Aula de Filosofia - Filosofia Contemporânea

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Filosofia Contemporânea Estruturação: Prof. Gilberto Cotrim

Fundamentos da FilosofiaHistória e grandes temas

No século XX, os fundamentos do mundo sofreram contínuos abalos. E a coisa mais

penosa dessa época é que só os tolos exibem convicções e certezas, enquanto os que possuem imaginação e raciocínio vivem repletos de dúvidas e indecisões.

Bertrand Russel

No século XX, os fundamentos do mundo sofreram contínuos abalos. E a

coisa mais penosa dessa época é que só os tolos exibem convicções e

certezas, enquanto os que possuem imaginação e raciocínio vivem repletos de

dúvidas e indecisões.

Bertrand Russel

Século XX: Era de incertezas

Ao mesclar destruição e violência com uma estupendo progresso

técnino-científico, desenvolveu-se no século XX uma mentalidade menos

arrogante quanto aos benefícios infalíveis da racionalidade científica.

Século XX: Era de incertezas

Ao mesclar destruição e violência com uma estupendo progresso

técnino-científico, desenvolveu-se no século XX uma mentalidade menos

arrogante quanto aos benefícios infalíveis da racionalidade científica.

O Existencialismo

O existencialismo busca falar sobre a existência humana.

A relação do homem consigo mesmo, com outros seres humanos, com os objetos

culturais e com a natureza.

O Existencialismo

Apresenta uma visão dramáticada condição humana.

Albert Camus (1913 – 1960):a única questão séria

é o suicídio.

Concepções e Característicasdo Existencialismo

Ser Humano

É entendido como uma realidade imperfeita, aberta e inacabada, que

foi “lançada” ao mundo e vive sob riscos e ameaças.

Liberdade Humana

Não é plena, mas condicionada às circunstância históricas da existência. Nesse sentido, querer não se identifica

com poder.

Homens e mulheres agem no mundo superando ou não os obstáculos que se

lhes apresentam.

Vida Humana

É marcada por situações de sofrimento, como doença, dor, injustiça, luta pela

sobrevivência, fracassos, velhice e morte.

É preciso considerar esses aspectos adversos da vida e encará-los de frente.

Vida Humana

É marcada por situações de sofrimento, como doença, dor, injustiça, luta pela

sobrevivência, fracassos, velhice e morte.

É preciso considerar esses aspectos adversos da vida e encará-los de frente.

Filósofos Preexistencialistas:

Schopenhauer, Kierkegaard,Nietzsche e Husserl.

Filósofos Preexistencialistas:

Schopenhauer, Kierkegaard,Nietzsche e Husserl.

Edvard Munch, 1893

“Passeava com dois amigos ao pôr do sol quando o céu ficou de súbito vermelho-sangue.

Eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a vedação.Havia sangue e línguas de fogo sobre o azul-

escuro do fiorde e sobre a cidade.

Os meus amigos continuaram,mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade e senti o

grito infinito da Natureza.”

Edvard Munch

Schpenhauer:vontade e representação

“É mais feliz aquele que consegue viver sem grandes sofrimentos do que o outro que vive cercado de alegrias e prazeres.”

“O tolo vive perseguindo a alegria da vida e acaba ludibriado, enquanto o sábio

procura evitar o mal.”

Schpenhauer:vontade e representação

Sua filosofia se caracteriza por uma visão pessimista do homem e da vida. Para ele, o ser humano seria essencialmente

vontade, o que o levaria a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação

constante.

Schpenhauer:vontade e representação

Sua filosofia se caracteriza por uma visão pessimista do homem e da vida. Para

ele, o ser humano seria essencialmente vontade, o que o

levaria a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação constante.

Schpenhauer:vontade e representação

Para Schopenhauer, apenas pela arte e ascese, ou seja, abandono de si, pode o

homem se libertar da dor.

Kierkegaard:a experiência única da vida

O pensador dinamarquês, como pensador cristão, defendeu o conhecimento que se

origina da fé.

Afirmava que a existência humana possui três dimensões: a dimensão estética, a

dimensão ética e a dimensão religiosa.

Kierkegaard:a dimensão estética

Na qual se procura o prazer.

Kierkegaard:a dimensão ética

Na qual se vivencia o problema da liberdade e da contradição entre

o prazer e o dever.

Kierkegaard:a dimensão religiosa

Marcada pela fé.

De acordo com Kierkegaard, cabe ao homem escolher em que dimensão

ele quer viver, já que se trata de dimensões que se excluem entre si.

Essas dimensões podem ser entendidas, também, como etapas pelas quais o

homem passa durante a sua existência: primeiro viria a estética, depois a ética e,

por último, a religiosa.

Kierkegaard:

A relação do homem com o mundo - outros seres humanos e a natureza – é

dominada pela angústia.

A angústia é entendida como o sentimento profundo que temos ao

perceber a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem

garantia de que nossas expectativas sejam realizadas.

Kierkegaard:

A relação do homem consigo mesmo é marcada pela inquietação e pelo

desespero.

Motivos: ausência de satisfação plena ou impossibilidade de realizar aquilo que

pretendia.

Kierkegaard:

A relação do homem com Deus seria talvez a única via para a superação da angústia e do desespero. Contudo, é

marcada pelo paradoxo de ter de compreender pela fé o que é incompreensível pela razão.

Nietzsche:humano, demasiado humano.

“Não há fatos, só interpretações.”

Nietzsche:Apolíneo e dionisíaco

Em sua obra, Nietzsche critica a tradição da filosofia ocidental a partir de Sócrates,

a quem acusa de ter negado a intuição criadora da filosofia anterior,

a pré-socrática.

Nietzsche:Apolíneo e dionisíaco

Apolo:deus da razão, da clareza, da ordem.

Dionísio:deus da aventura, da música, da fantasia

e da desordem.

Nietzsche:Genealogia da moral

Desenvolveu uma crítica intensa dos valores morais, propondo uma nova

abordagem: a genealogia da moral, isto é, o estudo da formação histórica dos

valores morais.

Nietzsche:Genealogia da moral

Conclusão: não existem noçõesabsolutas de bem e de mal.

Ou seja, são produtos histórico-culturais.

Para o filósofo as religiões impõe esses valores humanos como se fossem divinos.

Nietzsche:Genealogia da moral

Assim, podemos compreender que os valores, sendo humanos, podem ter seu

valor questionado.

Porém, teremos que enfrentar o risco de vivermos por nós mesmos.

Nietzsche:Niilismo

Definição simples: negação de todo o princípio religioso, político e social.

Quando o cristianismo deixou de ser a “única verdade” para se tornar uma das interpretações possíveis do mundo, toda a

civilização ocidental e seus valores absolutos foram postos em xeque.

Nietzsche:Niilismo

“Deus está morto!”

Rejeição à crença num ser absoluto e transcendental, capaz de traçar para

todos os humanos “o caminho, a verdade e a vida.”

Nietzsche:Niilismo

“Ouse conquistar a si mesmo”

Orientação de Nietzsche àqueles que buscam viver a “liberdade da razão”, sem conformismo, resignação ou submissão.

Husserl:a fenomenologia e o retorno

às próprias coisas.

“Consciência é intencionalidade.É sempre consciência de alguma coisa.”

Husserl:a fenomenologia e o retorno

às próprias coisas.

“Consciência é intencionalidade.É sempre consciência de alguma coisa.”

Husserl:a fenomenologia e o retorno

às próprias coisas.

Formulou um método de investigação filosófica conhecido como

fenomenologia.

Husserl:a fenomenologia e o retorno

às próprias coisas.

Dessa maneira, busca-se analisar como se forma, para nós, o campo de nossa experiência, sem que o sujeito ofereça

resistência ao fenômeno estudado nem se desvie dele.

Husserl:a fenomenologia e o retorno

às próprias coisas.

O método fenomenológico consiste, basicamente, na observação e descrição rigorosa do fenômeno, isto é, daquilo

que se manifesta, aparece ou se oferece aos sentidos ou à consciência.

Sartre:a responsabilidade por

aquilo que fazemos.

Paris, França 1905 -1980

Sartre:a responsabilidade por

aquilo que fazemos.

Paris, França 1905 -1980

Sartre:a responsabilidade por

aquilo que fazemos.

“A liberdade é o fundamento de todosos valores. O homem é aquilo que ele

faz de si mesmo.”

Sartre:a responsabilidade por

aquilo que fazemos.

“A liberdade é o fundamento de todos

os valores. O homem é aquilo que elefaz de si mesmo.”

Sartre:a responsabilidade por

aquilo que fazemos.

“A liberdade é o fundamento de todosos valores. O homem é aquilo que ele

faz de si mesmo.”

Sartre:a responsabilidade por

aquilo que fazemos.

“A liberdade é o fundamento de todosos valores. O homem é aquilo que ele

faz de si mesmo.”

Sartre:a responsabilidade por

aquilo que fazemos.

A existência precede a essência.

A existência precede a essência.

Ponto 1: os objetos não possuem uma essência anterior e que devemos nos concentrar nas suas manifestações

“existenciais” para conhecê-los.

A existência precede a essência.

Ponto 2: o homem também não tem uma essência predeterminada, ou seja, antes

de existir o home é “nada”.

A existência precede a essência.

Ponto 2: o homem também não tem uma essência predeterminada, ou seja, antes

de existir o home é “nada”.

Desse modo, o existencialismo, indica que o modo como o sujeito vive sua própria vida determinará o que ele é.

O existencialismo de Sartre é ateu, pois afirma que o homem não possui

elementos que indiquem uma natureza prévia, ou uma essência.

Resta ao humano assumir sua existência. Portanto, a ausência de uma essência prévia tem como consequência imediata

a liberdade.

A consciência da liberdade é o que Sartre denomina angústia.

Liberdade e Situação:

Não há nenhuma razão que justifique como o mundo é. Essa absoluta

contingência do mundo é o que dissolve as verdades e as fundamentações para a

existência humana.

Liberdade e Situação:

Na vida de um presidiário, nenhuma ação tira a liberdade do preso, apenas a coloca

sob determinada situação.

Sem obstáculos não há liberdade.Gandhi (1869-1948)

O existencialismo e a ética:a escolha universal

Angustia moral é a enorme responsabilidade que temos perante toda

a humanidade, na medida em que, ao escolhermos quem somos, estamos

escolhendo como todos deveriam ser.

“Se vocês procuram por um culpado, basta olhar no espelho.”

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