A OVELHA PERDIDA E A MOEDA PERDIDA

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A OVELHA PERDIDA E A MOEDA PERDIDA

A importância da salvação

LUCAS 15:1-10 1- Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. 2- E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e

come com eles. 3- Então, lhes propôs Jesus esta parábola: 4- Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma

delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?

5- Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. 6- E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos

comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. 7- Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se

arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.

8- Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?

9- E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.

10- Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.

Durante sua última viagem a Jerusalém JESUS dá ensinos a seus discípulos que seriam importantes para eles, quando fossem deixados a prosseguir como líderes cristãos, sem

a sua presença física.

Lucas 9:51 - 19:27

A última viagem para Jerusalém

O CONTEXTO DE LUCAS 15:1-3 Nos versículos 1-3 a questão mais importante

é a do significado cultural da comunhão à mesa.

O CONTEXTO DE LUCAS 15:1-3 Para entender o que Jesus estava fazendo ao comer

com “pecadores”, é importante perceber que no Oriente, até hoje convidar um homem para uma refeição é uma honra. É uma oferta de paz, confiança, fraternidade e perdão; em suma, compartilhar de uma mesa significa compartilhar da vida... Desta forma as refeições de Jesus, são refeições escatológicas, celebrações antecipadas do banquete do fim dos tempos, em que a comunidade dos santos já está sendo representada. A inclusão de pecadores na comunidade da salvação, conseguida com a comunhão à mesa, é a expressão mais significativa da mensagem do amor redentor de DEUS. (BAILEY, p.194).

VERSÍCULO 2O espírito legalista dos fariseus, que ficavam incomodados na presença de “pecadores”.

PECADORES - um termo de desdém usado pelos fariseus para todos os judeus que não seguiam suas tradições de pureza legal. (Bíblia de Genebra, p.1150).

Na NTLH estes pecadores são chamados de “pessoas de má fama”.

PUBLICANOS – cobradores de impostos para o Governo Romano. De acordo com a Bíblia de Genebra, eram corruptos e vistos como traidores pelo povo. Assim sendo, eram excluídos da vida religiosa nas Sinagogas e no Templo.

FARISEUS – descendentes teológicos dos Hasidim – um movimento de devoção, e lealdade à lei de Moisés do século II a.C., contra a influência grega pagã. Nos tempos de Jesus, a estrita observância da Lei – especialmente a pureza ritual – era regulada por um conjunto de ensinos éticos como “a tradição dos anciãos” (Lei Oral / Mishna), desenvolvidos pelos rabinos como uma aplicação da lei a situações específicas.

Fariseus - continuação A desigualdade de conhecimento desta

tradição e todas suas muitas interpretações sutis, criaram uma lacuna social e religiosa entre uma elite hipócrita – “os justos” – e a população geral, “os pecadores”.

(Bíblia de Genebra, p. 1150); (parênteses meus).

ESCRIBAS – homem encarregado de fazer cópias do livro da lei e de outras partes das Escrituras. (Davis, p.192)

Quando os convidados são recebidos, a pessoa que recebe come com eles: este é um sinal especial de aceitação. JESUS é mostrado, no texto, empenhado em relacionamentos sociais com publicanos e pecadores. Os fariseus ficavam desconcertados e incomodados.

Além de “comer com pecadores”, JESUS “recebia pecadores” (versículo 2; Marcos 2:15).

O fato de JESUS receber pecadores era considerado como ofensa muito mais séria aos fariseus do que meramente comer com pecadores ou aceitar seus convites.

“Desta forma, como hospedeiro ou conviva, não é sem motivo que a comunhão de Jesus, à mesa com pecadores tivesse ofendido as sensibilidades culturais e teológicas dos fariseus. A importância, tanto para Jesus como para seus opositores, é expressa na maneira como ele faz uma defesa completa, registrada em Lucas 5:4-32.” (BAILEY, p.195)

LUCAS 15:1-3 é o contexto para as parábolas da “Ovelha Perdida”, da “Moeda Perdida” e do “Filho Pródigo” . Estas parábolas são uma defesa dos atos de JESUS.

A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA

Lucas 15:4-7

REBANHO DE OVELHAS

A parábola já inicia dando um choque na sensibilidade dos fariseus, pois muitos achavam que os pastores eram imundos; certamente ficaram ofendidos ao serem abordados como sendo um deles. “qual dentre vós...” vers. 4.

Uma parábola acerca de um pastor em conversa com fariseus apresenta uma contradição no pensamento farisaico: Moisés era aceito como Pastor; DEUS era considerado Pastor (Salmo 23). No entanto os fariseus desprezavam os pastores que apascentavam ovelhas.

“Ter cem ovelhas” pode significar “ser responsável por cem ovelhas” e não precisa significar necessariamente possuir cem ovelhas.

De acordo com o autor, um grupo pequeno de famílias se reunia para contratar um pastor que podia ser o proprietário de alguns daqueles animais e pertencer a alguma daquelas famílias.

Assim sendo, toda a família perde se uma ovelha se perde e todo o clã se regozija se a ovelha é achada.

O pastor se alegra duas vezes: Quando encontra a ovelha Na comunidade, de volta à aldeia.

“Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo” (vers. 5) Fardo da restauração A alegria pela restauração A ovelha é achada e precisa ser restaurada

“Nunca vi na Síria, Palestina ou Mesopotâmia um rebanho apascentado por uma única pessoa. Dois, e até três pastores geralmente são empregados. Quando uma ovelha se perde e o pastor vai procurá-la, os outros pastores levam o rebanho para casa. Ao chegar, os vizinhos imediatamente notam a ausência do pastor, ou serão disso informados, pois além da possibilidade da perda do animal, muitas vezes a questão é a segurança do homem. Se ele encontrar um animal feroz, um pastor sozinho, tendo apenas a sua funda e o seu cajado, está em uma situação difícil.Portanto, o fato de se achar e levar para casa a ovelha perdida é motivo de muita ação de graças na comunidade”.(BAILEY,p.200)

A ovelha encontrada é ocasião para alegria em toda a vizinhança . Da mesma forma, o pecador está perdido para a comunidade, e é natural esperar alegria comunitária com sua recuperação e não murmuração, como em Lucas 15:2.

A alegria pela restauração é o

clímax da parábola

O SIGNIFICADO TEOLÓGICO Alegria pela restauração à comunidade Alegria no fardo da restauração Amor gracioso que procura o perdido Arrependimento

A parábola levanta duas interrogações em relação ao arrependimento: Quem se espera que se arrependa ? Qual é a natureza desse arrependimento?

Entre os rabinos havia pelo menos duas opiniões sobre quem DEUS amava: Os completamente justos/perfeitamente justos Os pecadores arrependidos

“ Os rabinos ensinavam que DEUS receberia bem o pecador penitente, porém estas parábolas ensinam que DEUS busca o pecador”. Bíblia de Genebra (p. 1207)

Para JESUS, assim como em Isaías 53:6, todos são ovelhas perdidas que necessitam de um pastor que as guie. Portanto, “os noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (vers.7), pode ser entendido como ironia.

Para o judaísmo do século I, o arrependimento era uma forma de entrar no reino.

Na parábola, a ovelha nada faz para levar o pastor a começar a sua busca.

Na parábola, “ser encontrado” é equivalente a “arrepender-se”. Assim, a parábola da Ovelha Perdida é uma compreensão radicalmente nova da natureza do arrependimento.

A PARÁBOLA DA MOEDA PERDIDA

Lucas 15:8-10

MOEDAS ANTIGASDRACMA = no NT, moeda grega de prata que tinha o mesmo valor do DENÁRIO, ou seja, era o pagamento por um dia de trabalho.

De acordo com Balley, as parábolas da Ovelha perdida e da Moeda Perdida podem ser consideradas como uma parábola dupla. As duas formam uma única unidade literária, onde a segunda metade reforça a primeira.

O uso de uma mulher em uma ilustração requeria ousadia diante de um grupo de homens orientais. Jesus mais uma vez está rejeitando as atitudes farisaicas para com grupos minoritários na sociedade.

O tema da alegria é outra vez o

clímax da parábola.

Portanto, as duas parábolas são uma defesa de JESUS sobre a sua atitude de “comer com pecadores” e “receber pecadores”. JESUS demonstrou aos fariseus que “...todos pecaram e carecem da glória de DEUS.” Romanos 3:23.

CRÉDITOS Bibliografia

BAILEY, Kenneth. AS PARÁBOLAS DE LUCAS; tradução Adiel Almeida de Oliveira; Vida Nova; São Paulo; 1995.

DAVIS, John D. DICIONÁRO DA BÍBLIA; tradução do Rev. J.R. Carvalho Braga; Juerp; Rio de Janeiro; 1990

ELWELL,Walter A. e YARBROUGH, Robert W. DESCOBRINDO O NOVO TESTAMENTO – UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA E TEOLÓGICA; tradução Lúcia Kerr Jóia; Cultura Cristã; São Paulo; 2002.

SZLAKMANN, Charles. O JUDAÍSMO PARA INICIANTES; tradução Marília Garcia; Brasiliense; São Paulo, 1989.

CRÉDITOS - continuação Bíblia de Estudo de Genebra. Cultura Cristã e

Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo e Barueri, 1999.

Bíblia Digital Glow – www.bibliaglow.com.br Imagens

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PRODUZIDO POR: Zilrene Alcantara Miguel Igreja Presbiteriana em C.A.E. Carvalho, São

Paulo, SP, Brasil. Classe da UMP Novembro/2015

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