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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

JONAS PEREIRA CAXANGÁ RODRIGUES NETO

COMPARATIVO CONSTRUTIVO E ORÇAMENTÁRIO ENTRE SISTEMAS

DE VEDAÇÃO EM ALVENARIA DE BLOCOS CERÂMICOS TRADICIONAL E

VEDAÇÃO VERTICAL EM GESSO ACARTONADO

Barra do Garças

2018

JONAS PEREIRA CAXANGÁ RODRIGUES NETO

COMPARATIVO CONSTRUTIVO E ORÇAMENTÁRIO ENTRE SISTEMAS

DE VEDAÇÃO EM ALVENARIA DE BLOCOS CERÂMICOS TRADICIONAL E

VEDAÇÃO VERTICAL EM GESSO ACARTONADO

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia, como parte das exigências para obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Prof.° Esp. Jéssica Nathália Florêncio Zampieri

Barra do Garças

2018

Dedicatória: Dedico esse trabalho aos meus familiares que

sempre me apoiaram e me deram força para seguir meus

sonhos, aos meus amigos, em especial meus irmãos de casa,

da República Vegas.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais e meu irmão pelo apoio incondicional

durante toda minha vida, a minha mãe Hermelina por ser meu maior exemplo de vida,

ao meu pai Tito, pelo apoio e carinho que sem esteve presente, ao meu irmão Lucas

pelo companheirismo e ajuda inestimável para conclusão deste trabalho.

Agradeço a minha namorada Janaina, pelo apoio, carinho, paciência e

parceria durante essa fase, compreensão pelos momentos em que faltei e apoio nos

momentos mais difíceis.

Agradeço também a minha orientadora, Profª. Esp. Jessica Nathália Florêncio

Zampieri, pelo apoio, orientação, paciência e dedicação durante a confecção deste

trabalho.

Também deixo meus agradecimentos a todos do corpo docente da

Universidade Federal Do Mato Grosso Campus Universitário do Araguaia, que de

alguma maneira estiveram envolvidos na minha formação acadêmica, em especial

aos mestres do Curso de Engenharia Civil.

Enfim, fico grato a todos que me ajudaram na minha caminhada acadêmica.

RESUMO

A utilização dos métodos construtivos tradicionais na construção brasileiras está defasada. Em busca de eficiência construtiva, por meio de diminuição de custo, redução de resíduos e rapidez na execução este trabalho busca comparar os sistemas de vedação vertical em alvenaria convencional de bloco cerâmico e de gesso acartonado, levando em consideração aspectos construtivos e orçamentários. Sendo bloco cerâmico caracterizado pela forma de prisma reto, composto de matéria-prima argilosa e queimadas em temperaturas elevadas, já o gesso acartonado é constituído por um miolo de gesso e revestido em ambos lados por lâminas de papel cartão. A princípio, foi desenvolvida uma pesquisa descritiva, com levantamento em bibliografias, assim foi analisada a diferença entre os dois métodos em busca de levantar e comparar as vantagens e desvantagens de cada um, depois a pesquisa teve uma vertente exploratória, para a formulação dos orçamentos. Consequentemente chegando a um resultado favorável ao gesso acartonado, sendo este mais barato 17,12%. Portanto o estudo comparativo se faz necessário para que se propague e desenvolva métodos mais eficientes.

Palavras-chave: Bloco Cerâmico, Gesso Acartonado, Vedação vertical.

ABSTRACT

The use of traditional construction methods in Brazil is outdated. Seeking construction efficiency by trimming material costs, reducing residue and decreasing construction time, the following project compared two non-load-bearing wall systems, one of walls made by conventional ceramic blocks, and another made by drywall. The comparison took into consideration monetary and constructive aspects. Conventional ceramic blocks are characterized by their rectangular prism shape and clay based composition baked in high temperatures, whereas drywall is a composite made by a panel of gypsum extruded between two sheets of paper. At first, a research via bibliographical references was made where the characteristics, the advantages and disadvantages of each material were studied. Then, an exploratory research was made to determine the monetary value of both materials. After the research, the drywall system proved to be less expensive by 17.12%, Therefore, it is necessary to develop new methods to make the use of such material more efficient.

Keywords: Ceramic Block, Drywall, Non-Load-Bearing Wall

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Blocos cerâmicos .................................................................................... 25

Figura 2 – Blocos cerâmicos com furos na horizontal e vertical ............................... 25

Figura 3 – Parede na forma de escada .................................................................... 30

Figura 4 – Execução de fiadas ................................................................................. 30

Figura 5 – Camadas do revestimento em argamassa .............................................. 31

Figura 6 – Composição da placa de gesso acartonado ............................................ 34

Figura 7 – Guias e Montantes .................................................................................. 35

Figura 8 – Chapas .................................................................................................... 37

Figura 9 – isolamento termo acústico ....................................................................... 41

Figura 10: Processo de produção das chapas em gesso acartonado ...................... 43

Figura 11 – Armazenamento das chapas ................................................................. 44

Figura 12 – Armazenamento das chapas 2 .............................................................. 45

Figura 13 – Transporte das chapas .......................................................................... 45

Figura 14 – Armazenamento dos perfis metálicos .................................................... 46

Figura 15 – Estrutura do vão da porta ...................................................................... 47

Figura 16 – Corte da guia ......................................................................................... 47

Figura 17 – Fixação da guia no montante ................................................................ 48

Figura 18 – Fixação da guia no piso ......................................................................... 48

Figura 19 – Fixação das chapas de gesso ............................................................... 49

Figura 20 – Chapas de gesso opostas se alternando .............................................. 50

Figura 21 – instalação hidráulica .............................................................................. 51

Figura 22 – Etapas do orçamento ............................................................................ 56

Figura 23 – Composição de preço ............................................................................ 59

Figura 24 – Desenvolvimento metodológico ......................................................... 62

Figura 25 – Paredes em alvenaria ............................................................................ 65

Figura 26 – Proposta de mudança ........................................................................... 66

LISTA DE GRÁFICOS

Grafico 1- Recolhimento dos Resíduos Sólidos Urbanos ......................................... 19

Gráfico 2 – Composição do RSU ............................................................................. 20

Gráfico 3 – Composição dos RCD ........................................................................... 20

Gráfico 4 – Comparativo de custo final .................................................................... 76

Gráfico 5 – Comparativo de custos das vedações verticais internas ....................... 77

Gráfico 6 – Comparativo de custo do emboço ......................................................... 77

Gráfico 7 – Comparativo de custo do emassamento ................................................ 78

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação dos resíduos ..................................................................... 22

Tabela 2 – Exigência do usuário ............................................................................... 24

Tabela 3 – Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos de vedação ................... 26

Tabela 4 – Características para blocos cerâmicos ................................................... 27

Tabela 5 – Traço de argamassa de assentamento ................................................... 29

Tabela 6 – Perfis metálicos ....................................................................................... 36

Tabela 7 – Dimensões .............................................................................................. 37

Tabela 8 – Tipos de parafusos .................................................................................. 38

Tabela 9 – Tipos de fita ............................................................................................ 39

Tabela 10 – Tipos de massas ................................................................................... 40

Tabela 11 – Etapas do processo de produção das chapas em gesso acartonado ... 42

Tabela 11 – Etapas do Orçamento ........................................................................... 55

Tabela 12 – Exemplo composição de custo unitário ................................................. 59

Tabela 13 – Exemplo de família de insumo do SINAPI ............................................ 60

Tabela 14 – Vantagens e desvantagens da vedação em gesso acartonado ............ 64

Tabela 15 – Vantagens e desvantagens da vedação em bloco cerâmico ................ 64

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Levantamento de quantidades para alvenaria ....................................... 67

Quadro 2 – Levantamento de quantidades para gesso acartonado ......................... 68

Quadro 3 – Paredes com Chapas RU ...................................................................... 69

Quadro 4 – Levantamento de custos das paredes em alvenaria .............................. 70

Quadro 5 – Levantamento de custo das paredes em alvenaria 2 ............................ 71

Quadro 6 – Custo das paredes em alvenaria ........................................................... 71

Quadro 7 – Composição de preço das placas RU sem vãos ................................... 72

Quadro 8 – Composição de preço das placas RU com vãos ................................... 73

Quadro 9 – Levantamento de custo das vedações verticais internas em gesso

acartonado ................................................................................................................ 74

Quadro 10 – Levantamento de custos das paredes externas em alvenaria ............. 75

Quadro 11 – Levantamento de custos ...................................................................... 75

Quadro 12 – Custo com vedação interna em gesso acartonado .............................. 76

LISTA DE SIGLAS

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland

ABD – Associação Brasileira do Drywall

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

CBIC – Câmara Brasileira da Industria da Construção Civil

CEF – Caixa Econômica Federal

CIB – International Council for Research and Innovation Beilding and Construction

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

DOM – Resíduos Domiciliares

EPUSP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPT – Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São Paulo

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

NR – Norma Regulamentadora

ONG – Organização não Governamental

ONU – Organização das Nações Unidas

PIB – Produto Interno Bruto

PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

RCC – Resíduos da Construção Civil

RCD – Resíduos da Construção e Demolição

RF – Chapas Resistentes ao Fogo

RSU – resíduos sólidos urbanos

RU – Chapas Resistentes a Umidade

SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custo e Índices da Construção Civil

ST – Chapas Standard

TCPO – Tabela de Composição de Preços

UNEP – Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÂO ...................................................................................................... 12

3. OBJETIVOS ......................................................................................................... 14

3.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 14

3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ........................................................................... 14

2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 14

4. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 15

4.1 CONSTRUÇÃO CIVIL E SUATENTABILIDADE .............................................. 15

4.2 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................ 18

4.3 VEDAÇÃO VERTICAL ..................................................................................... 23

4.4 ALVENARIA CERÂMICA TRADICIONAL ........................................................ 25

4.4.1 Armazenamento ................................................................................... 27

4.4.2 Execução .............................................................................................. 28

4.4.2.1 Argamassa de assentamento ................................................... 28

4.4.2.2 Levantamento das alvenarias ................................................... 29

4.4.2.3 Revestimento ........................................................................... 31

4.4.3 Vantagens Da Alvenaria Cerâmica ..................................................... 32

4.4.4 Desvantagens Da Alvenaria Cerâmica ............................................... 32

4.5 VEDAÇÃO VERTICAL EM GESSO ACARTONADO ....................................... 33

4.5.1 Composição Da Vedação Vertical Em Gesso Acartonado ............... 35

4.5.1.1 Estruturas de perfis de aço....................................................... 35

4.5.1.2 Chapas ..................................................................................... 36

4.5.1.3 Parafusos ................................................................................. 37

4.5.1.4 Tratamento de juntas ............................................................... 39

4.5.1.5 Lã mineral................................................................................. 40

4.5.2 Processo De Produção Das Placas De Gesso Acartonado ............. 41

4.5.3 Montagem Das Vedações Verticais Internas em Gesso ................... 44

4.5.3.1 Armazenamento, Transporte e manuseio ................................ 44

4.5.3.2. Execução................................................................................. 46

4.5.3.2.1 Estrutura ..................................................................... 47

4.5.3.2.2 Instalação Das Chapas De Gesso Acartonado ........... 49

4.5.3.2.3 Instalações Prediais .................................................... 50

4.5.3.2.4 Tratamento Das Juntas ............................................... 51

4.5.3.2.5 Acabamentos .............................................................. 51

4.5.4 Vantagens da vedação vertical em gesso acartonado ..................... 52

4.5.5 desvantagens da vedação vertical em gesso acartonado ............... 53

4.6 ORÇAMENTO .................................................................................................. 53

4.6.1 Etapas do Orçamento .......................................................................... 55

4.6.2 Tipologias de Orçamento .................................................................... 56

4.6.3 Orçamento Analítico ............................................................................ 57

4.6.3.1 Levantamento De Quantidades ................................................ 57

4.6.3.2 Composição de custo Unitário .................................................. 58

4.6.3.2.1 Tabela SINAPI ............................................................ 59

5. METODOLOGIA ................................................................................................... 61

6. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 63

6.1 LEVANTAMENTO DOS QUANTITATIVOS ..................................................... 67

6.2 LEVANTAMENTO DOS ORÇAMENTOS ......................................................... 69

6.3 COMPARATIVO ENTRE OS CUSTO .............................................................. 76

7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 78

8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 80

ANEXO I.................................................................................................................... 85

ANEXO II................................................................................................................... 86

ANEXO III.................................................................................................................. 93

12

1. INTRODUÇÃO

A construção civil é o setor com a maior geração de resíduos do Brasil, isso

fica claro no dado apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) (2014), que cerca de 61% de todo resíduo solido urbano são provenientes da

dessa indústria. Por ser um setor muito importante para a economia do país,

representando 5,01% do Produto Interno Bruto (PIB), isso segundo Câmara Brasileira

da Industria da Construção Civil (CBIC) (2018), tem-se buscado inovações nos

métodos construtivos para se ter uma indústria da construção com mais eficiência.

A indústria da construção brasileira ainda é caracterizada pelo uso de

métodos construtivos artesanais. De acordo com Silva (2003), a composição de

estruturas em concreto armado e alvenaria de blocos cerâmicos são predominantes

nas edificações brasileiras, sendo conhecido como processo construtivo tradicional.

Segundo Silva (2003), a alvenaria tradicional é composta basicamente por

blocos de cerâmicos e argamassa, feito em um processo de montagem, usando a

argamassa como produto de ligação entre os blocos e servindo de revestimento.

Para Taniguti (1999), a vedação em gesso acartonado é composta por chapas

de gesso acartonado aparafusadas em ambos lados de uma estrutura de aço

galvanizado ou madeira, quando unidas as juntas das placas, com fita e massa,

formam a vedação vertical, pronta para receber o acabamento. Sendo este um método

construtivo com baixa produção de resíduos da construção, pois é caracterizado pelo

uso de materiais pré-fabricados, de montagem seca.

Em busca de uma alternativa, este trabalho tem o propósito de comparar os

sistemas de vedação vertical em alvenaria convencional de bloco cerâmico e de

gesso acartonado, levando em consideração aspectos construtivos e

orçamentários.

Assim, partindo da problemática de que é possível a utilização de outro

método construtivo que possa garantir eficiência, diminuição de custos, redução de

resíduos e agilidade da execução se comparado com a alvenaria cerâmica tradicional,

tem-se como hipótese que é possível substituir o sistema construtivo tradicional por

vedações verticais em gesso acartonado, sendo plausível propiciar a edificação

redução de custo, diminuição de resíduos com mais rapidez e eficiência construtiva.

Para isso, será analisada a diferença entre os dois métodos construtivos,

de forma a estudar as vantagens e as desvantagens de cada um. Após, o estudo

13

realizará planilhas orçamentarias para o conhecimento de viabilização dos

sistemas.

Sendo a análise dos sistemas das vantagens e desvantagens feita por revisão

bibliográfica nos capítulos construção civil versus sustentabilidade, resíduos da

construção, vedação vertical, alvenaria cerâmica tradicional, vedação vertical em

gesso acartonado. Já para a realização das planilhas orçamentarias tem-se o capítulo

de orçamento, para o embasamento.

Nos capítulos construção civil versus sustentabilidade e resíduos da

construção, são demostrados dados da participação da construção no desgaste do

meio ambiente, através do consumo de matéria-prima e da produção de resíduos da

construção e demolição. Já nos capítulos vedação vertical, alvenaria cerâmica

tradicional e vedação vertical em gesso acartonado, são demonstradas as

características de cada sistema, a composição de cada método e a execução de cada.

No capítulo de orçamento são explicadas as etapas para a realização do orçamento

e os parâmetros de cálculo. Por fim a descrição e análise dos resultados são feitas

por meio de tabelas e gráficos para comparar os dois métodos construtivos.

14

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Comparar os sistemas de vedação vertical em alvenaria convencional de

bloco cerâmico e de gesso acartonado, levando em consideração aspectos

construtivos e orçamentários.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

• Analisar as diferenças entre os métodos construtivos de vedação proposto pelo

tema;

• Apresentar as vantagens e desvantagens para utilização de cada método;

• Realizar planilhas orçamentárias de levantamento de mão de obra, custo e

material, para conhecimento de viabilização dos sistemas.

3. JUSTIFICATIVA

Atualmente o desenvolvimento econômico está atrelado ao consumo

consciente dos recursos naturais, por meio da racionalidade e eficiência. Na

construção não é diferente, hoje tem-se a necessidade de pensar nos materiais

que serão utilizados de forma a não degradar o meio ambiente, a atender ao

usuário de forma plena e com retorno econômico, que são algumas das diretrizes

que tangem a economia. Sendo assim, as diretrizes levam cada vez mais a

necessidade de uma obra sustentável com menor tempo de execução e custo.

Dentro da engenharia civil se busca métodos diferentes dos convencionais para

que se possa está dentro dos parâmetros supracitados.

Para Barros e Sabbatini (2003), com os novos parâmetros do mercado os

empresários da construção têm repensado as antigas formas de produção, pois em

um mercado competitivo é necessário ofertar um produto economicamente acessível

e que satisfaça as exigências dos clientes. Então em uma economia dinâmica a

redução de custo faz-se necessária para a manutenção de empresas no mercado.

Sabbatini (1989) explana que a indústria da construção civil está atrasada em

relação a outros setores da economia e mesmo com o passar dos anos continua

15

optando pelo processo construtivo tradicional sendo conivente com a ineficiência

técnica e a inaptidão organizacional.

Assim a evolução tecnológica na construção civil, o desenvolvimento de novos

métodos e o aperfeiçoamento dos já existentes é de suma importância para o

desenvolvimento da indústria da construção civil e consequentemente da nação.

No intuito de atender o mercado e a indústria da construção de forma eficiente

o gesso acartonado é uma alternativa plausível, segundo Nunes (2015) o uso do

gesso acartonado, por ser um material pré-fabricado, em sua essência não gera

entulho, sendo mínimas a formação de resíduos, não existe a necessidade de rasgos

para passagem de instalações prediais e facilita na redução do retrabalho. Já para

Trevo (2016), a vedação em gesso acartonado não necessita de regularização para

acabamento final, podendo assim tornar o uso deste uma forma mais barata de

construção.

Nesse sentido, o presente trabalho se faz necessário, à medida que surge a

tentativa de se estudar a viabilidade econômica e construtiva do gesso acartonado,

como vedação vertical interna, se comparado a alvenaria cerâmica tradicional, tão

comumente utilizada no país.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 CONSTRUÇÃO CIVIL E SUSTENTABILIDADE

A construção civil está ligada ao termo sustentabilidade de forma direta, visto

que a indústria da construção é responsável pelo consumo de grande parte dos

recursos naturais do planeta. Com isso fica claro que o desenvolvimento da

sustentabilidade está fortemente ligado a um desenvolvimento sustentável da

construção civil. Fica ainda mais evidente com os dados apresentados pela UNEP

(Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas):

Globalmente os edifícios são responsáveis por 40% do consumo anual de energia e responsáveis por até 30% do consumo de energia relacionado à emissão de gases do efeito estufa. Coletivamente o setor da construção é responsável por um terço do consumo de recursos naturais, incluindo 12% de todo uso de água doce e pela produção de até 40% de resíduos sólidos. (UNEP 2012 apud CBCS 2012)

16

Então a sustentabilidade tem como objetivo o consumo consciente dos

recursos naturais do planeta, de forma a conservar e manter. Segundo John (2009)

também relaciona a sustentabilidade ao aspecto ambiental, econômico e social, de

forma a manter o equilíbrio dos três fatores. Para compreender melhor o termo

sustentabilidade tem que se entender o que é desenvolvimento sustentável, sendo

este o caminho à ser percorrido para se atingir o objetivo maior, a sustentabilidade.

Para alcançar a sustentabilidade deve-se preconizar a redução, do consumo

de recursos naturais esgotáveis e do volume de resíduos produzidos, evidenciando a

reciclagem, a implementação de políticas ambientais e o uso de novas tecnologias

por meio de pesquisas.

Por conta do desenvolvimento econômico ocasionado pela primeira revolução

industrial e pelo aumento do consumo dos recursos naturais para impulsiona-lo, surgiu

um grande problema, esses recursos não foram repostos pela natureza na mesma

velocidade que foram consumidos.

A partir da década de 60, Motta (2009) fala sobre o começo da pesquisa sobre

o desenvolvimento sustentável, que teve como ponto de partida um estudo feito pela

Organização não Governamental (ONG) Clube de Roma, em 1968, The Limits of

Growth (Os limites do crescimento), em resumo, o estudo mostrava o crescimento

exponencial da população em detrimento dos recursos naturais existentes.

Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) realiza sua primeira

conferência sobre o meio ambiente humano, em Estocolmo que, ainda segundo Motta

(2009), foram discutidas questões sobre o consumismo exagerado dos países

desenvolvidos e o crescimento demográfico dos países em desenvolvimento. Na

conferência foram aprovados a Declaração das Nações Unidas sobre o Meio

Ambiente Humano e o Plano de Ação para o Meio Ambiente Humano.

De acordo com Corrêa (2009), desde o Clube de Roma, o conceito de

desenvolvimento sustentável vem se desenvolvendo, que em 1987 é definido pela

ONU como, “desenvolvimento sustentável é o tipo de desenvolvimento que atende as

necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras

de atenderem suas próprias necessidades”. Esse conceito foi apresentado no relatório

de Brundtland, feito pela comissão mundial sobre meio ambiente em 1987.

No relatório de Brundtland fica prevista algumas medidas a serem tomadas em

relação ao desenvolvimento sustentável, entre elas é citado por Corrêa (2009):

• limitação do crescimento populacional;

17

• garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) em longo prazo;

• preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;

• diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com

uso de fontes energéticas renováveis;

• aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base

em tecnologias ecologicamente adaptadas;

• controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades

menores;

• atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).

Em 1992 ocorreu a segunda conferência do meio ambiente da ONU, a ECO-

92, também conhecida como Rio92, ocorreu na cidade do Rio de Janeiro – RJ.

Segundo Condeixa (2013) essa conferência teve como objetivo a discussão de ações

ambientais, no combate à desertificação, acerca da diversidade biológica e por conta

das mudanças climáticas. O principal documento produzido pela convenção, que

contou com a participação de setores não governamentais, foi a confecção da Agenda

21.

Para Condeixa (2013), na Agenda 21 foram propostas metas a serem

cumpridas a respeito da manutenção das espécies vivas no mundo, um maior

envolvimento da sociedade na questão do desenvolvimento sustentável, por meio de

ONGs, e uma melhor distribuição de renda. Também ficou previsto a formulação de

uma Agenda 21 para cada país, de forma a atender as limitações culturais e a

realidade de cada local.

Segundo Novaes (2000) apud Condeixa, (2013), a implementação das

Agendas 21 nacionais, propostas pela Rio92, foram de grande importância para

sociedade, deixando mais evidente as metas a serem cumpridas por cada país. No

Brasil a Agenda 21 impôs metas a serem alcançadas para gestão dos recursos

naturais, por meio do desenvolvimento sustentável das cidades, da agricultura, na

redução das desigualdades sociais e no desenvolvimento das ciências e tecnologias.

Assim como as Agendas 21 foram lançadas nacionalmente, segundo Bourdeau

(2012) apud Condeixa (2013) foi criado pela International Council for Research and

Innovation Beilding and Construction (CIB) a Agenda 21 para a construção

sustentável, lançada primeiramente para os países desenvolvidos em 1999 e no ano

seguinte em 2000 para os países em desenvolvimento, respeitando as

particularidades de cada um.

18

Em Corrêa (2009) para o desenvolvimento da sustentabilidade na indústria da

construção é importante buscar a adequação ambiental, viabilidade econômica,

justiça social e aceitação cultural, sendo igualmente defendida pelo Conselho

Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) (2009) que “apoia o desenvolvimento e

uso de sistemas de avaliação da sustentabilidade e empreendimentos, que

consideram as dimensões ambiental, social e econômica em mesmo nível

hierárquico”.

Assim de forma a evidenciar o desenvolvimento sustentável na construção

busca-se soluções para a diminuição do desperdício de material e o descarte de

resíduos. Para Corrêa (2009) é necessário a implementação, com mais vigor, de uma

construção sustentável, que seja planejada de forma correta, desde sua concepção

até sua requalificação, desconstrução ou demolição.

4.2 RESÍDUOS DA COSTRUÇÃO

Os resíduos sólidos urbanos (RSU) representam uma grande problemática

para a sociedade, por conta da alta produção e descarte. A gestão, dos resíduos,

segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) (2008) é de

competência, constitucional, do poder público local. Apesar disso, em muitas regiões

do país as entidades privadas também atuam no setor chegando a ultrapassar o poder

público, como na Região Sul do Brasil. Uma pesquisa apresentada pelo IBGE (2008),

Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB (2008), mostra a disparidade de

administração apresentado no gráfico 1.

Gráfico 1- Recolhimento dos Resíduos Sólidos Urbanos

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais,

Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008.

19

Por meio do gráfico 01 percebe-se que no Brasil cerca de 61,2% dos resíduos

sólidos são coletados pela administração direta, 34,5% são recolhidas por empresas

privadas, indicie impulsionado pela grande participação do setor privado na Região

Sul do Brasil, que chega a 56,3%, os outros 4,3% são coletados por autarquias,

empresas públicas, sociedade mista e consórcios.

Os resíduos provenientes da construção civil, vem causando grande impacto

ao meio ambiente, levando em consideração a quantidade e o despejo ilegal desses

materiais, que representa grande parte dos resíduos sólidos produzidos pela

humanidade.

Segundo Pinto (1999) na década de 90 eram gerados cerca de 500kg/hab.ano

de resíduos da construção, em uma pesquisa mais recente apresentada pelo CBCS

(2014) consta que a produção de resíduos aumentou para cerca 800kg/hab.ano,

pesquisa realizada no interior do estado de São Paulo, podendo ser ainda maior em

grandes centros.

O IBGE (2008) revela também que 50,8% dos resíduos sólidos produzidos são

destinados a vazadouros a céu aberto (lixões) e grande parte dos RSU são compostos

por resíduos da construção e demolição (RCD). A produção de RCD vem crescendo

no Brasil ao longo dos anos, isso fica evidente com os dados apresentados pelo CBCS

(2014) e pelo estudo do IBGE (2008), mostrando que cerca de 61% de todo RSU são

provenientes dos RCD, como apresentado no gráfico 2.

Gráfico 2 – Composição do RSU

Fonte: I & T informações técnicas (2004)

20

Segundo o IBGE (2008), no gráfico fica representado os Resíduos da

Construção e Demolição (RCD), nele não está incluso a movimentação de terra, os

Resíduos Domiciliares (DOM), onde se inclui resíduos de comercio, serviço e varrição,

nos Outros são abrangidos os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e os resíduos

volumosos como, podas, móveis e inservíveis.

Para o IBGE (2008) os RDC têm como fonte principal as reformas e demolições,

seguidos das produções de edificações com mais de 300 m² e logo após a produção

de novas residências, como ilustrado no gráfico 3.

Gráfico 3 – Composição dos RCD

Fonte: I & T informações técnicas (2004)

Para CBCS (2012), esse volume alto de resíduos produzidos por reformas e

ampliações são, geralmente, depositados em bota-foras clandestinos, isso devido na

maioria das vezes serem provenientes de pequenas obras ou reformas realizadas

pelas camadas mais carentes da população urbana, muitas vezes pelo processo da

autoconstrução, não dispondo assim de recursos financeiros para a contratação de

serviços especializados para essa coleta. Para corroborar o IBGE (2008) explana:

Esses problemas são comuns, principalmente, em bairros periféricos de menor renda, onde o número de áreas livres é maior. Com freqüência, as áreas degradadas - tanto bota-foras como deposições irregulares — colocam em risco a estabilidade de encostas e comprometem a drenagem urbana. (IBGE, 2008)

Em busca de normatizar o destino dos resíduos da construção, em 2002, o

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), publicou a resolução nº 307/2002,

que tem por objetivo compatibilizar a construção civil com meio ambiente de forma

economicamente viável e minimize os impactos ambientais.

Nessa resolução do CONAMA também traz a definição de resíduos da

construção civil (RCC) como sendo:

21

São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. (Resolução CONAMA 307/02).

Em colaboração a definição apresentada pelo CONAMA tem-se a definição de

resíduos da construção e demolição (RCD), elaborada por Neto (2005) apud Scremin,

(2007): “Todo rejeito de material utilizado na execução de etapas de obra de

construção civil, podendo ser proveniente de novas construções, reformas, reparos,

restaurações, demolições e obra de infraestrutura”.

O CONAMA criou diversas resoluções como a 307/02, a 348/04, 341/11, entre

outras, que classificam os resíduos de acordo com o tipo, e as forma com que cada

um vai ser destinado, após a triagem, como apresentado na tabela 1.

Tabela 1 – Classificação dos resíduos. (continua)

Classe Classificação dos resíduos Destinação

A Resíduos reutilizáveis ou

recicláveis, tais como: solo proveniente de

terraplanagem, argamassa, componentes

cerâmicos e concreto (blocos, peças pré-

moldadas e moldadas in-loco)

Reutilização ou reciclagem na forma de agregados, ou encaminhamento a áreas de aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros; (nova redação dada pela Resolução 448/12)

Fonte: Próprio autor, de acordo com as Resoluções CONAMA nº 307/02, nº 348/04 e

nº431/11.

22

Tabela 1 – Classificação dos resíduos. (termina)

B Resíduos recicláveis para outras

destinações, tais como: plásticos, papel,

papelão, metais, vidros, madeiras,

embalagens vazias de tintas imobiliárias e

gesso. (Redação fornecida pela

Resolução CONAMA nº 431/11)

Reutilização, reciclagem ou encaminhamento a áreas de armazenamento temporário, de modo a permitir sua utilização ou reciclagem futura.

C Resíduos que ainda não foram

desenvolvidas tecnologias ou aplicações

economicamente viáveis que permitam

sua reciclagem ou recuperação. (Redação

fornecida pela Resolução CONAMA nº

431/11)

Armazenamento, transporte e destinação de acordo com as normas técnicas específicas.

D Resíduos perigosos tais como:

tintas, solventes, óleos e outros oriundos

de clínicas radiológicas, instalações

industriais, telhas e demais objetos que

contenham amianto (Classe que passou a

vigorar com a nova redação da Resolução

CONAMA nº 348/04)

Armazenamento,

transporte e destinação

conforme as normas

técnicas especificas. (Nova

redação dada pela

Resolução 448/12)

Fonte: Próprio autor, de acordo com as Resoluções CONAMA nº 307/02, nº 348/04 e nº431/11.

Em PINTO (2005) cerca de 75% dos RCD são provenientes de obras informais,

realizadas pelos próprios usuários dos imóveis. Assim com a falta de conhecimento

ou até inexistência de locais adequados para o despejo do resíduo, o fazem em locais

inapropriados. Mas esta prática não é exclusiva dos agentes informais, ainda de

acordo com o autor as atividades de cunho empresarial também podem ser

destinadas da mesma forma. Esse tipo de descarte ocasiona impactos ambientais

muito negativos, como:

Os efeitos decorrentes da prática de disposição inadequada de resíduos sólidos em fundos de vale, às margens de ruas ou cursos d’água. Essas práticas habituais podem provocar, entre outras coisas, contaminação de corpos d’água, assoreamento, enchentes, proliferação de vetores transmissores de doenças, tais como cães, gatos, ratos, baratas, moscas, vermes, entre outros. Some-se a isso a

23

poluição visual, mau cheiro e contaminação do ambiente. (MUCELIM e BERLLINI, 2008)

Diante de tudo que foi citado, é possível observar porque sempre que se aborda

sobre resíduos sólidos a construção civil é a grande vilã. Dentro desse cenário, pode-

se citar ainda a grande produção de resíduos cerâmicos, um tipo de vedação vertical,

provenientes de atividades de construção e demolição de edificações, tópico esse que

será melhor abordado posteriormente neste trabalho.

4.3 VEDAÇÃO VERTICAL

Segundo a NBR 15575 (2013) “Sistema de vedação vertical interno e externo

são partes da edificação habitacional que limitam verticalmente a edificação e seus

ambientes, como as fachadas e as paredes ou divisórias internas”.

Além da limitação dos ambientes as vedações têm que cumprir outras

funções, segundo Silva (2003), o subsistema de vedação vertical tem como função

básica a proteção das edificações contra agentes externos, principalmente contra

chuvas, ação do vento, ação solar e também dar suporte para outros subsistemas das

edificações tais como as instalações elétricas e as instalações hidráulicas.

As normas de desempenho tangem a indústria da construção para que se

tenha uma melhor qualificação das edificações, de forma a ajusta-las aos novos

parâmetros do mercadado da construção e das exigências dos usuários, a principal

norma de desempenho que será utilizada neste trabalho será a série de normas NBR

15575 (2013).

A NBR 15575 (2013), vem para estabelecer critérios de desempenho para

edificações habitacionais, com base em exigência dos usuários, de até 5 pavimentos,

critérios esses referentes ao desempenho térmico, acústico, lumínico e de segurança

ao fogo. A norma é dividida em 6 partes:

• ABNT NBR 15575-1: 2008 – Edifícios habitacionais de até cinco

pavimentos – Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais.

• ABNT NBR 15575-2: 2008 – Edifícios habitacionais de até cinco

pavimentos – Desempenho – Parte 2: Requisitos para os sistemas

estruturais.

• ABNT NBR 15575-3: 2008 – Edifícios habitacionais de até cinco

pavimentos – Desempenho – Parte 3: Requisitos para os sistemas de

pisos internos.

24

• ABNT NBR 15575-4: 2008 Errata 1:2009 – Edifícios habitacionais de até

cinco pavimentos – Desempenho – Parte 4: Sistemas de vedações

verticais externas e internas.

• ABNT NBR 15575-4: 2008 Versão Corrigida: 2009 – Edifícios habitacionais

de até cinco pavimentos – Desempenho – Parte 4: Sistemas de vedações

verticais externas e internas.

• ABNT NBR 15575-5: 2008 – Edifícios habitacionais de até cinco

pavimentos – Desempenho – Parte 5: Requisitos para sistemas de

coberturas.

• ABNT NBR 15575-6: 2008 – Edifícios habitacionais de até cinco

pavimentos – Desempenho – Parte 6: Sistemas hidrossanitários.

Como a NBR é de acordo com as exigências do usuário, é apresentado nela

alguns requisitos, de segurança, habitabilidade e sustentabilidade apresentada na

tabela 2.

Tabela 2 – Exigência do usuário

Exigência do Usuário

• Segurança;

• Segurança estrutural;

• Segurança contrafogo;

• Segurança no uso;

• Segurança na

operação.

• Habitabilidade;

• Desempenho térmico;

• Desempenho acústico;

• Desempenho

lumínico;

• Saúde, higiene e

qualidade do ar;

• Funcionalidade e

acessibilidade;

• Conforto tátil e

antropodinâmico.

• Sustentabilidade;

• Durabilidade;

• Impacto ambiental.

Fonte: Modificada de NBR 15575-1(2013).

No mercado brasileiro o tipo de vedação vertical mais utilizado é o de alvenaria

cerâmica, segundo Sabbatini (2005) apud Soares (2008) cerca de 95% das

edificações são construídas com vedações em alvenaria, tópico que será apresentado

a seguir.

25

4.4 ALVENARIA CERÂMICA TRADICIONAL

As vedações verticais em alvenarias cerâmicas são, basicamente,

constituídas pelos blocos cerâmicos e pela argamassa de acordo com Silva (2003).

Na NBR 15270 (2005), blocos cerâmicos são caracterizados pela forma de

prisma retos, composto de matéria-prima argilosa e queimadas em temperaturas

elevadas. Existem no mercado uma grande variedade de tijolos cerâmicos. Os mais

comuns são os com furos da horizontal de 6 e 8 furos, como apresentado na figura 1.

Figura 1 – Blocos cerâmicos

Fonte: Cerâmica Lorenzetti (2018), modificado pelo autor.

Também podem ser utilizados blocos com furos na vertical, com apenas

função de vedação, ou também função estrutural, como ilustrado na figura 2.

Figura 2 – Blocos cerâmicos com furos na horizontal e vertical

Fonte: Thomaz et al. (2009).

Segundo a NBR 15270 (2005), as dimensões de fabricação são apresentadas

na tabela 3, com variações de largura, altura e comprimento, especificas de cada

bloco.

26

Tabela 3 – Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos de vedação

Fonte: NBR 15270 – 1 (2005)

Para completar o tema, segundo a NBR 15270 (2005) os blocos tradicionais

devem apresentar resistência mínima a compressão de 1 MPa e índice de absorção

de água de 8% a 22%, assim como outros parâmetros ilustrados na tabela 4.

27

Tabela 4 – Características para blocos cerâmicos

Fonte: Thomaz et al. (2009)

Conforme a NBR 13281 (2001), a argamassa é a mistura homogênea de

agregado miúdo, aglomerante inorgânico e água, podendo conter ou não aditivos,

pode ser dosado na obra ou industrializada. Para Thomas et al (2009) a argamassa

de assentamento deve ser mista, com adição de cimento, cal hidratado, areia lavada

bem granulada.

Em 2009 foi lançado um manual de práticas para execução de alvenarias de

vedação em blocos cerâmicos que foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa

Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e pela Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo (EPUSP). O código trata principalmente da boa prática para poder

disseminar o conhecimento do sistema construtivo, de forma a alimentar a

competitividade do mercado e melhorar o desempenho das edificações. As etapas de

execução da alvenaria em blocos cerâmicos tratados neste trabalho tiveram como

base o código de prática supracitado, assim será explicado cada etapa a começar

pelo armazenamento, em seguida a execução.

4.4.1 Armazenamento

De acordo com a NR 18, os materiais devem ser armazenados de forma a não

prejudicar o trânsito de pessoas, a circulação de materiais, o acesso aos

28

equipamentos de combate a incêndio, também não devem obstruir saídas de

emergência e nem provocar sobrecargas nas estruturas. Ainda prever que os

materiais devem ser armazenados de modo a obedecer a sequência de uso.

De acordo com Thomas et al. (2009), a etapa de execução começa na

estocagem dos materiais. Os blocos cerâmicos devem ser estocados em pilhas de no

máximo 1,80 m de altura, apoiadas sobre superfícies planas, limpas e livre de

umidade. As pilhas não devem ser apoiadas diretamente no terreno e devem ficar

protegidos da chuva. Já cimento e cal hidratado devem ser armazenados em locais

protegidos de intempéries e da umidade do solo. A areia deve ser estocada em locais

limpos, de fácil drenagem, as pilhas devem ser contidas de forma que a areia não seja

arrastada por enxurradas.

4.4.2 Execução

4.4.2.1 Argamassa de assentamento

Para Lemes (2013), a argamassa tem como função principal revestir e assentar

elementos da construção, como blocos cerâmicos, blocos estruturais, cerâmicas entre

outros. A argamassa pode ser utilizada como argamassa de assentamento e

argamassa para revestimento.

De acordo com Bezerra (2010) apud Lemes (2013), as argamassas de

assentamento são usadas para a confecção de alvenarias de vedação e muros com

blocos cerâmicos ou bloco de concreto. Tem atribuição de unir os elementos de

alvenaria, auxiliar na resistência a esforços laterais, distribuir uniformemente as

cargas atuantes e selar as juntas.

Para Thomas et al. (2009), o preparo da argamassa depende dos materiais

disponíveis na região da obra, levando em consideração os blocos que serão

utilizados, o tipo de instrumento adotado para a execução, por exemplo a colher de

pedreiro, a meia desempenadeira, a bisnaga, entre outras. Assim levando em

consideração que o principal método utilizado para a confecção de alvenaria é o

método tradicional, é recomendado a utilização de areias médias bem granuladas.

Assim o traço da argamassa de assentamento fica ilustrado na tabela 5.

29

Tabela 5 – Traço de argamassa de assentamento

Material Composição em volume – materiais na unidade natural

Cimento Cal hidratada Areia Pedrisco

Argamassa de

assentamento

1 2 9 a 12 -

Argamassa de fixação 1 3 12 a 15 -

Grout / micro-concreto 1 0,1 2,5 2

Fonte: Thomas et al. (2009)

4.4.2.2 Levantamento das Alvenarias

De acordo com Barbosa (2015), para começar o levantamento das alvenarias

deve-se primeiro limpar o local de execução com vassouras de forma a não deixar

resíduos no local, após a limpeza é importante fazer a conferencia do nível. Depois

de limpo e nivelado, se dar a execução da primeira fiada, a fiada de referência, por

isso é importante fazê-la de forma correta.

Conforme Thomas e Helene (2000), o assentamento da primeira fiada, deve

ser feito com muito rigor, usando equipamentos de precisão como teodolito, nível a

lazer, trena metálica, prumo de face, esquadros de braços longos, réguas com bolhas

de nível nas duas direções entre outros. Pois o assentamento de blocos da primeira

camada influencia na qualidade e todas as características da alvenaria.

Para Thomas et al. (2009), após o assentamento da fiada de referência há a

elevação das alvenarias. É recomendável que as paredes de um pavimento sejam

executadas simultaneamente para não haver desbalanceamento na estrutura,

também é recomendável executar o levantamento a meia-altura em um dia e terminar

no dia, posterior. Nas ligações entre paredes de fachadas e paredes internas,

aconselha-se fazê-las de forma simultânea, construindo a parede interna na forma de

escada, de acordo com figuras 3.

30

Figura 3 – Parede na forma de escada

Fonte: Thomas et al. (2009)

De acordo com Thomas e Helene (2000), os blocos devem ser assentados de

maneira escalonada, nivelados e aprumado com os blocos da primeira fiada. Para a

marcação de cota de cada fiada usa-se linhas bem esticadas, suportadas por

esticadores. A argamassa de assentamento deve ser distribuída sobre a superfície

horizontal da camada anterior, na face vertical do bloco a ser assentado, devendo ser

ajustado solo pressão, os ajustes do bloco, só podem ser feitos antes do início da

pega. As verificações de nível e de prumo, devem ser feitas a cada 2 fiadas, como

ilustrado na figura 4.

Figura 4 – Execução de fiadas

Fonte: Thomas et al. (2009)

31

Após a confecção da alvenaria são feitos os rasgos para a passagem das

instalações prediais, depois é coberta pelo revestimento.

4.4.2.3 Revestimento

Segundo a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) (2002), o

revestimento de argamassa é uma proteção de uma superfície porosa com uma ou

mais camadas sobrepostas, com espessura uniforme, que objetiva uma superfície

adequada a receber o acabamento.

Ainda para a ABCP (2002), o revestimento mais usual é composto pelas

camadas de chapisco, emboço e reboco. O chapisco é composto pela mistura de

água, cimento, areia e aditivos, serve para o preparo da base de forma a aumenta a

aderência do revestimento. O emboço camada que regulariza a base, não sendo

necessário a presença de chapisco e pode ser tomada como base e ou acabamento,

assim pode ter mais uma camada, o reboco, para regularização ou não. Então o

reboco é a camada mais externa onde é preparada para receber o acabamento

decorativo ou ser o acabamento final. As camadas podem ser vistas na figura 5.

Figura 5 – Camadas do revestimento em argamassa

Fonte: ABCP (2002)

32

4.4.3 Vantagens

A principal vantagem do bloco cerâmico advém da maior aceitação cultural do

produto pelo mercado brasileiro, como já citado ele está presente em cerca de 95%

das edificações brasileiras, porém o material também apresenta outras vantagens,

segundo Santos (2014) as vantagens são:

• Redução no custo de transporte por consta da grande quantidade de

material que pode ser transportado em um mesmo caminhão;

• Bom desempenho térmico devido a sua inércia térmica;

• Facilidade de treinamento e profissionalização, motivado pela

simplicidade da execução.

De acordo com Sabbatini (2005) apud Soares (2008), o sistema

construtivo tem vantagens como:

• Durabilidade;

• Facilidade e baixo custo de produção, devido à alta disponibilidade de

matéria prima em todas as regiões do Brasil;

• Facilidade no transporte e armazenamento, com poucos danos.

Para corroborar Barbosa (2015) cita como vantagens do sistema

construtivo:

• Maior resistência às intempéries;

• Bom comportamento frente à ação do fogo;

• Quando revestida apresenta boa estanqueidade à água.

Mas a aplicação desse método construtivo também algumas

desvantagens, que serão abordadas no próximo capítulo.

4.4.4 Desvantagens

Este método construtivo tradicional está enraizado no desenvolvimento da

construção civil. Já um método usualmente “fácil” de aplicar, que é utilizado desde o

começo do século passado e vem sendo menosprezado e considerado um serviço de

menor importância. “Para as alvenarias de vedação a década de 30, marcou o início

de um protocolo que se estende até aos dias de hoje, de perca progressiva de rigor

técnico e de domínio tecnológico” (Silva, 2003).

33

Apesar de existir um manual dos procedimentos a serem seguidos na

execução das alvenarias, verifica-se o pouco aproveitamento deste material, em

grande parte das edificações as alvenarias são executadas por pessoas, pouco ou

sem capacitação técnica muitas vezes gerando desperdício e falhas.

As estruturas em concreto armado e vedações em alvenaria de componentes cerâmicos, [...] passaram a predominar em todas as cidades em desenvolvimento, sendo atualmente reconhecido como processo construtivo tradicional de edificações caracterizando-se pelo uso intensivo de mão de obra desqualificada e pela baixa mecanização nas etapas de produção nos canteiros, resultando em elevados índices de desperdícios (mão de obra, materiais, tempo e recursos energéticos), poluição e degradação ambiental. (Silva,2003)

Para Santos (2014), as desvantagens do uso de blocos cerâmicos na

construção de alvenarias são;

• Maior consumo de material para execução de chapisco e emboço;

• Geração de grande quantidade de RCD, devido aos rasgos para

passagem das instalações prediais.

Já para Barbosa (2015), as desvantagens são:

• Uso de mão-de-obra sem qualificação, ocasionando quebras e

desperdício de material, além da possibilidade de retrabalho;

• Aumento do peso próprio da edificação;

• Aparecimento de fissuras e trincas.

Com isso, procura-se uma nova saída para a produção mais racionalizada de

vedação vertical, com menos desperdício, mão de obra mais qualificada e que possa

trazer vantagens para construção na parte sustentável, econômica e sociocultural.

4.5 VEDAÇÃO VERTICAL EM GESSO ACARTONADO

De acordo com Labuto (2014) o termo drywal vem do inglês e significa, parede

seca. Já para Tanigute (1999), o termo vem sendo utilizado no Brasil para caracterizar,

erroneamente, divisória em gesso acartonado, que ainda “Atualmente no Brasil

Drywall é uma marca registrada e não deve ser empregado ao se referir às vedações

verticais de gesso acartonado”. Por isso, usaremos neste trabalho o termo, vedação

de gesso acartonado, e não, drywall, como é popularmente conhecido.

Para Bertolini (2013), o sistema de construção abordado neste capitulo é muito

utilizado nos Estados Unidos da América, desde 1920, cerca de 95% das residências

34

utilizam o sistema de placas de gesso. Contrapondo a tendência estadunidense, no

Brasil o método só teve crescimento expressivo a partir da década de 90.

Segundo Taniguti (1999), as vedações verticais de gesso acartonado são

compostas por chapas de gesso acartonados aparafusadas em ambos lados de uma

estrutura de aço galvanizado ou madeira, quando unidas as juntas das placas, com

fita e massa, formam a vedação vertical, pronta para receber o acabamento, como

ilustrado na figura 6.

Figura 6 – Composição da placa de gesso acartonado

Fonte: Trevo (2016)

Os componentes de fixação das chapas mais utilizados no Brasil, segundo

Taniguti (1999), são os perfis metálicos de aço galvanizado, que são compostos

basicamente por guias e montantes. Ainda explana que as guias têm finalidade para

direcionar a divisória e geralmente são fixadas no piso e no teto. Já os montantes

servem para estruturar a divisória e geralmente fica na vertical. Para se formar a placa

de vedação tem-se as chapas que são compostas por gesso em sua parte central e

papel cartão nas faces.

As chapas são divididas de acordo com sua função de utilização, dependendo

assim de onde serão montadas. Os tipos de chapas apresentadas pela NBR 14715

(2010) são: Standard (ST), utilizadas em locais sem a presença de umidade,

Resistentes à Umidade (RU), para uso em áreas sujeitas à umidade e Resistente ao

Fogo (RF), para áreas secas que exigem desempenho frente ao fogo.

Apesar das chapas terem especificações resistentes a alguns componentes

como, umidade e fogo, Lessa (2005) explana, que não é recomendável deixar as

placas sob ação permanente de intempéries, sendo assim recomenda-se o uso das

placas nas partes internas da edificação.

35

4.5.1 Composição da vedação vertical em gesso acartonado

4.5.1.1 Estrutura de perfis de aço

Para Taniguti (1999), os perfis metálicos que servem como estrutura para as

vedações em gesso acartonado são divididos basicamente em guias e montantes.

Guias, na posição horizontal, normalmente no teto e no chão da edificação, servem

para direcionar as placas, já os montantes, geralmente na vertical, servindo para

estruturação das placas, outra característica importante dos montantes, é que

possuem furações com dimensões e espaçamentos padronizados para a passagem

das instalações. Caso seja necessário fazer novos furos nos montantes é possível,

desde que sejam feitos com a serra copo mantendo o padrão original de furação, de

acordo com ilustrado na figura 7.

Figura 7 – Guias e Montantes

Fonte: Taniguti (1999)

Para a Associação Brasileira do Drywall (ABD) (2018), a estrutura de aço

garante grande parte da resistência mecânica e define a forma das vedações verticais

em gesso acartonado. Os perfis atendem as exigências da norma técnica NBR 15217

(2017). ele deve ter resistência maior que 230 MPa e espessura mínima de 0,50 mm,

revestida com zinco, conforme tabela 6.

36

Tabela 6 – Perfis metálicos

Fonte: Trevo (2016), Modificado Pelo Autor.

Os perfis brasileiros são do tipo C e tem características padronizadas, de

acordo com a figura acima, com as guias variando sua largura de 48 a 90 mm e os

montantes de 46,5 a 88,5 mm, este é um pouco menor para que seja possível o

encaixe. Após montado receberá as chapas.

4.5.1.2 Chapas

Segundo ABD (2018), as chapas de gesso são fabricadas de acordo com a

NBR 14715 (2010), constituídas por um miolo de gesso e revestido em ambos lados

por lâminas de papel cartão, que são produzidos a partir do papelão reciclado. As

lâminas têm a função de dar resistência mecânicas e flexibilidade as chapas e

proporciona alta qualidade no acabamento as vedações.

As placas possuem características normatizadas pela NBR 14715 (2010),

estas ficam mais evidentes na figura 8 e na tabela 7 com as dimensões mais comuns

fabricadas no Brasil.

37

Figura 8 – Chapas

Fonte: Trevo (2016)

Tabela 7 – Dimensões

Fonte: Trevo (2016)

Segundo a NBR14715 (2010) existem 3 tipos de placas normatizadas no

Brasil, como já foi citado anteriormente, as chapas de uso comum ST, as RU e as RF.

• Chapas Standard: São chapas indicadas para lugares secos, ela deve ser

usada em ambientes internos sem presença de umidade.

• Chapas Resistentes ao Fogo: Tem a cor rosa, e possuem elementos

retardantes, a queima, que são adicionados durante a fabricação, são

aplicadas em locais que precisam de maior resistência frente ao fogo.

• Chapas Resistentes a Umidade: Tem a cor verde, são compostas por

chapas de gesso com aditivos em sua parte central, deixando o gesso

resistente a umidade, e os cartões das superfícies são hidrofugantes.

4.5.1.3 Parafusos

O parafusamento é fundamental para que a vedação exerça bom

desempenho, tenha boa estabilidade e boa rigidez. De acordo com ABD (2014) os

38

parafusos utilizados para fixar os perfis e fixar as chapas na estrutura são

normatizados pela NBR 15758 (2009), e são específicos para uso em vedação vertical

em gesso acartonado, sendo eles autoperfurante e autoatarraxantes, apresentados

na tabela 8.

Tabela 8 – Tipos de parafusos

Fonte: ABD (2018)

O comprimento a ser vencido quando se liga dois perfis metálicos devem

ultrapassar o último elemento metálico no mínimo três passos de rosca, já a fixação

das chapas nos perfis metálicos dependem da quantidade a serem transpostas,

contudo devem ultrapassar o perfil metálico em no mínimo 10mm e devem estar

39

espaçados entre 25 e 30 centímetros um do outro, a fim de garantir a resistência do

sistema.

4.5.1.4 Tratamento de juntas

O tratamento entre as juntas das chapas de gesso e no encontro da vedação

com o teto ou alvenaria é feito por meio de fitas, como na tabela 9 e massas, conforme

ilustrado na tabela 10, próprias para gesso acartonado, fabricadas de acordo com a

NBR 15758 (2009), elas proporcionam acabamento as regiões de transição, ABD

(2018).

Tabela 9 – Tipos de fita

Fonte: ABD (2018)

40

Tabela 10 – Tipos de massas

Fonte: ABD (2018)

Para Taniguti (1999), as fitas têm como objetivo reforçar as juntas de duas ou

mais chapas, junção de chapas com a estrutura e também para o reparo de fissuras

e trincas na chapa. Elas devem ser microperfuradas, para conferir melhor aderência

com a massa. Já as massas têm a principal função de homogeneizar as chapas,

sendo passadas por cima das fitas e dos parafusos de fixação.

4.5.1.5 Lã Mineral

Conforme Taniguti (2000), as lãs minerais são materiais constituídos por lã de

vidro ou lã de rocha, ilustrado na Figura 9, que têm função de melhorar o isolamento

térmico e acústico das vedações em gesso acartonado, não diferindo muito no

desempenho entre as duas, a escolha entre uma ou outra geralmente é balizada pelo

fator custo.

41

Figura 9 – isolamento termo acústico

Fonte: ABD (2018)

Segundo Catai et al (2006), a lã de vidro é um componente reconhecido como

isolante térmico e acústico, é formado a partir da sílica e sódio aglomerados por

resinas sintéticas de alto forno. Por conta da porosidade da lã, a onda sonora entra

em contato com a lã e rapidamente é absorvida. Ela é um material leve de fácil

manipulação e incombustível, além disso não favorece a proliferação de fungos nem

bactérias.

Conforme Salvador (2001) apud Catai et al. (2006), a lã de rocha é composta

de fibras proveniente do basalto aglomerado com resina sintética, ela tem a

característica de um ótimo isolante térmico e acústico, é incombustível, não poluente.

Após falar dos materiais que compõem as vedações em gesso será melhor

abordado o processo de fabricação das chapas de gesso acartonado no próximo

capitulo.

4.5.2 Processo de produção das placas de gesso acartonado

Segundo o Placo (2014) as placas de gesso acartonado são produzidas com o

minério gipsita sendo extraído em jazida e encaminhado para a gessaria, para se

transformar em semihidrato, que também recebe a denominação de estuque. O

processo de beneficiamento se constitui pelas seguintes etapas: "moagem, calcinação

– remoção das moléculas de água através de calor – e resfriamento controlado.

De acordo com Marcondes (2007) no processo de produção das placas é

empregado o papel cartão especial, de fibras longas, fabricado com matéria prima

42

reciclada, por multinacionais localizadas no Brasil. Este papelão é introduzido no

processo produtivo continuamente, sendo um superior e um inferior.

Em seguida, o gesso calcinado (estuque), é passado por um misturador,

juntamente com os aditivos e a água, sendo processado até a obtenção de uma massa

homogênea, a qual é, de forma contínua, depositada sobre o papel inferior. Conforme

Placo (2014), depois que é formado um tapete de gesso acartonado, endurecido,

ocorre o corte do mesmo em placas, cujos comprimentos são programados em

guilhotinas. Estas placas são encaminhadas a uma mesa elevatória que vai alimentar

oito níveis do secador. A água que excede, nas placas, vai ser seca por meio de

aparelho, chamado secador, que contém doze estágios. É durante esse processo que

se tem a aderência do papel ao miolo de gesso. Quando as placas saem do secador,

são direcionadas para a etapa de acabamento, quando serão esquadrejadas,

identificadas e colocadas em paletes. Em seguida, vão para o setor de armazenagem.

Assim, as etapas do processo de produção das placas de gesso acartonado

foram resumidas e colocadas na tabela 11 e também ilustrada na figura 10.

Tabela 11 – Etapas do processo de produção das chapas em gesso acartonado

(continua)

Etapas do processo de produção das chapas em gesso acartonado

a) Beneficiamento Realizado em uma máquina chamada tremonha é introduzida a gipsita, em forma mineral para ser transformado em semi-hidrato, conhecido também como estuque. Durante esse processo é realizada a moagem, calcinação e resfriamento controlado;

b) Montagem da placa: O estuque recebe adições e água, formando uma massa homogênea que é depositada sobre o papel cartão, inferior e posteriormente recebe o papel cartão superior;

c) Corte Depois de montado o tapete de gesso ele passa pela guilhotina para ser cortado nos comprimentos específicos de fabricação

Fonte: Modificado pelo autor, conforme Nunes (2015)

43

Tabela 11 – Etapas do processo de produção das chapas em gesso acartonado

(termina)

d) Secagem e cura Depois de cortadas as placas passam para a secagem, onde os cristais se reagrupam formando um material rígido com um elevado grau de pureza e eliminando qualquer vestígio de água.

e) Acabamento Depois de secas as placas passam pelo processo de acabamento, onde são esquadrejadas para terem precisão nas suas dimensões;

f) armazenagem As placas são empilhadas em paletes e armazenada. Fonte: Modificado pelo autor, conforme Nunes (2015)

Figura 10: Processo de produção das chapas em gesso acartonado

Fonte: Nunes (2015)

44

4.5.3 Montagem das vedações verticais internas em gesso

acartonado

Antes da montagem da vedação é importante se ter todos os projetos da

edificação prontos e definidos para se usar esse sistema construtivo, pois ele tem

especificidades diferentes dos métodos construtivos tradicionais, como alterações das

placas para lugares úmidos e locais que precisam de mais resistência ao fogo, isso

de acordo com o Placo (2014).

De acordo com Placo (2014), para a aplicação das vedações internas em gesso

acartonado a parte da estrutura e vedação externas devem estar prontas, pois as

placas têm maior sensibilidade a presença de água, mesmo as resistentes a umidade,

então as aberturas da edificação devem estar devidamente protegidas de forma a

impedir a entrada de água e umidade excessiva.

4.5.3.1 Armazenamento, transporte e manuseio

Segundo ABD (2006), o armazenamento das chapas de gesso deve ser feita

em local coberto sem a presença de umidade excessiva, em caso de presença de

umidade deve-se cobrir as placas com lona, elas devem ser empilhadas sobre apoios

com dimensão de 7,5 cm e espaçados a cada 40 cm e devem estar ao longo de toda

a placa, é importante manter o alinhamento das placas durante o empilhamento, assim

como representado nas figuras 11 e 12.

Figura 11 – Armazenamento das chapas

Fonte: ABD (2006)

45

Figura 12 – Armazenamento das chapas 2

Fonte: ABD (2006)

Para Taniguti (1999), as placas não devem ser armazenada na vertical nem

ficar exposta a intempéries, conforme a figura anterior. Já as placas devem ser

transportadas por empilhadeiras ou manualmente, devendo ser levadas na vertical,

as placas mais pesadas podem ser transportadas manualmente por mais de uma

pessoa, como na figura 13.

Figura 13 – Transporte das chapas

Fonte: ABD (2006)

De acordo com Taniguti (1999), os perfis metálicos devem ser mantidos

amarrados e alinhados de modo a evitar torções, conforme a figura 14. Já as massas

em pó devem ficar afastadas do piso e devem ter pilhagem máxima de 20 sacos. Com

as massas prontas devem ser armazenadas em baldes com pilhas de até 3 baldes.

46

Figura 14 – Armazenamento dos perfis metálicos

Fonte: ABD (2006)

Para Taniguti (1999), o armazenamento deve ser feito separadamente, os

perfis devem ser divididos por dimensões e por utilização, separar guias de

montantes, visando uma melhor organização. Eles devem ficar na horizontal, em local

plano e não podem entrar em contato com argamassas, concreto frescos. Os

materiais devem ser mantidos de forma correta para que se tenha uma execução

eficiente das vedações.

4.5.3.2 Execução

4.5.3.2.1 Estrutura

De acordo com Trevo (2016), o primeiro passo para execução da estrutura é a

locação das guias inferiores e dos pontos de referência dos vãos das portas, como

ilustrado na figura 15.

47

Figura 15 – Estrutura do vão da porta

Fonte: Trevo (2016)

Para essa locação utilizar o auxílio de lápis, linha de marcação, trena e

esquadro. Deve fixar a banda acústica nas costas das guias, exceto nos 20 cm da

guia em vãos de portas, como ilustrado na figura 16.

Figura 16 – Corte da guia

Fonte: Trevo (2016)

48

Nos vãos das portas é preciso fazer um corte a 45º, nas abas das guias e no

ponto de virada para cima, afixando a virada no montante com parafuso, como na

figura 17.

Figura 17 – Fixação da guia no montante

Fonte: Trevo (2016)

Após o posicionamento das guias nas marcações feitas deve-se fixa-las com

os elementos de fixação, colocados a cada 60 cm, longe das bordas, e a 10cm perto

das bordas do perfil, conforme a figura 18.

Figura 18 – Fixação da guia no piso

Fonte: Trevo (2016)

49

Para fixar as guias superiores, repete-se o processo com o auxílio de prumos

ou laser de face, não precisando marcar os vãos das portas.

Ainda de acordo com Trevo (2016), para a fixação dos montantes deve se deixa

uma folga de 7 a 10 mm superior para possíveis deformações, a fixação dos

montantes é feita nas guias e pode ser por meio de parafusos ou alicate de punção.

A partir dos montantes de partida os próximos são fixados a cada 60 cm, no máximo,

respeitando a limitação das bordas de 10 cm como na fixação das guias.

4.5.3.2.2 Instalação Das Chapas De Gesso Acartonado

De acordo com Labuto (2014), as placas devem ser cortadas cerca de 1 cm

menor que o pé direito da edificação, afim de se evitar absorção de umidade

proveniente do piso. Após as placas devem ser fixadas nas estruturas com uso de

parafusos, atendendo os parâmetros já citados na seção 4.5.1.3, pode ser observado

na figura 19.

Figura 19 – Fixação das chapas de gesso

Fonte: Trevo (2016)

As chapas de lados opostos devem alternar os pontos de junção (figura 20).

A colocação da camada oposta de placas só deve ser feita depois de todas as

instalações prediais estiverem prontas.

50

Figura 20 – Chapas de gesso opostas se alternando

Fonte: Trevo (2016)

Segundo Trevo (2016), a paginação das chapas pode ser feita na horizontal ou

na vertical, de forma escalonada conforme a figura, de modo que as juntas não se

encontrem.

4.5.3.2.3 – Instalações prediais

Como citado anteriormente é de suma importância a compatibilização dos

projetos da edificação para a execução desse método construtivo, os projetos as

instalações elétricas e hidráulicas devem estar inteiramente ligadas ao projeto da

vedação em gesso, pois a vedação serve de apoio para as instalações prediais.

Com isso sabendo quais locais vão ter peças mais pesadas, pode-se fazer um

reforço para que as paredes a suportem, segundo Labuto (2014) peças com até 10kg

podem ser fixadas diretamente na chapa de gesso, peças com peso acima de 10kg e

abaixo de 18kg, é recomendável fixar nos perfis de aço, acima de 18kg tem que se

fazer um reforço de aço galvanizado ou madeira tratada.

Segundo Trevo (2016), a passagem da tubulação elétrica é feita de forma

simples, pois os montantes já vêm perfurados para cumprir com essa função. A maior

problemática é o atrito dos conduítes com as aberturas dos montantes, sendo

resolvido facilmente com a colocação de uma proteção, passador plástico, nos

orifícios.

51

As instalações hidráulicas vão de encontro com as instalações elétricas, da

mesma forma tem-se a preocupação de ter um projeto bem analisado para que não

haja problemas na hora de fazer a instalação, como na figura 21.

Figura 21 – instalação hidráulica

Fonte: Trevo (2016)

O princípio é garantir que os pontos de saída de hidráulica sejam locados e

fixados com rigidez, evitando movimentos que possam gerar problemas de

manutenção, de acordo com a figura acima.

4.5.3.2.4 Tratamento das juntas

Depois de todas as instalações executadas e a colocação da lã mineral se

procede com o fechamento da outra face da vedação, atendendo os parâmetro citados

na seção 4.5.3.2.2, assim pode-se proceder para o tratamento das juntas, que é feito

com massa própria pra gesso acartonado e fita também própria, como já descrito na

seção 4.5.1.4. A massa é aplicada com uma desempenadeiras nas juntas das chapas

de gesso e em seguida passar a fita apropriada e depois outra camada de massa,

para proteger a fita e reforçar o tratamento.

4.5.3.2.5 Acabamentos

Para Trevo (2016), de forma geral, os acabamentos em vedação em gesso são

duas, pintura ou cerâmica. Para a pintura tem que se uniformizar, com lixas, as

paredes nas juntas por conta da massa usada, assim após a uniformidade da placa

52

pode-se aplicar a tinta, e para o revestimento cerâmico pode-se aplicar direto sobre a

placa.

Diante do que foi descrito esse tipo de vedação apresenta algumas vantagens

e desvantagens do método construtivo.

4.5.4 Vantagens

De acordo com Lessa (2005), dentre as vantagens apresentadas pode-se

destacar:

• Versatilidade para diferentes formas geométricas das paredes, para

completar a Placo (2014) explana, que sua versatilidade se estende para

as diversas opções de revestimentos que podem ser aplicados e nas

formas que podem ser executadas.

• Produtividade elevada, gerada pela continuidade do trabalho, operações

de montagem, elementos com dimensões maiores quando comparados

com os blocos cerâmicos, repetição de operações e eliminação de perdas

de materiais e tempo não produtivo de mão de obra;

• Possibilidade de controle de qualidade, reduzindo o retrabalho na obra.

Para ajudar, Nunes (2015), apresenta outras vantagens como:

• Aumento da área útil, por conta da espessura da parede em gesso

acartonado ser menor, gera cerca de 4% de ganhos em áreas maiores que

10m²;

• Alivio nas estruturas, segundo Silva (2000), é possível diminuir até 20% o

peso da estrutura, por conta da diferença do peso especifico entre a

parede convencional, que é de 180 kg/m², e o peso da vedação em gesso

acartonado, com 25 kg/m²;

• Desperdício mínimo, segundo ABD (2011), as percas no canteiro de obras

com relação as chapas de gesso acartonado variam de 3% a 5% do

consumo.

53

4.5.5 Desvantagens

Para Lessa (2005), o método construtivo apresenta desvantagens como:

• Vazamentos acidentais podem causar danos irreparáveis às paredes;

• Quando mantida elevada a umidade relativa do ar, fungos tendem a se

desenvolverem nos cartões do gesso;

• Som oco, quando a divisória é percutida. Essa característica é intrínseca

do material e, portanto, nada pode ser feito;

• Os vazios internos, quando não corretamente preenchidos, podem servir

de ninhos e esconderijos para insetos

Já de acordo com Barbosa (2015), as vedações em gesso acartonado tem

desvantagem como:

• Baixa resistência mecânica, cargas pontuais superiores a 35kg devem ser

conter reforços para o momento da execução;

• Sensibilidade a umidade, impedindo a aplicação em fachadas;

• Barreira cultural do construtor e do consumidor, para corroborar com a

ideia, Placo (2014) cita, que o sistema atende a todas as exigências

normativas, o empecilho para as construtoras adotarem o sistema de

forma plena é a aceitação do mercado brasileiro.

Apesar de existir dificuldades para se aplicar a vedação em gesso acartonado,

seja por falta de mão de obra qualificada ou por desinteresse da população é um

método viável e que traz tantas vantagens em outros campos como, na

sustentabilidade, na melhor eficiência da construção de forma limpa e rápida. Mas

como já foi citado antes, a parte financeira tem grande influência na construção e isso

será melhor abordado no próximo capitulo.

4.6 ORÇAMENTO

Orçamento é o produto da composição de serviços previstos e planejados para

execução de uma obra, ou seja, orçar é dar uma previsão de custo da obra antes da

execução, isso é feito a partir do tipo de obra, dos materiais que serão usados, da

disponibilidade desses materiais próximos ao local da obra, entre outros fatores.

54

Segundo Mattos (2006), em geral o orçamento é a soma dos custos diretos, dos

custos indiretos, impostos e lucro.

• Custos diretos: são aqueles diretamente associados aos serviços de

campo, representam o custo orçados dos serviços a serem feitos. A

unidade básica é a composição de custos;

• Custos indiretos: são custos que não estão diretamente ligados aos

serviços de campo, mas são necessários para que eles sejam feitos, como:

custo com empregados, custos de escritório, contas, entre outros

encargos.

De acordo com Mattos (2006), como o orçamento é a composição de custos

anterior a execução da obra, ele sempre tem uma faixa de incerteza agregada, e

sempre a o risco da defasagem do orçamento. Também é preciso levar em

consideração diferença de tempo entre a composição do orçamento e a execução da

obra, sendo assim os principais atributos de um orçamento são a aproximação, a

especificidade e a temporalidade.

• Aproximação: como o orçamento é baseado em previsões, ele é uma

aproximação do custo real, o objetivo do orçamento é chegar mais próximo

do valor real possível, isso só é possível quanto mais criteriosa for a

apuração do orçamento;

• Especificidade: Cada orçamento é diferente do outro, não se tem um

orçamento padrão para todas edificações, mesmo tento o mesmo projeto.

É necessário levar em consideração os padrões de políticas da empresa

executora, se há necessidade de empréstimo, custos a serem cobertos,

condições locais, como: relevo, clima, vegetação, qualidade e quantidade

da mão-de-obra, oferta de equipamentos, impostos locais, entre outros

fatores;

• Temporalidade: a diferença de tempo entre a composição do orçamento e

a execução da obra deve ser levada em consideração, pois quando

passado muito tempo entre os dois tem-se alterações nos custos, podendo

ir dos custos dos insumos a alteração dos custos de impostos.

55

4.6.1 Etapas do orçamento

Para Dias (2003), o orçamento é baseado em um projeto, seja ele básico ou

executivo. O projeto que direciona o orçamentista, sendo por meio dele que são

identificados os serviços a serem realizados e a quantidade de material a ser utilizado.

Assim a estruturação do orçamento engloba três grandes etapas: estudos das

condicionantes, composição de custos e determinação do preço.

Segundo Dias (2003), primeiramente analisa-se os documentos disponíveis,

faz-se a visita de campo e a consulta ao cliente, em seguida, faz a identificação dos

serviços que serão realizados e o levantamento de quantidade de insumos, podendo

assim fazer o levantamento de custo dos materiais e serviços. Para finalizar, adiciona-

se o custo indireto, os impostos e a margem de lucro desejada, obtendo assim o preço

de venda da obra. Isso fica mais claro na tabela 12 e na figura 22 apresentado a

seguir.

Tabela 12 – Etapas do Orçamento

Estudos das

condicionantes

Composição de custos Fechamento do

orçamento

Leitura e interpretação

do projeto e

especificações técnicas

Identificação dos

serviços

Definição da

lucratividade

Visita técnica Levantamento de

quantitativos

Calculo do BDI

(Beneficios e Despesas

Indiretas) Descriminação dos

custos

Descriminação dos

custos indiretos

Cotação de preço

Definição de encargos

sociais e trabalhistas

Fonte: Modificado pelo autor conforme Mattos (2006).

56

Figura 22 – Etapas do orçamento

Fonte: Modificado pelo autor conforme Mattos (2006).

Para Tisaka (2006), a soma dos custos unitários de cada insumo acrescido dos

custos de administração local, canteiro de obras e mobilização representam os custos

diretos da obra. Já os custos indiretos são as despesas que não fazem parte dos

insumos das obras e sua infraestrutura no local da execução.

4.6.2 Tipologias de orçamento

O estudo para formalizar o orçamento de uma obra tem algumas fases a serem

compridas, a princípio quando se cogita em fazer uma edificação é preciso se ter a

noção do custo total do empreendimento, apenas uma estimativa de custo, a partir de

então pode avaliar a possibilidade de executar a obra. Segundo Mattos (2006), há um

57

grau de detalhamento do orçamento para ter um parâmetro, que vai desde a

estimativa de custo, passando pelo orçamento preliminar até o orçamento analítico.

• Estimativa de custo: é uma avaliação baseada em edificações similares já

feitas, dando a noção de ordem de grandeza do custo do empreendimento.

Servem para a primeira abordagem da faixa de custo da obra. Geralmente

são feitas baseados em índices genéricos, os custos das edificações são

dados pela metragem quadrada;

• Orçamento preliminar: está acima da estimativa de custo, sendo um pouco

mais detalhado. Ele requer o levantamento de quantidade e custo de

alguns serviços, como: volume de concreto, peso da armação e área de

forma. Tornando o orçamento preliminar mais precisa que a estimativa de

custo;

• Orçamento analítico: é uma avaliação completa dos custos da edificação,

desde o levantamento de custo unitário para cada serviço, levando em

consideração o custo da mão-de-obra, dos materiais e dos equipamentos

usados na execução, além dos custos diretos e indiretos, assim formando

ter um orçamento mais preciso.

4.6.3 Orçamento analítico

O orçamento para estar completo requer os estudos das condicionantes,

composição de custos e o fechamento do orçamento, conforme já citado no item 4.6.1.

Para Mattos (2006), a primeira parte é o levantamento de quantidades, isso é feito

analisando o projeto e deve ser feita com muita atenção.

4.6.3.1 Levantamentos de quantidade

Como o foco deste trabalho é a comparação entre as vedações verticais de

tijolo cerâmico e de gesso acartonado. O levantamento de quantidade será feito de

acordo com objetivo. Sendo levantado somente as quantidades referente as vedações

verticais. Todos os parâmetros de cálculo faram retirados do livro Como Preparar

Orçamentos de Obras, Mattos (2006):

• Alvenarias: deve-se computar, separadamente, as áreas de paredes para

cada tipo ou espessura. As áreas das vedações são calculadas

58

considerando o comprimento das paredes em planta e o pé-direito. Deve-

se subtrair apenas a área que exceder, cada vão, a dois metros quadrados.

Vãos com área inferior a dois metros quadrados não são descontados;

• Vergas: para janelas faz-se a largura da janela e adiciona quarenta

centímetros depois multiplicar por dois. Para portas usa-se a largura da

porta e adiciona quarenta centímetros;

• Chapisco: considerar duas vezes a área de alvenaria;

• Reboco e emboço: considerar a área efetiva a ser revestida,

desconsiderando qualquer vão;

• Vedação em gesso acartonado: considerar a área efetiva a ser vedada,

desconsiderando qualquer vão;

• Emassamento para pintura: considerar a área efetiva a ser emassada,

desconsiderando qualquer vão.

4.6.3.2 Composição custo unitários

De acordo com Mattos (2006), para cada serviço a ser executado existe um

cálculo detalhado para definir o custo unitário da unidade correspondente. A

composição lista todos os insumos, como execução de serviços, com suas respectivas

quantidades, sua mão-de-obra, materiais e equipamentos usados na execução. Além

desses há ainda os custos indiretos.

Segundo Tisaka (2006), os custos unitários podem ser obtidos por meio de

consulta de preços em empresas fazendo a comparação de três orçamentos

diferentes e escolhendo o mais barato ou através de tabelas de composição de preço,

a exemplo a Tabela de Composição de Preços (TCPO), fornecida pela PINI, e também

a tabela Sistema Nacional de Pesquisa de Custo e Índices da Construção Civil

(SINAPI) fornecida pela Caixa Econômica Federal (CEF). Os valores obtidos são uma

média, por isso é aceitável uma pequena margem de erro, que podem ser

ocasionadas pelas especificidades de cada obra. No geral a composição de preço

segue o esquema da figura 23. e as composições unitárias podem ser vistas na tabela

13.

59

Figura 23 – Composição de preço

Fonte: Próprio autor, de acordo com Mattos (2006)

Tabela 13 – Exemplo composição de custo unitário

Fonte: Construa (2018)

Para Tisaka (2006), os coeficientes de insumo, consumo (c), da tabela acima

podem ser obtidos na tabela SINAPI da CEF, sendo esta uma ferramenta muito

importante para quem trabalha com orçamento de obras.

4.6.3.2.1 Tabela SINAPI

Para CEF (2014), os insumos são elementos básicos da construção civil

constituídos de materiais, equipamentos e mão-de-obra, sendo assim os insumos do

SINAPI compõem o banco nacional de insumos, cujos relatórios de preços são

divulgados mensalmente, para todas as capitais brasileiras e para o Distrito Federal,

servindo de referência para todas respectivas unidades da federação.

Preço

Custo

mão-de-obra e

equipamentomateriais

BDI

dispezas indiretas e

lucro

60

Ainda segundo a CEF (2014), as coletas de preço dos insumos são de

responsabilidade do IBGE, já a definição e atualização das especificações técnica dos

insumos é de responsabilidade da CEF.

Segundo a CEF (2014), os insumos do SINAPI são organizados em famílias

homogêneas, onde é selecionado o insumo mais recorrente no mercado nacional,

como insumo representativo, sendo os outros da mesma família chamados de

representado, a exemplo tem-se a família de tubos em PVC para água fria, que seu

insumo representativo é o tubo PVC, soldável, DN 20mm, água fria.

De acordo com a CEF (2014), os preços dos insumos representativos são

coletados, já os insumos representados são obtidos por meio de coeficientes de

representatividade, que indicam a proporção entre o preço do insumo representativo

e o preço dos demais integrantes das famílias, isso fica mais claro na tabela 14,

apresentada a seguir:

Tabela 14 – Exemplo de família de insumo do SINAPI

Fonte: SINAPI Metodologia e Conceitos, CEF (2018).

Segundo a CEF (2018), os coeficientes são obtidos por meio de coletas

extensivas, quando são coletados os preços dos insumos de cada família e definida a

correlação entre cada insumo e o insumo representativo. O preço dos insumos

representativos, são coletados em estabelecimentos cadastrados pelo IBGE, os

valores são para compra à vista e não incluem o frete.

Já os valores da mão-de-obra, ainda em referência a CEF (2018), são obtidos

junto as construtoras ou entidades representantes das categorias profissionais. Os

dados pertinentes a mão-de-obra são referentes ao custo de equipes próprias, não

61

incluindo empreitas nem terceirização. Os insumos de mão-de-obra apresentados

pelo SINAPI, podem ser desonerados, ou não desonerados.

Sobre os insumos de mão de obra incidem Encargos Sociais, de forma percentual, com cálculo específico para cada estado. Mensalmente, a CAIXA divulga dois tipos de relatórios de preços: (I) desonerados - consideram os efeitos da desoneração da folha de pagamentos da construção civil (Lei 13.161/2015), ou seja, obtidos com exclusão da incidência de 20% dos custos com INSS no cálculo do percentual relativo aos Encargos Sociais; (II) não desonerados – consideram a parcela de 20% de INSS nos Encargos Sociais.(SINAPI Metodologia e Conceitos, CEF 2018)

5 METODOLOGIA

Esta monografia tem por objetivo a comparação entre dois métodos

construtivos para vedação vertical internas, sendo eles as vedações em gesso

acartonado e em bloco cerâmico. Para o estudo foi escolhida uma edificação

executada recentemente na cidade de Barra do Garças – MT.

A edificação está localizada no bairro Jardim Serra Azul, é uma edificação

térrea, com 132,25 m² de área construída, feita em bloco cerâmico, com laje pré-

moldada e telhamento em telha cerâmica, o projeto arquitetônico pode ser localizado

no Anexo I para maiores informações.

Barra do Garças é um município do estado de Mato Grosso - MT, tem uma

população de 56560 habitantes (IBGE, 2010), o município faz fronteira com o estado

de Goiás e é banhado por dois importantes rios, Rio Garças e Rio Araguaia.

Para demonstrar as etapas que foram seguidas, foi elaborado um

fluxograma ilustrado na figura 24.

62

Figura 24 – Desenvolvimento metodológico.

Fonte: Do autor (2018).

A etapa 01 foi fundamentada em coleta de dados, estudos e pesquisas

em diversas fontes, como livros, normas técnicas, sites da internet, artigos,

monografias, teses de doutorado e dissertações mestrado, para caracterizar de

forma correta o uso do gesso acartonado como vedação vertical em comparação

ao bloco cerâmico. Dessa forma foi feita uma revisão bibliográfica de temas

como: construção civil versus sustentabilidade, gestão de resíduos da construção

civil, vedação vertical, alvenaria em bloco cerâmico, vedação vertical em gesso

acartonado e orçamento.

Na etapa 02, advindo das revisões bibliográficas, foram levantados as

vantagens e desvantagens de cada método construtivo, para embasar os

resultados escolhidos ao final do trabalho.

Na etapa 03 feito o levantamento de quantitativos de todos os serviços,

menos pintura, referentes a execução de cada método construtivo. Para o uso de

blocos cerâmicos como vedação vertical, foi levado em consideração, chapisco,

emboço em massa única com 2 cm de regularização, emassamento com duas

demãos nas paredes que seriam pintadas, presente no memorial descritivo no

Anexo II.

Já para as divisórias em gesso acartonado, foi feito o levantamento

considerando o perfil em aço galvanizado de 7 cm e chapas de 1,25 cm de

Etapa 1: Analise das diferenças dos

métodos construtivos;

Etapa 2 – Apresentar as vantagens e

desvantagens de cada método;

Etapa 3: levantamento de quantitativos de

cada método;

Etapa 4: formulação dos orçamentos de

cada técnica construtiva;

Etapa 5: Analise dos orçaentos para apresentar os

resultados.

63

espessura, totalizando 9,5 cm, foi colocado o isolamento térmico e acústico em

Lã de Rocha de 5 cm de espessura. Nas paredes que tem contato com umidade

foi colocada chapas RU. Como as chapas de gesso acartonado são para divisões

internas também foram feitos os levantamentos das paredes externas em bloco

cerâmico com as mesmas características citadas anteriormente.

Na etapa 04, após feito todo o levantamento de quantitativos foi elaborado

o levantamento de custos, a princípio baseado na tabela SINAPI de junho de

2018, mas como ela não contempla as chapas RU, foi feita uma composição de

preços na cidade de Goiânia – GO, em fornecedores do material, foram usados 3

orçamentos para essa composição. Os demais insumos para a vedação em gesso

acartonado foram orçados pela tabela SINAPI, que leva em consideração

vedações, com vãos ou sem vãos. Assim podendo montar o custo final para as

vedações verticais em gesso acartonado.

Para as alvenarias foram usados os custos da tabela SINAPI, nela consta

a diferença entre paredes maiores e menores a 6m² e paredes, com vãos ou sem

vãos, na sua composição. As paredes foram orçadas com 9 cm de espessura com

blocos furados na horizontal. Também pela tabela, foi levantado o custo do

chapisco, emboço e emassamento nas paredes que serão pintadas. Chegando

no custo final das alvenarias em bloco cerâmico.

Etapa 5: Após análise dos dados, foram estudadas as possibilidades,

levando em consideração os custos apresentados nos orçamentos com objetivo

de se chegar no método construtivo mais vantajoso.

6 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A edificação escolhida, foi executada em alvenaria cerâmica tradicional e foi

sugerido que se alterasse, de forma teórica, o método de vedação vertical para parede

em gesso acartonado. Sendo embasado pelo comparativo entre as vantagens e

desvantagens apresentado em cada sistema construtivo, que podem ser analisados

na tabela 15 e na tabela 16.

64

Tabela 15 – Vantagens e desvantagens da vedação em gesso acartonado

Vedação vertical em Gesso acartonado

Vantagens Desvantagens

Rapidez na execução Sensibilidade a umidade

Versatilidade Baixa resistência mecânica

Alto controle de qualidade Não aceitação cultural

Alivio de cargas na estrutura Limitação para uso interno

Baixo índice de produção de

RCD

Necessidade de mão-de-obra

especializada

Baixo índice de desperdício Vazios internos, podem servir

de esconderijo para insetos e

roedores

Fonte: Próprio autor, de acordo com Barbosa (2015).

Tabela 16 – Vantagens e desvantagens da vedação em bloco cerâmico

Alvenarias de bloco cerâmicos

Vantagens Desvantagens

Bom desempenho térmico e

acústico

Grande gerador de resíduos

Facilidade de treinamento e

profissionalização

Uso de mão de obra

desqualificada

Alta resistência mecânica Aumento do peso da

edificação

Maior resistência às

intempéries

Aparecimento de fissuras e

trincas

Estanqueidade à água Maior consumo de material

Fonte: Próprio autor, de acordo com Barbosa (2015).

Quando comparamos os dois métodos construtivos, temos que levar em

consideração a boa resistência mecânica e a intempéries, das alvenarias em bloco

cerâmico frente as vedações em gesso. Em contrapartida o gesso traz vantagens, no

alivio de cargas para edificação, na baixa produção RCD e no baixo índice de

desperdício. Sendo assim, foram escolhidas as paredes internas a serem alteradas

65

para vedações em gesso acartonado. Na figura 25 é possível visualizar a composição

das paredes em alvenaria existentes na edificação, assim como a compartimentação

dos ambientes.

Figura 25 – Paredes em alvenaria

Fonte: Próprio autor, de acordo com projeto arquitetônico (2018)

Já na figura 26 são apresentadas as paredes que seriam alteradas de forma

teórica, que estão identificadas na figura na cor magenta.

66

Figura 26 – Proposta de mudança

Fonte: Próprio autor, de acordo com projeto arquitetônico (2018).

A proposta é de trocar todas as vedações internas, sendo que as paredes

externas continuariam em bloco cerâmico. Para isso foi feito o levantamento de

quantitativos para cada método proposto.

67

6.1 LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVO

A princípio faz-se necessário o levantamento de quantidades da planta sem

as alterações propostas, feito a partir dos parâmetros de cálculo abordados no item

4.6.3.1, levando em consideração a composição da parede em alvenaria, composta

por tijolo cerâmico, argamassa de assentamento, chapisco, emboço e emassamento

para pintura, nas paredes que são pintadas (ver memorial descritivo anexo II), também

foi levado em consideração as vergas e contravergas, presentes nas janelas e portas,

como ilustrado no Quadro 1.

Quadro 1 – Levantamento de quantidades para alvenaria

Fonte: Próprio autor (2018)

68

Depois de identificado as mudanças que serão realizadas, teoricamente, faz-

se necessário o levantamento da quantidade de insumos, com cada material

necessário e a quantidade, usando os parâmetros de cálculo abordados no item

4.6.3.1. No levantamento foi levado em consideração a quantidade de painéis em m².

As paredes externas que não serão modificadas, nelas serão levados em

consideração com todos os componentes para alvenaria em bloco cerâmico, como

chapisco, emboço, emassamento e vergas. O quantitativo pode ser observado no

quadro 2.

Quadro 2 – Levantamento de quantidades para gesso acartonado

Fonte: Próprio autor (2018)

As paredes que têm contato com a umidade, foram identificadas, e foi feito o

levantamento de quantidade, elas serão compostas por chapas Resistentes a

Umidade (RU), como mostra o quadro 3.

69

Quadro 3 – Paredes com Chapas RU

Fonte: Próprio autor (2018)

Usando o memorial descritivo, presente no anexo II, foi feito o levantamento

do quantitativo de paredes que teriam que ser pintadas, para a composição dos custos

do emassamento para paredes de bloco cerâmico, pois é necessário fazer a

homogeneização para receber a pintura, o levantamento deu um total de 345 m² para

ser emassado.

6.2 LEVANTAMENTO DOS ORÇAMENTOS

Para mensurar o valor econômico dos levantamentos, executou-se o quadro

4, apresentando os custos das paredes em alvenaria usando os códigos e os valores

da tabela SINAPI.

70

Quadro 4 – Levantamento de custos das paredes em alvenaria

Fonte: Próprio autor (2018)

Pela tabela SINAPI, foram usados códigos das paredes em alvenarias dividas

entre menor e maior que 6m², e também com a presença ou não de vãos. Além disso,

também é necessário calcular o levantamento de custos dos insumos que completam

a composição das alvenarias como chapisco, emboço, emassamento e vergas,

presentes no quadro 5.

71

Quadro 5 – Levantamento de custo das paredes em alvenaria 2

Fonte: Próprio autor (2018)

Assim, pela soma direta dos resultados obtidos tem-se o valor final de vedação

vertical em alvenaria de blocos cerâmicos no valor de R$28.746,22, como

apresentando no quadro 6.

Quadro 6 – Custo das paredes em alvenaria

Fonte: Próprio autor (2018)

Depois do levantamento dos custos das paredes em alvenaria, faz-se

necessário o levantamento dos custos das vedações verticais em gesso acartonado.

Como na tabela SINAPI não contempla as placas RU, a composição de custos foi feita

como explicado na metodologia, contemplada nos quadro 7 e quadro 8.

72

Quadro 7 – Composição de preço das placas RU sem vãos

Fonte: Próprio autor (2018)

73

Quadro 8 – Composição de preço das placas RU com vãos

Fonte: Próprio autor (2018)

Depois do levantamento de preços de alvenaria cerâmica tradicional, para a

futura comparação, solicita-se a estimativa de custos para vedação em gesso

acartonado, como realizado no quadro 9.

74

Quadro 9 – Levantamento de custo das vedações verticais internas em gesso

acartonado

Fonte: Próprio autor (2018)

De acordo com a composição de preço das placas RU e a tabela SINAPI, no

levantamento foi levado em conta as paredes com vãos e sem vãos. Também foi feito

o levantamento de custos das paredes externas em alvenaria, presentes no quadro

10.

75

Quadro 10 – Levantamento de custos das paredes externas em alvenaria

Fonte: Próprio autor (2018)

Como no levantamento de custo das paredes em alvenaria, também foi levado

em consideração as paredes maiores e menores que 6m², com vãos ou sem vãos.

Após os levantamentos dos custos das vedações verticais, tanto externas quanto

internas, foi levanto os custos dos insumos que completam a composição das

vedações, como ilustrado no quadro 11.

Quadro 11 – Levantamento de custos

Fonte: Próprio autor (2018)

O levantamento foi feito com o uso da lã de rocha para isolamento térmico e

acústico, das vedações internas, também foi levantado o emassamento para

76

regularização das paredes externas para receber pintura. Após feito todos

levantamentos, os custos foram somados para compor o valor final com vedação

vertical interna em gesso acartonado, como visto no quadro 12.

Quadro 12 – Custo com vedação interna em gesso acartonado

Fonte: Próprio autor (2018)

Com todos os custos levantados, pode se começar o comparativo entre os

métodos estudados, tema do próximo capitulo.

6.3 COMPARATIVO ENTRE OS CUSTOS

De acordo com os custos finais obtidos nos orçamentos referentes a cada

método construtivo, consta que o valor final obtido pela vedação interna em gesso

acartonado se torna 17,12% mais barato se comparado com as vedações em bloco

cerâmico, ficando mais evidente no gráfico 4 apresentado a seguir.

Gráfico 4 – Comparativo de custo final

Fonte: Próprio autor (2018)

Parte considerável dos valores do custo final, são provenientes das paredes

externas, que não serão modificadas. Fazendo a retirada do valor das paredes

77

externas se tem uma melhor noção da diferença de custo entre os dois métodos, como

ilustrado no gráfico 5.

Gráfico 5 – Comparativo de custos das vedações verticais internas

Fonte: Próprio autor (2018)

A diferença monetária entre os dois métodos fica em R$ 4921,03 a favor das

vedações em gesso, se comparado só os custos das vedações internas a diferença

fica em 48,12% mais barato para as de gesso acartonado. Sendo essa diferença

justificada em parte pela aplicação do emboço nas paredes em alvenaria, isso pode

ser melhor percebido no gráfico 6.

Gráfico 6 – Comparativo de custo do emboço

Fonte: Próprio autor (2018)

78

Como fica evidente no gráfico acima, grande parte da diferença do custo entre

um método e outro está ligado diretamente ao emboço, cerca de 70,82% de toda a

diferença. Mas também pode se atribuir, parte, ao emassamento, necessário para

paredes em alvenaria receber pintura, esses custos ficam demonstrados no gráfico 7.

Gráfico 7 – Comparativo de custo do emassamento

Fonte: Próprio autor (2018)

Ficando para o emassamento a representatividade de 23,00% dos custos da

diferença entre os dois métodos, que monetariamente representa R$1131,97.

Assim, após o comparativo de custos, nota-se que o preço das vedações

verticais em gesso acartonado ficam mais baratas para a edificação estudada, isso se

deve a diminuição dos trabalhos e dos materiais utilizados, sem a necessidade de se

aplicar o emboço e o emassamento, se tem um alivio no custo final.

7 CONCLUSÃO

O presente trabalho apresentou a comparação de custo entre dois métodos

construtivos para vedação vertical, o primeiro usando blocos cerâmicos e o segundo

utilizando vedação em gesso acartonado.

Para isso foi levado em consideração da diferença entre os dois métodos

construtivos, como o custo de execução, produção de resíduos, qualificação da mão-

de-obra. Assim foi montado um comparativo das vantagens e desvantagens de cada

sistema construtivo. O bloco cerâmico traz consigo a aceitação cultural e maior

79

resistência mecânica, isso no campo das vantagens, já nas desvantagens tem o alto

índice de produção de resíduos, o uso de mão-de-obra desqualificada e um maior

peso para edificação.

Já o gesso acartonado como vedação vertical tem as desvantagens de baixa

aceitação cultural, sensibilidade a umidade e baixa resistência mecânica, mas se

tratando de vantagens ele tem um menor tempo de execução, menor produção de

resíduos e maior controle de qualidade. Assim levando em consideração as diferenças

e as vantagens e desvantagens, foi feito o levantamento de custo para cada método.

Após análise dos custos levantados, com base na tabela SINAPI e em

composição de custos, no caso das chapas RU, chega-se a conclusão que as

vedações em gesso acartonado trazem um custo menor, cerca de 17,12% no total.

Se comparado só o uso dos dois sistemas na parte interna a diferença fica em 48,12%

em favor do gesso acartonado sobre o uso de blocos cerâmicos na composição das

vedações, para a edificação estudada.

A diminuição de custos, com o uso das vedações em gesso advém

principalmente de não precisar de regularização para acabamento final, observa – se

que a aplicação do emboço e do emassamento representam 93,82% da diferença de

preço entre os dois métodos estudado.

Com a análise de todos os dados expostos, conclui-se que o melhor método

a ser aplicado como vedação vertical interna é o de gesso acartonado, por trazer

vantagens como a redução de resíduos, menor tempo de execução e redução de

custos. Como propostas para trabalhos futuros, como complemento a este trabalho,

pode-se estudar a influência da troca das vedações verticais, nas fundações, por

conta da diferença peso próprio de cada método.

80

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Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Barra

do Garças, 2018.

85

ANEXO I

86

ANEXO II

MEMORIAL DESCRITIVO

1. ESPECIFICAÇÕES DA OBRA:

A obra será executada na Rua x, Bairro Jardim Serra Azul, nº: x, Qd: x na

cidade de Barra do Garças - MT. A área do terreno é de 420m², destes 132,25m² serão

construídos e sobrando uma área remanescente de 287,75m². Será construído uma

residência familiar.

1.1 DESCRIÇÃO DOS AMBIENTES:

- SALA DE TV

Área: 12,70m²

Função: destinado ao entretenimento e descanso.

Piso: porcelanato 60x60 cm

Paredes: pintura pva.

Forro: gesso

Janelas: três janelas de correr vertical, vidro temperado

Portas: uma porta de abrir, madeira

- SALA DE JANTAR

Área: 13,27m²

Função: destinado à realização de refeições.

Piso: porcelanato 60x60 cm

Paredes: pintura PVA.

Portas: uma porta de correr, vidro temperado

- COZINHA

Área: 8,35m²

Função: destinado ao preparo de refeições.

Piso: porcelanato 60x60 cm

87

Paredes: pintura pva.

Portas: uma porta de correr, vidro temperado

- CIRCULAÇÃO

Área: 1,68m²

Função: destinado à ligação e circulação entre ambientes

Piso: porcelanato 60x60 cm

Paredes: pintura pva.

- QUARTO 1

Área: 10,17m²

Função: destinado ao repouso.

Piso: porcelanato 60x60 cm

Paredes: pintura pva.

Janelas: uma janela de correr, vidro temperado

Portas: uma porta de abrir, madeira

- SUÍTE

Área: 12,34m²

Função: destinado ao repouso.

Piso: porcelanato 60x60 cm

Paredes: pintura pva.

Janelas: uma janela de correr, vidro temperado

Portas: uma porta de abrir, madeira

- BANHEIRO SOCIAL

Área: 3,49m²

Função: uso higiênico

Piso: porcelanato 30x30cm

Paredes: porcelanato 30x20cm.

Janelas: uma janela máximo-ar, vidro temperado

Portas: uma porta de abrir, madeira

- BANHEIRO SUÍTE

88

Área: 3,73m²

Função: uso higiênico

Piso: porcelanato 30x30cm

Paredes: porcelanato 30x20cm.

Janelas: uma janela máximo-ar, vidro temperado

Portas: uma porta de abrir, madeira

- DEPÓSITO

Área: 2,42m²

Função: destinado ao armazenamento de objetos.

Piso: porcelanato 60x60 cm

Paredes: pintura acrílica.

Portas: uma porta sanfonada, PVC

- ÁREA DE SERVIÇO

Área: 7,38m²

Função: destinado à lavagem de roupas.

Piso: porcelanato 60x60 cm

Paredes: pintura acrílica.

Portas: uma porta de abrir, madeira

- VARAL

Área: 5,17m²

Função: destinado à secagem de roupas.

Piso: porcelanato 60x60 cm

Paredes: pintura acrílica.

- GARAGEM

Área: 25,38m²

Função: estacionar veículo.

Piso: porcelanato 60x60 cm

Paredes: pintura acrílica.

89

2. SERVIÇOS PRELIMINARES, GERAIS E INFRAESTRUTURA:

Será realizada a limpeza do terreno, implantação do canteiro de obras

dimensionado de acordo com o porte e necessidades da obra com as respectivas

ligações provisórias.

A locação da obra deverá ser executada conforme projeto aprovado, utilizando

instrumentos e métodos adequados.

A demarcação será feita pelo método de gabarito. O gabarito será executado

em madeira, envolvendo todo o perímetro da obra. As tábuas que compõem esses

quadros precisam ser niveladas, alinhadas, aprumadas, bem como fixadas em

barrotes (3’’x3’’) e travadas para resistirem à tensão dos fios de demarcação sem

oscilar ou deslocar da posição correta.

3. SUPRA ESTRUTURA

Os pilares, vigas e lajes serão em concreto armado, conforme projeto, tendo o

fck mínimo de 25 MPa .

Serão executadas fundações conforme projeto, nas dimensões indicadas em

projeto de fundações, com fck mínimo de 25 MPa. Deverá ser empregado aço CA 50

e CA 60 conforme indicado no projeto estrutural.

As formas executadas com chapa compensada para pilares, vigas e lajes em

concreto, devem adaptar-se perfeitamente às dimensões das peças da estrutura

projetada. As espessuras das chapas compensadas devem ser suficientes para

suportarem as tensões provocadas pelo peso do concreto e armações; a armadura,

definida no projeto estrutural, será montada no canteiro de obra, na quantidade e

posições indicadas no projeto, amarradas com arame recozido. Logo após o

lançamento, o concreto deverá ser adensado por vibrações mecânicas. A cura e a

desforma serão executadas dentro das normas técnicas.

Observação: Todas as medidas de cotas deverão ser conferidas no local.

90

4. PAREDES

Todas as paredes serão em alvenaria cerâmica empregando tijolos de 6 furos

e assentados com argamassa de cimento no traço 1:3. As primeiras fiadas de todas

as paredes serão assentados com argamassa e impermeabilizante para evitar

umidade por capilaridade.

As alvenarias deverão ser executadas com obediência a planicidade, prumo e

alinhamento.

5. ESQUADRIAS, VIDROS

Será instalada na entrada da sala de jantar e na entrada da cozinha uma porta

de vidro temperado (blindex), uma com dimensão 200x210cm sendo duas folhas fixas

e duas móveis, e outra com 100x210cm sendo uma folha fixa e uma móvel,

respectivamente. No depósito será instalada uma porta sanfonada de PVC, com

dimensão 70x210cm. Nos banheiros serão portas de madeira com batente de madeira

com dimensão 70x210cm, nos demais ambientes serão portas de madeira com

batente de madeira com dimensão 80x210.

Será instalada nos dois banheiros uma janela de vidro temperado do tipo

máximo-ar, com dimensão 60x60cm. Na sala serão instaladas três janelas de correr

vertical de vidro temperado, com dimensão 100x190cm. Nos demais ambientes serão

janelas de correr de vidro temperado com dimensão 120x100cm.

6. LAJE, FORRO, COBERTURA.

Laje nervurada: iniciar distribuindo as vigotas de cada vão de acordo com o

tamanho e o sentido indicado no projeto de montagem. É importante que as vigotas

apoiem 10cm sobre as paredes. Começar sempre com o elemento intermediário: EPS

(isopor), junto com as vigas ou cintas, depois encaixe uma vigota e continue com

isopor em cada intervalo. No final do vão, havendo necessidade, corte o isopor para

ajustar ao espaço final. Verificar se não ficaram folgas no encaixe do isopor junto às

vigotas, para que não haja desperdício do material. Distribuir os ferros de acordo com

as indicações de bitola e quantidades da planta fornecida. Molhar bem o material

antes de lançar o concreto, este deve ser socado com a colher de pedreiro, para que

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penetre nas juntas entre as vigas pré-fabricadas e os blocos cerâmicos. Após o

lançamento do concreto a laje deverá ser molhada, no mínimo, três vezes ao dia

durante três dias. O descimbramento da laje pré-fabricada, como em qualquer

estrutura, deve ser feito gradualmente e numa sequência que não solicite o vão a

momentos negativos, geralmente em torno de 21 dias para pequenos vãos e 28 dias

nos vãos maiores, salvo indicações do responsável técnico.

A cobertura será de telha cerâmica. As calhas e rufos em chapas metálicas

zincadas.

7. REVESTIMENTO ACABAMENTOS E PINTURA

PISO: Todas as dependências serão revestidas com porcelanato e rodapé de

porcelanato.

PAREDES: As paredes internas serão revestidas com chapisco médio/reboco

tipo paulista, aprumada, traço cimento e areia 1:4 e impermeabilizadas até altura

mínima de 90cm, emassada com massa fina PVA, lixada e pintura com 2 demãos de

tinta Acrílico branco gelo acetinado, do rodapé ao teto.

TETOS: Todos os tetos serão revestidos em forro de gesso e pintura latéx, em

duas demãos.

8. INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS

A execução dos serviços deverá atender às prescrições contidas nas normas

da ABNT, as especificações e projeto especifico, além das recomendações e

prescrições dos fabricantes para os diversos materiais.

Na execução dos serviços serão utilizados materiais que ofereçam garantia

de bom funcionamento além de mão de obra capacitada.

Os tubos e conexões serão em PVC soldável linha predial.

O abastecimento de água será feito através de rede pública, através de

ligações comercial ligada ao reservatório (1000litros).

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Colunas, canalizações primárias, secundárias e tubo coletor predial, serão

executados em PVC para esgoto da marca TIGRE ou similar, de acordo com

diâmetros indicados no projeto.

Ralos simples e sifonados serão em PVC, com grelha metálica da marca

TIGRE ou similar.

As caixas de inspeção serão em alvenaria revestida nas dimensões

indicadas no projeto hidro sanitário.

A rede de distribuição da unidade deverá ser executada conforme projeto

hidráulico e sanitário específico.

9. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:

A execução dos serviços deverá atender às prescrições contidas nas normas

da ABNT, as especificações e projeto especifico, além das recomendações e

prescrições dos fabricantes para os diversos materiais.

Tomadas, interruptores e pontos de luz: Serão embutidos e instalados

conforme posição e quantidades previstas no projeto elétrico.

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ANEXO III

ORÇAMENTO 1

ORÇAMENTO 2

94

ORÇAMENTO 3

95

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