Boletim Contabilidade e Assessoramento - Ago/2012

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Saiba por que o SEAAC não assinou aConvenção Coletiva 2012 com o Sescon

Repetindo o que sempre fez nos anos anteriores, oSESCON assinou convenção coletiva com o sindicato daCapital/SP e depois procurou empurrar ‘goela abaixo’ dosdemais sindicatos do Estado as mesmas condições acerta-das entre eles. Neste ano eles fizeram o seguinte pacto:

1 - REAJUSTE SALARIAL:a) Para quem recebe até R$ 5.000,00, reajuste de 6,5%;b) Para quem recebe salário de R$ 5.000,01 e acima,

reajuste de 5,36% acrescido de fixo de R$ 72,00.2 - VALE REFEIÇÃO no valor de R$ 11,00.3 - PISOS SALARIAIS:a) Dos R$ 748,00 atuais para R$ 808,00;b) Dos R$ 800,00 atuais para R$ 865,00.O SESCON não negociou, apenas informou o que assi-

nou com o sindicato dos Empregados da Capital. Os diri-gentes sindicais da Capital devem ter os seus motivos parater aceito referida proposta. Provavelmente, consultaramos trabalhadores e esses devem estar contentes e satis-feitos com os termos do acordo.

Entretanto, não é este o sentimento dos trabalhado-res dos SEAACs vinculados à FEAAC, onde ao menos o VALEREFEIÇÃO é beneficio. Mas, no SESCON este benefício fi-cou absolutamente fora da realidade, tendo em vista queo valor de R$ 11,00 é insuficiente para a alimentação emqualquer cidade do Estado de São Paulo.

Em recente pesquisa feita pela Associação das Empre-sas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalha-dor (Assert), constatou-se que o preço médio de uma re-feição completa e decente em qualquer cidade é de R$18,20 (prato principal, salada, uma bebida não alcoólica,sobremesa e cafezinho).

Comparando o almoço completo no valor de R$ 18,20 eo vale refeição de R$ 11,00, quem trabalha 22 dias pormês, precisa desembolsar a quantia de R$ 158,40 mensaispara não passar fome.

Logo, o piso miserável de R$ 808,00 passa a ser de R$649,60, e o ridículo piso de R$ 865,00 passa a ser de R$706,60, bruto, sem os descontos. Valores que são inferio-res ao salário mínimo estadual.

Os empresários da Contabilidade e do Assessoramentotêm capacidade financeira de pagar um VALE REFEIÇÃO de-cente aos empregados. Isto porque categorias econômicassemelhantes e com menor potencial de faturamento já pa-

gam um VR bem superior, senão vejamos:*Comissários de Despachos: R$ 17,00 por dia e R$ 176,00

de VA por mês;*Representação Comercial: R$ 22,00 por dia;*Engenharia Consultiva: R$ 22,00;*Fomento Mercantil (Factoring): R$ 16,26 por dia;*Arrendamento Mercantil: R$ 20,13 por dia e R$ 335,88

por mês de VA;*Escritórios de Advocacia: R$ 18,60 por dia;Você entendeu agora porque o SESCON foge e não ne-

gocia com os SEAACs filiados à FEAAC? Foge para não ou-vir verdades, porque não tem argumentos de negociação.

Desaparece para surgir depois com acordo fechado daCapital debaixo do braço e levar para o Tribunal do Traba-lho, alegando aos desembargadores que os empregadosde São Paulo aceitaram alegremente essas condições e queos SEAACs vinculados à FEAAC são rebeldes sem causa.

Avalie você mesmo. Com tudo isso, você acha que osSEAACs deveriam abaixar a cabeça e aceitar uma propostatão indecente como esta ou continuar lutando para con-seguir melhorar as condições dos trabalhadores.

Foi resistindo a essa onda de patrões muquiranas e sindi-catos de empregados que tudo aceitam, que nós consegui-mos estabelecer o vale refeição em nossas normas coletivas,que depois foi estendida para todos do Estado de São Paulo.

Enquanto lutamos e conquistamos estabilidade apóso retorno das férias, o SESCON e os que tudo aceitam im-plantaram banco de horas e fracionamento do percentualde reajuste salarial, segundo o valor do salário.

Aguardamos até esta última segunda-feira, dia 20 deagosto, uma proposta do SESCON, tendo em vista a mesaredonda agendada no Ministério do Trabalho, ocasião emque o advogado deste patronal confirmou que a ridículaproposta de São Paulo também serviria para nós.

Lamentamos que um sindicato patronal como o SESCONcontinue se omitindo, terceirizando uma de suas ativida-des principais, que é a negociação e usando um negocia-dor “bucha de canhão” para judicializar as negociaçõescoletivas.

São essas razões pelas quais os SEAACs vinculados àFEAAC deixaram de firmar acordo com o SESCON em 2012,submetendo mais uma vez essa norma coletiva para a apre-ciação do Tribunal Regional do Trabalho.

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