Aula 3ano

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A construção do povo

brasileiro

Aula de Introdução aos estudos da formação

da identidade nacional brasileira.

INTRODUÇÃO

O tema formação da identidade nacional trata da ideia de raça e de miscigenação racial relacionada com a questão da busca da formação da nacionalidade brasileira. A aula tem como objetivo , através de um resgate histórico, analisar criticamente como as questões raciais foram relevantes nesse contexto, influenciando diretamente as políticas de colonização e imigração implantadas, tanto no período imperial, quanto nas primeiras décadas da república.

CONCEITOS IMPORTANTES

1 povo (raça) + 1 cultura (civilização) + 1 língua = 1 nação

NAÇÃO = ESTADO

•Conceito de Nação: Nação é a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, que falam o mesmo idioma e tem os mesmos costumes, formando assim, um povo. Uma nação se mantém unida pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional.

Conceito de Nação: Nação é a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, que falam o mesmo idioma e tem os mesmos costumes, formando assim, um povo. Uma nação se mantém unida pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional.

Conceito de Nacionalismo: Em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma nação.

Final do século XIX

Identificação das nações através da idéia de raça

NACIONALISMO CULTURAL

RACISMO

Termo que designa as doutrinas que afirmaram a desigualdade das raças humanas, partindo do pressuposto de

que a cultura é biologicamente determinada

Doutrinas raciais Respaldo científico

Ideologia utilizada para fins políticos

Elementos convincentes para a afirmação das individualidades nacionais

Antropologia física

Darwinismo social

As diversas doutrinas raciais “tinham em comum o dogma de que a diversidade humana, anatômica e cultural, era produzida pela desigualdade das raças; e a partir deste dogma, produziram-se hierarquias raciais que invariavelmente localizavam os europeus civilizados no topo, os negros bárbaros e os índios selvagens se revezando na base, e todos os demais ocupando as posições intermediárias”. (pág. 43)

Darwinismo social Leis biológicas determinando a civilização

Progresso humano como resultado da luta e da competição entre raças, vencendo os mais capazes (os brancos). Os demais acabariam sucumbindo à seleção natural e social.

Nesse contexto, o assunto “miscigenação” causou impacto relevante junto ao discurso nacionalista brasileiro após 1850. Esta era vista, então, como um mecanismo de formação da nação e tida como a base de uma futura raça histórica brasileira – um tipo nacional –, a qual resultaria de um processo de seleção que

buscava o branqueamento da população .

1850 Instituída a Lei 601 Concessão de terras públicas e aumento das facilidades para a expedição de títulos de propriedade para estrangeiros.

Desenvolvimento de uma agricultura “moderna” baseada na pequena propriedade familiar

Abolição da escravatura Imagem de país “civilizado”

Fomento ao trabalho livre

Trabalhador nacional (negros e mestiços) tido como incapaz de agir por iniciativa própria

Desqualificado para o trabalho em pequena propriedade rural

Imigrante europeu Instrumento de civilização

Preferência pela condição camponesa

Alemães como modelo de colono eficiente

A desqualificação de um grupo de imigrantes em relação a outro não obedece à critérios raciais, mas ocorre em função de posição de classe

No período imperial, a miscigenação vista como um problema ficou em plano secundário no tocante às políticas de colonização.

Os grupos de imigrantes europeus foram assentados em terras devolutas do sul do Brasil, formando colônias homogêneas, com a presença mínima de brasileiros.

Neste período observa-se que os elementos de natureza racial aparecem como determinantes de capacidade de um grupo em relação ao outro, ficando evidente que a questão da raça estava atrelada à idéia de progresso orientadora

das políticas de colonização e imigração do Império.

Discursos sobre imigração e raça no início da República

Já nas primeiras décadas da República as discussões acerca da política imigratória passam a abranger, de forma muito relevante, a questão da assimilação associada à miscigenação enquanto processo histórico de formação de uma “raça” ou “tipo” nacional.

“Mas os cientistas brasileiros encontraram meios para contornar a visão negativa mantida pelo racismo para a mistura de raças, ora classificada como inferiores, ora como atrasadas: inventaram a tese do branqueamento e os mestiços superiores!”.

Branqueamento da raça

População de fenótipo branco( 3 gerações)

Processo seletivo de miscigenação

RAÇA NACIONAL BRASILEIRACaracterística que faltava para definir a nação

IMIGRAÇÃO: Contribuição para o branqueamento e, ao mesmo tempo, submergir na cultura brasileira através de um processo de assimilação.

Processo de formação da unidade nacionalBranqueamento da população com a contribuição do imigrante europeu

CONSTRUÇÃO RACIAL

Clareamento da pele do brasileiro somada à assimilação da nacionalidade já expressa na cultura, na língua e na religião existentes no país, as quais são provenientes do somatório das influências oriundas dos portugueses, índios e negros

Políticas de imigração e colonização devem ser voltadas para os povos de origem latina (Espanha, Portugal e Itália)

MAIOR FACILIDADE DE ASSIMILAÇÃO CULTURAL

Agora os brancos já não mais hierarquizados por sua capacidade em relação à produção agrícola, mas sim, por

sua maior aproximação cultural com o Brasil

Considerações finais

Toda nação moderna precisava ter sua raça e sua civilização Obtenção de um “tipo nacional” por meio do branqueamento da população através de um processo seletivo, no qual o imigrante europeu era peça fundamental. Privilegiamento do imigrante europeu como colonizador ideal porque era necessário conciliar uma concepção de nação calcada na idéia de raça e progresso com a realidade da mestiçagem e a presença de negros e índios na população em números considerados excessivos. O tipo nacional imaginado era incompatível com uma imigração não branca, razão apresentada para condenar a vinda de chineses, hindus e japoneses, apresentados como representantes de civilizações decadentes que podiam atrasar o processo histórico de formação racial brasileiro.