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Apresentado em Tangará da Serra - MT - Brasil, em 26 de setembro 2014, por Franc Abrantes
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Ordem dos Advogados do Brasil Subseção de Tangará da Serra
26 de Setembro de 2014
Francisco Abrantes | OAB | TGA-‐MT Set2014 3
Os resultados do Censo Demográfico 2010
apontaram 45 606 048 milhões de pessoas que
declararam ter pelo menos uma das
deficiências investigadas, correspondendo a 23,9% da população brasileira. […] A Região Nordeste concentra os municípios
com os maiores percentuais da população com pelo menos uma das deficiências investigadas1.
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1Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010
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Def visual -‐ não
consegue de modo algum
Def visual -‐ grande dificulda
de
Def visual -‐ alguma dificulda
de
Def auditiva -‐
não consegue de modo algum
Def auditiva -‐ grande dificulda
de
Def auditiva -‐ alguma dificulda
de
Def motora -‐
não consegue de modo algum
Def motora -‐ grande dificulda
de
Def motora -‐ alguma dificulda
de
mental/intelectu
al
Series1 109 2.572 10.824 47 666 2.520 239 1.382 2.979 921
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Pessoa
s co
m defi
ciên
cia
Tipos de deficiência
A população, rural e urbana, residente em 2010 contabilizava 83 431 pessoas, sendo que 22 259 apresentavam um qualquer grau de incapacidade, refletindo uma percentagem de 26,7% de Tangaraenses.
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O inquérito revela que 5 936 Tangaraenses não consegue de modo algum ou tem grande dificuldade. O que revela uma percentagem preocupante de 7,11% de cidadãos cujas maiores dificuldades são “andar ou subir escadas”, “ver” e as relacionadas com as atividades intelectuais.
109
2.572
47
666
239
1382
921
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Def visual -‐ não consegue de modo algum
Def visual -‐ grande dificuldade
Def auditiva -‐ não consegue de modo algum
Def auditiva -‐ grande dificuldade
Def motora -‐ não consegue de modo algum
Def motora -‐ grande dificuldade
mental/intelectual
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Os requisitos de Acessibilidade e Mobilidade para as pessoas com deficiência física são transversais as pessoas cegas, acrescidos das dificuldades inerentes a falta de visão.
No que se refere especificadamente aos deficientes visuais, a lei menciona a necessidade de implantação de dispositivos sonoros nos semáforos para orientação na travessia de ruas e avenidas com trânsito intenso.
Lei nº 11.126, de 27 de Junho de 2005 Art. 1º É assegurado à pessoa portadora de deficiência visual usuária de cão-‐guia o direito de ingressar e permanecer com o animal nos veículos e nos estabelecimentos públicos e privados de uso coletivo, desde que observadas as condições impostas por esta Lei.
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Pelo fato de não ouvir, e na maioria das vezes não falar, a maior dificuldade para o surdo é a Comunicação, que na realidade não é um p rob lema cons ide rado orgânico e s im soc ia l . Podemos promover esta comunicação através de soluções práticas e viáveis.
Pessoal – Libras, segunda língua oficial brasileira, possibilita a estes cidadãos se comunicar com mais tranquilidade, estudarem e ter melhores oportunidades. Precisamos conscientizar cada vez mais os órgãos competentes para disponibilizar mais intérpretes de Libras em escolas, universidades, hospitais e em outros locais de atendimento público.
Telefonia – Tecnologia totalmente brasileira que a curto e médio prazo irá atenuar esta desigualdade, simplesmente disponibilizando conforme determina as Leis e Decretos o maior número destes aparelhos telefônicos específicos. Afinal este aparelho existe e é brasileiro.
Celular – A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática aprovou projeto (PL 3554/12, do Senado) que assegura desconto nos planos de mensagem de texto por celular para pessoas com deficiência de audição ou fala. O projeto torna essa medida expressa em lei.
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Para que essa população possa tomar parte do processo de definição, planejamento e avaliação das políticas destinadas à pessoa com deficiência, por meio da articulação e diálogo com as demais instâncias de controle social e os gestores da administração pública, foi criado o CONADE, no âmbito do Ministério da Justiça, em 1 de junho de 19992.
Posteriormente foram criados os Conselhos Estadual/Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência que estão presentes em aproximadamente 10% dos municípios brasileiros. Em Mato Grosso existem já em: Campo Verde, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Matupá, Sapezal e Sinop. Aguardando-‐se para breve sua criação, também, em Tangará da Serra!
2pessoacomdeficiencia.gov.br
Esse trabalho pretende, que o Município de Tangará da Serra, no quadro das suas
competências, possa atingir a curto/médio prazo três objetivos:
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✓ Prevenir a criação de novas barreiras;
✓ Promover a adaptação progressiva dos espaços e edifícios públicos, já existentes;
✓ Mobilizar a comunidade para a criação de uma cidade para Tod@s.
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A ACESSIBILIDADE pode ser definida como a capacidade do meio de proporcionar a todas as pessoas uma igual oportunidade de uso, de uma forma direta, imediata, permanente e o mais autônoma possível.
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Nessa medida, a acessibilidade é uma condição para o pleno exercício de direitos constitucionais como, por exemplo, o acesso a Educação, a Saúde, ao Trabalho, ao Lazer e a Cultura, e o direito a Cidadania e a Dignidade Social.
“CAPÍTULO II – Da Política Urbana
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-‐estar de seus habitantes.”3
3Excerto de: Senado Federal. “Constituição da República Federativa do Brasil.” iBooks.
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A experiência demonstra, além disso, que a promoção da acessibilidade em espaços, edifícios e serviços se traduz, por regra, em maior segurança, conforto e funcionalidade, e em maior satisfação para um universo mais amplo de utilizadores. Por isso, a
acessibilidade é, também, um critério objetivo de qualidade, e a sua promoção pode e deve ser vista como um diferencial de competitividade.
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Cidades acessíveis são cidades mais
confortáveis, mais sustentáveis e mais competitivas, e nessa medida promover a acessibilidade é
defender a Cidadania e qualificar a Cidade.
Numa Cidade Acessível, qualquer pessoa pode,
independentemente das suas capacidades físicas,
sensoriais ou cognitivas, participar na vida da
comunidade e usufruir dos espaços, bens e serviços que estão ao dispor de todos.
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ABNT NBR 9050 – 31.05.2004
1 Objetivo 1.3.1 Todos os espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao disposto nesta Norma para serem considerados acessíveis. 1.3.2 Edificações e equipamentos urbanos que venham a ser reformados devem ser tornados acessíveis. Em reformas parciais, a parte reformada deve ser tornada acessível.
Acessibilidades a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos
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Tornar acessível é um desafio e implica: A capacidade do meio edificado
O que é justo esperar é que sejam as edificações a ir ao encontro das necessidades dos utilizadores, e não que sejam os utilizadores a sujeitar-‐se a desvantagens, perigos e problemas impostos pelas edificações, especialmente quando estas são construídas e mantidas com dinheiros públicos, para usufruto público. Todas as pessoas
A segurança, funcionalidade e conforto no uso de espaços, bens e serviços interessa a todos os utilizadores, não apenas às pessoas com deficiência ou com mobilidade condicionada. A acessibilidade responde (pelo menos em parte) a necessidades relevantes para todos os utilizadores, de todas as idades e classes sociais, e de ambos os sexos. A experiência demonstra, justamente, que edifícios acessíveis são, por regra, mais seguros, confortáveis e funcionais para todos os utilizadores, sem exceção. O que nesta matéria diferencia as pessoas com deficiência é, tão só, a sua vulnerabilidade às barreiras (que automaticamente as colocam em situação de desvantagem) e, nessa medida, o direito (conferido por Lei) à proteção contra a discriminação decorrente da falta de acessibilidade.
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O que está em causa, portanto, é a igualdade de
oportunidades: a existência de barreiras num
equipamento municipal coloca em situação de
desvantagem os utilizadores que não
conseguem ultrapassar essas barreiras de forma
autônoma, ficando dependentes do apoio – e
da disponibilidade – de terceiros, perdendo a sua
autonomia.
Igual oportunidade de uso
As barreiras à acessibilidade são potenciais fatores de discriminação social, que acentuam preconceitos e criam condições propícias a práticas discriminatórias4.
4já se registaram casos em que a entrada de pessoas com deficiência motora em edifícios abertos ao público foi impedida com base no argumento de que a existência de barreiras as colocaria em perigo de queda, ou dificultaria a sua fuga em caso de incêndio.
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O mais autônoma possível
O cidadão com deficiência deve poder efetuar, sem ajuda de terceiros, as operações para as quais tem condições pessoais – por exemplo, se tem condições pessoais para circular sozinho numa cadeira de rodas, então a cidade deve lhe assegurar a possibilidade de nela circular.
As barreiras à acessibilidade prejudicam a autonomia da pessoa com deficiência ou mobilidade condicionada.
Acessibilidade vs Mobilidade
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Francisco Abrantes | OAB | TGA-‐MT Set2014 20
“É um atributo das cidades e se refere à facilidade de deslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos através
de veículos, vias e toda a infra-‐estrutura (vias, calçadas, etc.) que possibilitam esse ir e vir cotidiano. (...) É o resultado da interação entre os
deslocamentos de pessoas e bens com a cidade. (...)”5
5Anteprojeto de lei da política nacional de mobilidade urbana, Ministério das Cidades, 2. ed, 2005.
Mobilidade Urbana
Francisco Abrantes | OAB | TGA-‐MT Set2014 21
Cadeirantes podem ter acesso a táxis adaptados
“Os cadeirantes podem conseguir embarcar e desembarcar de táxis sem
ser retirados de suas cadeiras de rodas. É que um projeto de lei do
Senado obriga as empresas de táxis com 20 ou mais veículos a adaptarem
ao menos 5% de sua frota para o embarque e desembarque de
cadeirantes. O PLS 12/2012 é de autoria do senador Sérgio Souza [...].
[...] lembrou também que os táxis recebem incentivos fiscais e que
esses benefícios devem ser revertidos para a sociedade.”6
6Jornal do Senado
Francisco Abrantes | OAB | TGA-‐MT Set2014 22
“Portadores de necessidade especial, excepcionais, deficientes? Somos pessoas e ponto final. E as características dessa pessoa são várias, cada um tem suas especificidades. O que limita a pessoa com deficiência não é a deficiência, mas o ambiente.”
Moto táxi adaptada?
7Jornal do Senado
(Declarações do presidente do Conade, Antonio José Ferreira, no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado em 21 de setembro7.)
Francisco Abrantes | OAB | TGA-‐MT Set2014 23
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