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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS
ANA FEITAL GJORUP
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO ESPACIAL DISPONÍVEL PARA O PLANEJAMENTO
AMBIENTAL COM FOCO NOS SERVIÇOS AMBIENTAIS HÍDRICOS
Niterói-RJ
2017
ANA FEITAL GJORUP
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO ESPACIAL DISPONÍVEL PARA O PLANEJAMENTO
AMBIENTAL COM FOCO NOS SERVIÇOS AMBIENTAIS HÍDRICOS
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Biossistemas da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Biossistemas. Área de concentração Recursos Hídricos.
Orientador: Dr. Evaldo de Paiva Lima
Coorientadora: Drª. Elaine Cristina Cardoso Fidalgo
Niterói, RJ
2017
Dedico aos meus pais
com todo meu amor!
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a todos da família Feital e Gjorup, que
participaram dessa jornada, em especial meus tios (as) Rita, Nelson, Paulo e vó Dulce
e vô Pierre por ajudar cedendo e/ou me acolhendo em cada casa em diversos
momentos nesses anos de graduação. Aos meus pais pelo tempo investido com
conselhos, exemplos e educação. Aos meus irmãos, Davi e Dante, a vó Cilinha por
sempre acreditar e incentivar. Ao Léo por aguentar os estresses de prazos e incentivo
para concluir essa etapa e planejar comigo o futuro.
Obrigada aos amigos de longa data, os que mesmo distantes, sempre estiveram
por perto, dando força e suporte, entendendo que mesmo não tendo contato contínuo
a amizade sempre estava presente, com quem sempre pude contar para reclamações,
desabafos, viagens, festas, ou só para ficar conversando noites adentro. Obrigada
aos amigos que fiz no tempo de mestrado e de Rio de Janeiro, destacando meus
companheiros de casa, que foram essenciais para me mostrar que vale a pena fazer
pesquisa. Aonde eu estiver o Rio será minha cidade e os amigos daqui são para toda
a vida.
Aos Professores do PGEB, e todos que passaram por minha vida, dedico todo o
meu respeito e reconhecimento pela linda profissão, pois auxiliaram em minha
formação pessoal e profissional, despertando senso crítico e moldando caráter.
Aos companheiros de estudos, pesquisas e trabalhos em grupo da Universidade
Federal Fluminense.
Aos companheiros de pesquisa no Núcleo de Geoprocessamento (NGeo) na
Embrapa Solos, que me acolheram e me deram todo o suporte, em especial Elaine
Fidalgo pela paciência na orientação desde a graduação, e por me incentivar a fazer
o Mestrado no PGEB. Obrigada pelos conselhos, pela orientação, pelos anos de
pesquisa, amizade, paciência, dedicação, toda atenção desprendida desde o primeiro
contato com conselhos em toda a pesquisa realizada, sempre dando suporte, com
muita paciência, para que eu conseguisse alcançar meus objetivos. Amadureci muito
com esse contato.
Ao meu orientador, Evaldo Lima, pela orientação e paciência durante esses dois
anos.
A todos os citados e muitos não citados, meu Muito Obrigada!
“Se o dinheiro for sua esperança de independência, você jamais a terá. A única
segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria,
de experiência e de competência.”
Henry Ford
RESUMO
Os serviços ambientais tornaram-se tema central no planejamento ambiental, na
busca da redução da degradação da qualidade dos ecossistemas. Sua abordagem
tem sido bastante empregada por possibilitar uma análise interdisciplinar, reunindo
conceitos ambientais e socioeconômicos. Porém, sua aplicação encontra limitações
devido a lacunas de informação que oriente a tomada de decisão. Considerando a
importância dessas informações no processo decisório, este estudo foi desenvolvido
com vistas a analisar a viabilidade de uso de bases de dados disponíveis para o
desenvolvimento de planejamento ambiental que vise à conservação de recursos
hídricos e à manutenção da provisão dos serviços ambientais, tendo como estudo de
caso o Estado do Rio de Janeiro. O estudo foi realizado por meio de um levantamento
dos principais serviços ambientais hídricos e sua categorização, seleção dos temas
que envolvem esses serviços, e prospecção das bases de dados disponíveis. Foi
realizada a análise da disponibilidade, da escala e da temporalidade dos dados
coletados, e de sua abrangência geográfica e temática. A proposta criada para
categorização dos serviços ambientais hídricos permitiu identificar quais os
componentes que afetam esses serviços ambientais e os temas necessários para o
planejamento ambiental. Foi possível observar que os dados levantados apresentam
muitas lacunas de informação, o que demonstra a inadequação do uso dessas bases
de dados disponíveis para aplicação no planejamento ambiental hídrico com foco nos
serviços ambientais para o Estado do Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Serviços Ecossistêmicos; Suporte à Decisão; Base de Dados;
Metadados.
ABSTRACT
Environmental services have become a central issue in environmental planning,
considering its importance to reduce the degradation of ecosystem quality. This
approach has been widely used because it allows an interdisciplinary analysis,
combining environmental and socioeconomic concepts. However, there are limitations
for its application due to information gaps to guide decision-making. Considering the
importance of information in the decision making process, this study was developed
aiming at analyze the viability of using available databases for the development of
environmental planning for the conservation of water resources and the supply of
environmental services, in the State of Rio de Janeiro, Brazil. A survey of the main
water environmental services and their categorization was carried out, as well as the
selection of the themes that involve these services, and the prospection of available
databases. The availability, the scale and the temporality of the collected data were
analyzed, and additionally, their geographic and theme scope. The proposal for the
categorization of water environmental services allowed us to identify which
components affect these environmental services and the themes necessary for
environmental planning. It was possible to observe that the collected data present
many gaps, which demonstrates the inadequacy of the use of these available
databases for application in the water environmental planning with focus on the
environmental services for the State of Rio de Janeiro.
Keywords: Ecosystem Services; Decision Support; Database; Metadata.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO, p. 13
1.1. HIPÓTESE, p. 14
1.2. OBJETIVO, p. 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO , p. 15
2.1. PLANEJAMENTO AMBIENTAL, p. 15
2.2. INTEGRAÇÃO DOS SERVIÇOS AMBIENTAIS NO PLANEJAMENTO
AMBIENTAL, p. 17
2.3. SERVIÇOS AMBIENTAIS HÍDRICOS, p. 21
2.4. A DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÕES EM APOIO À CONSERVAÇÃO,
p. 25
3. MATERIAL E MÉTODOS, p. 29
3.1. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL;
SERVIÇOS AMBIENTAIS E SERVIÇOS AMBIENTAIS HÍDRICOS; p. 29
3.2. REVISÃO E CATEGORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS AMBIENTAIS HÍDRICOS;
p. 30
3.3. PROSPECÇÃO DOS BANCOS DE DADOS EXISTENTES; p. 32
3.4. ANÁLISE DA DISPONIBILIDADE, ESCALA, TEMPORALIDADE E
ABRANGÊNCIAS TEMÁTICA E GEOGRÁFICA DOS DADOS; p. 34
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO, p. 35
4.1. CATEGORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS AMBIENTAIS HÍDRICOS, p. 35
4.2. DISPONIBILIDADE DE DADOS PARA O PLANEJAMENTO AMBIENTAL COM
FOCO NOS SERVIÇOS AMBIENTAIS HÍDRICOS DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, p. 39
5. CONCLUSÕES, p. 69
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 69
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p. 70
ANEXO, p. 75
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Processo do planejamento ambiental, f. 16
Figura 2 Serviços ecossistêmicos, f. 20
Figura 3 Esquema do ciclo hidrológico na escala de bacias hidrográficas, f. 22
Figura 4 Variedade de serviços de uma bacia hidrográfica, f. 23
Figura 5 Fluxograma das etapas metodológicas, f. 29
Quadro 1 Serviços hidrológicos a partir de processos eco-hidrológicos e de seus
atributos, f. 31
Quadro 2 Categorização proposta para os serviços ambientais hídricos, com
base na análise conjunta da descrição dos serviços hídricos proposta
por Brauman et al. (2007) e da categorização de serviços
ecossistêmicos proposta por Millennium Ecosystem Assessment
(2003), f. 36
Quadro 3 Relação dos temas com as categorias de serviços ambientais
hídricos, f. 38
Quadro 4 Relação das instituições federais e os temas encontrados, f. 40
Quadro 5 Dados levantados no IBGE, f. 41
Quadro 6 Dados levantados na INDE, f. 42
Quadro 7 Dados levantados no Geoportal Embrapa, f. 43
Quadro 8 Dados levantados no MMA, f. 45
Quadro 9 Dados levantados no INMET, f. 47
Quadro 10 Dados levantados no SOMABRASIL, f. 48
Quadro 11 Dados levantados na ANA, f. 50
Quadro 12 Relação das instituições estaduais e os temas, f. 52
Quadro 13 Dados levantados no INEA, f. 53
Quadro 14 Dados levantados no CEPERJ, f. 54
Quadro 15 Dados levantados na SEDRAP, f. 56
Quadro 16 Relação dos comitês de bacias hidrográficas e os temas, f. 58
Figura 6 Regiões Hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro, f. 59
Quadro 17 Dados do Comitê de Bacia Hidrográfica do Guandu, f. 60
Quadro 18 Dados do Comitê de Bacia Hidrográfica da Baia de Guanabara, f. 62
Quadro 19 Dados do Comitê de Bacia Hidrográfica dos Lagos São João, f. 63
Quadro 20 Dados do Comitê de Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul, f. 65
Quadro 21 Dados estatísticos disponibilizados pelo IBGE sobre saneamento
básico por município, f. 66
13
1. INTRODUÇÃO
Os serviços ambientais tornaram-se tema central no planejamento ambiental, na
busca da redução da degradação da qualidade dos ecossistemas. Sua abordagem
tem sido bastante empregada por possibilitar uma análise interdisciplinar, reunindo
conceitos ambientais e socioeconômicos. Porém, sua aplicação encontra limitações
devido a lacunas de informação que oriente a tomada de decisão.
Percebe-se então a necessidade de conhecer e analisar de forma crítica os
dados atualmente disponíveis em bases de dados oficiais ou de organizações que
mantém levantamentos sistemáticos. No caso da aplicação dos conceitos de serviços
ambientais no planejamento em bacias hidrográficas, observou-se a necessidade de
realizar um levantamento das bases de dados disponíveis, incluindo bases de dados
espaciais, e analisar se elas são adequadas e possuem informações suficientes para
subsidiar a tomada de decisão.
A utilização de bases de dados espaciais, juntamente com o Sistema de
Informação Geográfica (SIG), têm sido facilitadora na tomada de decisão, por oferecer
a possibilidade de análise e consultas espaciais que podem dar informações
importantes para o planejamento, como o planejamento ambiental hídrico.
Em uma pesquisa anterior, trabalhando com serviços ambientais hídricos, foi
identificada a dificuldade de se obter dados, e a partir disso, pensou-se em um estudo
que trouxesse os caminhos de como as bases de dados poderiam auxiliar os
tomadores de decisão no momento de realizar o planejamento ambiental.
Considerando a importância dessas informações no processo decisório
envolvendo o planejamento ambiental e a provisão de serviços ambientais hídricos,
foi planejado este estudo com vistas a realizar um levantamento das bases de dados
disponíveis e a análise da viabilidade de seu uso, considerando os tipos de
informações disponibilizadas, suas escalas e temporalidade.
14
1.1. HIPÓTESE
As bases de dados disponíveis e gratuitas são suficientes e adequadas para
serem empregadas no planejamento ambiental com foco nos serviços ambientais
hídricos do Estado do Rio de Janeiro.
1.2. OBJETIVO
Geral:
Analisar a viabilidade de uso de bases de dados disponíveis para o
desenvolvimento de planejamento ambiental que vise à conservação de recursos
hídricos e à manutenção da provisão dos serviços ambientais.
Específicos:
1. Levantamento bibliográfico de planejamento ambiental; serviços ambientais e
serviços ambientais hídricos;
2. Revisão e categorização dos serviços ambientais hídricos;
3. Prospecção dos bancos de dados existentes para o Estado do Rio de Janeiro
com temas relacionados aos serviços ambientais hídricos;
4. Análise da disponibilidade, da escala e da temporalidade dos dados coletados
e da abrangência geográfica e temática para o planejamento no Estado do Rio de
Janeiro.
15
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Planejamento ambiental
O planejamento ambiental começou a ser pensado no início do século XIX, e
hoje é uma ferramenta importante diante da crise de recursos naturais em várias
partes do globo (FRANCO, 2000).
O termo é definido por alguns autores, como Selman (1999), que afirma que o
planejamento ambiental é utilizado no contexto de diversas áreas do conhecimento
para se referir a processos e mecanismos de sistematização de ações que buscam
atingir metas e objetivos de caráter ambiental. Silva e Santos (2004) o definem como
um processo contínuo que envolve coleta, organização e análise sistematizada das
informações, por meio de procedimentos e métodos, para se chegar a decisões ou
escolhas acerca das melhores alternativas para o aproveitamento dos recursos
disponíveis em função de suas potencialidades, e com a finalidade de atingir metas
específicas no futuro, tanto em relação a recursos naturais quanto à sociedade.
Entretanto, Floriano (2004) define planejamento ambiental como uma organização do
trabalho de uma equipe para consecução de objetivos comuns, de forma que os
impactos resultantes, que afetam negativamente o ambiente em que vivemos, sejam
minimizados e que, os impactos positivos, sejam maximizados.
A Figura 1 apresenta o processo de planejamento ambiental, que envolve o
conhecimento ambiental, social e econômico. São reunidas as etapas de definição de
objetivos, coleta e análise de dados, resultando em uma lista de alternativas para a
tomada de decisão, a implementação da alternativa escolhida, monitoramento e
avaliação do que foi posto em prática para elencar erros e acertos para que ocorra
uma tomada decisão sobre o que foi aprendido, para assim traçar novos objetivos que
possam melhorar aquele planejamento. Essas etapas formam um ciclo para se obter
a melhor decisão e os resultados mais efetivos.
16
Figura 1. Processo do planejamento ambiental.
Fonte: Fonseca (2011).
O objetivo do planejamento ambiental, segundo Nassauer e Opdam (2008), é
gerar informações que apoiem a inclusão de propósitos ambientais na tomada de
decisões espaciais. Consequentemente, o planejamento ambiental atua como a
interface entre a ciência e a implementação prática dos objetivos ambientais.
Considerado uma importante ferramenta para apoiar a decisão, o planejamento
ambiental tem suas principais características destacadas por diferentes autores.
Reinke (2002) comenta que o planejamento ambiental é utilizado como ferramenta
baseada no princípio de precaução para a integração de considerações ambientais
em ordenamento territorial regional e local. Wende et al. (2009) definem-no como base
de informação para a tomada de decisões diárias das autoridades locais e regionais
de conservação da natureza. Haaren e Albert (2011) também citam algumas
características do planejamento ambiental: base espacial de informação que auxilia
nas avaliações de impacto ambiental e orientação das intervenções em locais
17
sensíveis; aponta opções de mitigação adequadas e locais de compensação se forem
realizadas intervenções; e define espacialmente e explicitamente as funções da
paisagem. Luz (2000) apresenta como característica do planejamento ambiental a
plataforma de informação para as Organizações Não Governamentais (ONGs) e para
o público, que permitem a participação ativa nas decisões ambientais, bem como nas
administrações setoriais de uso do solo e usuários da terra aumentando a consciência
ambiental e melhorando a adaptação do uso da terra para os objetivos ambientais.
A Agenda 21 reconhece o planejamento ambiental como uma ferramenta
importante na busca por sustentabilidade no desenvolvimento urbano, que está
atrelado à disponibilidade dos suprimentos de água, à qualidade do ar, à drenagem,
à disposição de resíduos, aos serviços sanitários e rejeitos de lixo. O documento ainda
aconselha aos países fazer levantamento dos seus recursos de solo e classificá-los
com seu uso mais adequado, identificando áreas frágeis para medidas especiais de
proteção (FRANCO, 2000).
2.2. Integração dos serviços ambientais no planejamento ambiental
Os ecossistemas1 saudáveis proporcionam uma variedade de produtos e
serviços que contribuem, direta ou indiretamente, com o bem-estar humano (FAO,
2007). Apesar de sua importância para a vida, paradoxalmente, muitos estão
seriamente ameaçados pelos impactos ambientais causados pelas diversas
atividades humanas. Como consequência do aumento global do crescimento
econômico, os ecossistemas e recursos naturais têm sido substancialmente
explorados, degradados e destruídos no último século (MA, 2005).
1 Um ecossistema é um complexo dinâmico de plantas, animais e comunidades de microrganismos e o ambiente não vivo, interagindo como uma unidade funcional (MA, 2003) e é esse sistema complexo que dá suporte à vida no planeta.
18
Diante dos desafios colocados pelos êxitos e fracassos advindos do crescimento
econômico, da necessidade de conciliar questões relativas ao desenvolvimento
econômico e ao meio ambiente, diversas iniciativas internacionais foram tomadas a
partir da década de 1970 (COMISSÃO MUNDIAL, 1991; FAO, 2007; MA, 2003). Em
junho de 2001, o programa Millennium Ecosystem Assessment (MA), lançado pelo
então Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, analisou como as mudanças
nos serviços dos ecossistemas têm afetado o bem-estar humano e podem afetar as
pessoas nas próximas décadas; e que tipos de respostas podem ser adotados em
escala local, nacional ou global para melhorar a gestão dos ecossistemas e contribuir,
assim, para o bem-estar humano e a redução da pobreza (MA, 2003).
Para construir uma nova mentalidade que busque à sustentabilidade ambiental,
deverá ser reestruturado o processo de incentivos econômicos que conduzem os
seres humanos a degradar o meio ambiente, de forma que as pessoas sejam
orientadas a tomar decisões e desenvolver estilos de vida sustentáveis. Os
instrumentos econômicos são importantes mecanismos para orientar, de maneira
sustentável, as atividades dos agentes econômicos e distribuir de uma maneira mais
adequada os custos socioambientais (PERALTA, 2014).
Neste contexto, visando reduzir a degradação da qualidade dos ecossistemas
vitais, o conceito de serviços ecossistêmicos tornou-se tema central no planejamento
conservacionista (KOSCHKE et al., 2012; FISHER e TURNER, 2008). A abordagem
de serviços ecossistêmicos, segundo Burkhard et al. (2009), tem sido bastante
empregada, dentre vários motivos, por seu caráter integrador, que possibilita pesquisa
interdisciplinar, reunindo conceitos ambientais e socioeconômicos.
Segundo o relatório elaborado pelo MA, o conceito serviço ecossistêmico foi
utilizado pela primeira vez no final da década de 1960, sendo que as pesquisas nesse
tema cresceram muito a partir da década de 1990. O termo serviços ecossistêmicos
19
utilizado no relatório agrega todos os benefícios fornecidos pelos ecossistemas, sejam
bens, serviços ou serviços culturais, reforçando a importância de se reunir aos
comumente denominados bens e serviços ecossistêmicos, os valores culturais e
outros bens intangíveis, frequentemente esquecidos (MA, 2003).
Diante do uso, muitas vezes indiscriminado, dos termos serviços ecossistêmicos
e ambientais, torna-se necessário melhor conceituá-los. Os serviços ecossistêmicos
refletem os benefícios diretos e indiretos providos pelo funcionamento dos
ecossistemas, sem a interferência humana (MA, 2003). Entretanto, nos serviços
ambientais, os benefícios gerados estão associados também a ações de manejo do
homem nos sistemas naturais ou agroecossistemas. Englobam tanto os serviços
proporcionados ao ser humano por ecossistemas naturais (os serviços
ecossistêmicos), quanto os providos por ecossistemas manejados ativamente pelo
homem (sistemas agroecológicos, manejo florestal, reflorestamento), conforme
destacam GUEDES et al. (2011).
Muitas vezes os autores não diferenciam os termos, sendo comum o emprego
de serviços ecossistêmicos na literatura internacional e serviços ambientais na
nacional. Como a maioria dos autores nacionais e internacionais não fazem distinção
entre os termos, para esse trabalho adotaremos o termo serviços ambientais para nos
referir aos serviços proporcionados pelos ecossistemas naturais ou manejados.
O relatório do programa Millennium Ecosystem Assessment criou uma
classificação para esses serviços, englobando os serviços de provisão, que são os
produtos obtidos dos ecossistemas; serviços de regulação, que são obtidos a partir
de processos naturais que regulam as condições ambientais; serviços culturais, que
são os benefícios intangíveis obtidos, de natureza recreativa, educacional, religiosa
ou paisagística; e os serviços de suporte, que contribuem para a produção de outros
serviços ecossistêmicos (MA, 2003), conforme é apresentado na Figura 2.
20
Figura 2. Serviços ecossistêmicos.
Fonte: adaptado de Millennium Ecosystem Assessment (2003).
As vantagens de aplicação do conceito de serviços ecossistêmicos ou
ambientais têm sido bastante exploradas. Do ponto de vista analítico, como salienta
De Groot (2006), pode prover uma relação sistemática dos componentes e processos
ecossistêmicos mais importantes e a dependência que as sociedades humanas têm
deles. Entretanto, Burkhard et al. (2009) destacam que a aplicação do conceito de
bens e serviços ecossistêmicos em nível de paisagem encontra limitações devido às
lacunas de dados apropriados e de sua quantificação, ou seja, falta informação
diretamente aplicável em escala regional ou local que oriente a tomada de decisão.
O planejamento ambiental poderia contribuir substancialmente para a ciência
emergente da avaliação dos serviços ambientais, como salientam Von Haaren e Albert
(2011). Os sistemas de planejamento e gestão ambiental foram introduzidos em vários
Estados europeus nos anos 70. Desde então, a teoria e os métodos de planejamento
têm sido continuamente desenvolvidos, levando em conta novos insights científicos,
21
dados aprimorados, como exemplo, de sensoriamento remoto, e experiências de
introdução de resultados de planejamento em processos de decisão e participação
pública (VON HAAREN e ALBERT, 2011). Segundo esses autores, as abordagens
teóricas e metodológicas utilizadas no planejamento ambiental contemporâneo são
similares e parcialmente sobrepostas às teorias e métodos empregados nas
avaliações de serviços ambientais.
Porém, Geneletti (2011) destaca que, apesar dos serviços ambientais terem
atraído muitas pesquisas nos últimos anos, sua utilização para apoiar processos de
tomada de decisão na vida real ainda é muito limitada, especialmente no
planejamento. Von Haaren e Albert (2011) completam dizendo que o uso restrito de
informações dos serviços ambientais afeta o planejamento e a tomada de decisão.
2.3. Serviços ambientais hídricos
A água é um dos recursos naturais renováveis de grande importância para
humanidade, pois sem ela não existiria vida na Terra, o que faz do serviço ambiental
hídrico um dos serviços mais valiosos. Uma das formas naturais de armazenar,
concentrar e distribuir a água doce é por meio de bacias hidrográficas, as quais
constituem unidades ambientais de fundamental importância para estudos
interdisciplinares visando o seu manejo sustentável (SÁ et al., 2010). Os recursos
naturais que a compõem estão em constantes mudanças em resposta à evolução
natural, aos fenômenos naturais e às atividades humanas. Por isso, as bacias
hidrográficas são o foco do planejamento ambiental e da tomada de decisão.
A Figura 3 apresenta o ciclo da água e suas interações no ecossistema na escala
de bacias hidrográficas. As setas indicam a direção dos fluxos de água. O ciclo da
água é influenciado pela energia solar, que é responsável pela evaporação dos
oceanos ou dos corpos de água superficiais, bem como pela transpiração das plantas,
22
gerando vapor d´água que formam nuvens e consequentemente chuva, nevoeiro ou
neve na terra e nos oceanos. Em terra, a água se infiltra chegando às águas
subterrâneas ou diretamente aos fluxos superficiais. Ambas, águas subterrâneas e
superficiais em algum momento descarregam nos oceanos. A evaporação das águas
superficiais e dos oceanos para a atmosfera completa o ciclo hidrológico.
Figura 3. Esquema do ciclo hidrológico na escala de bacias hidrográficas.
Fonte: adaptado de BRAUMAN et al. (2007).
Brauman et al. (2007) definem serviços hídricos como aqueles decorrentes da
existência e da dinâmica dos corpos hídricos e que propiciam benefícios diretos e
indiretos, assim como recursos necessários às atividades e condições de vida e bem-
estar humanos.
Existe na literatura classificações para os serviços ambientais hídricos, como por
exemplo, a proposta por Landell-Mills e Porras (2002): regulação do fluxo de água
(controle de enchentes e aumento da vazão na época seca); manutenção da
23
qualidade da água (controle de carga de sedimentos, controle de carga de nutrientes,
controle de substâncias químicas e controle da salinidade); controle de erosão e
sedimentação; redução da salinidade de terras e regulação do lençol freático; e
manutenção do habitat aquático.
Para Brauman et al. (2007), os serviços hídricos vão desde o abastecimento de
água para uso doméstico até a mitigação dos danos causados pelas cheias. Eles
abrangem os benefícios recebidos pela população e produzidos pelo ecossistema
aquático. Estes autores dividiram os serviços ambientais hídricos em cinco categorias:
desvio de água para abastecimento; abastecimento de água local; mitigação de danos
causados pela água; serviço espiritual e estético; e serviço de suporte.
Os componentes do ciclo da água em uma bacia são diretamente afetados pelos
ecossistemas à medida que a água se move pela paisagem. Dessa forma, os
processos dos ecossistemas melhoram ou degradam a oferta de serviços hídricos. A
Figura 4 ilustra diversos serviços presentes em uma bacia hidrográfica.
Figura 4. Variedades de serviços de uma bacia hidrográfica.
Fonte: adaptado de BRAUMAN et al. (2007).
24
Brauman et al. (2007) citam que os componentes do ciclo da água, como
quantidade, qualidade, localização e fluxo, são diretamente influenciados pelos
ecossistemas à medida que a água se move pela paisagem. Ao afetar cada um desses
atributos, os processos do ecossistema melhoram ou degradam o fornecimento de
serviços hídricos. No ecossistema, diferentes processos ecológicos podem ter efeitos
concorrentes sobre o mesmo atributo hidrológico ou ter efeitos positivos e negativos
simultaneamente em diferentes atributos. Os autores citam como exemplo o caso de
uma floresta que pode aumentar a infiltração, enquanto diminui o volume total de água.
Com foco na forma como os ecossistemas podem afetar os atributos
hidrológicos, Brauman et al. (2007) montaram um esquema que traduz elementos da
ciência hidrológica tradicional para um contexto de serviços ambientais hídricos. Nele
os autores definem e descrevem os processos, os atributos e os serviços hidrológicos.
O processo, identificado como processo eco-hidrológico, representa “o que o
ecossistema faz”; o atributo hidrológico, “o efeito direto do ecossistema”; e o serviço
hidrológico, “o que o beneficiário recebe”.
Brauman et al. (2007) afirmam que existe uma pressão por informação sobre a
produção de serviços ambientais. Mesmo que, muitas vezes, seja possível determinar
quais serviços um ecossistema produz, é difícil quantificar a taxa ou o nível de
produção dos serviços, o que complica as comparações com outras opções de uso
da terra. Os formuladores de políticas precisam de informações sobre a magnitude da
variação do serviço ambiental, bem como sobre como o fornecimento desses serviços
varia em face das mudanças ambientais provocadas pelo homem.
A localização e a escala também são conhecimentos substanciais, pois sem
informações sobre os locais a partir dos quais as pessoas recebem os serviços, uma
política que proteja eficazmente áreas importantes para o abastecimento continuará a
ser de difícil execução. Os serviços ambientais são inerentemente espaciais, de modo
25
que mapeamentos são importantes para a compreensão das conexões entre os
fornecedores de serviços ambientais e os usuários desses serviços. (BRAUMAN et
al., 2007).
2.4. A disponibilidade de informações em apoio à conservação
O uso da terra e as consequentes mudanças na cobertura da terra afetam a
capacidade dos ecossistemas de fornecer bens e serviços à sociedade humana, já
que o fornecimento de serviços ambientais depende de condições biofísicas dos
sistemas. Para descrever os estados e dinâmicas desses serviços, são necessários
indicadores e dados apropriados para a sua quantificação, incluindo avaliações
quantitativas e qualitativas. Portanto, o planejamento, a implementação e a gestão de
planos e políticas que incorporem a conservação da biodiversidade e os vários
serviços fornecidos pelos ecossistemas depende da disponibilidade de informações
(BURKHARD et al., 2012).
Seppelt (2012) alerta que a avaliação de serviços ambientais é tipicamente
interdisciplinar e se concentra em regiões muitas vezes com mais de um tipo de
paisagem e vários ecossistemas, que requerem estudos em diversas escalas
espaciais e temporais. Busch et al. (2012) afirmam que a contabilização de um
conjunto completo de serviços ambientais requer uma grande quantidade de
informações detalhadas, que normalmente não estão disponíveis.
A geração e o fluxo de serviços variam espacialmente na natureza, isso torna
relevante que o mapeamento e a modelagem de serviços ambientais sejam utilizados
para fins de planejamento (NAIDOO e RICKETTS, 2006; SWETNAM et al., 2010). A
produção e o fluxo de serviços ecossistêmicos são espacialmente explícitos e
temporalmente dependentes. Não importa apenas quanto do serviço é produzido, mas
26
também quando e onde, portanto, quaisquer valores atribuídos aos serviços irão variar
no espaço e no tempo (SWETNAM, 2010).
São necessárias unidades espacialmente explícitas para quantificar os serviços
ecossistêmicos porque a oferta e a procura de serviços ambientais também são
espacialmente explícitas (MAES et al., 2012). Além disso, a oferta e a procura de
serviços podem diferir geograficamente (Fisher et al., 2008). Esta heterogeneidade
exige mapas de oferta e demanda de serviços ambientais.
Burkhard et al. (2012) consideram que os mapas são ferramentas poderosas
devido ao seu potencial para a visualização de fenômenos complexos, como é o caso
dos serviços ambientais. O mapeamento é uma ferramenta útil também para ilustrar
e quantificar a defasagem espacial entre o fornecimento de serviços ambientais e a
demanda que pode então ser usada para comunicação e para apoiar a tomada de
decisão.
Martínez-Hames e Balvanera (2012) salientam que os mapeamentos de serviços
ambientais são ferramentas importantes para os tomadores de decisão, permitindo,
por exemplo, identificar espacialmente quais áreas devem ser preservadas devido a
sua importância para o fornecimento de serviços. Esses mapas também são
importantes para avaliação espacial de sinergias entre serviços ambientais, bem como
para priorizar as áreas que permitam o alinhamento de múltiplas metas de
conservação. O mapeamento de áreas-chave para o fornecimento de serviços
ambientais é essencial para o desenvolvimento de estratégias que assegurem seu
suprimento futuro. Em resposta à demanda por informações espaciais, nos últimos
anos, várias novas abordagens de mapeamento de serviços ambientais foram
desenvolvidas e aplicadas por vários autores em diferentes escalas espaciais
(BURKHARD et al., 2012). Seppelt (2012) comenta que aumentou na última década
a pesquisa sobre mapeamento de serviços ambientais. Maes et al. (2012) trazem
27
exemplos de iniciativas focadas na modelagem de serviços ambientais, como o
Natural Capital Project e a Intergovernmental Platform on Biodiversity and Ecosystem
Services (IPBES), lançadas para orientar o fluxo das informações científicas
relacionadas com os serviços ambientais.
Portanto, a quantificação explícita e o mapeamento dos serviços ambientais
estão entre os principais requisitos para a tomada de decisão (DAILY e MATSON,
2008). Porém, como afirmam Haaren e Albert (2011), a ciência do planejamento
espacial não conseguiu ainda se conectar de forma ampla à discussão internacional
sobre os serviços ambientais. Turner e Daily (2008) ainda alertam para o fato de que,
infelizmente, ainda há uma clara falta de informações relevantes para a tomada de
decisão em escala local.
Cabe destacar que no início dos anos 1990, a Agenda 21, documento final da
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em sua
Seção IV, Capítulo 40, intitulado “Informação para a Tomada de Decisão”, enfatizou a
necessidade de se incrementar as atividades de aquisição, avaliação e análise de
dados utilizando novas tecnologias, tais como: Sistema de Informações Geográficas
(SIG), Sensoriamento Remoto (SR) e Sistema de Posicionamento Global (GPS)
(MARUYAMA e AKIYAMA, 2003).
Desde o início da década de 1990 a construção das chamadas Infraestruturas
de Dados Espaciais (IDEs) vem sendo considerada uma ação essencial de boa
governança, tanto pelo Estado quanto pela sociedade, em diversos países, conforme
a pesquisa de Onsrud (2001). As IDEs são definidas como um conjunto de
tecnologias, políticas e arranjos institucionais que facilitam a disponibilidade e o
acesso aos dados espaciais (GSDI Cookbook, 2015).
Assim sendo, constitui fundamento da sociedade democrática estruturar no país
um sistema de informações estratégicas articuladas e integradas, por meio de arranjos
28
institucionais estabelecidos entre as entidades oficiais gestoras de bases de dados,
que contribua de modo efetivo para o conhecimento da realidade nacional (IBGE,
2016).
A seguir são apresentadas duas iniciativas, como exemplos, uma brasileira e
uma europeia, que tem por objetivo a organização de dados, compilando-os e
disponibilizando-os em uma única base de dados.
Iniciativa brasileira:
O Brasil implementou uma IDE brasileira, a Infraestrutura Nacional de Dados
Espaciais (INDE), que visa catalogar, integrar e harmonizar dados geoespaciais
produzidos ou mantidos por instituições do governo brasileiro, de maneira que possam
ser facilmente localizados, explorados em suas características e acessados para os
mais diversos usos, por qualquer cliente com acesso à Internet (INDE, 2010).
Iniciativa europeia:
A União Europeia (UE) criou uma base de dados que reúne informações sobre
serviços ambientais e dados espaciais chamado Sistema de informação sobre
biodiversidade para a Europa – Biodiversity Information System for Europe (BISE).
O BISE é um ponto único de entrada de dados e informações sobre a
biodiversidade, que liga políticas relacionadas, centro de dados ambientais, avaliação
e resultados de pesquisa de várias fontes. O sistema europeu foi desenvolvido para
reforçar a base de conhecimento em apoio à implementação da estratégia de
biodiversidade da União Europeia conforme as metas da 10ª Conferência das Partes
para Convenção Sobre Diversidade Biológica (COP-10), e para avaliação dos
programas na conquista dos objetivos para 2020.
29
3. MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado com base nas bases de dados de livre acesso,
com potencial de auxiliar no processo de tomada de decisão de planejamento
ambiental, e mais especificamente, que apresentam dados sobre temas relacionados
à provisão de serviços ambientais hídricos no Estado do Rio de Janeiro.
A metodologia foi dividida em etapas, conforme o fluxograma apresentado a
seguir:
Figura 5. Fluxograma das etapas metodológicas.
3.1. Levantamento bibliográfico de planejamento ambiental; serviços ambientais
e serviços ambientais hídricos
Em um primeiro momento foi realizado um levantamento bibliográfico, para
embasar a busca de temas mais específicos de planejamento ambiental hídrico.
Nessa busca foi feita a fundamentação teórica do trabalho e escolhidas duas
publicações, Brauman et al. (2007) e Millennium Ecosystem Assessment, MA (2003),
30
para serem utilizadas na segunda etapa, cujo objetivo foi revisar e categorizar os
serviços ambientais hídricos.
Brauman et al. (2007) foi escolhido pela forma como organizou os serviços
ambientais hídricos, mostrando-os como resultado dos processos ecológicos e dos
atributos hidrológicos dos ecossistemas (Quadro 1). A escolha do MA (2003) foi
baseada na importância do documento, o qual foi organizado pela ONU entre os anos
de 2001 e 2005, e envolveu o trabalho de mais de 1300 especialistas em todo o
mundo, sendo, portanto, fruto de um grande esforço mundial, e uma referência
amplamente utilizada em diversos estudos.
Essas publicações deram subsídios para identificar os principais serviços
ambientais hídricos e os temas que afetam esses serviços.
3.2. Revisão e categorização dos serviços ambientais hídricos
Houve a necessidade de identificar todos os serviços ambientais resultantes de
processos que envolvem os recursos hídricos para estabelecer quais seriam os temas
necessários à compreensão desses serviços, de forma a subsidiar a elaboração do
planejamento ambiental hídrico.
Diante disso, a primeira análise foi realizada tendo como objetivo identificar os
serviços ambientais hídricos para, em seguida, relacionar quais são as áreas de
conhecimento ou temas necessários para seu estudo. Essa análise foi realizada
buscando integrar a categorização de serviços ecossistêmicos proposta por MA
(2003), Figura 2, e a descrição dos serviços ambientais hídricos apresentada por
Brauman et al. (2007), no Quadro 1.
31
Quadro 1. Serviços hidrológicos a partir de processos eco-hidrológicos e de seus
atributos
Processos eco-hidrológicos
da água (o que o
ecossistema faz)
Atributos hidrológicos
(efeito direto do
ecossistema)
Serviços hidrológicos (o que o
beneficiário recebe)
1. Interações climáticas
locais
2. O uso da água pelas
plantas
Quantidade
13. Armazenamento e fluxo de
águas superficiais e
subterrâneas.
19. Desvio de água para
abastecimento (uso
consuntivo): Água para
abastecimento municipal,
agrícola, comercial, industrial,
termelétrica e usos de
geração de energia.
20. Abastecimento de água local
(uso não consuntivo): Água
para a energia hidrelétrica,
recreação, transporte,
fornecimento de peixe e
outros produtos de água
doce.
21. Mitigação de danos causados
pela água: Redução de danos
causados pelas inundações,
salinização das terras secas,
intrusão de água salgada,
sedimentação.
22. Espiritual e estético: Uso
religioso, turismo e educação.
23. Suporte: Água e nutrientes
vitais para estuários e
preservação de outros
habitats.
3. Filtração ambiental
4. Estabilização do solo
5. Adições / subtrações
químicas e biológica
Qualidade
14. Patógenos,
15. Nutriente, salinidade
16. Sedimento.
6. Desenvolvimento do solo
7. Modificação da superfície
do solo
8. Alteração da superfície do
percurso de escoamento
9. Evolução do curso da
água
Localização
17. Localização na superfície,
montante do rio, jusante
do rio, dentro e fora do
canal.
10. Controle de velocidade de
fluxo
11. Armazenamento de água
a curto e longo prazo
12. Sazonalidade do uso da
água
Fluxo
18. Fluxos de pico, com base
fluxos, velocidade.
Fonte: adaptado de BRAUMAN et al. (2007).
A categorização proposta por MA (2003) foi revista de forma a considerar todos
os serviços ecossistêmicos que envolvem aspectos hídricos e agrupá-los para dar
maior visibilidade ao papel da água no fornecimento dos mesmos. A descrição dos
serviços hídricos e sua relação com os processos hidrológicos presentes na natureza,
32
proposta por Brauman et al. (2007) permitiram o detalhamento desses serviços e seu
agrupamento. Os autores elencaram os processos eco-hidrológicos, que representam
“o que o ecossistema faz naturalmente”, como por exemplo, uso da água pelas
plantas; os atributos hidrológicos, que representam “o efeito direto do ecossistema”,
por exemplo, armazenamento e fluxo de água subterrânea; e os serviços hidrológicos,
“o que o beneficiário recebe”, por exemplo, a água para abastecimento. No Quadro 1
observa-se que cada serviço tem atributos hidrológicos referentes à quantidade,
qualidade, localização e tempo de fluxo. O abastecimento de água municipal, por
exemplo, exige não apenas uma quantidade adequada de água, mas também que
seja de qualidade aceitável e no lugar certo e no momento certo. Os atributos são
afetados por vários processos do ecossistema.
A partir dos resultados dessa análise foi possível estabelecer quais dados e
temas são importantes para o planejamento ambiental e para a tomada de decisão
considerando os serviços ambientais hídricos. Escolheu-se sete temas principais
(mapeamento e caracterização dos recursos hídricos, solo, uso e cobertura da terra,
clima, uso da água, monitoramento da água e relevo) para a análise da disponibilidade
de dados referentes a eles em bancos de dados.
3.3. Prospecção dos bancos de dados existentes
As demais etapas do estudo foram realizadas selecionando-se o Estado do Rio
de Janeiro como área de estudo. A seleção da área de estudo foi feita para reduzir o
universo do levantamento de dados, uma vez que a disponibilidade e adequação de
dados requer um recorte geográfico.
Dessa forma, foram analisados os dados que abrangem todo o Estado do Rio de
Janeiro. Porém, uma exceção foi feita no caso das bacias hidrográficas. Não foram
encontrados dados apenas para uma das nove bacias do Estado, a bacia de Ilha
33
Grande. Mesmo sem abranger todo o Estado, a análise foi realizada devido à
relevância desses dados para o planejamento ambiental hídrico.
Na terceira etapa do trabalho foi realizado o levantamento das bases de dados
existentes e disponíveis. Essa busca foi feita na internet, considerando as principais
fontes de dados federais, estaduais e regionais. Nessa etapa pesquisamos também
outras fontes de informação, como o LabGis, uma iniciativa da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (UERJ) que apresenta a compilação de algumas fontes de dados
geográficos para o Brasil e para o Rio de Janeiro e disponibiliza seus endereços
eletrônicos na sua página da internet.
O foco principal foram as bases de dados espaciais, mas em alguns casos foram
utilizadas bases de dados estatísticos, por serem as únicas fontes de informação
sobre alguns temas. Embora não espacializados, esses dados são apresentados por
unidade de área, em geral município, permitindo sua espacialização.
Num primeiro momento, foi verificado somente se a instituição tinha base de
dados ativa. Caso existisse a base de dados, verificava-se se era possível acessá-la.
Após esse levantamento, passou-se para a etapa de análise e crítica dos dados
encontrados. É importante destacar que muitas instituições foram pesquisadas, porém
só foram citadas no trabalho as que apresentam dados associados aos temas
selecionados.
Nessa etapa foi feita a busca por informações sobre os temas selecionados na
etapa 2 da metodologia, nas bases de dados identificadas na etapa 3. Os resultados
foram organizados por tipo de fonte, divididas em bases de dados de instituições
federais e estaduais. Também foram utilizadas informações de comitês de bacias
hidrográficas e acrescidos dados estatísticos por município.
34
3.4. Análise da disponibilidade, escala, temporalidade e abrangências temática
e geográfica dos dados
Para os dados de cada fonte foram analisadas a disponibilidade, a escala, a
temporalidade e a abrangência dos dados, neste caso, tanto a abrangência temática
quanto a geográfica.
Na análise de abrangência temática, verificou-se a qual dos sete temas
selecionados os dados correspondiam, e em relação à sua abrangência geográfica
verificou-se se o dado se estendia para toda a área de estudo.
Para cada dado encontrado foi anotada a sua escala, o ano de referência, a
existência de metadados associados e disponibilidade de acesso. A informação sobre
a escala é necessária para se conhecer o detalhamento do levantamento e avaliar se
está adequada para a compreensão dos aspectos necessários ao estudo. A referência
temporal é necessária para saber se os dados são atualizados ou encontram-se
defasados, face à dinâmica do tema e da área em estudo. Os metadados trazem
importantes informações sobre os dados e sua qualidade, por exemplo, autoria,
informações sobre metodologia de obtenção, além de informar a escala e a
temporalidade. Considerou-se aqui dados como disponíveis, aqueles que podem ser
copiados e são fornecidos em formato aberto. Dados fornecidos em formato de figuras
ou outros não manuseáveis (pdf, jpg, etc.) foram considerados como indisponíveis.
Em alguns casos em que existia o dado, mas ele não estava completo, por
exemplo, faltava informação como escala e metadados, buscou-se o contato com as
instituições responsáveis para confirmar se existia o dado ou metadados.
35
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Categorização dos serviços ambientais hídricos
Considerando a descrição dos serviços ambientais hídricos proposta por
Brauman et al. (2007), apresentada no Quadro 1, a categorização dos serviços
ecossistêmicos proposta por MA (2003) foi revista de forma a identificar os principais
serviços ambientais hídricos que estão ligados a essas categorias. O resultado final é
sintetizado no Quadro 3. Para auxiliar na análise, os serviços ambientais hídricos
descritos por Brauman et al. (2007) estão numerados em sequência no Quadro 1 e
identificados pelo mesmo número no Quadro 2.
Como resultado dessa análise, chegou-se a dez serviços ambientais hídricos,
categorizados em serviços de provisão, regulação, cultural e suporte segundo o
modelo proposto por MA (2003), sendo que cada um deles está relacionado a um ou
mais itens identificados por Brauman et al. (2007), referentes a processo, atributo e
serviço.
É importante destacar que os processos, atributos e serviços propostos por
Brauman et al. (2007) foram reorganizados e agrupados. Por exemplo, o serviço
“desvio de água para abastecimento” (19), foi dividido em três tipos de serviços:
”abastecimento de água para população humana”, “fornecimento de água para
agricultura (irrigação), pecuária e silvicultura, (produção de alimentos, fibras, etc.)” e
“fornecimento de água para outras atividades humanas (energia, indústria, mineração
etc.)”. Por sua vez, o serviço “fornecimento de água para agricultura (irrigação),
pecuária e silvicultura, (produção de alimentos, fibras, etc.)” foi caracterizado reunindo
um processo (2), um atributo (13) e um serviço (19) estabelecidos por Brauman et al.
(2007).
36
Quadro 2. Categorização proposta para os serviços ambientais hídricos, com base na
análise conjunta da descrição dos serviços hídricos proposta por Brauman
et al. (2007) e da categorização de serviços ecossistêmicos proposta por
Millennium Ecosystem Assessment (2003)
Categoria segundo MA (2003)
Serviços Ambientais Hídricos segundo MA (2003)
Serviços Ambientais Hídricos Segundo proposição deste estudo
Provisão Alimentos (água)
Fibras/madeira
Recursos genéticos (água)
Recursos medicinais (água)
Recursos ornamentais (água)
Água potável (água)
Abastecimento de água para população humana (19) Fornecimento de água para agricultura (irrigação), pecuária e silvicultura, (produção de alimentos, fibras etc.) (2, 13, 19)
Fornecimento de água para outras atividades humanas (energia, indústria, mineração etc.) (19, 20)
Regulação Regulação da qualidade do ar
Regulação do clima (incluindo sequestro de C) (água)
Regulação dos fluxos de água (enchente/seca) (água)
Purificação da água (água)
Fertilidade do solo (água)
Prevenção da erosão (água)
Controle biológico (doenças/pragas) (água)
Polinização
Prevenção de desastres (água)
Controle de resíduos (água)
Disponibilidade de água para manutenção dos processos físicos, químicos e biológicos incluindo a manutenção da vida nos sistemas naturais (1, 2, 3, 5, 7, 13) Regulação do fluxo hídrico incluindo controle de inundações e secas, manutenção da umidade e controle do transporte de sedimentos (4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 16, 17, 18, 21) Controle de vetores patogênicos associados a doenças de veiculação hídrica (14)
Cultural Valores estéticos (paisagem) (água)
Recreação e turismo (água)
Valores espirituais e religiosos (água)
Valores educacionais/culturais (água)
Fornecimento de água para atividades culturais, educacionais, religiosas e de lazer (20, 22)
Beleza cênica (17, 22)
Suporte Manutenção da biodiversidade (água)
Manutenção do ciclo de vida (ciclagem de nutrientes e da água/fotossíntese) (água)
Formação do solo (água)
Habitat e manutenção da biodiversidade aquática (20, 23)
Disponibilidade de água para os processos físicos, químicos e biológicos como suporte para o funcionamento dos ecossistemas incluindo formação do solo, ciclagem de nutrientes etc. (5, 6, 7, 15, 23)
* Os números na coluna da direita correspondem à descrição dos serviços encontradas no Quadro 1.
37
Esse resultado obtido auxiliou nas etapas posteriores da pesquisa, uma vez que
a partir dessa classificação foi possível identificar quais os componentes que afetam
os serviços ambientais hídricos e os temas necessários ao estudo desses serviços
para, a partir disso, fazer a busca nos bancos de dados disponíveis.
A partir do resultado acima elegemos sete temas para direcionar a busca de
base dados. São eles: mapeamento e caracterização dos recursos hídricos; solo; uso
e cobertura da terra; clima; uso da água; monitoramento da água; e relevo.
Entendemos que as informações associadas a esses temas são necessárias
para o estudo dos serviços ambientais hídricos e são essenciais para tomadores de
decisão em um planejamento ambiental hídrico. A relação entre as categorias de
serviços ambientais hídricos e os temas que agregam informações necessárias ao
seu estudo é apresentada no Quadro 3.
38
Quadro 3. Relação dos temas com as categorias de serviços ambientais hídricos
Temas Serviços Ambientais Hídricos
Mapeamento e caracterização dos recursos
hídricos
Solo Uso e cobertura da
terra
Clima Uso da água Monitoramento da água
Relevo
Abastecimento de água para população humana
X --- --- X X X ---
Fornecimento de água para agricultura (irrigação), pecuária e silvicultura, (produção de alimentos, fibras, etc.)
X X X X X X X
Fornecimento de água para outras atividades humanas (energia, indústria, mineração, etc.)
X --- X X X X ---
Disponibilidade de água para manutenção dos processos físicos, químicos e biológicos incluindo a manutenção da vida nos sistemas naturais
X X X X --- X X
Regulação do fluxo hídrico incluindo controle de inundações e secas, manutenção da umidade e controle do transporte de sedimentos
X X X X --- X X
Controle de vetores patogênicos associados a doenças de veiculação hídrica
X X X X --- X ---
Fornecimento de água para atividades culturais, educacionais, religiosas e de lazer
X --- --- --- X --- X
Beleza cênica
X X X --- --- --- X
Habitat e manutenção da biodiversidade aquática
X --- X --- --- X ---
Disponibilidade de água para os processos físicos, químicos e biológicos como suporte para o funcionamento dos ecossistemas incluindo formação do solo, ciclagem de nutrientes, etc.
X X --- X --- X X
39
Aos temas relacionados estão associados dados e informações que ajudam na
compreensão dos serviços ambientais hídricos. Porém, eles não esgotam todos os
temas necessários para tal, principalmente porque esses serviços são muito diversos
e estão em quase todos os processos da natureza. O recorte aqui estabelecido teve
como objetivo identificar os principais temas que estão relacionados, em maior ou
menor grau, a todos esses serviços. Porém, destaca-se que para alguns deles esse
conjunto de temas não é suficiente para sua compreensão, por exemplo, os culturais
- “fornecimento de água para atividades culturais, educacionais, religiosas e de lazer”
e “beleza cênica” – e o relacionado a doenças de veiculação hídrica.
Os temas selecionados foram úteis para a próxima etapa, na qual procuramos
por esses temas e os dados associados a eles nas bases de dados disponíveis.
4.2. Disponibilidade de dados para o planejamento ambiental com foco nos
serviços ambientais hídricos do Estado do Rio de Janeiro
Os resultados da prospecção de dados existentes e a análise da sua
disponibilidade, escala, temporalidade e abrangência é apresentada a seguir,
dividindo-se as fontes de dados que possuem informações disponíveis nas categorias
federal, estadual, bacias hidrográficas e acrescidos dados estatísticos por município.
A disponibilidade foi analisada observando-se se o dado estava ou não disponível
para download.
As instituições federais que apresentaram dados foram: Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE),
Geoportal Embrapa, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET), Portal SOMA Brasil – Sistema de Observação e
40
Monitoramento no Brasil, Agência Nacional de Águas (ANA). O Quadro 4 apresenta a
relação de instituições federais e os temas encontrados em cada uma.
Quadro 4. Relação das instituições federais e os temas encontrados
Tema Instituição
Mapeamento e
caracteriza-ção dos recursos hídricos
Solo Uso e cobertu-
ra da terra
Clima Uso da água
Monito-ramento da água
Relevo
IBGE X X X X --- X X
INDE X X X X --- X X
Geoportal Embrapa
--- X --- --- --- --- ---
MMA --- X --- X --- --- X
INMET --- --- --- X --- --- ---
Portal SOMA BRASIL
X X X X --- X X
ANA X --- --- X X X
---
Os Quadros 5 a 11 apresentam a relação das características dos dados
geográficos do Estado do Rio de Janeiro nas bases de dados de cada uma das
instituições federais listadas anteriormente.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possui uma plataforma
cujo acesso é realizado no próprio site, a qual disponibiliza uma listagem de dados.
As informações disponíveis em nível estadual, como uso da terra, solo e clima só
existem para alguns estados da região Norte do País. Há também dados que
abrangem todo o Brasil, porém em escala muito pequena para o planejamento
estadual (1:1.000.000). Os dados cartográficos disponíveis, que reúnem a delimitação
dos recursos hídricos, são fornecidos em escalas diversas e recortados em cartas ou
41
folhas do mapeamento sistemático do país. Para o Rio de Janeiro, a maior escala
disponível é 1:25.000 (Quadro 5).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística disponibiliza uma base de dados
detalhada sobre saneamento básico em cada município do Estado, dados de uso da
água (abastecimento, tratamento), porém são dados estatísticos, não
georreferenciados. Esses dados também foram considerados neste levantamento, e
serão apresentados separadamente.
Quadro 5. Dados levantados no IBGE
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Hidrografia
Bases cartográficas
do país
1:1.000.000
1:25.000
2010
Possível download
Sim ---
Solo Classificação do solo
1:1.000.000 2010 Possível download
Sim ---
Uso e cobertura da terra
Uso e cobertura da
terra
1:1.000.000 2014 Possível download
Sim ---
Clima Clima 1:5.000.000 2002 Possível download
Sim ---
Uso da água --- --- --- --- --- ---
Monitoramento da água
Índice de qualidade da
água
1:6.000.000 2015 Possível download
Sim ---
Relevo BCIM-Relevo
1:1.000.000
2014 Possível download
Sim ---
A Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) tem o propósito de reunir
dados de outras instituições, porém poucas instituições alimentam a plataforma. A
maior parte dos dados encontrados sobre os temas selecionados neste estudo são do
IBGE, e como já foi descrito, não existem dados específicos do Estado do Rio de
Janeiro. Além de dados do IBGE, foram observados dados de balanço hídrico
42
quantitativo e qualitativo da ANA, porém em escala de 1:1.000.000, sendo muito
genérica para planejamento no Estado (Quadro 6).
Quadro 6. Dados levantados na INDE
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Hidrografia 1:1.000.000 2010 Possível download
Sim IBGE
Solo Classificação do solo
1:1.000.000 2010 Possível download
Sim IBGE
Uso e cobertura da terra
Uso e cobertura da
terra
1:1.000.000 2014 Possível download
Sim IBGE
Clima Mapa de clima
1:5.000.000 2010 Possível download
Sim IBGE
Uso da água --- --- --- --- --- ---
Monitoramento da água
Balanço hídrico
quantitativo e qualitativo
1:1.000.000 2010 Possível download
Sim ANA
Relevo Relevo do Brasil
1:5.000.000 2006 Possível download
Sim IBGE
O visualizador da plataforma da INDE permite que se faça buscas, por exemplo,
por tema ou instituição, organiza os dados e fornece os metadados associados. Nas
análises foi possível perceber que a INDE necessita ainda de melhoras e mais
incentivo para que as instituições a utilizem para disponibilizar seus dados. Apesar
das dificuldades, é um importante passo para que haja integração de dados, dos
maiores centros de pesquisa, empresas e Estado, para que, no futuro, esta iniciativa
possa melhorar o acesso às informações produzidas, ajudando dessa forma a
melhorar políticas públicas, evitar desperdício de tempo e dinheiro e aperfeiçoar os
resultados das análises.
43
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mantém um portal
com dados e metadados associados, no qual se pode fazer busca por tema,
localização e palavra-chave. O dado encontrado nessa plataforma para todo o Estado
do Rio de Janeiro foi o mapa de solos, em escala 1:250.000, sendo apresentado em
cartas que, reunidas, abrangem toda a área do Estado (Quadro 7). O portal também
apresenta outras informações fragmentadas, mas que não abrangem toda a área do
Estado, apenas parte dele, como dados de remanescentes vegetais.
Quadro 7. Dados levantados no Geoportal Embrapa
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
--- --- --- --- --- ---
Solo Mapa de solo do
Estado do Rio de Janeiro
1:250.000 2002 Possível download
Sim ---
Uso e cobertura da terra
--- --- --- --- --- ---
Clima --- --- --- --- --- ---
Uso da água --- --- --- --- --- ---
Monitoramento da água
--- --- --- --- --- ---
Relevo --- --- --- --- --- ---
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) apresenta um sistema de mapas
interativos. Eles compõem uma ferramenta online, que funciona como uma base de
dados, onde os mapas são apresentados com várias camadas associadas, e o usuário
pode manipulá-las. No MMA os mapas são classificados por temas e é possível o
download de alguns dados, porém em pequena escala (1:1.000.000). Existem dados
44
sobre o Zoneamento Ecológico Econômico do Baixo Paraíba do Sul contendo
sistemas ambientais, vegetação, unidades de intervenção, solos, geologia,
geomorfologia, porém esses dados não abrangem todo o Estado do Rio de Janeiro
(Quadro 8).
45
Quadro 8. Dados levantados no MMA
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
--- --- --- --- --- ---
Solo Solo 1:5.000.000 2001 Possível download Sim ---
Uso e cobertura da terra
--- --- --- --- --- ---
Clima Precipitação média anual
Indeterminada 1960 a 1990 Possível download Não ---
Uso da água --- --- --- --- --- ---
Monitoramento da água
--- --- --- --- --- ---
Relevo Relevo SRTM 30 e 90 m Indeterminado Possível download Não ---
46
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) tem um portal que é alimentado
com dados de estações convencionais e automáticas, fornecendo mapas da
precipitação acumulada variando de 24 horas até 90 dias, precipitação total anual,
balanço hídrico climático, de cultivo e sequencial, porém sem escala definida. Alguns
desses mapas são interativos, sendo disponível aos usuários para visualização e
download dos dados. O INMET também possui o Banco de Dados Meteorológicos
para Ensino e Pesquisa (BDMEP) que disponibiliza metadados dos dados de
precipitação na escala horária, diária e mensal.
O Estado do Rio de Janeiro possui 6 estações meteorológicas convencionais e
o tamanho das séries de precipitação é superior a 50 anos de dados (Quadro 9). O
Estado ainda dispõe de 20 estações meteorológicas automáticas que possuem
informações horárias. Porém, o tamanho das séries dessas estações é bem menor do
que os das estações convencionais, além de que os dados ficam disponíveis no portal
por um curto período de tempo. Os dados de precipitação e temperatura do ar
disponibilizados pelo INMET podem ser utilizados para gerar mapas temáticos com
informações espacializadas.
O portal do SOMABRASIL (Sistema de Observação e Monitoramento da
Agricultura no Brasil) é outro portal vinculado à Embrapa. Esse portal conta, assim
como o MMA, com mapas interativos, sendo possível fazer download dos dados e
metadados, que estão organizados por temas. Porém, os dados que abrangem o Rio
de Janeiro apresentam escalas pequenas, que variam de 1:1.000.000 e 1:5.000.000
(Quadro 10).
47
Quadro 9. Dados levantados no INMET
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
--- --- --- --- --- ---
Solo --- --- --- --- --- ---
Uso e cobertura da terra
--- --- --- --- --- ---
Clima Dados pluviométricos; localização da rede de
estações
Indeterminada 1960 a 2016
Possível download Não BDMEP
Uso da água --- --- --- --- --- ---
Monitoramento da água
--- --- --- --- --- ---
Relevo --- --- --- --- --- ---
48
Quadro 10. Dados levantados no SOMABRASIL
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Hidrografia 1:1.000.000 2013 Possível download Sim ---
Solo Solo 1:5.000.000 2013 Possível download Sim ---
Uso e cobertura da terra
Uso e cobertura da terra
1:5.000.000 2006 Possível download Sim ---
Clima
Clima 1:5.000.000 2013 Possível download Sim ---
Uso da água --- --- --- --- --- ---
Monitoramento da água
Disponibilidade hídrica
1:1.000.000 2015 Possível download Sim ---
Relevo Relevo SRTM 30 m Indeterminado Possível download Não ---
49
O portal da Agência Nacional de Águas (ANA) conta com duas bases de dados,
o Atlas Brasil e o SNIRH. O Atlas Brasil tem informações sobre a situação de oferta
de água, planejamento de oferta de água, mananciais e a demanda de água. Porém
sem dados para download. O Sistema Nacional de Informações sobre Recursos
Hídricos (SNIRH) possui os seguintes mapeamentos:
Divisão hidrográfica (divisão de bacias e corpos hídricos superficiais e
dominialidade),
Quantidade e qualidade da água (chuva, rede hidrometeorológica nacional,
estações de medição de água superficial, água subterrânea e reservatórios),
Usos da água (demandas, Irrigação, abastecimento urbano, hidroeletricidade),
Balanço hídrico (qualitativo, quantitativo, quali-quantitativo e bacias críticas),
Eventos hidrológicos críticos (série histórica das secas, inundações, salas de
situação, atlas de vulnerabilidade e inundações),
Planejamento (bacias e estados com plano de recursos hídricos),
Regulação e fiscalização (fiscalização, outorgas e cobrança pelo uso de
recursos hídricos).
Esses mapas podem ser consultados de forma interativa e há metadados
associados, sendo possível fazer download. Porém a escala é pequena (1:1.000.000),
conforme observa-se no Quadro 11.
A Agência Nacional de Águas possui uma base de dados chamada HidroWeb,
que conta com informações de estações pluviométricas e fluviométricas. O Estado do
Rio de Janeiro, assim como outros estados, possui muitas estações pluviométricas,
com tamanho de séries variadas. Da mesma forma que os dados do INMET, os dados
disponibilizados pelo HidroWeb podem ser utilizados para gerar mapas temáticos com
informações especializadas, os mapas podem ser gerados no próprio HidroWeb.
50
Quadro 11. Dados levantados na ANA
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Divisão hidrográfica 1:1.000.000 2013 Possível download Sim ---
Solo --- --- --- --- --- ---
Uso e cobertura da terra
--- --- --- --- --- ---
Clima Chuvas; Localização das estações
--- 1940 a 2015
--- Não HidroWeb
Uso da água Usos da água; Planejamento
1:1.000.000 2013 Possível download Sim ---
Monitoramento da água
Quantidade e qualidade da água;
balanço hídrico; eventos hidrológicos críticos; regulação e
fiscalização
1:1.000.000 2013 Possível download Sim ---
Relevo --- --- --- --- --- ---
51
No caso das instituições federais, a maior parte dos dados analisados estão em
escala de 1:1.000.000 ou 1:5.000.000, que são muito genéricas para um planejamento
ambiental hídrico no Estado do Rio de Janeiro. Para o tema “solos” foi encontrado
mapeamento em uma escala mais adequada, 1:250.000, no Geoportal da Embrapa.
A hidrografia encontra-se mapeada no sistema cartográfico nacional, chamado;
“bases cartográficas do Brasil”, que, no caso do Rio de Janeiro, está disponível em
escala de 1:25.000.
É importante destacar que as estações do INMET compõe uma grande rede de
dados meteorológicos, com informações disponíveis de cada estação, o que permite
a criação de mapas temáticos com as informações coletadas.
Vale lembrar que, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por meio
do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), também possui
algumas estações automáticas no Rio de Janeiro. No portal do CPTEC é fornecida,
como exemplo, a precipitação observada na última hora bem como a precipitação
acumulada em 24 e 48 horas.
As instituições estaduais que apresentaram dados foram: Instituto Estadual do
Ambiente (INEA), Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação
de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (CEPERJ) e Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (SEDRAP). O Quadro 12
apresenta a relação das instituições estaduais e os temas encontrados em cada uma.
52
Quadro 12. Relação das instituições estaduais e os temas
Temas Instituição
Mapeamento e
caracteriza-ção dos recursos hídricos
Solo Uso e cobertura da terra
Clima Uso da
água
Monitora-mento da
água
Relevo
INEA X --- X X X X X
CEPERJ X X --- --- --- --- ---
SEDRAP X X X --- --- --- ---
Os Quadros 13 a 15 apresentam a relação das características dos dados
geográficos para o Estado do Rio de Janeiro em bases de dados de cada instituição
estadual mencionada.
O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) não possui uma base de dados que
reúne dados ambientais do Estado, mas são encontrados em suas páginas na internet
alguns dados para download (Quadro 13). Porém, não há metadados associados,
nem informação sobre escala e temporalidade. Os dados encontrados nas páginas do
INEA foram: base cartográfica, fases de emancipação, geologia, geomorfologia,
precipitação, temperatura, déficit hídrico, excedente hídrico, evapotranspiração,
bioclimático, vegetação potencial, indicadores, potencial econômico, perfil econômico,
grandes empreendimentos e potencial poluidor, disponibilidade hídrica, vazão,
outorga industrial, outorga abastecimento, tipologia tratamento, destino consórcio,
desenvolvimento da gestão ambiental, uso e cobertura, Unidades de Conservação
(UCs), áreas protegidas, conectividade ecológica, ameaça as fitofisionomias,
fragilidade, susceptibilidade a incêndios, estações de monitoramento, IQ água,
balneabilidade, IQ ar, educação ambiental, conservação, restauração, Rio + limpo,
Rio + limpo saneamento, Rio Rural, programa de saneamento ambiental.
53
Quadro 13. Dados levantados no INEA
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Disponibilidade hídrica
Indeterminada Indeterminado Possível download
Não ---
Solo --- --- --- --- --- ---
Uso e cobertura da terra
Uso e cobertura 1:100.000 2010 --- Não ---
Clima Bioclimático Indeterminada Indeterminado Possível download
Não HidroWeb
Uso da água Usos da água; Planejamento
Indeterminada Indeterminado Possível download
Não ---
Monitoramento da água
Disponibilidade hídrica
Indeterminada Indeterminado Possível download
Não ---
Relevo Altimetria Indeterminada Indeterminado Possível download
Não ---
54
O Instituto Estadual do Ambiente disponibiliza também um acesso que direciona
o usuário para um mapa de áreas contaminadas do Estado do Rio de Janeiro, abertas
no programa Google Earth, porém não são disponibilizadas informações sobre a
escala ou a temporalidade. O INEA disponibiliza ainda a plataforma do Projeto Baia
de Guanabara, que apresenta dados geográficos organizados, embora não abranja
todo o Estado.
O plano estadual de recursos hídricos, realizado pelo INEA traz dados sobre os
recursos hídricos do estado, mas essas informações somente estão disponíveis em
formato de imagem, não permitindo seu uso, por exemplo, em SIGs.
A Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de
Servidores Públicos do Rio de Janeiro (CEPERJ) possui uma base de dados, porém
as informações estão disponíveis apenas para venda. Não tem possibilidade de
acesso livre, conforme observa-se no Quadro 14.
Quadro 14. Dados levantados no CEPERJ
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Mapa das bacias
hidrográficas do Estado do
Rio de Janeiro
1:450.000 --- --- --- ---
Solo Mapa de solo do Rio de Janeiro
1:140.000 --- --- --- ---
Uso e cobertura da terra
--- --- --- --- --- ---
Clima --- --- --- --- --- ---
Uso da água --- --- --- --- --- ---
Monitoramento da água
--- --- --- --- --- ---
Relevo --- --- --- --- --- ---
55
O Web Geo é um Geoportal da antiga Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Regional, Abastecimento e Pesca (SEDRAP), que traz um mapa interativo com
possibilidade de sobrepor temas e realizar download. Tem como objetivo ser uma
base unificada do Estado do Rio de Janeiro, para as instituições estaduais
alimentarem. Os dados encontrados disponíveis são:
Limites político-administrativos,
Base cartográfica (hidrografia simples, hidrografia, altimetria),
Informações ambientais (reflorestamento, uso e cobertura vegetal, UCs,
bioclimático, vegetação potencial),
Informações INEA (empreendimentos produtores de energia, pecuária,
agricultura, mineroduto, gasoduto, estações de monitoramento, saneamento
ambiental, precipitações (isolinhas), estrutura geológica, geologia, grandes
empreendimentos),
Dados DRM (solos, litologia, recursos minerais, poços tubulares, geoquímica
sedimentos, isoietas, fraturas, falhas e zonas de cisalhamento, estações
pluviométricas, estações fluviométricas, deslizamentos, geoambiental).
O portal da SEDRAP apresenta os dados organizados, porém sem metadados
associados, dificultando a utilização, pois não traz informações relacionadas a escala,
temporalidade e nem a fonte do dado (Quadro 15).
56
Quadro 15. Dados levantados no SEDRAP
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Hidrografia Indeterminada Indeterminado Possível download Não ---
Solo Tipos de solo Indeterminada Indeterminado Possível download Não ---
Uso e cobertura da terra
Uso e cobertura da terra
Indeterminada Indeterminado Possível download Não ---
Clima --- --- --- --- --- ---
Uso da água --- --- --- --- --- ---
Monitoramento da água
--- --- --- --- --- ---
Relevo --- --- --- --- --- ---
57
Em relação aos dados analisados de instituições estaduais do Rio de Janeiro
observa-se, assim como na esfera federal, que a maior parte dos dados não tem
informações sobre escala nem metadados associados. Alguns dados que têm a
informação de escala associada estão disponíveis apenas para compra.
Foram também procurados dados do Plano Estadual de Recursos Hídricos e
ICMS Ecológico, entretanto o material encontrado está em formato de figura, o que
impede o uso.
Muitos dos dados analisados estão sem a informação de sua escala e sem
metadados associados, o que impede sua utilização em um planejamento. Em alguns
desses casos entramos em contato com a instituição para saber se essas informações
existiam, apesar de não estarem disponíveis, porém não obtivemos resposta.
Nota-se, portanto, a ausência de bases de dados estaduais que possam fornecer
informações mínimas necessárias ao planejamento ambiental hídrico do Estado.
O Quadro 16 apresenta a relação dos comitês de bacias hidrográficas e os temas
encontrados em suas bases de dados. O conjunto de todos os comitês de bacias
hidrográficas contempla todo o Estado do Rio de Janeiro, como mostra a Figura 6.
Algumas são boas fontes de informação e apenas a bacia de Ilha Grande não
apresenta base de dados.
58
Quadro 16. Relação dos comitês de bacias hidrográficas e os temas
Temas Instituição
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Solo Uso e cobertura da terra
Clima Uso da água
Monitoramento da água
Relevo
Comitê de bacia hidrográfica do Guandu
X X X X X X ---
Comitê de bacia hidrográfica da Baia de Guanabara
X --- X --- X X ---
Comitê de bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
X --- --- X X X ---
Comitê de bacia hidrográfica do Lagos São João
X --- --- --- --- X ---
59
Figura 6. Regiões Hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro, 2014.
Os Quadros 17 a 20 apresentam a relação das características dos dados
geográficos para o Estado do Rio de Janeiro em bases de dados dos comitês de
bacias hidrográficas.
As informações obtidas do Comitê de Bacia Hidrográfica do Guandu (Quadro 17)
têm dados para todos os temas propostos, em sua maioria em escala de 1:250.000,
que atende ao planejamento ambiental hídrico no Estado. Porém, para alguns dados
como a classificação do solo, a divisão climática e a demanda hídrica, que são
apresentados como originais do IBGE, fica a dúvida sobre a qualidade da informação,
uma vez que o IBGE somente disponibiliza esses dados em escala 1:1.000.000.
60
Quadro 17. Dados do Comitê de Bacia Hidrográfica do Guandu
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Hidrografia 1:250.000 2013 Possível download Sim ---
Solo Classificação do solo
1:250.000 2013 Possível download Sim IBGE
Uso e cobertura da terra Uso e cobertura da terra
1:1000.000 2014 Possível download Sim ANA
Clima Mapa de clima 1:250.000 2013 Possível download Sim IBGE
Uso da água Demanda hídrica 1:250.000 2013 Possível download Sim IBGE
Monitoramento da água Índice de qualidade da água
Indeterminada 2016 Possível download Sim INEA
Relevo --- --- --- --- --- ---
61
Os dados do Comitê de Bacia Hidrográfica da Baia de Guanabara referem-se
aos temas “Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos”, “Uso e cobertura da
terra”, “Uso da água” e Monitoramento da água”. Nenhum dos dados apresentou
metadados associados e a maior parte dos dados estão sem informação de escala
(Quadro 18). O dado de uso da água é apresentado por município. É possível fazer
download de todos os dados.
Na base de dados do Comitê da Bacia Lagos do São João (Quadro 19), as
escalas dos dados de hidrografia e de monitoramento da água são indeterminadas, e
não há dados disponíveis para os outros temas.
62
Quadro 18. Dados do Comitê de Bacia Hidrográfica da Baia de Guanabara
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Hidrografia Indeterminada 2013 Possível download Não ---
Solo --- --- --- --- --- ---
Uso e cobertura da terra
Uso e cobertura Indeterminada 2014 Possível download Não ---
Clima --- --- --- --- --- ---
Uso da água Mapa do saneamento; pontos de outorga de uso e finalidade de uso; tratamento de
esgoto
Municipal 2014 Possível download Não ---
Monitoramento da água Estações de monitoramento de qualidade da água
Indeterminada 2013 Possível download Não ---
Relevo --- --- --- --- --- ---
63
Quadro 19. Dados do Comitê de Bacia Hidrográfica dos Lagos São João
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Hidrografia Indeterminada 2015 --- Não ---
Solo --- --- --- --- --- ---
Uso e cobertura da terra
--- --- --- --- --- ---
Clima --- --- --- --- --- ---
Uso da água --- --- --- --- --- ---
Monitoramento da água Pontos de monitoramento da qualidade da água
Indeterminada 2015 --- Não INEA
Relevo --- --- --- --- --- ---
64
A base de dados do Comitê da Bacia do Rio Paraíba do Sul apresenta dados
sem escala definida para os temas de classificação do solo, e divisão climática
(Quadro 20). O dado de uso e cobertura da terra e balanço hídrico quantitativo e
qualitativo estão em escala de 1:1.000.000. Os dados de uso da água são fornecidos
por município. Observou-se ainda que ocorre uma incompatibilidade de datas, o dado
de monitoramento da água da Bacia do Paraíba do Sul está com a fonte da ANA e a
data apresentada nos seus metadados é de 2015, enquanto o dado disponibilizado
na ANA é do ano de 2010.
Esses exemplos mostram que pode haver falhas nos relatos dos metadados, o
que restringe o uso dos dados, ou, se utilizado, pode incorrer em erros.
O Comitê de Bacias Hidrográfica do Rio Macaé e das Ostras, e o Comitê de
Bacia Hidrográfica de Ilha Grande não tem dados espaciais disponíveis. O primeiro
tem apenas dados em pdf, em formato de figuras, portanto de uso restrito. Entretanto,
o site oficial do Comitê de Bacia de Ilha Grande não permite acesso.
O detalhamento dos dados de cada comitê de bacia hidrográfica está no
Anexo 1.
Devido à importância de dados sobre saneamento para o planejamento
ambiental hídrico, e a inexistência de dados espacializados para o Estado do Rio de
Janeiro, foram obtidos alguns dados estatísticos disponíveis no IBGE, os quais são
apresentados por município e abrangem todo o Estado. Os dados estão associados
aos temas mapeamento e caracterização dos recursos hídricos, uso e monitoramento
da água.
65
Quadro 20. Dados do Comitê de Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul
Tema Título Escala Ano Disponibilidade Metadados Fonte
Mapeamento e caracterização dos recursos hídricos
Hidrografia 1:1.000.000 2014 Possível download Sim ANA
Solo Classificação do solo
Indeterminada Indeterminado --- Não ---
Uso e cobertura da terra
Cobertura vegetal e uso do
solo
1:250.000 2011 Possível download Não ---
Clima Divisão climática Indeterminada Indeterminado --- Não IBGE
Uso da água Consumo médio de água; índice de atendimento de água; índice de atendimento
de esgoto
Município 2014 Possível download Não Sistema nacional de informação
sobre saneamento
Monitoramento da água
Balanço hídrico qualitativo e quantitativo
1:1.000.000 2015 Possível download Sim ANA e COHIDRO
Relevo --- --- --- --- --- ---
66
Na Quadro 21 são mostrados os tipos de dados estatísticos por município
encontrados no IBGE e que abrangem os subtemas abastecimento de água, gestão
municipal de saneamento básico e manejo de águas pluviais.
Quadro 21. Dados estatísticos disponibilizados pelo IBGE sobre saneamento básico
por município
Abastecimento de água Gestão Municipal de
saneamento básico
Manejo de águas
pluviais
Da
do
s e
sta
tís
tic
os
dis
po
nib
iliz
ad
os
Economias abastecidas Saneamento básico: manejo de águas pluviais, manejo de resíduos sólidos, rede coletora de esgoto, rede geral de distribuição de água, total com algum tipo de saneamento básico
Dispositivo coletivo de detenção ou amortecimento de vazão de águas pluviais urbanas: nos corpos receptores, fora dos corpos receptores
Rede de distribuição de água: Água sem tratamento, Parcialmente com água tratada, Total de municípios abastecidos por rede de distribuição, Totalmente com água tratada
Tratamento de água: forma de execução do serviço
Drenagem urbana subterrânea: tipo de rede coletora
Cobrança pelo serviço de abastecimento de água: existe cobrança, não existe cobrança
Manejo de águas pluviais (Forma de execução do serviço)
Manejo de águas pluviais (Pontos de lançamento do efluente)
Volume de água tratada distribuída por dia: existência e tipo de tratamento
Esgotamento sanitário: Forma de execução do serviço
Área de risco no perímetro urbano que demandam drenagem especial: tipo de área de risco
Instrumento legal regulador do serviço de abastecimento de água: tipo de instrumento legal regulador
Sistema de drenagem superficial nas ruas pavimentadas: percentual de ruas pavimentadas com drenagem superficial
Instrumento legal regulador do serviço de esgotamento sanitário: tipo de instrumento legal regulador
Instrumento legal regulador de manejo de águas pluviais: tipo de instrumento legal regulador
67
Os dados estatísticos por município têm foco específico em abastecimento
urbano, voltado para o uso da água pela população, controle de poluição e tratamento
de resíduos, não disponibilizando informação sobre disponibilidade hídrica e sobre a
capacidade para atender a população.
O IBGE apresenta também o portal Atlas do Saneamento Básico onde é possível
acessar mapas de todas as informações sobre saneamento, porém são mapas
digitalizados, em formato de imagem, sem possibilidade de manuseio e sem tabela
associada. Além disso, sua versão atualizada está disponível somente para venda.
A partir do levantamento realizado foi possível identificar os dados disponíveis e
a análise das restrições para o uso de dados de instituições federais e estaduais no
planejamento com foco nos serviços ambientais hídricos.
É importante destacar que o fato de não serem encontrados outros dados e
fontes de dados com informações complementares em apoio ao planejamento
ambiental hídrico, não significa que as instituições não reúnam essas informações. O
que se destaca aqui é a dificuldade em obter as informações necessárias, de forma
organizada e acessível.
É importante destacar ainda a insegurança em relação às informações
fornecidas nos metadados, uma vez que encontramos informações aparentemente
contraditórias sobre escala e data dos dados.
Após essas considerações podemos citar alguns problemas identificados na
análise dos bancos de dados, considerando a possibilidade de seu uso no
planejamento ambiental com foco nos serviços ambientais hídricos. São eles:
A falta de disponibilidade de dados para todos os temas,
Muitos dados apresentam escalas inadequadas para uso em planejamento
ambiental hídrico no estado do Rio de Janeiro,
68
A ausência de metadados: a descrição dos dados espaciais disponíveis é
frequentemente incompleta e raramente existente,
A ausência de metadados prejudicou a análise da temporalidade e da
adequação das escalas, e
A falta de uma cultura estabelecida de documentação de metadados entre os
produtores oficiais.
Os fatores que levam às lacunas de dados disponíveis para apoio ao
planejamento são muitos. Como destacado no Plano de Ação para Implantação da
INDE (2010), o crescimento significativo no uso das geotecnologias em diversos
setores, notadamente em planejamento e gestão territorial e ambiental, tem
contribuído para a geração de grandes volumes de dados e informações espaciais por
parte de organizações públicas e privadas. Entretanto, como esses dados são
normalmente produzidos para atender a requisitos específicos de projetos e
aplicações, apresentam especificações e características técnicas diversas.
Ao produzir os dados para finalidades específicas, o produtor de dados
raramente se preocupa em disponibilizá-los para atender a outros usuários e outras
demandas, de forma a contribuir com a otimização de recursos. E quando
disponibiliza, nem sempre os dados são acompanhados de metadados consistentes
que permitam seu uso com segurança.
69
5. CONCLUSÕES
A proposta criada para categorização dos serviços ambientais hídricos permitiu
identificar quais os componentes que afetam os serviços ambientais hídricos e
os temas necessários ao seu estudo visando o planejamento ambiental.
Os dados encontrados e analisados estão dispersos, não abrangem todos os
temas identificados como necessários ao planejamento ambiental com foco nos
serviços ambientais hídricos.
Os dados levantados apresentam muitas lacunas de informação, o que
demonstra a inadequação do uso dessas bases de dados disponíveis para
aplicação no planejamento ambiental hídrico com foco nos serviços ambientais
para o Estado do Rio de Janeiro.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A água está presente em quase todos os processos da natureza, trabalhar com
os serviços ambientais hídricos em conjunto é bastante complexo, portanto, um
estudo de cada serviço em separado, de forma a envolver um menor conjunto de
temas e variáveis pode viabilizar uma análise mais detalhada.
70
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARIZA, F. J. Calidad en la producción cartográfica. Espanha: Ra-Ma Editorial, 389 p., 2002. Atlas ANA, ANA. Disponível em <http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/Home.aspx>. Acesso em 26 de janeiro de 2017. Avaliação de áreas contaminadas. INEA. Disponível em <http://www.inea.rj.gov.br/Portal/MegaDropDown/Licenciamento/GestaodeRiscoAmbientalTec/AvaliacaodeAreasContaminadas/index.htm> Acesso em 26 de janeiro de 2017. Base de dados do Rio de Janeiro, WebGeo. Disponível em <http://webgeo.desenvolvimentoregional.rj.gov.br/SEDRAP/BaseDados_Web/> Acesso em 26 de janeiro de 2017. BRASIL – Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 Brasileira: Ações Prioritárias/Ministério do Meio Ambiente. Brasília: MMA, 2004. BRASIL – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Plano de Ação para implantação da INDE: Infraestrutura nacional de dados espaciais. Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR), 203 p. Rio de Janeiro, 2010. BRAUMAN, K. A., DAILY, G. C., DUARTE, K. T., MOONEY, H. A. The Nature and Value of Ecosystem Services: An Overview Highlighting Hydrologic Services. Annual Review of Environment and Resource, p. 32. 2007. BURKHARD, B., KROLL, F., NEDKOV, S., MÜLLER, F. Mapping ecosystem service supply, demand and budgets. Ecological Indicators, v. 21, p.17-29, 2012. BUSCH, M., NOTTE, A. L., LAPORTE, V., ERHARD, M. Potentials of quantitative and qualitative approaches to assessing ecosystem services. Ecological Indicators, v. 21. p.89-103, 2012. Comitê de Bacia da Baía de Guanabara, Comitê da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá. Disponível em <http://cbh-bg.maps.arcgis.com/home/index.html>. Acesso em 22 de fevereiro de 2017. Comitê de Bacia do Rio Macaé. Disponível em <http://cbhmacae.eco.br/site/index.php/mapas/>. Acesso em 23 de fevereiro de 2017. Comitê de Bacia Lagos São João. Disponível em <http://www.lagossaojoao.org.br/nc-mapas.htm>. Acesso em 23 de fevereiro de 2017. Commission’s DG Environment, European Comission. Disponível em <http://ec.europa.eu/environment/nature/index_en.htm>. Acesso em 13 de novembro de 2016.
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75
76
ANEXO
Anexo 1. Detalhamento dos dados dos comitês de bacia hidrográfica.
- Guandu: tem um portal de SIG, com informações sobre a bacia. Possibilidade
de download e metadados.
Os dados encontrados são:
Características fisiográficas (APP, classificação do solo, cobertura vegetal,
Divisão climática, domínios hidrogeológicos, geologia, geomorfologia, uso e
cobertura da terra),
Dados de licenciamento do INEA (licenciamento dos recursos hídricos,
resíduos, risco ambiental, não industrial), hidrografia (área de contribuição
hidrográfica, base hidrográfica multiescalas, demanda hídrica, índice de
qualidade de águas), dados do IBGE (densidade demográfica, IDHM,
população, PIB),
Informações básicas (estações da bacia do rio Guandu, limite da bacia, setor
elétrico, setor viário), outorgas (outorgas 2015 INEA e outorgas ANA), plano de
contingencia do INEA (áreas potenciais para restauração, áreas prioritárias
para conservação, conectividade florestal, déficit hídrico, destinação dos
resíduos sólidos nos municípios, domínios bioclimáticos, fragilidade do meio
físico, índice de ameaças às fitofisionomias, índice de vulnerabilidade social,
índice relativo a áreas protegidas municipais, localização de empreendimentos
geradores de energia, perfil econômico atual, potencial econômico,
subprograma rio mais limpo, susceptibilidade a incêndios, temperatura média
77
anual, total anual de excedente hídrico, total anual de precipitação, UCs,
vegetação potencial),
Projetos em execução (plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos, plano municipal de saneamento básico), qualidade da água (índices de
qualidade da água 2014, 2015 e média anual – janeiro a maio 2016),
Sistema nacional de informações sobre recursos hídricos SNIRH ANA (eventos
hidrológicos críticos, quantidade de água: água subterrânea, quantidade de
água: reservatórios),
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS (consumo médio
per capta de água, extensão de rede de água, extensão da rede de esgoto por
ligação, geração de lixo per capta, índice de atendimento total de lixo, índice de
coleta seletiva de lixo, índice de atendimento total de água, índice de
atendimento urbano de água, índices de coleta de esgoto, índices de coleta de
lixo, índices de perda de água na distribuição, índices de tratamento de esgoto,
quantidade de RDO e RPU produzida, volume de água produzido, volume de
esgoto coletado).
- Baia de Guanabara: tem uma base de dados, com mapas e metadados,
possível download.
Ítens dos dados para a bacia da Baia de Guanabara, coletados do portal do
comitê de bacia:
Destinação do lixo nos municípios do Estado do Rio de Janeiro,
Estações do monitoramento da água no Estado do Rio de Janeiro,
Grandes empreendimentos e o potencial poluidor das atividades licenciadas
nos municípios do Estado do Rio de Janeiro,
78
Mapa de infraestrutura,
Mapa de saneamento,
Mapa gestão e monitoramento,
Pontos de outorga de direito de uso finalidade do uso – abastecimento,
Pontos de outorga de direito de uso finalidade do uso – industrial,
Tratamento de esgoto nos municípios do Estado do Rio de Janeiro,
Uso e cobertura do solo no Estado do Rio de Janeiro,
Áreas de importância biológica.
- Rio Paraíba do Sul (MG, SP e RJ): tem um portal de SIG, com informações
sobre a bacia, com informações, possibilidade de download e metadados.
Os dados encontrados são:
Caracterização fisiográfica (classificação dos solos, cobertura vegetal e uso da
terra, divisão climática da bacia do rio Paraíba do Sul, geologia, geomorfologia,
UCs),
Comitês (Piabinha, Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, Médio Paraíba do Sul,
rio Dois Rios, bacia rio Paraíba do Sul),
Hidrografia (balando hídrico quantitativo ANA, COHIDRO, ottobacias),
Dados do IBGE (densidade demográfica, IDHM, população, PIB),
Informações básicas (estações da bacia do rio paraíba do sul, limite da
bacia/área de atuação da CEIVAP por UF, setor elétrico, sistema viário),
Plano municipal de saneamento básico (algumas cidades de MG),
Projetos em execução (municípios com PMGIRS e PMSB, municípios
contemplados com PSA hídrico, plano municipal de gestão integrada de
79
resíduos sólidos, plano municipal de saneamento básico, propriedades com
PSA hídrico),
Recursos hídricos SNIRH ANA (bacias hidrográficas com DAURH
implementada, balanço hídrico quali-quantitativo, fiscalização de uso – usuários
fiscalizados, plano de recursos hídricos – enquadramento dos rios federais,
programa de despoluição das bacias PRODES, registro de inundações, registro
de seca, vulnerabilidade de inundação),
Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento – SNIS (consumo médio
per capta de água, extensão da rede de água, extensão da rede de esgoto por
ligação, geração de lixo per capta, índices de atendimento total de água,
esgoto, lixo e atendimento urbano de água, índices de coleta de esgoto, índices
de coleta de lixo, índices de coleta seletiva de lixo, índices de perda de água
na distribuição, índices de tratamento de esgoto, quantidade de RDO e RPU
produzida, volume de água produzido, volume de esgoto coletado).
- Rio Macaé: tem mapas para download em PDF, sem possibilidade de
manuseio.
Ítens dos dados para a bacia do Rio Macaé, coletados do portal do comitê de
bacia (sem possibilidade de manuseio), em PDF:
Regiões hidrográficas,
Municípios abrangidos,
Hidrografia, rodovias,
Ferrovias e localidades,
Hidrografia, UCs,
Solos,
80
Uso e cobertura do solo,
Domínios geomorfológicos,
Precipitação média anual,
Estações meteorológicas,
Estações fluviométricas e estações pluviométricas.
- Lagos São João: tem mapoteca e arquivos Google Earth. A mapoteca tem
mapas sem possibilidade de manuseio, no Google Earth tem dados para serem
baixados, e abrem os arquivos direto no Google Earth.
Itens dos dados para a bacia Lagos São João, coletados do portal do comitê de
bacia (sem possibilidade de manuseio - mapoteca):
Região hidrográfica,
Hidrografia,
UCs, uso do solo,
Municípios,
Sedes municipais distritais localidades,
Rodovias.
Itens dos dados para a bacia Lagos São João, coletados do portal do comitê de
bacia (com possibilidade de manuseio – Google Earth):
Pontos de monitoramento da qualidade da água (físico, químico e
balneabilidade),
Hidrografia,
Microbacias hidrográficas,
Bacias hidrográficas,
81
Reservas particulares de patrimônio natural federal,
UCs estaduais,
UCs federais,
Faixa marginal de proteção da lagoa de Araruama,
Plano de alinhamento da orla da lagoa de Araruama.
- Ilha Grande: o site oficial não permite acesso.
Como o conjunto de informações das bacias forma uma informação unificada
para o Estado, essas plataformas são uma importante fonte de informação. A única
parte se informação é a pequena bacia de Ilha Grande. Algumas bacias têm base de
dados avançada, e outras não, porém percebe-se um esforço nessa área.
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