DEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: SIVUCA

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O impacto da Sociabilidade Online/Offline: um estudo do blogring Sivuca nas eleições municipais de 2008 na Grande Porto Alegre. mar/2009, grau 9,25

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOSPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO 

Hélio Sassen Paz São Leopoldo, 2009

1.1 EIXOS TEMÁTICOS

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral1.3.2 Objetivos Específicos

1.1 EIXOS TEMÁTICOS

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

• Se e como a sociabilidade e as interações sociais de amizade afetam a dinâmica e o conteúdo de blogs que se propõem como uma alternativa ao discurso político hegemônico, divulgando fatos e opiniões sob uma ótica diferente do discurso veiculado pela mídia corporativa.

1.3 OBJETIVO GERAL

• Verificar como se constrói, mantém, amplia (e até mesmo abandona-se) relacionamentos presenciais atravessados pelo ambiente online

em função de um tema em comum compartilhado através da blogosfera e, inversamente, como as trocas sociais entre blogueiros afetam os conteúdos de suas postagens em blogs cuja proposta é a discussão sobre temas políticos.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Discutir a proposta de blogs políticos como alternativa para a mídia hegemônica;

• Verificar os relacionamentos existentes entre blogueiros do Sivuca a partir de indicações nos próprios blogs (links no blogroll, comentários, posts) formando a rede online;

• Verificar a existência de interação offline entre blogueiros do Sivuca;

• Identificar se essas relações são anteriores ou posteriores à entrada no coletivo de blogs;

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS (cont.)

• Ver se há relação entre o pertencimento ao Sivuca e as relações de amizade entre blogueiros;

• Categorizar os conteúdos de posts e comentários dos blogs dos sivuqueiros;

• Verificar e discutir a relação entre as interações online entre blogueiros e os conteúdos postados;

• Verificar e discutir a relação entre as interações offline entre blogueiros e os conteúdos postados.

2.1 O QUE É UM BLOG?

2.2 NOSSA DEFINIÇÃO DE BLOG

2.3 GÊNEROS DE BLOGS

• BLOOD: início: - listas de links; Diários Online (2002); “mistura de proporções únicas de links, comentários, pensamentos e ensaios pessoais.” (2000, online)

• RECUERO: “construção de uma rede de relações, construções e significados” (2003a); Publicação Eletrônica (2004)

• Microconteúdo: textos curtos; atualização freqüente; organizados em torno do tempo” (JOHNSON, 2002, online)

• SILVA, Jan Alyne B.: estrutura padrão + formato específico com algumas variáveis facilmente distinguíveis na internet (ordem cronológica reversa, edição simplificada – ferramentas blog); [blogs temáticos são] catalizadores da integração e do diálogo entre indivíduos (autores ou comentaristas) num mesmo espaço (site) ou compondo uma rede de blogs, redes de confiança (2003)

2.1 O QUE É UM BLOG?

2.2 NOSSA DEFINIÇÃO DE BLOG

• unidade potencial de construção, manutenção, reforço e abandono de relações contida em um espaço autoral individual ou coletivo que espalha-se na rede através do diálogo, da conversação, da discussão e do debate proporcionados por três ambientes (posts, comentários e blogroll) que caracterizam o lugar desse ser e a sua forma de interagir em um ambiente marcado pela remidiação.

BLOOD (2000): Filtro (links p/eventos e fatos diversos); Diários Pessoais (registro diário de eventos e acontecimentos de natureza pessoal) Bloco de Notas: artigos mais extensos e mais focados (tema, público ou agenda específicos)

SILVA, Jan Alyne B. (2003): Weblogs individuais; coletivos; temáticos; livres

BURGESS in BRUNS e JACOBS 2006: Gêneros em blogs são uma articulação complexa entre:

•as ferramentas disponíveis + complicações das plataformas de blogs e das redes; •os caminhos nos quais os discursos sobre essas plataformas atraem comunidades específicas de usuários para si, num convite a formas específicas de letramento, textualidade e sociabilidade e•a ação dos participantes em dar forma a essas comunidades.”

BROOKS at al. apud BURGESS in BRUNS e JACOBS 2006: ‘remidiações’ de velhos gêneros literários (jornais, ensaios, cartas e assim por diante).

2.3 GÊNEROS DE BLOGS

Os nichos de crítica à invasão do Iraque pelos EUA surgiram na internet.

Acredita que só se consegue juntar gente pela internet apelando para objetivos mínimos:

A internet deve ser livre: gratuita, sem censura, pluralismo de opiniões, na liberdade de expressão e no direito à crítica;

“...o Sivuca não é um partido político, não responde a partidos políticos, pode ser definido como uma espécie de cooperativa digital.”

3.1 LUIZ CARLOS AZENHA

Entrar no SIVUCA exige:

1. Defesa da liberdade ampla, geral e irrestrita de opinião e de expressão na internet;

2. Defesa do pluralismo de opinião, ou seja, quem quiser esculhambar conosco sinta-se à vontade;

3. Combate ao pensamento único da grande mídia (PUM).

3.1 LUIZ CARLOS AZENHA (cont.)

NOVOS EIXOS TEÓRICOS

HISTÓRIA DA MÍDIA + CRÍTICA DAS PRÁTICAS JORNALÍSTICAS

4.1 CONHECIMENTO É PODER HÁ MUITOS SÉCULOS (BURKE, 2001, BRIGGS; BURKE, 2003)

4.2 MUDANÇA NO CARÁTER DO JORNALISMO: 4 FASES (MARCONDES Fº, 2000)

4.3 O JORNALISMO ONLINE

4.3.1 Tipos de Jornalismo Online (SCHWINGEL)4.3.1.1 Jornalismo Cívico (ou de Interesse Público):

• corporações chamam o leitor para produzir conteúdo mas detem o controle

4.3.1.2 Jornalismo Participativo (ou Cidadão):

• sem mediação entre quem escreve e quem publica

4.3.1.3 • Jornalismo de Código Aberto: • conteúdo disponível para apuração e correção por parte dos leitores

4.3.2 Possibilidades de Crítica das Práticas Jornalísticas na Internet (BRETAS, 2006)

5.1 BLOGS VERSUS MECANISMOS DE BUSCA: HÁ DEMOCRACIA NA WEB?

5.2 A CAUDA LONGA NA WEB

5.3 AS FORMAS DE RESISTÊNCIA AO IMPÉRIO NO SÉCULO XXI

5.4 EMERGÊNCIA

5.5 ALÉM DA PRODUÇÃO E DA RECEPÇÃO

5.1 BLOGS x MECANISMOS DE BUSCA

HÁ DEMOCRACIA NA WEB?

• A topologia da web evita que nós encontremos tudo;

• Os bancos de dados e mecanismos de busca funcionam como gatekeepers;

• O internauta tende a repetir seu padrão de busca por informações offline no online.

5.2 A CAUDA LONGA NA WEB

“…Nas verdadeiras redes, a maioria dos nós possui apenas alguns links. Esses numerosos pequenos nós por sua vez coexistem com alguns grandes hubs – nós com um anômalo alto número de links.

Os poucos links que conectam os pequenos nós entre si não são suficientes para assegurar que a rede está plenamente conectada: esta função é garantida pelos hubs relativamente raros que mantém as verdadeiras redes intactas.” (BARABÁSI, 2003 p. 70)

5.2 A CAUDA LONGA NA WEB (cont.)

5.3 MULTIDÃO

• Forma de resistência ao estado de guerra permanente do Império;

• A mesma globalização “também é a criação de novos circuitos de cooperação e colaboração que se alargam pelas nações e os continentes, facultando uma quantidade infinita de encontros.” (HARDT e NEGRI, 2005 p. 12).

• Rede aberta e em expansão, na qual todas as diferenças podem ser expressas livre e igualitariamente, proporcionando os meios de convergência para que possamos trabalhar e viver em comum, com a ressalva de que isso não quer dizer que todos se tornem iguais;

• Possibilidade de descobrirmos os pontos comuns que permitam que nos comuniquemos uns com os outros a fim de agirmos conjuntamente.

5.3 MULTIDÃO (cont.)

• Produção Social: “toda a construção colaborativa de conhecimento, cultura, ação política e geração de riqueza através da transação virtual tanto de bens imateriais como de bens materiais nas redes bottom-up resulta em novas formas de comunicação, relacionamento e formas de vida (HARDT E NEGRI, 2005, p. 13) emergentes a partir da Multidão. ”

• Internet: base ou modelo para a Multidão:

• Produção biopolítica + desejo de democracia: moedas comuns a todos os movimentos e lutas de libertação através do mundo (movimentos que atravessam e são atravessados pela internet).

5.4 EMERGÊNCIA

Dinâmica da rede: interações entre blogs – conexão entre os nós resulta em “sistemas relativamente simples para construir inteligência de nível mais alto”. (JOHNSON, 2003, p. 9)

Blogs como células autônomas que, sob condições adequadas, interagem em um organismo maior; quando o ambiente é mais hostil, cada blog se transforma em um organismo único, oscilando entre ser uma criatura única e uma multidão (JOHNSON, 2003, p. 10)

“…Movimento das regras de nível baixo para a sofisticação do nível mais alto” (JOHNSON, 2003, p. 14)

6.1 ETNOGRAFIA -> NETNOGRAFIA = OBJETO + CULTURA

6.2 IMPRESSÕES DO PESQUISADOR NO CAMPO

6.2.1 Entrée Cultural

6.2.2 A Coleta e a Análise dos Dados

6.2.3 A Ética da Pesquisa

6.2.4 O Feedback e a Checagem de Informações com os Membros do Grupo Pesquisado

6.3 RECORTE DE UMA AMOSTRA DE BLOGS PARA OBSERVAÇÃO

6.3.1 Recorte Temporal da Amostra

6.4 ETAPAS E CRITÉRIOS DE OBSERVAÇÃO DOS BLOGS

6.4.1 Método de Leitura das Tabelas dos Blogs (B1A a B1J)

6.5 ETAPAS E CRITÉRIOS DE OBSERVAÇÃO DA INTERAÇÃO PRESENCIAL

6.5.1 Método de Leitura da Tabela do Encontro Presencial E

6.6 MÉTODO DE CRUZAMENTO DAS INTERAÇÕES ONLINE E OFFLINE

7.1 ANÁLISE DAS CONVERSAÇÕES ONLINE:

• Cruzamento e comparação dos espaços de conversação observados no conteúdo e na interface dos blogs

7.2 ANÁLISE DAS CONVERSAÇÕES OFFLINE:

• Analogia das intervenções verbalizadas em ambiente presencial com os elementos online.

As interações entre os sivuqueiros gaúchos em seus blogs ocorreram de maneira esparsa dentro dos ambientes de interação e de conversação online durante o período observado;

a conversa presencial demonstrou maior riqueza de informações políticas e da percepção da blogosfera alternativa em geral

Há muito mais concordâncias do que divergências entre eles

o grupo afirma que aproximou-se tanto no online como no offline em função da afinidade temática que, em alguns casos, ajudou a expandir as amizades a partir de alguns poucos contatos já existentes pré-blogosfera e pré-Sivuca

A ampliação do grupo foi-se dando muito mais em função da proximidade geográfica e desses interesses comuns do que por causa do Sivuca

afinidade de pensamento: são pessoas de mesma filiação ideológico-partidária que acreditam nas mesmascoisas e expressam suas idéias de modos similares

Eles desejam fazer de seus blogs instrumentos multiplicadores de contra-informação e de crítica

Cada um tem o seu próprio jeito de ser representado em cada blog, sem a preocupação de todos abordarem o mesmo fato simultaneamente.

Os desdobramentos das conversações online e offline dentro da amostra, repletos de interações esparsas nos blogs e cheios de dúvidas de como se articular politicamente no encontro não foram capazes de alterar a conjuntura social e política em especial de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul a partir da proliferação da informação divergente da mídia corporativa sob a perspectiva desse grupo.

Eles percebem que o seu alcance em termos de audiência é pequeno, mas esperam poder terum poder transformador maior do que aquele demonstrado pelos dados coletados tanto emsuas interações.

O grupo não considera que haja um equilíbrio ou uma distribuição democrática das diferentes visões políticas a partir dos meios de comunicação.

A cordialidade e as aspirações ainda não refletem uma mobilização em torno de um objetivo, mas muito mais fortemente indicam o desejo de contato com pessoas com crenças e projetos de vida semelhantes, uma forte marca da sociabilidade.

Azenha pretendia ver o Sivuca como um foco de resistência emergente. No entanto, os blogueiros ainda têm um forte vínculo a instituições verticalizadas – algo que contraria os conceitos de emergência e multidão, permeados pela descentralização e pela auto-organização.

A crítica da mídia normalmente realizada por todo o grupo ainda não conseguiu conquistar espaços, espalhar-se através das possibilidades comunicativas que não são ocupadas pela lógica mercantilista da mídia corporativa, conforme (BRETAS, 2006).

A forma com que os blogueiros conversam entre si online e offline é bastante semelhante e não sugere a ocorrência nem de atritos e nem de um estreitamento de laços em função do que foi escrito ou falado. Ao mesmo tempo, o comportamento e os interesses do grupo em ambos os ambientes permanece o mesmo.

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