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Nena Lima & Sylvia Seny
O diário da minha mãe
1ª edição
São Paulo
Sylvia Seny
2014
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
ISBN: 978-85-913648-1-7
Seny, Sylvia; Lima, Nena O diário da minha mãe Poá, SP: Ler & gostar Edição do autor, 2014. 40p. 1. Literatura Brasileira. 2. Romance. 3. ficção. Sylvia Seny. III. Título. CDD 869.8.
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Sumário
Introdução.................................................. 4
Rica de marre............................................. 6
Lembranças............................................... 11
Explosão.................................................... 12
27 de Janeiro............................................ 14
Sinto-me................................................... 16
Uma proposta.......................................... 17
Nuvens que anunciam............................. 18
E preciso sair num tempo........................ 21
Outro encontro: Sebastião....................... 25
Dores ...................................................... 26
Outubro................................................... 27
Uma dor incomparável.......................... 28
Quando tudo mais falhar....................... 29
Fevereiro 2004....................................... 31
Homenagens..........................................
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
O diário de minha mãe...
Talvez fosse a coisa mais difícil e mais gratificante que fiz; É
muita honra para mim, falar de uma guerreira, de uma
“águia”...
Sabe Aquelas pessoas que voam alto, enxergam longe e, Em
meio ao mais devastador cansaço da vida, desafia os anos e
ruma ao sol.
É o elo perdido, a peça que faltava, o valor que sobrepuja o
que achamos ser valoroso. Não daria pra escrever o quanto
aprendi sem palavras, nem o quanto nas palavras eu vi a
inocência vencer o mal.
Obrigado por ser minha mãe!
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Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
Rica de marre... Pobre de marre...
Meados 1952, voltava do colégio olhando as nuvens,
segurando contra a brisa somente por costume meu vestido
de lese e algodão, dançavam com meus pés minha sandália
de couro, e eu orgulhosa de si mesma, olhava o céu e vinha
sonhando pelo caminho empoeirado, criança feliz que era!
Já da entrada da casa ouvi a voz do meu pai:
-Papai ta em casa! – E danei-me a correr quintal a fora, tão
estabanada era que bati a porta quase a derrubá-la e por
muito pouco não levei um safanão de minha mãe.
- Crie modos de moça!
- Deixe a menina!
E assim abaixava a cabeça e esperava a zanga da minha mãe
passar, então ia conversar com meu pai.
Naquele tempo criança não entendia nada da vida, nem da
seca, nem do dinheiro, nem da morte. Tão diferente de hoje
era o relacionamento e o respeito com os adultos, eu tinha
um irmão mais velho somente alguns anos, o Francisco, não
havia diálogos, nem questionamentos, porém, Por mais
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solitária e temerosa que fosse, sonhava! E como era bom ser
criança em meus dias...
Um dia vi um grito da cozinha, coisa rara, tão discreta
mamãe era, mas quando me aproximei, nem sabia, meu
mundo tava acabando ali também, meu pai estirado no sofá
não abria os olhos, não acordava. O socorro viria de outra
cidade e demorava bastante, não deu tempo de socorrer o
doente, nem do socorro chegar. Meu pai tinha uma doença
rara no coração, o coração às vezes parava e parecia que ele
estava dormindo, mas dessa vez não acordou, nem eu
acordei mais daquele pesadelo.
Não perdi só meu pai naquele dia, perdi meu amigo, meu
defensor, alguém que eu amava sinceramente, e eu
sabíamos que em amava também. Eu não tinha idéia de
como era difícil pra minha mãe ficar viúva e sozinha, nem de
que como a mulher não era instruída ou ajudada a cuidar
dos bens que possuía, sem muita leitura que mamãe tinha.
Mamãe descendia de italianos, porém nunca descobri seu
sobrenome antes de casar-se com meu pai, depois que me
entendi de gente o único cartório da cidade pegou fogo e
isso não foi nada perto do que veio a seguir.
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
Meu pai tinha algumas propriedades, e isso naquele tempo
fazia dele um homem rico e eu uma menina rica embora não
soubesse disso, mas ele também tinha outra família, a qual
sustentava e eu tive irmãos e irmãs, e depois crescemos
juntos por algum tempo...
Minha mãe não sabendo como lidar com uma filha moça,
alguém dizia: “ Melhor casar logo essa menina, criar mulher
sozinha é difícil nesse tempo”. Estávamos em 1958, nem
mídia, TV , tínhamos um radio e pouquíssima informação,
embora eu morasse na grande cidade de Recife-PE. Eu tinha
apenas 13 anos e gostava muito de ler revistas, fotonovelas
e vira e mexe enquanto eu lia no quintal, passava um jovem
com a farda do exercito, o Bil, no começo eu apenas olhava
tímida, depois passamos a conversar e foi assim que minha
mãe casou-me com o Bil (Severino) aos meus 13 anos de
idade. Não culpo minha mãezinha, ela mais do que eu sofreu
nessa vida e não tinha outro modo de saber viver, mas ela ,
Dona Cecília muito me auxiliou nessa terra, e eu a honro e
agradeço por isso, ela partiu em 2006 aos 91 anos lúcida e
deixou saudades.
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♫ Mamãe, mamãe, mamãe, eu te vejo chinelos
na mão, avental todo sujo de ovo, se eu pudesse,
eu queria outra vez, mamãe, começar tudo, tudo
de novo... ♫
Não tinha a mínima ideia de como ser uma esposa, vira e
mexe Bil voltava do trabalho e eu estava brincando com
"boneca de milho" na roça. Mamãe deu-me uma das casas
pra morar, mas o pesadelo começou muito cedo. Bil era
alcoólatra e ficava embriagado e violento muitas vezes, logo
veio a primeira filha e como era de se esperar, não tinha
conhecimento algum de como uma criança vinha ao mundo,
tive eclampsia e fiquei cega por alguns dias
após o parto. O sofrimento daqueles dias e a desesperança
só se deu bem mais pra frente.
Eu que andava de sandália, cheguei a não ter o que calçar,
várias vezes acordava de noite com os companheiros de jogo
do Bil nos expulsando de casa, pois Bil perdia as casas no
jogo e naquele tempo a palavra era a única lei! Assim perdi
grande parte de herança e dignidade e acabamos por nos
mudar para São Paulo.
Bil era boa pessoa quando estava são, mas isso era
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
tão raro... Ele fora espancado e maltratado quando criança,
e lutava a seu modo, sem conseguir vencer de vez a bebida,
entendo que ele não podia dar o que não possuía: amor.
Toda força, amparo, resistência e esperança atribuo á Deus,
que verdadeiramente nunca me abandonou e foi meu
amparo, meu auxilio, meu lugar mais forte! E sempre que
por vezes eu desejava morrer, Ele foi a força que me
levantou e me deu esperança, louvado seja Deus por hoje
poder contar minha história pra você.
Quando estava grávida do oitavo filho fiquei viúva e vou
transcrever um pouco das páginas do diário:
Eu não reclamava de trabalhar em casa de família e
embora gostasse de dar aulas para crianças no interior
do Recife, a vinda para São Paulo teria trazido mais
esperança não fosse pelo mesmo sofrimento, solidão,
dor, humilhação, que insistiam em tornar os dias mais
difíceis. Por vezes desejei morrer, Deus me perdoe,
mas houve momentos em que tudo que eu queria era
findar esse sofrimento, essa desesperança, porém, eu
olhava para meus filhos tão indefesos; era por eles que
eu lutava; por eles a cada manhã que eu abria os
olhos... Por eles que não tinham culpa da fome, da
violência, nudez... Por eles eu sobrevivia. E já eram
oito almas para eu cuidar.
11
Lembranças...
Essa época foi muito dolorida, lembrava-me do carinho
com o que eu dava aula no interior de Pernambuco, e
como minha vida mudou desde que meu pai se fora.
Um dia até andei descalça, fui perdendo tudo: bens,
honra, alegria, sonhos, dignidade pela inconsequência
de Bil. Estava ficando apagada pelos maus tratos; os
anos passando, os filhos chegando, a juventude indo
embora, sonhos esmorecendo e já não era sombra da
menina que fui. Dura como a vida, sem cor, sem brilho,
sem amanhã... Mas, Bil também se foi ( o rapaz índio
de olhos claros, sorriso de criança que não sabia amar,
ninguém o ensinou, só sabia ser duro, sofreu e fazendo
sofrer partiu).
“Eu o vi morrer, pintava de laranja ( talvez
mostarda, talvez cenoura), uma casa na rua da
Odete, Denis lhe ofereceu “Bondosamente” um
copo com pinga, uma dose e instantaneamente eu o
vi despencar da escada batendo a cabeça na guia
da rua, faleceu! Bil se Foi Nininha estava só,
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de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
Nininha agora era apenas Nena, a sobrevivente...
“ ( Sylvia).
Explosão
Meu corpo anda me traindo, sinto-me cansada ao
extremo, por alguns dias não consegui comer, o
médico disse que estou com “estafa”, meus genros
estão preocupados e eu preocupada em como vou
manter a casa deitada aqui numa cama. Eu dormi por
horas a fio, não agüento mexer o corpo, é como se
tivesse sido sugada por alguma coisa, sinto um peso
enorme sobre mim que me impede de levantar, não
quero entregar-me, mas parece que luto em vão; estou
desvanecendo e nem sei há quantos dias estou
acamada. A Selma que ainda é solteira está cuidando
da casa, ela põe uma carne para cozinhar na panela de
pressão, mas , as crianças sentem fome cedo, não
temos o armário farto para café da tarde ou coisa
parecida, o Silvio abre o forno em busca de algum pão
amanhecido, ouço então um barulho ensurdecedor!
Vejo voar os estilhaços da telha brasilit, meu coração
dispara e eu grito; vizinhos correm para sanar o
vazamento do tambor de gás, a panela que explodiu
foi parar á metros de distância no portão da rua, o
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fogão transformou-se numa sanfona de ferro. Graças á
Deus ninguém se feriu. Mais uma vez escapamos...
São Paulo 27 de Janeiro de 1982
14h30.
Aqui estou neste escritório, onde fui muito feliz. Um
dia, há três anos, especialmente no dia 05 de Fevereiro
de 1979 (Fevereiro...), ás 16h00 eu entrei pela primeira
vez nesta porta. Mandaram-me procurar o senhor
Pérsio e falei com ele timidamente, logo em seguida
me apresentaram o dono do escritório, o senhor
Fernando Braga, ele explicou-me o serviço e fiquei de
voltar na semana seguinte.
Era o meu o meu primeiro emprego registrado e eu
estava eufórica, até então eu só havia trabalhado como
doméstica. No primeiro dia de trabalho atrasei-me em
eternos cinco minutos, fiquei muito sem jeito pelo
atraso e já não sabia o que fazer quando apareceu um
anjo de carne osso, que falava e ria: dona Rute, ela
disse-me para não me incomodar pelo atraso, sua voz
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
era tão suave e sincera que eu relaxei para logo depois
ouvir um grito ensurdecedor.
Dei dois passos para a porta e deparei com um
garoto de cabelos encaracolados
(o autor do grito) que entrava no escritório como se
fosse à corte do rei Arthur, “será louco?”, eu pensei.
Mas o que eu nem imaginava é que este garoto, Pedro,
seria um amiguinho muito querido e junto com ele, mais
dois anjos Miriam e a Tél que eu vim a conhecer mais
tarde. Esses três jovens fizeram-me a mulher mais feliz
do mundo.
Antes de conhecê-los eu passei um período muito
difícil em minha vida... Deste período triste restaram
oito filhos os quais amo muito e tenho muito orgulho,
mas esta é outra história... Voltando ao assunto
anterior, quando cheguei aqui eu tinha trinta e sete
anos que não vivi e me apeguei muito ás pessoas que
trabalham aqui. Dediquei-me totalmente ao trabalho
que já não era uma profissão, era um prazer, uma
alegria, para mim é como se essas pessoas fossem
minha própria família!
Foi um mundo novo, maravilhoso, senti-me
deslumbrada com o carinho e atenção, com a amizade,
tudo foi tão novo, tão diferente da minha vida isolada
15
que me transformei inteiramente. Alegre e feliz, nem de
longe eu lembrava a criatura sem vida, sem sonhos,
sem entusiasmo que eu tinha sido. Fiz uma promessa
para mim, eu iria ter minha adolescência, eu ter minha
juventude, tudo que nunca tive antes e que pensei
nunca existir.
Uma garota que entrou logo depois de mim, Hilda,
cativou-me com sua meiguice, porém ficou pouco
tempo no escritório e senti muito a sua falta.
“Sinto-me como um médico que por mais centrado que tente ser, ao medicar
um parente próximo sente-se impotente e só. (S.S.)”.
Talvez por isso, eu tenha me apegado tanto aos
meus amigos, hoje quase indispensáveis.
Conhecer a Miriam foi uma das coisas mais
maravilhosas que me aconteceu; com apenas quatorze
anos ela tinha pouco de adolescente e muito de adulto,
essa menininha é a criatura mais adorável deste
mundo. Resolvi que ao lado da Tél, da Miriam, do
Pedro e dos demais; eu iria finalmente viver toda minha
mocidade perdida. Um ano... Eu queria apenas um ano
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
para viver tudo que eu nunca pude viver, ter toda
amizade e afeto que nunca tive, mas o tempo passou e
eu não consegui mais afastar-me deles. Continuei a
viver aquele sonho, Fui muito criticada por andar no
meio dos jovens como se eu fosse uma deles, por me
divertir, brincar, passear, sorrir... Porém, isso pouco me
importava, eu era feliz! Feliz como nunca fui, e ainda
que fosse apenas por algum tempo, ser feliz era
importante pra mim.
Ao lado dessa gente tão bacana meus problemas
eram superados sem muito esforço.
Passaram-se três anos e era como se eu fosse de fato,
outra pessoa.
Uma proposta
Conheci um rapaz, pareceu-me boa pessoa, até
deu-me um fio de esperança de que minha vida
pudesse mudar, ele é estrangeiro, é chileno. Pediu-me
em casamento, mas, também me fez uma proposta que
foi quase como se fosse vender minha própria alma.
Ele quer alugar uma casa para que meus filhos morem
sozinhos, com a Liu ( a filha mais velha) tomando
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conta. Não posso derramar sob minha filha tamanha
responsabilidade, nem irei abandonar meus filhos, eles
são tudo que me restou. Eu penso em quantas vezes
os vizinhos dizem que é melhor eu interná-los , que
qualquer hora dessas um carro pode atropelar algum
na avenida; penso neles sozinhos durante o dia, a
mercê de tantos perigos, mas, eu também penso que
tenho que trabalhar para alimentá-los que só posso
confiar em Deus para guardá-los. O que seria deles
sem mim? E eu também sei que eu já não seria nada
sem eles, e, por fim recusei a proposta, continuo só.
Nuvens que anunciam a tempestade
São Paulo... Ainda 1982
“Sou o médicomais egoísta e miserável do mundo, pois,
não posso sanar a dor daqueles a quem amo (S.S.)”.
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
Este ano no dia 23 fizemos nossa festinha de
despedida como de costume, mas havia algo diferente
no ar, faltava a alegria costumeira, a felicidade que
antes era tão visível no semblante de cada um;
principalmente porque eu, o Pedro e a Miriam
estávamos sentindo a falta da nossa querida Tel. Ela
pediu demissão e nós sabíamos que não a veríamos
por um longe tempo. Tentamos fingir uma alegria que
não sentíamos. Tudo era muito falso, sem cor, sem
brilho... Sabíamos que nada poderia substituir nossa
amiga. O Pedro parecia não se importar para o que
estava acontecendo, sempre falando alto, brincando,
rindo, aquele jeito de quem não sente dor, de quem
não se abala de quem se protege com uma grossa
camada de impulsividade. Mas no fundo eu sabia que
ele sofria tanto quanto os outros, eu conhecia bem
aquele garoto.
Outro motivo de preocupação em comum era a
situação financeira do escritório que não andava bem
há algum tempo. Tínhamos esperança de que as
coisas mudassem pra melhor, eu não perdia a
esperança. Não podia perder! Entretanto o tempo foi
passando nada acontecia e minha esperança ia
agonizando, porém eu não podia permitir que ela
morresse porque eu morreria junto com esse escritório
e repentinamente um medo terrível se apoderou de
19
mim, um medo que nunca pensei sentir, medo de
perder meus amigos e voltar a ser o que eu era antes,
uma flor sem vida!
E sem medir meu egoísmo, comecei a pedir para
eles não tomarem a resolução de deixar o escritório, de
ir embora. Nem se quer cogitei o quanto os estava
sacrificando. Não podia perdê-los, nem a Miriam, nem
o Pedro. É bem verdade em que eu tinha outro mundo,
onde oito pessoinhas dependiam de mim, mas eram
estes dois amigos que me ensinavam a viver para eles
e por eles.
Estou convicta de que Deus me deu esse emprego
para que eu pudesse ter mais força e coragem para ir
em frente com a minha luta de cada dia. Sou muito
grata á Deus por isso.
Não sei se agi corretamente insistindo tanto para que
ficassem, só sei que não consigo me acostumar com a
ideia de não tê-los mais perto de mim. Sei que um dia
isso vai acontecer e todo esse sonho vai acabar, mas
teimo em conservá-lo e não despertar para realidade,
uma realidade cruel demais sem o Pedruxo, sem
Miriam... Nossos passeios, a volta abraçada para casa
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
coma a Miriam, até mesmo o caminho que percorremos
todos os dias, o bar onde paramos de vez em quando
para comer “coxinha” e até mesmo o “oi” com o qual
cumprimentamos as pessoas do bairro... Essas
pequeninas coisas tão insignificantes para outros e tão
importantes para mim...
“
Foi preciso sair de mim, num tempo e espaço para sentir força o bastante para transcrever a lida. (S.S.)”.
É muito difícil escrever a história, a qual nos vê
nela!
Quero conserva-los enquanto puder prorrogar meu
sonho. Tenho a nítida impressão de que tudo ainda
voltará a ser como antes, quero que voltemos aos
nossos almoços na casa de um por vez. Quero que
volte as conversas amigas e até mesmo a implicância
do Pedro com a Tel. Sempre que acontecia uma coisa
boa comigo, eu queria comemorar e convidava-os.
Normalmente íamos ao Grupo Sérgio (rodízio), comer
pizza.
21
Numa dessas comemorações o Pedro não pode
comparecer, não lembro qual o motivo, mas a Tel ficou
numa tristeza terrível pela falta do Pedro e quase não
comeu, em compensação a Miriam comeu pra valer e
eu também!
Eu e Miriam tentamos animar o ambiente chato que
aTel criou por causa da ausência do Pedro, não havia
motivo aparente para que ela se chateasse tanto.
Então, começamos a tirar “um sarro” da cara dela.
“- Tel, acho que você está gamada no Pedro.
- Que nada!
- Está sim.
- “E você Miriam, está apaixonada pelo Jojo”.
A Miriam ria e não levava a provocação á serio. Mas,
o que eu não esperava é que aquela brincadeira com a
Tel fosse causar um grande desentendimento porque
eu comentei com o Pedro sobre a tristeza dela na
ausência dele. O mau humor da Tel não durou muito,
nossa amizade não iria se abalar por bobagem. Porém
mais tarde quando a Tel me contou que realmente
estava apaixonada pelo Pedro eu fiquei preocupada,
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
porque apesar do Pedro adorá-la ele não retribuía o
sentimento que ela nutria por ele. Eu até já havia
percebido, mas ela negou com tanta veemência que eu
acreditei na negativa. Eu e a Miriam pesando em
bancar o cupido fomos conversar com Pedro que
praticamente nos intimou a dar um “fim” na questão.
Algum tempo depois a Tel se esqueceu do Pedro,
isso foi apenas um dos vários episódios do nosso
relacionamento.
Um dia fomos almoçar na casa do “Colega”, bem
“colega” foi um apelido que a Vile (outra amiga do
escritório) pôs nele, seu nome é Severino. Passamos
um dia maravilhoso, outro amigo também estava
presente, o Toninho e conhecemos o “Zé”, o Colega
fritou bolinhos para aperitivo, ouvimos musica batemos
papo, o Toninho me ofereceu um musica muito bonita.
O Pedro que chegou mais tarde não perdeu a mania de
trazer “ uma lembrancinha” de cada lugar que vai,
desta vez ele trouxe um cachimbo que estava na
estante. Por causa deste bendito cachimbo, mais tarde
eu e o Colega brigamos seriamente, fato que me
deixou muito chateada por gostar muito dele, porém,
perplexa mesmo eu fiquei quando soube o motivo da
implicância do Colega, ele estava com ciúme, eu
jamais pensei que ele pudesse sentir algo diferente de
23
amizade por mim. Fiquei muito sem jeito, desconversei
e voltamos ao normal. Aqui pra nós, eu adoro o Colega,
mas nunca aceitara a ideia de vê-lo por um ângulo
diferente do que o de amigo. Certa feita nós fomos ao
cinema com a Miriam, nos divertimos a valer, era assim
a minha vida alegre e sempre sorridente ao lado dos
meus amigos.
E esta Nena ou Nenucha, está aqui em 1984, sentada na mesa
escrevendo sua vida num diário.
Eu amo esse escritório, minha vida é sonhar aqui,
amo estas pessoas que estão me lembrando como é
ter amigos. Aqui somos uma grande família, sou
respeitada e me sinto querida. E a fase da juventude
que nunca tive. Cada um de uma maneira especial; a
confiança e o carinho da D. Rute, as confidencias com
a Miriam, a alegria do Pedro, o incentivo da Léu, o
apostar em minha competência por meus patrões o
Pércio e o seu Fernando. Eu gostaria que essa
amizade nunca acabasse, porque seria como se eu
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
perdesse a própria identidade. Aqui, trabalhando tenho
descanso provisório dos problemas que me esperam
diariamente. Nunca questionei a Deus, nunca perguntei
por que minha vida não teve outro rumo, ou por que eu
tive minha adolescência e juventude roubadas por tão
dura realidade? Por mais que doesse, eu não podia
pensar nisso, porque Deus cuidou de mim em cada
momento difícil e eu sabia que ele estava comigo e
este consolo era suficiente!
Outro Encontro: Sebastião
Já faz doze anos que estou viúva. Eu costumava às
vezes pegar o mesmo ônibus que a Miriam e descer na
Vila Guarani e descer a Estrada da barreira grande a
pé, neste dia aconteceu exatamente assim, mas ao
passar defronte com um ponto de ônibus um homem
perguntou se eu era “fulana” uma amiga dele, disse
que me confundiu, o estranho seguiu-me conversando
e eu fui caminhando para casa sem prestar muita
atenção. Por mais algumas vezes eu o vi e aconteceu
um namoro. Bem não estou mais na idade de sonhar e
ele diz que quer morar comigo, mesmo com muito
medo, pois, ele bebe de vez em quando, eu acho que
25
vou aceitar a proposta. Quem nesta vida iria querer
uma mulher com oito filhos? O nome dele é Sebastião,
espero que meus filhos me apóiem, estou bastante
confusa.
1985 Dores
Estou muito triste, já faz seis meses que deixei o
escritório, me sinto tão sozinha! Acho que tomei a
decisão errada, o Tião saiu e não sei onde ele está.
Sinto falta dos meus amigos, não guardo mágoa, mas
penso que eles podiam ter evitado que eu saísse. O
Pedro vai casar, a Tel também, somente a Miriam
aparece vez ou outra, sinto tanta falta deles! Parece
que minha vida é só sofrimento, fico pensando que
escolha foi essa minha? Há de haver uma saída, uma
esperança, algo que se possa esperar. Que e tristeza!
Que saudade daqueles dias no escritório onde eu tinha
um pouco de sonho.
Nota: Aos doze anos conheci uma mãe que nem fazia idéia, a Selma
e a Suely sempre foram um pouco mães pra mim, mas quando minha
mãe veio ficar em casa eu conheci alguém que pudesse contar algum
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
segredo, ler algumas cartas, ao menos eu sabia que ela estava lá, isso
foi crucial pra mim que ela visse e acompanhasse algumas das
principais fases da minha adolescência, eu pude até comprar um
vestido de festa junina. Sabe ouvir aquelas cantigas antigas:♫ toda
garoa quando fura lama seca é sinal que a chuva chega no sertão,
toda menina que enjoa da boneca é sinal que o amor já chegou no
coração♫ . Ouvir seus ditados, seus conselhos, vê-la rir, cuidar da
casa, ter sonhos! Foi uma fase que nunca esqueci, aquela “Nena” era
outra pessoa e só quero dizer mais uma vez ,mãe, que te amo! (
Sylvia)
Chegando mais alguém... Outubro
A família aumentou, hoje temos o Jefferson, e em
meio há tantos desafios foi mais um meio de Deus nos
provar que ainda temos algo a oferecer. O Tião esta
muito feliz com o bebe, a Suely de desdobra em
cuidados e eu que há muito tempo não escrevia no
diário venho registrar minha vida. As coisas mudaram
muito, meus antigos amigos cada vez mais distantes.
Estou um pouco mais conformada pela perda dessas
amizades tão preciosas. Sinto que estou envelhecendo
mais rápido, abrimos um bar no quintal de casa. Ainda
me sinto sozinha exceto por meus filhos, eles não
sabem o quanto os amo, e o quanto me fazem bem
27
1990
Uma dor incomparável
Eu não sei como expressar isso, depois de tanto tempo
venho aqui, infelizmente estou passando pela maior dor da
minha vida, nenhuma perda, nenhuma dor é comparada a
este sofrimento sem medida. Perdi meu filho Samuel, ele foi
assassinado aos 23 anos quando vinha do trabalho para
casa. Eu não sei como respirar, não sei como sobreviver, não
sei como abrir os olhos, sei que meus outros filhos ainda
precisam de mim. Mas o que vou oferecer-lhes? Sou um
trapo de mulher, alguém esquecida, não pude salvar a vida
de meu filho, não há motivo que me prenda á essa terra! Eu
só pergunto: Porque Deus? Por quê? E a resposta é esse
buraco enorme em minha alma, essa dor, esse vazio! Jamais
esperei passar por tão grande dor! Como continuar vivendo?
Eu não sei, eu não sei como olhar pra vida, eu só queria
partir também...
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
PS: não sei quantas vezes vou chorar escrevendo este diário,
nem quantas vezes meu estomago vai embrulhar e o ar faltar, eu
só sei que é o mínimo que posso fazer por alguém que em amou
demais.
Quando tudo mais falhar, quando tudo se acabar, Deus
ainda estará lá.
Eu me revoltei, pela primeira vez culpei a vida, e porque não
dizer, não fosse tão absurdo eu teria culpado o próprio Deus, e
porque seu amor e misericórdia são tão grandes e
incomparáveis, Ele não levou em conta, viu minha dor e ainda
assim me levantou,
Foi assim:
Eu já havia mudado de casa, já morava onde moro hoje, Deus
me concedeu uma casa confortável como sempre sonhei, e
algum tempo já havia passado da morte do meu filho, por volta
de dois anos... Eu estava lavando louça na pia, as lágrimas
caindo, uma revolta na alma, eu olhava para cima, como se
meus olhos pudessem desnudar o teto e tudo mais acima dele,
inclusive as nuvens, eu queria ver Deus, queria ouvir uma
resposta e eu perguntava quase tão alto quanto podia ouvir as
batidas do meu coração: “Por que Deus? Por quê?
29
Então ouvi claramente uma voz dizer: “Pare tudo. Vá orar!”. Eu
larguei a louça, entrei no quarto, estava sozinha, a casa vazia e
eu me sentindo tão abandonada e sufocada pela dor,
desengano, desprezo, desespero, desesperança, minha fé...
Onde estava minha fé? Relutando eu dobrei os joelhos e as
primeiras palavras foram: “diga-me, oh Deus, o porquê! Então eu
chorei como criança, chorei por horas, não sei dizer quanto
tempo enquanto eu ouvia sua voz dizer: Lembra-te de Jó?
11 Mas estende a tua mão e fere tudo o que ele tem, e com
certeza ele te amaldiçoará na tua face." ( Jó 1:11).
Claramente eu entendi, eu já havia passado fome, nudez, perigo
de vida, humilhação, violência, desprezo, enfermidade... Porém,
Deus jamais havia permitido a morte. ... A morte de um filho era
o que me afastaria de Deus?
Romanos 8
35Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou
ansiedade, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou
espada?
Então entendi, as vezes , Satanás quer provar o quanto somos
ingratos, fracos, condicionados pelas circunstâncias. Ainda
assim Deus apostou em mim e naquele momento eu pedi perdão
e senti sua mão me consolar, como ninguém jamais poderia
consolar uma mãe, como ninguém jamais poderia confortar uma
alma e levantar do chão, com força tal para continuar vivendo.
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
É claro que eu ainda sinto essa perda, não com revolta, mas
com saudade, sempre sinto falta dele chegar, mas também
penso no que Deus o livrou, e quantas coisas jamais
entenderemos. Se eu pudesse escolher, escolheria que ele
estivesse aqui conosco, mas ele, como todos nós, pertencemos
ao Senhor, e eu creio que ainda verei: "Porém eu e a minha
casa serviremos ao Senhor" (Js 24.15)
Fevereiro 2004
Eu me casei, numa cerimônia simples e linda, da
maneira que sempre sonhei, meus filhos foram
padrinhos, algumas netinhas dama de honra, a igreja
estava lotada; minha linda família estava lá, e foi
maravilhoso!
Quando você pensar que já envelheceu e que é tarde
demais pra um sonho, somente lembre-se que para
Deus, o tempo não é nada! Eu sou prova viva disso e
do quanto Ele me amou!
Natal 2013
31
Deus nunca desampara seus filhos por mais aflições que temos
nesta terra, e Ele sempre nos abençoa. Hoje Natal 2013, eu
agradeço a Deus por todo progresso espiritual, material,
emocional que Ele permitiu que chegasse a nós, sempre digo
que de todos os bens que temos, nossa família é o bem mais
precioso. Sinto falta do meu filho Samuel e sempre sentirei,
agradeço a Deus por todos os filhos, genros, noras, netos e
netas, bisnetos (as) que tem chegado e chegarão como bênçãos
em nossa família! Abaixo do Senhor, Vocês são tudo que tenho.
Deus é um Pai zeloso e amoroso, porém muitas vezes o vemos
distante e indiferente, mas é nosso olhar que está mal
direcionado, Ele esta bem perto de você e escrevi parte da
minha história para dizer que não há nada que Deus não possa
transformar. Tu conheces um milagre? Eu sou um milagre!
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
Durante o relato deixei várias impressões, agora é a vez deles:
Mãe,
Não tenho palavras para descrever o quanto tenho
orgulho de ser seu filho; eu não sei demonstrar. A senhora
me deu uma das maiores lições de vida que hoje muitas
mães não dão e para seus filhos. Nunca vou esquecer-me
disso! Você é uma mãe que milhões de filhos gostariam de
te. Eu ti amo muito e nunca vou esquecer-me da senhora e
nem as coisas que me ensinou. Silvio
33
São Paulo, 16 de novembro de 2014
Mãe,
O que dizer? Muitas pessoas dizem que somos muito
parecidas; que o nosso coração tem o mesmo tamanho,
pena que não é verdade, gostaria de ser apenas a metade
do que a senhora é.
Tenho muito orgulho de ser a sua filha, o amor que
transmite a todos que estão a sua volta é imenso, agradeço
por tudo que sou hoje. Você me ensinou que o amor e o
companheirismo são mais importantes que qualquer outro
bem, que a família é o bem mais precioso que temos, e me
apresentou desde criança esse Deus maravilhoso que hoje
eu sirvo e que relutei tanto para não ter esse encontro.
Mãe, agradeço por todas as vezes que dobrou seu joelho
e chorando pediu por mim, o Senhor ouviu suas orações, sei
que ainda vai te conceder muitas benções, porque a
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
senhora é uma mulher virtuosa,tem coração enorme que
sempre cabe mais um.
Quando me lembro de tudo que passamos juntas pra
chegar até aqui, às vezes o pouco que tínhamos você ainda
dividia com quem precisava, isso eu também aprendi,mãe é
maravilhoso ter um coração perdoador, pronto a acolher e
dividir com quem precisa, chorar realmente com os que
choram ,não guardar mágoas e saber que não somos nada
sem Cristo, somos todos iguais, isso foi mais uma lição que
aprendi. São tantas coisas... Seus conselhos sempre são
sábios, sinto falta do seu colo, mais às vezes mesmo estando
longe me lembro de suas palavras, ouço o quer você diria se
estivesse ali no momento, e sinto o calor do seu abraço,
tamanho é seu amor, sei que não sou a filha que talvez você
sonhasse mais mãe faço o possível pra você se orgulhar de
mim, pra ser um pouquinho da mulher maravilhosa que
você é; aprendi com as palavras da avozinha e com os seus
atos (a mulher é o pilar que sustenta sua casa, seja sábia e
35
nunca se esqueça de Deus) nunca vou me esquecer, é assim
que procuro conduzir a minha casa.
Mãe, não tenho palavras para agradecer, Deus já me
amava quando me concedeu a honra de ser sua filha,espero
ser pros meus filhos , ao menos um pouco do que você é
pra mim,Te amo demais! Você é meu espelho, peço a Deus
que nos conceda a graça de estarmos todos juntos por
muitos anos ainda, e que a nossa família permaneça unida
como você sempre desejou. Eu Te amo, infinitamente.
Selma
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
Mãe,
Não sou muito boa nas palavras,quero te dizer o
quanto te amo,posso tentar fazer tudo para retribuir o
que você fez por mim, mas sei que nunca vou
consegui nem chegar perto. Então quero deixar
registrados toda a minha admiração e orgulho, Mulher
que sobe se erguer e sobreviver sozinha e venceu as
dificuldades. Só posso dizer de ti: corajosa, guerreira,
virtuosa que nos ensinou lutar pela vida de maneira
simples e honesta. Te amo Mãe não sei expressar o
quanto!
Suely
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Mãe:
Incondicionalmente nós te amamos nós te amamos;
Ass: Suelene, Daniel, Jefferson,
Davidson
Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
netos, genros, noras , bisnetos...
♫“Minha mãezinha querida, mãezinha do coração, te adorarei toda vida
com grande devoção, é tua esta valsinha canto com inspiração, canto oh
querida mãezinha a tua canção [...] Oh minha mãe, minha santa mãezinha
és o tesouro que eu tenho na vida!”♫
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Jr 29:11 “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos
de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais’
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