Ginástica rítmica 2. parte

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Fisioterapia na Saúde do Atleta

Prof. Rubens Alexandre da Silva Jr, PhD.

7º Semestre – Fisioterapia – Noturno

Discentes

Alessandra Frassato

Bárbara Beatriz de Moraes

Dirce Benito Borburema

Edlaine Estela Rodrigues

Jéssica Leonardi

Mayara Rodrigues Monteiro

Mônica Santos de Oliveira

Tiago Trindade Ribeiro

Londrina 2015

A Ginástica Rítmica é uma das modalidades que mais atrai atenção do público e que exige uma boa preparação e treino de

quem o pratica.

Durante as competições as atletas devem se empenhar muito, preparar uma coreografia diferente e inusitada, utilizando-se dos diversos recursos disponíveis dentro dessa modalidade e acrescentando outros elementos além dos obrigatórios, tudo isso para conseguir a melhor nota na avaliação dos juízes, que avaliam o grau de dificuldade dos movimentos e da execução.

Porém, a grande dificuldade enfrentada por quem busca a excelência é equilibrar-se no limite máximo de seu corpo.

Ginastas estão habituados a conviver com a dor inerente a sua prática e, por isso, podem não perceber a hora de interromper as atividades.

A repetição diária, aliada ao grau de dificuldade dos movimentos, propicia o surgimento de lesões que acabam tirando o atleta dos treinos e das competições.

As lesões iniciam com um simples quadro de algia, podendo progredir para lesões como: Entorse, Contusão, Fraturas, Tendinite, Periostite, Neurite, Bursite, Luxação, Artrose, entre outros.

De acordo com Carvalho (2004), as principais lesões na GR apresentam algumas características que podem ser divididas em dois grandes grupos:

Grupo 1: Do qual acomete articulações como: ombro, cotovelo, punho,

coluna vertebral, quadril, joelho, tornozelo e pé;

Grupo 2: Comprometimento dos tecidos moles, cápsulas, ligamentos e tendões;

As lesões costumam ocorrer devido a erros de técnica, erros durante o treinamento e o aquecimento inadequado, ou seja, muitas vezes as atletas fazem somente um aquecimento específico para a modalidade e não para os grupos musculares que serão solicitados durante a execução dos movimentos.

As consequências desse erro são: aquele movimento primário, que era para estar sendo solicitado, é compensado pelos grandes grupos musculares que estão muito fortes devido ao grau de repetições,

assim, os pequenos grupos musculares participam pouco do movimento e as articulações acabam sendo exigidas além do normal e

se inflamam por fraqueza.

Duração das sessões e o excesso de treinamento;

A falta de auxílio do técnico ou outra pessoa durante a execução do movimento;

A não utilização ou utilização inadequada dos equipamentos de proteção;

O aumento da dificuldade dos elementos e da competitividade;

A falta de concentração por parte das atletas;

(Dados coletados de um trabalho feito anteriormente com as atletas da GR da UNOPAR de Londrina).

No seguinte estudo foram utilizados alguns questionários com as atletas, onde dados importantes foram coletados, todos referentes às lesões que as atletas apresentavam no momento ou que já vieram a ter.

Nele participaram 25 atletas praticantes “somente” da Ginástica Rítmica, sendo que:

10 eram atletas infantis;

6 faziam parte da categoria juvenil;

9 atletas eram da categoria adulta.

Muitas lesões podem ocorrer devido ao desgaste físico e o suporte de peso corporal absurdo que é exigido nessas atividades.

Elas podem acometer parte da coluna vertebral, devido a um desequilíbrio entre os músculos que agem nessa região, aumentando a

probabilidade das atletas apresentarem hiperlordose lombar, espondilólise (fratura por sobrecarga) e espondilolistese

(escorregamento) das vértebras.

Podem comprometer também tanto os MMSS quanto os MMII, sendo que as lesões mais frequentes são:

MEMBROS SUPERIORES: ( Resultante da descarga que é exigida no momento do apoio do peso corporal).

Entorse em punhos e nos dedos;

Luxações nos cotovelos e nos ombros;

Roturas do labrum glenoidal;

Impactos sub-acromiais;

MEMBROS INFERIORES: (Resultam de descarga de peso inadequada ou de extrema carga quando em contato com o solo).

Rotura do ligamento cruzado anterior e do ligamento medial do joelho;

Luxação da rótula e a rotura dos meniscos;

Tendinose do rotuliano;

Fraturas condrais do joelho e do tornozelo;

Entorses do tornozelo;

Tendinose do tendão de Aquiles;

De acordo com Howley e Franks (2000), os sinais e sintomas podem ser classificados como:

DE PRIMEIRO GRAU

Lesões leves, resultando em um estiramento ou pequeno rompimento de tecido. Neste caso, a amplitude do movimento é limitada, a dor localizada é mínima e não possui edema.

DE SEGUNDO GRAU

Consideradas as lesões moderadas que resultam em rompimento parcial do tecido. Neste caso, a função é limitada, ocorre dor localizada com provável espasmo muscular e o movimento é doloroso. Ocorre também a formação de edema e ou alterações na cor, caso o tratamento imediato adequado não seja feito.

DE TERCEIRO GRAU

Consideradas as lesões graves. Essas lesões levam a um sério rompimento ou ruptura de tecido, dor localizada intensa, edema e espasmo muscular, alterações de cor e possível deformidade palpável.

O Joelho é uma articulação de suporte de peso e locomoção que apresenta grande movimento, com função de mobilidade e estabilidade.

Sendo composta por duas articulações: femoropatelar e tibiofemoral.

A articulação do joelho é particularmente suscetível à lesão traumática por estar localizada nas extremidades de dois braços de alavancas longos (tíbia e fêmur).

ESTABILIZADORES ESTÁTICOS

Ligamentos colateral medial (tibial), colateral lateral (fibular), cruzado

anterior e cruzado posterior; meniscos medial e lateral e cápsula articular.

ESTABILIZADORES DINÂMICOS

Músculos e tendões que passam por essa região, sendo que os mais

importantes são o quadríceps femoral e os que compõem os isquiostibiais

(semitendinoso, semimembranoso e

bíceps femoral).

O mecanismo de lesão é ocasionado por uma hiperextensão, rotações com o pé fixo no chão, onde frequentemente são observadas lesões de ligamentos colaterais anterior, posterior, laterais e mediais, ambos envolvendo mecanismo de desaceleração do movimento.

É preciso determinar o grau da lesão ligamentar a fim de proceder um tratamento adequado desde o início.

Ocorre devido a um “entorse” na articulação do joelho, associada a uma rotação interna do fêmur e uma rotação externa da tíbia.

Geralmente o paciente ouve um estalo no momento da lesão, que vem seguido de uma dor muito forte.

TESTE SINAL DA GAVETA

Teste para instabilidade anterior e posterior – ligamentos cruzados

Cruzado Anterior Cruzado Posterior

TESTE DE LACHMAN

Avalia LCA.

TESTE DE ESTRESSE VARO-VALGO Avalia os ligamentos colaterais

SINGLE LEG HOP

Importante papel na avaliação de pacientes

pós-reconstrução de LCA.

TESTE DE PIVOT SHIFT

Avalia a integridade do LCA. (É realizado partindo-se do joelho em extensão, realizando-se uma força em valgo e rotação interna da tíbia. A medida que

o joelho se flete, entre 30º e 50º observa-se um ressalto que significa a redução da tíbia sobre o fêmur).

TESTE DE JERK- TEST

Avalia LCA. (É realizado partindo-se da flexão

para extensão, realizando-se uma força

em valgo e rotação interna da tíbia,

observa-se a subluxação anterior da tíbia).

As lesões do LCA ocorrem geralmente por mecanismos onde o estresse no ligamento é grande o suficiente para causar uma ruptura.

As lesões podem ser parciais ou totais dependendo do movimento, força e alongamento, seu trauma pode ser direto ou indireto.

Quase sempre a lesão é dada por uma manobra de torção, e desaceleração.

Lesões de Reparo

1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE 4ª FASE

HEMORRÁGICA INFLAMAÇÃO PROLIFERATIVA REMODELAGEM

ALGUNS MINUTOS 24 A 48 HORAS 3 A 21 DIAS 21 Á 60

OU ATÉ 72 HORAS AS VEZES 90 DIAS

1ª FASE

Objetivos Fisioterapêuticos

Promover a Analgesia

Restabelecer os sinais clínicos da inflamação (Diminuição de edema)

Restaurar a Amplitude de Movimento (ADM)

Restabelecer reeducação sensório motora (Propriocepção)

Manter ou Restabelecer a Força Muscular

1ª FASE

Imobilização com órtese

Repouso na marcha com Muleta Canadense

1ª FASE

US pulsado 10% por 15 minutos;

Mobilização passiva MMII sem resistência;

Alongamento suave dos músculos flexores e extensores de joelho, abdutores e

adutores de quadril;

Fortalecimento dos membros superiores com halter, para uso das muletas e membros contralateral a lesão.

2ª FASE

Exercícios ativo assistido de extensão e flexão do joelho com bola dente de

leite;

Mobilização passiva de patela do membro lesionado;

2ª FASE

Alongamento de isquitibiais (semitendíneo, semimembranáceo e bíceps

femoral), quadríceps (Vasto lateral, medial,

intermédio e reto femoral) , TFL, sartório, grácil, Adutor longo, Adutor curto,

Adutor magno e gastrocnêmio;

Exercícios proprioceptivos no bosu com apoio unipodal e prancha proprioceptiva

bipodal;

3ª FASE

Exercícios excêntricos para quadríceps;

Fortalecimento dos músculos flexores e extensores de joelho, abdutores (Glúteo

médio e mínimo) e adutores (Adutor longo,

curto e magno, grácil e pectíneo)

de quadril com auxílio de thera-band;

Treino de corrida no plano sem mudança de direção por 10 min.

Realizar um circuito contendo os seguintes aparelhos: plano inclinado quadrado pequeno e grande; prancha proprioceptiva redonda; bosu; disco

proprioceptivo inflável; balancim ; cama elástica .

OBS: A atleta irá manter-se em cada aparelho por 60 segundos, com duas repetições do circuito.

GOLIAS ARC. Relação entre instabilidade do joelho e alterações posicionais do membro inferior de atletas de Ginástica Rítmica. R. bras. Ci. e Mov 2012;20(2):52-60.

DIONÍSIO VC. Reabilitação na Lesão de Ligamento Cruzado Anterior: Uma Revisão da Literatura. R. bras Fisiot. V1. N.2 1996.

OLIVEIRA MMM, LOURENÇO MRA, TEIXEIRA DC. Incidências de Lesões nas equipes de Ginástica Ritmica da UNOPAR. 2003.

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