View
3.280
Download
4
Category
Preview:
Citation preview
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e a Síndrome do
Desconforto Respiratório Agudo (SDRA)
Dr. José Alexandre Pires de Almeida
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA
“Incapacidade do sistema respiratório manter a ventilação e ou oxigenação. O sangue venoso venosos que retorna aos pulmões não consegue ser alterializado”( Knobel,2005,p. 282).
“É uma deterioração súbita e com risco de vida da função da troca gasosa do pulmão” ( BRUNNER e SUDDARTH,2005,p.575).
“Ocorre quando o organismo é incapaz de, oxigenar os tecidos e remover dióxido de carbono” (SCHELL,2005, P. 222).
FISIOPATOLOGIA RESPIRATÓRIA
CUIDADOS NA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
AVALIAÇÃO INICIALHistória clínica
Exame físico
Dados laboratoriais
Classificação
IRpA Hipoxêmica (Tipo I) IRpA Hipercápnica (Tipo II)
Classificação
IRpA Hipoxêmica (Tipo I): PaO2↓ e PaCO2 ↓ em decorrência de uma Hiperventilação, geralmente causada por doenças pulmonares agudas (preenchimento alveolar por líquido ou por colapso alveolar: PNM, SDRA, etc).
Classificação
IRpA Hipercápnica (Tipo II): PaO2↓ e PaCO2↑ em decorrência de uma disfunção do drive respiratório (lesão do centro respiratório), disfunção neuromuscular (Ex: TRM), obstrução de VVAASS (DPOC ou corpo estranho), disfunção em parênquima pulmonar (atelectasias) ou disfunção vascular (TEP, ICC).
SINAIS E SINTOMAS
•Dispnéia Intensa com FR > 35irpm•Cianose
•Alteração do nível de consciência (sonolência/ torpor)
•Taquicardia > 100bpm
SINAIS / EXAMES RESULTADOS Consciência Sonolência / torpor / coma
Dispnéia Moderada / intensa
Frequência respiratória > 35
Saturação de O2 < 90%
PaO2 <60 mmhg
PaCO2 > 50 -55 mmhg
Cianose Intensa +++ / ++++
Estado hemodinâmico Instável
Aspecto Radiológico Hiperdensidade intensa e/ou bilateral
PH < 7.35 ou > 7.45
Os 10 mandamentos da IRpA
CLASSIFICAÇÃO DA IRpA
TIPO PaO2 PaCO2 Mecanismo básico
Exemplo
I <60mmHg
< 50mmHg ou normal
Déficit de oxigenação
SDRA; Broncopneumonia grave.
II Hipoventilação alveolar
< 60mmHg
>50mmHg
Déficit de ventilação
Diminuição do drive respiratório central; Doenças neuromusculares periféricas; Obstrução do fluxo aéreo.
Mecanismos Básicos: Hipoventilação, desequilíbrio ventilação/perfusão, shunt e difusão diminuída, além da hipoxemia de origem extra pulmonar.
MECANISMOS FISIOPÁTOLÓGICOS DE
HIPOXEMIA Redução da concentração ambiental de oxigênio expirado;
Hiperventilação: CO2 O2
Hipoventilação; CO2 O2
Anormalidade na difusão;
Alteração da relação ventilação- perfusão( V/Q);
Shunt intrapulmonar;
Baixa tensão de oxigênio venoso misto( PvO2).
MECANISMOS FISIOPÁTOLÓGICOS DE
HIPOXEMIA
MECANISMOS FISIOPÁTOLÓGICOS DE
HIPOXEMIACAUSAS EXEMPLOS
A VAS Asma, DPOC
B Parênquima Pulmonar
PNM, SDRA, Fibrose
C Vascular Embolia Pulmonar, EAP
D SNC AVE, Meningite, Encefalite
E SNP Guillain-Barré
F CX Torácica e Abdômen
Trauma, PO(cirurgias
altas)
MECANISMOS FISIOPÁTOLÓGICOS DE
HIPOXEMIA
MECANISMOS FISIOPÁTOLÓGICOS DE
HIPOXEMIA Determinação do comprometimento das trocas Gasosas através da
P(A-a):
Pressão artério-alveolar
P (A-a) = PAO2 – PaO2• PAO2 = (pB – H2Op) x FiO2 – (1,25 x PACO2)
• pB = 760mmHg
• H2Op = 47mmHg
• FiO2 = Fração Inspirada de O2, não em %
• PaCO2 = Gasometria Arterial
• PaO2 = Gasometria Arterial
• VALORES NORMAIS = <15mmHg em adultos jovens ( < 25 mmHg em idosos)
PS: Se a PAO2 – PaO2 > 15 = Distúrbio de V/Q
Se a PAO2 – PaO2 < ou = 15 Não há distúrbio
MECANISMOS FISIOPÁTOLÓGICOS DE
HIPOXEMIA Determinação do comprometimento das trocas Gasosas
através da P (A-a) - Pressão artério-alveolar
1)Determine o Distúrbio Ácido-Básico
2) Calcule a P (A-a)O2 em cada caso.
MECANISMOS FISIOPÁTOLÓGICOS DE
HIPOXEMIA Determinação do comprometimento das trocas Gasosas
através da P (A-a) - Pressão artério-alveolar
EXEMPLO 1
pH = 7,45mmHg
PaCO2 = 33mmHg
PaO2 = 40mmHg
HCO3 = 22mEq/L
SapO2 = 70%
FiO2 = 21%
MECANISMOS FISIOPÁTOLÓGICOS DE
HIPOXEMIA Determinação do comprometimento das trocas Gasosas
através da P (A-a) - Pressão artério-alveolar
EXEMPLO 2
pH = 7,21mmHg
PaCO2 = 72mmHg
PaO2 = 53mmHg
HCO3 = 27mEq/L
SapO2 = 81%
FiO2 = 21%
METAS NO CONTROLE DA IRpA
Restauração das trocas gasosas adequadas para fornecer a distribuição de oxigênio aos órgãos vitais (VMNI, VMI, oxigenoterapia);
Tratamento da Patologia de Base
TRATAMENTO
Seriar Gasometria;
Aumentar Oferta de Oxigênio;
Intubação Traqueal;
Ventilação Mecânica Invasiva (VMI e VNI).
Cateter nasal 30%Venturi 50%VNI com PEEP
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
TÉCNICA:
Máscara e ressuscitador manual conectados ao oxigênio;
Material para aspiração orotraqueal;
Testar o cuff do TOT/TQT antes da intubação;
Retirar próteses dentárias;
Proteção: luvas, máscaras e óculos;
Sedação e analgesia: Midazolan e Fentanil;
TOT: 7,0 - 7,5 - 8,0 - 8,5 - 9,0 - 9,5 e 10,0.
Ausculta final/RX tórax
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo
(SDRA)
SDRA
Histórico
1. 1967: Ashbaugh et. Al – Primeira Descrição, 12 pacientes
SDRA
Histórico
2. 1994: Conferência de Consenso Euro-Americano para definição diagnóstica, mecanismos de lesão e realização de ensaios clínicos
SDRA
Histórico
3. 2012: Definição de Berlim
É um tipo de insuficiência respiratória de instalação aguda, de natureza inflamatória, de barreira constituída pelo epitélio alveolar e endotélio, que determina entre outras coisas, a formação de um edema alveolar rico em proteínas.
SDRA
SDRA na definição de 1994
• IRpA
• Infiltrado Pulmonar Bilateral
• Pressão de Oclução da Artéria Pulmonar < 18mmHg ou ausência de sinais de hipertensão arterial esquerda (HAE = EAP de caráter Cardiogênico) - Catéter de Swan Ganz
SDRA SDRA na definição de 1994
Catéter de Swan-Ganz
SDRA
SDRA na definição de 1994
• Índice de Oxigenação < 200 (onde 200-300 = LPA)
• Pelo menos um fator de risco
SDRA
SDRA na definição de 1994
• Críticas
- Definição de LPA levaria à uma análise de sub-diagnóstico e sub-tto para casos menos graves
- Ausência de definição para duração de um quadro agudo
- Não leva em conta a influência da PEEP PaO2/FiO2
- Valoriza procedimento invasivo (Swan-Ganz) para mensuração da POAP
SDRA
SDRA na definição de 1994
SDRA
Mortalidade da SDRA após a definição de 1994
SDRA
SDRA na definição de Berlim 2012
SDRA SDRA na definição de Berlim 2012
- Radiografia consistente com SDRA (opacidades bilaterais e ausência de derrame pleural ou sinais de atelectasias)
SDRA SDRA na definição de Berlim 2012
- Radiografia inconsistente com SDRA ( + derrame pleural)
FATORES PREDISPONENTES
LESÃO DIRETA E AGRESSÃO INDIRETA
Volutrauma/Barotrauma (LPAV)
Colapso Alveolar
Recrutamento e Estabilização Alveolar
O que costuma evitar a entrada de fluido no pulmão
? Pressão hidrostática; Pressão osmótica coloidal; Integridade da membrana capilar.
- Na SARA a membrana capilar está rompida resultando em movimentação de fluidos e substâncias com alto peso molecular dentro dos capilares para o interstício e para o espaço alveolar.
FISIOPATOLOGIALesão da membrana alvéolo-
capilar
Extravasamento de líquido com alto teor de proteínas para
espaços intersticiais e alvéolos
Estreitamento das pequenas vias aéreas e complacência
pulmonar reduzida
Diminuição na capacidade residual funcional e hipoxemia grave e
aumento do trabalho respiratório
De que forma a membrana rompida, na SARA, afeta as
trocas gasosas?Acúmulo de fluido e proteínas no pulmão
Lesão às células responsáveis pelas trocas gasosas e inativação do surfactante
Intensifica o colapso nos alvéolos
Volume
pulmonar Complacência Shunts Alteração Pulmonar intrapulmonares V/Q
Shunts áreas perfundidas e não ventiladas
APRESENTAÇÃO CLÁSSICA DA SDRA
Hipoxemia refratária - a administração de oxigênio 100% leva a pouca ou nenhuma mudança na PaO2 devido ao shunt intrapulmonar significativo;
Elevação da pressão de pico e redução da complacência;
Pulmão rígido - dificuldade na movimentação do ar para dentro e para fora dos pulmões;
Hipertensão pulmonar;
METAS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SDRA
A meta é adaptar os volumes de ar corrente com base na mecânica pulmonar do paciente, em vez de normalizar a gasometria arterial;
Prevenção de novas lesões ao pulmão;
Manutenção da oxigenação pulmonar;
Otimização da distribuição de oxigênio aos tecidos.
METAS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SDRA
METAS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SDRA
METAS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SDRA
III CONSENSO BRASILEIRO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA
J. Brasil. Pneumol. 2007
METAS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SDRA
METAS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SDRA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CINTRA, E.A.; Nishide, V.M.; Nunes, W.A. Assistência de Enfermagem ao paciente crítico. 2. ed, São Paulo: Atheneu, 2000.
KNOBEL, E.; Laselva, C.R.; Junior, D.F. Terapia Intensiva: enfermagem.SãoPaulo: Atheneu, 2006.
LOPES, Mario.; Emergências Respiratórias. 2. ed, Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2003.
SCHELL, Hildy M. Segredos em enfermagem na terapia intensiva. Tradução: Regina Garcez.Porto Alegre: Artmed,2005.
QUESTÕES (HUSFP)
QUESTÕES (CESPE/UnB)
QUESTÕES (HUSFP)
Recommended