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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Miria Caetano
O ASSESSORAMENTO DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
CURITIBA2012
O ASSESSORAMENTO DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
CURITIBA2012
Miria Caetano
O ASSESSORAMENTO DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
Trabalho de conclusão do curso de Pós-graduação em Psicopedagogia, apresentado à Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de especialista.Professora Orientadora: Margaret Maria Schroeder
CURITIBA 2012
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, pelo dom da vida, por sempre me conduzir e
iluminar meus caminhos e por ter dado a chance de concluir mais uma etapa da
minha vida.
Aos meus pais, meu profundo agradecimento pela educação, amor e princípios de
caráter.
A toda minha família pelo apoio e incentivo.
A todos os professores e professoras, a cada um deles, desde a infância, que me
guiaram passo a passo na construção da minha vida de conhecimento.
À orientadora Professora Margaret Maria Schroeder que com clareza e paciência,
procurou me mostrar o caminho do conhecimento para a conclusão de mais essa
etapa importante na vida acadêmica e profissional. E aos demais professores do
curso de Psicopedagogia da UTP por todo conhecimento transmitido.
A todos que fizeram parte da minha vida durante esta caminhada, que de uma forma
ou outra contribuíram para a realização deste trabalho.
“Temos que caminhar sempre para frente. Não ter medo de crescer. Em todos os sentidos
que se possa imaginar.”
(Nadia Bossa, 2000, p.70)
RESUMO
A pesquisa se constitui na abordagem da função do Psicopedagogo no processo de ensino aprendizagem bem como sua importância dentro da instituição escolar e as possíveis intervenções psicopedagógicas dos problemas de aprendizagem. Destaca-se a importância deste profissional, para assessorar a coordenação pedagógica, professores e pais das instituições escolares, podendo assim, colaborar na qualidade de ensino. A metodologia utilizada neste trabalho foi a de pesquisa bibliográfica que aborda teorias e práticas psicopedagógicas no âmbito institucional escolar.
Palavras – chave: psicopedagogo, instituição escolar, ensino-aprendizagem
ABSTRACT
The research approach is the function of psychopedagogists in teaching and learning process and its importance within the school and possible interventions psychopedagogical of learning problems. We emphasize the importance of this work, to advise the coordinating education, teachers and parents of school institutions, being able to collaborate in teaching quality. The methodology used was that of literature that addresses psychopedagogical theories and practices in the institutional school.
Key-words: psychopedagogists, school, teaching-learning
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................10
2.1 PSICOPEDAGOGIA E SEU CAMPO DE ATUAÇÃO .........................................10
2.2 HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA .................................................................13
2.3 A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA ...................................15
2.4 A APRENDIZAGEM: OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA ..............17
2.5 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ..............................................................19
2.6 A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR ................25
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................29
REFERÊNCIAS .........................................................................................................30
8
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o objetivo de demonstrar a importância do
desenvolvimento do trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar. Para que esta
afirmação possa ser analisada de forma positiva, haverá necessidade de identificar
as formas de intervenção do Psicopedagogo e reconhecer a viabilidade do
assessoramento do Psicopedagogo na instituição escolar, estabelecendo
parâmetros das funções exercidas pelo Psicopedagogo na Instituição Escolar.
Dentro do contexto escolar atual, com os problemas de aprendizagem cada
vez maiores e mais complexos é preciso identificar quais são os benefícios e as
soluções que um Psicopedagogo pode trazer ao exercer plenamente sua profissão,
no âmbito do assessoramento na Instituição Escolar.
A Psicopedagogia é uma especialidade na área da Educação que estuda o
processo de aprendizagem e a relação do ser humano com o conhecimento ao
mesmo tempo em que busca a integração com outras áreas do conhecimento como
a Psicologia, a Pedagogia, a Neurologia entre outras.
São crescentes os problemas ligados às dificuldades de aprendizagem no
Brasil e diversas as suas origens. Como a escola é responsável por grande parte da
formação e da aprendizagem do ser humano, torna-se também responsável pela
busca das soluções.
Nesse contexto, o Psicopedagogo na sua função preventiva pode atuar
dentro da instituição escolar, trabalhando na análise e prevenção das dificuldades de
9
aprendizagem juntamente com toda a equipe escolar, para a melhoria das
condições do processo ensino-aprendizagem.
A fundamentação teórica pretende descrever brevemente o que é a
Psicopedagogia e o psicopedagogo, suas funções, perspectivas e problemáticas no
contexto escolar. Em seguida, fazer uma avaliação geral do papel do psicopedagogo
desde os primórdios até os tempos atuais, percorrendo sua história e as diversas
mudanças e aperfeiçoamentos nesta área. E por fim, estabelecer o contexto do
Psicopedagogo no ambiente escolar, sua necessidade, sua importância e os
princípios a serem seguidos para a atuação na escola, junto aos alunos, professores
e pais, dentro da primeira e principal problemática: a aprendizagem.
A opção por esta temática foi fundamentada no ensejo e necessidade de
conhecer melhor o papel do psicopedagogo na instituição escolar, sua importância e
os aspectos relativos aos processos envolvidos.
A metodologia utilizada neste trabalho é a pesquisa bibliográfica que aborda
teorias e práticas psicopedagógicas no âmbito institucional escolar.
10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Psicopedagogia em seu campo de atuação dentro do contexto escolar é
uma ferramenta importante na área da educação, pois permite uma análise e
articulação mais dinâmica dos problemas de aprendizagem, criando entre os
profissionais – professores, pedagogos, psicólogos, etc. – uma atuação mais precisa
e integrada junto aos alunos e sua família. Para fundamentar este princípio, é
necessário conhecer esta ciência desde sua história, seus métodos e considerações
a partir das outras áreas de conhecimento e as implicações que um Psicopedagogo
exerce no ambiente institucional – neste caso, na escola.
2.1 PSICOPEDAGOGIA E SEU CAMPO DE ATUAÇÃO
A Psicopedagogia surgiu da preocupação com as demandas dos problemas
de aprendizagem, fazendo uso da integração de vários campos do conhecimento
tais como a psicologia, a pedagogia, a fonoaudiologia e a neurologia entre outras.
Segundo Bossa (2000), o objeto central de estudo da Psicopedagogia se
estrutura em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos
normais e patológicos, bem como a influência do meio (família, escola, sociedade)
em seu desenvolvimento.
Conforme Stigar, o psicopedagogo cabe saber como se constitui o sujeito,
como este se transforma em suas diversas etapas de vida, quais os recursos de
conhecimento de que ele dispõe e a forma pela qual aprende e produz
conhecimento. É preciso também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o
que é aprender; como os sistemas e métodos educativos interferem nos processos
11
envolvidos; e os problemas estruturais que intervêm no surgimento dos transtornos
de aprendizagem e no processo escolar.
No trabalho clínico, faz-se necessário conceber o sujeito que aprende como
um sujeito epistêmico-epistemofílico, ou seja, segundo os pressupostos
psicanalíticos, um sujeito a partir de seus aspectos cognitivos e emocionais, o que
implica em procedimentos diagnósticos e terapêuticos que considerem tal
concepção. Para isso, deve-se fazer uma leitura clínica na qual, através da escuta
psicopedagógica, que insere-se como mecanismo para verificar e tratar os diferentes
fenômenos que se apresentam no cotidiano do trabalho docente nas escolas, pode-
se decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção.
Segundo Bossa (2000), a Psicopedagogia estuda as características da
aprendizagem humana: como se aprende, como essa aprendizagem varia
evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as
alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Esse
objeto de estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire
características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo:
– O trabalho clínico se dá na relação entre um sujeito com sua história pessoal
e sua modalidade de aprendizagem, buscando compreender a mensagem de
outro sujeito, implícita no não-aprender. Nesse processo, onde investigador e
objeto-sujeito de estudo interagem constantemente, a própria alteração torna-
se alvo de estudo da Psicopedagogia. Isto significa que, nesta modalidade de
trabalho, deve o profissional compreender o que o sujeito aprende, como
aprende e por que, além de perceber a dimensão da relação entre
psicopedagogo e sujeito de forma a favorecer a aprendizagem.
12
– No trabalho preventivo, a instituição enquanto espaço físico e psíquico da
aprendizagem é objeto de estudo da Psicopedagogia, uma vez que são
avaliados os processos didático-metodológicos e a dinâmica institucional que
interferem no processo de aprendizagem.
– O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e
terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das
aprendizagens humanas.
De acordo com o Projeto de Lei nº 3.124/97, ainda em trâmite no Congresso
Nacional Brasileiro, o psicopedagogo está capacitado para:
– Propiciar a intervenção psicopedagógica visando à solução dos problemas de
aprendizagem, tendo por enfoque o indivíduo ou a instituição de ensino
público ou privado;
– Possibilitar intervenção visando à solução dos problemas de aprendizagem
tendo como enfoque o aprendiz ou a instituição de ensino público ou privado;
– ·Dar apoio e suporte psicopedagógico aos trabalhos realizados nos espaços
institucionais;
– Atuar na prevenção dos problemas de aprendizagem;
– Desenvolver pesquisas e estudos científicos relacionados ao processo de
aprendizagem e seus problemas;
– Oferecer assessoria psicopedagógica aos trabalhos realizados em espaços
institucionais;
– Orientar, coordenar e supervisionar cursos de especialização de
Psicopedagogia, em nível de pós-graduação, expedidos por instituições ou
13
escolas devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da legislação
vigente.
2.2 HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia teve origem na Europa, no século XIX em estudos
realizados dentro dos grandes centros europeus, como França e Alemanha. Grupos
de estudiosos (médicos, psicólogos, pedagogos, etc.) observavam crianças que não
conseguiam acompanhar uma classe regular de ensino.
Estudiosos passaram a ter como objeto de estudo a aprendizagem e as
dificuldades de aprendizagem. Começaram então a elaborar instrumentos de
avaliação específicos na busca de um diagnóstico para as possíveis causas da não
aprendizagem dos indivíduos que aparentemente eram “normais”.
A Psicopedagogia se espalhou principalmente em países preocupados com
o insucesso escolar, mas foi na Argentina que ela cresceu e se desenvolveu
rapidamente adquirindo condição de ciência, reconhecida e valorizada como tal no
contexto da educação.
No Brasil, surgiu devido ao grande número de crianças com fracasso
escolar, mais precisamente na década de 70, cujas dificuldades de aprendizagem
eram associadas a uma disfunção neurológica denominada de disfunção cerebral
mínima (DCM) que virou moda neste período, servindo para camuflar problemas
sociopedagógicos.
Dr. Quirós, Jacob Feldmann, Sara Pain, Alícia Fernandez, Ana Maria Muñiz
e Jorge Visca são alguns dos principais nomes de colegas argentinos que trouxeram
14
os conhecimentos da Psicopedagogia para o Brasil e enriqueceram o
desenvolvimento desta área de conhecimento.
O professor argentino Jorge Visca é considerado como um dos maiores
contribuintes da difusão psicopedagógica no Brasil. Foi o criador da Epistemologia
Convergente, uma linha teórica que propõe um trabalho com a aprendizagem
utilizando-se da integração de três linhas da Psicologia: Psicogenética de Piaget,
Escola Psicanalítica (Freud) e a Escola de Psicologia Social de Enrique Pichon
Rivière. Visca propõe o trabalho com a aprendizagem em que o principal objeto de
estudo é o conjunto dos níveis de inteligência, com as teorizações da psicanálise
sobre as manifestações emocionais que representam seu interesse.
A formação do psicopedagogo no Brasil vem ocorrendo em caráter regular e
oficial desde a década de 70 em instituições universitárias de renome. Esta
formação foi regulamentada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em cursos
de pós-graduação e especialização, com carga horária mínima de 360h. O curso
deve atender às exigências mínimas do Conselho Federal de Educação quanto à
carga horária, critérios de avaliação, corpo docente e outras. Não há normas e
critérios para a estrutura curricular, o que leva a uma grande diversificação na
formação.
Os cursos de Psicopdagogia formam profissionais aptos a trabalhar na área
clínica e institucional, que pode ser a escolar, a hospitalar e a empresarial. No Brasil,
só poderão exercer a profissão de psicopedagogo os portadores de certificado de
conclusão em curso de especialização em Psicopedagogia em nível de pós-
graduação, expedido por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos
termos da lei vigente – Resolução 12/83, de 06/10/83 – que determina a formação
15
de especialistas, no caso, os chamados “especialistas em psicopedagogia” ou,
psicopedagogos.
Vale dizer que a Psicopedagogia, enquanto área aplicada, implica no
exercício de uma profissão (ainda que este fato não seja reconhecido legalmente),
isto é, em uma forma específica de atuação. Como sabemos, ela surge com o
compromisso de contribuir para a compreensão do processo de aprendizagem e
identificação dos fatores facilitadores e comprometedores desse processo, com
vistas a uma intervenção. A grande necessidade de uma ação afetiva, nesse
sentido, fica evidenciada no interesse que tem havido pela Psicopedagogia em
nosso país. (Bossa, 2000, p.56)
2.3 A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA
A Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp, que muito tem
contribuído para a definição do perfil profissional do Psicopedagogo, iniciou suas
atividades em 1980, promovendo encontros para reflexão e trocas de experiências
dos profissionais.
Em 1984, a ABPp, realizou um encontro denominado “Experiências e
Perspectivas do trabalho Psicopedagógico na Realidade Brasileira”, o qual versava
sobre abordagem preventivas e terapêuticas do trabalho psicopedagógico.
Em 1986, a ABPp, com uma visão multidisciplinar advinda da necessidade
de aprimoramento da profissão, promove o II Encontro com a temática
“Psicopedagogia: O caráter interdisciplinar na Formação e Atuação Profissional”.
16
Com essa crescente expansão, a Associação Estadual de Psicopedagogos
de São Paulo, transformou-se em Associação Brasileira de Psicopedagogia, que em
1988, realizou o I Congresso e o III Encontro de Psicopedagogos, versando sobre
“Processo de Integração Ensino/Aprendizagem”.
Com a contínua expansão da Psicopedagogia e com o surgimento de
inúmeros cursos de pós-graduação, a Associação voltou-se com a finalidade de
elaborar um documento sobre a Identidade profissional do Psicopedagogo e os
objetivos da Psicopedagogia.
Em 1990, no IV Encontro realizado com o tema “A Identidade do
Psicopedagogo: Formação e Atuação Profissional”, a Associação centrou seu
temário na divulgação e aprofundamento de alguns pontos do documento resultado
das discussões de profissionais psicopedagogos na jornada intensiva de trabalho
sob a assessoria da Professora Sara Pain. Assim, nesse encontro, preocupou-se em
oferecer a todos os interessados nessa área de atuação, algumas diretrizes que
garantiriam melhor nível de qualidade e comprometimento em suas ações.
No II Congresso e V Encontro, realizado em julho de 1992, com a temática
“A Práxis Psicopedagógica na Realidade Educacional Brasileira”, ficou clara a
posição da Associação ao enfatizar a Psicopedagogia como uma práxis.
Em 1994, no VI Encontro, com o tema “A Psicopedagogia Institucional” que
versou sobre diferentes alternativas do trabalho psicopedagógico institucional,
procurou-se ampliar as propostas dos encontros anteriores. Nesse mesmo ano foi
implantado um curso de Psicopedagogia piloto.
17
Em 1996, a Associação realizou o III Congresso e o VII Encontro com o
tema “A psicopedagogia em direção ao Espaço Transdisciplinar”, com a ideia do
indivíduo incluído em redes de conexões múltiplas com o universo que o cerca.
Diante dessa expansão, os núcleos associativos cresceram e aumentaram o
número de identidades de profissionais Psicopedagogos.
A Psicopedagogia ainda não constitui uma profissão, embora a Associação
Brasileira de Psicopedagogia se empenhe para este reconhecimento, na qual
prossegue na luta pela regulamentação da profissão, através da aprovação do
projeto Lei n° 3124/97, do Deputado Barbosa Neto, que regulamenta a profissão do
Psicopedagogo e cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de
Psicopedagogia.
Esta Associação teve início com um grupo de estudos formado por
profissionais preocupados com os problemas de aprendizagem, sendo que,
atualmente, também busca o reconhecimento da profissão.
2.4 A APRENDIZAGEM: OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tem por objeto de estudo a aprendizagem, que é o
processo que se dá desde o momento em que nascemos. O ensino visa à
aprendizagem e as escolas e as tecnologias estão sempre em busca de melhorias e
condições para o aperfeiçoamento, para que a aprendizagem alcance melhores
resultados.
PORTO (2009) ressalta que:
18
O aprender na escola, especialmente nas etapas iniciais de escolarização, cumpre papel no processo do desenvolvimento da criança. No processo de aprender, variáveis afetivas e cognitivas são consideradas como importantes na compreensão e no envolvimento da criança, influenciando o desempenho escolar. A aprendizagem deve começar pelos acontecimentos em que os alunos estão envolvidos (suas “crenças” prévias) e cujo significado procuram construir. Para se poder ensinar bem, é necessário conhecer os modelos mentais que os alunos utilizam na compreensão do mundo que os rodeia e os pressupostos que suportam esses modelos. Aprender é construir o seu próprio significado e não encontrar as “respostas certas” dadas por alguém. (PORTO, 2009, p.41)
A aprendizagem se dá desde o nascimento até a morte, sendo um processo
que acontece como resultado da interação do indivíduo com o seu meio, não se
resumindo às aquisições feitas na idade escolar e sim a todas as aquisições que o
indivíduo realiza durante a vida, no âmbito familiar, social e institucional.
Aprendizado ou aprendizagem é o processo pelo qual o aluno adquire informações, habilidades, valores, etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de digestão, por exemplo, já nasce com indivíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da informação do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a idéia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. O termo que ele utiliza em russo (obuchenie) significa algo como processo de ensino- aprendizagem, incluindo sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre essas pessoas. (OLIVEIRA, 1993, p.57)
Para aprender é necessário que: o indivíduo “queira aprender”. É importante
que o professor motive seus alunos, através da variedade de recursos, métodos e
procedimentos, possibilitando situações que resgatem a aprendizagem em sua
totalidade de maneira prazerosa.
O processo de aprender é interpretado por estudiosos de diversas maneiras,
o que origina fundamentos diferentes e intervenções distintas. Em outras palavras, a
leitura que se faz da aprendizagem resulta em uma teoria, que volta para a realidade
em forma de metodologia e de relação professor/aluno, modifica-a e permite a novos
leitores a percepção desta teoria revelada na prática. Este é o movimento da práxis
19
educacional que aparece de distintas formas nas tendências pedagógicas e que
coexistem no momento histórico atual. (BARBOSA, 2001, p.53)
Em um breve apanhado, pode-se dizer que para lidar com o processo de
aprendizagem é necessário que se levem em conta os seguintes pontos:
1. O aluno em todos os seus aspectos (cognitivo, afetivo-social e corporal)
considerando-o em atividades cotidianas na escola e fora dela;
2. O aluno como um ser social, portador de significados, valores, hábitos e
linguagem de uma cultura; o professor como ser social implícito que constitui
condição para “o aprender” a relação professor-aluno considerando-a como esta
ocorre, impregnada de valores, significados, linguagem e hábitos de cada um.
(MASINI, 1993, p.175)
Para tanto é necessário conhecer bem o aluno a sua história, seus pontos
fortes e suas áreas de dificuldade, a forma como aprende e busca seus
conhecimentos para descobrir onde precisam de ajuda e como compensar suas
áreas deficitárias.
2.5 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
As escolas estão cada vez mais preocupadas em relação ao baixo
desempenho escolar, ao grande número de alunos com dificuldades de
aprendizagem e o fracasso escolar. Não sabem o que fazer, como trabalhar com
esses alunos que não conseguem acompanhar o ritmo de seus colegas, de suas
turmas. É preciso possuir políticas de intervenção que contribuam na superação dos
problemas de aprendizagem.
20
Os problemas de aprendizagem, traduzidos tecnicamente para dificuldades
de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo de desordens
manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da
compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio matemático no
processo da aprendizagem. Tais desordens, consideradas intrínsecas ao indivíduo,
presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central,
podem ocorrer durante toda a vida. Problemas na autorregulação, definidos como o
processo em que os sujeitos estabelecem metas que interagem com suas
expectativas, desenvolvem estratégias para alcançá-las e criam condições para que
a aprendizagem se efetive, no comportamento, na percepção social e na interação
social podem existir com as dificuldades de aprendizagem. Apesar das dificuldades
de aprendizagem ocorrerem com outras deficiências (por exemplo, deficiência
sensorial, deficiência mental, distúrbios socioemocionais) ou com influências
extrínsecas (por exemplo, diferenças culturais, insuficiente ou inapropriada
instrução, etc.), não são o resultado dessas condições. (FONSECA, 1995, p.71)
Os problemas de aprendizagem são complexos e vastos, com diversas
causas. O diagnóstico apropriado de cada um é indispensável para poder conceber
as estratégias de condução e tratamento adequados. É importante que a criança e
as pessoas a cargo da sua educação conheçam seus pontos fortes e suas áreas de
dificuldade, a forma como aprende e como poderia compensar suas áreas
deficitárias. É extremamente importante que os profissionais entendam sua
problemática específica, a fim de ajudá-la, buscando estratégias de suporte que lhe
permitam ter sucesso na sua aprendizagem.
21
O desafio que se impõe à escola de hoje é o de despertar o desejo de seus
alunos para que os mesmos possam sentir prazer no ato de aprender. O professor
como representante da escola, precisa aprender a inquietar seus alunos no sentido
de provocá-los para a busca do saber. (BARBOSA, 2001, p.127).
Há muitas maneiras de aprender e é preciso que o professor saiba lidar com a
diversidade de seus alunos e fique atento às diferentes formas de ensinar. É
importante a parceria do psicopedagogo junto aos professores na ajuda para
repensar as práticas educativas.
Oliveira (2006) afirma que, por meio de técnicas e métodos próprios, o
psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de
problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a
equipe escolar, está mobilizado na construção de um espaço adequado às
condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos. Elege a
metodologia e/ou a forma de intervenção como o objetivo de facilitar e/ou desobstruir
tal processo.
São diversos os fatores envolvidos nos transtornos de aprendizagem:
orgânicos, emocionais, cognitivos, ambientais.
Pain (1992, p.29-33), caracteriza os três principais fatores: orgânicos,
psicológicos e ambientais.
– Fatores orgânicos: saúde física deficiente, falta de integridade neurológica,
alimentação inadequada;
– Fatores psicológicos: inibição, fantasia, ansiedade, angústia, inadequação à
realidade, sentimento generalizado de rejeição;
22
– Fatores ambientais: tipo de educação familiar, o grau de estimulação que a criança
recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos meios de comunicação.
Rocha (2003, p.9) classifica as principais causas das dificuldades de aprendizagem escolar como:
– Causas Físicas: são aquelas representadas pelas perturbações somáticas
transitórias ou permanentes; provenientes de qualquer tipo de perturbação do
estado físico geral da criança; por exemplo: febre, dor de cabeça, asma, verminose,
ou seja, todo e qualquer mal que atinja o físico de uma pessoa, levando a um estado
alterado da sua saúde.
– Causas Sensoriais: São todos os distúrbios que atingem os órgãos dos sentidos,
responsáveis pela percepção que o indivíduo tem do meio exterior. Qualquer
problema que afete os órgãos responsáveis pela visão, audição, gustação, olfato,
tato, equilíbrio, reflexo postural, ou os respectivos sistemas de condução entre esses
órgãos e o sistema nervoso, causará problemas no modo de a pessoa captar as
mensagens do mundo exterior e, portanto, terá dificuldade nos processos que a
pessoa tem para compreender o que se passa ao seu redor.
– Causas Neurológicas: São perturbações do sistema nervoso, tanto do cérebro, como
do cerebelo, da medula e dos nervos. O sistema nervoso comanda todas as ações
físicas e mentais do ser humano.
– Causas Emocionais: São distúrbios psicológicos, ligados às emoções e aos
sentimentos dos indivíduos e à sua personalidade. Esses problemas geralmente não
aparecem sozinhos, eles estão associados a problemas de outras áreas, como por
exemplo, da área motora, sensorial, etc.
– Causas Intelectuais ou Cognitivas: São aquelas que dizem respeito à inteligência do
indivíduo, isto é, à sua capacidade de conhecer e compreender o mundo em que
23
vive, de raciocinar sobre os seres animados ou inanimados que o cercam e de
estabelecer relações entre eles.
– Causas Educacionais: O tipo de educação que a pessoa recebe na infância irá
condicionar distúrbios de origem educacional, que a prejudicarão na adolescência e
na idade adulta, tanto no estudo quanto no trabalho. Portanto, as falhas de seu
processo educacional terão repercussões futuras.
– Causas Socioeconômicas: Não são distúrbios que se revelam no aluno. São
problemas que se originam no meio social e econômico do indivíduo; no habitat dos
seres humanos, no meio físico e social em que vivem; podendo ser favorável ou
desfavorável à sua subsistência e também aos processos de aprendizagem e
conhecimento.
É muito importante que o educador tenha uma visão psicopedagógica e que
busque investigar e identificar as causas das dificuldades de aprendizagem de seus
alunos, evitando que tais problemas levem a um fracasso escolar.
A Psicopedagogia, como a área que estuda o processo
ensino/aprendizagem, pode contribuir com a escola na missão de resgate do prazer
no ato de aprender e da aprendizagem nas situações prazerosas.
Para aprender, numa visão psicopedagógica, são necessárias condições
cognitivas para abordar o conhecimento, condições afetivas para se vincular a ele,
condições criativas para colocá-lo em prática e condições associativas para
socializá-lo. (BARBOSA, 2001, p.129).
A Psicopedagogia seria a área de atuação mais indicada para atender às crianças com problema para aprender, porque oferece uma ação multidisciplinar e conta com um acervo de técnicas de diagnóstico e tratamento capazes de atingir e eliminar os problemas de aprendizagem em suas raízes. O trabalho psicopedagógico também auxilia o aluno na sua
24
produção escolar e para além dela, ao colocá-lo em contato com suas reações frente à tarefa escolar, com seus vínculos com pessoas ou com conteúdos escolares, com seus lapsos, bloqueios, sentimentos de angústia e hesitações.
A ampla visão da multiplicidade de fatores envolvidos no processo de aprendizagem permite, ainda, à Psicopedagogia, reconhecer os limites de sua própria atuação e estabelecer prioridades de atendimento, seja alertando a escola para o papel que lhe compete, seja encaminhando os alunos para outros profissionais quando necessário. (SCOZ, 2009, p.160)
A função do Psicopedagogo é de suma importância na ajuda à escola no
despertar de seus alunos pelo desejo de aprender e na orientação aos professores e
todos os envolvidos na aprendizagem destes alunos.
A Psicopedagogia além de dominar a patologia e a etiologia dos problemas de aprendizagem, aprofundou conhecimentos que lhe possibilitam uma contribuição efetiva não só relacionada aos problemas de aprendizagem, mas também, na melhoria da qualidade do ensino oferecido nas escolas.
Além disso, ao utilizar-se de várias áreas do conhecimento para aprofundar seu campo de estudo e atuação, a Psicopedagogia deixou de privilegiar esta ou aquela corrente de pensamento, esta ou aquela ciência. Dessa forma, contribui para a percepção global do fato educativo e para a compreensão satisfatória dos objetivos da Educação e da finalidade da escola, possibilitando, assim, uma ação transformadora. (SCOZ, 2009, p.34)
Sendo assim, o Psicopedagogo através de todo seu conhecimento e
aprofundamento em relação às dificuldades de aprendizagem, pode sugerir ações
de melhorias na prática pedagógica nas escolas.
Assim como a febre pode ter várias origens, os problemas de aprendizagem
escolar também. Um único problema pode ter múltiplas origens. Só uma avaliação
psicopedagógica pode garantir que os pais recebam da escola a orientação correta
e procurem o profissional que irá solucionar o problema. (BOSSA, 2000, p.76)
2.6 A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
25
Segundo Bossa (2000, p.68), a Psicopedagogia assume um compromisso
com a melhoria da qualidade do ensino expandindo sua atuação para o espaço
escolar, atendendo, sobretudo, aos problemas cruciais da educação no Brasil.
Na escola, o Psicopedagogo também utiliza instrumental especializado, sistema
específico de avaliação e estratégias capazes de atender aos alunos em sua
individualidade e de auxiliá-los em sua produção escolar e para além dela,
colocando-os em contato com suas reações diante da tarefa e dos vínculos com o
objeto do conhecimento. Dessa forma, resgata, positivamente, o ato de aprender.
Cabe, ainda, ao psicopedagogo assessorar a escola, alertando-a para o papel que
lhe compete, seja reestruturando a atuação da própria instituição junto a alunos e
professores, seja ainda redimensionando o processo de aquisição e incorporação do
conhecimento dentro do espaço escolar, seja encaminhando alunos para outros
profissionais.
CARLBERG (1998), ao sistematizar seus conhecimentos nessa área de
pesquisa, fala da possibilidade de existirem duas categorias de contribuição
psicopedagógica para a instituição escolar: uma que se refere ao profissional
contratado pela escola para atuar na função de psicopedagogo e outra que se volta
para uma ação psicopedagógica, via assessoramento. Embora estas possibilidades
apresentem especificidades que as diferenciam, ambas objetivam veicular uma
visão de ensino/aprendizagem que considera o aprendiz como alguém dinâmico,
capaz de ser autor.
Quando contratado, entende-se que suas tarefas, segundo Noffs (1995), são
de:
– Administrar ansiedade e conflitos;
26
– Trabalhar com grupos – grupo escolar é uma unidade em funcionamento;
– Identificar sintomas de dificuldades no processo ensino-aprendizagem;
– Organizar projetos de prevenção;
– Clarear papéis e tarefas nos grupos;
– Ocupar um papel no grupo;
– Criar estratégias para o exercício da autonomia (aqui entendida segundo a
teoria de Piaget: cooperação e respeito mútuo);
– Fazer a mediação entre os subgrupos envolvidos na relação ensino-
aprendizagem (pais, professores, alunos, funcionários);
– Transformar “queixas em pensamentos”, conforme Alicia Fernandéz;
– Criar espaços de escuta;
– Levantar hipóteses;
– Observar, entrevistar e fazer devolutivas;
– Utilizar-se de metodologia Clínica e pedagógica, “olhar clínico”;
– Estabelecer um vínculo psicopedagógico;
– Não fazer avaliação psicopedagógica clínica individual clínica dentro da
instituição escolar, porém, pode fazer sondagens;
– Fazer encaminhamentos e orientações;
– Compor a equipe técnica-pedagógica;
– Para tanto, necessita de supervisão e formação pessoal.
O Psicopedagogo Contratado é parte integrante da Instituição Escolar e o
Psicopedagogo Assessor, porém, não é integrante do grupo escolar e além de
desempenhar algumas das tarefas citadas anteriormente pelo psicopedagogo
contratado, faz assessorias nas instituições escolares.
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O Psicopedagogo Assessor tem uma visão ampla do grupo, por ser um
profissional que não tem ligação direta com o contexto escolar, dessa forma pode
levantar hipóteses diagnósticas com mais precisão naquilo que está manifesto e
consequentemente propor e executar o processo corretor.
A orientação do psicopedagogo junto ao professor deve ser constante, discutindo não apenas as relações vinculares, mas também as que dizem respeito ao conteúdo, atuação do aluno, formas de avaliação e reação dos pais frente a essa nova postura da instituição. Desta forma o professor poderá rever constantemente a relação afetiva e as dificuldades do educando e saber esperar pela resposta e produção do aluno, independente das pressões e tensões. Trabalhar a ansiedade do aluno, dos pais, da escola e dele próprio enquanto educador.
Todos os níveis da administração escolar devem estar comprometidos com o processo e devidamente orientados para o sucesso do projeto psicopedagógico dos conteúdos. (FAGALI, 2009, p.14-15)
O Psicopedagogo tem muito que fazer na escola. Sua intervenção tem um
caráter preventivo, contemplando a instituição como um todo. (BOSSA, 2000, p.76)
Tanto na clínica quanto na instituição, o psicopedagogo atua intervindo como
mediador entre o sujeito e sua história traumática, ou seja, a história que lhe causou
a dificuldade de aprender. No entanto, o profissional não deve fazer parte do
contexto do sujeito, já que ele está contido em uma dinâmica familiar, escolar ou
social. O profissional deve tomar ciência do problema de aprendizagem e interpretá-
lo para a devida intervenção. Com essa atitude, o psicopedagogo auxiliará o sujeito
a reelaborar sua história de vida, reconstruindo fatos que estavam fragmentados, e
retomar o percurso normal de sua aprendizagem. Assim, o trabalho clínico do
psicopedagogo se completa com a relação entre o sujeito, sua história pessoal e sua
modalidade de aprendizagem. (PORTO, 2009, p.109)
Já o trabalho preventivo pretende “evitar” os problemas de aprendizagem,
utilizando-se da investigação da instituição escolar, de seus processos didáticos e
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metodológicos etc. Enfim, analisa a dinâmica institucional com todos os profissionais
nela inseridos, detectando os possíveis problemas e intervindo para que a instituição
se reestruture. (PORTO, 2009 p.109)
Os psicopedagogos são, portanto, profissionais preparados para a
prevenção, o diagnóstico e o tratamento dos problemas de aprendizagem escolar.
Através do diagnóstico clínico ou institucional, identificam-se as causas da
problemática e elaboram o plano de intervenção. Para realizar o diagnóstico clínico,
o psicopedagogo utiliza recursos como testes, análise de desenhos, histórias,
atividades pedagógicas, jogos, brinquedos, etc. Esses conjuntos de recursos
constituem um importante instrumento de linguagem e revelam dados sobre a vida
de cada um, que muitas vezes são segredos para o próprio indivíduo. Com base
nesses dados é elaborado um plano de intervenção. (BOSSA, 2000, p.12-13)
Na escola, o psicopedagogo institucional vai atuar junto aos professores e
outros profissionais para melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem,
bem como para prevenção dos problemas de aprendizagem. Por isso, é importante
que a escola tenha um psicopedagogo institucional em seu quadro profissional.
(BOSSA, 2000 p.12-13)
Pode-se facilmente verificar a importância da presença do psicopedagogo na
instituição escolar e como este, como um profissional qualificado, pode contribuir e
muito através das intervenções psicopedagógicas, para um trabalho preventivo, para
melhores condições de aprendizagem, visando à solução dos problemas de
aprendizagem neste ambiente, através de técnicas e métodos próprios, dando
assistência aos professores e toda a equipe escolar.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho tem como premissa demonstrar o trabalho da psicopedagogia,
sua importância e a relevância do psicopedagogo na instituição escolar.
Atuando, como assessor, o psicopedagogo juntamente com os professores e
todos os envolvidos no processo educacional, busca a melhoria do processo de
aprendizagem no sentido de melhor desenvolver a prática educativa, visto que a
psicopedagogia contribui significativamente com todos os envolvidos no processo de
aprendizagem.
Sendo, assim, o psicopedagogo institucional deverá assumir o compromisso
de uma proposta de trabalho que objetiva facilitar o processo de aprendizagem
através de uma ação preventiva juntamente com professores e todos os envolvidos
no âmbito da instituição escolar.
Nas diversas pesquisas realizadas e publicadas ao longo de anos, é
possível ver como é grande o número de crianças com dificuldades de
aprendizagem; o que acaba levando ao fracasso escolar. Com isso, verifica-se a
importância da atuação do Psicopedagogo como um profissional capacitado para
trabalhar com tais dificuldades, destacando a relevância deste trabalho,
principalmente na rede pública de nosso país.
Faz-se necessário uma mudança abrangente, uma renovação cultural das
instituições educacionais, pois trata-se de um fenômeno sócioeducativo de escala
macro e de grande complexidade, por isso a importância da continuidade de estudos
e trabalhos futuros a respeito do tema em questão.
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REFERÊNCIAS
BARBOSA, Laura Monte Serrat. A Psicopedagogia no Âmbito da Instituição Escolar. Curitiba: Expoente, 2001.
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
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BRASIL. Projeto de Lei no 3.124/97: dispõe sobre a regulamentação da profissão de Psicopedagogo, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicopedagogia e determina outras providências; Dep. Barbosa Neto Disponível em: http://www.abpp.com.br/leis_regul_regulprof.htm. Acesso em: em 10 out.2011.
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