Concepçâo de infancia

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concepçao de infancia

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UM OLHAR SOBRE AS CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

Profª Ms. Maria do Rosário

CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

Infância Infante (origem latina) ausência de

fala “Por não falar, a infância não se fala

e não se falando, não ocupa a primeira pessoa nos discursos que dela se ocupam. [...] Por isso é sempre definida por fora” (LAJOLO, 1997,P. 226).

CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

INFÂNCIA : Categoria histórica que possui

vários significados, os quais dependem das relações sociais, econômicas, políticas, históricas, culturais entre outras.

CRIANÇAS: Nas leis brasileiras são consideradas crianças os indivíduos com até 12 anos de idade incompletos.

CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

SANTOS, 1996 Período do ciclo da vida que têm

dimensões biológicas e culturais. Idade cronológica que não constitui

critério valido de manutenção física. Vai do nascimento até a puberdade

(0 a 12 anos, ECA).

CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

SANTOS, 1996 Desenvolvimento biológico é

universal, mas o recorte desse continum obedece às diferenças do ritmo fisiológico e varia de indivíduo para indivíduo de acordo com o sexo.

Mais apropriado “infâncias”

CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

FARIAS, 2005 Infância como Categoria Social Final do Século XVIII e começo do Século XIX Sociedade burguesa começa a perceber a

criança como ser coletivo. “Ainda não se poderá falar em um

reconhecimento generalizado da sua identidade e de sua importância, já que esse processo de autonomização não ocorre da mesma maneira em todos os Países [...] (FARIAS, 2005, p. 56).

CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

COLIN HEYWOOD (2004) Ao estudar as mudanças nas

concepções de infância da Idade Média à época Contemporânea ele o faz de uma perspectiva multiculturalista considerando as diferentes formas de pensar essa etapa da vida.

Criança construto social

CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

COLIN HEYWOOD (2004) A criança se transforma com o

passar do tempo e, não menos importante, varia entre grupos sociais e étnicos existente no interior de uma mesma sociedade.

Obra: Uma História da Infância (2001).

CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

PHILIPPE ARIÈS (1973) Historiador francês, nasceu em

1914, em Blois, na região central da França, e viveu a maior parte de sua vida em Paris. Morreu em 1984.

História Social da Criança e da Família - este livro custou dez anos de pesquisas, entre 1950 e 1960.

CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA

PHILIPPE ARIÈS (1973) Suas pesquisas foram inspiradas nas

observações e nas “transformações contemporâneas dos modelos familiares”. Ariès (1994, p. 133).

Documentos iconográficos e na literatura.

Apresenta um quadro da criança/família em lenta transformação.

INFÂNCIA NO SÉCULO XIPHILIPPE ARIÈS Crianças são adultos em miniatura

(roupas, expressões faciais), A arte medieval “desconhecia” a infância O sentimento de infância surge entre os

séculos XIII e XVIII (temas religiosos). A infância se introduz na iconografia medieval).

Século XIII não existem crianças caracterizadas por expressão particular, e sim homens de tamanho reduzido.

INFÂNCIA NO SÉCULO XI

PHILIPPE ARIÈS As crianças foram tratadas como adultos

em miniaturas: na sua maneira de vestir-se, na participação ativa em reuniões, festas e danças. Os adultos se relacionavam com as crianças sem considerar suas especificidades, falavam vulgaridades, realizavam brincadeiras grosseiras, todos os tipos de assuntos eram discutidos.

SURGIMENTO DE ALGUMAS FIGURAÇÕES DE CRIANÇAS

Menino Jesus ou Nossa Senhora

Anjo

A criança morta

DA ICONOGRAFIA RELIGIOSA DA

INFÂNCIA, SURGIU UMA ICONOGRAFIA

LEIGA NOS SÉCULOS XV E XVI

SÉCULOS XV E XVI

A criança se torna uma personagem mais frequentes nas pinturas: crianças com seus companheiros, com sua família...

Na vida cotidiana as crianças estavam misturadas com os adultos, para o trabalho, o passeio, o jogo.

SÉCULOS XV E XVI

Os pintores gostavam de representar a criança por sua graça ou por seu pitoresco e se compraziam em representar a presença da criança dentro do grupo ou da multidão.

Século XVI- retrato da criança morta (aparece nas sepulturas de seus mestres).

SÉCULO XVII

Multiplicam os retratos de crianças vivas;

Nasce o sentimento da infância Início do interesse pela criança Retratos de crianças sozinhas e

retrato de crianças em família. Imagens em que as crianças aparecem no centro

Registro da linguagem infantil.

TESE DE ARIÉS

A civilização medieval não percebia um período transitório entre a infância e a idade adulta. As crianças eram percebidas como adultos em miniatura.

A infância era apenas uma fase sem

importância e não fazia sentido fixar lembranças.

Ausência do sentimento de Infância na

Idade Média.

CRÍTICAS A ARIÉS

Tese da inexistência de uma consciência da natureza particular da infância nas sociedades medievais.

Olhando o mundo da infância medieval com os olhos da contemporaneidade e que não havia uma ausência do sentimento da infância, mas uma compreensão própria.

A construção das infâncias

Existem muitas infâncias distintas entre si por condição social, por idade, sexo, pelo lugar onde a criança vive, pela cultura, pela época, pelas relações com os adultos.

A construção das infâncias

POEMA DE TERNURANa roda da vidaLá vai o menino

Trazendo contenteUm canto no peito

Na fronte uma estrela.Um canto que faça o mundo mais

manso,Cantigas que tornem a vida mais limpa

Um canto que faça os homens mais crianças.

TIAGO DE MELO

REFERÊNCIAS

ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: LTC, 1981.

HEYWOOD, Colin. Uma História da Infância: da Idade Média à Época Contemporânea no Ocidente, trad. Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artemed, 2004.

 FARIAS, G; DERMATINI, Zelia de Brito Fabri; PRADO, Patricia Dias (orgs) Por uma cultura da infância : metodologia de pesquisa com criança. Campinas São Paulo : Autores Associados, 2005.

REFERÊNCIAS

BRUEGEL, Pieter, o Velho. Jogos Infantis. 1560. Óleo sobre madeira. 118 x 161 cm.

Kunsthistorisches Museum, Viena; ________. O Banquete de

casamento camponês. 1568. Óleo sobre madeira. 114 x

164 cm. Kunsthistorisches Museum, Viena;