TURISMO RURAL II 26/11/2015. A VIABILIDADE DA REGIÃO PARA O TURISMO RURAL Para a estruturação do...

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TURISMO RURAL II

26/11/2015

A VIABILIDADE DA REGIÃO PARA O TURISMO RURAL Para a estruturação do segmento, é preciso que sejam inventariados os recursos naturais, artificiais materiais e imateriais, aqui denominados de recursos turísticos, capazes de despertar o interesse do turista e motivá-lo a deslocar-se até a região.

Deve-se estar atento às especificidades que marcam o “local” e que o tornam singular, identificando o que o diferencia de possíveis concorrentes e como os recursos turísticos podem ser lapidados e transformados em atrativos, constituindo-se em produtos e roteiros.

Nesse sentido, são indicados alguns aspectos a serem considerados na identificação desses recursos:

• No meio rural, os moradores é que realmente conhecem o lugar (nem sempre estão sistematizadas ou são de conhecimento público);

• Devem-se explorar os aspectos marcantes que os ciclos econômicos deixaram na paisagem;

• O empreendimento deve estar, preferencialmente, próximo dos núcleos emissores;

• O objetivo é trabalhar a atividade turística de modo integrado e participativo, sempre considerando as características produtivas de cada território;

• O Turismo Rural deve contribuir para o fortalecimento dos laços afetivos, reforçar a coesão social, a cooperação produtiva e a valorização dos elementos naturais e culturais.

Segundo Pires (2003), “a atratividade das paisagens rurais é devida ao legado da humanização da natureza por meio de atividades agropecuárias e outros aspectos da ocupação do espaço, impregnados pela herança cultural de seus protagonistas”.

Atrativos:

a) Serviços e equipamentos turísticos: serviços, edificações e instalações indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística e que existem em função desta. • Hospedagem;• Alimentação; • Guiamento, condução e recepção;• Transporte no local.

b) Atividades que podem ser desenvolvidas na região ou nas propriedades:

1. Atividades agropecuárias• Agricultura;• Criação de animais;• Atividades de transformação;

2. Atividades esportivas e de lazer• Equestres; • De pesca; • De aventura (Exs.: arvorismo, bóia-cross, rapel, tirolesa e

vários outros);• De esporte (Exs.: corridas a cavalo, prática de ciclismo,

caminhadas etc).

b) Atividades que podem ser desenvolvidas na região ou nas propriedades (cont.):

3. Atividades ecoturísticas: atividades de interação com a natureza, que incentivem o comportamento social e ambientalmente responsável. Exs.: trilhas, observação da fauna (pássaros, borboletas, jacarés, peixes) e da flora (espécies vegetais nativas, parques, etc.) estão entre as possibilidades.

4. Atividades pedagógicas: atividades de cunho educativo que auxiliam no processo ensino-aprendizagem, comumente promovidas por escolas e realizadas pelos respectivos grupos de estudantes. Exs.: aulas práticas interpretativas do ambiente, palestras informativas, vivências e experiências variadas nos ambientes visitados, incluindo participação em colheitas, ordenhas, trato de animais etc.

5. Atividades culturais: atividades destinadas a proporcionar a vivência dos aspectos culturais mais significativos da região – para fins de conhecimento, contemplação e entretenimento, principalmente. Podem ser relacionadas aos seguintes atrativos:

• Manifestações populares;• Artesanato;• Arquitetura típica ou histórica;• Museus/casas de cultura;• Gastronomia.

6. Atividades recreativas – compreendem jogos e brincadeiras, com a função de diversão e entretenimento, além de equipamentos destinados a essa finalidade. Exs.: jogos de tabuleiro, rodas cantadas, bingos; e de equipamentos como piscinas, quadras esportivas etc.

AGREGANDO ATRATIVIDADE

A agregação de atratividade requer do gestor um bom conhecimento sobre o estabelecimento e a região de modo a identificar vantagens competitivas.

Partindo-se das características do segmento e da análise do perfil do consumidor, é possível indicar estratégias para aumentar o tempo de permanência dos turistas e, conseqüentemente, minimizar os efeitos da sazonalidade obtendo melhores rendimentos.

Agregação de valor à produção agropecuária

a) Beneficiamento e processamento mínimo de matérias-prima de origem animal ou vegetal;

b) Apresentação dos produtos;c) Produção de alimentos ambientalmente correta;d) Diversificação da produção;e) Certificação dos produtos.

Tornar os produtos mais atrativos e competitivos requer, além da agregação de valor, um cuidado especial para que a inovação adotada garanta sua rusticidade e singularidade.

LIDANDO COM A SAZONALIDADE O Turismo Rural é uma das atividades que mais sofrem com os efeitos da sazonalidade. Para tanto, o empreendedor deve ser flexível. Alguns exemplos:

a) Desenvolvimento de atividades pedagógicas para grupos de estudantes durante a semana nos períodos letivos, colônia de férias etc.b) Desenvolvimento de atividades de lazer e entretenimento para o público da melhor idade.c) Promoção de eventos, leilões, competições esportivas e outras.d) Aluguel do espaço para realização de reuniões empresariais, confraternizações, eventos culturais etc.

É importante que essas estratégias possam conciliar a sazonalidade da atividade turística com a sazonalidade da produção agropecuária. Uma alternativa é envolver o turista no cotidiano do processo produtivo, principalmente nas épocas de plantio, colheita e beneficiamento da produção.

UTILIZAÇÃO DE PRÁTICAS DE GESTÃO AMBIENTALA adoção de práticas de gestão ambiental, além de proteger o meio ambiente e garantir a sustentabilidade da produção, contribui para a educação ambiental de hóspedes, funcionários e proprietários vizinhos, que deve ser transversal à atividade turística, permeando o cotidiano das propriedades. Citam-se algumas dessas práticas:

a) Coleta seletiva do lixo e sua compostagem; b) Tratamento de efluentes e resíduos (Ex.: tratamento de esgotos);c) Reflorestamento (recomposição de matas ciliares);d) Utilização de fontes alternativas de energia (Ex.:: energia solar ou eólica);e) Conservação e gestão do uso da água.

TURISMO RURAL E MERCADOQuando se trabalha com a satisfação das necessidades humanas, deve-se lembrar que estas são variáveis e que, portanto, estão em constante mudança.Dessa forma, é preciso valer-se de várias técnicas não apenas de utilização dos recursos para produzir bens e serviços, mas de como comercializá-los.

1. PromoçãoA promoção diz respeito à definição do tipo de divulgação a ser feita e dos meios de comunicação que serão utilizados para informar ao mercado as características do empreendimento e de suas singularidades. São ações baseadas em um planejamento estratégico do destino e/ou empreendimento e que promovem as vendas e facilitam a fixação da marca.

2. Comercialização

Diz respeito à definição de quais os canais de venda são mais estratégicos para apresentar os produtos e os serviços aos clientes potenciais. Pode ser: venda direta, central de reservas, internet, participação em feiras e acordos com operadores e agentes de viagem, entre outros.No caso do Turismo Rural, de modo geral, são comuns as seguintes formas de comercialização:• De forma autônoma, ou seja, direto com o empreendedor: visitas pré-agendadas por telefone ou e-mail;• Via operadoras e agências de turismo (especializadas ou não no segmento);• Por meio de Associações e Cooperativas de Turismo Rural: no caso das Associações, por determinação legal, cabe o apoio à comercialização, já as cooperativas podem comercializar os pacotes de forma semelhante às agências de turismo.

ROTEIRO DE INVENTÁRIO TURÍSTICO

ROTEIRO DE INVENTÁRIO TURÍSTICO

ETAPA 1 - INVENTÁRIO TURÍSTICO DO MUNICÍPIO Dados Gerais Gestão Pública Infraestrutura Básica Recursos e Atrativos Naturais Recursos e Atrativos Histórico-culturais Infraestrutura Turística ETAPA 2 - INVENTÁRIO TURÍSTICO DA PROPRIEDADEInformações BásicasGestão e DivulgaçãoInfraestrutura BásicaRecursos e Atrativos NaturaisAtividades Agro-Silvo-PastorisRecursos e Atrativos Histórico-culturaisEquipamentos Turísticos

BIBLIOGRAFIA: TURISMO RURAL: inventário turístico no meio rural, de Mary Mércia G. Salles, 2003.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE TURISMO E

DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO MEIO RURAL

POLÍTICAS PÚBLICAS DE TURISMO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO

MEIO RURAL Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo

Rural no Brasil, Objetivo a “convergência de políticas e ações no

processo de conhecimento e ordenamento do turismo rural no país” (BRASIL, 2005:4).

Diretrizes: ordenamento, informação, articulação, incentivo, capacitação, envolvimento das comunidades e infra-estrutura.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

ordenar o segmento Turismo Rural; promover e estimular a eficiente

informação/comunicação; promover a articulação de ações

institucionais e intersetoriais; promover e viabilizar incentivos para o

desenvolvimento da atividade; incentivar e apoiar formas eficientes de

promoção e comercialização;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

promover e estimular a capacitação de recursos humanos;

estimular o envolvimento das comunidades locais; e

promover, incentivar e estimular a criação e a adequação de infra-estrutura para o setor

ORDENAMENTO Identificação da legislação pertinente; Desenvolvimento de estudos comparados das

legislações; Promoção de discussões intersetoriais e

institucionais; Estabelecimento de normas, regras e

procedimentos específicos; Levantamento, classificação e cadastramento dos

serviços; Identificação da demanda.

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Fomento à produção e disseminação de conhecimento;

Criação e disponibilização de rede de informação; Fortalecimento e consolidação do Turismo Rural no

Brasil.

ARTICULAÇÃO

Valorização e fortalecimento de fórum com representatividade nacional;

Estímulo à criação e fortalecimento de instituições e órgãos representativos do Turismo Rural;

Estabelecimento de convênios, acordos e parcerias interinstitucionais e intersetoriais.

INCENTIVOS

Identificação de fontes de cooperação e captação; Negociação de crédito diferenciado; Simplificação de mecanismos de concessão de

crédito; Definição de critérios de alocação de recursos para

financiamento de infra-estrutura; Fomento e apoio a iniciativas de pequenos e

microempreendedores; Criação de mecanismos que priorizem a qualidade

de produtos e serviços.

CAPACITAÇÃO

Identificação das diferentes necessidades de capacitação;

Avaliação de programas, metodologias e parcerias; Elaboração conjunta de políticas, programas,

planos e projetos específicos de profissionalização; Promoção de cursos de qualificação e de

aperfeiçoamento profissional; Apoio e promoção de eventos locais, regionais,

nacionais e internacionais.

ENVOLVIMENTO DAS COMUNIDADES Identificação dos territórios com vocação para o

Turismo Rural;

Promoção de encontros e intercâmbios;

Planejamento do desenvolvimento territorial de forma integrada e participativa.

INFRA-ESTRUTURA

Mapeamento regional para identificar as necessidades de infra-estrutura;

Identificação das responsabilidades e competências dos envolvidos;

Implantação de infra-estrutura.

ESTUDO DAS DIFERENÇAS REGIONAIS

Uma política de desenvolvimento necessita de um estudo das diferentes realidades regionais, a fim de propor ações de desenvolvimento economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta ajustadas a realidade local.

POLÍTICAS PÚBLICAS O poder público é responsável em prover a

infra-estrutura geral, viabilizando conforto para o visitante e benefícios para a população local;

Entende-se por infra-estrutura a disponibilidade de bens e serviços que sustenta as estruturas sociais e produtivas, contemplando a educação, os serviços de saúde, a moradia, os transportes, as comunicações e a energia.

POLÍTICAS PÚBLICAS Tais necessidades vão além das questões

básicas e se expandem no direito a identidade, à justiça e à participação social, entre outros relacionados à qualidade de vida, a pertinência de situar o desenvolvimento também como satisfação, realização e ganhos dos indivíduos em sociedade.

POLÍTICAS PÚBLICAS E NECESSIDADES ESSENCIAIS

Segundo Salcido (2005) têm-se duas posições a respeito das necessidades essenciais do homem:

uma delas refere-se às necessidades humanas num sentido ontológico devendo ser associada às virtudes éticas relacionadas com o bem viver;

e, uma segunda, que enfatiza as diferenças culturais das pessoas para a satisfação das necessidades.

POLÍTICAS PÚBLICAS

O eixo central da política deve estar constituído pelo objetivo da equidade – redução das desigualdades – e o da eficiência – não só na ampliação da base econômica, mas na implantação de uma estrutura produtiva capaz de competir no mercado e resignificar os espaços.

POLÍTICA REGIONALComo uma região pode acumular poder

político? Mediante dois processos:1. A transferência de poder incorporada em um projeto nacional descentralizador; 2. Criação de poder político, algo que acontece mediante o consenso político, o pacto social, a cultura da cooperação e a capacidade de criar coletivamente um projeto de desenvolvimento.

Esse conceito da Região como quase-Estado é uma forma de impor uma visão política de desenvolvimento regional, que contrasta com as visões economicistas do passado.

POLÍTICAS NO ÂMBITO REGIONAL a) permitir uma melhor identificação dos problemas

específicos de cada região; b) possibilitar uma melhor calibragem das

intervenções; c) viabilizar uma participação mais efetiva da

sociedade civil na formulação, acompanhamento e avaliação das ações que venham a ser desenvolvidas;

d) facilitar a atuação integrada com as administrações estaduais e municipais;

e)tornar mais viável a formação de parcerias com atores não governamentais cuja atuação tenha escopo local ou regional. (BANDEIRA, 2000:20)

BIBLIOGRAFIATurismo, agricultura e patrimônio : São Lourenço do Sul (RS) / Patrícia

Marasca Fucks *AUT: Fucks, Patrícia Marasca *CHAM: 338.48 / F951t Turismo rural, agricultura familiar e comunidade : Bento Gonçalves (RS) /

Maurem Fronza da Silva *AUT: Silva, Maurem Fronza da *CHAM: 338.48 / S5861t

Turismo rural em São Martinho (SC) : uma abordagem do desenvolvimento em nível municipal / Ivo Elesbão *AUT: Elesbão, Ivo *CHAM: 338.48 / E39t

Agroturismo e turismo rural : alternativa econômica para a metade sul do estado do Rio Grande do Sul / Eurico de Oliveira Santos *AUT: Santos, Eurico de Oliveira *CHAM: 338.48 / S237a

Desenvolvimento do turismo e conservação da paisagem : estudo do potencial turístico de Itaara (RS) / Ivone da Silva Rodrigues *AUT: Rodrigues, Ivone da Silva *CHAM: 338.48 / R696d

Comunicação, marketing e turismo no meio rural : Santa Cruz do Sul (RS) / Raquel Schorn de Oliveira *AUT: Oliveira, Raquel Schorn de *CHAM: 338.48 / O48c

Políticas públicas e legislação para o turismo rural / Elias Medeiros Vieira *AUT: Vieira, Elias Medeiros *CHAM: 338.48 / V658p

ATIVIDADE PARA A AULA DE 17/12 Com base no conteudo teorico apresentado nesta aula,

em referencias bilbiograficos e no exemplo vivenciado no roteiro Viva Ciranda (propriedades visitadas) fazer uma analise de viabilidade do roteiro para o turismo rural, abordando todos os aspectos de infraestrutura basica e turistica local.

Preparar apresentacao em forma de seminario e entrega do trabalho escrito no dia estipulado.

Sorteio de 6 grupos no dia 26/11 (os alunos que nao participaram da viagem deverao compor o grupo com alunos que vivenciaram o roteiro).

- DIA 10/12/2015 - AVALIACAO DO CONTEUDO TRATADO ATE AGORA EM AULA E SEMINARIO

Obrigada!

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