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IDENTIFICAO
Nome do candidato: Sofia Cristina Iost Pavarini
Equipe:
Supervisora: Profa. Dra. Anita Liberalesso Neri
Alunos de Doutorado e Mestrado envolvidos com o projeto: Bruna
Moretti Luchesi, Allan Gustavo Brigola, rica Nestor de Souza, Nathlia
Alves de Oliveira, Marielli Terassi, Estefani Serafim, Ana Carolina Ottaviani
Docentes co orientadores: Profa. Dra. Aline Cristina Martins Grato; Profa.
Dra. Keika Inouye, Profa. Dra. Marisa Silvana Zazzetta, Profa. Dra. Karina
Gramani Say ; Profa. Dra. Fabiana de Souza Orlandi
Ttulo do projeto: Cognio e fragilidade: um estudo com idosos
cuidadores cadastrados nas Unidades de Sade da Famlia de um
municpio do interior paulista.
Identificao da agncia de fomento:
Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq)
CNPJ: 33.654.831/0001-36
E-mail: atendimento@cnpq.br
Endereo eletrnico: www.cnpq.br
Endereo relatrio e prestao de contas: http://efomento.cnpq.br/efomento/login.do?metodo=apresentar
Data de aprovao do projeto: 24/03/2014
Data de incio das atividades: 25/03/2014
Vigncia da Bolsa: 01/04/2014 a 25/03/2015
Processo CNPq : 160550/2013-0
Comprovante de aprovao do projeto:
mailto:atendimento@cnpq.brhttp://www.cnpq.br/http://efomento.cnpq.br/efomento/login.do?metodo=apresentar
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Apresentao
Sou enfermeira, e ingressei na Universidade Federal de So Carlos em 1988 e desde
ento venho trabalhando na rea do envelhecimento, primeiro no Departamento de
Enfermagem e depois no Departamento de Gerontologia. Atualmente sou professora titular na
rea de Gerontologia nesta universidade. Em 1994 criei o Grupo de Pesquisa Sade e
Envelhecimento, cadastrado no Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Cientfico e
Tecnolgico (CNPq) e em 1999 o Programa Interdisciplinar de Pesquisa e Extenso na
Maturidade, ambos envolvendo produo de conhecimento e atividades na comunidade com
idosos e seus cuidadores. Recebi apoio financeiro da FAPESP para implantao do Laboratrio
de Gerontologia na UFSCar e posteriormente auxilio para o desenvolvimento de pesquisas do
CNPq (Edital Universal), FAPESP (auxilio pesquisa) e FINEP (Edital Tecnologias de cuidado para
idosos). Recursos provenientes do Ministrio da Educao permitiram tambm a aquisio de
materiais para o laboratrio de gerontologia do grupo.
Estou credenciada no Programa de Ps Graduao em Enfermagem da UFSCar, e tenho
ministrado as disciplinas O cuidado em gerontologia e Seminrios de Pesquisa em Sade e
Envelhecimento, orientando alunos de mestrado e doutorado na temtica do envelhecimento
e cuidado. Atualmente coordeno o Programa de Ps-Graduao em Gerontologia na UFSCar.
O projeto que apresento para concorrer ao Prmio Longevidade-Bradesco Seguros
fez parte do meu Ps-Doutorado desenvolvido sob superviso da Profa. Dra. Anita Liberalesso
Neri junto ao Programa de Ps Graduao em Gerontologia da Universidade Estadual de
Campinas, no perodo de abril de 2014 a maro de 2015, com apoio financeiro do CNPq e
envolveu outros docentes e pesquisadores do Departamento de Gerontologia e alunos de
mestrado e doutorado em Enfermagem.
Trata-se de um projeto desenvolvido com idosos cuidadores de idosos cadastrados nas
Unidades de Sade da Famlia de um municpio do interior do Estado de So Paulo. Com a
longevidade, o cuidado ao idoso tem se tornado cada vez mais um grave problema de sade
pblica e o nmero de idosos que cuidam de outros idosos em nosso pas tem aumentado
significativamente. Trata-se, portanto, de um tema de relevncia cientfica e social.
Apresento o texto em duas partes. Na primeira descrevo a pesquisa em si, detalhando
os objetivos, o delineamento do estudo e os principais achados. Na segunda descrevo outras
atividades acadmicas e de pesquisa realizadas durante o perodo de desenvolvimento do
projeto, como visitas a servios de atendimento a idosos e centros de pesquisa, produo
cientifica e os trabalhos apresentados em eventos cientficos.
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Parte 1: A Pesquisa: Cognio e fragilidade: um estudo com idosos cuidadores cadastrados nas Unidades de Sade da Famlia de um municpio do interior paulista.
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi analisar a relao entre cognio e fragilidade em
idosos cuidadores de outros idosos, cadastrados em unidades de sade da famlia de um
municpio do interior do estado de So Paulo. Todos os cuidados ticos foram observados.
Envolveu 351 idosos cuidadores de idosos, e 351 idosos receptores de cuidados, todos com 60
anos ou mais, ambos cadastrados em uma das 16 Unidades de Sade da Famlia do municpio
de So Carlos, incluindo as duas unidades da rea rural. Os dados foram coletados no perodo
de abril a novembro de 2014, no prprio domiclio dos idosos. A cognio, medida pelo ACER,
foi o desfecho de interesse no modelo de regresso logstica. Os idosos receptores de cuidado
eram na maioria homens, com idade entre 60 e 69 anos, a maioria com dependncia parcial
para as atividades instrumentais de vida diria, pr-frgil (n=169) e com desempenho abaixo
da mediana no ACE-R (n= 183). Os idosos cuidadores eram na maioria mulheres (77,6%),
brancas (68,9%), com idade entre 60 e 69 anos (59,3%), casadas ou vivendo com companheiro
(90,1%), com baixo nvel de renda (70,8%) e escolaridade (80,3%). Dos 350 idosos cuidadores
que responderam ao ACE-R, 144 (41%) tiveram desempenho inferior mediana ajustada pela
escolaridade. Entre eles, 63 eram analfabetos, 220 tinham de 1 a 4 anos de escolaridade, 34
tinham de 5 a 8 anos, 33 tinham 9 anos ou mais. A orientao no tempo e no espao (42,2%), a
memria (41,0%) e a fluncia verbal (38,5%) foram os domnios com maior proporo de
idosos que pontuaram abaixo da mediana no ACE-R. Com relao fragilidade, 195 (55,6%)
estavam em condies de pr-fragilidade e 73 (20,8) foram avaliados como frgeis. Foram
observadas associaes entre a condio de ser cuidador e apresentar pontuao abaixo da
mediana no ACE-R para: ser do sexo feminino, cuidar do sogro ou da sogra (OR=9,40; 1.16-
76.2); ser frgil (OR=2,60; 1.13- 6.05); morar com o cnjuge e filho (OR=2,71; 1.34- 5.46); no
receber ajuda afetiva (OR=1.81;1.05-3.11) e apresentar dependncia nas atividades
instrumentais de vida diria (OR=0,82; 0.72-0.93). Os resultados desta pesquisa mostram que
questes sociais como estrutura e funcionamento familiar estavam associadas cognio dos
cuidadores. No mbito dos Programas Sade da Famlia, esses aspectos devem ser
considerados no planejamento de aes junto aos cuidadores, especialmente quando esses
tambm so idosos.
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Introduo
Em virtude de determinaes culturais e socioeconmicas, o cuidado ao idoso
realizado no mbito familiar, prioritariamente por cuidadores familiares, eventualmente
coadjuvados por outros cuidadores informais, tais como amigos e voluntrios, que,
igualmente, atuam sem remunerao (NERI, 2006, 2008). Os cuidadores familiares podem ser
classificados em trs categorias. Podem ser chamados de cuidadores primrios, secundrios ou
tercirios, dependendo do grau de responsabilidade e de envolvimento, que, em parte,
reflete-se no nmero de horas dirias que o cuidador passa cuidando e se o faz sozinho ou
com ajuda. Essa diviso pode no reproduzir sempre e perfeitamente o dia a dia dos
cuidadores. comum ocorrer alternncia de papeis e de tarefas entre diferentes membros da
famlia e de outros cuidadores informais (NERI, 2006; SANTOS, 2010).
A literatura mostra que as mulheres so as principais cuidadoras de idosos e, em geral,
so esposas ou filhas de meia idade, residem com o idoso e no recebem ajuda para cuidar
(GONALVES et al., 2006; ORSO, 2008; SANTOS, 2010). Santos e Pavarini (2010) observaram
que, em contextos de pobreza, predomina a corresidncia de idosos e cuidadores, que, em
geral, so filhas ou esposas dos idosos que so alvo de cuidados.
Analisando o perfil de amostra de octogenrios atendidos pelo Programa do
Medicamento Excepcional para Doena de Alzheimer e seus cuidadores, Inouye, Pedrazzani e
Pavarini (2008) igualmente observaram que entre os cuidadores predominavam familiares,
entre eles mulheres residentes no mesmo domiclio, esposas e filhas dos idosos cuidados. A
idade mdia desse grupo de cuidadores foi de 60,32 anos. Estudo de meta-anlise cobrindo
168 trabalhos publicados entre 1980-2010, com o objetivo de caracterizar cuidadores
conforme o grau de parentesco com idosos dos quais cuidavam, revelou que a grande maioria
eram cnjuges (n=28980) e filhos(as) (n= 30739) e que a minoria era composta por genros e
noras (n=4627). Os cuidadores cnjuges eram mais velhos, do sexo feminino, moravam com os
idosos e apresentavam pior sade fsica (PINQUART;SORENSEN, 2011). Em artigo de reviso
integrativa da produo cientfica brasileira sobre o cuidador familiar de idosos, com o objetivo
de evidenciar o perfil dos trabalhos publicados no perodo de janeiro de 2005 a setembro de
2010, indexados nas bases de dados MEDLINE, CINAHAL e LILACS, verificou que a maioria das
publicaes versava sobre o alto ndice de sobrecarga do cuidador, piora significativa de sua
qualidade de vida, falta de apoio, informao e preparo para o cuidado (OLIVEIRA E DLBOUX,
2012).
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Dados da Eurobarometer mostram que 45% dos idosos entrevistados apresentaram
preferncias e expectativas de serem cuidados por seus familiares e em seus domiclios
(EUROPEAN COMMISSION, 2008 apud Camarano, 2010). Pavarini et al (2006) observaram
dado similar em estudo que entrevistaram idosos sobre suas expectativas com relao a
receber cuidados no futuro esperavam ser cuidados em casa, por um familiar. Segundo
Camarano (2010), apenas 1% dos idosos brasileiros so institucionalizados, uma taxa pequena,
mas que cresceu em anos mais recentes, em funo do aumento do nmero de idosos
dependentes, com necessidade de atendimento especializado.
Segundo Duarte, Nunes, Corona e Lebro (2010), uma estimativa mostra que 22,4
milhes de americanos so cuidadores de pessoas idosas com algum grau de dependncia
para as atividades de vida diria. Os cuidadores familiares esto presentes em todos os nveis
socioeconmicos e grupos tnicos e a maioria filha ou esposa. Muitos tambm so idosos e
47,4% dos cuidadores primrios cnjuges apresentam 75 anos ou mais de idade.
Ao analisar os dados relacionados aos arranjos familiares de idosos, no municpio de
So Paulo (Estudo SABE) em 2000, as autoras observaram que a maioria dos idosos com idade
igual ou superior a 75 anos residia em arranjos menos continentes, constitudos por idosos
residindo sozinhos, apenas casais, apenas idosos corresidindo e idosos e netos. Comparando
os dados de 2000 e 2006, as autoras verificaram que no perodo de seis anos, os idosos foram
ficando mais velhos, mais dependentes e passaram a corresidir em arranjos menos
continentes (DUARTE, LEBRO E LIMA, 2005; DUARTE, NUNES, CORONA, LEBRO, 2010).
Com o envelhecimento populacional, h um aumento das doenas crnicas no
transmissveis (DCNT) que se caracterizam por curso longo (mais que trs meses), com incio e
evoluo lentas e alta probabilidade de serem permanentes (MENDES,2012). Segundo dados
da Pesquisa Nacional de Amostra por Domiclio (PNAD) de 2008, 79,1% das pessoas com 65
anos ou mais relataram ser portadores de pelo menos uma DCNT. Resultados do estudo SABE
sobre a prevalncia de doenas crnicas na populao idosa residente no municpio de So
Paulo mostraram que 57, 5% dos idosos apresentavam uma ou mais doenas concomitantes e
que 18,6% apresentavam trs ou mais. Aps cinco anos, os idosos foram reavaliados e os
dados mostraram que houve um aumento nessas prevalncias. Uma das principais
consequncias das doenas crnicas a sua influncia na capacidade funcional dos idosos,
gerando diferentes graus de dependncia para as atividades de vida diria. A tendncia para os
prximos anos, tendo em vista o aumento da longevidade da populao, bem como o
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aumento da prevalncia de condies crnicas de sade, de crescimento na demanda por
cuidados.
Ao analisarem os potenciais demandantes de cuidados de longa durao, Camarano e
Kanso (2010) apontam que a populao muito idosa a que dever apresentar maiores taxas
de crescimento e ressaltam que justamente esse o contingente mais exposto s fragilidades
da idade. Espera-se tambm uma proporo maior de mulheres envelhecidas, que estaro
mais expostas s doenas crnicas e incapacidades, e que provavelmente assumiro o papel
de cuidadoras familiares de seus parentes idosos.
Na literatura norte-americana, os estudos descritivos sobre cuidado familiar tiveram
incio em 1960. A partir da dcada de 1980, delineou-se a tendncia de identificar os efeitos
negativos do cuidado especialmente os relacionados ao estresse do cuidador. Em estudo de
meta-anlise, Pinquart e Srensen (2011) verificaram que os estressores associados a
problemas de comportamento decorrentes de alteraes cognitivas so mais importantes na
determinao dos efeitos negativos do cuidado sobre o cuidador do que outros estressores.
Os estudos sobre os efeitos de prestar cuidados na sade fsica e psicolgica dos
cuidadores ainda no so conclusivos na literatura. Uma meta-anlise sobre as diferenas de
gnero entre cuidadores, analisando 229 estudos entre 1983 e 2005 observou que as mulheres
cuidadoras apresentaram mais sentimento de nus, sobrecarga e depresso e menos bem
estar e sade fsica que os cuidadores homens. Em comparao com os homens cuidadores,
as mulheres cuidadoras trabalham por mais horas e realizam mais tarefas de cuidado. Os
cuidadores cnjuges apresentam maior sobrecarga fsica e financeira, pior sade fsica e mais
sintomas depressivos (PINQUART E SORENSEN, 2006) e as demandas de cuidado interferem
mais na sade fsica dos cuidadores mais velhos quando comparados com os mais jovens
segundo outra meta-anlise desse mesmo grupo, publicada em 2007. Comparando dados de
cuidadores e no cuidadores esses autores observaram que os cuidadores pontuaram mais
baixo nas escalas de depresso, estresse , auto eficcia e bem estar subjetivo do que no
cuidadores. Verificaram que h poucas diferenas entre a sade fsica de cuidadores e no
cuidadores (PINQUART E SORENSEN, 2007).
No Brasil, estudo com objetivo de investigar associaes entre a satisfao com a vida
e variveis sociodemogrficas, condies de sade, funcionalidade, envolvimento social e
suporte social em idosos cuidadores e no cuidadores, e entre satisfao e intensidade do
estresse no grupo de cuidadores, observou que os idosos esto mais satisfeitos com a vida
independente de serem cuidadores. Aqueles com maior satisfao e menor estresse
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apresentaram bom nvel se suporte social. Idosos cuidadores com menor satisfao com a vida
e maior estresse apresentaram mais sintomas de insnia, de fadiga, de doenas e pior
desempenho nas atividades instrumentais de vida diria. Cerca de metade desses cuidadores
eram pr-frgeis (TOMOMITSU, PERRACINI E NERI , 2014).
Fragilidade e cognio
H consenso na literatura de que fragilidade no uma doena e nem um desfecho
obrigatrio na velhice. Trata-se de uma sndrome multidimensional que envolve complexa
interao de fatores biolgicos, psicolgicos e sociais do curso de vida individual. Caracteriza-
se por uma condio de maior vulnerabilidade a estressores externos e internos de vrias
naturezas, a qual se sobrepe ao declnio fisiolgico normativo tpico do envelhecimento. A
vulnerabilidade aumentada preditora de desfechos adversos em sade, tais como morte,
incapacidade e hospitalizao (FRIED et al 2001; NERI et al. 2013).
Dois estudos americanos prospectivos, o Cardiovascular Health Study (CHS) e o
Womens Health and Aging Study (WHAS) serviram como referncia para uma classificao de
fragilidade apoiada por critrios biolgicos, proposta pelo grupo liderado por Fried, com
objetivos mensurveis para definir fragilidade em idosos a partir de um fentipo. So eles: 1-
Perda de peso no intencional no ltimo ano, igual ou superior a 4,5 Kg ou a 5% do peso
corporal; 2- Fadiga autorreferida indicada pelas respostas sempre, ou quase sempre, a dois
itens da Center for Epidemiological Study- Depression (CES-D) sobre exausto nos ltimos sete
dias; 3- Baixa fora de preenso, verificada pela mdia de trs medidas consecutivas de fora
de preenso manual, expressas em kg fora; 4- Diminuio da velocidade da marcha indicada
pela mdia de trs medidas consecutivas do tempo que um idoso gasta para percorrer 4,6 m
no plano; e 5- Baixa taxa de gasto calrico semanal em exerccios fsicos e atividades
domsticas. Segundo os autores, a presena de trs ou mais das cinco caractersticas do
fentipo significa fragilidade e de um ou dois componentes significa pr-fragilidade. A
deteco precoce de idosos pr-frgeis poderia evitar a instalao da fragilidade a partir de
medidas de intervenes especficas. Quando este modelo foi validado, os autores
encontraram 6,3% de idosos da comunidade considerados frgeis, 45,3% pr-frgeis e 48,3%
no frgeis. A incidncia de fragilidade em quatro anos aumentou para 7,2%, com prevalncia
entre as mulheres. Foi encontrada associao entre fragilidade e raa negra, baixa
escolaridade e renda e graves dficits de sade expressos em altas taxas de comorbidades e
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incapacidade (FRIED ET AL, 2001). O conceito e as medidas de fragilidade obtidos por Fried so
os mais citados na literatura.
A pesquisa de mestrado de Nunes (2011) teve como objetivo validar componentes
subjetivos para avaliao da fragilidade, utilizando o fentipo de Fried e colaboradores como
padro-ouro. A avaliao subjetiva foi realizada por meio de questes dicotmicas referentes a
cada um dos cinco componentes: perda de peso no intencional, fadiga relatada, reduo da
fora de preenso, reduo da velocidade de caminhada e baixa atividade fsica. Para os idosos
pr-frgeis, a sensibilidade foi de 89,7% e especificidade de 24,3% e para os frgeis foi de
63,2% e especificidade de 71,6%. A autora concluiu que a avaliao subjetiva confivel e
vlida e serve como uma boa ferramenta para identificar processo de fragilizao em idosos.
No Brasil, foi constituda uma rede de pesquisa (FIBRA-Fragilidade em Idosos
Brasileiros), com objetivo de identificar condies de fragilidade e variveis associadas, em
idosos comunitrios urbanos de 65 anos e mais residentes em diferentes cidades e regies do
Pas, selecionadas por convenincia. Foram estudadas relaes entre fragilidade e variveis
demogrficas e socioeconmicas; condies de sade fsica e cognio; desempenho em
atividades de vida diria, expectativa de cuidado, sintomas depressivos e satisfao com a
vida. Nas sete cidades abrangidas pelo Estudo FIBRA - polo UNICAMP, foram identificados 9,1%
de idosos frgeis, 51,8% de pr-frgeis e 39,1% de no frgeis. Entre os idosos frgeis, 72,7%
eram mulheres e 32,8%, octogenrias; entre os pr- frgeis, 62,2% tinham idade entre 65 a 74
anos (NERI et al, 2013).
O Estudo SABE, que coletou dados em domicilio, na cidade de So Paulo, encontrou
prevalncia de fragilidade de 15,4%, mais alta entre as mulheres e entre os idosos mais
longevos. Foi observada proporo maior de idosos frgeis em famlias com moderada ou
elevada disfuno familiar, medida pelo APGAR de Famlia; entre idosos sem educao formal
e entre os que apresentavam comprometimento cognitivo (DUARTE, NUNES, CORONA,
LEBRO, 2010). Associaes entre fragilidade e baixa escolaridade e entre fragilidade dficit
cognitivo sugestivo de demncia foram encontrados tambm pelo Estudo Fibra (NERI et al,
2013). Estudo com 50 idosos cuidadores familiares de idosos dependentes encontrou
prevalncia de fragilidade de 18%, e de pr-fragilidade da ordem de 54%. Na anlise de
regresso logstica, os fatores mais fortemente associados fragilidade nos cuidadores foram:
pontuao superior nota de corte (>5) na Escala de Depresso Geritrica, senso de elevada
sobrecarga associada ao cuidado e perdas em capacidade funcional (TOMOMITSU; LEMOS;
PERRACINI, 2010).
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H controvrsias na literatura sobre a incluso do comprometimento cognitivo entre
os critrios de fragilidade. Na maioria das definies operacionais de fragilidade, no constam
funes cognitivas (FRIED et al. 2001; ROCKWOOD et al. 2005) e muitos estudos excluem
idosos com declnios cognitivos. Porem, h estudos em que a cognio apareceu como um
domnio importante dentro do fentipo da fragilidade (PILOTTO et al. 2012; CESARI,
2011;AVILA-FUNES et al. 2009). No Estudo Fibra polo Unicamp, foram observados mais
idosos frgeis e pr-frgeis entre os que apresentavam dficit cognitivo do que entre os que
no apresentavam: 40,1% entre os frgeis, 25,6% entre os pr-frgeis e 17,7% entre os no
frgeis. A associao entre ser frgil e ter pior desempenho cognitivo tambm foi identificada
em estudos com idosos franceses (AVILA-FUNES et al. 2009); idosos americanos de
ascendncia mexicana (SAMPER-TERNENT et al. 2008); chineses (WOO et al. 2006) e italianos
(SOLFRIZZI et al. 2012). Alguns pesquisadores aceitam a hiptese de que fragilidade e cognio
podem compartilhar da mesma etiologia. Nos idosos americanos de ascendncia mexicana,
por exemplo, os autores verificaram que ser frgil estava associado incidncia de declnio
cognitivo em 10 anos, assim como o pior desempenho cognitivo foi preditor de fragilidade no
mesmo perodo de tempo. Buchman et al (2005) observaram associao entre diminuio no
ndice de massa corporal e risco para doena de Alzheimer; Alfaro-Acha et al, Raji et al, 2005 e
Yassuda et al, 2005 observaram relaes entre reduo entre baixa fora de preenso manual
e declnio cognitivo; alteraes na marcha e na fora de preenso palmar associaram-se com
alteraes cognitivas (MARQUIS et al., 2002; GILLAIN et al. 2009; BOYLE et al. 2010)
notvel que o aumento do volume de evidncias sobre a associao entre
envelhecimento, fragilidade e perdas cognitivas esteja coincidindo com o aumento da
demanda por cuidados de longa durao, por causa do aumento da longevidade das
populaes. Malgrado o fato de a famlia ainda ser a maior responsvel pela prestao de
cuidados aos idosos, a diminuio em curso na oferta de cuidadores familiares, em funo da
diminuio das taxas de natalidade, da universalizao do trabalho remunerado e da mudana
de valores e prticas relativos ao casamento vem provocando dificuldades crescentes em
responder s necessidades dos idosos, cujo nmero est em expanso. Parte dessas
dificuldades advm do aumento da probabilidade de que pessoas muito idosas, frgeis ou pr-
frgeis, com dficits cognitivos leves ou moderados, assumam o papel de cuidadores do
cnjuge ou dos pais. Nessas circunstncias, pode-se prever que os cuidadores idosos sejam
muito mais onerados em termos fsicos e psicolgicos do que cuidadores no idosos, e que a
qualidade do cuidado prestado diminua. Acompanhando essa lgica, Giacomin et al. (2005)
enfatizam que o cuidado a idosos deve ser considerado um problema de sade pblica; para
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Pinquart; Sorensen (2011), os idosos cuidadores precisam de cuidados especiais para que
possam exercer melhor suas funes. No Brasil, no h nem politicas pblicas e nem
pesquisas que contemplem essas questes.
Objetivos
Geral: Analisar a relao entre cognio e fragilidade em idosos cuidadores de outros idosos,
no mbito de famlias acompanhadas por unidades do Programa de Sade da Famlia do
municpio de So Carlos, SP.
Especficos:
1. Caracterizar os cuidadores idosos segundo variveis sociodemogrficas e de
sade.
2. Investigar o desempenho dos cuidadores idosos nos testes cognitivos.
3. Estudar as formas de apresentao do fentipo e dos nveis de fragilidade nos
idosos cuidadores.
4. Identificar associaes entre indicadores de funcionamento de vrias
dimenses da cognio e indicadores de fragilidade em idosos cuidadores de
outros idosos no contexto da famlia.
Materiais e mtodos
Foi realizada uma pesquisa de corte transversal, descritiva e correlacional envolvendo
idosos cuidadores de outros idosos, em famlias residentes no municpio de So Carlos e
acompanhadas por unidades do Programa Sade da Famlia. Conhecida como a Capital da Alta
Tecnologia, So Carlos situa-se na regio central do Estado de So Paulo. Foi fundada em 1857.
Segundo dados da Fundao SEADE, a populao em 2013 era de 221.950 habitantes, sendo
13,9% com idade igual ou superior a 60 anos (SEADE, 2013). O municpio conta com 16
unidades de Sade da Famlia (USF) com uma cobertura de aproximadamente 39.768
habitantes (So Carlos, 2011). Duas unidades esto localizadas na rea rural do municpio.
Participantes
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Foram considerados elegveis para a pesquisa idosos com 60 anos e mais, residentes
permanentes do respectivo domicilio familiar situado na rea de abrangncia de uma das
unidades do Programa de Sade da Famlia da cidade de So Carlos, e que consentissem em
participar da pesquisa. Em cada domicilio, era escolhido um par de idosos. Foram excludos
pares de idosos em que ambos eram totalmente independentes para o desempenho de
atividades instrumentais e bsicas de vida diria. Nos domiclios em que foram encontrados
trs ou mais idosos, foram includos apenas o mais dependente (considerado o receptor de
cuidados) e o mais independente (considerado o prestador de cuidados).
Para a identificao dos participantes potenciais, foi solicitada a cada Unidade de
Sade da Famlia uma lista com as residncias onde residiam dois ou mais idosos de 60 anos e
mais, residncias essas cadastradas na sua rea de abrangncia. Em cada unidade, foram
solicitados os endereos, os nomes e a idade dos idosos por domiclio. De posse dessa lista,
todas as casas das 16 unidades foram visitadas pelos pesquisadores, num total de 594
domiclios familiares. Houve 28 casos de mudana de endereo. Em 69 casas, os idosos no
foram encontrados aps trs tentativas realizadas em perodos diferentes. Em 26 casas, no
existia relao de cuidado entre idosos, quer porque havia somente um idoso sozinho ou
vivo, quer porque ambos declararam-se independentes. Nos 471 domiclios remanescentes
os idosos foram esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa e convidados a participar. Oitenta
e quatro recusaram-se a participar. Os 387 pares de idosos restantes foram ento submetidos
a uma avaliao do desempenho de atividades bsicas - ABVD (Katz et al, 1963) e de atividades
instrumentais de vida diria - AIVD (Lawton; Brody, 1969). Os resultados foram utilizados para
saber, em cada par, se existia possibilidade de uma relao cuidador-cuidado e qual dos dois
era o cuidador e qual o receptor de cuidados. Os pares de idosos em que ambos eram
totalmente independentes em AIVD e em ABVD foram excludos. Em cada par, o idoso
totalmente que se revelara mais independente na avaliao das AVD era definido como
cuidador; o menos independente, como receptor de cuidados. A amostra final contemplou 351
pares de idosos compostos por um cuidador e um receptor de cuidado, totalizando 702
participantes. A Tabela 1 mostra os dados relativos seleo da amostra.
Tabela 1. Distribuio dos idosos por unidade de Sade da Famlia do municpio, segundo os
critrios utilizados. So Carlos, 2015 (n=351).
N inicial
Morte do idoso
Mudana de endereo
No encontrados
Recusa Idosos
independentes N
final
gua Vermelha
86 2 3 13 3 3 62
14
Antenor Garcia
6 1 0 0 0 0 5
Aracy I Equipe 1
26 4 4 0 0 0 18
Aracy I Equipe2
32 2 1 1 4 0 24
Aracy II 17 0 0 1 2 0 14 Astolpho 19 2 2 3 6 1 5 Cruzeiro Equipe 1
34 2 3 6 4 6 13
Cruzeiro Equipe 2
28 1 2 4 4 2 15
Guanabara 39 0 0 2 5 4 28 Jardim Gonzaga
5 0 1 0 4 0 0
Jardim Munique
32 4 4 5 6 1 12
Jardim So Carlos
117 4 4 24 28 12 45
Joquei Clube 35 0 1 1 5 3 25 Petrilli 12 0 0 2 3 0 7 Presidente Collor
6 0 0 0 1 0 5
Romeu Tortorelli
36 1 1 3 3 4 24
Santa Angelina
35 2 2 2 3 0 26
Santa Eudxia
29 1 0 2 3 0 23
Total 594 26 28 69 84 36 351
Procedimentos ticos
Todos os cuidados ticos que regem pesquisas com seres humanos foram observados.
O projeto foi autorizado pela Secretaria Municipal de Sade com Parecer no. 68/2013 e
aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa da Universidade Federal de So Carlos, com
Parecer n 416.467/2013 e 711.592/2014 (Anexos 1 e 2). A coleta de dados teve incio aps a
leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 3).
Coleta de dados
Os dados foram coletados nos domiclios, no perodo de abril a novembro de 2014, por
uma equipe composta por seis alunos de ps- graduao e dois alunos de iniciao cientfica,
sob coordenao e superviso da investigadora principal deste estudo. Um treinamento prvio
foi realizado para padronizao da coleta dos dados. Um estudo piloto foi feito com idosos da
rea rural, para clculo do tempo de entrevista e definio da ordem dos instrumentos de
avaliao.
Todos os idosos foram submetidos a uma medida inicial de autorrelato sobre a
necessidade de ajuda para o desempenho de atividades bsicas (ABVDs) e instrumentais
15
(AIVDs) de vida diria. Para avaliao das ABVDs, foi utilizado o ndice de Katz, Katz et al,
1963). Este instrumento composto por seis itens: alimentao, controle dos esfncteres,
transferncia, higiene, aptido para se vestir e para banhar-se. No presente estudo foi utilizada
a verso publicada pelo Hartford Institute for Geriatric Nursing em 1998 e revisada em 2012
com pequenas adaptaes da verso original (HARTFORD 1998, 2012). Para efeito de
pontuao, foi considerado o nmero de atividades em que o idoso apresentou dependncia,
que variou de zero (independente para todas as funes) at seis (dependente para todas as
funes). Para avaliao das AIVDs, foi utilizada a Escala de Atividades Instrumentais de Vida
Diria de Lawton e Brody (1969), que avalia o grau de independncia para as seguintes AIVDs:
usar o telefone, viajar, fazer compras, preparar refeies, realizar trabalho domstico, usar
medicamentos e manejar o dinheiro. Para cada atividade, dependncia total equivale a 1
ponto, dependncia parcial a 2 pontos e independncia a 3 pontos. A pontuao na escala
pode variar de sete a 21 pontos, sendo que, quanto menor a pontuao, maior a dependncia
para as AIVDs. Santos e Virtuoso Junior (2008) realizaram a adaptao do instrumento para o
contexto brasileiro, obtendo ndices satisfatrios e boa confiabilidade. Os mesmos autores
propuseram escores para classificao na escala que so: dependncia total = 7 pontos;
dependncia parcial >7 e
16
nominais. As variveis ordinais tiveram as respectivas distribuies submetidas a medidas de
posio e disperso. A cognio, medida pelo ACER, foi o desfecho de interesse no modelo de
regresso logstica. Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos
dados; e, como a varivel dependente no apresentou distribuio normal, optou-se por
distribu-la em quartis. Foram utilizadas as medianas do ACE-R, de acordo com os estratos de
escolaridade, sendo 39 para os analfabetos; 62 para os com 1 a 4 anos de escolaridade; 78
para os idosos com cinco a oito anos, e 83 para aqueles com 9 ou mais anos de escolaridade,
ajustadas por sexo e idade. Associaes com p 0.2 na anlise univariada foram selecionadas
para o modelo mltiplo, utilizando-se o mtodo stepwise forward. O teste Hosmer-
Lemeshow foi usado para determinar a qualidade do modelo final. Permaneceram no modelo
final as variveis consideradas significativas com o p 0,05.
Instrumentos
O estudo envolveu a adoo de um idntico conjunto de medidas para os idosos
cuidadores e para os receptores de cuidado e um segundo conjunto aplicado exclusivamente
aos idosos cuidadores. Do primeiro fizeram parte: caracterizao sociodemogrfica, cognio,
medidas antropomtricas e fragilidade. No segundo foram includas: contexto do cuidado,
avaliao da sade, funcionalidade familiar, sobrecarga percebida, estresse percebido,
sintomas depressivos, enfrentamento, esperana de vida, espiritualidade, avaliao subjetiva
da sade, dor, atitudes em relao a velhice e pratica de atividade fsica .
Caracterizao sociodemogrfica: Os dados foram coletados por meio de um questionrio
construdo para este projeto e adaptado do Protocolo de Avaliao Gerontolgica Mdulo do
Cuidador, desenvolvido pelo Departamento de Gerontologia da UFSCar (PAVARINI et al.,
2012). Foram includos como variveis sociodemogrficas: sexo, idade, estado civil, ocupao,
escolaridade, religio, raa/cor, renda do cuidador e renda familiar, nmero de pessoas que
moram na mesma residncia e grau de parentesco entre o entrevistado e essas pessoas; se
reside com criana; nmero de filhos, tipo de residncia e se possui plano de sade.
Contexto do cuidado: Informaes sobre o grau de parentesco com o idoso receptor de
cuidado, tempo desde o inicio do cuidado, quantas horas por dia e quantos dias da semana de
dedicao ao cuidado, gasto mensal relacionado ao cuidado, participao em
cursos/treinamentos, atividades que ajuda o idoso a fazer, se recebe ajuda material e/ou
afetiva e se apresenta dificuldade para dormir.
17
Avaliao da sade: doenas autorrelatadas, histrico de quedas, medicamentos em uso,
avaliao subjetiva da sade, satisfao global com a vida, pratica de atividade fsica, hbitos
alimentares.
Avaliao cognitiva: A avaliao cognitiva foi realizada por meio do Addenbrookes Cognitive
Examination Revised (ACE-R). A verso original do Exame Cognitivo de Addenbrooke (ACE) foi
construda por Mathuranath et al. (2000), no hospital de Addenbrooke, na cidade de
Cambridge, Reino Unido, como uma bateria breve para avaliao dos estgios iniciais de
demncia, tais como a demncia frontotemporal e a demncia por doena de Alzheimer. A
verso revisada do ACE-R foi proposta por Mioshi e colaboradores (2006), cobrindo cinco
domnios (orientao/ateno, memria, fluncia verbal, linguagem e habilidade
visuoconstrutiva), apresentando uma sensibilidade de 94% e especificidade de 89%. O ACE-R
foi validado para o Brasil em 2007 por Carvalho e Caramelli. O escore geral varia de 0 a 100
pontos, sendo o instrumento composto pelos domnios orientao/ateno (18 pontos),
memria (26 pontos), fluncia verbal (14 pontos), linguagem (26 pontos) e habilidades visuo-
espaciais (16 pontos) , avaliados individualmente. As notas de corte para cada domnio foram
definidas por Carvalho; Barbosa; Caramelli, 2010, porm no foram includos os idosos com
escolaridade inferior a quatro anos. O ACE-R inclui o Mini Exame do Estado Mental (Folstein;
Folstein; Mchugh, 1975; Brucki et al, 2003) que pode ser pontuado separadamente, o Teste do
Relgio (TDR) (ATALAIA-SILVA; LOURENO, 2008; SHULMAN, 2000) e dois testes de fluncia
verbal, categoria letra P e categoria Animais (BRUCKI et al., 1997; BRUCKI et al. 2003;
ISAAKS; KENNIE, 1973).
Medidas antropomtricas: O peso e a altura foram utilizados para a determinao do ndice
de massa corporal (IMC). Para verificao do peso, o avaliado deveria estar trajando roupas
leves, estar descalo e posicionado em p na plataforma da balana, de frente para a escala,
ereto, com o olhar fixo para frente e com os ps paralelos com pequeno afastamento e a
balana deveria estar zerada. Para verificao da altura, o avaliado deveria estar descalo e
posicionado em p, de costas para a parede, ereto, com os ps unidos, com a cabea ereta.
Com a fita mtrica, era feita uma demarcao na parede. a posio para prosseguir com a
medida. O IMC um indicador de adiposidade geral e apresenta boa correlao com o
percentual de gordura e com a morbimortalidade (SANTOS, MACHADO, LEITE, 2010). O IMC,
expresso em kg/m2, obtido a partir da frmula: IMC = peso (kg) altura (m)2, e classificado
neste estudo, conforme a recomendao estabelecida pela Organizao Pan-Americana de
Sade (OPAS): IMC abaixo de 23 = baixo peso; IMC entre 23 e 27,99 = peso normal; IMC entre
28 e 29,99 = sobrepeso; e IMC acima de 30 = obesidade (RAUEN ET AL., 2008). Para a medida
18
da Circunferncia da Cintura foi utilizado o protocolo clssico (coloca-se a fita mtrica ao redor
da cintura do indivduo, no ponto mdio entre a borda inferior da ltima costela e a crista
ilaca. A CQ medida considerando-se o local de maior volume dos glteos do idoso (RAUEN
ET AL., 2008). Para a circunferncia abdominal, o idoso cuidador ficava p, e era medida em
um ponto mdio entre a espinha ilaca ntero-superior e a borda inferior do ltimo arco costal.
A fita mtrica deveria ser localizada prxima cicatriz umbilical do indivduo e era anotado em
centmetro. Para a circunferncia do quadril era considerado o local de maior volume dos
glteos, com o idoso em p, em posio lateral direita em relao ao avaliador, em p.
Fragilidade: Foi considerado o fentipo proposto por Fried et al. (2001) que inclui perda de
peso no intencional no ltimo ano, fadiga na ltima semana, baixa fora de preenso manual,
lentido da marcha e diminuio do nvel de atividade fsica em comparao com o ano
anterior. A perda de peso no intencional foi avaliada pela pergunta Nos ltimos doze meses
o(a) senhor(a) acha que perdeu peso sem fazer nenhuma dieta?. Respostas afirmativas com
perda superior de 4,5kg ou 5% do peso corporal preenchiam o critrio. A fadiga foi avaliada
por respostas sempre ou na maioria das vezes para qualquer um de dois itens da Center
for Epidemiological Studie - Depression (CES-D) (RADLOFF, 1977; TAVARES, NERI, CUPERTINO,
2007) (7 Com que frequncia na ultima semana sentiu que tudo que fez exigiu um grande
esforo? e 20 Com que frequncia, na ltima semana sentiu que no conseguiria levar
adiante suas coisas?). Baixa fora de preenso palmar foi indicada pela mdia de trs medidas
consecutivas de fora de preenso da mo dominante, em quilogramos fora, por meio de
dinammetro hidrulico tipo Jamar, Modelo SH5001, fabricado pela SAEHAN, Lafayette,
Illinois, USA. Os resultados foram ajustados segundo o sexo e o ndice de Massa Corporal
(IMC). Os idosos que pontuaram abaixo do 1 quintil da amostra foram considerados frgeis
(ver Tabela 2).
Tabela 2 Notas de corte para fora de preenso palmar ajustadas por sexo e IMC. So Carlos,
idosos, 2015.
HOMEM MULHER
IMC(Kg/m) Fora de preenso (Kgf) IMC(Kg/m) Fora de preenso (Kgf) 24 29 23 17
24,1 26 30 23,1- 26 17,3 26,1 28 30 26,1 - 29 18
> 28 32 > 29 21
Fonte: Fried et al., 2001.
Lentido da marcha foi indicada pela mdia de trs medidas consecutivas do tempo
em segundos que o idoso gastava para percorrer 4,6 m em linha reta, no plano, em passo
19
usual, sendo permitido o uso de bengala ou andador. Para permitir acelerao e desacelerao
da caminhada, dois metros antes e dois metros aps o percurso foram acrescentados,
totalizando 8,6 m de caminhada. Os idosos que pontuaram acima do percentil 80 da
distribuio das mdias dos homens e das mulheres foram considerados frgeis (ver Tabela 3).
Tabela 3 Notas de corte para velocidade da marcha, ajustadas por sexo e altura. So Carlos,
idosos, 2015.
Homem Mulher
Altura (cm) Tempo (segundos) Altura (cm) Tempo (segundos) 173 7 159 7 > 173 6 > 159 6
Fonte: Fried et al., 2001.
Baixo nvel de atividade fsica foi indicado por resposta afirmativa ao item O(a)
senhor(a) acha que faz menos atividades fsicas do que h doze meses atrs?. Pontuaram para
fragilidade os idosos que responderam afirmativamente a essa questo.
Segundo Fried et al (2001), a presena de trs ou mais das cinco caractersticas do
fentipo caracteriza a pessoa como frgil; de um ou dois componentes como pr-frgil e de
nenhum como no-frgil ou robusta.
Inventrio de Sobrecarga de Zarit: Foi desenvolvido por Zarit, Reever e Bach-Peterson em
1980, e traduzido e validado no Brasil por Scazufca em 2002. Contm 22 itens que avaliam o
impacto percebido do ato de cuidar sobre a sade fsica e emocional, atividades sociais e
condio financeira. Cada item possibilita cinco frequncias de respostas, variando de nunca
ocorre at sempre ocorre. O escore total obtido somando-se todos os itens e pode variar
de zero a 88, sendo que quanto maior o escore, maior a intensidade da sobrecarga
apresentada pelo cuidador.
Escala de Estresse Percebido - desenvolvida por Cohen et al. em 1983, foi traduzida e validada
para ser aplicada em idosos no Brasil por Luft et al. em 2007. Contm 14 itens que indicam o
nvel de estresse percebido pelo idoso, com opes de respostas que variam de zero (nunca) a
quatro (sempre). Algumas questes possuem conotao positiva e outras negativas, sendo
estas ajustadas no momento da pontuao. O escore final a soma das respostas e varia de
zero a 56, sendo que quanto maior a pontuao, maior o nvel de estresse percebido (LUFT et
al., 2007).
APGAR de Famlia: instrumento desenvolvido por Smilkstein em 1978, traduzido, adaptado e
20
validado para ser aplicado em idosos brasileiros por Duarte (2001). composto por cinco
questes que permitem a mensurao da satisfao dos membros da famlia em relao a
cinco componentes considerados bsicos na unidade e funcionalidade de qualquer famlia:
adaptao, companheirismo, desenvolvimento, afetividade e capacidade resolutiva. So
atribudos escores que, ao final, so somados resultando num escore total cujo valor numrico
relaciona-se com a condio da funcionalidade familiar: boa funcionalidade (13 a 20 pontos),
moderada disfuno familiar (9-12) e elevada disfuncionalidade (1-8); (DUARTE, 2001).
Escala de Depresso Geritrica GDS (Verso 15): Descrita em lngua inglesa por Yesavage em
1983, esta escala foi desenvolvida especialmente para o rastreamento dos transtornos de
humor em idosos. A GDS possui uma verso longa e uma curta, composta de 30 e 15 questes,
respectivamente. Nesta pesquisa foi utilizada a verso GDS - 15 pontos. O resultado com 5 ou
mais pontos indica presena de sintomas depressivos, e o escore igual ou maior que a 11
caracteriza sintomas depressivos severos.
Escala de Esperana de Hearth (EEH): uma escala de autorrelato de origem americana,
desenvolvida por Herth (1992) e validada no Brasil por Sartore (2007), que quantifica a
esperana. Possui 12 itens, escritos de forma afirmativa em uma escala tipo Likert de 4
pontos, variando de concordo completamente a discordo completamente onde 1
indica discordo completamente e 4 indica concordo completamente. O escore total
varia de 12 a 48 sendo que quanto maior o escore, mais alto o nvel de esperana.
Escala de Espiritualidade de Pinto e Pais-Ribeiro (EEPP-R): um instrumento autoaplicvel de
avaliao da espiritualidade em contexto de sade. Foi construda por Pinto e Pais-Ribeiro
(2007) e validada por Chaves et al. (2011). O instrumento composto por cinco questes
focadas na atribuio de sentido/ significado da vida e na construo da esperana e de uma
perspectiva de vida positiva. As respostas so do tipo Likert, dadas numa escala de quatro
alternativas, entre no concordo a concordo plenamente em que a pontuao varia de 1 a
4. Da anlise fatorial resultaram duas sub-escalas, uma constituda por dois itens que se
referem a uma dimenso vertical da espiritualidade, denominada de Crenas e outra
constituda por trs itens que se referem a uma dimenso horizontal da espiritualidade,
denominada Esperana/Otimismo. A mdia da pontuao da referida escala pode variar de
1 a 4 sendo que quanto maior o valor obtido em cada item, maior a concordncia com a
dimenso avaliada. Cabe informar que o ponto mdio de 2,5. Portanto, valores inferiores a
esse ponto de corte correspondem a escores baixos e valores superiores a escores elevados
(CHAVES et al., 2010).
Escala multidimensional de avaliao da dor: foi desenvolvida e validada para a lngua
21
portuguesa por Sousa et al. (2010), com o objeto de avaliar a dor aguda e crnica de maneira
quantitativa, qualitativa e os locais acometidos. Para a anlise quantitativa foi utilizada a
Escala de Intensidade Numrica de Dor, correspondendo a uma linha horizontal com escore de
zero a dez, no qual o cuidador relata a intensidade na ltima semana, sendo que zero
corresponde a nenhuma dor e dez a pior dor j sentida. Para a anlise qualitativa o idoso
escolhe entre dez descritores os que representam melhor a sua dor. Cada descritor
corresponde a uma das trs dimenses qualitativas que so avaliadas na escala: dimenses
sensitiva, afetiva e avaliativa. No caso de relato de dor na regio lombar, foi utilizado tambm
o Questionrio de Incapacidade Roland Morris que composto por 24 itens relacionados s
atividades de vida diria, sendo que seu escore calculado pelo total de perguntas
assinaladas. O escore varia de zero a 24, sendo que zero corresponde ausncia de
incapacidade e 24 incapacidade severa. Uma pontuao maior ou igual a 14 pontos indica
incapacidade significativa. O instrumento foi adaptado e valido no Brasil por Nusbaum et al
(2001).
Inventrio de Estratgias de Enfrentamento: elaborado por Aldwin, Sutton e Lachman em
1996, especificamente para a populao idosa. Tem por objetivo avaliar a forma como os
idosos reagem a situaes que decorrem de processos adaptativos com a adoo de
estratgias que os permitam adaptarem-se a diferentes situaes. No Brasil, Burgosa, Neri e
Curpetino em 2008, realizaram a traduo e adaptao semntica da lngua inglesa para a
lngua portuguesa. Os itens contidos no inventrio foram agrupados em cinco fatores: Fator 1:
expresso das emoes ; Fator 2: controle ambiental; Fator 3: religiosidade; Fator 4:
comportamento de esquiva e Fator 5: inibio das emoes. A pontuao total pode variar de
0 76, e as questes podem ser analisadas individualmente indicando a frequncia com que
os idosos utilizam tais estratgias para se adaptaram a eventos inesperados.
Escala Neri de avaliao de atitudes em relao velhice: elaborada por Neri em 1991 e
modificada pela mesma autora em 1997. Contempla 30 itens bipolares, com cinco nveis de
intensidade cada um para responder ao conceito: O idoso . dividida em quatro domnios:
cognio, agncia, persona e relacionamento social. A pontuao total obtida pela soma da
pontuao de cada item, dividida pelo nmero de itens da escala e pode variar de um a cinco
pontos, sendo que um ponto representa a atitude mais positiva possvel, trs uma atitude
neutra e cinco pontos a atitude mais negativa.
22
O protocolo de coleta de dados foi dividido em trs partes: 1- Pr-avaliao, com
dados sobre a Unidade de Sade da Famlia e sobre o desempenho dos idosos nas atividades
de vida diria; 2-Instrumento de coleta de dados do idoso receptor de cuidado, que inclui
dados de caracterizao sociodemogrfica, avaliao cognitiva e avaliao da fragilidade; e 3-
Instrumento de coleta de dados do idoso cuidador.
Resultados
Os resultados sero apresentados em trs partes. A primeira descreve as
caractersticas sociodemogrficas e o contexto de cuidado para os idosos cuidadores. A
segunda apresenta as condies cognitivas e de fragilidade dos idosos cuidadores, e a terceira
parte mostra as variveis associadas cognio dos idosos cuidadores, a partir de um modelo
de regresso logstica.
Caracterizao sociodemogrfica dos idosos cuidadores e o contexto do cuidado
A Tabela 4 apresenta as caractersticas sociodemogrficas dos idosos cuidadores. A
idade dos idosos variou de 60 a 98 anos, com mdia de 69,4 + 7,0 anos. Houve predominncia
do sexo feminino (n= 267), de baixa escolaridade (mdia= 3,9 + 3,5 anos), brancos (69,5%) e
baixa renda. A maioria dos idosos cuidadores tm renda de at 1 salrio mnimo.
Tabela 4. Idosos cuidadores conforme as variveis sociodemogrficas. So Carlos, 2015
(n=351).
Varivel N %
Sexo
Homens 84 23,9
Mulheres 267 76,1
Idade 69,4 7,0
60-69 203 57,8
70-79 109 31,1
80 anos e mais 39 11,1
23
A maioria dos idosos cuidadores era independente para as atividades bsicas de vida
diria (86,6%) e todos apresentavam alguma dependncia para as atividades instrumentais da
vida diria. Com relao aos sintomas depressivos, 22% pontuaram acima da nota de corte na
EDG, indicando presena de sintomas depressivos. Observou-se mdia de 18,1 na Escala Zarit
de Sobrecarga do Cuidador (com variao de 0 a 76); 18,46 na escala de estresse percebido
(de 0 a 56); 41,08 (de 0 a 48) na escala de Esperana de Herth e mdia de 17,96 na Escala de
Espiritualidade (de 0 a 20).
Escolaridade 3,9 3,5
Analfabetos 63 17,9
1 a 4 anos de escolaridade 220 62,7
5 a 8 anos de escolaridade 34 9,7
9 ou mais anos de escolaridade 33 9,4
No respondeu 1 0,3
Estado civil
Casados/vivem com companheiro 316 90,0
Solteiros/vivos/divorciados 35 10,0
Raa
Brancos 244 69,5
Pretos 30 8,5
Mulatos/pardos 73 20,8
Indgenas 1 0,3
Amarelos 3 0,9
Renda
Sem renda 79 22,5
At 1 Salrio Mnimo 161 45,9
De 1,1 a 2 Salrios Mnimos 57 16,2
Mais de 2 Salrios Mnimos 43 12,3
No respondeu 11 3,1
24
Com relao a problemas de sade, 224 (64%) dos cuidadores referiram hipertenso
arterial, 28,9% diabetes, 61,6% referiram dor nos ltimos seis meses e 33,5% relataram
ocorrncia de quedas nos ltimos doze meses.
Os dados sobre a composio familiar dos cuidadores podem ser observados na Tabela
5. A maioria morava com o cnjuge (n=151) e 8,6% em domiclios multigeracionais, com a
presena de netos e bisnetos. Quase 15% dos idosos cuidadores residiam com crianas.
Tabela 5. Idosos cuidadores conforme os arranjos domiciliares. So Carlos, 2015 (n=351).
A Tabela 6 apresenta dados relacionados ao grau de parentesco com o idoso alvo de
cuidados, o nmero de horas dirias e de dias da semana dedicados a esse mister e se os
cuidadores haviam recebido treinamento para o cuidado. A maioria cuidava do cnjuge ou do
pai ou da me. Cerca de metade dos cuidadores dedicava-se ao cuidado at quatro horas
Varivel Frequncia %
Mora com
Cnjuge 151 43,0
Cnjuge e filho 73 20,8
Cnjuge, filhos, netos e bisnetos 30 8,6
Outros parentes ou amigos 24 6,8
Outros arranjos 73 20,8
Reside com criana/s
No 301 85,7
Sim 50 14,3
Nmero de pessoas no domiclio
2 48,8
3 76 23,6
4 41 12,7
5 30 9,3
6 ou mais 18 5,6
25
dirias e quase a totalidade dedicava-se ao cuidado sete dias da semana, porm sem que
tivessem recebido treinamento para o cuidado.
Tabela 6. Idosos cuidadores, conforme o contexto de cuidado. So Carlos, 2015 (n=351).
A Tabela 7 apresenta a distribuio dos idosos cuidadores com relao ao tipo de ajuda
que recebiam. A maioria no recebia ajuda material e nem ajuda afetiva, no entanto, havia
mais cuidadores que dispunham de ajuda afetiva (n= 148) do que material (n=48).
Tabela 7. Idosos cuidadores conforme a ajuda recebida. So Carlos; 2015 (n=351).
Tipo de ajuda Frequncia %
Varivel Frequncia %
De quem cuida
Cnjuge 298 84,9
Pai/Me 26 7,4
Irmo/irm 13 3,7
Sogro/sogra 7 2,0
Outro 7 2,0
Nmero de horas dedicadas ao cuidado
At 4 horas 175 51,3
De 5 a 10 horas 104 30,5
Mais de 10 horas 62 18,2
Nmero de dias da semana dedicados ao cuidado
1 a 3 3 0,9
4 a 6 5 1, 5
7 335 97,4
No responderam 8 0,2
Recebeu treinamento para o cuidado
No 339 97,1
26
Recebe ajuda afetiva 148 46,0
Recebe ajuda material 48 14,9
A maioria dos cuidadores apresentou boa funcionalidade familiar como mostra a
Tabela 8 e mais de 50% dos entrevistados avaliaram sua sade como sendo muito boa ou boa.
Tabela 8. Idosos cuidadores conforme o funcionamento familiar. So Carlos, 2015 (n=351).
Classificao no Apgar da famlia Frequncia %
Boa funcionalidade familiar 296 84,30 Moderada disfuncionalidade familiar 26 7,41
Elevada disfuncionalidade familiar 25 7,12
No respondeu 4 1,14
Com relao aos idosos receptores de cuidados, a maioria era do sexo masculino
(69,5%); com idade entre 60 e 102 anos, com mdia de 73,6 anos (dp=8,6); escolaridade de 1 a
4 anos (56,2%), sendo que 26,5% eram analfabetos; 19,3% dependentes para duas ou mais
atividades bsicas de vida diria e 86,9% com dependncia parcial para as atividades
instrumentais de vida diria. Com relao fragilidade, a maioria era pr frgil (n=169; 51,4%);
frgil (n=100; 30,4%) e 60 (18,2%), no frgeis. Com relao cognio, 183 (52,7%)
pontuaram abaixo da mediana no ACE-R, segundo a escolaridade.
Condies cognitivas e de fragilidade dos idosos cuidadores
Para a anlise da cognio dos idosos cuidadores segundo o ACE-R, foi necessrio
realizar o clculo da mdia, mediana e desvio-padro de todos os idosos cuidadores (351) e
receptores de cuidados (351), tendo em vista a alta porcentagem de idosos com baixa
escolaridade e a falta de um padro na literatura para este perfil populacional. A Tabela 9
apresenta as mdias, medianas e desvio-padro da distribuio dos valores observados no
teste de funes cognitivas de todos os idosos, conforme a escolaridade. Observa-se que
quanto mais baixo o nvel de escolaridade, menor a mediana de cada grupo.
27
Tabela 9. Mdia, mediana e desvio-padro do ACE-R dos idosos, segundo a escolaridade. So
Carlos, 2015 (n=702).
Escolaridade Mdia Mediana dp
Analfabeto 38.6 39 14.4
1-4 anos de escolaridade 60.1 62 17.7
5-8 anos de escolaridade 73.9 78 15.3
Mais de 9 anos de escolaridade 80.4 83 16.9
Dos 351 idosos cuidadores avaliados, um no respondeu as questes do ACE-R. Dos
350 que responderam, 144 (41.1) tiveram desempenho inferior mediana no ACE-R. A Tabela
10 apresenta o desempenho cognitivo dos idosos cuidadores por domnios do ACE-R, segundo
a mediana. Observa-se que mais da metade dos entrevistados apresenta desempenho acima
da mediana para todos os domnios do ACE-R. A orientao no tempo e espao foi o domnio
com maior proporo de idosos cuidadores que pontuaram abaixo da mediana no ACE-R
(43.1%), seguido de memria (41.7%) e fluncia verbal (38.6%).
Tabela 10. Distribuio dos idosos cuidadores segundo a mediana por domnios do ACE-R. So
Carlos, 2015 (n=351).
Mediana Orientao
tempoespacial
Memria Fluncia
Verbal
Linguagem Orientao
visuoespacial
Total
Acima da
mediana
199
56.9%
204
58.3%
215
61.4%
220
62.9%
220
62.9%
206
58.9%
Abaixo da
mediana
151
43.1%
146 41.7% 135
38.6%
130
37.1%
130
37.1%
144
41.1%
Com relao fragilidade, segundo os critrios utilizados neste estudo, a maioria era
pr-frgil (Tabela 11).
Tabela 11. Distribuio dos idosos cuidadores segundo as condies de fragilidade. So Carlos,
2015 (n=351).
Fragilidade n %
No frgil 81 23,1
Pr- frgil 195 55,5
28
Frgil 73 20,8
No respondeu 2 0,6
Variveis associadas cognio dos idosos cuidadores
A cognio, medida pelo ACER, foi o desfecho de interesse no modelo de regresso.
Segundo o teste de Shapiro-Wilk, os dados no tinham distribuio normal (z= 3.6; p=0,00017).
Foram ento calculadas as medianas, ajustadas por sexo e idade, de acordo com os estratos de
escolaridade. Foi obtida mediana de 39 para os analfabetos; de 62 para aqueles que tinham 1
a 4 anos de escolaridade; de 78 para os com cinco a oito anos; e 83 para os com 9 ou mais de
escolaridade. As associaes com p 0.2 na anlise de regresso logstica univariada foram
selecionadas para o modelo de regresso mltipla, utilizando o mtodo stepwise forward (ver
Tabela 13). Para a anl
Para a anlise de regresso foram excludos do banco 29 idosos cuidadores que no
apresentaram dados completos com relao a alguns itens do protocolo de coleta de dados.
Foram eles: 2 no item avaliao cognitiva, 4 na avaliao do humor, 1 na avaliao do ndice
de massa corporal, 2 na avaliao da dor, 10 no apresentaram informaes sobre a renda, 2
na avaliao da funcionalidade familiar, 7 sem informaes sobre o nmero de horas que
cuida, 1 sem informao sobre se recebe ou recebeu treinamento para cuidar, totalizando
ento dados completos de 322 idosos cuidadores.
Ser mulher, cuidar do sogro ou da sogra, morar com o cnjuge e filho, ser frgil, no
receber ajuda afetiva e apresentar dependncia em atividades instrumentais de vida diria
aumentam a chance de o idoso cuidador pontuar abaixo da mediana do ACE-R, segundo a
escolaridade (Tabela 14).
Tabela 13 - Modelo final de regresso logstica para os fatores associados ao desempenho cognitivo, medido pelo ACER, em idosos cuidadores de idosos no Municpio de So Carlos, 2015 (n = 322).
Variveis Modelo Bruto Modelo Ajustado
OR (IC 95%) OR (IC 95%)
Sexo
Masculino 1.0 1.0
Feminino 1.28 (0.74 2.20) 2.10 (1.06 4.18) *
29
De quem cuida
Cnjuge 1.0 1.0
Pai/me 1.31 (0.56 3.03) 2.51 (0.64 9.78)
Sogro/sogra 3.10 (0.55 17.23) 9.40 (1.16-76.28)*
Irmo/irm 1.32 (0.43 4.06) 0.81 (0.36 8.93)
Outro 1.55 (0.30 7.82) 1.77 (0.25-12.58)
Receber ajuda afetiva
Sim 1.0 1.0
No 1.80 (1.14 2.83)* 1.81 (1.05-3.11)*
Composio familiar
Morar com cnjuge 1.0 1.0
Morar com cnjuge e filho 2.22 (1.22 4.03)* 2.71 (1.34 5.46)*
Com cnjuge, filhos, netos e bisnetos 0.96 (0.41 2.25) 1.07 (0.42 2.71)
Outros parentes ou amigos 2.26 (0.92 5.53) 0.86 (0.18 4.01)
Outros arranjos 0.77 (0.41 1.44) 0.73 (0.33 1.62)
Fragilidade
Robusto ou no frgil 1.0 1.0
Pr- frgil 1.84 (1.02 3.30)* 1.50 (0.76 2.94)
Frgil 3.42 (1.69 6.93)* 2.62 (1.13 6.05)*
Pontuao na Escala de Lawton 0.79 (0.71 0.88)* 0.82 (0.72 0.93)*
Hosmer-Lemeshow p > 0.05.
Ajustado por idade, avaliao subjetiva de sade e esperana de vida
Discusso
A maioria dos idosos cuidadores eram mulheres, brancas, com idade entre 60 e 69
anos, com vida conjugal, com baixo nvel de renda e escolaridade. Os dados sociodemogrficos
so condizentes com o contexto brasileiro descrito em pesquisas nacionais (GRATO et al
2013; NERI et al 2013; PEREIRA et al 2013) sobre o perfil dos cuidadores e tambm se
assemelham aos dados da literatura internacional (PINQUART E SRENSEN, 2003; PINQUART E
SRENSEN, 2005; PINQUART E SRENSEN, 2006; PINQUART E SRENSEN,2007; PINQUART E
SRENSEN, 2011).
30
Em um estudo de base populacional sobre a fragilidade de idosos brasileiros realizada
com pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, Neri et al (2013) perguntaram aos idosos
se haviam cuidado do cnjuge ou dos pais nos ltimos cinco anos. Dos 689 entrevistados, 176
reponderam afirmativamente a pergunta. Destes, a maioria eram mulheres, com idade mdia
de 71,8 anos de idade e haviam cuidado do cnjuge. Na regio de Ribeiro Preto-SP, um
estudo com 62 idosos com Acidente Vascular Cerebral e seus cuidadores observou predomnio
de adultos no papel de cuidador, sendo a maioria do sexo feminino, casada, com idade mdia
de 56,3 anos, filha (41,9%) ou cnjuge (40,3%). Quarenta e sete por cento dos cuidadores
tinham idade acima de 60 anos (PEREIRA et al., 2013).
A grande maioria (85%) dos idosos cuida do cnjuge, pouco mais da metade deles
dedica-se ao cuidado at quatro horas dirias e 98 % dedicam-se ao cuidado nos sete dias da
semana. Meta-anlise realizada por Pinquart e Sonrensen, 2011, analisou diferenas entre
grupos de cuidadores. Observou que, na maioria dos estudos, os cuidadores cnjuges eram
mais velhos, do sexo feminino, casados, moravam com o idoso que recebia o cuidado, tinham
sade fsica ruim, recebiam pouco suporte informal e cuidavam h mais tempo e por mais
horas semanais quando comparados a cuidadores filhos/as, genros e noras.
Pesquisa realizada no municpio de So Carlos-SP, com o objetivo de avaliar as atitudes
de crianas que conviviam com idosos com doenas crnicas, observou uma estrutura familiar
com variao de duas a onze pessoas morando na mesma casa que o idoso (M = 5 pessoas,
dp=1,86), incluindo as crianas (OLIVEIRA et al, 2015). Outro estudo realizado no mesmo
municpio, encontrou mdia de seis pessoas por domicilio, com variao de duas a 12
(LUCHESI, PAVARINI, VIANA, 2012). Estudo com 52 idosos, que descreveu o perfil
sociodemogrfico, socioeconmico e de sade em uma Unidade Bsica de Sade da Famlia de
Fortaleza-CE encontrou mdia de 3,61 habitantes por domiclio (CLARES et al., 2011). Um
estudo epidemiolgico e transversal sobre os arranjos familiares dos idosos com idade igual ou
superior a 80 anos (N = 147), em um municpio do interior paulista, observou que o nmero de
pessoas que moravam juntas variou de uma a doze, com mdia de 2,8 pessoas. Os arranjos
mais continentes foram os bi e trigeracionais (PEDRAZZI et al., 2010).
Estudos brasileiros realizados com idosos dependentes encontraram mdias maiores
de horas dedicadas ao cuidado do que a dos idosos cuidadores entrevistados nesta pesquisa,
provavelmente porque os idosos apresentavam menor grau de dependncia. Storti (2014
encontrou mdia de 15,5 horas dirias, sendo que 58,3% afirmaram dedicar ao cuidado de 13
a 24 horas dirias entre cuidadores familiares de idosos com Doena de Alzheimer. A maior
31
parte desses cuidadores afirmou morar com o idoso, a maioria por sete dias na semana. Dados
semelhantes foram encontrados por Grato et al. , 2010.
Pesquisas mostram que cuidadores familiares de idosos, em geral, recebem ajuda de
outra pessoa (GRATO et al. 2010). Quando perguntados sobre se recebiam ajuda material
e/ou afetiva, a maioria dos idosos cuidadores relatou no receber ajuda afetiva ou material.
Entre os que recebiam ajuda, predominava a afetiva. Grato et al. 2010, verificaram que 30%
dos cuidadores dos idosos com Doena de Alzheimer de sua amostra sempre recebiam ajuda
para levar o idoso ao retorno de consultas mdicas, 25,5% contavam com ajuda para a
alimentao; 24, 4%, para a medicao; e 24,4%, para a higiene. Essas tendncias se repetem
nos estudos de LENARD et al. 2011 e de GAIOLI, FUREGATO E SANTOS, 2012. Orso (2008)
observou que 21,2% dos cuidadores informais de idosos tambm eram idosos, recebiam ajuda
da famlia ou de amigos para cuidar, cuidavam dos idosos h mais de 10 anos, e que 97,9%
deles cuidavam mais do que cinco horas dirias. Em So Carlos, estudo com 72 cuidadores de
idosos com alteraes cognitivas observou que a maioria era constituda por filhas ou esposas,
que moravam com o idoso e no recebiam ajuda para cuidar (Santos e Pavarini, 2010).
Neri et al (2013) investigou a prevalncia de fragilidade em idosos de Campinas (SP) e
observou que 9,1% eram frgeis, 51,8% pr-frgeis e 39,1% no frgeis. Entre os idosos frgeis,
houve predomnio de mulheres e idosos mais velhos. Um estudo de reviso da literatura no
perodo de 1997 a 2009, sobre fragilidade de idosos na comunidade, como parte do Canadian
Initiative on Frailty and Aging (CIFA), realizado por Sternberg et al., 2011, observou que a
prevalncia de fragilidade em idosos variava de 5% a 58%. Alencar et al. (2013) avaliaram uma
amostra de 207 idosos, a maioria mulheres, idade mdia de 78,5 anos; 22.7% deles foram
classificados como no frgeis, 112 (54.1%) como pr-frgeis e 48 (23.2%) como frgeis. Cerca
de 6% dos no frgeis, 25% dos pr frgeis e 58,3% dos frgeis apresentaram
comprometimentos cognitivos, dado igualmente observado por Neri et al (2013). Para Jacobs
et al. (2011), a fragilidade um preditor robusto de mortalidade em idosos com
comprometimento cognitivo. A literatura tem demonstrado que idosos frgeis evoluem para
deteriorao cognitiva mais rapidamente do que idosos no frgeis, e pior desempenho
cognitivo pode prever condies de fragilidade (DUARTE, NUNES , CORONA, LEBRO, 2010;
MOREIRA E LOURENO 2013; SANTOS et al, 2013).
Kulmala et al. (2014) em um estudo transversal, avaliaram uma amostra de 654 idosos
finlandeses com idade mdia de 82 anos. Os resultados mostraram que 14% foram
classificados como frgeis, 48% como pr-frgeis e 38% como no frgeis. Com relao
32
cognio, 26% tinham dficit cognitivo e 21% foram diagnosticados com demncia, sendo que
a prevalncia de alteraes cognitivas nos idosos frgeis foi de 64%. A fragilidade esteve
associada com comprometimento cognitivo e as anlises de regresso mostraram que os
idosos frgeis tinham oito vezes mais chances de desenvolvimento de comprometimento
cognitivo. Os idosos frgeis eram mais velhos, usavam mais medicamentos, tinham mais
doenas crnicas e mais dependncias nas atividades da vida diria quando comparados aos
pr- frgeis e no frgeis.
Pesquisas tm mostrado que a fragilidade e o declnio cognitivo esto associados
diminuio da capacidade funcional (LAKS et al., 2005; SCHENEIDER, MARCOLIN, DALACORTE,
2008). O incremento de cada unidade na escala de Lawton representou reduo de 18% na
chance do idoso cuidador pontuar abaixo da mediana do ACE-R.
No Brasil, Yassuda et al. (2012) encontraram que ser frgil estava associado a pior
desempenho cognitivo nos domnios de memria, fluncia verbal, teste do relgio e no MEEM.
Macuco et al. (2012) encontraram que o pior desempenho em orientao temporal, memria
imediata e a dificuldade em comandos, um subdomnio da linguagem eram maiores nos idosos
frgeis. Boyle et al (2010) observou associao entre fragilidade e declnio cognitivo global e
nos domnios memria episdica, memoria semntica, memria de trabalho, velocidade de
processamento e habilidades construtivas visuais, ao longo do tempo. Segundo HAN; LEE; KIM
(2014), altos escores de orientao temporal, registro, ateno e julgamento estavam
associados a menor probabilidade de fragilidade em ambos os sexos. Nas mulheres idosas,
evocao, linguagem e habilidades visuoconstrutivas preservadas associaram-se baixa
probabilidade de fragilidade. Na reviso da literatura de Balardin et al.(2007), as principais
funes cognitivas alteradas em idosos cuidadores eram velocidade de processamento,
memria de trabalho, funo executiva e memria tardia.
A estrutura e funcionamento da famlia tambm foram variveis associadas cognio
dos cuidadores. A literatura tem mostrado que fragilidade e alteraes cognitivas esto
associadas ao contexto familiar e social dos idosos como baixa renda, baixa escolaridade e
ausncia de apoio social (ANDREW; ROCKWOOD,2010; HAN; LEE; KIM, 2014; MORLEY, PERRY,
MILLER, 2002;; SANTOS et al., 2013). Um estudo recente, com objetivo de caracterizar as
redes sociais de idosos e identificar o impacto das mesmas no bito e na funcionalidade,
usando dados de duas coortes (2006 e 2010), encontrou que oferecer apoio social diminuiu as
chances de desenvolver dependncia e risco de bitos em idosos, independente de condies
sociodemogrficas e de sade (BRITO, 2015).
33
Dados do estudo SABE mostram que a proporo de idosos frgeis foi maior em
famlias com moderada ou elevada disfuno familiar, e que a fragilidade esteve associada a
comprometimento cognitivo (Duarte, Nunes, Corona, Lebro, 2010). Um estudo, com objetivo
de avaliar a funcionalidade familiar de idosos com alteraes cognitivas, morando em
diferentes contextos de vulnerabilidade social, observou que a maioria dos entrevistados
relatou boa funcionalidade familiar (82%). Houve relao estatisticamente significante entre o
APGAR de Famlia e o nmero de pessoas que residiam na casa (p=0,048), ou seja, quanto mais
pessoas corresidiam com o idoso, melhor era a percepo de funcionalidade familiar do
cuidador (Santos e Pavarini, 2010). Pesquisa conduzida com idosos institucionalizados,
moradores de Instituies de Longa Permanncia para Idosos, encontrou que a maioria
apresentava disfuno familiar. Os autores encontraram associao entre disfuno familiar e
depresso, e entre disfuno familiar e ter morado com parentes mais distantes, como primos
ou sobrinhos (Oliveira, Santos e Pavarini, 2014).
Os resultados desta pesquisa mostram que questes sociais como estrutura e
funcionamento familiar estavam associadas cognio dos cuidadores. No mbito dos
Programas Sade da Famlia, esses aspectos devem ser considerados no planejamento de
aes junto aos cuidadores, especialmente quando esses tambm so idosos.
O crescimento da populao idosa em nosso pas e a longevidade deste segmento
populacional trazem uma preocupao com as pessoas que so ou sero responsveis pelos
cuidados desses idosos, tornando a temtica dos cuidadores idosos uma das mais importantes
no contexto gerontolgico atual. Os resultados aqui encontrados podero subsidiar caminhos
para uma poltica pblica de cuidado ao cuidador.
Concluses
Da analise preliminar dos dados deste estudo possvel concluir que:
1- A maioria dos idosos cuidadores era mulher, branca, com idade entre 60 e 69 anos,
com vida conjugal, com baixo nvel de renda e escolaridade.
2- Com relao cognio, dos 350 idosos cuidadores avaliados, 151 (43,1%) tiveram
desempenho inferior mediana, segundo a escolaridade. A mediana diminuiu
conforme diminua o grau de escolaridade sendo: 39 para analfabetos, 62 para 1 a 4
anos de escolaridade, 78 para 5 a 8 anos e 83 para 9 anos ou mais de escolaridade. A
34
orientao no tempo e espao foi o domnio com maior proporo de idosos
cuidadores que pontuaram abaixo da mediana no ACE-R (43.1%), seguido de memria
(41.7%) e fluncia verbal (38.6%).
3- Com relao fragilidade, a maioria era pr-frgil (55,9%), 23,2% robustos ou no
frgeis e 20,9% frgeis.
4- As variveis associadas cognio dos idosos cuidadores foram: Ser mulher, cuidar do
sogro ou da sogra, morar com o cnjuge e filho, ser frgil, no receber ajuda afetiva e
apresentar dependncia em atividades instrumentais de vida diria.
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