 de Agosto de 2013.
Esse encontro teve como objectivo visitar o local da construção para efectuar medições e assinar
o desenho de uma nova planta do local. O empresário alega ter perguntado sobre a aprovação
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do desenho da nova planta para poder começar os trabalhos ou dar início ao contrato com base
em desenhos aprovados. Os referidos representantes responderam que era necessário efectuar
trabalhos adicionais de topografia para poderem preparar um orçamento para o adicional e
pediram-lhe para esperar um mês.
No entanto desde a mencionada data até 5 de Novembro, data da nova carta, a Pecar
Construction alega não ter tido qualquer resposta, pelo que escreveu ao Primeiro-Ministro a
solicitar a sua intervenção.
Posteriormente, o Director Nacional de Aprovisionamento da Secretaria de Estado da Defesa,
através de carta de 16 de Abril de 2014, dirigida ao Secretário de Estado da Defesa, Júlio Tomás
Pinto, referindo-se ao Relatório de visita à construção do Posto Militar das F-FDTL no Distrito de
Oecusse, suco Costa, argumenta que a companhia Pecar não era honesta e que teria
abandonado o serviço durante o ano inteiro, pelo que recomendava que o contrato celebrado
com a empresa terminasse, uma vez que o prazo contratual para a construção expirara e que
por esse facto, não haveria consequências legais.
No entanto, as normas do RJCP sobre execução do contrato estabelecem regras próprias nesta
matéria.
As normas do art. 40.º do RJCP especificam que devem ser adoptadas soluções diferentes
consoante o incumprimento do contrato é imputável ao Serviço Público ou entidade beneficiária
(n.º 2 do referido artigo), ou ao adjudicatário (n.º 3 do referido artigo).
No primeiro caso, a autoridade que assinou o contrato deve adoptar as medidas necessárias
para solucionar a situação no menor prazo possível.
No segundo caso, o Serviço Público Outorgante deve iniciar os procedimentos judiciais ou
extrajudiciais mais adequados a evitar e ressarcir os danos e prejuízos ao interesse público.
O RJCP no seu art. 42.º estabelece que “(...) as controvérsias relativas aos contratos públicos,
são submetidas ao foro do tribunal de Timor-Leste que for competente, sem prejuízo da
submissão da causa a tribunal arbitral, quando o mesmo seja admitido nos termos da lei e do
contrato”.
Além disso, o próprio contrato estabelece regras quanto ao incumprimento, bem como
penalidades e o foro para a resolução de litígios emergentes do contrato.
Se a entidade pública, neste caso o Estado, alega incumprimento da parte do adjudicatário devia
ter lançado mãos dos mecanismos legais ao seu alcance para salvaguardar a sua posição.
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Devia ter sido proposta acção judicial no tribunal competente em Timor-Leste ou em tribunal
arbitral para decidir qual a parte incumpridora e qual a penalidade pelo incumprimento.
Ora, nada disto foi feito.
Nos documentos do processo há referência a uma carta de cancelamento do contrato (Ofício nº
115/DNAp/SED/V/2014) da Secretaria de Estado da Defesa (SED), de 19 de Maio de 2014, no
entanto, não foi facultada cópia desta carta no âmbito desta auditoria.
A CNA, através de carta de 22 de Maio de 2014, dirigida ao Director de Aprovisionamento da
SED, informou não poder dar uma opinião sobre o término do contrato porque a CNA não estava
encarregada da sua execução e na carta do segundo para a CNA não constavam os motivos de
tal rescisão.
Na mesma carta, e perante a hipótese colocada pelo Director de Aprovisionamento da SED em
proceder a nova adjudicação, desta vez à empresa que ficou em segundo lugar no concurso, a
CNA informou que deveria ser iniciado novo concurso, solicitando o envio de novo CPV bem
como dos desenhos, especificações técnicas e BoQ do projecto.
Não obstante, posteriormente, e por deliberação do Conselho de Administração do Fundo das
Infraestruturas, foi decidido negociar o contrato com a empresa que ficou em segundo lugar no
concurso, renegociar o preço e o local do projecto.
Em consequência, seria efectuada a adjudicação de novo contrato relativo à construção do Posto
Militar das F-FDTL em Oecusse, em 3 de Fevereiro de 2015, à empresa Ervel.
O novo contrato com a Ervel foi assinado no dia 8 de Fevereiro de 2015, por cancelamento do
contrato anterior, com o valor de 457.464,44 USD, ou seja, por menos 40.090,56 USD do que a
sua proposta financeira apresentada no concurso.
À semelhança do que aconteceu com os Pontos 2.3.2 e 2.3.3 deste Relatório, foram solicitados
à CNA esclarecimentos no âmbito do contraditório sobre este processo, nomeadamente,
sobre a entidade responsável pelo incumprimento do contrato celebrado com a Pecar
Construction.
Em resultado da ausência de resposta ao contraditório, não foram prestados pela CNA
esclarecimentos adicionais.
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2.3.5 CONTRATO CELEBRADO COM A CHARLES KENDALL & PARTNERS
2.3.5.1 Procedimento de aprovisionamento realizado
Relativamente ao procedimento de aprovisionamento realizado para a contratação de empresa
especializada para a prestação de serviços de apoio aos procedimentos de aprovisionamento da
responsabilidade da CNA, foram apenas disponibilizados à Equipa de Auditoria os respectivos
Bidding Documents, onde se inclui o Invitation do Bid, e o comprovativo da publicação do
anúncio no sítio da internet do DG Market.
Apesar de solicitados insistentemente e ao longo de vários meses, não foram entregues pela
CNA à Equipa de Auditoria:
Os comprovativos da publicação do anúncios em jornais de distribuição nacional e
internacional;
O(s) relatório(s) do júri do procedimento de aprovisionamento. Foi apenas disponibilizada a
versão a versão electrónica não assinada;
As propostas dos concorrentes, com excepção da proposta da Charles Kendall.
Face à não disponibilização dos documentos indicados não foi possível, no âmbito desta
auditoria, proceder à análise da legalidade e regularidade do procedimento de
aprovisionamento que precedeu a celebração do contrato entre o Estado de Timor-Leste e
a Charles Kendall.
Apesar de solicitados no âmbito do contraditório, não foram enviados pela CNA quaisquer
documentos pela CNA.
2.3.5.2 Contrato Inicial
O Estado de Timor-Leste celebrou com a Charles Kendall, em 24 de Abril de 2012, um contrato
de prestação de serviços, com efeitos retroactivos reportados a 19 de Março de 2012, com a
duração de um ano, pelo valor inicial de 2.949.000 USD.
O seu objecto consiste na prestação de serviços jurídicos no âmbito dos procedimentos de
aprovisionamento relativos aos projectos incluídos no Fundo das Infraestruturas, cuja
responsabilidade cabia à CNA.
Na prática, esta sociedade realizou a quase totalidade das tarefas inerentes aos procedimentos
de aprovisionamento da CNA, cabendo aos membros da Comissão, enquanto membros do Júri
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dos concursos proceder à tomada de decisões, tendo por base os relatórios e outros
documentos elaborados pela Charles Kendall.
O valor contratual respeita ao pagamento de Especialistas Internacionais de Aprovisionamento e
de pessoal (nacional) de apoio, bem como, ao pagamento de despesas reembolsáveis relativas
ao custo da aquisição de materiais de escritório, consumíveis, outros gastos de funcionamento e
despesas inerentes à manutenção do escritório da Charles Kendall, em Timor-Leste, em
instalações do Estado de Timor-Leste.
2.3.5.3 Contratos Adicionais
O Adicional n.º 1 a este contrato foi celebrado no dia 6 de Março de 2013, entrando em vigor no
dia 19 do mesmo mês, e prolongou o contrato inicial por um ano, pelo valor de 2.276.000 USD.
O segundo Adicional foi celebrado em 10 de Junho de 2013 para inclusão de uma cláusula de
prestação da garantia de execução do contrato, de acordo com o art. 33.º do RJCP, e na
sequência da Recomendação da Câmara de Contas no âmbito da Fiscalização Prévia deste
contrato – cf. Ponto 2.7 deste Relatório de Auditoria.
Já o terceiro adicional, celebrado em 22 de Novembro de 2013, previu a redução do valor do
contrato de 2.276.000 USD para 2.162.250 USD e alterou o valor a pagar a título de
remunerações e de várias rubricas relativas às despesas reembolsáveis do contrato.
Tabela 2 – DECOMPOSIÇÃO DO VALOR CONTRATUAL – CHARLES KENDALL – INICIAL E ADICIONAIS
USD
Desagregação dos Custos
Contrato Inicial Adicional
n.º 1 Adicional
n.º 2 Adicional
n.º 3
19/03/2012 a 18/03/2013
19/03/2013 a 18/04/2014
1. Remunerações 2,399,000 2,185,000 2,185,000 1,935,150
Director do Projecto 336,000 319,200 319,200 266,000
Adjunto do Director do Projecto 336,000
Especialista Sénior em Aprovisionamento 1 208,000 296,400 296,400 247,000
Especialista Sénior em Aprovisionamento 2 208,000 296,400 296,400 271,700
Especialista Sénior em Aprovisionamento 3 312,000 296,400 296,400 271,700
Especialista Sénior em Aprovisionamento 4 312,000 296,400 296,400 222,300
Especialista Sénior em Aprovisionamento 5
296,400 296,400 185,250
Especialista Sénior em Aprovisionamento 6
123,500
Especialista Técnico 1 114,000 144,400 144,400 108,300
Especialista Técnico 2 114,000
Especialista Técnico 3 114,000
Especialista Técnico 4 114,000
Pessoal Administrativo e de Apoio (Nacionais) 231,000 239,400 239,400 239,400
2. Office Set Up and Operational Costs 550,000 91,000 91,000 227,100
Total 2,949,000 2,276,000 2,276,000 2,162,250
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Conforme se observa, através do 3.º Adicional, foi reduzido o valor referente a remunerações em
249.850 USD e aumentado o valor para despesas reembolsáveis em 136.100 USD para
pagamento de obras de melhoramento do edifício da CNA.
2.3.5.4 Análise dos Preços Contratuais
O contrato e respectivos adicionais celebrados previu o pagamento das remunerações de
especialistas internacionais em aprovisionamento e de pessoal administrativo e de apoio, bem
como os respectivos preços unitários a título de “remunerações”:
Da análise destes preços, facilmente se constata, que os mesmos são exagerados e, por
esta razão, inflaccionados.
Tabela 3 – REMUNERAÇÕES MENSAIS - – CONTRATO CHARLES KENDALL VS CNA 2014
USD
Remunerações
Salários Mensais
Contrato Inicial
Adicional n.º 1
CNA 2014
1. Especialistas
Director do Projecto 28,000 26,600 18,889
Especialista Sénior em Aprovisionamento (*) 26,000 24,700 15,687
2. Pessoal Administrativo e de Apoio (Nacionais)
Funcionário Administrativo 5,500 5,225 500
Funcionário das Finanças 5,500 5,225 500
IT 5,500 5,225 500
Motorista 1 1,500 1,425 250
(*) O salário apresentado como pago pela CNA em 2014 a Especialistas Séniores em Aprovisionamento corresponde ao salário médio
Este inflacionamento fica demonstrado se compararmos os preços pagos à Charles & Kendall e
o que a CNA actualmente gasta com os mesmos funcionários que trabalhavam para aquela
sociedade ou com funcionários que desempenham as mesmas funções.
Não se coloca em causa que a empresa tenha que ter lucro com este tipo de contrato,
correspondente à diferença entre aquilo que cobra ao Estado de Timor-Leste e o que
efectivamente aos Especialistas Internacionais de Aprovisionamento e ao pessoal administrativo
e de apoio nacional.
O que não se pode aceitar é que este ganho seja exagerado como foi o caso.
Face a esta situação considera-se que a decisão de não prolongar o contrato celebrado para
além de Março de 2014 foi uma boa decisão, na medida em que, a partir desta altura a CNA
procedeu à contratação directa dos especialistas em aprovisionamento como assessores.
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Ora, esta contratação directa pela CNA permitiu a esta entidade contratar alguns dos
mesmos assessores que trabalhavam na CNA mas pagos no âmbito do contrato com a Charles
Kendall, mas por um preço consideravelmente mais baixo, o que permitiu uma poupança
bastante significativa.
Do mesmo modo, deixou de pagar valores desajustados face à realidade timorense, no que se
refere ao pessoal administrativo e de apoio nacional.
2.3.5.5 Execução Financeira do Contrato
A execução financeira do contrato celebrado consta da tabela seguinte:
Tabela 4 – EXECUÇÃO FINANCEIRA MENSAL DO CONTRATO COM A CHARLES KENDALL
USD
Ano
Factura
Mês Remunerações Despesas
Reembolsáveis Valor Total
2012
Março / Abril 128,211 91,190 219,401
Maio 133,323 22,323 155,646
Junho 135,129 3,796 138,925
Julho 129,000 33,341 162,341
Agosto 129,000 6,412 135,412
Setembro 96,200 2,643 98,843
Outubro 133,333 2,504 135,837
Novembro 133,333 817 134,150
Dezembro 123,533 2,088 125,621
Sub total 2012 1,141,063 165,114 1,306,176
2013
Janeiro 162,400 27,008 189,408
Fevereiro 178,400 2,797 181,197
Março 157,755 21,449 179,204
Abril 107,450 1,292 108,742
Maio 137,343 2,927 140,271
Junho 137,533 5,912 143,446
Julho 117,557 20,695 138,252
Agosto 122,967 3,175 126,141
Setembro 133,987 15,579 149,565
Outubro 112,390 2,512 114,902
Novembro 126,387 23,421 149,808
Sub total 2013 1,494,168 126,767 1,620,935
2014
Dezembro 128,033 7,518 135,552
Janeiro 148,617 27,536 176,153
Fevereiro 189,213 -13,795 175,419
Março 113,933 3,667 117,600
Sub total 2014 579,797 24,926 604,723
Total 3,215,028 316,806 3,531,834
Conforme se observa na tabela anterior o contrato com a Charles Kendall custou ao Estado de
Timor-Leste, entre Março de 2012 e Março de 2014, o total de 3.531.834 USD, dos quais
3.215.028 USD referentes a remunerações de especialistas em aprovisionamento internacionais
e pessoal administrativo e de apoio nacional.
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Os restantes 316.806 USD são relativos a despesas de funcionamento do escritório da Charles
Kendall em instalações do Governo, como sejam, as despesas com as viagens de e para Timor-
Leste dos especialistas internacionais e as despesas com a compra de equipamentos e
consumíveis de escritório. Estão ainda incluídos naquele valor, 88.850 USD são relativos à
compra dos seguintes três carros:
Ford Escape, matrícula 25-087 TL, 32.950 USD;
Ford Ranger, matrícula 25-737 TL, 27.950 USD;
Ford Ranger, matrícula 26-083 TL, 27.950 USD
De acordo com a cláusula 3.10 das Condições Gerais do Contrato, após o termo do contrato,
todos os bens e equipamentos adquiridos no âmbito do mesmo, passam a ser propriedade do
Estado de Timor-Leste.
No âmbito desta auditoria foram solicitados os documentos comprovativos do registo da
propriedade no nome do Estado de Timor-Leste dos três carros.
De acordo com a resposta da CNA, o Ford Ranger de matrícula 25-735 TL foi entregue ao
Gabinete do Primeiro-Ministro, desconhecendo-se se foi registado em nome do Estado.
Os dois restantes carros ficaram na posse da CNA, dos quais apenas um tinha, em Março de
2015, matrícula do Governo (Ford Escape, 05-065 G), apesar do contrato com a Charles Kendall
já ter terminado em Março de 2014, ou seja, um ano antes. O Ford Ranger na posse do Director
da CNA mantinha, naquela data, a matrícula privada (26-083 TL) apesar de se tratar de um carro
do Estado de Timor-Leste.
Isto apesar de ter sido entregue à Equipa de Auditoria o comprovativo do pedido feito pela CNA
em 8 de Abril de 2014, de registo da propriedade dos três carros no nome do Estado.
No âmbito do contraditório, foram solicitados esclarecimentos à CNA sobre a situação dos
veículos de matrícula 25-087 TL e 26-083 TL, e cópia dos respectivos registos de propriedade.
Uma vez que não foi enviada pela CNA qualquer resposta ao Contraditório não foi possível
concluir sobre a situação dos dois veículos.
2.3.5.6 Não Retenção da Percentagem Relativa à Garantia de Execução do Contrato
Na sequência do envio para Fiscalização Prévia da Câmara de Contas do Adicional 1 ao contrato
celebrado com a Charles Kendall, foi celebrado, em 10 de Junho de 2013, o Adicional 2 para
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inclusão de uma cláusula de prestação da garantia de execução do contrato, de acordo com o
art. 33.º do RJCP, com vista a dar cumprimento a uma recomendação da Câmara de Contas.
Esta garantia assumiu a forma de retenção da percentagem de 5% do valor correspondente aos
pagamentos líquidos mensais feitos à Charles Kendall.
Acontece porém, que, da análise da execução financeira deste contrato, no âmbito da auditoria,
se constatou que a CNA nunca procedeu à retenção dos 5% a título de garantia de
execução, entre a data da celebração do Adicional 2, Junho de 2013, e o termo do Contrato, em
Março de 2014.
Solicitados esclarecimentos para esta questão, foi afirmado pela CNA que:
“Efectivamente, admitimos que foi erro da nossa parte. Por lapso, e devido ao facto de habitualmente não se efectuar retenção ao nível dos serviços de consultoria (por não existir “defect liability period”), a mesma não foi processada aquando do pagamento. De qualquer forma, este tipo de situações não se voltarão a repetir e envidaremos todos os esforços para seguir todos os preceitos legais”.
Sobre os esclarecimentos apresentados importa salientar que, embora se reconheça a
possibilidade de ocorrência de erros, também é certo que a celebração do Adicional 2 visou de
forma expressa cumprir, pelo menos aparentemente, a recomendação da Câmara de Contas no
âmbito da Fiscalização Prévia do Adicional 1, quando se afirma no texto do próprio Adicional
que:
“On 10 May 2013, The Audit Chamber issued a ruling pursuant to which it was decided not to approve the Agreement unless the same was amended by the parties in order to include in its provisions one of the mandatory guarantee set forth in Article 33 of the Decree-Law 12/2005 of 21 November 2005, which requires that the party awarded the contract by the Government shall guarantee its contract performance and work quality, in the form of credit letter or bank or suitable financing institution or insurer guarantees, or can be accomplished by retentions on the periodic payments.”
Neste sentido, é difícil aceitar que após a celebração do Adicional 2, a CNA não tenha procedido
à retenção do valor a título de “garantia de execução”.
Acresce que, e relativamente aos esclarecimentos prestados, o argumento de que habitualmente
não é feita este tipo de retenção em contratos de consultoria não pode ser aceite, uma vez que,
a existência de “garantia de qualidade” é uma exigência legal, que aliás vem referida no
Adicional 2.
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Não pode, igualmente, de se deixar de colocar a hipótese da celebração do Adicional ter
apenas visado dar a ideia de cumprimento da recomendação, sem que, a mesma tenha
sido implementada de facto.
Recomendação à CNA:
10. Cumpra o Regime Jurídico do Aprovisionamento e o Regime Jurídico dos Contratos
Públicos no que se refere exigência de prestação de garantia de qualidade nos
contratos por si celebrados.
2.3.5.7 Quanto ao Cumprimento das Obrigações Contratuais
Fazia parte do contrato celebrado com a Charles Kendall a elaboração por esta entidade a
realização dos seguintes trabalhos:
a) Inception Report;
b) O estabelecimento e manutenção de uma base de dados de aprovisionamento do Fundo
das Infraestruturas;
c) Detailed gap assessment of NPC Procurement skills and proposal on procurement capacity
development;
d) Relatório Anual para o período relativo ao 1.º adicional celebrado (19 de Março de 2013 a
18 de Março de 2014);
e) Completion Report;
f) Procurement Capacity Assessment of National Procurement Commission - prevista no 1.º
adicional celebrado e que seria realizado pela Charles Kendall a título gratuito
No âmbito da auditoria foram solicitados estes documentos tendo sido informado pela CNA que,
em relação à al. b), o Inception Report, “(...) foi submetido à CNA em 23 de Maio de 2012, no
entanto não o conseguimos localizar”. Após insistência, foi afirmado que o mesmo não foi
localizado e admitida a hipótese de não existir.
Em relação às als. c) e f) a CNA informou que “(...) solicitou à Charles Kendall para realizar uma
avaliação para a capacitação em aprovisionamento (procurement capacity assessment) em Julho
/ Agosto de 2013. O relatório de Avaliação foi submetido à CNA em Agosto de 2013, no entanto
não o conseguimos localizar”. Mais tarde, a CNA afirmou que o trabalho referido em f) não foi
realizado pela empresa.
No que se refere às als. d) e e), os mesmos trabalhos não foram realizados pela Charles Kendall.
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Sobre esta matéria não pode deixar de se referir que os documentos em causa são de grande
importância pelo que deveria ter sido exigido pela CNA o cumprimento estrito do previsto no
Contrato. A título de exemplo, veja-se o facto de a “base de dados” não ter sido criada, sem que
tal tenha merecido por parte da CNA uma atitude mais enérgica perante o incumprimento
contratual em questão.
Não pode igualmente aceitar-se que, nas situações em que os mesmos foram elaborados, a
CNA afirme, simplesmente, que não os consegue localizar.
2.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS PELA CNA
Da análise dos procedimentos de aprovisionamento realizados pela CNA, onde não se incluiu os
referentes a contratos em que esta entidade apenas interveio na fase da celebração do contrato
(cf. Ponto 2.5), constatou-se que os mesmos são muito participados.
Tabela 5 – MÉDIA EMPRESAS PARTICIPANTES EM PROCEDIMENTOS DA CNA – 2012 E 2013
Tipo Contrato
N.º Empresas (em média)
Conferência Prévia
Propostas Apresentadas
Propostas Admitidas ao Concurso
Bens 33 9 8
Serviços e Consultorias 11 6 5
Obras 23 10 7
Quer isto dizer que, a forma como a CNA realizou, nos anos de 2012 e 2013, os procedimentos
de aprovisionamento do que foi responsável, assegurou, em geral, que os mesmos
decorressem com respeito pelo princípio da concorrência e da publicidade.
2.5 INTERVENÇÃO NOS CONTRATOS RELATIVOS A PROJECTOS DE EMERGÊNCIA DO GOVERNO
Apesar do DL que procedeu à criação da CNA atribuir a esta entidade a competência para a
realização dos procedimentos de aprovisionamento cujo valor estimado seja igual ou superior a
1.000.000 USD – cf. al. a) do art. 3.º do DL n.º 14/2011, de 30 de Março – existem muitas
situações em que a CNA apenas intervém da fase de preparação do contrato, sem
qualquer intervenção nos procedimentos de escolha das empresas a contratar.
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Estão nesta situação os chamados “projectos de emergência” do Governo de Timor-Leste, em
que o procedimento de aprovisionamento é o “ajuste directo”, ou seja, em que o Estado
escolhe a empresa sem realizar qualquer procedimento de consulta ou concurso e em qua
a CNA não tem intervenção na escolha da empresa com quem o contrato é celebrado,
apesar de esta ser a sua atribuição legal. Nos Mapas Anexos 6.2 e 6.4 constam os “projectos
de emergência” em que a CNA teve intervenção apenas na celebração do contrato, nos anos de
2013 e 2014, respectivamente.
No ano de 2012, a quase totalidade dos contratos em que a CNA teve intervenção foram
precedidos de procedimentos por concurso (nacional, internacional ou restrito).
Já em 2013, constatou-se que apesar da maioria dos 21 procedimentos de aprovisionamento
realizados, correspondentes ao valor total contratual de 184.204.786 USD, terem sido de
concurso, 7 daqueles contratos foram celebrados por ajuste directo, no valor total de
108.396.208 USD, o que corresponde a 58,8% do valor adjudicado.
Com efeito, 4 dos 6 contratos de maior valor celebrados através da CNA foram feitos por
ajuste directo. Os restantes 2 contratos têm por objecto a realização de obras através do
recurso a financiamento da ADB, ou seja, a realização de concurso público internacional nestes
processos resulta de uma imposição por parte da entidade financiadora.
Já no ano de 2014, se analisada a lista que constitui o Mapa Anexo 6.4, podemos concluir que
os procedimentos de “emergência” passaram, aparentemente, a ser a regra e não, como
prevê o RJA, a excepção.
Recomendação ao Governo:
4. Cumpra com o estabelecido no art. 2.º e al. a) do art. 3.º do DL n.º 14/2011, de 30 de
Março, ou seja, atribua, de facto, à CNA a responsabilidade pela realização de todos
os procedimentos de aprovisionamento cujo valor seja superior a 1.000.000 USD.
5. Cumpra com o estabelecido no Regime Juridico de Aprovisionamento no que se
refere à realização de concursos públicos para a celebração de contratos de valor
estimado superior a 100.000 USD, tal como se encontra previsto na al. a) do art. 37.º;
6. Abstenha-se de realizar Ajustes Directos em situações que não se enquadram no
previsto nos arts. 92.º e 94.º do Regime Jurídico do Aprovisionamento, devendo ter
presente que o Ajuste Directo é um procedimento excepcional e não um
procedimento regra.
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CÂMARA DE CONTAS
37
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2.6 APOIO PRESTADO A PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO REALIZADOS POR MINISTÉRIOS
Nos termos do previsto na al. b) do art. 3.º do DL n.º 14/2011, de 30 de Março, a CNA presta
apoio técnico e assessoria nos procedimentos de aprovisionamento até 1.000.000 USD que são
da responsabilidade dos vários ministérios e órgãos de soberania.
Conforme se pode ver nos Mapas Anexos 6.1 e 6.2, onde constam os procedimentos de
aprovisionamento concluídos nos anos de 2012 e 2013, a intervenção da CNA nos
procedimentos de aprovisionamento da responsabilidade dos ministérios foi relativamente
reduzida.
Com efeito, a CNA apenas intervém nos processos de aprovisionamento quando as outras
entidades públicas assim o solicitam.
Acontece porém, que a CNA adquiriu desde a sua criação em 2011 uma experiência muito
relevante relativamente à condução de procedimentos de aprovisionamento em Timor-
Leste, que deveria, ser partilhada de forma mais alargada com outros ministérios,
designadamente, dos seus documentos de concurso standard (Standard Bidding Documents).
Por outro lado, considera-se que a CNA deveria ter um papel mais activo na formação de
funcionários de outros ministérios na área do aprovisionamento público.
Recomendação ao Governo:
7. Desenvolva medidas no sentido da CNA prestar mais apoio aos vários ministérios
na condução de procedimentos de aprovisionamento, designadamente, na formação
de recursos humanos.
2.7 ACATAMENTO DAS RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE CONTAS
Uma das modalidades de controlo financeiro da Câmara de Contas é a Fiscalização Prévia que
incide, designadamente, sobre os contratos de qualquer natureza que tenham sido celebrados
pelas entidades sujeitas à jurisdição deste órgão e cujo valor excedesse no ano de 2013, o limite
previsto na lei, inicialmente fixado em 500.000 USD e posteriormente elevado para 5.000.000
USD, pela Lei n.º 3/2013, de 7 de Agosto10
.
10
Cf. Declaração de Republicação n.º 4/2013, de 11 de Setembro.
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38
RELATÓRIO DE AUDITORIA DE CONFORMIDADE À COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO (CNA) – ANO DE 2012 E 2013
A Câmara de Contas deu início à sua actividade de Fiscalização Prévia com a publicação e
entrada em vigor das “Instruções Sobre o Processo de Fiscalização Prévia”, em 23 de Janeiro de
2013.
Ao longo deste ano, foram enviados para Fiscalização Prévia, pela CNA, 14 contratos no valor
total de 164.258.697 USD.
Destes contratos, 13, no valor total de 122.793.717 USD, foram Visados com recomendações, e
um contrato, no valor de 41.464.976 USD, foi devolvido por não se encontrar sujeito a
Fiscalização Prévia.
Em 8 dos 13 contratos com recomendações, foram feitas 16 recomendações dirigidas à CNA.
Estas recomendações constam do Mapa Anexo 6.3 a este Relatório, e prendem-se
fundamentalmente com:
Não cumprimento das regras legais de publicidade dos Avisos de Abertura dos concursos
(5 contratos);
Não envio do contrato para Fiscalização Prévia dentro do prazo legal (3 contratos);
Desrespeito pelas regras legais de avaliação das propostas financeiras dos dois candidatos
melhor classificados na avaliação da proposta técnica (2 contratos);
Não prestação da garantia do concurso nos termos legais (2 contratos).
De acordo os esclarecimentos prestados pela CNA e em resultado das verificações efectuadas
no âmbito desta auditoria foi possível constatar o cumprimento, em geral, pela CNA das
recomendações feitas pela Câmara de Contas, no que se refere, nomeadamente, ao: i)
cumprimento do prazo para envio dos contratos; ii) publicação dos anúncios dos concursos numa
das línguas oficiais; iii) exigência de garantias de concurso aos concorrentes nos termos legais; e
iv) a abertura das propostas financeiras referentes apenas aos dois primeiros classificados na
avaliação técnica.
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3. PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES E CONCLUSÕES DA AUDITORIA
PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES
2.1
2.1.1
COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO
ENQUADRAMENTO LEGAL
A CNA, criada em 2011, é um serviço da administração directa do Estado actualmente na
dependência do Ministro do Planeamento e do Investimento Estratégico, que tem por
missão realizar processos de aprovisionamento cujo valor seja igual ou superior a
1.000.000 USD, bem como acompanhar e assistir tecnicamente os restantes
procedimentos realizados por todas as entidades públicas.
Nos procedimentos de aprovisionamento por si realizados, é responsável pela publicação
dos anúncios, pela avaliação das propostas das diferentes empresas e pela recomendação
da empresa com a qual deverá ser assinado contrato.
Na realização dos procedimentos de aprovisionamento a CNA está sujeita às regras
estabelecidas no Regime Jurídico do Aprovisionamento (RJA) e no Regime Jurídico dos
Contratos Públicos (RJCP).
2.1.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Nos anos de 2012 e 2013, a Comissão era constituída por assessores nacionais e
internacionais, tendo funcionado sem uma estrutura organizacional formalmente definida e
estado muito dependente da empresa Charles Kendall para a realização dos procedimentos
de aprovisionamento sob a sua responsabilidade.
Relativamente à nomeação do seu Director da CNA, o mesmo apenas veio a acontecer em
Janeiro de 2013, por despacho do Primeiro-Ministro.
À data da elaboração deste Relatório de Auditoria a CNA não se encontrava a funcionar de
acordo com o DL n.º 14/2011, que procedeu à sua criação, no que se refere à aprovação
do seu quadro de pessoal.
2.1.3 RECURSOS HUMANOS
Os recursos humanos contratados directamente pela CNA quase que triplicaram entre os
anos de 2012 e 2014. Este crescimento deveu-se ao facto de nos anos de 2012 e 2013
uma parte considerável dos recursos humanos a trabalhar na CNA estarem no âmbito do
contrato de prestação de serviços celebrado com a Charles Kendall.
Com o fim do contrato em Março de 2014, a CNA procedeu à contratação directa de
assessores especialistas em aprovisionamento (internacionais) e de técnicos de
aprovisionamento nacionais com vista à realização das suas actividades.
A generalidade dos trabalhadores da CNA não é recrutada através de concurso público, ao
contrário do que acontece com os funcionários públicos, apesar de se tratar de um serviço
integrado na administração directa do Estado.
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PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES
2.1.4 INSTRUMENTOS DE GESTÃO PREVISIONAL E DE DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
A CNA desenvolveu, durante o ano de 2014, um conjunto de estudos e documentos com
vista ao seu desenvolvimento organizacional que deve ser destacado como um aspecto
muito positivo, como seja:
Employee Performance Monitoring and Evaluation System (EPMES), September
2014;
Continuing Professional Development Program for CNA Procurement Staff –
LOGBOOK, Record of Training, Coaching and Mentoring Activities, October 2014;
Business Plan 2015 – 2030, October 2014;
Code of Ethics e Explanatory Notes, November 2014;
General Procurement Procedures Manual – Draft Report, December 2014;
As matérias cobertas por estes documentos são fundamentais para a melhoria do
desempenho global da instituição.
A CNA não elabora o seu Plano Anual de Aprovisionamento por não ter a informação
necessária para tal.
Apesar do DL n.º 14/2011 estabelecer um dever de colaboração entre os Ministérios e
outros órgãos do Estado e a CNA, para garantir a necessária articulação entre as suas
actividades e promover uma actuação unitária e integrada da política do Governo na
realização dos procedimentos de aprovisionamento, esta colaboração precisa de melhoria,
na medida em que no início de cada ano a CNA não tem qualquer informação sobre o
calendário dos procedimentos que terá que realizar.
2.2 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLO INTERNO
O SCI da CNA é Razoável, se considerarmos que teve desde o início da sua actividade a
responsabilidade pela realização de quase todos os procedimentos de aprovisionamento
relacionados com o Fundo das Infraestruturas, ainda que sem a estrutura mais adequada
às suas necessidades.
2.3
2.3.1
VERIFICAÇÃO DOCUMENTAL DOS PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO
QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS REGRAS DO APROVISIONAMENTO E DOS CONTRATOS PÚBLICOS
Da análise dos procedimentos de aprovisionamento realizados pela CNA nos anos de 2012
e 2013, constatou-se que os mesmos foram, em geral, legais e regulares.
Não obstante, detectaram-se algumas situações que merecem ser referidas e que constam
nos pontos seguintes (por fase do procedimento de aprovisionamento).
TRIBUNAL DE RECURSO
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41
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PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES
2.3.1.1 Antes do Procedimento / Concurso
Escolha do procedimento
A escolha do procedimento é feita em função do valor estimado para a despesa a realizar.
Nos processos de valor estimado igual ou superior a 1.000.000 USD, esta responsabilidade
é da CNA. Nos procedimentos de valor inferior a 1.000.000 USD a competência pertence
ao Ministério respectivo.
No entanto, existem muitas situações em que, por decisão do Governo, são celebrados
contratos por ajuste directo, sendo a CNA chamada a intervir nestes processos apenas
para proceder à formalização do contrato. Os exemplos mais conhecidos destas situações
são os designados “projectos de emergência” – cf. Ponto 2.5 deste Relatório de Auditoria.
A CNA não realiza a pré-qualificação obrigatória nos casos previstos no RJA (por exemplo,
em obras cujo valor é superior a 250.000 USD) com o fundamento que tal procedimento
restringe a concorrência e facilita a existência de situações de conluio entre concorrentes
com o objectivo de prejudicar o Estado.
Definição dos critérios de avaliação das propostas e de adjudicação
Os documentos de concurso / bidding documents preparados pela CNA são completos e
dão cumprimento ao estabelecido no RJA uma vez que incluem, designadamente: os
procedimentos de abertura das propostas; os critérios (ex: competência técnica e
capacidade financeira) e subcritérios de avaliação das propostas técnicas e respectivos
pesos relativos – weigth; o sistema de classificação dos critérios e subcritérios de avaliação
das propostas técnicas - score system; o ratio de ponderação da valia técnica e do factor
preço, para a determinação nota e classificação final das propostas – melhor relação
qualidade / preço (ex: 40/60); e os critérios de adjudicação.
Em resultado, a CNA vai ao encontro do previsto na lei, onde se estabelece que o objectivo
principal nos procedimentos por concurso é a selecção de bens, serviços e obras com a
melhor relação qualidade/preço.
2.3.1.2 Procedimento / Concurso
Convite para apresentação de propostas / anúncio
Os anúncios dos concursos públicos internacionais dos procedimentos realizados nos anos
de 2012 e 2013 não foram publicados em jornais de circulação internacional.
Em alternativa a CNA procedeu à publicação dos anúncios nos sítios da internet do
Ministério das Finanças (MF) e do DG Market.
Os anúncios de concursos públicos nacionais e internacionais publicados em jornais de
circulação nacional não foram escritos em português ou tétum, mas sim em língua inglesa,
e não incluem os factores de avaliação das propostas nem a sua quantificação conforme
exige a lei.
Actualmente, a publicação de anúncios nos jornais de circulação nacional é feita nas duas
línguas oficiais.
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PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES
Avaliação das propostas
A escolha das empresas vencedoras dos procedimentos de aprovisionamento por parte do
Júri do Concurso, neste caso os elementos da CNA, obedece a critérios de objectividade e
está, na generalidade dos casos, fundamentada.
Adjudicação
Os anúncios com a intenção de adjudicação elaborados pela CNA não incluem nenhuma
informação sobre as “razões da escolha” da proposta vencedora do procedimento, o que
vai contra o previsto na lei.
2.3.1.3 Depois da adjudicação
Gestão do Contrato
No âmbito dos procedimentos de aprovisionamento por si realizados, deve ser dada pela
CNA uma especial atenção aos seguintes aspectos, relacionados com a gestão dos
contratos, o que não acontece actualmente:
1) O contributo para a indústria e desenvolvimento locais, factor que é considerado na
avaliação do mérito das propostas nos termos do RJA, como sejam, designadamente,
a criação de postos de trabalho para timorenses, a transferência de capacidade e
tecnologia e a proporção de bens e serviços adquiridos localmente
A análise da CNA sobre esta matéria não se pode limitar à fase do concurso, pelo que
deve acompanhar a execução do contrato e avaliar se a empresas estão a cumprir
com aquilo que constava das suas propostas o que não acontece actualmente.
2) Subcontratação dos trabalhos incluídos no contrato celebrado com o Estado de Timor-
Leste, por parte da empresas vencedoras dos concursos.
Um dos aspectos essenciais no processo de selecção das empresas tem que ver com
a sua capacidade técnica para a realização dos trabalhos postos a concurso, pelo
que, a CNA não pode deixar de acompanhar e avaliar, em conjunto com a ADN e com
os Ministérios responsáveis pelos projectos, se as empresas cumprem com as suas
propostas em relação à subcontratação de outras empresas para a execução dos
trabalhos.
O risco das empresas ganharem concursos e subcontratarem a execução dos
trabalhos a empresas sem capacidade técnica é grande e as consequências podem
ser graves no que se refere, designadamente, à qualidade dos trabalhos executados.
Desta forma, a CNA terá informação que lhe permitirá, no futuro, melhor avaliar as
propostas recebidas no âmbito dos concursos por si realizados.
3) A necessidade da CNA proceder à recolha de informação sobre as empresas que não
cumprem com os contratos celebrados, no que se refere, por exemplo, aos prazos de
execução ou à qualidade dos trabalhos.
Assim, a CNA terá mais informação sobre as empresas que, no futuro, poderão
proceder à apresentação de propostas em concursos por si realizados. Desta forma,
evitar-se-ão adjudicações de contratos a empresas com histórico de incumprimento
contratual e de fraca capacidade técnica.
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RELATÓRIO DE AUDITORIA DE CONFORMIDADE À COMISSÃO NACIONAL DE APROVISIONAMENTO (CNA) – ANO DE 2012 E 2013
PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES
2.3.2 a
2.3.4
FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL “HIGH SPEED” PARA A EDTL, CONSTRUÇÃO DA ESQUADRA DA
PNTL EM LOSPALOS E CONSTRUÇÃO DO POSTO MILITAR DAS F-FDTL EM OECUSSE
A CNA não enviou qualquer resposta no âmbito do contraditório pelo que não foi possível
aferir a legalidade e regularidade destes procedimentos de aprovisionamento, uma vez que
os documentos entregues durante a auditoria eram insuficientes.
2.3.5
2.3.5.1
CONTRATO CELEBRADO COM A CHARLES KENDALL & PARTNERS
Procedimento de Aprovisionamento Realizado
Uma vez que não foram entregues pela CNA todos os documentos solicitados relativos ao
procedimento de aprovisionamento realizado e que precedeu a celebração do contrato
entre o Estado de Timor-Leste e a Charles Kendall, não foi possível, no âmbito desta
auditoria, proceder à análise da sua legalidade e regularidade.
2.3.5.2
e 2.5.3.3
Contrato Inicial e Adicionais
O Estado de Timor-Leste celebrou com a Charles Kendall, em 24 de Abril de 2012, um contrato de prestação de serviços jurídicos no âmbito dos procedimentos de aprovisionamento relativos aos projectos incluídos no Fundo das Infraestruturas, cuja responsabilidade cabia à CNA, com a duração de um ano, pelo valor inicial de 2.949.000 USD.
Na prática, esta sociedade realizou a quase totalidade das tarefas inerentes aos procedimentos de aprovisionamento da CNA, cabendo aos membros da Comissão, enquanto membros do Júri dos concursos proceder à tomada de decisões, tendo por base os relatórios e outros documentos elaborados pela Charles Kendall.
O Adicional n.º 1 a este contrato foi celebrado no dia 6 de Março de 2013, entrando em vigor no dia 19 do mesmo mês, e prolongou o contrato inicial por um ano, pelo valor de 2.276.000 USD.
Com o terceiro Adicional, celebrado em 22 de Novembro de 2013, foi reduzido o valor do
contrato para 2.162.250 USD.
2.5.3.4 Análise dos Preços Contratuais
O contrato e respectivos adicionais celebrados previu o pagamento das remunerações de
especialistas internacionais em aprovisionamento e de pessoal administrativo e de apoio,
bem como os respectivos preços unitários a título de “remunerações”:
Os preços pagos pelo Estado de Timor-Leste eram exagerados e, por esta razão,
inflaccionados, pelo que se considera que a decisão de não prolongar o contrato celebrado
para além de Março de 2014 foi uma boa decisão, na medida em que, a partir desta altura a
CNA procedeu à contratação directa dos especialistas em aprovisionamento como
assessores.
Esta contratação directa pela CNA permitiu a esta entidade contratar alguns dos mesmos
assessores que trabalhavam na CNA mas pagos no âmbito do contrato com a Charles
Kendall, mas por um preço consideravelmente mais baixo, o que permitiu uma poupança
bastante significativa.
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PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES
2.5.3.5 Execução Financeira do Contrato
O contrato com a Charles Kendall custou ao Estado de Timor-Leste, entre Março de 2012 e
Março de 2014, o total de 3.531.834 USD, dos quais 3.215.028 USD referentes a
remunerações de especialistas em aprovisionamento internacionais e pessoal
administrativo e de apoio nacional. Os restantes 316.806 USD são relativos a despesas de
funcionamento do escritório da Charles Kendall em instalações do Governo, como sejam,
as despesas com as viagens de e para Timor-Leste dos especialistas internacionais e as
despesas com a compra de equipamentos e consumíveis de escritório.
Estão ainda incluídos naquele valor, 88.850 USD são relativos à compra de três carros.
De acordo com a cláusula 3.10 das Condições Gerais do Contrato, após o termo do
contrato, todos os bens e equipamentos adquiridos no âmbito do mesmo, passam a ser
propriedade do Estado de Timor-Leste.
À data da elaboração do Relatório de Auditoria, apenas foi entregue pela CNA o
comprovativo do registo de um dos carros no nome do Estado de Timor-Leste, pelo que se
desconhece qual a situação dos restantes dois veículos.
2.3.5.6 Não Retenção da Percentagem Relativa à Garantia de Execução do Contrato
Na sequência do envio para Fiscalização Prévia da Câmara de Contas do Adicional 1 ao
contrato celebrado com a Charles Kendall, foi celebrado, em 10 de Junho de 2013, o
Adicional 2 para inclusão de uma cláusula de prestação da garantia de execução do
contrato, de acordo com o art. 33.º do RJCP, com vista a dar cumprimento a uma
recomendação da Câmara de Contas.
Esta garantia assumiu a forma de retenção da percentagem de 5% do valor correspondente
aos pagamentos líquidos mensais feitos à Charles Kendall.
No entanto, a CNA nunca procedeu à retenção dos 5% a título de garantia de execução,
entre a data da celebração do Adicional 2, Junho de 2013, e o termo do Contrato, em
Março de 2014.
2.3.5.7 Quanto ao Cumprimento das Obrigações Contratuais
A Charles Kendall não procedeu à realização de todos os trabalhos incluídos no contrato,
como sejam:
O estabelecimento e manutenção de uma base de dados de aprovisionamento do
Fundo das Infraestruturas;
Uma Detailed gap assessment of NPC Procurement skills and proposal on
procurement capacity development;
O Relatório Anual para o período relativo ao 1.º adicional celebrado;
O Completion Report;
Uma Procurement Capacity Assessment of National Procurement Commission -
prevista no 1.º adicional celebrado e que seria realizado pela Charles Kendall a título
gratuito
Esta situação de incumprimento contratual não mereceu a devida atenção por parte da
CNA.
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PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES
2.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS PELA CNA
Os procedimentos de aprovisionamento realizados pela CNA (não considerando os
referentes a contratos em que esta entidade apenas interveio na fase da celebração do
contrato - cf. Ponto 2.5), são muito participados por empresas interessadas em concorrer,
tendo a entidade assegurado uma adequada concorrência e publicidade.
2.5 INTERVENÇÃO NOS CONTRATOS RELATIVOS A “PROJECTOS DE EMERGÊNCIA” DO GOVERNO
Apesar da lei atribuir à CNA a competência para a realização dos procedimentos de
aprovisionamento cujo valor estimado seja igual ou superior a 1.000.000 USD existem
muitas situações em que a CNA apenas intervém da fase de preparação do contrato, sem
qualquer intervenção nos procedimentos de escolha das empresas a contratar.
Estão nesta situação os chamados “projectos de emergência” do Governo de Timor-Leste,
em que o procedimento de aprovisionamento é o “ajuste directo”, ou seja, em que o Estado
escolhe a empresa sem realizar qualquer procedimento de consulta ou concurso e em que
a CNA não tem intervenção na escolha da empresa com quem o contrato é celebrado,
apesar de esta ser a sua atribuição legal.
Nos Mapas Anexos 6.2 e 6.4 constam os “projectos de emergência” em que a CNA teve
intervenção apenas na celebração do contrato nos anos de 2013 e 2014, respectivamente.
Em 2012, a quase totalidade dos contratos em que a CNA teve intervenção foram
precedidos de procedimentos por concurso (nacional, internacional ou restrito).
Já em 2013, constatou-se que apesar da maioria dos 21 procedimentos de
aprovisionamento realizados, correspondentes ao valor total contratual de 184.204.786
USD, terem sido de concurso, 7 daqueles contratos foram celebrados por ajuste directo, no
valor total de 108.396.208 USD, o que corresponde a 58,8% do valor adjudicado.
Com efeito, 4 dos 6 contratos de maior valor celebrados através da CNA foram feitos por
ajuste directo. Os restantes 2 contratos têm por objecto a realização de obras através do
recurso a financiamento da ADB, ou seja, a realização de concurso público internacional
nestes processos resulta de uma imposição por parte da entidade financiadora.
No ano de 2014, se analisada a lista que constitui o Mapa Anexo 6.4, podemos concluir
que os procedimentos de “emergência” passaram, aparentemente, a ser a regra e não,
como prevê o RJA, a excepção.
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PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES
2.6 APOIO PRESTADO A PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO REALIZADOS POR MINISTÉRIOS
De acordo com o DL n.º 14/2011, uma das atribuições da CNA consiste em prestar apoio
técnico e assessoria nos procedimentos de aprovisionamento até 1.000.000 USD que são
da responsabilidade dos vários ministérios e órgãos de soberania.
Nos anos de 2012 e 2013 a intervenção da CNA nos procedimentos de aprovisionamento
da responsabilidade dos ministérios foi relativamente reduzida.
A CNA apenas intervém nos processos de aprovisionamento quando as outras entidades
públicas assim o solicitam.
Considerando a experiência adquirida desde a sua criação em 2011 uma experiência muito
relevante relativamente à condução de procedimentos de aprovisionamento em Timor-
Leste, a CNA deveria prestar mais apoio nos procedimentos realizados pelos ministérios,
designadamente através da divulgação dos seus documentos de concurso standard
(Standard Bidding Documents), bem como, ter um papel mais activo na formação de
funcionários de outros ministérios na área do aprovisionamento público.
2.7 ACATAMENTO DAS RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE CONTAS
A Câmara de Contas deu início à sua actividade de Fiscalização Prévia em Janeiro de
2013.
Ao longo deste ano, foram enviados para Fiscalização Prévia, pela CNA, 14 contratos no
valor total de 164.258.697 USD.
Destes contratos, 13, no valor total de 122.793.717 USD, foram Visados com
recomendações, e um contrato, no valor de 41.464.976 USD, foi devolvido por não se
encontrar sujeito a Fiscalização Prévia,.
Em 8 dos 13 contratos com recomendações, foram feitas 16 recomendações dirigidas à
CNA.
De acordo os esclarecimentos prestados pela CNA e em resultado das verificações
efectuadas no âmbito desta auditoria foi possível constatar o cumprimento, em geral, pela
CNA das recomendações feitas pela Câmara de Contas, no que se refere, nomeadamente,
ao: i) cumprimento do prazo para envio dos contratos; ii) publicação dos anúncios dos
concursos numa das línguas oficiais; iii) exigência de garantias de concurso aos
concorrentes nos termos legais; e iv) a abertura das propostas financeiras referentes
apenas aos dois primeiros classificados na avaliação técnica.
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4. RECOMENDAÇÕES
Atentas as principais conclusões e observações formuladas no presente Relatório, recomenda-
se a adopção das seguintes medidas:
Ao Governo:
1. Desenvolva as medidas necessárias à melhoria da colaboração entre os vários ministérios
e a CNA, por forma a aumentar a informação sobre os procedimentos de aprovisionamento
que terão que ser realizados em cada ano pela CNA.
2. Proceda à disseminação dos documentos de concurso standard (“standard bidding
documents”) utilizados pela CNA pelos vários ministérios para que estes os utilizem na
realização dos procedimentos de aprovisionamento da sua responsabilidade (até 1.000.000
USD).
3. Desenvolva medidas no sentido da CNA prestar mais apoio aos vários ministérios na
condução de procedimentos de aprovisionamento através, designadamente, da formação
de recursos humanos.
4. Cumpra com o estabelecido no art. 2.º e al. a) do art. 3.º do DL n.º 14/2011, de 30 de
Março, ou seja, atribua, de facto, à CNA a responsabilidade pela realização de todos os
procedimentos de aprovisionamento cujo valor seja superior a 1.000.000 USD.
5. Cumpra com o estabelecido no Regime Juridico de Aprovisionamento no que se refere à
realização de concursos públicos para a celebração de contratos de valor estimado
superior a 100.000 USD, tal como se encontra previsto na al. a) do art. 37.º;
6. Recorra ao Ajuste Directo apenas nas situações previstas nos arts. 92.º e 94.º do Regime
Jurídico do Aprovisionamento, devendo ter presente que o Ajuste Directo é um
procedimento excepcional e não um procedimento regra.
À Comissão Nacional de Aprovisionamento
1. Elabore a proposta de mapa de vagas e de pessoal onde sejam identificadas as
necessidades de pessoal indispensáveis ao funcionamento da CNA, para posterior envio
ao Governo nos termos legais;
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2. Aprove a estrutura orgânica da CNA onde estejam definidas as funções e
responsabilidades de cada unidade orgânica;
3. Proceda ao recrutamento dos seus funcionários (ainda que contratados) através da
realização de concursos públicos;
4. Proceda à elaboração de Plano Anual de Aprovisionamento;
5. Corrija os pontos fracos do Sistema do Controlo Interno identificados na auditoria;
6. Cumpra com o que se encontra legalmente previsto para os anúncios com a intenção de
adjudicação, no que se refere à indicação das “razões da escola” da proposta vencedora
do procedimentos, tal como se encontra previsto no n.º 1 do art. 89.º do RJA;
7. Proceda ao acompanhamento e à recolha informação sobre as empresas que não
cumprem com os contratos celebrados com o Estado e/ou que tenham um histórico de
realização de obras com fraca qualidade;
8. Cumpra o Regime Jurídico do Aprovisionamento no que se refere às reclamações e
recursos apresentados por concorrentes afectados no decurso dos procedimentos de
aprovisionamento, designadamente no que respeita à resposta formal e por escrito às
reclamações recebidas;
9. Notifique de forma atempada os concorrentes não admitidos aos procedimentos de
aprovisionamento, bem como dos resultados da avaliação das propostas técnicas e
financeiras;
10. Cumpra o Regime Jurídico do Aprovisionamento e o Regime Jurídico dos Contratos
Públicos no que se refere exigência de prestação de garantia de qualidade nos contratos
por si celebrados.
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5. DECISÃO
Pelo exposto, os Juízes do Tribunal de Recurso decidem, em Colectivo, o seguinte:
1) Aprovar o presente relatório nos termos da al. h) do n.º 1 do art.º 60.º da Lei n.º 9/2011,
17 de Agosto, com as recomendações dele constantes;
2) Remeter cópia do relatório ao Presidente do Parlamento Nacional, ao Primeiro Ministro e
ao Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico;
3) Notificar membros da CNA, Aniceto do Rosário, Hermingardo Soares e Rolito Rillo, com o
envio de cópia do mesmo;
4) Enviar o relatório ao Procurador-Geral da República, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do art.
23.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto;
5) No prazo de 6 meses, o Governo, na pessoa do Ministro do Planeamento e
Desenvolvimento Estratégico, e a Comissão Nacional de Aprovisionamento (CNA)
deverão informar a Câmara de Contas do Tribunal de Recurso sobre o seguimento dado
às recomendações feitas neste relatório;
6) Após as notificações e comunicações necessárias, publicar o Relatório no sítio da internet
dos Tribunais.
Tribunal de Recurso, 29 de Setembro de 2015.
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6. MAPAS ANEXOS
6.1 PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO CONCLUÍDOS EM 2012
USD
N.º Obrjecto Tipo
Contrato Dono Projecto Adjudicatário
Valor Contrat
Procedimento Aprovisionamento
1 Construction Supervision of the New Ministry of Finance Building
Serviços de Consultoria
MF Oriental Consultants in JV with Asuza S
1,643,644 Conc. Restrito
2
Preparation of Designs, and Construction Supervision for RNUP (ADB Loan)
Serviços de Consultoria
MOP Katahira and Engineers International
5,494,248 Conc. Público Internacional
3
National Road No. 1 Upgrading Project - Engineering Consultancy Services (JICA Loan)
Serviços de Consultoria
MOP
Nippon Koei in JV with Philkoei International and PT Indokoei International
6,914,117 Conc. Público Internacional
4 PNTL Squadra at Lospalos, Lautem District
Obras MDS Lero Company Lda 132,000 Conc. Público
Nacional
5 PNTL Squadra at Bazartete, Liquica Ermera
Obras MDS Café Hun UnipLda 129,891 Conc. Público
Nacional
6 PNTL Squadra at Letefoho, Ermera District
Obras MDS Misando Construction UnipLda
102,043 Conc. Público
Nacional
7 PNTL Squadra at Baucau Villa, Baucau District
Obras MDS East Timor Crocodile
132,000 Conc. Público
Nacional
8 Bairos da Policia do Distrital Liquica
Obras MDS Holuli Unip Lda 997,544 Conc. Público
Nacional
9 Bairos da Policia do Distrital Aileu
Obras MDS Fanticia Unip Lda 935,077 Conc. Público
Nacional
10 Bairos da Policia do Distrital Ermera
Obras MDS Matata Unip. Lda 983,453 Conc. Público
Nacional
11 Bairos da Policia do Distrital Manufahi
Obras MDS Tom's Building Lda 943,483 Conc. Público
Nacional
12 Bairos da Policia do Distrital Oecusse
Obras MDS Lifau Indah Unip Lda
953,054 Conc. Público
Nacional
13 Quartel da PNTL do Distrito de Oecusse
Obras MDS Grand Enclave Unip. Lda
148,752 Conc. Público
Nacional
14 Quartel da PNTL do Distrito de Lautem
Obras MDS Wingstone Construction Lda
180,000 Conc. Público
Nacional
15 Quartel da PNTL do Distrito de Baucau
Obras MDS Wingstone Construction Lda
180,000 Conc. Público
Nacional
16 Quartel da PNTL do Distrito de Ainaro
Obras MDS Misando Construction Unip. Lda
152,395 Conc. Público
Nacional
17 Nova Construcão de Escola Polo de Manufahi
Obras ME Faneki Unip. Lda 664,243 Conc. Público
Nacional
18 Nova Construcão de Escola Polo de Baucau
Obras ME Sanira Unip Lda 677,204 Conc. Público
Nacional
19 Nova Construcão de Escola Polo de Bobonaro
Obras ME Holgapa Lda 651,906 Conc. Público
Nacional
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USD
N.º Obrjecto Tipo
Contrato Dono Projecto Adjudicatário
Valor Contrat
Procedimento Aprovisionamento
20 Nova Construcão de Escola Polo de Ermera
Obras ME Dino Construction Unip Lda
832,022 Conc. Público
Nacional
21 Nova Construcão de Escola Polo de Manatuto
Obras ME Samboio Unip Lda 870,892 Conc. Público
Nacional
22 Nova Construcão de Escola Polo de Oecusse
Obras ME Mar Vermelho Unip Lda
667,025 Conc. Público
Nacional
23 Supply of High Speed Diesel Fuel for EDTL
Fornecimento de Bens
MOP Esperanca Timor Oan.
50,431,000 Conc. Público Internacional
24 Supply of Six (6) Units Toyota Prado for the National Parliament
Fornecimento de Bens
PN Auto Timor Leste 389,010 Conc. Público Internacional
25 Supply of Sixty (60) Units Toyota Prado for the National Parliament
Fornecimento de Bens
PN Auto Timor Leste 3,780,000
Conc. Público Internacional
(Início) Ajuste Directo
26
Supply of Six Hundred (600) Units of Motorcycles for Ministry of Health
Fornecimento de Bens
MS UD. Palma MTC 1,117,500 Conc. Restrito
27
Rehabilitation of Office Building and Construction of New Boat Garage of the Maritime Police, Dili
Obras MDS Lelo Construction Unip Lda
118,536 Conc. Público
Nacional
28 Detailed Design of the New Office Building of the National Parliament
Serviços de Consultoria
PN
Finalisation of contract with Bernabad Arquitectura was deferred as per request of National Parliament
1,298,000 Processo não
fornecido à Equipa de Auditoria
Total 81,519,040
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6.2 PROCEDIMENTOS DE APROVISIONAMENTO CONCLUÍDOS EM 2013
USD
N.º Objecto Tipo
Contrato Dono
Projecto Adjudicatário
Valor Contrato
Procedimento Aprovisionamento
1 Construction of Oebaba Irrigation Project
Obras MAP KSC Construction Co., Ltd. (Korea)
6,503,269 Conc. Público Internacional
2 Construction of Raibere Irrigation Project
Obras MAP PT Brantas Abipraya (Indonesia)
2,163,478 Conc. Público Internacional
3 Construction of Cara-ulun Irrigation Project
Obras MAP Romante Pty Ltd (Timor-Leste)
2,163,948 Conc. Público Internacional
4 Construction Supervision Consultancy - Raibere and Oebaba Irrigation Projects
Serviços de Consultoria
MAP Cipta Wahana Nusantara Unipessoal, Lda
807,012 Conc. Público Internacional
5 Construction Supervision Consultancy - Cara-ulun Irrigation Project
Serviços de Consultoria
MAP PT SNC Lavalin (Canada/Indonesia)
219,967 Conc. Público Internacional
6 Detailed Design for 10 Irrigation Schemes and Preliminary Study for 15 Rivers
Serviços de Consultoria
MAP PT SNC Lavalin (Canada/Indonesia)
986,247 Conc. Público Internacional
7 Dili to Tibar to Liquica Road (29 km), Package R3 (RNUP - ADB Loan)
Obras MOP Constructora San Jose (Spain)
20,516,415 Conc. Público Internacional
8 Tibar to Gleno Road (32 km), Package R4 (RNUP - ADB Loan)
Obras MOP PT PP (Persero) Indonesia
29,292,168 Conc. Público Internacional
9 Posto Militar F-FDTL in Pante Makassar, Oecusse
Obras MDS Pecar Construction Unipessoal Lda
398,774 Conc. Público
Nacional
10 Construction of F-FDTL Headquarters
Obras MDS Young Jin Construction Inc (Korea)
2,476,554 Conc. Público Internacional
11 Supply of 50,000 Electric Meters for EDTL
Obras MOP
Zhejiang Joy Electronic Technology – Tampin Team Lda. Joint Venture
2,023,500 Conc. Público Internacional
12 Detailed Engineering Design of the New Office of the Ministry of Agriculture and Fisheries
Serviços de Consultoria
MAP PT Bita Enarcon 495,300 Conc. Público Internacional
13 Construction of Comoro Bridge Obras MOP CNT-WIKA JV 9,845,885 Ajuste Directo / "Emergência"
14 Adviser for Working Group on LIDAR Mapping and Spatial Planning
Serviços de Consultoria
MF Ketut Wikantika (Indonesia)
54,850 Conc. Público Internacional
15 Supply of Construction Materials for Emergency Work
a) Supply of nails, Tie Wires, and Portland Cement
Fornecimento de Bens
MSS Victoria Unipessoal, Lda
442,447 Ajuste Directo / "Emergência"
b) Supply of Corrugated G.I. Roofing Sheets, Roof Nails, and Reinforcing Steel Bars
Fornecimento de Bens
MSS Central Hardware 955,553 Ajuste Directo / "Emergência"
16 Catering Services for the F-FDTL Conc. Público
Internacional a) Componente Terestre Baucau
Prestação de Serviços
MDS TOLL TIMOR LESTE 1,521,192
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USD
N.º Objecto Tipo
Contrato Dono
Projecto Adjudicatário
Valor Contrato
Procedimento Aprovisionamento
b) Metinaro & Centro Formacao e Treino
Prestação de Serviços
MDS Cadoras Unipessoal Lda in JV with Lilia Unipessoal Lda
1,267,550
c) Componenete Naval Hera Prestação de
Serviços MDS
Cadoras Unipessoal Lda in JV with Lilia Unipessoal Lda
952,710
d) PoliciaMilitar (Dili) & Quartel General (Dili)
Prestação de Serviços
MDS Malmequer Elena Unipessoal, Lda
265,430
17 Supply of School Furniture
Conc. Público Internacional
a)
Supply of Single and Double Chairs to various Schools in Baucau, Lautem, Manatuto, and Viqueque Districts - Lote 2
Fornecimento de Bens
ME China Nuclear Industry Construction Co., Ltd
803,049
b)
Supply of Single and Double Chairs to Various Schools in Dili, Liquica, and Aileu Districts - Lote 3
Fornecimento de Bens
ME Zenith Construction Unipessoal, Lda
627,316
c)
Supply Single and Double Chairs to Various Schools in Ainaro, Covalima, &Manufahi Districts - Lote 4
Fornecimento de Bens
ME Zenith Construction Unipessoal, Lda
542,255
d)
Supply Single and Double Chairs to Various Schools in Bobonaro, Ermera, &Oecusse Districts - Lote 5
Fornecimento de Bens
ME Zenith Construction Unipessoal, Lda
643,015
e) Supply Plastic Table with Chairs to Various Schools in All Districts - Lote 6
Fornecimento de Bens
ME China Nuclear Industry Construction Co., Ltd
244,510
f) Supply of Drafting Tables - Lote 7
Fornecimento de Bens
ME Panca Sekawan Jaya Unipessoal, Lda
101,250
18 Rehabilitation of Aituto to Same Road
Obras MOP
Tinolina Unip. Lda in JV with King Construction Unip. Lda
23,676,115 Ajuste Directo / "Emergência"
19 Rehabilitation of Various Roads in Same
Obras MOP
Tinolina Unip. Lda in JV with King Construction Unip. Lda
16,250,633 Ajuste Directo / "Emergência"
20 Consultancy Services for the Interior Design of the Ministry of Finance Building
Serviços de Consultoria
MF HBO+EMTB Interiors Pte Ltd, Singapore
738,818 Conc. Público Internacional
21 Projecto de Cadastro Nacional Serviços de Consultoria
MJ Joint Venture Grupo Media Nacional e Arm Apprize
57,225,574 Ajuste Directo
Total 184,204,786
Ajuste Directo / Emergências (Valor) 108,396,208
Ajuste Directo / Emergências (%) 58.8
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6.3 RECOMENDAÇÕES DA CÂMARA DE CONTAS NO ÂMBITO DA FISCALIZAÇÃO PRÉVIA
Proc. Número Dono
Projecto Adjudicatário Objeto Valor Data Visto Situação Recomendações à CNA
002/VP/2013/CC MOP Nippon Koei Prest Serv Estrada
DILI - BAUCAU 5,835,991 08/05/2013 VCR
006/VP/2013/CC CNA Charles Kendall Prest Serv
Consultoria Técnica CNA
2,276,000 26/06/2013 VCR
No envio dos processos para efeitos de Fiscalização Prévia, para a Câmara de Contas, de futuro, seja respeitado o prazo de 20 (vinte) dias previsto pelo n.º 2 do art.º 62º da Orgânica da Câmara de Contas, aprovada pela Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto, e, bem assim, o prazo de reenvio dos processos devolvidos, previsto pelo n.º 3, do art.º 63º, do mesmo diploma legal.
008/VP/2013/CC MAP BRANTAS Obra Sistema
Irrigação RAIBERE 2,163,478 25/06/2013 VCR
A - Nos concursos públicos internacionais, os respetivos anúncios sejam publicados em pelo menos dois jornais de circulação internacional de reconhecido prestígio, em língua inglesa ou em outras línguas utilizadas no comércio internacional, assim como num jornal com circulação nacional, em português ou tétum, em conformidade com o disposto na alínea c), do nº. 2, do art.º 61º do DL 10/2005, de 21 de Novembro, que aprovou o Regime Jurídico do Aprovisionamento; B - Em futuros concursos sejam apenas abertas e avaliadas as propostas financeiras dos dois primeiros classificados, de acordo com o estipulado no n.º 8, do art.º 86º, do Regime Jurídico do Aprovisionamento, aprovado pelo DL n.º 10/2005, de 21 de Novembro.”
009/VP/2013/CC MAP KSC Obra Sistema
Irrigação OEBABA 6,503,269 25/06/2013 VCR
011/VP/2013/CC MAP Romante PTY
LTD Obra Sistema
Irrigação CARAULUN 2,163,948 01/07/2013 VCR
A - Dê cumprimento ao que se encontra legalmente previsto em matéria de publicidade dos avisos de concurso, designadamente, na alínea c), do nº. 2, do art.º 61º do Regime Jurídico do Aprovisionamento (RJA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 10/2005, de 21 de Novembro;
B - Seja respeitado o disposto na alínea b), do art.º 49º do RJA e realizada a fase de pré-qualificação, sempre que o valor estimado das obras exceda USD $250.000;
C – Sejam selecionadas e avaliadas apenas as propostas financeiras dos 2 primeiros candidatos, classificados em resultado da avaliação técnica, em conformidade com o disposto no n.º 8, do art.º 86º do RJA;
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Proc. Número Dono
Projecto Adjudicatário Objeto Valor Data Visto Situação Recomendações à CNA
D - Na avaliação das propostas em concurso, seja respeitado rigorosamente o disposto no RJA, designadamente, observando as regras para a exclusão de propostas e de candidatos, previstas, respetivamente, nos seus art.ºs 29º e 84º; e
E – Se abstenha de negociar com qualquer dos candidatos, nos procedimentos por concurso público, ou em quaisquer outros tipos de procedimentos de aprovisionamento em que não se encontre prevista a fase de negociação antes da adjudicação. Depois da adjudicação, apenas poderão ser introduzidas alguns ajustamentos de carácter acessório ou funcional, nos precisos termos do disposto no art.º 8º do RJA.
012/VP/2013/CC MOP San Jose SA -
Madrid Obra Estrada DILI-
TIBAR-LIQUIÇA 20,516,415 20/06/2013 VCR
013/VP/2013/CC MOP PT -PP Persero Obra Estrada TIBAR-
GLENO 29,292,168 20/06/2013 VCR
015/VP/2013/CC MAP CIPTA WAHANA Serv Consult Sist Irrigação Raibere
Oebaba 807,012 20/06/2013 VCR
A) Que, futuramente, os contratos sejam enviados à Câmara de Contas, no prazo de 20 (vinte) dias a contar da data da assinatura (cfr. art. 62º nº 2 da Lei Orgânica da Câmara de Contas, aprovada pela Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto) para efeitos de Visto;
B) Que, nos concursos públicos internacionais, os respetivos anúncios sejam publicados em pelo menos dois jornais de circulação internacional de reconhecido prestígio, em língua inglesa ou em outras línguas utilizadas no comércio internacional assim como num jornal com circulação nacional, em português ou tétum, de acordo com o disposto na alínea c), do nº. 2, do art.º 61º do DL 12/2005, de 21 de Novembro, que aprovou o Regime Jurídico do Aprovisionamento;
C) Que sejam exigidas aos concorrentes as garantias de concurso, em conformidade com o disposto no n.º 1, do art.
º 72
o, do Decreto-Lei 10/2005,
de 21 de Novembro, que aprovou o Regime Jurídico do Aprovisionamento.
030/VP/2013/CC MDS Young Jin Const
Inc Obra Quartel Centro
Instrução F-FDTL 2,476,555 11/07/2013 VCR
Que, nos concursos públicos internacionais, os respetivos anúncios sejam publicados em pelo menos dois jornais de circulação internacional de reconhecido prestígio, em língua inglesa ou em outras línguas utilizadas no comércio internacional assim como num jornal com circulação nacional, em português ou tétum, de acordo com o disposto na alínea c), do nº. 2, do art.º 61º do DL 12/2005, de 21 de Novembro, que aprovou o Regime Jurídico do Aprovisionamento.”
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Proc. Número Dono
Projecto Adjudicatário Objeto Valor Data Visto Situação Recomendações à CNA
032/VP/2013/CC MAP PT SNC LAVALIN
TPS Sistema de Irrigação
de 15 Ribeiras 986,247 31/07/2013 VCR
Que, nos concursos públicos internacionais, os respetivos anúncios sejam publicados em pelo menos dois jornais de circulação internacional de reconhecido prestígio, em língua inglesa ou em outras línguas utilizadas no comércio internacional assim como num jornal com circulação nacional, em português ou tétum, de acordo com o disposto na alínea c), do nº. 2, do art.º 61º do DL 12/2005, de 21 de Novembro, que aprovou o Regime Jurídico do Aprovisionamento.
Que sejam exigidas aos concorrentes as garantias de concurso, em conformidade com o disposto no n.º 1, do art.º 72º, do Decreto-Lei n.º 10/2005, de 21 de Novembro, que aprovou o Regime Jurídico do Aprovisionamento.”
034/VP/2013/CC GPM Karya Timor Leste Adicional Construção
de Casas Distritos 41,464,976 NSV
041/VP/2013/CC MOP CNT com PT.
WIKA Construção da Ponte
Comoro I 9,845,885 24/09/2013 VCR
1. Seja respeitado o prazo de remessa à Câmara de Contas, previsto no n.º 2, do art.º 62º, da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto – 20 dias após a assinatura do contrato.
2. A garantia de execução, quando exista, inclua a cláusula de irrevogabilidade, conforme determina o n.º 3, do art.º 35º, do Dec.-Lei n.º 12/2005, de 21 de Novembro.
052/VP/2013/CC MOP TINOLINA UNP
Ltd Construção Estrada
AITUTO SAME 23,676,115 10/12/2013 VCR
053/VP/2013/CC MOP TINOLINA UNP
Ltd Construção Estradas
SAME (Vila) 16,250,633 10/12/2013 VCR
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6.4 LISTA DE CONTRATOS RELATIVOS A “PROJECTOS DE EMERGÊNCIA” DO ANO DE 2014
N.º Contract Package Project Owner Name of Contractor Contract
Price (USD)
1 Supply and Installation of CCTV System for Hera and Betano Power Plants
MOP Companhia Loro sa'e e Seguranca Lda
4,722,782
2 Supply of Construction Materials to Ministry of Social Solidarity
MSS Victoria Unip Lda 589,273
3 Supply of Construction Materials to Ministry of Social Solidarity
MSS Victoria Unip Lda 668,497
4 Supply of Construction Materials to Ministry of Social Solidarity
MSS Central Hardware 622,073
5 Supply of Construction Materials to Ministry of Social Solidarity
MSS Central Hardware 766,844
6 Gabion Retaining Wall at Caraulun River, Manufahi District
MOP Consorcio Nacional Manufahi Lda
1,828,702
7 Gabion Retaining Wall at Ayasa River, Manufahi District
MOP Consorcio Nacional Manufahi Lda
3,668,712
8 Emergency Works at Kuha River MOP Sana Unipessoal Lda 1,788,688
9 Rehabilitation of Atauro Vila – Maumeta – Beloi Road (Sta. 0+000 to Sta. 12+372)
MOP Hidayat Unipessoal Lda 4,830,011
10 Construction of New Lauala Bridge, Gleno, Ermera District
MOP Seisura Unipessoal Lda 1,718,404
11 Emergency Flood Protection Works at Seical River (Sections 1,2,3,5,7,8)
MOP L.Three Unipessoal Lda 4,007,731
12 Dili Roads and Drainage Rehabilitation
13 Ponte Halilaran to Aituri Laran MOP Miracle, Lda 2,733,358
14 Leader - Elemloi MOP Hedge Construction, Unipessoal Lda
1,935,713
15 Junction Palacio Presidente-Junction Pantai Kelapa,-Mandarin, Farol
MOP Meteor Unipessoal Lda 4,319,154
16 Palacio Governo to Procurador da Republica
MOP Jonize Construction, Unipessoal Lda
3,749,042
17 Palacio Presidente-Bidau Santana MOP Montana Diak, Unipessoal Lda 4,088,451
18 Maufelo Bridge to Koramil Becora MOP Mejori, Lda 3,064,813
19 Koramil Becora to Terminal Becora MOP Nananiu, Unipessoal Lda 2,763,328
20 Junction Metiaut-Hera to Cristo Rei MOP Carya Timor Leste, Lda 3,858,598
21 Bidau-Culuhun-Maufelo Bridge MOP Tasi Naroman, Unipessoal Lda 2,889,099
22 Palacio Presidente-Bairo Pite - Tugu Kakaulidun-Pramuka
MOP Santana Diak, Unipessoal Lda 4,266,266
23 Cina Rate to Becora MOP Marabia, Lda 3,863,286
24 Cruzamento Bemori-Largo Lecidere MOP Rai Naroman Construction, Unipessoal Lda
2,757,409
25 Rotunda Mercado Lama-Ponte Kuluhun MOP Suai Indah Construcao, Lda 3,656,054
26 Bidau Bridge to Junction Metiaut-Hera MOP Arquiris, Unipessoal Lda 3,756,122
27 Bidau-ANZ-Palacio Governo MOP Aspalink, Lda 3,490,503
28 Becora Bridge to Hera Junction MOP Fitun Diak, Unipessoal Lda 4,388,058
29 Halilaran to Matadouro to Ponte Obrigado Barak
MOP Monte Veado Lda 4,425,936
30 Ponte Obrigado Barak to Cathedral MOP World Construction & Excavation Lda
1,608,571
31 Emergency Flood Protection of Comoro River – Beduki
MOP Hunter Construction Unipessoal Lda
1,647,283
32 New Construction of Taibessi Market (Phase I)
MCIE Guangsha Unipessoal Lda 2,703,594
33 Rehabilitation of Meat and Fish Market at Taibessi and Manleuana
MCIE Romante Pty Ltd 780,986
34 Access Road for Taibessi Market MOP Mendith Construction 942,740
35
Kanalizasaun be mos iha area Rotunda Mercado Lama, Audian, Ailelehun, Culuhun, Bidau Tahu Laran, Bairo Central to Bidau Lecidere
MOP Companhia Liberta Unipessoal Lda
381,823
36 Rehabilitation Cristo Rei Coumpound and Area Branca Beach
MT Lucky Strike Unip Lda 122,714
37 Jardim Dr. Arthur do Canto resend, Farol, MT Labilay Unip Lda 37,927
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N.º Contract Package Project Owner Name of Contractor Contract
Price (USD)
Dili
38 Garden Time Monument, Hand Monument & Colmera Garde
MT Rozi Construction Unip Lda 136,766
39 Rehabilitasaun do Centro Convencoes Dili
MT Haksolok Java Motor Unip Lda 272,895
40 Rehabilitation of Farol Tower Garden MT Double Star Unip Lda 56,348
41 Jardim 5 de Maio in Motael MT Morrison Unip Lda 191,215
42 Jardim Aeroportu / Sala Interior do VIP MT Maubere Spirit Unip Lda 249,219
43 Detailed Design for Rehabilitation of Dili Gardens (7 contract packages)
MT PZ’ Design Consultant Lda 60,884
44 New Design of Monument Lifau, Oecusse District
MT PZ’ Design Consultant Lda 63,639
45 Inur Sakato Power Plant, Oecusse EPC Contract
;OP Wartsila Finland 29,666,000
46
Training in Production & Construction using locally produced building materials for equitable resettlement of communities affected by the construction of the suai airport
MPRM CHL Industries with Romante Pty Ltd as sub-contractor
4,672,372
47 Consultancy Services for DED of New Campus of the National Defense Institute
MDS PT Perentjana Djaja (Indonesia) 722,392
48 Perfurasaun sistema be mos no instalasaun linha electricidade iha Lifau, Oecusse
MOP Companhia H2O 239,217
49 Projecto e Consultadoria e Design do Monumento de Lifau - Oecusse
MT Fundição de Arte Lage, Lda (Portugal)
2,760,999
50
Consultant Services for Construction Supervision of Road Rehabilitation in Oecusse (Lifau-Pante Makassar-Sakoto, Pante Makassar-Tono and Urban Roads
MOP DALAN (Engenharia estudos e Projectos Lda)
2,554,479
51 Consultant Services for Construction Supervision of Tono Bridge, Oecusse
MOP TECPROENG (Tecnica e Projectos de Engenharia)
918,815
52 Supply 7,500 units Urnas MSS Univen Unip Lda and Lezigi Unip Lda
1,200,000
53 Design and Construction of Jetty at Hera Power Plant
MSS G&S Lda 13,827,651
Total 151,035,441
7. FICHA TÉCNICA
Direcção da Equipa de Auditoria Luis Filipe Mota
Equipa de Auditoria
Hermenegildo G. Amaral
Marcelino Pereira
Rosa Castro
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