A Igreja Virtual - Slides para a Aula 1

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Discussão da mudança de contexto que justifica e viabiliza a noção de uma Igreja Virtual (parcial ou mesmo totalmente)

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A Igreja Virtual

A Igreja, a Tecnologia e as Redes Sociais

Eduardo Chaveschaves@virtualchurch.co

http://ecclesiavirtualis.com

Faculdade de Teologia de São PauloIgreja Presbiteriana Independente22 a 24 de Julho de 2014

Programa “Faculdade Aberta”

Slides disponíveis em http://pt.slideshare.net/edwardkeys

Tecnologia

Tecnologia é tudo aquilo que, não existindo naturalmente, o ser humano inventa para tornar sua vida mais eficiente, mais fácil, mais agradável

A tecnologia pode ser Tangível, ou hardware: equipamentos, instrumentos, ferramentas ...

Intangível, ou software: linguagens, notações, metodologias ...

TIC – ou melhor, TCITecnologias de Comunicação e Informação – Quatro Revoluções

Fala: conversa, aula, pregação ...

Escrita Alfabética: cartas, livros manuscritos ...

Impressão: livros impressos, revistas, jornais ...

Tecnologia Digital: computadores, tablets, smartphones ...

Uma Quinta Revolução nas TCI: As Redes Sociais “As TCI são hoje, basicamente, uma forma de colocar pessoas em contato com pessoas e lhes dar acesso às informações de que precisam para fazer aquilo que precisam ou desejam fazer” (Bill Gates)

A cara das TCI hoje são as redes sociais

Elas permitem “personalização em massa” – Sócrates em escala!

O Cristianismo e a Tecnologia

A fala e a escrita alfabética foram inventadas antes do surgimento do Cristianismo, mas o Cristianismo as aproveitou muito rápida e eficientemente

Quanto à impressão, eis o que disse Gutenberg em 1454: “Deus sofre por causa da multidão de almas que sua

palavra não pode alcançar. A verdade da nossa religião está aprisionada nas páginas de uns poucos livros copiados

a mão, e isso limita e mesmo confina, em vez de esparramar, um tesouro que deveria ser público e estar

nas mãos de todo mundo. Vamos quebrar o selo que hoje prende as palavras santas e dar asas à verdade, para que ela possa conquistar, a partir de agora, através da palavra,

cada alma que venha ao mundo -- palavra não mais copiada lenta e custosamente por mãos que podem ser

facilmente paralisadas, mas multiplicada como o vento por uma máquina que nunca se cansa”.

O Impacto de GutenbergTransformou boa parte do mundo de uma cultura oral para uma cultura predominantemente escrita

Incentivou o surgimento de literaturas no vernáculo (Camões – 1524-1580, Cervantes – 1547-1616, Shakespeare – 1564-1616...)

Levou à tradução da Bíblia para o vernáculo: Lutero, King James

Motivou os reformadores protestantes a criar escolas ao lado de cada igreja para que os filhos dos convertidos pudessem aprender a ler e, assim, ler a Bíblia por si próprios

Ajudou no desenvolvimento da ciência moderna, que requer circulação fácil e razoavelmente rápida de ideias

Gutenberg e o Protestantismo

O Protestantismo virou a “religião do livro”

O Protestantismo criou a noção de “educação universal” (cuja outra face é a doutrina do “Sacerdócio Universal dos Crentes”)

Doutrinas como o sacerdócio universal dos crentes, a relação pessoal e não mediatizada do crente com Deus, e a ênfase na leitura da Bíblia, criaram condições para que o Protestantismo se tornasse o principal elemento da ideologia do individualismo

A missão da Igreja para os não crentes foi entendida, por um bom tempo, como sendo basicamente a distribuição da Bíblia

A noção de que o Espírito Santo ilumina a leitura da Bíblia deu ela um caráter quase mágico no processo de evangelização

E o que vamos fazer com o Digital?

A tecnologia digital foi inventada ao longo da Segunda Guerra

Em cerca de 70 anos (1944-2014) ela revolucionou o mundo em inúmeras áreas: cultura, economia, relações sociais, diversão e entretenimento

Ela fez isso permitindo a convergência de todas as tecnologias antes existentes (fala, escrita, som / rádio / disco, vídeo / TV, telégrafo / telefone, correio, livro, revista, jornal, etc.) para ambientes e plataformas digitais, em geral ancoradas na Web

Criou a comunicação móvel instantânea, por escrito, por voz e por vídeo, e o número único de teletexto / telefone / televídeo

Agora cria redes sociais, comunidades virtuais, a globalização

O Digital e o Comunitário Os três principais resultados da invenção da tecnologia digital:

A proliferação da informação (textual, sonora, visual, multimídia)

A facilitação do acesso à informação (Web, Sistemas de Buscas)

A explosão dos relacionamentos virtuais: o surgimento e a proliferação dos relacionamentos virtuais e das comunidades virtuais em que a comunicação e a interação são instantâneas (E-mail, Chat, Mensagens Instantâneas com voz e vídeo, Redes Sociais) e, agora, móveis

A Igreja Como um Local Físico

Nos primeiros três séculos da era Cristã os cristãos não se reuniam em Igrejas, entendidas como locais físicos, templos, destinados à pregação, à oração, ao louvor, à comunhão entre os crentes

Eles se reuniam na casa de um e de outro e costumavam viver, pelo menos no início, uma forma de comunismo voluntário

Quando se é perseguido, não faz sentido erigir templos e colocar placas na frente, anunciando ao mundo que ali é uma Igreja...

Só depois da legalização do Cristianismo sob Constantino é que as comunidades cristãs começaram a construir locais destinados, especificamente, ao culto: à pregação da palavra, à oração, ao louvor, ao congraçamento dos crentes

A Igreja Como uma Comunidade

Gradualmente, a ideia de que “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome ali eu estarei no meio deles...” (Mateus 20:18) foi sendo deixada de lado como forma prioritária de interação entre os cristãos – a frequência solitária aos templos (e a noção de “estar sozinhos juntos”...)

Além disso, até os dias de hoje, as comunidades cristãs, mesmo quando não tinham templo, eram também caracterizadas pela copresença física, o que reforçava a ideia de que o local físico de reuniões era indispensável

Hoje, porém, mais e mais, as comunidades são virtuais, formadas em torno de interesses específicos ou de interesses mais gerais

Elas se constituem e reúnem através da mediação da tecnologia

Características de uma Comunidade

Grupo de pessoas que habitam uma determinada região ou um determinado local

Grupo de pessoas que são afiliadas, ou de alguma forma vinculadas, a uma determinada instituição (igreja, clube, etc.)

Grupo de pessoas que se forma e que se unem em função de interesses comuns

Comunidades VirtuaisNo caso de Comunidades Virtuais, apenas a terceira condição é necessária:

Grupo de pessoas que se forma e se reúne em função de interesses comuns

Exemplos de Comunidades Virtuais existentes em grande número no dia de hoje:

Comunidades de Aprendizagem Colaborativa

Comunidades de Prática (para troca de experiências e melhores práticas)

Comunidades de Resolução de Problemas

Comunidades para Execução de uma Tarefa (Força Tarefa)

Comunidades de Apoio Mútuo (tipo Alcoólatras Anônimos)

A Igreja VirtualA Igreja Virtual é uma comunidade de múltiplos propósitos, que atende a interesses variados, quase todos eles considerados parte essencial das atribuições da Igreja-Templo

Pregação da Palavra, Louvor e Oração (Culto)

Fortalecimento da comunidade (Comunhão dos Crentes)

Atenção e apoio para com os em dificuldade (Cuidado Pastoral)

Maior entendimento da doutrina e aprofundamento da fé (Formação, Educação Cristã, Apologética)

Acolhimento de visitantes e de grupos especiais (e.g. jovens)

Evangelização e Missão

Ação social e ajuda aos necessitados

Descoberta e Acolhimento de interessados e de talentos especiais

Comunicação com os crentes e com o mundo externo

O Uso da Tecnologia na Igreja Hoje

Limita-se quase exclusivamente à transmissão do culto pela Internet ou a distribuição de cópias gravadas dos sermões (em geral, apenas áudio

É preciso reverter esse quadro

O Mapa da Mina: Uma Analogia

As livrarias na era pré-Amazon e o uso da tecnologia:

Livraria sem tecnologia alguma (além de um caderno e um lápis)

Livraria com computador (e sistemas especializados) para controlar estoque e contabilidade

Livraria com computador e a Web 1.0 para anunciar os livros

Livraria com computador e a Web 2.0 para vender livros de forma remota -- com mecanismos de comunicação, como e-mail, para o necessário contato com o cliente

O Mapa da Mina ContinuadoJeff Bezos e a Amazon mudam o paradigma

Livraria que faz parcerias e tem, inicialmente, só “estoque virtual”

Livraria que investe pesadamente no conhecimento do seu “cliente virtual”

Livraria que patrocina ou publica e vende “livros virtuais”

Livraria que publica os livros dos leitores virtualmente, fazendo com que o leitor possa também se tornar escritor

Livraria que faz parceria com o leitor empreender para criar uma “livraria virtual” no site ou blog dele

Amazon virou um shopping center virtual com produtos virtuais e físicos

Até onde vai Jeff Bezos? Ele hoje tem mega-almoxarifados, fabrica leitores de e-books, tablets e smartphones – e tem o Washington Post

Próxima AulaTrazer sugestões sobre como a tecnologia e as redes sociais podem contribuir para o enriquecimento de cada um dos ministérios que foram listados em slide anterior usando estratégias semelhantes às que Jeff Bezos usou para revolucionar e dinamizar a área de livros (publicação e distribuição) e a área de leitura

Eduardo Chaves E-mail: chaves@virtualchurch.co

Blog: http://ecclesiavirtualis.com Telefone: (11) 97984--0000

Obrigado!E até amanhã ! ! !

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