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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Infantil -NEPeDI
PROJETO DE DOUTORADO SANDUICHE NO EXTERIOR
AUTONOMIA E INTERDEPENDÊNCIA –
CRENÇAS E VALORES DE PAIS
NO BRASIL E EM PORTUGAL
Doutoranda: Eloisa Helena Teixeira Fortkamp
Orientador: Prof. Dr. Mauro Luís Vieira (UFSC/Brasil)
Co-orientadora: Profª Drª Ana Maria Faraco ( UFSC/Brasil)
Co-orientadora: Profª. Drª Ana Maria Tomás de Almeida (UMINHO/Portugal )
Área de Concentração:
Processos Psicossociais, Saúde e Desenvolvimento
Linha de Pesquisa:
Saúde, Família e Desenvolvimento Psicológico
Florianópolis, 2013
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 3
1. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................................................... 4
2.OBJETIVOS ............................................................................................................................................... 14
2.1OBJETIVO GERAL .............................................................................................................................. 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................... 14
3. PROCEDIMENTOS .................................................................................................................................. 15
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA................................................................................................................. 15
3.2 PLANO DE ATIVIDADES.............................................................................................................................. 15
4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO .............................................................................................................. 17
5.REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................... 18
3
INTRODUÇÃO
No presente projeto propõe-se pesquisa sobre crenças e valores de pais de crianças pré-
escolares, relativos ao construto autonomia e interdependência. Esse estudo pretende examinar
aspectos socioculturais brasileiros e portugueses identificando possíveis semelhanças e
diferenças nas crenças e valores que norteiam as práticas parentais. Nessa proposta, em função
do tempo disponível para o estudo, será realizado aprofundamento de caráter teórico.
No campo da Psicologia, o conhecimento das crenças e valores compartilhados pelos pais
sobre o desenvolvimento de seus filhos, possibilita a compreensão do comportamento e das
práticas parentais, além de contribuir no estabelecimento de metas de socialização e na escolha
da melhor estratégia de criação dos filhos. Nesse sentido, se parte do princípio de que as crenças,
valores e idéias estão extremamente ligados a aspectos culturais, históricos, sociais sem
minimizar a interação destes com fatores biológicos, incluindo a bagagem genética individual e
da espécie. O estudo se orienta a partir de abordagens que compreendem o desenvolvimento
humano dentro de uma perspectiva de interação entre o indivíduo (dimensão biológica,
psicológica, social e cultural) e seu contexto e consideram o desenvolvimento como um processo
de adaptação aos múltiplos ambientes em que a criança vive com a sua família.
Esta proposta de pesquisa objetiva aprofundar a compreensão da dimensão sociocultural
presente nas práticas parentais de pais de dois países, possibilitando a comparação de modelos de
socialização das crianças com relação as dimensões de autonomia e interdependência. Essas
comparações e paralelos além de preencher lacunas existentes nos estudos das práticas parentais,
objetivam subsidiar na melhor compreensão das práticas parentais.
A escolha de Portugal para a realização deste estudo se deu em função de que a
Universidade do Minho, situada em Braga, se encontra o Departamento de Psicologia da
Educação e Educação Especial. A Universidade do Minho, além, de ter toda a infra-estrutura e
pessoal necessário para a concretização do trabalho aqui proposto, também realiza estudos que
são paralelos a linha de pesquisa utilizada e vem ao encontro dos objetivos propostos por esta
tese, com arquitetura didática articulada com os estudos da família e da infância.
4
Além disso, cabe destacar o elo histórico que une os dois países em função da
colonização do Brasil por Portugueses e, mais especificamente, pelo forte influência açoriana na
capital catarinense, com sua importante herança cultural. Contudo, ressalta-se que no caso
brasileiro somam-se outras influências culturais que interferem nos modelos de socialização
presentes na cultura brasileira. As diferenças entre os dois contextos se remetem as
especificidades geográficas, climáticas, econômicas, sociais e até mesmo culturais, que reforçam
a necessidade de estudos transculturais.
1. JUSTIFICATIVA
O processo de socialização das crianças é permeado pela aquisição de valores, normas,
papéis costumes e conhecimentos transmitidos e regulados pela sociedade. É consenso na
literatura especializada que na maioria das sociedades ainda se confere à família um papel central
na preparação dos indivíduos para a integração social tornando-a contexto principal de
desenvolvimento da criança (Dessen & Polonia, 2007; Gomes,1992; Keller, 1998; Kreppner,
2000) e que, ao oportunizar situações interativas entre seus membros, revela por meio dos pais,
as crenças, valores e cognições que estruturam as estratégias utilizadas na educação dos filhos.
De uma forma geral são destacados como objetivos fundamentais da família: ensinar os filhos a
viver em sociedade; prepará-los para desempenhar diversos papéis sociais e possibilitar o
aprendizado do que é importante e valorizado social e culturalmente (Musitu & Cava, 2001).
Tradicionalmente definido como “aprender a conviver com as pessoas”, o processo de
socialização da criança caracteriza-se como uma ação no sentido da aquisição de crenças, valores
e comportamentos desejáveis para a convivência social. De uma forma geral, são os pais que
proporcionam as principais interações que a criança vivência, e esta elabora e eventualmente
internaliza as mensagens culturais, construindo o seu desenvolvimento particular (Pinto &
Branco, 2009).
Evidências de estudos empíricos têm comprovado que as estratégias educativas de pais
para promover o desenvolvimento das crianças não são aleatórias e sim baseadas em seus valores
e crenças e que cultura e história estão necessariamente implicadas neste processo, uma vez que
as crenças e valores não são estáticas, mudam em diferentes grupos culturais e ao longo do
5
tempo, pois com o passar do tempo novas informações são adquiridas e que elas podem ser
alteradas, sendo um processo de revisão constante a partir de novas informações (Ceballos &
Rodrigo, 2003; Luster, Rhoades & Haas, 1989). Tudge e Freitas (2012) a partir de seus estudos
em diferentes culturas afirmam que as crenças e valores culturais têm importantes papéis no
estabelecimento da relação adulto-criança influenciando o comportamento dos pais.
Os estudos sobre crenças e valores parentais vem sendo impulsionados por pesquisadores
que buscam compreender o comportamento parental, ou seja, a relação que os pais ou cuidadores
estabelecem com a criança desde o nascimento até a vida adulta. Baseado nos estudos sobre os
cuidados com a infância, as práticas que os pais utilizam e as crenças e valores que permeiam
essas práticas, o campo da Psicologia sinaliza entre outros aspectos, para o fato de que as práticas
variam em diferentes tempos históricos, são moldadas pela cultura e ainda se diferenciam entre
grupos culturais humanos (Rogoff,2005). Em relação as práticas ou cuidados parentais, existem
pelo menos dois domínios no fenômeno relacionado: a) o nível cognitivo (crenças e valores); e
b) o nível comportamental (os cuidados parentais propriamente ditos).
O processo histórico do estudo das crenças e valores iniciaram por meio de
investigações antropológicas realizadas por Margareth Mead sobre as crenças e práticas de
cuidado nas diferentes comunidades do Pacifico (Super & Harkness, 1996). Estudos de John e
Beatrice Whiting (1988) deram continuidade as investigações sobre as crenças parentais,
enfocando aspectos culturais e do desenvolvimento da criança com o seu contexto de criação.
Harkness e Super (1996) corroboram acerca do surgimento do interesse em estudos sobre as
crenças parentais, quando afirmam que este foi influenciado pelo diálogo interdisciplinar da
antropologia social com a psicologia, que promoveram uma ampliação na compreensão dos
aspectos relacionados à cultura e o desenvolvimento humano.
Harkness e Super (1996) ressaltam que o interesse nos estudos sobre as crenças
parentais ressurgiu nos últimos tempos, utilizando os conhecimentos populares, considerados de
senso comum para explicar as crenças. A literatura internacional ressalta que há muitos estudos
que exploram os pensamentos e ideias que os pais tem sobre os filhos, o que esperam deles, seu
desenvolvimento, quais as metas e estratégias que pretendem adotar na educação dos filhos, os
valores em relação ao que é desejável ou não para o filho, as atitudes dos pais em relação a
maternidade e paternidade e à criança (Lordelo, Fonseca& Araújo,2000, Miller,1988).
6
Goodnow (1992) aponta quatro motivos para realização de estudos que visem
investigar as crenças parentais destacando que elas são uma interessante forma de cognição e
desenvolvimento do adulto; mostram um caminho para ajudar a compreender as ações dos pais e
dos educadores de modo geral; são aspectos do contexto no qual a criança vive e podem indicar
direções nos processos de transmissão e mudança cultural.
Apesar do renascimento do interesse em investigar as crenças parentais, não houve uma
preocupação na definição dos conceitos. Seidl-de-Moura et al (2004) identificaram uma
diversidade na terminologia empregada pelos pesquisadores como crenças, valores, ideias e
atitudes parentais. Por exemplo, Goodnow (1992) utiliza o termo ideias, por acreditar que este é
um termo mais amplo e não carrega o sentido de convicção atribuído as crenças e também afirma
que o termo ideias pode abarcar valores e metas. Sigel, McGillicuddy-DeLisi & Goodnow
(1992) e Ribas (2004) quando se referem as crenças parentais, estes autores preferem utilizar um
termo mais geral, denominado de cognição parental, pois acreditam, que este contempla
pensamentos, ideias, crenças, representações, entre outros.
Em relação as metas de socialização dos pais, essas estão relacionadas aos ideais
implícitos ou explícitos que orientam suas escolhas para os filhos, seja nos conhecimentos a
adquirir, nos valores morais, nos comportamentos que consideram mais adequados para o
convívio social ao longo da vida. Miller e Harwood (2001) acrescentam a esta definição, as
expectativas dos pais quanto aos conhecimentos e valores morais que seus filhos deveriam
adquirir no decorrer do seu desenvolvimento. Para o alcance dessas metas, os pais fariam uso de
certas estratégias de socialização. Estas por sua vez, estariam relacionadas aos valores pessoais
dos pais e aos valores sociais que influenciam no comportamento desejável, de acordo com o
contexto que estão inseridos (Leyendecker, Lamb, Harwood, & Schölmerich, 2002). Sendo
assim, as metas de socialização seriam objetivos de longo prazo estimados pelos pais,
influenciadas pelo contexto cultural e interferem diretamente nas práticas de cuidado dos pais
direcionadas aos filhos (Miller & Harwood, 2001).
Os valores são definidos como organizações duradouras de crenças que as pessoas
possuem, socialmente construídas e compartilhadas por um mesmo grupo social que servem
como critério para orientar ações e julgamentos (Diniz & Salomão, 2010; Moinhos, Lordelo, &
Seidl de Moura, 2007). Quanto às crenças, essas funcionam como mediadoras entre valores e
comportamentos e dizem respeito a um conjunto de informações que as pessoas possuem sobre
7
determinado objeto, constituindo-se como um quadro de referência interna que pode sofrer
variações, dependendo do nível socioeconômico, do acesso à educação e dos modelos culturais
( Suizzo, 2007).
Pesquisas sobre as práticas parentais dos pais vêm sendo aprofundadas na literatura
brasileira e internacional, indicando relações entre as crenças dos pais relacionadas a
escolaridade, ao contexto sociocultural e classe social dos genitores (Bronfrenbrenner,1996;
Keller, et al.,2006; Lordelo, Fonseca, & Araújo, 2000; Ribas, Seidl de Moura, &Bornstein,
2003).
Desse modo, alguns pressupostos norteiam este trabalho. Um primeiro se refere as
perspectivas teóricas encontradas na literatura que abordam as crenças e valores parentais,
destacando-se neste estudo aquelas que compreendem o desenvolvimento humano dentro de uma
perspectiva de interação entre o indivíduo (dimensão biológica, psicológica, social e cultural) e
seu contexto e consideram o desenvolvimento como um processo de adaptação aos múltiplos
ambientes em que a criança vive com a sua família apresentados nos três modelos teóricos que
sustentam essa discussão: a abordagem da psicologia evoluconista ( ), o conceito de nicho de
desenvolvimento (Harkness e Super,1996) e a teoria bioecológica ( Bronfrenbrenner,1996).
Nesse sentido, a abordagem da Psicologia Evolucionista busca ampliar o entendimento do
desenvolvimento humano, compreendendo-o como resultante da interação entre filogênese e
ontogênese e os aspectos biológicos e culturais.
Outra abordagem que leva em conta os aspectos individuais e sociais do contexto é a
Perspectiva Bioecológica do Desenvolvimento de Bronfrenbrenner (1996). Na teoria
Bioecológica, o desenvolvimento humano se dá por meio de processos progressivamente mais
complexos de interações recíprocas e interativas, desenvolvendo o organismo humano
bioecológico e as pessoas, objetos e símbolos no meio imediato. Tal abordagem enfatiza a
relação bidirecional estabelecida entre pessoa e ambiente e destaca o papel ativo da pessoa em
seu desenvolvimento.
O terceiro modelo denominado de nicho de desenvolvimento (Harkness & Super, 1996)
contribui para a compreensão do desenvolvimento humano composto de três níveis de
componentes: as condições físicas e sociais; as práticas de criação valorizadas pela cultura na
qual a criança está inserida; as características psicológicas dos cuidadores, crenças sobre cuidado
e desenvolvimento infantil e metas de socialização que estabelecem para os filhos.
8
Nesse sentido, uma importante dimensão do desenvolvimento humano é a influência das
interações sociais, especialmente o apoio social e afetivo, em especial o papel da família e seus
modelos de parentalidade. Dentre os estudos que objetivaram ter acesso a diferentes modelos
culturais com base na Psicologia do Desenvolvimento Evolucionista, podem-se destacar mais
recentemente aqueles desenvolvidos por Heidi Keller (2007). No aprofundamento dos estudos
sobre diferenças culturais, embasados nos estudos transculturais, Keller (1998; 2007) ressalta
que as sociedades organizam-se de diferentes formas e que existem profundas diferenças
culturais em termos de orientações gerais referentes às crenças e valores entre pais e mães,
evidenciados nos modelos familiares, na parentalidade e no desenvolvimento da criança. A
autora estudou os comportamentos e “ethnoteorias” (crenças culturais) dos pais de bebês dos
Estados Unidos, Alemanha, Grécia, Costa Rica, China camarões e Índia. Quanto aos impactos no
processo de socialização e desenvolvimento da criança, a pesquisadora identificou em seus
estudos dois modelos culturais prototípicos: 1) o interdependente/relacional e 2)
independente/autônomo. O primeiro modelo interdependente ou sociocêntrico enfatiza o
desenvolvimento do eu conectado aos demais membros do grupo em que o indivíduo está
inserido, em geral, a família (aproximando-se das características coletivistas). Caracteriza-se pela
relação proximal com os demais membros do grupo, sendo priorizadas metas grupais,
desempenho de papéis sociais e deveres e obrigações. O segundo modelo
independente/autônomo refere-se a uma orientação frente ao eu autônomo (aproximando-se a
características individualistas), prioriza o desenvolvimento como único e distinto, e a autonomia
é compreendida como separação.
Kagitçibasi (2005; 2007) e Keller (1998; 2007 perceberam em seus estudos que o
aumento do nível de escolaridade levava os pais de classe média a valorizar uma maior
autonomia de seus filhos em alguns domínios, mas mantendo a interdependência emocional e
propõem um terceiro modelo de parentalidade que mescla os dois anteriores e inclui tanto
autonomia e auto-realização e ao mesmo tempo valoriza a manutenção de relações íntimas entre
a família e o grupo social, denominado de autônomo-relacional. Nesse modelo, o
desenvolvimento da criança é definido como autônomo quanto a sua ação e interdependente
quanto à proximidade interpessoal. Esse modelo de orientação foi identificado em mães da Costa
Rica e México, sugerindo uma tendência homogênea para países latinos quanto às metas de
socialização do tipo autônomo-relacional.
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O primeiro modelo independente/autônomo ressalta a construção do self como único e
distinto, sendo valorizadas metas pessoais e focalizando nas necessidades e direitos do indivíduo.
São valorizadas dimensões como autocontrole, auto-suficiência, competitividade, separação,
unicidade, entre outras. É valorizada a autonomia e separação e conseqüentemente a
independência entre as gerações. A individuação-separação é considerada um requisito para o
desenvolvimento humano saudável. Caracteriza as famílias de classe média urbanas e
escolarizadas do Ocidente (Kağitçibasi, 2005, 2007).
Por outro lado, o modelo interdependente/relacional concebe o self como conectado aos
demais membros do grupo em que está inserido. São priorizadas as metas grupais e a ênfase nos
papéis sociais, deveres e obrigações. O indivíduo é definido como parte de um sistema social,
visando relações harmoniosas e o respeito a hierarquia. A orientação dos filhos é baseada na
obediência não deixando espaço para a autonomia. É predominante na sociedade rural agrária
tradicional, embora não se limite aos contextos rurais.
O modelo intermediário denominado de autônomo-relacional compreende combinados
os modelos anteriores englobando autonomia e relação. Kağitçibaşi (1996) argumenta que
autonomia e relação são entendidas como duas necessidades humanas básicas. Nesse sentido, o
self é definido como autônomo quanto a sua ação (agência) e relacional quanto a sua
proximidade interpessoal. É um modelo predominante nas famílias de classe média, urbana e
escolarizadas em sociedades tradicionalmente interdependentes.
Com base nos modelos culturais identificados acima, que partem de uma orientação
cultural de individualismo e coletivismo e de uma concepção pessoal de self independente/
autônomo; interdependente/relacional e autônomo-relacional , compreende-se que os pais, como
membros de sua própria cultura compartilham modelos culturais de parentalidade e possuem
concepções comuns sobre seu sistema de práticas parentais. Nesse sentido, as crenças e valores,
traduzidos nas práticas parentais terão um impacto direto no desenvolvimento do senso de
agência: autonomia ou heteronomia e distância interpessoal: priorizando a separação ou relação
com o grupo, no desenvolvimento do self da criança.
Nesse estudo, a família, central para a compreensão das práticas parentais, é
compreendida como o primeiro espaço de socialização infantil, configurando-se como mediadora
entre a criança e a sociedade. Considerando a importância da família no contexto de socialização
das crianças, em especial nos primeiros anos de vida, essa deve ser compreendida como o
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ambiente no qual a criança experimenta as primeiras situações de aprendizagem, sendo
responsável também pela provisão de afeto, de sustento e cuidados físicos e de condições de
desenvolvimento cognitivo e social das crianças (Dessen,1997). A família precisa ser
compreendida dentro da cultura na qual está inserida, com sistemas simbólicos e padrões de
comportamentos diversos. Dessa forma, as experiências nas interações vão variar conforme o
contexto (Keller, 1998) e tal diversidade têm implicações na forma como os pais pensam o
processo de socialização dos filhos.
No Brasil, é recente e crescente o interesse dos pesquisadores sobre o comportamento
parental e a motivação destes está ligada a existência de diferentes teorias que procuram
investigar a natureza das situações vividas durante a infância e os possíveis efeitos que possam
ter sobre as esferas cognitiva, emocional e social da criança. Há décadas, estudos da Psicologia,
buscam estabelecer o princípio de que a estruturação do cuidado da infância, as práticas adotadas
e que as crenças que presidem essas práticas variam ao longo da espécie humana e são moldados
pela cultura ( Kobarg, Sachetti, & Vieira,2006). Dessa forma, diferem entre grupos culturais
humanos formados por pessoas que compartilham um conjunto de artefatos, práticas e sistemas
de crenças (Rogoff, 2005).
Em revisão de literatura realizada por Ribas et al.(2003) destaca-se um crescente aumento
no número de pesquisas sobre crenças e práticas parentais, localizadas predominantemente nos
Estados Unidos (Goodnow & Collins, 1990; Harkness & Super, 1996). Nas últimas décadas,
importantes estudos culturais foram desenvolvidos por pesquisadores em várias regiões do Brasil
e em distintos contextos, investigando sistemas de crenças relativos à autonomia e
interdependência da criança, na perspectiva dos pais (Biasoli-Alves,1997; Kobarg, 2011;
Piovanotti & Vieira, 2007; Ribas & Seidl de Moura,1995; Sachetti, 2007;Seidl de Moura, Ribas,
et al.,2004).
Na pesquisa brasileira desenvolvida por Seidl de Moura et l. (2008) foram entrevistadas
350 mães de diferentes regiões geográficas e políticas sendo apontadas importantes diferenças
interculturais observadas nas metas enunciadas pelas mães ao seguinte questionamento : “Que
qualidades você deseja que seu(sua) filho(a) tenha como adulto?”. A análise, segundo categorias
propostas por Miller e Harwood (2001), possibilitou a identificação de diferentes tendências de
acordo com as regiões. As mães cariocas responderam valorizarem mais a independência; as
mães de Florianópolis e Porto Alegre priorizaram metas de interdependência e as mães de
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Belém, Salvador, Campo Grande e João Pessoa destacaram as metas voltadas para a autonomia-
relacional.
Em estudo de metodologia semelhante, porém de âmbito regional, Macarini (2009)
orientou-se no sentido de investigar o sistema de crenças maternas relativas à autonomia e
interdependência em dois contextos: capital e pequena cidade do sul do Brasil. Os resultados
demonstraram que o contexto de residência das mães pode ser uma variável relevante na
modulação das crenças maternas e que existe uma correlação positiva entre escolaridade e a
importância atribuída à autonomia. Por outro lado, a interdependência mostrou-se relacionada a
menor escolaridade da mãe, menor idade da criança, renda menor e quantidade menor de
cômodos da residência. Os resultados indicaram a relação entre autonomia e interdependência
nas crenças maternas apontando para a coexistência de ambas tanto a nível cultural quanto
individual.
O estudo de Sachetti (2007) apresentou resultado similar quando investigou semelhanças
e diferenças de crenças de mães sobre cuidados com crianças na capital e no interior do Estado
de Santa Catarina. Os resultados dos estudos indicaram que as mães da capital e do interior são
grupos de orientação cultural autônomo-relacional, predominando elementos do modelo
independente na capital e modelo interdependente no interior. De um modo geral, as mães da
capital estabeleceram metas de socialização autônomas e valorizaram práticas autônomas e
relacionais, as mães do interior apresentaram proximidade familiar maior e estabeleceram metas
de socialização autônomas e relacionais e realizaram práticas autônomas.
Pesquisa realizada em dois contextos culturais, urbano e rural, realizada por Kobarg
(2011) investigou as crenças e práticas maternas sobre desenvolvimento do autorreconhecimento
e autorregulação infantil. Na discussão dos resultados constatou-se que as mães de ambos os
contextos valorizam aspectos tanto relacionados às metas pessoais como grupais. O estudo
revelou uma discrepância entre o que as mães pensam em relação às metas de socialização e o
que realmente elas fazem na prática de criação dos filhos no primeiro ano.
O estudo de Bandeira, Seidl de Moura e Vieira (2009) realizado com 30 pais e mães
casados com apenas 1 filho e residindo no Rio de Janeiro, trouxe evidências de cognições
parentais comparando pais e mães. Os resultados evidenciaram que pais e mães valorizam mais
metas de socialização relacionadas à autonomia e também a interdependência. Por outro lado, o
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estudo de Ruela (2006) pesquisou crenças e valores de mães e avós em um contexto rural do Rio
de Janeiro que ressaltou entre outros aspectos o fato de que as moradores de contexto rural
receberam médias altas em relação as metas de socialização sociocêntricas quando comparadas
com a categoria individualista. No entanto, embora a perspectiva sociocêntrica sobressair em
relação a individualista foi constatada alta valorização da categoria individualista. Para Suizzo
(2002) o fato de que um grupo se caracteriza como sociocêntrico não invalida o outro, ou uma
orientação ambivalente.
Nesse sentido, grupos de pesquisadores compartilham de uma mesma premissa de que
nos modelos culturais brasileiros, localizados na região sul do Brasil, estão presentes a
autonomia e interdependência com predomínio do modelo autônomo relacional e que variáveis
socioeconômicas, com ênfase na escolaridade e no contexto sociocultural das mães, influenciam
nos modelos de socialização, naquilo que elas priorizam para seus filhos.
O presente estudo pretende realizar um levantamento de estudos realizados por
pesquisadores portugueses relacionados as crenças e valores dos pais, evidenciando as dimensões
de autonomia e interdependência, comparando-os com os estudos brasileiros relativos à temática.
A escolha de Portugal para o estudo comparativo se relaciona a colonização brasileira, em
especial no sul do Brasil, estar fortemente marcada por traços culturais dos colonizadores
lusitanos.
Este estudo pretende contribuir, como aprofundamento teórico, no processo de
compreensão das práticas parentais dos pais brasileiros e portugueses, inserindo-se no projeto de
doutoramento intitulado “ Crenças e valores de pais relativos as dimensões de autonomia e
interdependência das crianças de 4 a 6 anos”, que é o trabalho de doutorado da proponente. O
referido projeto de tese se insere no Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Desenvolvimento
Infantil (NEPeDI)1, sob a orientação do Professor Doutor Mauro Luís Vieira, que desenvolve
projetos relacionados aos estudos sobre concepções de pais e mães sobre desenvolvimento
infantil e estuda também como ocorre a interação entre pais e as crianças. Tem como missão
contribuir com a produção e socialização do conhecimento na área da psicologia do
1Maiores informações sobre as atividades do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Infantil podem ser obtidas em www.nepedi.ufsc.br
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desenvolvimento humano e como principais objetivos, desenvolver projetos de pesquisa sobre
cuidados parentais e desenvolvimento psicológico infantil.
O aprofundamento da pesquisa presencial no contexto português se deve ao fato de que
os fatores socioculturais que estão presentes no cotidiano das famílias portuguesas serão
perceptíveis no aprofundamento teórico dos estudos e pesquisas desenvolvidos no país, mas
sobretudo, estão implícitos no cotidiano das famílias, sendo perceptíveis a partir de um mergulho
no contexto cultural do país, evidenciando assim as particularidades do povo português.
O andamento dos trabalhos de pesquisa deverão contar com a co-orientação da Professora
Associada Doutora Ana Maria Tomás Almeida. A referida professora exerce, atualmente,
atividade de Ensino do Departamento de Psicologia da Educação e Educação Especial na
Universidade do Minho e desenvolve trabalhos relacionados às práticas parentais.
Esse trabalho vai dar sequencia a uma parceria já iniciada em 2008 quando foi
desenvolvido projeto de tese intitulado “Influência do brincar no desempenho motor, cognitivo e
social de crianças em idade escolar no Brasil e em Portugal” da então doutoranda, Sheila
Tatiane Duarte Cordazzo, em colaboração com a professora Dra Ana Maria Tomás de Almeida e
o professor Dr Mauro Luís Vieira, e que resultaram na publicação de importantes artigos para as
área da psicologia e da educação.
O estudo pretende ainda uma maior aproximação dos estudos desenvolvidos no Núcleo
de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Infantil (NEPeDI/CFH/UFSC) com as pesquisas
desenvolvidas e em andamento na Universidade do Minho ( Portugal), ampliando o quadro de
referencias sobre as práticas parentais nos dois países.
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2.OBJETIVOS
2.1OBJETIVO GERAL
Identificar nos contextos sócio-culturais brasileiro e português, a partir da produção
científica dos dois países, semelhanças e diferenças nas crenças e valores nas práticas
parentais, que favorecem o desenvolvimento da autonomia e interdependência das
crianças.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar e analisar em bancos de dados brasileiros e português, artigos
científicos que revelem a concepção de autonomia e interdependência a partir das
crenças e valores de pais;
Elaborar manuscrito apontando reflexão teórica com os resultados dos trabalhos a
ser socializado em periódico
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3. PROCEDIMENTOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A presente pesquisa, de caráter teórico conceitual, procurará estabelecer pontos de
proximidade ou distanciamento entre contextos socioculturais, configurando-se como uma
pesquisa comparativa.
3.2 PLANO DE ATIVIDADES
O trabalho de revisão de literatura será realizado no Banco de Dados da Universidade do
Minho (Uminho/Braga/Portugal) no período de agosto/2013 a dezembro/2013, evidenciando as
pesquisas sobre crenças e valores presentes nas práticas parentais, enfatizando as dimensões de
autonomia e interdependência das crianças portuguesas, evidenciando aspectos culturais
presentes no cotidiano das famílias. O trabalho realizado no Brasil contará com revisão de
literatura destacando pesquisas sobre crenças e valores de pais, enfatizando as dimensões de
autonomia e interdependência e coleta de campo, etapa em andamento a partir do segundo
semestre de 2012 e será realizado com famílias de crianças pré-escolares de duas unidades de
educação infantil, uma instituição de famílias de classe trabalhadora e outra de classe média
16
(para definir classe social utilizamos como critérios o nível de escolarização e ocupação dos
pais), ambas localizadas em uma capital no sul do Brasil.
O local previsto para o aprofundamento do estudo é o Departamento de Psicologia da
Educação e Educação Especial que também desenvolve estudos paralelos a linha de pesquisa
utilizada e vem ao encontro dos objetivos propostos por esta tese, com arquitetura didática
articulada com os estudos da infância. Esta configuração metodológica foi um dos motivos
determinantes para nossa proposta de complementação dos estudos iniciados no Brasil.
Atividades Planejadas
Instalação na cidade de Braga/Portugal – Início de Agosto/2013
Organização e implementação do Plano de Estudo a ser realizado na Universidade do
Minho, sob a orientação da professora Dra. Ana Maria Tomás de Almeida
Imersão teórica nas bibliotecas da Universidade do Minho, bem como em outros espaços
de produção do conhecimento, com o objetivo de aprofundar as reflexões teóricas
referentes ao campo de saber a ser pesquisado
Realização de atividades de ampliação da formação acadêmica, por meio da participação
em cursos, seminários, palestras e outros;
Visita a creches e pré-escolas da cidade de Braga levantando a relação família e escola,
espaços de participação, formas de envolvimento das famílias nas atividades cotidianas;
Elaboração de relatório contendo análise teórica a partir dos dados coletados em Portugal
Elaboração de artigo em parceria com a orientadora Ana Maria Tomás de Almeida sobre
o trabalho desenvolvido em Portugal, referendando a parceria do NEPeDI com a
Universidade do Minho.
Algumas perguntas que se pretende responder com esse estudo são:
NO BRASIL, O MODELO DE PARENTALIDADE PREDOMINANTE É O AUTÔNOMO-
RELACIONAL, QUAL É O MODELO DE PARENTALIDADE QUE SE DESTACA EM
PORTUGAL?
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SE O MODELO DE PORTUGAL É AUTÔNOMO-RELACIONAL, NO QUE SÃO SEMELHANTES
E DIFERENTES OS DOIS CONTEXTOS?
QUAIS SÃO AS CRENÇAS E VALORES DOS PAIS? O QUE ELES PENSAM SOBRE
AUTONOMIA E INTERDEPENDÊNCIA?
QUAIS SÃO OS TIPOS DE INTERVENÇÃO QUE SÃO FEITAS EM PORTUGAL COM AS
FAMÍLIAS?
COMO SE CONFIGURA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO BRASIL E DE PORTUGAL EM
RELAÇÃO A CRENÇAS E VALORES DOS PAIS RELATIVAS AOS MODELOS DE
PARENTALIDADE, DESTACANDO NAS PESQUISAS, AS PERSPECTIVAS TEÓRICAS, OS
MÉTODOS UTILIZADOS, AS ANÁLISE DE DADOS E OS RESULTADOS?
4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
ATIVIDADE PERÍODO DE INVESTIGAÇÃO
Ingresso no Programa de Doutorado 2011/1
Disciplinas 2011/1 e 2
2012/1
Exame de Qualificação 2012/1
Coleta dos dados 2012/2
Análise dos dados 2013/1e 2
Doutoramento Sanduiche 2013/2
Elaboração da Tese 2014/ 1 e 2
Defesa da Tese 2014/2
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5.REFERÊNCIAS
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