A importância da leitura na formação do cidadão cívico

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A importância da leitura como meio de vencer a heteronomia e alcançar a condição de cidadão autônomo, crítico e pensante.

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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DO

CIDADÃO CÍVICO

PROF. RONALDO CASTANGE

Vamos começar conhecendo algumas palavras importantes:

Cidadania:

Segundo o Dicionário Aurélio: condição de cidadão

Cidadão:

Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado

Cívico

Relativo aos cidadãos como membro do Estado

Civilidade

Conjunto de formalidades observadas pelo cidadãos entre si em sinal de respeito

mútuo e consideração

PRESIDENTE PRUDENTE - SP

Você se lembra do Dudu?

Repercussão na mídia:

Repercussão na mídia:

Solução encontrada pela garota nervosa do Facebook:

Ou você ainda vê o Dudu lendo por ai?

Ao ler o mundo você se torna crítico, capaz de pensar sobre seus direitos e deveres, capaz de lutar pelo que você acha certo, capaz de escolher melhor seu candidato na eleição, capaz de não ser dominado pela mídia e pela classe rica. Ao ler o mundo então, você passa a incomodar quem têm o poder, porque você passa a ser cidadão de verdade. Prova disso é o que aconteceu com o pobre Dudu.

A leitura vai muito mais além do que o ato de ler um simples livro:

Charges

Quadrinhos

Jornais Revistas

Grafitti

Música

Moda

Internet

TelevisãoRádio

Cartas de amor

Livros Didáticos

Livros de ficção

Livros Infantis

É muito importante diferenciarmos:

INFORMAÇÃO

CONHECIMENTO

Vamos conhecer mais alguns conceitos presentes no Dicionário Aurélio:

Autonomia:

Faculdade de se governar por sí mesmo

Heteronomia:

Condição de pessoa ou grupo que recebe dos outros a lei a que se deve submeter

Alienação:

Falta de consciência dos problemas políticos e sociais, afastamento da sociedade, sensação de marginalidade

Ignorância:

Condição de quem não é instruído, falta de saber

Assim, podemos traçar a seguinte relação:

CONHECIMENTO = AUTONOMIA

IGNORÂNCIA = ALIENAÇÃO, HETERONOMIA

Ler nos liberta, nos faz desenvolver, crescer e pensar por nós mesmos. As revistas, jornais, televisão e internet passam muitas informações, mas precisamos saber lê-las para não nos alienarmos e nos tornarmos cidadãos autônomos nas nossas atitudes e pensamentos.

O ÚLTIMO LADRÃO DE PALAVRAS

Era um bando, entre os vários outros bandos espalhados por toda parte. Não eram vivos, pois não tinham órgãos e nem dor sentiam. Não eram mortos, visto que existiam. Eram incompletos, tudo lhes faltava, e, por tudo, digo tudo mesmo. Não eram imorais, essa não era a questão. Eles nem poderiam ser, não sabiam o que era isso. Suas existências se resumiam no espaço entre o movimento do sino e o som de uma badalada.

Por ocasião do acaso, descobriram que poderiam se completar. Todos nós podemos nos completar afinal, uma vez que somos feitos de espaço, e, em todo espaço, cabe alguma coisa. Não tarde, passaram então a roubar palavras. Eles queriam sentir, mas sabiam que só se sente aquilo que se conhece, e se conhecemos, damos um nome.

A palavra que dá nome àquilo que se sente é que nos faz sentir aquilo que ela nomeia. Não podemos sentir sem a palavra, dado que ela nos norteia.

Mas, como roubavam palavras? Ora, como se não fazendo com que as escrevessem em papel especial e depois o engolindo? Tal papel era feito de sonho, daqueles que só os puros sonham. Tinha gosto daquilo que estava escrito.

Os ladrões de palavras enganavam as pessoas, as faziam escrever uma coisa ou um sentimento no papel de sonho e depois levavam delas, deixando-as sem sentir.

Dia desses roubaram de uma senhorita o amor. Pediram pra que ela escrevesse qual sentimento, entre todos, era o mais completo. E qual outro senão esse? Ela escreveu e depois deixou de sentir. Nem viu mais sentido na vida e preferiu deixar que a roubassem também.

O ladrão, muitas vezes, ao começar a sentir, deixava de ser ladrão. Por isso os bandos foram extintos, até que restasse apenas o último ladrão de palavras.

Passava um garoto de vestimenta simples, mas de energia grande. Ele sentia muito, e, atraiu o ladrão. Sem tempo a perder, o ladrão o pediu que escrevesse. Não havia pudor para isso.O garoto, envergonhado, logo lhe disse:- Não sou dos que escreve não moço.O ladrão, com visível espanto lhe perguntou:- Ora garoto, como pode sentir tanto sem conhecer as palavras? Esta, por acaso, tentando me enganar?

Foi quando o garoto respondeu:- Não engano ninguém não. Só sei que as palavras estão em mim e em tudo quanto eu vivo. Ninguém nunca me ensinou a escrever palavras não, mas a sentir, isso eu aprendi sozinho. Por isso eu simplesmente sinto, e pronto. Só sei que é assim.

O ladrão de tão inchado que ficou por não poder roubá-lo, se fez em vários pedaços partidos de letras estranhas. Essas letras foram carregadas pela primeira chuva que por ali passara, e, após evaporar, se espalhou por toda parte novamente em forma de chuva.

Talvez por isso ainda hoje, tantos ladrões de palavras estão a nossa volta. Mesmo que nessa história o último tenha explodido. E, simplesmente passam e nos levam algum sentimento, nos deixando sem sentir, preenchendo com outro sentimento o oco que fica, mas com um sentimento ruim.

Claro que as palavras podem regenerar-se. Basta que não sejamos nosso próprio ladrão de palavras, engolindo tudo que se faz preciso pra ser feliz e sentindo apenas pra preencher o oco que nos resta.

Talvez se nós sentirmos mais, possamos doar palavras, e façamos com que todo mundo que não as tem, possa também sentir.

Ler é uma questão de hábito. Se não gosta, comece lendo uma frase por dia, passe para um parágrafo, uma página, sem pressa. Quando notar já terá devorado todo um livro.

Lendo podemos conhecer o mundo, tanto o real como o que quisermos imaginar, sem precisar de nenhum real pra isso. Lendo podemos passar a conhecer mais palavras, ler cada vez melhor, falar cada vez melhor e pensar cada vez melhor.

Eis a importância da leitura para que cada um se torne um cidadão de verdade, pra que tenhamos mais oportunidades que nossos pais tiveram. Entrar em uma faculdade, conseguir um emprego melhor, realizar nossos sonhos.

Os livros estão presentes na nossa vida inteira e, já que não podemos desviar dos livros, por que não fazermos deles degraus para alcançar nossa autonomia e mostrar pra todo mundo que somos capazes de ir bem mais longe do que apontam?

Ler não é chato. Prova disso é que:

Essa senhora lá da Índia lê!

Estes surfistas da Austrália Leem!

Este senhor idoso, que já morreu, lia!

Este bebê lê!

Este cachorrinho lê!

Por que só você não lê?

A evolução do homem se fez com a leitura:

Além disso, vale a pena lembrar que a felicidade não é uma matéria que se aprende na

escola, mas nem por isso deixa se estar presente na cabeça e

coração dos que ensinam e nem dos que aprendem.

LIVROS QUE EU LI PARA FAZER ESTA APRESENTAÇÃO PRA VOCÊS:

AZEVEDO, R. Livros para crianças e literatura infantil: convergências e dissonâncias. Fundação Nacional do Livro infantil e Juvenil, Suplemento n.7, notícias n.1, vol.21, jan. 1999. BRANDÃO, H; MICHELETTI, G. Teoria e prática da leitura. In: Ensinar e aprender com textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez, 1997. COELHO, N. N. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 7ª ed. São Paulo: Moderna, 2006. FREIRE, P. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. 23ª. Ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.

LA TAILLE, Yves. Formação ética: Do tédio ao respeito de sí. Porto Alegre, RS: Artmed, 2009. MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. PERROTTI, E. O texto sedutor na literatura infantil. São Paulo: Ícone, 1986. SOUZA, R. J. Narrativas Infantis: a literatura e a televisão de que as crianças gostam. Bauru: USC, 1992. SOUZA, R. J. et al. Leitura do professor, leitura do aluno: processos de formação continuada. 2004. Disponível em <http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2004/artigos/eixo3/leituraprofessor.pdf>. Acesso em 18/04/2013 ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. 11. Ed. São Paulo: Global, 2003.

Obrigado e boa leitura a todos sempre!