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Trabalho de Ecologia com base no estudo do efeito da luminosidade nos frutos do medronheiro.
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Índice Introdução ................................................................................................................................ 2
Características morfológicas externas ................................................................................... 2
Clima..................................................................................................................................... 3
Distribuição ........................................................................................................................... 3
Reprodução .......................................................................................................................... 3
Modelos estatísticos utilizados para o tratamento dos dados ................................................ 3
Teste de Kruskal-Wallis...................................................................................................... 3
Correlação de Pearson ...................................................................................................... 3
Objectivos ................................................................................................................................. 5
Material utilizado: ................................................................................................................. 6
Tratamento de dados ................................................................................................................ 6
Correlação de Pearson .......................................................................................................... 6
Teste de Kruskal-Wallis ......................................................................................................... 6
Análise de variância: ............................................................................................................. 7
Conclusões ................................................................................................................................ 8
Bibliografia ............................................................................................................................... 9
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Introdução
O medronheiro (Arbutus unedo) é vulgarmente designado de êrvodo, êrvedo,
ervedeiro, meródios, ervado e ainda ervedo (1 e 2).
Classificação Científica
Reino Plantae
Divisão Magnoliophyta
Classe Magnoliopsida
Ordem Ericales
Família Ericaceae
Género Arbutus
Espécie A. unedo
Nome Binomial Arbutus unedo L.
(1)
Arbusto ou árvore de folha perene, com altura variável, a sua copa é oval e
espessa e os seus ramos e tronco tortuosos. A casca aparece fendilhada, destacando-
se em tiras, normalmente acastanhadas (2).
Características morfológicas externas
As folhas têm forma lanceolada, com 5 a 10 centímetros de comprimento e 2 a
4 centímetros de largura, serradas, coriáceas (duras), apresentam pecíolo curto,
alternadas, glabras (peladas) excepto na base, lustrosas e verde-escuras (sendo a cor
mais intensa na parte de cima) (2 e 3).
As flores são pequenas, com corola e cálices campanulados; hermafroditas com
cerca de 10 a 12 estames e com estilete pouco distinto da antera (5). Brancas com
tonalidades rosa ou verde, formam inflorescências em panículas pendentes/cachos
pendentes (inflorescência em que o comprimento dos ramos diminui da base para o
topo, dando uma forma cónica ao conjunto) (2). A floração ocorre de Outubro a
Fevereiro (5).
O fruto do medronheiro (medronho) é uma baga rugosa que pode atingir 20
mm. Inicialmente é verde, passando a amarelo e depois a escarlate e ainda a
vermelho-escuro (3). Esta evolução de cor resulta do amadurecimento, que ocorre no
Outono do ano seguinte (5). O medronho é carnudo e com polpa comestível. A sua
semente é pequena, angulosa e de cor castanha, podendo aparecer uma ou mais
sementes num só caroço ou cada uma num caroço independente (5).
O tronco tem um ritidoma pardo-avermelhado ou pardo-acinzentado, é
estreito, possui fendas e é muito escamoso. Este caduca em pequenas placas nos
exemplares com mais idade (2).
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Clima
O medronheiro é uma árvore tolerante à sombra, suporta climas com períodos
quentes secos e pluviosidade baixa, assim como altitudes elevadas, até 1200 metros.
Prefere solos siliciosos, mas tolera os calcários e pobres em húmus. Tem a capacidade
de se renovar pelo cepo. E consegue viver mais de 200 anos (2 e 5).
Distribuição
Esta espécie é mediterrâneo – atlântica, encontra-se no Sudoeste do
continente. Em Portugal encontra-se por quase todo o país, aparecendo com maior
frequência na zona sul do Tejo, sobretudo nas serras de Monchique e do Caldeirão,
onde ocupa grandes superfícies (5).
Devido à degradação da floresta primitiva, o medronheiro é actualmente uma
das poucas espécies com porte arbóreo em matos perenes, que em tempos estavam
ocupados por carvalhos resistentes à poluição urbana (2).
Reprodução
No medronheiro a reprodução começa com a queda do fruto maduro (no
Outono/Inverno), a partir da qual se produz uma maceração e fermentação das
sementes. Esta situação é auxiliada pela manta vegetal, e o sucesso da germinação na
Primavera seguinte irá depender das condições em que decorreu a
maceração/fermentação (2).
Modelos estatísticos utilizados para o tratamento dos dados
Teste de Kruskal-Wallis Teste apropriado para comparar as distribuições de duas ou mais variáveis ordinais observadas em duas ou mais amostras independentes. Se p<0,05 então podemos afirmar que existe correlação entre as variáveis em estudo. Se a amostra fosse mais extensa (n>30) era mais adequado utilizar outro teste, o ANOVA. Correlação de Pearson
O coeficiente de correlação de Pearson mede o grau da correlação entre duas
variáveis de escala métrica e também a direcção dessa correlação (se é positiva ou
negativa).
Este coeficiente (ρ) assume valores entre -1 e 1. Quando ρ1, a correlação é
positiva perfeita entre as duas variáveis (se uma variável aumenta, a outra também).
Quando ρ-1, a correlação é negativa perfeita entre as duas variáveis (se uma variável
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aumenta, a outra diminui). Quando ρ0, significa que as duas variáveis não
dependem linearmente uma da outra.
Como calcular a correlação de Pearson:
Onde e são os valores medidos de ambas as variáveis. Para além disso
e
São as médias aritméticas de ambas as variáveis.
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Objectivos
No âmbito da unidade curricular de Ecologia Geral foi-nos solicitado a
realização de um relatório sobre o trabalho prático. Depois de analisar os diversos
temas que nos foram propostos, decidimos estudar a possível relação entre a
luminosidade e a maturação dos frutos do medronheiro.
Começamos por seleccionar 30
medronheiros de tamanhos variáveis e
exposições solares diferentes (1-sol, 2-
intermédia e 3-sombra).
Estudamos os factores e as
características referidas na tabela ao lado.
Escolhemos estudar estes factores
porque pensávamos que poderiam influenciar a
maturação dos frutos.
Começamos este estudo com a ideia de
que árvores com maior exposição solar teriam
mais facilidade na maturação dos frutos, apresentando assim um maior número de
frutos maduros.
Ao longo deste relatório iremos expor os resultados do nosso estudo, a análise
dos resultados e uma reflexão sobre a nossa questão inicial: “Será que a luminosidade
tem relação com a maturação dos frutos?”
Características estudadas
Altura da árvore
Altura a partir da qual há ramagem
Altura da ramagem
Volume de ramagem
Largura da ramagem
Perímetro do ramo mais grosso
Nº medronhos amarelos
Nº medronhos verdes
Nº medronhos vermelhos
Nº de abortos
Imagem do Campus da UTAD com o local onde se encontram os medronheiros
estudados no âmbito do nosso trabalho.
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Material utilizado:
Fita métrica, etiquetas, binóculos e máquina fotográfica.
Tratamento de dados Correlação de Pearson
Tabela 1
A correlação de Pearson pressupõe duas vertentes, a correlação negativa e a
correlação positiva. Na tabela (1) podemos verificar que existem vários casos de
correlação negativa, tais como: número de frutos verdes versus o volume da ramagem,
a proporção de frutos verdes versus o volume da ramagem entre outros. Por outro
lado podemos verificar a correlação positiva com algumas variáveis tais como a
proporção de frutos amarelos versus o número de abortos, número de frutos versos o
volume da ramagem. As correlações significantes são as variáveis número de frutos
verdes versus número de frutos amarelos, número de frutos versus número de frutos
amarelos, número de frutos versus número de frutos verdes.
Teste de Kruskal-Wallis
Segundo este teste se p<0,05 então podemos afirmar que existe um resultado
significativo na correlação. Assim sendo, podemos analisar a seguinte tabela que é
resultado da análise dos dados obtidos através do programa MyStat.
Variável 1 Variável 2 Valor de p
Número de frutos amarelos
Luminosidade 0,040
Número de frutos verdes Luminosidade 0,353
Número de frutos vermelhos
Luminosidade 0,107
Número de abortos Luminosidade 0,177
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Número total de frutos Luminosidade 0,032
Proporção de frutos amarelos
Luminosidade 0,462
Proporção de frutos verdes
Luminosidade 0,974
Proporção de frutos vermelhos
Luminosidade 0,375
Proporção de abortos Luminosidade 0,784
Pela análise desta tabela, podemos observar que o número total de frutos varia
com a luminosidade. Assim sendo, concluímos que árvores com maior exposição solar
têm tendência a ter mais frutos. Também, podemos ver que existe uma correlação
significativa entre as variáveis número de frutos amarelos versus luminosidade.
Análise de variância:
O estudo da análise da variância vem confirmar o que constatamos com o teste de
Teste de Kruskal-Wallis.
A B C
D E F
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Conclusões - Não existe relação aparente entre o volume da ramagem e o número de frutos, como podemos verificar na tabela número 1.
- Existe relação aparente entre número total de frutos e o número de frutos amarelos, o mesmo acontece com os frutos verdes. Daí, concluímos que existe uma maior relação entre o número total de frutos e a fase inicial de maturação.
- Aparentemente, o número total de frutos não influência o número de abortos.
- Aparentemente, quanto maior o número de frutos vermelhos maior o número de abortos.
- A proporção de frutos amarelos quando a árvore se encontra exposta à luz solar é maior que a proporção de frutos vermelhos quando a árvore se encontra nas mesmas condições (Gráfico F e H).
- Arbustos com maior exposição solar têm tendência a ter mais frutos vermelhos, como podemos observar no gráfico C (existe uma tendência, mas não está nada comprovado).
- Indivíduos com maior exposição solar têm maior número de frutos (Gráfico E).
- As árvores tendencialmente possuem mais frutos vermelhos e amarelos.
Um dos dados que esperávamos comprovar com o nosso trabalho, é que árvores menos expostas à luz solar tivessem mais abortos (Gráfico I). Mas com os dados obtidos não conseguimos comprovar esta hipótese.
Quanto maior é a exposição solar, maior é o número de frutos em todas as fases de maturação, logo, maior é o número total de frutos.
Com o nosso estudo, concluímos que a altura não influência a quantidade de frutos; uma vez que, encontramos arbustos pequenos com elevadas quantidades de frutos.
Como conclusão final, podemos afirmar, respondendo à nossa questão inicial que árvores expostas à luminosidade têm os seus frutos numa fase de maturação mais
G H I
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avançada, como podemos comprovar nas tabelas e nos gráficos (que relacionam luminosidade com o número de frutos amarelos e vermelhos).
Bibliografia
1) http://pt.wikipedia.org/wiki/Arbutus_unedo 2) http://arvoresdeportugal.free.fr/IndexArborium/Ficha%20MedronheiroArbutu
sunedo.htm 3) http://www.cienciaviva.pt/projectos/pulsar/sem9.asp 4) http://www.floridata.com/ref/a/arbu_une.cfm 5) http://jornal.quercus.pt/scid/subquercus/defaultarticleViewOne.asp?category
SiteID=377&articleSiteID=958 6) http://caminhadasnapraiadequiaios.blogspot.com/2008/11/arbutus-
unedo.html 7) http://74.125.155.132/scholar?q=cache:O37CH-
Fz5wIJ:scholar.google.com/+arbutus+unedo+strawberry+tree&hl=pt-PT&as_sdt=2000
8) http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6TC3-454758R-5&_user=10&_coverDate=03%2F15%2F2002&_rdoc=1&_fmt=high&_orig=search&_origin=search&_sort=d&_docanchor=&view=c&_searchStrId=1476850537&_rerunOrigin=scholar.google&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=e1e78bb5b7d87d054a31cd5bc23e6289&searchtype=a
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