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Pós-graduação em Direito Constitucional

Tutela Constitucional dos Direitos Humanos e Sistemas de Proteção

Apresentação

Prof. Frederico Afonso

E-mail: professor.frederico@uol.com.br

Twitter: @fredericoafonso

Instagram: @professorfredericoafonso

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Mestre em Ciências Policiais de Segurança e Ordem PúblicaMestre em Direito

Pós-graduado em Direitos HumanosPós-graduado em Gestão de Políticas Preventivas da Violência,

Direitos Humanos e Segurança PúblicaPós-graduado em Direito Processual

Bacharelando em TeologiaBacharel em Direito

Bacharel em Ciências Policiais de Segurança e Ordem PúblicaMajor da Polícia Militar do Estado de São Paulo (Chefe da Divisão

de Direitos Humanos)Professor de Direitos Humanos, Constitucional e Administrativo

Autor e articulista

“Tratemos do poder constituinte originário. Visa acriar o Estado. Antes dessa manifestação, o Estado,tal como veio a ser positivado, não existia. Existe, é, apartir da Constituição.” (TEMER, Michel. Elementosde direito constitucional. 24. ed. São Paulo:Malheiros, 2014, p. 35)

Tutela Constitucional dos Direitos Humanos e Sistemas de Proteção

Tutela Constitucional dos Direitos Humanos e Sistemas de Proteção

I – Teoria GeralII – Análise Normativa

III - Jurisprudência

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

1. Identidade.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

1. Identidade.2. Conceito.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

1. Identidade.2. Conceito.3. Dignidade da pessoa humana.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

1. Identidade.2. Conceito.3. Dignidade da pessoa humana.4. Características.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

1. Identidade.2. Conceito.3. Dignidade da pessoa humana.4. Características.5. Evolução histórica.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

1. Identidade.2. Conceito.3. Dignidade da pessoa humana.4. Características.5. Evolução histórica.6. Sistemas de Direitos Humanos.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

1. Identidade.2. Conceito.3. Dignidade da pessoa humana.4. Características.5. Evolução histórica.6. Sistemas de Direitos Humanos.7. Dimensões (“gerações”) de Direitos Humanos.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

1. Identidade.2. Conceito.3. Dignidade da pessoa humana.4. Características.5. Evolução histórica.6. Sistemas de Direitos Humanos.7. Dimensões (“gerações”) de Direitos Humanos.8. Incidente de deslocamento de competência.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoI – Teoria Geral

1. Identidade.2. Conceito.3. Dignidade da pessoa humana.4. Características.5. Evolução histórica.6. Sistemas de Direitos Humanos.7. Dimensões (“gerações”) de Direitos Humanos.8. Incidente de deslocamento de competência.9. Incorporação dos Tratados Internacionais sobreDireitos Humanos.

I – Teoria Geral1. Identidade.2. Conceito.3. Dignidade da pessoa humana.4. Características.5. Evolução histórica.6. Sistemas de Direitos Humanos.7. Dimensões (“gerações”) de Direitos Humanos.8. Incidente de deslocamento de competência.9. Incorporação dos Tratados Internacionais sobre DireitosHumanos.10. Controle de Convencionalidade das Leis (jurisdicional elegislativo).

Tutela Constitucional dos Direitos Humanos e Sistemas de Proteção

I – Teoria GeralII – Análise Normativa

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoII – Análise Normativa

1. Carta da ONU.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoII – Análise Normativa

1. Carta da ONU.2. Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoII – Análise Normativa

1. Carta da ONU.2. Declaração Universal dos Direitos Humanos.3. Pactos Internacionais de 1966.

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoII – Análise Normativa

1. Carta da ONU.2. Declaração Universal dos Direitos Humanos.3. Pactos Internacionais de 1966.4. Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

Tutela Constitucional dos Direitos Humanos e Sistemas de Proteção

I – Teoria GeralII – Análise Normativa

III - Jurisprudência

Tutela Constitucional dos DH e Sistemas de ProteçãoIII – Jurisprudência

1. Comissão: Maria da Penha.

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.- O caso internacional mais emblemático envolvendo oBrasil sobre o tema da violência contra a mulher foi orelativo à Sra. Maria da Penha Maia Fernandes, vítimaquase fatal de violência doméstica praticada pelo ex-marido na década de 1980. Em decorrência da longademora das autoridades locais (mais de 15 anos) emlevar à frente o inquérito policial e a ação judicialrespectiva, [...]

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.- [...] Maria da Penha peticionou junto ao Centro pelaJustiça e Direito Internacional (CEJIL) e ao Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM),que levaram o caso à análise da ComissãoInteramericana de Direitos Humanos. Esta, no seurelatório anual de 2000, assim declarou:

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- A denúncia alega a tolerância da República Federativado Brasil para com a violência cometida por MarcoAntônio Heredia Viveiros em seu domicílio na cidade deFortaleza, Estado do Ceará, contra a sua então esposaMaria da Penha Maia Fernandes durante os anos deconvivência matrimonial, [...]

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- [...] que culminou numa tentativa de homicídio e novasagressões em maio e junho de 1983. Maria da Penha,em decorrência dessas agressões, sofre de paraplegiairreversível e outras enfermidades desde esse ano.

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- Denuncia-se a tolerância do Estado, por não haverefetivamente tomado por mais de 15 anos as medidasnecessárias para processar e punir o agressor, apesardas denúncias efetuadas.

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- Neste caso, e pela primeira vez, a ComissãoInteramericana aplicou a Convenção de Belém do Parápara sustentar a responsabilidade do Estado no quetange ao dever de prevenir, sancionar e erradicar aviolência doméstica contra a mulher, notadamente emrazão da ineficiência judicial perante casos de violênciadoméstica. [...]

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- [...] Segundo a Comissão, a “inefetividade judicial geralcria um ambiente que facilita a violência doméstica, pornão existirem evidências socialmente percebidas davontade e efetividade do Estado, como representante dasociedade, de sancionar tais atos”.

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- Ao final, a Comissão dirigiu várias recomendações aoEstado brasileiro para que revisse, uma vez por todas, ospadrões nacionais de tolerância de violência contra asmulheres.

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- Dentre as recomendações estabelecidas pela Comissãoao Brasil estava a de adequar sua legislação aos termos daConvenção Americana. A partir de então, o Estadobrasileiro preocupou-se em aprovar lei específicadelineando as formas de violência doméstica e familiarcontra as mulheres e estabelecendo mecanismos paraprevenir e reduzir esse tipo de violência, como tambémprestar assistência às vítimas. [...]

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- [...] Assim nasceu a Lei nº 11.340/06, tambémconhecida por “Lei Maria da Penha”, em homenagemàquela que deflagrou uma queixa contra o Brasil nosistema interamericano por violação de direitoshumanos.

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- A relevância das normas internacionais de direitoshumanos, nesse caso, ficou evidenciada na ementa da LeiMaria da Penha, que diz: cria mecanismos para coibir aviolência doméstica e familiar contra a mulher, nos termosdo § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convençãosobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminaçãocontra as Mulheres e da Convenção Interamericana paraPrevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; [...]

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- [...] dispõe sobre a criação dos Juizados de ViolênciaDoméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Códigode Processo Penal, o Código Penal e a Lei de ExecuçãoPenal; e dá outras providências.

III – Jurisprudência1. Comissão: Maria da Penha.1.1. Decisão internacional e consequências no planointerno:- Com a entrada em vigor da Lei Maria da Penha, asnormas dos tratados internacionais que a inspiraramforam automaticamente inseridas no ordenamentojurídico interno. Inúmeras causas já foram julgadas combase na mesma Lei nas situações em que a violênciadoméstica foi posta em questão. Para se adequar àrealidade da sociedade brasileira, o âmbito de aplicaçãoda Lei vem constantemente sendo estendido.

III – Jurisprudência1. Comissão.2. Corte.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Resumo do caso: os fatos do caso se referem a DamiãoXimenes Lopes que, durante a sua juventude,desenvolveu uma deficiência mental proveniente dealterações no funcionamento do seu cérebro.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Resumo do caso: os fatos do caso se referem a DamiãoXimenes Lopes que, durante a sua juventude,desenvolveu uma deficiência mental proveniente dealterações no funcionamento do seu cérebro.- Na época dos fatos, Ximenes Lopes tinha 30 anos deidade e vivia com sua mãe numa pequena cidade,situada a aproximadamente uma hora da cidade deSobral, sede da Casa de Repouso Guararapes.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Ximenes Lopes foi admitido na Casa de RepousoGuararapes, como paciente do Sistema Único de Saúde(SUS), em perfeito estado físico, em outubro de 1999.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Ximenes Lopes foi admitido na Casa de RepousoGuararapes, como paciente do Sistema Único de Saúde(SUS), em perfeito estado físico, em outubro de 1999.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Ximenes Lopes foi admitido na Casa de RepousoGuararapes, como paciente do Sistema Único de Saúde(SUS), em perfeito estado físico, em outubro de 1999.- No momento do seu ingresso não apresentava sinaisde agressividade nem lesões corporais externas. Apósdois dias, Ximenes Lopes teve uma crise deagressividade, tendo que ser retirado do banho à forçapor um auxiliar da enfermaria e por outros pacientes.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Na noite do mesmo dia, Ximenes Lopes teve outroepisódio de agressividade e voltou a ser submetido acontenção física.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Na noite do mesmo dia, Ximenes Lopes teve outroepisódio de agressividade e voltou a ser submetido acontenção física.- No dia seguinte, a mãe de Ximenes Lopes foi visitá-lona Casa de Repouso de Guararapes e o encontrousangrando, com hematomas, sujo e fedendoexcremento, com as mãos amarradas para trás, comdificuldade para respirar, num estado agonizante,gritando e pedindo auxílio à polícia.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Ximenes faleceu no mesmo dia, aproximadamenteduas horas depois de ter sido medicado pelo diretorclínico do hospital, e sem qualquer assistência médicano momento da sua morte.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Ximenes faleceu no mesmo dia, aproximadamenteduas horas depois de ter sido medicado pelo diretorclínico do hospital, e sem qualquer assistência médicano momento da sua morte.- Seus familiares interpuseram uma série de recursosjudiciais, porém, o Estado não realizou maioresinvestigações nem puniu os responsáveis.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- Primero caso envolvendo violações de direitoshumanos de pessoa com deficiência mental.- Responsabilidade do Estado derivada de atoscometidos por particulares.- Primeira condenação do Brasil na CorteIDH.

III – Jurisprudência2. Corte: Damião Ximenes.- A Corte Interamericana, por unanimidade, admitiu oreconhecimento, por parte do Estado, da violação doart. 4º (direito à vida) e art. 5º (integridade pessoal) daConvenção Americana sobre Direitos Humanos bemcomo condenou o Estado pela violação do art. 1º (deverde respeitar os direitos), art. 8º (garantias judiciais) eart. 25 (proteção judicial) do mesmo instrumentointernacional.

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