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Relação entre imagens, contos, emoções, sentimentos, oralidade, leitura e escrita. Algumas questões nortearam o mini-curso durante a V Semana de Pedagogia que mediei em setembro de 2009. Que história tornou-se importante em sua vida? Como você reescreve-a? Qual a cara do "monstro"? E da magia e de encantados?
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CONTOS, ORALIDADE, LEITURA E ESCRITA:
a magia do faz-de-conta ressignificando aprendizagens.
• Vem, filho meu,Me leva nessa estradaDe anões, dragões e fadasQue habitam teu quintal.
• Vem, filho meu,Papai está tão sozinho,Me ensina teu caminho em que o bemVence eternamente o mal.
• Me dá a tua mão,Me leva passear.No teu mundo encantadoO bicho papão não vai pegar.
• Vem, filho meu,Vem me fazer contente.Que a vida raramenteConvida a gente pra brincar.
Que história tornou-se
importante em sua vida?
De que modo
ela entrou em
sua vida?
Como você a reescreve?
Qual é a cara do teu
monstro?
As figuras são a ferocidade
encarnada ou a benevolência
altruísta.
Cada figura é essencialmente
unidimensional.
Totalmente devorador ou
totalmente prestativo.
Ordenar sentimentos – a vida
interna.
Dar um sentido. Criar símbolos.
Personagens essenciais no
desenvolvimento psíquico da criança
Ler não é o mesmo que ouvir de alguém ahistória. Enquanto lê sozinha a criança pensaque só algum estranho – a pessoa queescreveu a história ou arranjou o livro – aprovaa retaliação do gigante e sua frustração.
– Adultos ou gigantes ameaçadores.
– Mães – Madrastas ou bruxas.
– Galanteadores vorazes ou lobos.
Representação simbólica que a criança utilizapara lidar com a realidade.
Fata – Fatum – Fato – Fada(deusa do destino)
ID feras, bruxas e
lobos, gigantes
malvados e dragões: a
nossa natureza animal
- energia natural.
SUPEREGO animais
sábios e prestativos,
fadas, pássaros
brancos...
QUATRO FASES
A travessia que leva o herói ou heroína a um lugar
diferente, cheio de magia e fantasia.
O encontro com a presença diabólica, que pode ser
uma bruxa, uma madrasta má ou alguma outra
figura com características malévolas.
A conquista, no qual o herói ou heroína irá participar
de uma luta de vida ou morte com a figura
malévola do conto, que resultará na morte desta
última.
A celebração, onde haverá um casamento ou uma
reunião de família em que estarão comemorando a
morte da figura malévola e todos então, poderão
viver felizes para sempre.
Histórias irreais não são
falsas. Os contos
concentram-se nos
processos de mudanças
mais do que na felicidade
conseguida no final.
Caminhos espinhosos são
modificados ao
caminhar...
Apontam um futuro melhor.
Shrek (2001) é uma
anárquica releitura dos
contos de fada, onde
um ogro brutamontes
(com coração de ouro)
junta-se a um jumento
falante para entregar
uma princesa
emancipada a um
príncipe pequeno.
“À esquerda uma foto
que eu bati da janela
do carro , na Serra da
Graciosa no
Paraná, (dez.
2009), as belas flores
em velocidade me
fizeram lembrar de
Monet e Paul Klee...”.
Bela Viagem!
ILUMINISMO
• Registra as tonalidades que os objetos
adquirem ao refletir a luz solar num determinado
momento.
• As figuras não tem contornos nítidos, pois a
linha é uma abstração do ser humano para
representar imagens.
• As sombras podem ser luminosas e
coloridas, tal como é a impressão visual que nos
causam, e não escuras ou pretas.
• As cores e tonalidades – é o observador que, ao
admirar a pintura, combina as várias
cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa
de ser técnica para se ótica.
•Nas aprendências..
Rapunzel
Na retextualização,
a criança adapta a
linguagem de
acordo com a sua
compreensão. Uma
menina (5 anos)
reconta da seguinte
maneira: “...aí
quando o príncipe
chegou, ficô tisti e
furô o olho com um
pauzinho...”.
Na história, a bruxa
empurrou o príncipe
do alto da torre sobre
os espinhos que o
cegaram. Esses foram
“vistos” como
pauzinhos que furam.
A história deve ser
nova a ela de
forma que deixe
fluir sua
imaginação,
curiosidade e
inquietação, seus
saberes e
criatividade para
que possamos
juntos re-olhar a
cena a partir de
seu foco.
Contar histórias sem
recursos
materiais, observar o que
a criança
sente, relaciona, re-cria.
O Peru de Peruca - Sonia Junqueira
Na representação...
Uma menina de quase
seis anos desenhou
uma careta acima da
cabeça do peru de
peruca. Quando
questionada disse ser
“a cara da fera”.
O Reizinho Mandão, de Ruth Rocha
O destaque...
Era uma vez um sapo
cheio de bolinhas. E
aí o rei diz: „cala a
boca‟. E a menina
falou: „cala a boca”. E
ele, o rei, parou de
falar.
Por uma menina de 4 anos
O Reizinho Mandão (releitura de um menino tímido de
8 anos)
O rei morreu e o filho colocou as regras. E todo mundo
esqueceu como se falava. O rei ficou até feliz. E ficou enjoado
de tanto silêncio.
Foi procurar em outro país alguém para ajudar ele. Encontrou
um velhinho. O velho colocou o dedo no nariz e falou como
desfazer a maldição.
E ele foi procurar no reino. Portas e janelas fechadas. Uma
porta foi abrindo devagarinho, devagarinho, e a velha com cara
desconfiada virou o rosto. O rei mal-educado achou uma
menina lá no fundo da casa.
Ficou perturbando a menina, que disse: “cala a boca seu pai já
morreu, quem manda na minha boca sou eu”.
Ele saiu do reino e foi transformado em sapo e só o beijo de
uma princesa poderia desencantá-lo e deu seu reino p’ro
primo.
O Reizinho Mandão(menino de 10 anos)
Produziu inquietações no
mediador, pelas
respostas diferentes da
esperada.
Por que a criança preferiu
desenhar ao invés de
recontar?
As menores ao contrário
colocam-se mais à
vontade no reconto.
O lobo e os sete cabritinhos (menino de 3 anos)
“O lobo mau
pintou a mão
com tinta e
soprou a casa
dos filhotes. E
o filhotes
correram,
mas, o lobo
bebeu água e
morreu. E
acabou a
história”.
A criança introduziu o sopro do
lobo. Perguntou o que eram
cabritinhos e optou por “filhotes”.
Quis saber porque a mãe cabra
abriu a barriga do lobo e se havia
sangue dentro do lobo nesse
momento. As acadêmicas
preocuparam-se em compreender
por que algumas situações são
mais significativas. A imaginação
daquele que ouve história
possibilita a interlocução entre
contador e ouvinte. “Sentimos calor
humano que o contar proporciona”.
O pequeno polegar (menina de 5 anos)
A mãe deles estavam muito triste, porque eles
tinham sete filhos, porque eles eram muito
pobres. O pequeno polegar estava escondido,
daí o pai resolveu deixar as crianças na
floresta, daí o pequeno polegar ouviu tudo. Daí
ele pegou os pãezinhos, daí eles voltaram para
casa deles, mas, os passarinhos comeram
tudinho.
À noite, viram o castelo muito grande. A mulher
falou, aqui é o castelo do gigante, pode entrar,
tem lugar p'ra todos vocês! Vou esconder
vocês debaixo da minha cama.
Daí a mulher disse pro gigante: vamos
comer o nosso almoço, essas crianças
são muito "fininhas" e não dá p'ra
comer.
Daí ele colocou a coroa na filha dele e
célebro nas crianças. Daí as crianças
escaparam. Ele ficou escorado no pé
de uma árvore.
As crianças pegaram a bota mágica, ela
foi aumentando e eles fugiram. Daí, o
pequeno polegar virou carteiro.
Daí, ele deu p'ra todo mundo da cidade.
A Lenda da Mandioca (menino de 8 anos)
Disse que não recontaria porque tudo o que falasse
poderia ser usado contra a sua pessoa.
Para descontrai-lo, o mediador conversava sobre
uma criança comprando pão para sua mãe em
lugar próximo da casa dela.
O menino interveio dizendo tratar-se de uma
“improbidade administrativa”. O mediador ficou
mais boquiaberto.
A competência do falante desvela o locus de onde
vem. Quais são suas palavras-mundo?
Aceitou desenhar...
Em seu desenho e escrita, demonstrou-se
surpreso ao perceber que a palavra “oca”
estivesse “dentro” da palavra “mandioca”.
Reconto – Releitura – Reescrita
Re-Olhares - Mediações
Existe uma significativa relação entre o que o
educando é capaz de elaborar e sua história de
vida, na fase do desenvolvimento em que se situa.
Correlativamente, novas aprendizagens mantêm
estreita ligação com os conhecimentos prévios do
aluno.
O educador, enquanto mediador do conhecimento,
traz ao contexto da relação pedagógica
compreensões e elaborações próprias daqueles
conhecimentos.
ASSIM SE CONSTRÓI
CONTINUAMENTE
AS COMPETÊNCIAS
DAQUELE QUE ENSINA
DAQUELE QUE APRENDE...
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