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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
CAMPUS DE JACAREZINHO
MARIA BERNARDETE SIQUEIRA DE CASTRO
CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO
JACAREZINHO, PARANÁ
2011
2
GOVERNO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE
MARIA BERNARDETE SIQUEIRA DE ACASTRO
CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO
Proposta de Ação na escola em forma de Caderno de Apoio Pedagógico apresentado à Coordenação Estadual do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria do Estado da Educação do Paraná, como requisito parcial à obtenção de título de Professor/PDE Orientadora: Dra. Luciana Brito
Jacarezinho/ Paraná 2011
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CADERNO DE APOIO PEDAGÓGICO
1. Identificação
Professor PDE: Maria Bernadete Siqueira de Castro
Área PDE: Língua Portuguesa
Professor orientador IES: Dra. Luciana Brito
IES vinculada: Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP
Escola de implementação: Colégio Estadual Anita Aldeti Pacheco - Ensino
Fundamental e Médio.
Público objeto da intervenção: Alunos da 1ª série do Ensino Médio
Município: Figueira
2. Tema de estudo: Literatura e Leitura – concepções e práticas
3. Título: Capitães da Areia – retrato de uma infância doente
4
SUMÁRIO
IDENTIFICAÇÃO ................................................................................................................ 03
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 05
UNIDADE I ........................................................................................................................... 06
ATIVIDADES ........................................................................................................................07
UNIDADE II .......................................................................................................................... 08
ATIVIDADES ........................................................................................................................ 09
UNIDADE III ........................................................................................................................ 11
ATIVIDADES ....................................................................................................................... 14
UNIDADE IV ........................................................................................................................ 19
ATIVIDADES ....................................................................................................................... 23
UNIDADE V ......................................................................................................................... 24
ATIVIDADES ...................................................................................................................... 24
ATIVIDADES DE EXPANSÃO......................................................................................... 29
ATIVIDADE DE ENCERRAMENTO ............................................................................. 29
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 31
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INTRODUÇÃO
A construção deste caderno pedagógico está alicerçada no projeto
de pesquisa “Capitães da areia - retrato de uma infância doente”, cujo tema é a
leitura, suas concepções e práticas. O presente material destina-se aos alunos
de 1ª série do Ensino médio, e tem como objetivo proporcionar diferentes
leituras sobre o tema da violência contra crianças e adolescentes e as
possíveis articulações entre a obra Capitães da areia, de Jorge Amado com
outras obras literárias, como o poema “Bandido negro” de Castro Alves, os
filmes Preciosa-uma história de esperança de Lee Daniels, e a música
“Brasil”, de Cazuza, assim como as pinturas de Renoir, Mary Cassat e fotos
que retratam a criança abandonada.
Jorge Amado, na obra Capitães da areia, cria um produto simbólico
híbrido, misto de sociologia com literatura. O romance traz um tom de
reportagem social e quase sociológica, colocando as personagens como
aqueles que ditam as regras. O olhar do autor buscou apreender
principalmente o universo existencial dos miseráveis e excluídos quando coloca
a trajetória de Pedro Bala, um protagonista fenotipicamente branco, e sua luta
diária para sobreviver nas ruas de Salvador.
Ao trazer um grupo de crianças abandonadas para o centro de seu
romance, Jorge Amado quer extrair destas vidas as experiências diárias que
empreendem para sobreviver em um ambiente de pobreza e violência, cada
um delas carregadas de pequenas tragédias sociais e familiares, temas tão
freqüentes no cotidiano dos jovens de hoje.
O romance apresenta um narrador onisciente que conta a história
dos meninos pela cidade de Salvador. As aventuras são narradas através de
quadros com certa independência, intercalados com notícias de jornais e
reflexões poéticas.
Há, porém, uma linha que conduz o romance. A narrativa é iniciada
por um prólogo de caráter jornalístico e depois dividida em três partes,
subdivididas em capítulos.
1- Prólogo – “Cartas à redação”
2- Primeira parte (11 capítulos)
3- Segunda parte (8 capítulos)
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4- Terceira parte (8 capítulos)
Espera-se que dessa reflexão sobre os aspectos sociais da
infância doente pela exclusão e violência, surja novo olhar, centrado nos
problemas sociais que condicionam as escolhas individuais, o
autoconhecimento e a alteridade.
A abordagem pedagógica deste trabalho compreende a leitura como
um ato dialógico, interativo através do gênero literário e outros gêneros vistos
como objetos artísticos, capazes de despertar o interesse e levar à reflexão
sobre os temas de violência e exclusão de crianças e jovens que, muitas vezes
têm sua infância e adolescência usurpada e que, em conseqüência disso,
podem partir para o mundo da delinqüência e da criminalidade.
O roteiro das atividades traz as etapas do Método Recepcional, de
Bordini e Aguiar, com adaptações e com sugestões que permitem articular
valores, sentidos e contextos de situações reais, presentes na construção da
obra e no dia-a-dia dos jovens.
O método recepcional de ensino de literatura enfatiza a comparação
entre o familiar e o novo, entre o próximo e o distante no tempo e no espaço
(BORDINI & AGUIAR, 1993, P.86).
A abordagem do tema em Capitães da Areia, de Jorge Amado, e em
outras obras que tratam da mesma questão, poderá contribuir como estímulo à
leitura e à formação de sujeitos-leitores, que sejam capazes de avaliar a
importância da discussão sobre o grave problema da violência contra menores.
Também servirá como objeto de leitura o texto do Estatuto da Criança e do
Adolescente, importante ferramenta de conhecimento e meio de despertar os
adolescentes para a necessidade de tomada de posição de denúncia contra
seus agressores, assim como denunciar todo tipo de violência da qual tenham
conhecimento, sem medos, criando, assim, uma consciência de cidadania.
UNIDADE I – DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
A determinação do Horizonte de Expectativas do leitor, conforme Bordini
e Aguiar (1988) é o primeiro passo para o planejamento de ensino do Método
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Recepcional. Essa sondagem de interesse permitirá ao mediador propor
práticas de leitura que promovam a comparação entre o familiar e o novo.
A primeira etapa do método será adaptada, uma vez que o Projeto de
Intervenção pretendido já estabelece o tema a ser abordado: a violência contra
crianças e adolescentes, partindo da obra Capitães da Areia, de Jorge Amado.
Essa proposta de trabalho será implementada na 1ª série do Ensino
Médio, uma vez que nesta faixa etária começa a formação dos grupos sociais,
os primeiros contatos com as drogas, os problemas de aceitação, os
enfrentamentos com a família, os desafios às regras, enfim, a formação da
identidade do jovem.
Em razão da adaptação, o trabalho terá início com questionamentos
sobre o tema.
Atividades
Preparando o terreno...
Neste ano, você iniciou o Ensino Médio, já está vivendo uma nova etapa em
sua vida, com novos grupos de amigos, novas formas de se relacionar com a
família e nova visão do mundo que o cerca.
Vamos começar um bate-papo?
Você tem muitos amigos?
Você vive com seus pais?
Como é seu relacionamento com a sua família? Você se dá bem com seus pais? Sim,
não, por quê?
Professor, comece suas atividades propondo um debate em tom de bate-papo, colocando os alunos em círculos para discutir o tema. Isso favorecerá a interação entre eles.
8
Você tem medo da violência?
Que tipo de violência mais o assusta?
Conhece crianças e amigos que sofrem ou sofreram violência?
O que você faria se soubesse que alguma criança ou adolescente sofre violência?
Unidade II – Atendimento do horizonte de expectativas
No Método Recepcional de Bordini e Aguiar (1988), uma vez
determinado o tema, verificado os valores, as familiaridades e o interesse que o
aluno tem sobre o assunto, o professor precisa atentar para atender os
horizontes de expectativas: com a utilização de textos, obras, filmes, pinturas
que proporcionem experiências e satisfaçam o interesse, e a utilização de
estratégias de ensino que despertem no aluno a vontade de continuar.
A proposta para esta etapa, para o primeiro contato com o tema será a
exibição do filme: Preciosa – uma história de esperança.
O filme, de Lee Daniels, tem em seu elenco Gabourey Sidibe,
participação de Lenny kravitz, Paula Patton e um quase irreconhecível make-up
de Mariah Carey. O drama, de uma crueza e irreverência inesquecível, é
baseado no romance Push, da escritora Saffire. Preciosa conta a história de
SUGESTÕES AO PROFESSOR As questões abordadas são apenas ilustrativas. Você poderá adaptá-las, utilizando outras questões que deverão surgir durante o bate-papo. Dê oportunidade a todos para falar, expor suas idéias, seus medos, seus conhecimentos sobre o tema. http://portaldoprofessor.mec.br/conteudojornal, a edição 55_ Escola Aberta, traz algumas sugestões de Fátima Rodrigues Burzlaff, de como diminuir a violência entre os jovens.
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Clareece Precious Jones, uma jovem afro-americana nascida no Harlem, de 16
anos e grávida pela segunda vez, de seu pai.
Abusos sexuais, ataques de raiva incontroláveis, AIDS e violência
definem o cenário para a jovem heroína.
Através da figura da menina gorda e analfabeta, o filme explora de
maneira original para a subclasse americana, questões difíceis como o racismo
e o incesto.
O objetivo da escolha desse filme em contexto escolar reside na
diversidade de temas abordados explícita e implicitamente em todo o filme,
como a escola, a auto-imagem, o valor da responsabilidade, os apoios sociais,
a homossexualidade, a gravidez na adolescência, IST/DST, os métodos
contraceptivos, dentre outros. A trama também não esquece os valores como
afeto, a sensibilidade, a preocupação com os outros, assim como a
componente científica da aprendizagem da língua na sua expressão oral e
escrita.
O contínuo da violência física, psicológica e sexual durante todo o filme
é por si só um pano de fundo para um debate intenso.
Atividades
2ª Etapa: Atendimento ao horizonte de expectativas
Conteúdo Procedimentos
Exibição do filme 1º momento
-Assistir ao filme
2º momento
Debates e questões sobre o filme
Uma coisa leva à outra...
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Desenho gráfico por Carlos Augusto -1/8/2011
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO DO FILME
Sugestão ao Professor
Para ter acesso ao filme e outras informações e questionamentos sobre o filme
acesse:
http://www.ante-cinema.com/2010/02 - crítica
http:// portalcinema.blogspot.com/2010/02- crítica precious
http:// www.domusmundi.org/outros/filmica
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1. O filme narra uma história. Quem é a protagonista?
2. Que outros personagens fazem parte da trama?
3. Quais os temas abordados no filme?
4. Qual cena ou seqüência te chocou amais?
5. O filme nos faz refletir sobre a questão da violência familiar. Em sua
opinião, o filme retrata situações reais ou distorce a realidade?
6. Como acaba o filme? Você daria outro final para a história?
UNIDADE III – RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
A terceira etapa do Método Recepcional de Bordini e Aguiar (1998), a
ruptura do horizonte de expectativas, será feita através da leitura de textos e
atividades que, ao mesmo tempo em que deem continuidade ao tema, também
abalem as certezas e familiaridades do aluno.
Para esta fase, a obra selecionada foi Capitães da areia, do baiano
Jorge Amado, escritor de grande êxito junto ao público. Na obra
compreendemos o quanto a literatura é um meio importante para denunciar e
criticar os acontecimentos existentes numa determinada época.
O escritor Jorge Amado começou a escrever seus romances na
década de 30. Pertencente ao Movimento Modernista, consagra-se como
escritor regionalista tendo a Bahia como seu microcosmo. Alguns de seus
romances se diferenciam por tratar de temas universais como exemplo, a obra
Capitães da areia, sexto livro escrito pelo autor. Nessa obra, ele aborda as
desigualdades sociais entre ricos e pobres, a exclusão dos menores
abandonados nas ruas de Salvador, vivendo à mercê da própria sorte.
SUGESTÕES AO PROFESSOR Você ainda poderá trabalhar paródias de trechos do filme, coletar frases mais significativas do filme, enumerar tipos de violência: física, verbal e psicológica presentes no filme.
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Em sua biografia, Jorge Amado aproxima-se da militância esquerdista e
viaja repetidas vezes pelo interior da Bahia e Sergipe procurando transpor os
casos que vê e ouve para uma série de romances populistas (BOSI, 2003, p.
405). Na obra analisada, o autor faz praticamente um documentário sobre a
vida dos meninos de rua, numa linguagem simples e bem acessível ao povo.
As obras amadianas, sobretudo as do período dos anos 30, tratam da
violência cotidiana, das desigualdades sociais entre a classe pobre,
estigmatizada, e a classe rica mais prestigiada, a elite, além de abordar as
inquietações humanas, o sofrimento da classe popular e a miséria enfrentada
no dia-a-dia. Entende-se, a partir daí, que as obras amadianas não são
ficcionais, são denúncias da realidade.
O início do trabalho será feito através de comentários sobre a obra e a
biografia do autor, com a utilização da TV PENDRIVE. Após isso, as
reportagens que constam do primeiro capítulo do livro: “Cartas à redação”,
sobre menores abandonados serão exibidas através de vídeos, no data show.
Cada aluno receberá um exemplar da obra, que será disponibilizado na
biblioteca da escola. Após a apresentação das reportagens, o professor lerá
com os alunos, o segundo capítulo de Capitães da areia: “Trapiche”.
Sob a lua, num velho trapiche abandonado onde eles se abrigam, as crianças dormem. Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras pedras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebentavam fragorosas, ora vinham se bater mansamente. A água passava por baixo da ponte sob a qual muitas crianças repousam agora, iluminadas por uma réstia amarela de lua. Desta ponte saíram inúmeros veleiros carregados, alguns eram enormes e pintados de estranhas cores, para a aventura das travessias marítimas. Aqui vinham encher os porões e atracavam nesta ponte de tábuas, hoje comidas. Antigamente diante do trapiche se estendia o mistério do mar-oceano, as noites diante dele eram de um verde escuro, quase negras, daquela cor misteriosa que é a cor do mar à noite. Hoje a noite é alva em frente ao trapiche. É que na sua frente se estende agora o Areal. (AMADO, 2004, p.19)
Ao término da leitura, será apresentado o poema Bandido negro, de
Castro Alves:
BANDIDO NEGRO Corre, corre, sangue do cativo Cai, cai, orvalho de sangue
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Germina, cresce, colheita vingadora A ti, segador a ti. Está madura Aguça tua foice, aguça, aguça tua foice. (E. SUE - Canto dos Filhos de Agar) Trema a terra de susto aterrada... Minha égua veloz, desgrenhada, Negra, escura nas lapas voou. Trema o céu... ó ruína! ó desgraça! Porque o negro bandido é quem passa, Porque o negro bandido bradou: Cai, orvalho de sangue do escravo, Cai, orvalho na face do algoz. Cresce, cresce, seara vermelha,
Cresce, cresce, vingança feroz. (apud Educação Uol, 2011)
A partir do poema, o professor fará com os alunos uma análise do
poema, detendo-se ao título: "Bandido", que aqui, pode ser entendido como
herói ao estilo Robin Hood, que é movido pela injustiça, por isso quer fazer
justiça pelas próprias mãos. Explicará que o adjetivo "Negro", propositalmente
está sendo empregado pelo poeta de forma ambígua: tanto pode designar o
negro cativo, quanto pode referir-se ao cavaleiro da vingança, que usa capa
negra. A vingança, nesse caso, é uma realização tanto pessoal quanto social -
e, para ser realizada, precisa de extensão narrativa. Alguns questionamentos
deverão surgir e serão debatidos em sala. De forma análoga ao poeta
romântico do século 19, seu conterrâneo, Jorge Amado, valendo-se de um tom
poético, irá narrar em Capitães da Areia, se assim podemos dizer, a vingança
desses jovens excluídos pela sociedade, abandonados à própria sorte. E aqui
não são apenas os negros, outrora escravos (como no poema de Castro
Alves), que se levantarão contra essa sociedade burguesa, mas também, os
pobres, brancos e mestiços.
No poema de Castro Alves há uma espécie de desabafo das vozes
escravas reprimidas, uma espécie de reivindicação por justiça, que é feita pelas
próprias mãos do Bandido Negro. Assim, também são os meninos do trapiche,
que, num gesto de desabafo, clamam por justiça, por estarem à margem de
uma sociedade que não os reconhece.
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Por isso, partem para fazer justiça com as próprias mãos. Num plano
mais geral, existe o conflito desses jovens com a sociedade Eles rompem com
o status quo, isto é, com a ordem estabelecida. E a forma de criar o conflito
será roubando desta sociedade seu "sossego", praticando os mais diversos
atos ilícitos, como roubar, enganar, trapacear, mentir.
Após todo entendimento da obra e sua contextualização com o mundo
de hoje, será feita uma segunda leitura para aprofundar a temática da violência,
da exclusão e dos diferentes aspectos comportamentais das personagens do
livro. Os alunos serão instigados a buscar mais informações sobre o tema da
violência, do abandono de crianças e adolescentes e da delinqüência juvenil
em pesquisas de outras obras, vídeos na internet, jornais e outros. Após estas
pesquisas, eles farão um debate aberto sobre as principais causas desses
problemas tão gritantes no mundo atual.
Atividades
Jorge Amado (1912-2001), escritor baiano, foi também Deputado
Federal pelo partido comunista. Em sua produção literária, apresenta uma
ruptura com certas convenções do romance tradicional. Já afirmou o prof.
Álvaro Cardoso Gomes (em Roteiro de Leitura: Capitães da Areia, Ática, 1996)
que Capitães da Areia é diferente dos demais romances de Jorge Amado, não
apenas por causa da temática, mas também em virtude de sua estrutura sui
generis.
A rigor, podemos dizer que o romance não tem propriamente um enredo,
porque modernamente o autor preferiu a montagem de Capitães da Areia por
meio de quadros mais ou menos independentes, ao invés da estrutura
Professor Deixe os alunos externarem sua opinião, seus medos diante da violência que
impera não só nos grandes centros, mas em toda parte, seja através de debates,
seja através de pintura ou produção de textos.
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convencional, em que há uma rigorosa organização dos fatos e relações
causais entre os eventos narrados.
Um dos mais prestigiados escritores brasileiros, Jorge Amado, na obra A
Vamos conhecer algumas das personagens da obra e os aspectos que
compõem o comportamento social desses heróis-bandidos.
É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia Pedro Bala. Desde cedo foi chamado assim, desde seus cinco anos. Hoje tem 15 anos. Há dez que vagabundeia nas ruas da Bahia. Nunca soube de sua mãe, seu pai morrera de um balaço. Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. Hoje sabe de todas as suas ruas e de todos os seus becos (AMADO, 2004, p. 21). Era loiro, 15 anos, tinha um talho no rosto, provocado por uma briga. (AMADO, 2004, P. 20) Pirulito, "magro e muito alto, uma cara seca, meio amarelada, os olhos encovados e fundos, a boca rasgada e pouco risonha" (p. 28). Era o único do grupo que tinha vocação religiosa, embora pertencesse aos Capitães da Areia. (AMADO, 2004, p. 28)
Dora, a única mulher do grupo, tinha quatorze anos, era muito simples, dócil e bonita. Representará para os Capitães da areia a figura da madre protetora, que dará colo, carinho e atenção, e também, a figura da irmã que para eles até então inexistia. (AMADO, 2004, p. 176-177)
Segunda leitura
Sugerir aos alunos uma segunda leitura, na qual cada grupo será responsável
por destacar um aspecto cultural (religioso, econômico, comportamental) de
cada personagem.
Segunda leitura
Para mais informações sobre o autor, acesse a página: http://www.jorgeamado.org.br/jorge_biografia.htm
Ler com os alunos o terceiro capítulo da obra, e se achar necessário, conceitue o gênero literário romance:
O romance se formou precisamente no processo de distribuição da distância épica, no processo da familiarização cômica do mundo e do homem, no abaixamento do objeto da representação artística ao nível de uma realidade atual inacabada e fluída. Desde o início o romance foi construído não na imagem distante do passado absoluto, mas na zona do contato direto com esta atualidade inacabada. Sua base repousava na experiência pessoal e na livre invenção criadora. A nova e sóbria imagem da arte romanesca em prosa e a nova concepção crítica científica, fundamentada na experiência pessoal, se formaram lado a lado e simultaneamente. O romance, deste modo, desde o princípio foi feito de uma massa diferente daquela dos outros gêneros acabados. Ele é de natureza diferente. Com ele e nele, em certa medida, se originou o futuro de toda literatura. (BAKHTIN, 1998, p. 427)
O quarto capítulo será leitura extraclasse. E assim sucessivamente.
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Sugerir aos alunos uma segunda leitura, na qual cada grupo será responsável
por destacar um aspecto cultural (religioso, econômico, comportamental, etc.).
Questões para análise da primeira parte do livro
1) O romance Capitães da areia se divide em três grandes partes. Quais são?
2) O apogeu da primeira parte inicia-se quando os meninos se envolvem com um
carrossel mambembe que chegou à cidade, quando eles exercem sua meninice e vai
até...
c) Que características de Pedro Bala fazem dele um líder, uma espécie de linha
condutora do romance?
Introdução ao tema:
Peculiariedades da Bahia
Como na maioria dos romances urbanos de Jorge Amado, Capitães da areia tem como
núcleo a cidade da Bahia, com seus tipos inesquecíveis, com seus heróis extraídos das
classes menos favorecidas, sua religiosidade, suas cores, suas dores.
Pedir que os alunos pesquisem e exibam na TV pendrive imagens da Bahia, lugares
onde a narrativa se passa, bem como as referências culturais baianas.
Leitura:
Questões para análise da segunda parte do romance:
a) De que forma a presença feminina de Dora no bando muda o comportamento dos
meninos?
b) Quais eram as referências religiosas de Pirulito, um dos integrantes do bando?
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Questões para análise do romance
01. Atente para os nomes dos capitães da areia, elencados na coluna esquerda e os relacione às características, aventuras e desventuras relatadas na coluna direita: (1) João Grande (2) Pedro Bala (3) Sem-Pernas (4) Professor (5) Pirulito
( ) “Era o espião do grupo, aquele que sabia se meter na casa de uma família uma semana, passando por bom menino perdido dos pais na imensidão agressiva da cidade.” ( ) “Gostava de saber das coisas e era ele quem, muitas noites, contava aos outros histórias de aventureiros, de homens do mar, personagens heróicos e lendários...” ( ) “Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. Hoje sabe de todas as suas ruas e de todos os seus becos. [...] ativo, sabia planejar os trabalhos, sabia tratar com os outros, trazia nos olhos e na voz a autoridade...” ( ) “Era magro e muito alto, uma cara seca, meio amarelada, os olhos encovados e fundos, a boca rasgada e pouco risonha [...] sua reza era simples e não fora sequer aprendida em catecismos.” ( ) “Vai curvado pelo vento como a vela de um barco, é alto, o mais alto do bando, e o mais forte também, negro da carapinha baixa e músculos retesados, embora tenha apenas 13 anos.” 02. Quais São as partes que formam (em seqüência), a obra Capitães da Areia? “Sob a lua, num velho trapiche abandonado” e “O fim dos Capitães”;
a) “Canção da Bahia, Canção da Liberdade”, “Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos” e “O último dos Capitães de Areia”;
b) “Cancioneiro da Bahia”, “A revolta dos Capitães” e “Pedro Bala e seus capangas”;
c) “Sob a lua, num velho trapiche abandonado”, “Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos” e “Canção da Bahia, Canção da Liberdade”;
d) “Cancioneiro da Bahia”, “Canção da Bahia, Canção da Liberdade” e “O fim dos Capitães”.
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03. Julgue colocando V para as proposições VERDADEIRAS e F para as FALSAS sobre o livro Capitães da Areia ( ) I. “Canção da Bahia, Canção da Liberdade” é a segunda parte da obra Capitães da Areia. Nela mostra-se a desintegração dos líderes e, conseqüentemente o fim do grupo baiano. ( ) II. Pedro Bala é o herói da história, principalmente porque o narrador evidencia suas naturais características de líder. ( ) III. Em “Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos” aparece a figura de Dora que consegue ser a primeira “Capitã de Areia”. ( ) IV. A obra possui características do romance realista, como por exemplo, o homossexualismo. ( ) V. Querido de Deus tem esse nome, pois, o grupo queria que ele abençoasse o trapiche abandonado.
04. Marque apenas as proposições verdadeiras sobre o foco narrativo da obra Capitães da Areia
I. É onisciente e evita penetrar na intimidade das personagens. II. Está em terceira pessoa e, não raro, adota uma visão panorâmica da cidade. III. Pode-se notar um narrador crítico, principalmente no começo do romance
quando aparecem textos jornalísticos. IV. Quem conta a história é Pedro Bala e como ele conseguiu formar o grupo. V. Quando o narrador descreve algum personagem que faz parte da classe
dominante da cidade da Bahia, normalmente, o tom é de frieza e de ironia. 05. Qual a principal mensagem presa ao livro Capitães da Areia? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
06 Capitães da areia é uma obra modernista que integra, precisamente, o chamado ciclo do romance de 30. Acerca dessa obra, identifique as afirmativas corretas: I. O romance desenvolve uma temática regionalista, tendo a Bahia como cenário dos
fatos narrados.
II. A obra caracteriza-se pelo tom documental, comprometida com a denúncia das
injustiças sociais da época.
III. Os fatos narrados não seguem uma ordem cronológica, como é comum ocorrer
nas narrativas modernas.
19
IV. O autor denuncia a vida desamparada das crianças de rua, mesclando o lirismo e
o tom seco da crítica social.
V. A narração afasta-se radicalmente do tom coloquial e popular proposto pelo
Modernismo.
Unidade IV – Questionamento do horizonte de expectativas
Esta etapa, a quarta do Método Recepcional, denominada questionamento do
horizonte de expectativas, decorre da comparação das etapas anteriores. O
professor oferece, num segundo momento, leituras que propiciem o
questionamento desse horizonte, incitando-o assim a refletir e instaurando a
mudança através de um processo contínuo. Nesse sentido, o método
recepcional de ensino da literatura enfatiza a comparação entre o familiar e o
novo, entre o próximo e o distante no tempo e no espaço.
Os critérios de avaliação a serem empregados pelo professor abrangem
a dinâmica do processo e cada leitura do aluno, que deve evidenciar a
capacidade de comparar e contrastar todas as atividades realizadas,
questionando a sua atuação e a do grupo. A resposta final deve ser uma leitura
mais exigente que a inicial, em termos estéticos e ideológicos.
Para esta fase foi selecionada a música intitulada “Brasil, mostra tua
cara”, de Cazuza, que se inicia com a seguinte afirmação:
Não me convidaram Prá esta festa pobre Que os homens armaram Prá me convencer A pagar sem ver Toda essa droga Que já vem malhada Antes de eu nascer…
Sugestão ao Professor Solicitar aos alunos que estabeleça paralelo observando semelhanças e diferenças entre os personagens: Gato X Boa-Vida
João Grande X Pedro Bala Pirulito X Sem Perna
20
(apud Letras Terra, 2011)
Essa música, que faz parte do rock nacional dos anos 80, tem seu auge
paralelamente com a campanha das diretas-já, que em 1985 mobilizou todo o
país, com o plano Cruzado e seu acaso na era Collor. Também tem relação
com as eleições indiretas para presidente em 1985 que elegeu Tancredo
Neves para a presidência da república, este faleceu antes de tomar posse por
motivos de doenças estomacais, deixando a presidência para seu vice José
Sarney.
O rock dos anos oitenta e, especialmente essa música, andou lado a
lado com as esperanças de transformação do país com a abertura democrática
e permitiu também desenvolver uma temática mais vinculada a questões
sociais buscando “mostrar a cara do Brasil”. Anos se passaram e essa canção
continua extremamente atual. O eu lírico dessa música pode ser um menor
abandonado ou uma pária dessa sociedade injusta. Para conseguir o que quer,
usa a violência como sugere nos versos “meu cartão de credito/ é uma
navalha”.
A expressão “festa pobre” sugere um desdém a esse estado de coisas.
O fato de ele ficar na porta reflete a sua exclusão social. A televisão colabora
para que as pessoas não se rebelem contra o que está acontecendo,
transformando-as em robôs.
O trecho “não me sortearam a garota do fantástico/ não me subornaram”
nos faz refletir um pouco mais sobre a corrupção que assola o Brasil desde os
velhos tempos. No trecho “ grande pátria desimportante/ em nenhum estante
eu vou te trair” passa um sentimento de desilusão devido ao caos que se
encontrava o Brasil entretanto, mostra-se resistente e disposto a lutar por
mudanças. Portanto, a música faz uma análise crítica e associa imagens
narrativas de uma voz excluída remetendo o nosso olhar em direção ao país
em que vivemos.
21
Fonte: softwarelivre
Não me convidaram pra esta festa pobre [...].
(apud Letras Terra, 2011)
Se o convite não veio e “os homens” querem apenas convencer,
persuadir o malandro-mané a aceitar a “droga” que já vem malhada, o jogo que
já vem armado; se não restou pra ele nem um cigarro e teve que ficar de fora
“estacionando os carros”, resta a opção de lançar mão do mesmo instrumento
que garantia a sobrevivência do malandro: a navalha.
Na letra de “Brasil”, a personagem diz “meu cartão de crédito é uma
navalha”, no entanto, esse instrumento não lhe dá mais uma posição
privilegiada, em verdade, a violência parece ser a única opção para quem é
colocado do lado de fora do sistema paternalista/clientelista, para quem
ninguém oferece cigarros, nem elege chefe de nada.
A mídia, em sua promessa de Midas, seduz e educa; já é possível “ver
TV a cores na taba de um índio/ programada pra só dizer: „sim‟, „sim‟” (O “sim,
sim” de Cazuza pode ser interpretado como uma referência ao “plim, plim” da
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Rede Globo, que, sem dúvida, determina no país modismos, atitudes e
crenças).
Brasil Mostra a tua cara
Quero ver quem paga Pra gente ficar assim
Brasil Qual é o teu negócio? O nome do teu sócio?
Confia em mim.
(apud Letras Terra, 2011)
“Brasil é deboche sem autocompaixão, em que peço à pátria que me
conte todas as suas sacanagens, que eu não vou espalhar pra ninguém”
(CAZUZA, apud ARAÚJO, 2001, p.179). Diante do país personificado é
necessário buscar um jeitinho para desvendar seus segredos, é preciso ganhar
a confiança desse malandro-mané. O Brasil não se mostra abertamente, mas o
desvendamos como corrupto, explorador, desigual e clientelista (CAZUZA,
apud ARAÚJO, 2001, p.179). Na última estrofe da letra Cazuza define sua
postura diante desse Brasil:
Grande Pátria desimportante
Em nenhum instante Eu vou te trair
(Não vou te trair)
(apud Letras Terra, 2011)
Agenor de Miranda Neto, o Cazuza, foi um dos grandes compositores
do rock nacional da década de 80, até mesmo porque transcendeu o universo
roqueiro, dialogando com a MPB, tentando atualizar a temática do samba (de
Lupicínio Rodrigues, Ataulfo Alves Noel Rosa e Nelson Gonçalves) ao
universo do jovem urbano. Misturou bossa nova e rock‟roll e trouxe de volta a
dor-de-cotovelo, sem medo de cair no rótulo de brega. No entanto, foi quando
passou a pensar o Brasil em suas letras que compositor carioca alcançou os
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seus melhores momentos. A virada temática coincidiu com o fato de Cazuza
ter abandonado o posto de vocalista da banda roqueira Barão Vermelho e
partido para a carreira solo, em 1985. A independência permitiu ao artista
trabalhar com outros ritmos, que transcendiam o universo roqueiro, e também,
desenvolver uma nova temática mais vinculada a questões sociais, buscando
“mostrar a cara” do país.
Primeira leitura:
Estipular um tempo para que os alunos ouçam a música “Brasil” e leiam a letra
da música
Segunda leitura
Divida os alunos em grupos para que analisem as semelhanças entre os
personagens de Capitães da areia e a música “Brasil”, de Cazuza. Colocar a
música para que os alunos ouçam enquanto analisam.
Questões para debate
Na música de Cazuza, a navalha é o cartão de crédito do excluído. Isso também
ocorre com os capitães da areia?
Você acredita que a mídia pode influenciar no aumento da violência? De que forma?
Que contingências sociais e econômicas determinaram a escolha pela violência,
tanto na música quanto no romance?
Unidade V – Ampliação do horizonte de expectativas
Bordini e Aguiar (1993) asseveram que esta última etapa do método
resulta das reflexões realizadas a respeito das relações entre a leitura e a vida.
O trabalho deve proporcionar aos alunos a percepção de que as leituras feitas
dizem respeito não só a tarefa escolar, mas à maneira como vêem o mundo.
Devem, a partir daí, tomar consciência do que as leituras iniciais e no decorrer
do processo, acrescentaram ou alteraram suas experiências com a literatura.
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Nesta fase, espera-se que os alunos estejam preparados para a leitura
de uma obra considerada “mais difícil”. Tanto o romance, o filme, a poesia e a
música, já terão sido trabalhados em etapas anteriores e, para esta nova etapa,
as obras selecionadas serão as pinturas de Renoir e Mary Cassatt que
contrastam com o universo das crianças abandonadas e violentadas presentes
em Capitães da areia e no filme Precious - uma história de esperança.
Inicialmente serão apresentadas breves biografias dos pintores, e a leitura das
obras serão divididas em partes previamente delimitadas. Após a análise das
obras, o aluno perceberá as diferenças entre as visões dos pintores, que
retratam o mundo da criança e do adolescente de formas tão diversas. O
retrato de mundos tão opostos deverá favorecer a ampliação do horizonte dos
alunos.
Desta forma, o aluno de Ensino Médio construirá seu conceito de
exclusão, violência e pluralidade ao percorrer o universo cultural da diversidade
representada por cada personagem da obra Capitães da Areia, Clareece
Precious Jones, o Bandido Negro, o povo excluído presente na música de
Cazuza são um exercício simultâneo de auto-conhecimento e de alteridade. As
crianças retratadas por Renoir e Mary Cassatt mostram um universo
totalmente oposto aos personagens da obra de Jorge Amado, um universo de
um mundo ideal que deveria ser de direito de todos.
Atividades
Vamos conhecer personagens que percorrem o caminho inverso ao dos
meninos de Capitães da Areia. As crianças retratadas por Renoir e Mary
Cassatt apresentam: 1) vida de abastança 2) vida repleta de amor e cuidado 3)
vida repleta de beleza, saúde e alegria.
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Fonte: Wikipedia
Fonte: Mestresdapintura
26
Fonte: Mestresdapintura
Fonte: Mestresdapintura
27
;
Fonte: Wikipedia
Pierre-Auguste Renoir (nasceu 25 de fevereiro de 1841 e morreu em 03
de dezembro de 1919) foi um pintor francês, uma das figuras mais importantes
do impressionismo. Os temas preferidos das suas pinturas foram os retratos
das mulheres e das crianças, e também as naturezas-mortas. O seu estilo
caracterizou-se pela sensualidade, elegância e sutileza.
Professor
Mais informação sobre a pintora Mary Cassatt e Renoir acesse:
http http://www.bimago.pt/quadros-pintores-famosos/pierre-auguste-renoir/madame-renoir.html
Mary Cassatt, pintora impressionista, nasceu em 22 de maio de 1844 e
faleceu a 14 de junho de 1926 (82 anos), perto de Paris. Desde muito cedo que
a América a fascinava e, foi aí que viria a estudar arte na Academia da
Pensilvânia. Ela teve o grande mérito de, no século XIX, enfrentar e vencer
num mundo marcadamente masculino. Participou de vários exposições de
1879 a 1886, evidenciando-se a sua obra por um estilo muito próprio onde a
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suavidade e a luminosidade eram marcantes. Pintou muitas crianças. Nas suas
telas encontram a sensualidade, a pureza, os movimentos.
Uma vida é uma obra de arte. Não há poema mais belo que viver
em plenitude. (Georges Clemenceau)
Nosso objetivo, nesta etapa, é a apresentação ao aluno, de novos
textos, novas formas de arte para que ele seja capaz de participar do processo
com mais informações e experiências que lhe foram propiciadas.
Questões
Você gostou da obra lida Capitães da areia? Por quê?
O que você achou do filme: Precious - uma história de esperança? O que mais o
impressionou? O que você não gostou?
A música de Cazuza é o tipo de música que você gosta? Você gostou da forma como
foi mostrada a você? Sim, não. Por quê?
As pinturas que lhe foram mostradas te chamaram a atenção? O que você aprendeu
do impressionismo dos pintores apresentados?
De que forma deve ser o relacionamento de pais e filhos para se evitar a violência?
Seus pais são aquilo que você gostaria que fossem. Por quê?
Que transformação é essa e quais as conseqüências dela para o personagem e as
pessoas que com ele convivem?
Professor
Mais informação sobre a pintora Mary Cassatt acesse:
http:// www.youtube.com/watch
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Atividades
Expansão:
Após assistir ao filme, ler o romance, trabalhar o texto poético “Bandido
Negro”, a música de Cazuza, deverão fazer a comparação da linguagem usada
pelos autores, como cada personagem foi representado literária e
cinematograficamente e quais os recursos utilizados em cada linguagem e,
buscar a compreensão da trajetória dos capitães da areia, da personagem
Clareece Precious Jones e o Bandido Negro, do poema.
Atividade de encerramento: Ampliando o horizonte de expectativas
Como atividade final promover “um encontro literário” entre os Capitães
da Areia, Clareece Precious Jones, o Bandido Negro e a música “Brasil” de
Cazuza, nas vozes que clamam por justiça, por amor, por dignidade, por
respeito, fazendo uma exposição no mural da escola, com pequenos trechos
das obras vistas e uma exposição das pinturas de Renoir e Mary Cassatt.
Companheiros, chegou a hora... ( capítulo de Capitães da areia)
A voz o chama. Uma voz que o alegra, que faz bater seu coração. Ajudar a mudar o destino de todos os pobres. Uma voz que atravessa a cidade, que parece vir dos atabaques que ressoam nas macumbas da religião ilegal dos negros. Uma voz que vem com o ruído dos bondes, aonde vão os condutores e motorneiros grevistas. Uma voz que vem do cais, do peito dos estivadores, de João de Adão, de seu pai morrendo num comício, dos marinheiros dos navios, dos saveiristas e dos canoeiros. Uma voz que vem do grupo que joga a luta da capoeira, que vem dos golpes que o Querido-de-Deus aplica. Uma voz que vem mesmo do padre José Pedro, padre pobre de olhos espantados diante do destino terrível dos Capitães da Areia. Uma voz que vem das filhas-de-santo do candomblé de Don‟Aninha, na noite que a polícia levou Ogum. Voz que vem do trapiche dos Capitães da Areia. Que vem do reformatório e do orfanato. Que vem do ódio do Sem-Pernas se atirando do elevador para não se entregar: Que vem no trem da Leste Brasileira, através
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do sertão, do grupo de Lampião pedindo justiça para os sertanejos. Que vem de Alberto, o estudante pedindo escolas e liberdade para a cultura. Que vem dos quadros de Professor, onde meninos esfarrapados lutam naquela exposição da rua Chile. Que vem de Boa-Vida e dos malandros da cidade, do bojo dos seus violões, dos sambas tristes que eles cantam. Uma voz que vem de todos os pobres, do peito de todos os pobres. Uma voz que diz uma palavra bonita de solidariedade, de amizade: companheiro. [...] (AMADO, 2004, p. 220)
O trecho da música de Cazuza: “não me sortearam a garota do fantástico/ não me subornaram” nos faz refletir um pouco mais sobre a corrupção que assola o Brasil desde os velhos tempos. No trecho “ grande pátria desimportante/ em nenhum estante eu vou te trair” passa um sentimento de desilusão devido ao caos que se encontrava o Brasil entretanto, mostra-se resistente e disposto a lutar por mudanças. Portanto, a música faz uma análise crítica e associa imagens narrativas de uma voz excluída remetendo o nosso olhar em direção ao país que vivemos. ( apud analisedasletras,
2011)
Essa música, andou lado a lado com as esperanças de transformação do país com a abertura democrática e permitiu também desenvolver uma temática mais vinculada a questões sociais buscando “mostrar a cara do Brasil”. Anos se passaram e essa canção continua extremamente atual. O eu lírico dessa música pode ser um menor abandonado ou uma pária dessa sociedade injusta. Para conseguir o que quer, usa a violência como sugere nos versos “meu cartão de credito/ é uma navalha” tal como os capitães da areia de Jorge Amado e o Bandido Negro de Castro AlVES. ( apud
analisedasletras, 2011)
“Ninguém gosta de mim. O amor não fez nada por mim. O amor agride-me, viola-me e chama-me de animal, faz me sentir inútil e mete-me nojo”. – Precious uma voz de impotência diante dos fatos. Filme Precious - uma história de esperança
Natal na casa da professora – clima de paz, tranqüilidade, exaltação da cultura, reforço de auto-estima, desmontagem do preconceito relativo à homossexualidade – (74 min: 77min 13s) (Filme Precious). Preciosa, ao contrário do romance, da música e do poema, não se revolta. Busca refúgio para a violência no sonho, na fantasia. É o contraponto das obras anteriores. Oh! Deus! Não ouves dentre a imensa orquestra Que a natureza virgem manda em festa Soberba, Um grito que soluça aflito vivo O retinir dos ferros do cativo Um som discorde e vil? Um som de prantos de sangue
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Vagas escarlates Toldam teus rios – lúbricos Eufrates Dos teus servos de Sião E as palmeiras se torcem torturadas Quando escutam dos morros nas quebradas O grito de aflição. (apud blogosferalegal, 2011)
Embora Castro Alves tenha sido uma voz em defesa dos afro-descendentes, a expressão “ bandido negro” permite uma conotação pejorativa, negativa. É notório o constante encorajamento à revanche dos escravos, como visto pelas metáforas do canto bíblico. O texto do poeta baiano não mergulhou a fundo na especificidade psicológica e cultural do negro, mas assimilou dele, sem romper a cortina dos estereótipos criados pela classe dominante. (TOLLER apud Educação Uol, 2011)
REFERÊNCIAS
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