Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 60-61

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adverbial

subordinada adverbial temporal não finita (gerundiva)E, chegando a casa, punha logo as pantufas.

subordinante 

e coordenada copulativa?

Porei notas de tarefas de gravação hoje (mas queria esclarecer um ou outro

ponto, o que irei fazendo agora).

turbar-se = perturbar-setorpor = falta de energiaemoliente = que amolece, que tira a dorcrepuscular = do crepúsculo; sombriopardo = cinzentogrilheta = anel na extremidade das correntes a que se prendiam os condenados a trabalhos forçados estribeira = estribo de montar à ginetamavioso = afável, terno, suave, agradável

«tal, tal, tal» (l. 1);

«tal tal, tal» (ll. 1-3);

(«tal, tal, tal» — ll. 1-3);

(«tal, tal, tal», l. 1);

(«tal, tal, tal» [l. 1]);

(«tal, tal, tal» (l. 1));

Critérios de correção

Grupo I 100 pontosA1 20 (12 + 8)2 20 (12 + 8)3 15 (9 + 6)4 15 (9 + 6)

B 30 (18 + 12)

Já agora: informações sobre as provas deste ano já estão no sítio do Gave

1. A resposta deve contemplar três destes aspectos:

[condições climatéricas adversas:] «voltou a chover» (l. 1); «esta chuva» («este frio») (l. 11);

[consequência da precipitação:] «os atoleiros» (ll. 1-2);

[desgaste dos meios de transporte:] «eixos» que se partem e «raios das rodas» que se racham «como gravetos» (l. 2);

visão perturbadora de «um pardo ajuntamento de homens, alinhados [...] e atados uns aos outros por cordas» (ll. 7-8).

1. Na viagem de Montemor a Évora, a princesa e a sua comitiva confrontam-se com vários imprevistos. O primeiro é constituído pelas condições climatéricas adversas que degradam o estado das estradas, assim dificultando a viagem e aumentando o des-conforto dos viajantes («voltou a chover», l. 1; «já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio», l. 11). O segundo tem a ver com os efeitos da chuva no estado da es-trada e nos meios de transporte («tornaram os atoleiros», l. 1; «partiram-se eixos, racha-vam-se como gravetos os raios das rodas», l. 2). O terceiro consiste na descoberta,

pela princesa, de um grupo de homens amarrados uns aos outros, recrutados à força para irem trabalhar nas obras do convento de Mafra: «viu parado um pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho e atados uns aos outros por cordas, seriam talvez uns quinze» (ll. 9-10), que mandou saber «que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para África» (ll. 13-14); e D. Maria Bárbara acabará por ficar a saber que «aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real (...), vão atados (...) porque não vão de vontade, se os soltam fogem» (ll. 17-19).

2. A resposta deve contemplar a ideia de contraste entre

a vontade de festejar a anunciada felicidade «das suas bodas» (l. 10) e a visão da realidade brutal (a constatação da escravatura de homens no trabalho e construção do convento) negativamente conotada pelo adjectivo «lastimoso» e pelo nome «grilhetas».

O seguinte excerto

O excerto

2. O excerto estabelece um contraste entre o estado de espírito da princesa D. Maria Bárbara, profundamente incomodada pela visão daquele grupo de homens amarrados, vítimas de grande violência, roubados às suas famílias, e o ambiente festivo criado à volta do seu casamento. Tudo devia ser «ledice e regozijo» (l. 10), mas era-o só no círculo restrito da corte que integrava o cortejo nupcial; lá fora, o povo, triste, agrilhoado, é forçado a trabalhar para que um rei vaidoso e megalómano veja cumprida a sua promessa no prazo marcado.

3. A resposta deve contemplar apenas um dos recursos e o comentário à respectiva expressividade:

A construção anafórica — «Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou [...] não serviu, não aliviou, não enxugou» (ll. 26-29) — realça o forte contraste negativo entre a indiferença da princesa face à construção do convento e essa construção como fonte de desgosto e de sofrimento para os trabalhadores.

A comparação — «o convento é para si como um sonho sonhado» (ll. 30-31) — sublinha que o convento não faz parte da realidade de Maria Bárbara. É um sonho inconsistente, sem imagens; «sonho sonhado» — redundância que reforça o afastamento do real.

A metáfora — «uma névoa impalpável» (l. 31) — traduz a incapacidade de Maria Bárbara para representar o convento. Este, apesar de existir porque Maria Bárbara existe, não é, para a princesa, mais do que essa «névoa» abstracta.

pleonasmo

enumeração

gradação

repetição

ironia

assíndeto

3. O recurso de estilo mais visível é a construção anafórica («Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou com o dedinho rechonchudo a primeira pedra, nem a segunda, não serviu com as suas mãos o caldo dos pedreiros, não aliviou com bálsamo as dores que Sete-Sóis sente no coto do braço quando retira o gancho, não enxugou as lágrimas da mulher que teve o seu homem esmagado», ll. 25-29), que realça o contraste entre a indiferença da princesa face à construção do convento e o sofrimento que essa mesma construção acarreta para trabalhadores e suas famílias.

Outra figura apontável seria uma comparação — «o convento é para si como um sonho sonhado» (ll. 30-31) —, que sublinha que o convento não faz parte da realidade de Maria Bárbara. É um sonho inconsistente, um «sonho sonhado», uma redundância que reforça o afastamento do real

Também era possível citar a metáfora «uma névoa impalpável» (l. 31), que traduz a incapacidade de Maria Bárbara para representar o convento. Este, apesar de existir porque Maria Bárbara existe, não é, para a princesa, mais do que essa «névoa» abstrata.

4. A resposta deve apresentar frases que sintetizem o conteúdo da cada uma das partes encontradas:

• os contratempos surgidos durante a viagem da princesa de Montemor a Évora (1.º e 2.º períodos do 1.º parágrafo);

• a curiosidade e a perturbação que a princesa revela perante o «pardo ajuntamento» (l. 7) e o amor do oficial pela princesa (último período do 1.º parágrafo e o 2.º parágrafo);

• a reflexão em torno do desinteresse da princesa por um convento que está a ser construído para celebrar o seu nascimento.

4. O texto divide-se em três partes

lógicas. Os primeiro e segundo períodos do primeiro parágrafo constituem a primeira parte, em que se enumeram os contratempos e alguns dos imprevistos surgidos durante a viagem de D. Maria Bárbara de Montemor a Évora. Já a segunda parte inclui o terceiro período do primeiro parágrafo e todo o segundo parágrafo, que se referem ao aparecimento

de um grupo de homens amarrados a caminho das obras do convento e ao amor impossível de um jovem oficial pela princesa, a quem presta informação sobre o «pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho». Finalmente, a terceira parte é constituída pelo terceiro parágrafo e nela deparamos com uma reflexão em torno do desinteresse da princesa por um convento que está a ser construído para celebrar o seu nascimento.

já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera

direto livre

Forma das falas de Maria Bárbara é mantida. Não há verbos introdutores, nem aspas ou travessões (que isolem as falas relativamente ao discurso do narrador).

a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África

indireto

A forma das falas originais é alterada («mande» > «mandasse»; «são» > «eram»; «estes» > «aqueles»; «vão» > «iam»). Há verbo introdutor («ordenou») + que completivo. Não há travessões nem aspas.

e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah

direto (ou direto livre?)

Não há travessões ou aspas (embora maiúsculas isolem falas). Surge um verbo introdutor («disse»). Forma das falas originais é mantida.

como estará ela agora, passados todos estes anos

direto livre

Forma da fala-monólogo do oficial é mantida (suprimindo-se ponto de interrogação, porém). Não se isola essa fala da parte do narrador.

Veremos o início de Marie Antoinette, de Sofia Coppola. É um filme em que encontramos peripécias que nos lembrarão situações análogas de Memorial do Convento. Além disso, a história passa-se na corte que inspirou a de D. João V.

ano a que respeita o início do filme:

1770 (casamento de Antonieta com o futuro Luís XVI)

Luís XIV (Rei Sol) morreu em 1715Luís XV reina de 1715 a 1774Luís XVI reina de 1774 a 1793

datas de Memorial do Convento/D. João V:

D. João V reinou de 1707 a 1750Maria Ana de Áustria chega a Lisboa em 1708Maria Bárbara nasce em 1711Maria Bárbara casa com o futuro Fernando

VI de Espanha em 1729

Os que não puderem estar em aula (por causa de torneio), tentem passar por cá para recolher questionário de gramática, mais outros papéis, e eu tentar explicar avaliação e fazer recomendações.

Depois da aula, também devo estar cá em boa parte do terceiro bloco.

TPC — Lê páginas sobre «Relato do discurso» (NGDP) copiadas em Gaveta de Nuvens.

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