Controle de Infecção em Cirurgia BMF

Preview:

DESCRIPTION

Controle de Infecção em Cirurgia BMF

Citation preview

Controle de Infecção em

Cirurgia BMF

Prof. Ms. Guilherme Terra

Disciplina de Cirurgia BMF

Terra, G.

Introdução

A prática da odontologia abrange uma

grande variedade de procedimentos.

Contato com secreções da cavidade oral e

aerossóis.

Possibilidade de transmissão de

infecções.

Terra, G.

Introdução

As medidas de controle de infecção visam

erradicar ou minimizar o risco de

transmissão de infecções na prática

odontológica.

(Jorge, 2002)

Terra, G.

Introdução

As principais razões para se desenvolver o controle de microrganismos são prevenir:

1. A transmissão de doença e infecção;

2. A contaminação ou crescimento de microrganismos nocivos;

3. A deterioração e dano de materiais por microrganismos.

(Jorge, 2002)

Terra, G.

Lavagem e anti-sepsia das mãos

A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções.

(Larson, 1995)

As mãos devem ser lavadas com sabão neutro sempre antes de calçar as luvas e após retirá-las, antes e após qualquer procedimento com pacientes e após contato com qualquer material, equipamento ou superfície potencialmente contaminados.

(Hoefel, 1996 )

Terra, G.

Equipamentos

de proteção

individual - EPIs

Terra, G.

Luvas

Devem ser utilizadas:

1. Em todos os procedimentos com todos pacientes.

2. Contato com materiais, instrumentos e equipamentos contaminados.

3. Durante o processo de limpeza de materiais e ambiente.

(Nash, 1992)

Terra, G.

Máscaras

Representam uma barreira física de proteção de transmissão de infecções.

Devem ser utilizadas pelos profissionais durante procedimentos realizados em pacientes.

Devem ter filtro duplo, descartáveis e avalizadas pela Anvisa.

(Nash, 1992)

Terra, G.

Óculos de proteção

Representam uma barreira de proteção de

transmissão de infecções para os

profissionais, diante do risco de

espirramento de secreções ou contato

com aerossóis.

(Nash, 1992)

Terra, G.

Toucas e gorros

Evitar queda de cabelos na área do

procedimento.

Serve de barreira mecânica para a

possibilidade de contaminação dos

cabelos através do espirramento de

secreções e aerossóis.

(Nash, 1992)

Terra, G.

Vestimentas

Devem ser limpas, de material de fácil lavagem e secagem e confortáveis.

Devem ser trocadas sempre que sujidade aparente.

Devem ser usadas exclusivamente no trabalho.

(Nash, 1992)

Terra, G.

Uso de adornos

Deve ser evitado o uso de adornos, tais como brincos, colares, correntes, pulseiras, relógios, anéis e alianças, já que representam materiais de difícil descontaminação.

Estudo comprovam que as mãos de profissionais que usavam anéis apresentavam-se mais colonizadas antes e após lavagem das mãos quando comparadas com grupo que não usava anéis.

(Kolstad, 1994)

Terra, G.

TRATAMENTO DE

MATERIAIS E

INSTRUMENTAIS

Terra, G.

Classificação dos artigos

Críticos.

Semi críticos.

Não críticos.

(Spaulding, 1968; Miller, 1993)

Terra, G.

Materiais críticos

Artigos pérfuro-cortantes ou que entrem em contato com tecidos cruentos e sangrantes.

Ex: Material cirúrgico, brocas, fios de sutura, etc...

(Rutala, 1999)

Terra, G.

Materiais semi críticos

Entram em contato com pele não íntegra e

mucosas íntegras.

Ex: Espelhos intra-bucais, afastadores

labiais, moldeiras, etc...

(Rutala, 1999)

Terra, G.

Materiais não críticos

Entram em contato apenas com pele íntegra ou não entrem em contato direto com o paciente.

Ex: Arco facial, Compasso de Willis, equipamentos em geral, etc...

(Rutala, 1999)

Terra, G.

Assepsia

Métodos empregados para impedir a

contaminação de determinado material ou

superfície.

Limpeza feita pelo próprio paciente.

(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)

Terra, G.

Assepsia

Realizada com substâncias detergentes.

Detergentes, sabonetes, etc...

(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)

Terra, G.

Anti-sepsia

Eliminação de microrganismos da pele,

mucosa ou tecidos vivos.

Feita pelo profissional.

(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)

Terra, G.

Anti-sepsia

Realizada com o auxílio de substâncias anti-sépticas, microbicidas ou microbiostáticas.

Clorexidina 0,12% à 0,2% para mucosas.

Clorexidina 2% ou Iodo-povidine (PVP-I) para pele.

(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)

Terra, G.

Descontaminação

Eliminação parcial ou total de

microrganismos de materiais ou

superfícies inanimadas.

(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)

Terra, G.

Descontaminação

Previamente e após qualquer

procedimento.

Álcool 70º.

(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)

Terra, G.

Limpeza

Remoção mecânica e/ou química de

sujidades em geral, (oleosidade, umidade,

matéria orgânica, poeira, entre outros) de

determinado local.

(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)

Terra, G.

Limpeza de materiais

Realizada antes da desinfecção ou esterilização.

Qualquer matéria orgânica na superfície dos materiais prejudicaria a desinfecção ou esterilização.

Pode ser realizada através de métodos mecânicos (escovação), físicos (ultra som) ou químicos (soluções enzimáticas).

(Rutala, 1999; Miller, 1992)

Terra, G.

Desinfecção

Eliminação de microrganismos, exceto

esporulados, de materiais ou artigos

inanimados, através de processo físico ou

químico, com auxílio de desinfetantes.

(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)

Terra, G.

Desinfecção de materiais

Recomendada para os materiais termossensíveis.

Se resumem na desinfecção química, através de desinfetantes líquidos.

Os agentes químicos comumente utilizados são os álcoois, compostos clorados, glutaraldeído e ácido peracético.

(Molinari, 1987)

Terra, G.

Desinfecção de materiais

Glutaraldeído 2% por, no mínimo, 30

minutos.

Ácido peracético por 10 minutos.

(Kunigk, 1998)

Terra, G.

Esterilização

Destruição de todos os microrganismos,

inclusive esporulados, através de

processo químico ou físico.

(Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000)

Terra, G.

Esterilização de materiais

Pode ser realizada através de métodos químicos ou físicos.

Químicos: Soluções esterilizantes.

Físicos: calor seco (estufa), calor úmido sob pressão (autoclave) e radiação ionizante.

Físico-Químicas: Óxido de Etileno (ETO).

(Anvisa, 2000; Howard, 1991)

Terra, G.

Esterilização

química

Terra, G.

Esterilização química

Risco de recontaminação do material.

Dificuldade de armazenamento e de controle de qualidade.

Dificuldade do monitoramento do processo.

(Howard, 1991)

Terra, G.

Esterilização química

Mesmos agentes utilizados no processo

de desinfecção, porém com maior tempo

de exposição.

(Howard, 1991)

Terra, G.

Esterilização em Glutaraldeído 2 %

Imersão por, no mínimo, 10 horas.

Mycobacterium chelonae apresentou, comprovadamente resistência.

Deve ser descartado de 14 a 28 dias após a ativação.

(Howard, 1991)

Terra, G.

Esterilização em Glutaraldeído 2%

Deve ser armazenado e recolhido por

empresas especializadas em transporte e

descarte de resíduos químicos.

Tóxico.

Carcinogênico??? (Howard, 1991)

Terra, G.

Esterilização em Ácido Peracético

Imersão por 30 minutos.

Nenhum Microrganismo apresentou resistência.

Deve ser descartado 24 horas após a diluição.

(Kunigk, 1998)

Terra, G.

Esterilização em Ácido Peracético

Por ser biodegradável pode ser descartado diretamente na rede de esgoto sem qualquer tratamento adicional.

É considerado atóxico , não alergênico e um irritante leve.

Carcinogênico??? (Kunigk, 1998)

Terra, G.

Esterilização

física

Terra, G.

Esterilização em estufa

60 minutos a 170° C.

120 minutos a 160° C.

Deve ser acondicionado em caixas metálicas abertas.

(Molinari, 1987)

Terra, G.

Esterilização em autoclave

Tem se apresentado como o método que reúne mais vantagens.

Maior segurança.

Menor dano aos materiais.

Menor tempo despendido.

(Costa & Funari, 1997; Miller, 1992; Howard, 1991)

Terra, G.

Esterilização em autoclave

Diversos ciclos de esterilização.

15 minutos a 134° C e 30 minutos a 121° C.

Os materiais devem ser embalados em papel grau cirúrgico, papel crepado ou tecido de algodão.

(Costa & Funari, 1997; Miller, 1992; Howard, 1991)

Terra, G.

Esterilização por radiação

Alternativa segura na esterilização de

artigos termossensíveis.

Método disponível em escala industrial

devido aos elevados custos.

(Anvisa, 2000; APECIH, 1998)

Terra, G.

Esterilização por radiação

Não danifica artigos termossensíveis ou não.

Conhecida como radiação ionizante gama.

(Anvisa, 2000; APECIH, 1998)

Terra, G.

Esterilização

Físico-Químicas

Terra, G.

Óxido de Etileno (ETO)

É um gás inodoro, sem cor, inflamável e

explosivo.

Necessária a adição de estabilizantes

para reduzir o risco de explosão e de

fogo.

(Rutala et al., 1996; Alfa et al., 1996; MS, 1999)

Terra, G.

Óxido de Etileno (ETO)

Método confiável e não danifica materiais.

Desvantagens: alto custo, toxicidade, e

tempo longo do ciclo.

(Rutala et al., 1996; Alfa et al., 1996; MS, 1999)

Terra, G.

Monitoramento e

validação dos

processos de

esterilização

Terra, G.

Indicadores físicos

O monitoramento físico em autoclaves consiste em verificar se a autoclave atinge os parâmetros físicos de tempo / temperatura e pressão de acordo com o ciclo escolhido.

Na estufa, monitora-se apenas tempo e temperatura.

(Lewis, 1992)

Terra, G.

Indicadores químicos

Representam maior segurança em relação ao

monitoramento físico.

Realizada utilizando indicadores químicos que, de

acordo com a ISO 11140, possuem 4 classes:

Classe 1;

Classe 4;

Classe 5;

Classe 6.

Terra, G.

Os indicadores de passagem são normalmente

encontrados em fitas zebradas.

Indicam se um determinado pacote passou pelo

processo, não garantindo, porém a sua

esterilidade.

Devem ser utilizados em todos os pacotes

externamente.

Indicadores Químicos Classe 1

Terra, G.

São indicadores multiparamétricos que

devem ser usado em cada pacote.

Mostram que houve penetração de calor e

vapor, mas não garantem a esterilização.

São fitas que devem ser colocadas dentro

dos pacotes.

Indicadores Químicos Classe 4

Terra, G.

Integrador químico de uso interno, indicado para

utilização em pacotes que serão esterilizados a

vapor.

Tem boa confiabilidade, porém se a temperatura

for acima de 140°C o indicador “aprova” o ciclo,

independente da presença de vapor.

Indicadores Químicos Classe 5

Terra, G.

Emuladores para temperatura específica, 121º C ou

134º C.

Prático, fácil de usar, de armazenar com leitura

imediata.

Tem grande confiabilidade e demonstram se o ciclo

apresentou todas as condições (temperatura em

presença de vapor por tempo suficiente) para que a

esterilização tenha ocorrido.

Indicadores Químicos Classe 6

Terra, G.

Indicadores Biológicos

Fornecem maior segurança em relação à qualidade de esterilização.

Consistem na colocação de microrganismos vivos dentro da autoclave e seu posterior cultivo, para controle de sua eliminação.

Não existem métodos comerciais para monitoramento biológico em estufas.

(Lewis, 1992)

Terra, G.

Indicadores Biológicos

É o monitoramento mais confiável, pois é feita com

microorganismos tecnicamente preparados –

indicadores biológicos – para demonstrar a

esterilização.

São testes que vêm em tubos plásticos com tampa

permeável ao vapor, com uma fita impregnada com

uma população conhecida de esporos, separada do

meio nutriente (líquido roxo), por uma ampola de

vidro.

Terra, G.

Indicadores Biológicos

A leitura deve ser realizada após 24 e 48 horas de

incubação.

Os esporos utilizados são de Geobacillus

stearotermophilus, altamente resistentes ao calor

úmido e não são patogênicos. São utilizados como

desafio, pois uma vez tendo sido eliminados, todos

os outros esporos e formas vegetativas também

serão.

Terra, G.

Terra, G.

Recommended