Doença de chagas

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Doença de Chagas

Enfª R1 – Camila Abrantes Cordeiro

Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares

Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade Residência

Março,2016

Objetivos

• Descrever a Doença de Chagas e sua fisiopatologia.

• Discutir a classificação, diagnósticos e tratamento da Doença de Chagas.

• Abordar a assistência de enfermagem ao paciente com Doença de Chagas.

Introdução

• Foi descrita, em 1909, pelo pesquisador brasileiro Carlos Chagas.

• Infeccção causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi e transmitida por insetos conhecidos como “barbeiros”.

• Maior prevalência em países da América Latina. A Organização Mundial de Saúde estima 16 a 18 milhões de indivíduos infectados.

• No Brasil, estima-se a existência de 3,5 milhões de pacientes infectados, dos quais 20% a 30% apresentam comprometimento cardíaco. (BRASIL, 2011; BRASIL 2008)

Transmissão

Vetorial Transfusional

Transplacentária (congênita) Via oral

(BRASIL, 2011; BRASIL 2008)

Transmissão

Fonte: Google imagens

(BRASIL 2008; MALTA, 1996)

Apresentação clínica da doença Infecção pelo T. Cruzi

AGUDA

CRÔNICAINDETERMINADA

CARDÍACA

DIGESTIVA

ASSOCIADA

(BRASIL, 2011; BRASIL 2005)

Fase aguda

Febre, cefaléia, mialgia, artralgia, diarreia, vômito.

Miocardite aguda, pericardite, cardiomegalia, insuficiência cardíaca, arritmias, edema de face e/ou membros inferiores.

Lesões de porta de entrada

• Sinal de Romaña • Chagoma de inoculação

(BRASIL, 2011; BRASIL 2008)

Fase crônica• Ocorre em cerca de 50 – 60% dos

casos.• Assintomático e sem sinais de

comprometimento do aparelho circulatório e digestivo.

Indeterminada

• Ocorre em cerca de 10% dos casos.• Evidências de acometimento do

aparelho digestivo que, freqüentemente, evolui para megacólon ou megaesôfago.

Digestiva

• Cerca de 5% dos casos.• Ocorrência concomitante de lesões.

Associada (cardiodigest

iva)(BRASIL, 2011; DIAS, 2007)

Forma Digestiva

MegaesôfagoDisfagia

Regurgitação

Dor esofagiana

Pirose

Odinofagia

• Repercussões da doença no trato gastrointestinal, dentre as quais sobressaem as alterações de motilidade do esôfago e do cólon, resultando em megaesôfago e megacólon.

(BRASIL, 2011; BRASIL 2005)

Forma Digestiva

(BRASIL, 2011; BRASIL 2008)

Fonte: Google imagens

Cardiopatia Chagásica Crônica• Inflamação progressiva e fibrosante do miocárdio.

• Infiltrado inflamatório

• Remodelamento ventricular

• Trombos• Aneurisma

apical

• Arritmias

IMUNOLÓGICO

INFLAMATÓRIO

MICROCIRCULATÓRIO

NEUROGÊNICO

Cardiopatia Chagásica Crônica• Manifestações clínicas:

Insuficiência cardíaca

Arritmias

Tromboembolismo

Morte súbita

Cardiopatia Chagásica Crônica

Fonte: Google imagens

(BRASIL, 2011; BRASIL 2008)

Diagnóstico• Combinação dos achados epidemiológicos, sorológicos e

clínicos.• Testes sorológicos: ELISA, Imunofluorescência indireta

(IFI), Hemoglutinação indireta (HAI).

Exames complementares• Eletrocardiograma.• Radiografia do tórax.• Ecocardiograma.• Teste ergométrico.• Eletrocardiografia dinâmica (Holter).

(SOUZA, 2013; BRASIL, 2011)

Tratamento• A droga disponível no Brasil é o Benznidazol (comp.

100mg), que deve ser utilizado na dose de 5mg/kg/dia (adultos) e 5-10mg/kg/dia (crianças), divididos em 2 ou 3 tomadas diárias, durante 60 dias.

• O Nifurtimox pode ser utilizado como alternativa em casos de intolerância ao Benznidazol, embora seja um medicamento de difícil obtenção

• O tratamento sintomático depende das manifestações clínicas, tanto na fase aguda como na crônica.

• Nas formas digestivas, pode ser indicado tratamento

conservador (dietas, laxativos, lavagens) ou cirúrgico, dependendo do estágio da doença.

Medidas de controleTransmissão vetorial

Controle químico do vetor

Melhoria habitacional em áreas de alto risco.

Transmissão vertical

Identificação de gestantes chagásicas

Triagem neonatal de recém-nascidos.

Assistência de enfermagem• Consulta de enfermagem.

• Ações educativas ao paciente e familiares.

• Sorologia.

• Orientações quanto ao tratamento.

• Uso correto da medicação.

• Esclarecer sobre a impossibilidade de doar sangue e órgãos.

• Estimular a adesão ao tratamento.

Referências• BRASIL. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz Latino-Americana

para o Diagnóstico e Tratamento da Cardiopatia Chagásica. v.97, n.2, 2011.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Consenso Brasileiro em Doença de Chagas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 2005.

• DIAS, J. C. P. Globalização, iniqüidade e doença de Chagas. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 23, supl. 1, 2007.

• MALTA, Jarbas. Doença de Chagas. São Paulo: Sarvier, 1996.• SOUZA, D. M. Manual de Recomendações para Diagnóstico, Tratamento e

Seguimento Ambulatorial de Portadores de doença de Chagas. Belém-PA, 2013.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Controle de Chagas. Doença de Chagas Aguda. Aspectos epidemiológico, diagnóstico e tratamento. Guia de consulta rápida para profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde. 2008.

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