O Papel do Profissional de Educação Física na iniciação ao Futsal
Preview:
DESCRIPTION
Citation preview
- 1. CENTRO UNIVERSTARIO TALO BRASILEIRO CURSO DE EDUCAO FSICA
CRISTIANO GOMES XAVIER ESTEVES DE JESUS MACEDO O PAPEL DO
PROFISSIONAL DE EDUAO FSICA NA INICIAO AO FUTSAL So Paulo 2010
- 2. 2 CRISTIANO GOMES XAVIER ESTEVES DE JESUS MACEDO O PAPEL DO
PROFISSIONAL DE EDUCAO FSICA NA INICIAO AO FUTSAL Monografia de
Concluso de Curso apresentada ao Centro Universitrio talo
Brasileiro, como parte do ttulo de Bacharel em Educao Fsica sob a
orientao do Prof. Esp. Marco Aurlio Paganella.
- 3. 3 So Paulo 2010 CRISTIANO GOMES XAVIER ESTEVES DE JESUS
MACEDO O papel do profissional de educao fsica na iniciao ao
futsal. Monografia de Concluso de Curso apresentada ao Centro
Universitrio talo Brasileiro, como parte dos requisitos para obteno
do ttulo de Bacharel em Educao Fsica sob a orientao do Prof. Esp.
Marco Aurlio Paganella. Nota____________________________ Data de
Aprovao:___/____/_______
- 4. 4 Dedico aos meus pais, pelo grande apoio recebido. Meu pai
(In Memorian) por ter sido de grande importncia em minha vida. A
minha me que sempre me ajudou e aos amigos que, mesmo de longe,
sempre torceram e acreditaram, Geraldo, Brenno, Herclio e Vinicius.
Cristiano Gomes Xavier. Dedico a deus, por me dar sade e fora nessa
batalha, minha me, meus irmos, meus tios, meus primos e meus
amigos, pelo apoio, mais em principal a minha noiva, Anaiza ,que no
momento mais difcil da minha vida, esteve ao meu lado e me deu
muita fora e incentivo para Continuar os estudos, e ao seu Olivio
meu Pai, por todos os ensinamentos dados a mim durante sua vida
entre-nos. Esteves de Jesus Macedo.
- 5. 5 AGRADECIMENTOS Agradeo primeiro a Deus que sempre a
referencia para tudo na minha vida. Agradeo a minha me por sempre
ajudar, mesmo nos momentos difceis onde sempre pensamos no pior.
Agradeo aos meus amigos verdadeiros, Geraldo, Brenno, Herclio e
Vinicius, que a vida colocou por uma obra do destino, agradeo ainda
ao Alemo, Alexandre, professor da ACM que sempre buscou ajudar
durante esse logo tempo que busquei a minha primeira graduao e
agradeo a uma pessoa em especial que sempre me incentivou e alegou
com sua simpatia e com seu sorriso lindo e apaixonante. lida
obrigado. Por fim agradeo ao meu orientador, o prof. Marco Aurlio
Paganella, por sua pacincia e dedicao mesmo com o pouco tempo
disponvel devido aos seus compromissos e pela minha demora na
preparao deste trabalho. Cristiano Gomes Xavier Agradeo a Deus,toda
minha famlia,minha noiva ,pelo apoio o momento mais difcil da minha
vida esse ano ,ao meu pai que me ensinou muito durante a vida e ao
meu parceiro de trabalho,nos encontramos nos 45 minutos do segundo
tempo,pela forca e apoio e ao professor que aceitou ser nosso
orientador aos 46 j nos acrscimos e nos ajudou enormemente, alm do
nosso orientador, o Prof. Marco Aurlio Paganella, por sua pacincia
e dedicao ao nosso trabalho. Obrigado a todos. Esteves de Jesus
Macedo
- 6. 6 A criana no uma miniatura do adulto, e sua mentalidade
difere qualitativa e quantitativamente da do adulto; de modo que a
criana no somente menor que o adulto, mas diferente deste.
Claparde
- 7. 7 RESUMO O presente trabalho discorre sobre os principais
aspectos no processo de iniciao esportiva, mais precisamente no
Futsal, que um dos esportes mais praticados pelas crianas,
destacando, sobretudo, o papel e a importncia de ter um
profissional de qualidade e com conhecimento terico e prtico sobre
o desenvolvimento e o crescimento humano. O trabalho contribui para
o progresso do estudo do tema, na medida em que, como sabem todos,
o professor precisa conhecer, e bem, os diversos assuntos que
envolvem as crianas, sempre no sentido de bem realizar um trabalho
de boa qualidade e que se preocupe com a formao global do aluno. A
faixa etria estudada no trabalho a de 10 a 13 anos. O papel do
professor estudado e analisado no contexto do trabalho que se
refere s caractersticas do aluno e do prprio Futsal, s capacidades
motoras e aos aspectos tcnicos e tticos da modalidade, dado que
estes fatores esto diretamente ligados nesse processo
ensino/aprendizagem inerentes iniciao. E esta correlao entre o
professor, aluno e contedo deve estar muito bem compreendida pelo
prprio professor, a fim de que consiga atingir a excelncia no
trabalho. Essa reviso literria busca mostrar a opinio de diversos
autores sobre o papel do profissional da Educao Fsica na iniciao ao
Futsal, contextualizando esta atuao no trabalho de iniciao
esportiva da criana no Futsal e, por extenso, no prprio Esporte de
uma maneira geral. Palavras chave: Iniciao Esportiva Futsal
Professor Criana
- 8. 8 ABSTRACT This paper discusses the main aspects in the
process of initiation sport, more precisely in Futsal, which is one
of the most popular sports for children, highlighting especially
the role and importance of having a professional quality,
theoretical and practical knowledge about human development and
growth. The work contributes to progress in the study of the topic,
in that, as you all know, the teacher needs to know, well, the
various issues involving children, where in order to achieve a good
work of good quality and that worry about the student's overall
education. The group studied the work is 10 to 13 years. The
teacher's role is studied and analyzed in the context of work with
regard to student characteristics and the very Futsal, the motor
skills and the technical and tactical aspects of the game screen,
as these factors are directly linked in the teaching / learning
related to initiation. And this relationship between teacher,
student and content should be well understood by the teacher, so
that they can achieve excellence at work. This literature review
aims to show the opinion of several authors on the professional
role of Physical Education in the initiation Futsal,
contextualizing this work performance of sports initiation of the
child in indoors and, by extension, on the same sports in general.
Keywords: Sport Initiation - Futsal - Teacher - Child
- 9. 9 SUMRIO: CAPITULO 1 INTRODUO
...................................................................................10
CAPTULO 2 A INICIAO ESPORTIVA E O FUTSAL
..........................................12 CAPITULO 3 O PAPEL DO
PROFESSOR
...............................................................19
CAPITULO 4 O DESENVOLVIMENTO DAS PRINCIPAIS CAPACIDADES MOTORAS
...............................................................................................................25
4.1 Capacidades Coordenativas
............................................................................26
4.2 Resistncia
........................................................................................................30
4.3 Fora ou
potncia..............................................................................................31
4.4 Velocidade
.........................................................................................................32
4.5 Flexibilidade
......................................................................................................34
CAPITULO 5 AS TCNICAS INDIVIDUAIS NO
FUTSAL........................................36 5.1 Passe
..................................................................................................................39
5.2
Chute...................................................................................................................40
5.3
Conduo............................................................................................................41
5.4
Drible...................................................................................................................42
5.5
Marcao.............................................................................................................43
5.6
Cabeceio.............................................................................................................44
5.7
Goleiros...............................................................................................................45
CAPITULO 6 DESENVOLVIMENTO TTICO NO FUTSAL
....................................47 CAPITULO 7 CONCLUSO
.....................................................................................53
REFERNCIAS
.........................................................................................................54
CAPTULO 1 INTRODUO
- 10. 10 O Futsal na vida de uma criana, assim como o esporte de
uma maneira em geral, pode representar muitos sonhos, muitas
alegrias e muitas realizaes. Com isso o profissional de Educao
Fsica que trabalha com o Futsal sempre deve conhecer, compreender e
estudar as caractersticas fsicas, psicolgicas e sociais de seus
alunos. Isto, a fim de que possa realizar um trabalho coerente e
eficaz para o aluno que busca desde uma simples recreao at aquele
que sonha em ser uma estrela no esporte. Em ambos os casos, possvel
que o Futsal fique marcado para sempre em sua vida. Saviani (1991,
apud, SANTANA 1999) cita uma das vrias funes na qual os professores
devem seguir; O compromisso de criar condies tais para que se
oportunize a construo de valores e idias legitimam, de certa forma,
a atuao do professor de Educao Fsica no Futsal durante esse perodo
(iniciao). Tambm preciso competncia tcnica, o domnio sobre o
conhecimento, como agir adequadamente, o saber-fazer. Este estudo
tem como principal objetivo buscar atravs da literatura uma base
para um trabalho to difcil e to complexo, que requer um inescusvel
preparo do Profissional de Educao Fsica, verdadeiro titular desta
competncia de trabalho. A iniciao esportiva o alicerce e o ponto
crucial para o futuro esportivo de uma pessoa, e o profissional de
Educao Fsica no pode se furtar em no assumir a responsabilidade do
trabalho bem consignado. O grau de comprometimento e de
conhecimento vital para que possa realizar um trabalho
significativo na formao da criana tanto para aquela que possa ser
um futuro atleta de alto nvel, quanto para a criana que
simplesmente o praticar por um longo tempo na sua vida. Nesta
direo, a seguir so estudados e apontados caminhos para um trabalho
responsvel, fazendo com que haja proveitos e que tenha reais
significados tanto para a criana e pais, como Profissional de
Educao Fsica. O Futsal um esporte de muita aceitao entre as
crianas, de fcil aplicao devido a estar muito bem difundido em
clubes e escolas e sendo um meio de trabalho que revela e
inicia
- 11. 11 atletas para o futebol de campo. No pas, h indcios de
ser crescente o nmero de crianas com idade de 10 a 13 anos que
optam pela prtica do Futsal (MUTTI, 2003), dado ser oferecida na
maioria das escolas, clubes, escolhinhas desportivas e organizaes,
alm de ser um esporte genuinamente brasileiro. Pensando nesse
grande interesse pelo Futsal, o processo de iniciao passa a ser
muito importante para as crianas, e nesse ponto que o professor e
tcnico sero fundamentais para o trabalho no sentido de um melhor
aprendizado. Para que o estudo seja bem compreendido em sua
explanao, sero levadas algumas questes de pesquisa: Quais exigncias
tm que ter com as crianas nesse processo de iniciao, em relao ao
desenvolvimento motor, cognitivo e scio-afetivo? Quais os possveis
efeitos do treinamento intensivo precoce? Quais so as possveis
conseqncias de se adotar na fase de iniciao no Futsal referncias
como rendimento e excessiva competitividade? O estudo tem foco
elucidar o papel do professor de Educao Fsica como profissional
legitimado para atuar na iniciao da parte fsica, com a atuao na
iniciao da parte tcnica e parte ttica. Alm de buscar respostas
sobre os questionamentos realizados por Santana (2001) sobre o
trabalho do Professor de Educao Fsica. Propiciar, tambm, elementos
conceituais importantes sobre a criana em todos esses aspectos um
importante objetivo do trabalho, ressaltando que a abordagem faixa
etria entre 10 e 13 anos. Este estudo foi realizado atravs da
reviso da ampla, abrangente e fidedigna literatura.
- 12. 12 CAPTULO 2 A INICIAO ESPORTIVA E O FUTSAL Segundo Santana
(2001), os efeitos do treinamento precoce empregados de uma forma
imediata na iniciao, sem o melhor conhecimento sobre a criana, ou
com um agravante maior ainda, que seria desenvolver um treinamento
semelhante ao realizado com o adulto, com cargas e perodos menores,
do idia do quanto a criana pode ser prejudicada na sua vida (e no
apenas esportivamente) quando no tem respeitadas as duas etapas de
desenvolvimento (qualidade) e crescimento (quantidade). Vrios
outros autores destacam o significado da iniciao esportiva: Segundo
Voser (1999), a iniciao o ato ou o momento de receber as primeiras
noes de coisas da qual no conhecemos. J Lucena (2000), fala que
iniciao aprender um desporto, adequar algumas regras a esse esporte
e tambm se adequar a algumas tcnicas especficas de cada esporte.
Enquanto Mutti (2003) se refere iniciao como a prtica de qualquer
modalidade esportiva que requer determinadas condies motoras que
permitam a execuo de movimentos especficos e ainda um grau de
habilidades para alcanar a eficincia do gesto tcnico pertinente
modalidade. O que os autores citados querem elucidar que a iniciao
esportiva nada mais do que o aprendizado de uma modalidade
esportiva, e que cada modalidade tem sua caracterstica motora
utilizada, como tambm o desenvolvimento de varias valncias fsicas
especficas de cada modalidade. Quanto iniciao ao Futsal, Santana
(2001) destaca que as crianas iniciam na prtica porque esse esporte
oferecido pela maioria dos clubes, escolas e associaes congneres. O
Futsal est por toda parte. Havendo muitos indcios de
- 13. 13 que em vrias cidades e estados o futsal um esporte muito
praticado, principalmente pelas crianas. Outros fatores importantes
so explicados por Santana (2001), como a enorme expanso imobiliria
que segue em varias cidades do Brasil, diminuindo os espaos livres,
como os campos de vrzea, e a criana passou a praticar esportes em
clubes, associaes, escolinhas. Alm que em vrias cidades, nas suas
federaes acontecem campeonatos muito bem organizados, atraindo a
mdia levando crianas a praticar. Para as crianas terem um melhor
aprendizado sobre o esporte, e principalmente sobre o Futsal que o
esporte estudado nesse trabalho, Lucena (2000) cita que devemos
fundamentar nosso trabalho de professor em estimular e desenvolver
alguns componentes como: Equilbrio, ritmo, coordenao motora em
geral e noes de espao e tempo. Lucena (2000, p. 7) fala da
importncia desses componentes: Fortalecer na criana a capacidade de
executar de forma plena, a combinao de todos os movimentos
possveis, especficos ou no do desporto, pois atravs da aquisio de
bons hbitos motores, e do domnio de tcnicas elementares, que se
fundamenta progressivamente o desenvolvimento tcnico da criana. J
Voser (1999), ainda fala sobre desenvolvimento concordando com
Lucena, dizendo que o professor deve desenvolver os aspectos do
esquema corporal, equilbrio, lateralidade, organizao do corpo no
espao e no tempo, coordenao motora grossa e fina, no esquecendo o
que caracterstico da idade, principalmente a escolar, como: saltar,
lanar, transportar, trepar, rastejar e rolar. Alm disso, Santana
(2001) ressalta a preocupao com o contedo transmitido aos alunos,
principalmente se essa iniciao for a faixa trabalhada dos 10 aos 13
anos, pois nessa fase que as crianas esto no pice do
desenvolvimento motor, sendo a fase escolar, a fase em que as
crianas querem fazer tudo sem se
- 14. 14 preocupar com leso ou fadiga, s que o Futsal um esporte
de contato fsico, e esse contato exagerado pode acarretar leses,
principalmente em crianas. Santana (2001) tambm demonstra grande
preocupao com o trabalho nessa faixa etria e cita que os
profissionais no podem ignorar que a aplicao de mtodos e programas
de treinamento especializado tende a elevar o rendimento
fsico-tcnico e ttico das crianas levando a resultados positivos
rpidos. Isso significa dizer que, em relao ao rendimento esportivo,
a criana que recebe um treinamento especializado tende a apresentar
resultado no curto prazo e a criana que no especializada
precocemente pode apresentar resultados no longo prazo. O que
Santana (2001) quis dizer, que apenas um trabalho com busca de
resultados rpidos, sem seguir os fatores j citados acima por Lucena
(2000) e Voser (1999), pode causar transtornos graves s crianas.
Santana (2001, p.33) ainda relata uma situao bem comum em casos de
iniciao esportiva no Futsal exercido de forma equivocada:
Observa-se esta situao facilmente no esporte formal praticado por
crianas. Devido ao processo de seleo (valorizao dos mais aptos, do
talento) e treinamento especializado a que so submetidas,
apresentam desde os primeiros anos de pratica performance tcnica
(nos referimos aos fundamentos: passe, drible, chute, domnio...) e
ttica (pelos sistemas posicionamentos ofensivos e defensivos
adotados, e execuo de jogadas manobras de sada de bola, escanteios,
laterais, faltas) satisfatrias. Esse processo tende a evoluir
fazendo com que aos 13,14 anos a criana j seja considerada um
veterano no esporte. Essa situao tende a ser levada uma questo de
suma importncia: A tentativa de antecipar o processo de crescimento
e desenvolvimento motor da criana seria uma vantagem? Para Silva
(1995, apud, Santana, 2001) essa tentativa trar: ... grandes
conseqncias de ordem neuro-fisiolgica, anatmica, psicolgica e
pedaggica, pois ao ignorar as fases e estgios especificados pela
cincia, a formao especifica e o rendimento
- 15. 15 tcnico (treinamento precoce) constituem prioridades
absolutas, deixando de respeitar a natureza da criana Conseqncias
extremas como uma criana ao chegar com seus 10 anos com estigma de
vencedor ou perdedor, capaz ou incapaz, talentoso ou esforado ou
ainda um garoto de 13 anos carregar um peso de ser comparado pelos
seus pais a outros meninos, pela sua condio tcnica, sendo alvo de
crticas, desprestigiado por seu tcnico, tentar desesperadamente,
reverter essa situao? E com casos de garoto de 12 anos perderem o
estmulo pela prtica do futsal por ter sido varias vezes campeo? Com
casos assim Santana (2001) analisa, que inconvenientes assim
causados pela especializao esportiva precoce e a excessiva
competitividade (leses, estresse, saturao) nos primeiros anos de
iniciao afastam a criana da pratica esportiva. A constatao do que
foi citado por Santana mais uma vez relatado por Mutti (2003,p.33)
relatando o problema sobre a iniciao no Futsal realizada pelos
clubes hoje em dia; O trabalho de iniciao no Futsal esta um pouco
distante desse ideal, principalmente nos clubes, vista que por ser
uma modalidade esportiva de grande penetrao na camada infaltil, tem
despertado o interesse das federaes, que por sua vez tem
regulamentado e organizado competies para faixas etarias cada vez
mais baixas. Um caminho importante para profissionais que trabalham
com iniciao esportiva para auxlio na iniciao esportiva o papel da
escola, pois, a educao fsica, fazendo parte do currculo obrigatrio,
utiliza o Futsal como um dos esportes mais utilizados nas aulas.
Segundo Voser e Giusti (2002) algumas escolas da rede pblica e da
rede particular preocupam-se com o ensino da educao fsica desde a
educao infantil e reconhecem a importncia do esporte para as
crianas como meio de educao e sade.
- 16. 16 Outro ponto muito importante para a iniciao esportiva no
Futsal e a iniciao em outras modalidades esportivas diz respeito s
condies motoras na qual a criana possa chegar a desenvolver, e para
alcanar o grau de eficincia em que a habilidade exige a criana deve
ser estimulada a praticar diversos movimentos com habilidades
diferentes para um ganho maior do repertorio motor. Segundo Mutti
(2003) quanto maior for a variedade de experincias motoras que a
criana vivenciar, maior ser o desenvolvimento motor, e o que no se
adquiriu ao tempo hbil do desenvolvimento motor jamais ser
recuperado totalmente. Mutti (2003, p.21) cita a importncia da
continuidade do desenvolvimento motor: Gradativamente, atravs da
combinao de exerccios com bola e pequenos jogos, que se tornaram
cada vez mais complexos, tanto em regras como em movimentos, o
Futsal ir se incorporando ao acervo motor da criana. Tudo isso deve
ser uma continuidade de trabalho de desenvolvimento motor. J Lucena
(2000) concorda com Mutti (2003) a respeito da progressividade, ele
fala que para que ocorra um aprendizado progressivo e bem
fundamentado importante que a criana obtenha nveis mnimos de
desenvolvimento de suas qualidades fsicas, psquicas e motoras,
sendo capaz de exercer total domnio sobre tcnicas corporais bsicas,
para ento iniciar os elementos das diferentes tcnicas do Futsal.
Lucena (2000, p.6) ainda fala diretamente sobre esse aprendizado
gradativo; No inicio do aprendizado comum que os gestos motores
sejam executados de forma insegura, descoordenados e imprecisos,
passando a adquirir maior plasticidade em sua execuo a partir de
uma pratica sistemtica de atividade adequadamente planejadas,
orientadas no sentido de que os gestos motores tornem-se
gradativamente mais consistentes, possibilitando a execuo das
tcnicas com mais dinamismo, preciso, eficcia e economia de funo.
Seguindo da mesma opinio e completando, Voser (1999) fala que
devemos
- 17. 17 incentivar principalmente os alunos com maior
dificuldade, elogiando-os a cada conquista, a cada gesto motor bem
feito, e deixando para aqueles que possuem mais facilidade o
compromisso de auxiliar na transmisso da sua experincia. Oliveira
(1998) segue na mesma linha que Lucena (2000) e Voser (1999) e
complementa o pensamento deles dizando que o fato de a criana no
possuir certas habilidade especificas relativas ao esporte num
determinado momento no significa que no as ter em um proximo, e que
no sejam aptas para a pratica, e tambem h o contra ponto, que ele
retrata tambem que uma criana que apresenta alto grau de
desenvolvimento no seu movimento no ser necessariamento um atleta
de alto nivel. Com toda essa informao professores e treinadores
necessitam estar atentos ha cada detalhe importante nas aulas de
iniciao do Futsal, pois devemos conhecer bem as caracteristicas
fisicas e psicologicas de nossos alunos. Lucena (2000, p7) ressalta
bem sobre o conhecer os alunos; O conhecimento do perfil do aluno,
possibilita a maior interao professor-aluno, pois conhecendo suas
caracteristicas de comportamento, limites e possibilidades,
torna-se possivel estabelecer uma linha de ensino adequada as
possibilidades de realizao da criana. Outro fator muito importante
para a melhor formatao do aprendizado seria a segunda etapa do do
processo, que seria a fixao de aprendizagem, Mutti (2003) fala que
fixao de aprendizagem seria a segunda etapa no processo de
aprendizagem do Futsal, sendo que a primeira seria o
desenvolvimento motor e o ensino dos movimentos do esporte. J a
segunda etapa seria a possibilidade de conseguir realizar um
determinado movimento com relativa facilidade, entrando na fase de
consolidao da prtica de um determinado movimento, onde o aluno
deixa de dizer que capaz de fazer, para dizer que pode repetir com
facilidade e segurana os movimento necessarios. Chegando nessa fase
de aprendizagem j podero ser introduzidos fatores
- 18. 18 que so fudamentais para um melhor desempenho no Futsal,
com a introduo da tcnica e dos fundamentos do Futsal, sendo que
tcnica do Futsal todo gesto ou movimento realizado pelo aluno, e
que lhe permite dar continuidade ao jogo. Para Saad (1997), o
profissional que atua com iniciao deve seguir alguns principios
pedagogicos para estabelecer uma relao entre o ensino e a
aprendizagem, assim como ter alguns procedimentos bsicos para
propiciar um suporte didtico e pedagogico as aulas/treinos e a todo
metodo de ensino a ser passado aos alunos. Saad (1997,p 13)
completa que; Muitas vezes a teoria tem nos mostrado que para o
ensino de um esporte, principalmente o desporto coletivo, basta que
a criana saiba executar a tcnica correta, mas no isso que
percebemos na prtica. O ensino da tcnica em algumas situaes no
correspondem aquelas enfrentadas pela criana no jogo. Assim somento
com o ensino da tcnica podemos oportunizar a criana a uma prtica
consolidada ao Futsal. Segundo Saad (1997) a aprendizagem de um
fundamento do jogo adequar gestos ou movimentos bsicos, as
caracteristicas da modalidade esportiva (a tcnica especfica do
desporto). A educao psicomotora a base do processo de aprendizagem
de uma tcnica esportiva, mas para isso a criana precisa dominar
seus movimentos bsicos. Lembrando que devemos sempre levar em conta
o aluno sobre a sua necessidade fisica, psiquica e social e ainda o
seu nvel de capacidade motora, para que no possa acontecer uma
sobre carga e com isso o aluno possa vir a sofrer com os problemas
causados pelo trabalho inadequado realizado em sua iniciao.
CAPITULO 3 O PAPEL DO PROFESSOR
- 19. 19 A escolha para ser professor nas categorias de formao um
compromisso que implica ir alem das habilidades tcnicas e tticas do
esporte. Trabalhar com crianas e jovens uma oportunidade de
contribuir para o desenvolvimento fsico e mental de seres humanos.
Obter xito nesta caminhada, portanto, significa ter os primeiros
passos guiados por definies claras e coesas, e pautados em uma
filosofia de trabalho capaz de orientar os esforos pessoais na
direo certa. (FONSECA, 2007). O treinamento deve ser orientado para
desenvolver em seus participantes aspectos de autonomia,
autoconfiana, auto-responsabilidade, estmulos positivos para
situaes problemticas, alm de atitudes sociais, como integrao e
cooperao, responsabilidade, apoio social e identificao com o meio
(SAMULSKI, 1992, apud, FONSECA, 2007). Segundo Tenroller (2004)
estresse, ansiedade, desmotivao ou motivao em demasia, problemas
psicolgicos, rejeio ao esporte, abandono precoce e presso dos pais,
isso sem falar em psicologia, anatomia, fisiologia, pedagogia entre
outros elementos esto presentes no logo processo de ensino do
Futsal. Todo e qualquer processo de desenvolvimento esportivo e
educao designado faixa etria dos 6 aos 17 anos influencia o grau de
desenvolvimento que esses jovens podero alcanar, afetando
diretamente a formao de seu carter, de sua personalidade e da
expanso ou limitao de seu potencial atltico. No processo de
desenvolvimento atltico dos jovens, o professor desempenha um papel
fundamental, central e decisivo para o futuro de meninos e meninas.
Responsvel pelo ensino, a demonstrao e o aprimoramento das tcnicas
e tticas, o professor tambm um dos grandes agentes desencadeadores
da paixo pelo esporte, que tem incio j nos primeiro anos de vida.
Ao propiciar um ambiente alegre, saudvel, de conhecimento, desafios
e superaes, o professor capaz de criar um link de envolvimento,
participao e permanncia no ambiente
- 20. 20 esportivo por toda a vida desses jovens (FONSECA, 2007).
Tenroller (2004) ainda salienta que todo profissional que trabalhar
na rea do Futsal, precisa dominar todos os elementos j citados, que
fazem parte do aprendizado do aluno a fim de prestar um auxilio
mais qualificado, quando necessrio, saber esses elementos, o
profissional deve saber o que esta se acontecendo e resolver o
problema. Segundo Becker (2000, p.84) importante sabermos quem est
trabalhando nas escolinhas esportivas e de iniciao esportiva, e
podemos encontrar varias respostas como: Grande nmero de atletas,
quando sentem que se aproxima o fim de carreira, pensam na
possibilidade de seguir no esporte, na condio de treinador. O aluno
de educao fsica tambm busca uma posio em escolas esportivas, alguns
alugam quadras e criam sua prpria escolinha desportiva. Agora vrios
professores formados em educao fsica atuam nas escolas esportivas,
no entanto pelo fator econmico, dirigentes esportivos preferem
muitas vezes ex-atletas ou estagirios em educao fsica para realizar
as atividades, pois estes o salrio menor. Santana (2001) ainda fala
sobre quem trabalha com essas crianas e com essas escolinhas, e
pergunta quem esse homem ou mulher que interagem com essas crianas?
E por que optou em faz-lo? E quais so os seus objetivos? Santana
(2001, p 61) comenta bem essas questes que ele prprio levantou;
Independente de qualquer questo legal, sabe-se que na prtica, o que
predomina entre grande parte dos dirigentes dos clubes ou donos de
escolinha, a atitude de contratar algum graduado em educao fsica
para atuar nesse perodo. Sendo assim, qualquer pessoa pode atuar,
basta ser contratado. O processo de contratar algum esta submetido
ao bom sendo dos dirigentes. A oposio que fazemos nesse sentido no
por preconceito aos muitos homens e mulheres sem formao acadmica
que trabalham com crianas, pois muitos fazem com abnegao, amor e
desprendimento. Acreditamos apenas que aquelas pessoas que
freqentam a universidade tendem a ser mais bem preparado para
exercer o trabalho, pois adquiram um maior numero de informaes, e
continuam adquirindo informaes necessrias para atuar
profissionalmente.
- 21. 21 Para Mutti (2003), ser um professor requer alguns
conhecimentos cientficos importantes que devem ser adquiridos
durante sua formao acadmica, pois lidam com crianas no delicado
perodo da infncia e da adolescncia, sendo isso uma condio
indispensvel, porem no suficiente. Agora ensinar quer dizer
estimular uma nova forma de conduta ou modificar uma que ter noo
dessa rapidez para no ficarmos defasados. A viso que a criana tem
por ele no apenas como um professor, mas tambm como amigo e
consultor ou, at mesmo, dolo ou exemplo de vida, o grande desafio
deste profissional consiste em promover uma formao bsica e geral,
ampliando os limites do fsico e da mente de seus jovens. Todo este
processo deve se dar dentro de um ambiente rico e envolvente, que
seja ao mesmo tempo divertido e apropriado, com mtodos de
treinamento mltiplo que visem aquisio das habilidades e tcnicas
necessrias para as aes futuras de cada um (MANTOVANI, 1995, apud,
SANTANA,2001). Fonseca (2007) ressalta que por meio de uma prtica
harmoniosa e bem orientada, o Futsal, tanto quando outras
modalidades esportivas, pode ser uma importante ferramenta no
processo educacional de jovens, gerando benefcios desde as
primeiras fases da vida oferecendo oportunidades inestimveis de
desenvolvimento de habilidades e capacidades individuais e
coletivas. E completa a sua afirmao mostrando algumas funes que o
professor pode desenvolver nos seus alunos durante as aulas de
Futsal, como promover o desenvolvimento nos mbitos fsico, emocional
e social, revelar talentos escondidos, conhecer a si prprio e os
seus valores, desenvolver um novo senso de competncia, aprender e
entender mais sobre a vida e a sociedade. O professor deve motivar
seus alunos para atingir metas e objetivos que muitos jovens, de
mesma idade, julgam impossveis ou diante dos quais se consideram
incapazes, cuidar da sade e desenvolver hbitos saudveis de vida,
desenvolver valores pessoais e sociais, habilidades individuais e
coletivas,
- 22. 22 desenvolver a auto-estima, ter autocontrole, aprender a
competir e a lidar com limites, ter responsabilidade consigo e com
o grupo. Nas aulas de Futsal o aluno deve aprender com o professor
a trabalhar com acertos e erros, trabalhar em equipe e crescer como
equipe, respeitar as regras e os outros, conservarem-se
perseverante em seus esforos, ser persistente, enfrentar os
desafios e as situaes adversas ou inesperadas, aprender com a
vitria e com a derrota e tomar decises. Agora sobre o ponto de
vista do que ser professor, Mutti (2003, p.17) afirma; Um homem
cujo esprito e vontade saibam resistir s alteraes do nimo e s
perigosas parcialidades da idade; que, como homem adulto, tenha
profundamente arraigada a convico da f crist e da sua salvao e que,
partindo da, contemple com amplitude de vistas o mundo e a vida;
que se sinta impelido por uma inclinao natural a comunicar aos
outros, e em particular criana, os frutos do seu saber e de sua
experincia; o homem cuja superioridade pessoal seja imediatamente
sentida pelas crianas, no porem como um fardo que as oprime, mas
como uma fora pura, sincera, estimulante; um homem que una um santo
amor pela juventude a capacidade especial de descer at ela para
conduzi-la pelo caminho que lhe foi assinalado por Deus; o grande
professor. J Santos Filho (2000) se refere ao professor como o
maestro de uma orquestra, na qual sob sua responsabilidade a
regncia desses diferentes msicos, os quais tocam instrumentos
diferentes, e so regidos e comandados pelo maestro, que lhes indica
o momento certo de participarem, na qual todos atendem seu comando,
e dele dependem e confiam para realizar o seu trabalho da melhor
forma. Mutti (2003) tem uma boa definio sobre professor, falando
que o professor o indivduo que, a par da preparao fsica, tcnica e
ttica dos seus alunos, conhece profundamente casa um deles,
participa dos seus problemas particulares e tenta solucion-los,
estimula a amizade entre todos, aconselha e d bons exemplos de
conduta, orienta, aplaude e censura com bons atos. Mutti (2003)
ainda completa dizendo que o professor necessita ter as qualidades
de comando, ou seja, a capacidade de liderar, ele refora a questo
de
- 23. 23 que o professor necessita ser um grande educador, tendo
a capacidade de motivar seus alunos a aprender e desempenhar o
esporte da melhor maneira possvel. Para Hahn (1988) o professor o
elo da unio entre a criana e o esporte, sendo sua responsabilidade
pedaggica mais importante, do que seu papel na direo das aulas, ao
basear-se no princpio de que as falhas elementares nunca se superam
totalmente durante os primeiros processos da iniciao. Santana
(2001, p. 63) fala bem o que a sociedade espera do profissional de
educao fsica que trabalha com a iniciao esportiva, no importando o
local de trabalho, se em clubes, escolinhas esportivas ou na prpria
escola, ele cita que; O que se espera de um profissional que atue
como professor de Futsal na iniciao que o mesmo tenha bem claro e
definido em sua metodologia, e demonstre em suas atitudes, uma
postura de orientador. preciso saber que esse perodo de
aprendizagem para criana, tudo que acontecer nesse tempo dos 10 aos
13 anos, aprendizagem. Importante para que a criana aprenda a
conhecer a si mesma, o seu corpo, a conviver em grupo, a ter uma
postura madura frente s adversidades, a sentir o gosto da vitria,
da derrota, de jogar, a viver um dia de cada vez, num processo de
incorporao de valores morais constantes. Santana (2001) fala que o
professor tem que saber lidar com a criana, tendo uma postura de
orientador, e ainda acrescenta que at o professor muitas vezes em
que ter a sensibilidade para perceber problemas e se tornar um
psiclogo, buscando ajudar da melhor maneira possvel aconselhando o
seu aluno. Fonseca (2007) relata que durante o processo de
treinamento, importante que o professor lembre-se que ele esta em
um processo continuo de desenvolvimento e aprendizagem, e que a
cada dia as experincias vivenciadas por meio de interaes dirias,
com indivduos e situaes diversas, estaro trabalhando para a sua
formao. Depende de professor saber captar, entender e meditar sobre
esses pontos, mas o certo que este ser um fator determinante para a
evoluo do seu aluno. Portanto, alm de manter-se atualizado, uma das
maiores virtudes de um professor saber escutar, conversar, observar
e ter em mente que h sempre algo novo a aprender.
- 24. 24 Fonseca (2007) resume as principais funes do professor
de jovens e afirma que deve assumir papeis diversos durante o
aprendizado. Cita com as principais funes: recrutar, congregar,
treinar, disciplinar, ensinar, gerenciar, promover, representar,
liderar, julgar imparcialmente, orientar e confortar. J como
principais papis: ser educador, orientador, formador, estrategista,
disciplinador, administrador, diplomata, conselheiro, comunicador,
psiclogo e substituto dos pais. CAPITULO 4 O TREINAMENTO DAS
PRINCIPAIS CAPACIDADES MOTORES
- 25. 25 As principais capacidades motoras no esporte podem ser
definidas como os requisitos bsicos para o rendimento, a
aprendizagem e a realizao de aes motoras especficas, assim como os
requisitos motores centrais para o aprendizado e a realizao de
todos os movimentos corporais relacionados ao esporte. Estando
relacionadas e limitadas por predisposies genticas, para atingir
nveis timos e desejveis, tais capacidades necessitam ser
desenvolvidas por meio do treinamento (WEINECK, 2000). Fonseca
(2007) relata que cada movimento do Futsal pressupe um encadeamento
complexo e sincronizado de diversas aes motoras e metablicas. O
xito no esporte, portanto, tambm fruto dessa indispensvel
capacidade de atingir determinado nvel de excelncia e
desenvolvimento no desempenho de tarefas que, conforme a
modalidade, sero exigidas com maior ou menor influncia no
rendimento. O trabalho de desenvolvimento das capacidades motoras
em crianas e jovens requer os mesmo cuidados maturacionais e
biolgicos presentes nos trabalhos de desenvolvimento tcnico. Um dos
maiores desafios do professor de Educao Fsica consiste em saber
quando e como essas capacidades motoras devem ser desenvolvidas,
assim como propiciar recursos, nveis de estmulos e pausas, de forma
que o rendimento no venha a se prejudicado futuramente completa
Fonseca (2007). Weineck (2000, p. 131) mostra muito bem as funes
das capacidades motoras, na qual o autor denomina de requisitos
motores; Os principais requisitos motores resistncia, fora,
velocidade e capacidades coordenativas representam condies centrais
para o aprendizado e realizao de movimentos corporais relacionados
aos esportes. E o autor ainda completa a sua afirmao explicando que
os requisitos podem ser subdivididos de modo simplificado e
esquemtico em capacidades coordenativas
- 26. 26 e capacidades condicionais. Neste caso, as capacidades
condicionais referem-se a, sobretudo, processos energticos, e as
coordenativas a processos reguladores do sistema nervoso central.
Fonseca (2007), assim como Weineck (2000), define as capacidades ou
requisitos motores como capacidades motoras coordenativas (mbito
qualitativo), sendo capacidades predominantemente determinadas por
componentes, nos quais os processos de analise, planejamento e
execuo de movimentos prevalecem sobre o dispndio ou produo de
energia (diferenciao sensorial; observao; representao; antecipao;
ritmo; coordenao motora; reao motora e expresso motora), e como
capacidades motoras condicionais (mbito quantitativo) sendo as
capacidades predominantemente determinadas por processos em que
prevalecem a obteno e a transformao de energia isto , processos
metablicos dos msculos e sistemas orgnicos (resistncia; fora;
velocidade). A seguir um resumo das capacidades motoras em relao ao
Futsal e a iniciao esportiva na faixa etria estudada (10 aos 13
anos), mostrando o tipo de trabalho e onde o professor e o
treinador podem trabalhar para um melhor desenvolvimento dos seus
alunos no Futsal. 4.1 Capacidades coordenativas As capacidades
coordenativas servem como base para a execuo de qualquer movimento
humano. necessrio ressaltar que, apesar da coordenao ter como fases
sensveis a infncia e a puberdade, muitos docentes ignoram tal
constatao. O profissional de educao fsica deve ter uma viso global
de todos os processos que fundamentam o desenvolvimento e a
aprendizagem de movimentos. O aprimoramento das capacidades
coordenativas imprescindvel durante a infncia, seja na vida como um
todo,na iniciao esportiva, ou com um item importante, no decorrer
da evoluo motora do ser humano. Desenvolvendo as capacidades
coordenativas, o professor ir garantir que o objeto de estudo desta
rea o movimento humano, ou seja, seu desenvolvimento e
aprimoramento
- 27. 27 (GRECO; BENDA, 1998). Fonseca (2007) relata sobre o
perodo compreendido (aproximadamente) dos 7 aos 12 anos de idade
caracteriza-se como o mais favorvel para o desenvolvimento das
capacidades coordenativas. Por esta razo, e em virtude de um
conjunto de ocorrncias posteriores, como a puberdade e o
desenvolvimento cognitivo, que fortalecem o desenvolvimento de
outras capacidades e habilidades (fora mxima, resistncia ltica e
ttica de jogo, por exemplo), o grande trabalho de desenvolvimento
fsico nessas idades deve estar focado nas capacidades
coordenativas. A base formada com o desenvolvimento amplo das
capacidades coordenativas nessas fases iniciais facilitar a formao
dos processos seguintes (sejam de desenvolvimento tcnico, ttico ou
fsico) no instante em que o foco de trabalho prioriza o
desenvolvimento de outras capacidades que atingem fazer timas de
trabalho aps a puberdade e com a maturao de determinados rgos e
sistemas. J Weineck (2000) destaca que o aprendizado na primeira
tentativa torna-se cada vez mais freqente, quando mais a criana
desenvolver o seu potencial para o movimento, isto , quanto maior
for o repertorio de movimentos da criana. E um bom treinamento das
capacidades desenvolve uma formao variada com aumento considerado
do repertorio de movimentos, alm de um grande aprendizado de
tcnicas esportivas bsicas, seguido de um aprofundamento suficiente
do aprendido com uma grande variao de exerccios. Fonseca (2007, p.
150) completa a afirmao de Weineck (2000); O perodo compreendido
entre os 10 e 12 anos de idade , portanto, a fase de maior
capacidade de aprendizagem das tcnicas esportivas, e esta condio
pressupe um fornecimento variado de experincias motoras nos anos
anteriores. Desse modo, conclui-se uma relao positiva entre a
aprendizagem e o aperfeioamento tcnico-esportivo, com o
desenvolvimento das diferentes capacidades coordenativas. H uma
relao de proporcionalidade assim descrita: quanto melhor e mais
amplo o desenvolvimento
- 28. 28 coordenativo, mais eficiente e rpido ser o
desenvolvimento da habilidade tcnica do jogo. Em qualquer faixa
etria a coordenao motora pode ser entendida como a mais harmoniosa
e econmica interao de msculos, nervos e rgos do sentido, cuja
finalidade a produo de aes cinticas precisas, equilibradas e com
apropriado tempo de reao (FONSECA, 2007). Uma boa disposio para o
movimento e um timo nvel de desenvolvimento de habilidades
coordenativas so significantes para os aspectos centrais do
treinamento, uma vez que a coordenao influencia diretamente na
melhora, domnio de uma ao motora. As capacidades coordenativas so
necessrias para uma boa conduo, regulao e execuo do movimento,
permitindo ao individuo identificar a posio do prprio corpo no
espao e, apropriadamente, sincronizar os movimentos corporais com
menores gastos energticos e demanda de ateno e elas so divididas em
capacidade de diferenciao sensorial, capacidade de observao,
capacidade de representao, capacidade de antecipao, capacidade de
ritmo, capacidade de coordenao motora, capacidade de controle
motor, capacidade de reao motora e capacidade de expresso motora
(FONSECA 2007). Na capacidade de diferenciao sensorial, Fonseca
(2007) relata que a qualidade de informao sensorial captada
determina a qualidade da execuo tcnica. Este o caso, por exemplo,
das aes envolvendo contato com a bola, nas anlises dos estmulos
ambientais para a tomada de deciso (execuo de fintas, dribles e aes
defensivas do goleiro) e nas aes de deslocamento em que o atleta
busca se livrar da marcao, ocupar um espao vazio ou, ento se
apresentar como uma opo valida para receber um passe. Uma
capacidade fundamental na fase de aquisio do processo de
aprendizagem motora a capacidade de observao, segundo Fonseca
(2007), nos quais as informaes visuais predominam. Esta uma
capacidade muito importante para a tomada de deciso, as movimentaes
tticas, os deslocamentos e as aes
- 29. 29 dos goleiros que antecedem a defesa propriamente dita
(ajustes da posio para a concluso da defesa). Com a capacidade de
representao, Fonseca (2007), relata que uma ao motora consciente e
eficiente na soluo do problema apresentado pressupe sempre uma
imagem do que se desejar, e de como se deseja fazer o movimento. Os
planos de ao compreendidos dentro das movimentaes tticas e as
jogadas ensaiadas so exemplos de utilizao desta capacidade, que
tambm esta presente em aes mais dinmicas, como as tomadas de
deciso, caractersticas dos dribles e das fintas. E com a capacidade
de antecipao, Fonseca (2007) afirma que essa capacidade
particularmente importante quando existe a realizao de movimentos
velozes e de habilidades abertas (imprevisveis e com alto grau de
variabilidade), duas das principais caractersticas que compe o
ambiente de jogo no futsal, estando presente na execuo dos planos
de aes para fintas e dribles, passes e chutes, aes defensivas de
tomada de bola, aes do goleiro, posicionamento e ocupao dos espaos
na quadra. A capacidade de ritmo determina o ritmo de uma
sincronizao ou cadencia em funo do tempo e atua como um guia para o
desenrolar da ao motora. Fonseca (2007) afirma que o controle da
velocidade, do tempo de repetio de um movimento, seja nas aes em
que j conduo de bola, marcao ou contraataque, exemplificam alguns
casos que envolvem o uso desta determina capacidade. A capacidade
que usada para a conexo de uma habilidade com a outra de forma
efetiva e harmoniosa chamada por capacidade de coordenao e segundo
Fonseca (2007) essa capacidade acontece no Futsal nas seqncias de
corrida e salto impulso e lanamento; corrida e chute, estando
presentes em todas as aes do jogo. Na capacidade de controle motor,
Fonseca (2007) conceitua como a
- 30. 30 capacidade chave para o aprendizado e execuo de
habilidades como o passe, o chute e o lanamento do goleiro, entre
outras aes do jogo que solicitem preciso espacial, temporal e
dinmica. J a capacidade de reao motora que segundo Weineck (2000) a
capacidade de responder com uma ao motora rpida e objetivamente em
resposta a um movimento ou sinal. Para o Futsal, Fonseca (2007)
destaca a o emprego da capacidade nas fintas, nos passes, nos
chutes e nas defesas do goleiro. Estando presente em todas as aes
do jogo. Fonseca (2007) conceitua capacidade de expresso motora
como a capacidade de criar os prprios movimentos, segundo as leis
da esttica, do belo, do rendimento, criando expresses artsticas e
provocando um impacto visual pode ser exemplificado no Futsal pela
plasticidade no movimento de defesa dos goleiros, na execuo de um
chute de voleio ou bicicleta, como, por exemplo, na execuo dos
dribles. 4.2 Resistncia Bompa (2002) define resistncia como a
capacidade de sustentar atividade fsica durante longos perodos,
importante para as modalidades esportivas com durao superior a um
minuto. Ela no apenas um recurso para corredores de fundo. Uma boa
base de resistncia necessria para a maioria dos atletas. Seu
principal benefcio para a maioria das modalidades esportivas
suportar o esforo do treinamento e da competio. Alm disso, o atleta
com boa base de resistncia ter maior facilidade em lidar com a
fadiga de treinamento, os trabalhos escolares e o estilo de vida
industrializada. De acordo com Weineck (2000), com base no ngulo de
analise e na maneira como a resistncia se manifesta, dentro do
esporte pode ser classificada em termos de solicitao do sistema
muscular no exerccio: resistncia geral e localizada; quanto
solicitao caracterstica de cada modalidade: resistncia geral e
especifica; em termos de mobilizao energtica: resistncia aerbia e
anaerbia
- 31. 31 (ou glicoltica); quanto durao: resistncia de curta, mdia
e longa durao; quanto aos principais requisitos motores: resistncia
de fora, resistncia de fora rpida e resistncia de velocidade. No
Futsal, Fonseca (2007) cita que a resistncia pode ser utilizada em
repeties executadas com padres elevados de performance de
movimentos envolvendo fora e preciso. Alm de ser utilizada em
execues constantes e seqenciais de mudanas de direo e deslocamento
em geral. Na capacidade de repetir movimentos rpidos sem a perda da
eficincia motora. Em recuperaes ativas dos jogadores de quadra e do
goleiro e na manuteno do padro e das aes de jogo. No treinamento de
resistncia para crianas de 10 a 13 anos, Weineck (2000), define que
o treinamento presta-se sobre tudo obteno de uma boa resistncia
bsica e, com isto, a melhora da capacidade aerbia, devendo ser
empregada em todas as oportunidades possveis em pequenos e grandes
jogos, sempre atendendo as caractersticas psicofsicas da criana e
jovens. Concluindo sobre o treinamento na fase de iniciao, Fonseca
(2007) demonstra mostrar ao professor e treinador que o foco do
treinamento da resistncia na infncia no deve ser elevado a nveis
mximos, e sim que deve ser trabalhado concentrado na coordenao
motora e no desenvolvimento que propicie uma boa base para,
posteriormente, numa fase mais avanada, convergir os trabalhos para
as especificidades da tarefa e das solicitaes reais de jogo. 4.3
Fora ou potncia Em termos simples, define-se fora ou potncia como a
capacidade de aplicar esforo contra uma resistncia. Ela melhora o
desempenho e a execuo de vrias habilidades esportivas. Todas as
habilidades que os atletas precisam desempenhar contra resistncia
sero beneficiadas com a melhora na fora. Por exemplo, no esporte, a
resistncia produzida pela gua na natao e no remo, fora de
- 32. 32 gravidade na corrida e no salto, e pelo adversrio na
luta romana, nas artes marciais ou nos esportes coletivos (Bompa
2002). No Futsal, Fonseca (2007) conceitua a fora rpida ou potncia,
a mais importante manifestao de fora, estando presente em todas as
aes executada durante o jogo, e ainda aplica exemplos importantes
para o Futsal, como: A execuo da fora no futsal para velocidade de
movimento na execuo do chute, para potncia de chute, passe e
lanamentos, para as fases iniciais de sprints e aceleraes
(arranques), para o trabalho das seqncias rpidas de aes defensivas
executadas pelo goleiro e de lanamentos longos e rpidos durante as
partidas, a fora tambm empregada para as situaes de paradas bruscas
e mudanas de direes dos atletas, alm das situaes de proteo de bola
e das disputas de bola dividida contra adversrios. Weineck (2000)
cita que o trabalho de fora ou potncia na infncia organizado quase
exclusivamente a partir do exerccio ldico que favorecem o
desenvolvimento da coordenao. Um trabalho complementar pode ser
paralelamente empregado, com a finalidade de evitar desequilbrios
musculares decorrentes de um desenvolvimento muito unilateral. Na
iniciao esportiva, o trabalho de fora ou potncia deve ser empregado
somente quando extremamente necessrio, no visando o desenvolvimento
de fora mxima, mas o desenvolvimento da fora ideal necessria para o
bom desempenho em uma modalidade esportiva. Apesar da importncia do
desenvolvimento da fora e potncia para a fora de velocidade,a
instruo da fora mxima na infncia e na juventude somente pode ser
feita atravs de jogos e brincadeiras (lutas, cabos de guerra, jogos
de empurrar, sacos de areias, medicine Ball). 4.4 Velocidade Bompa
(2002) conceitua a velocidade sendo importante para a maioria dos
esportes porque grande parte dos atletas precisa correr,
movimentar-se, reagir ou mudar de direo rapidamente. O termo
velocidade incorpora trs elementos,
- 33. 33 incluindo-se o tempo de reao (a reao motora a um sinal),
o tempo de movimento (a habilidade de mover determinado membro
rapidamente, como nas artes marciais, no rebote ou no passe de
bola) e velocidade de corrida (incluindo-se a freqncia do movimento
de braos e pernas). Para o Futsal as situaes que envolvem
velocidade acontecem, na opinio de Fonseca (2007), acontecem nas
mais varias situaes, em uma delas o autor cita a velocidade de ao
com a bola, que esta relacionada com a capacidade de executar
habilidades tcnicas especificas (conduo, passe, chute) em relao aos
movimentos de jogo. Outra situao que acontece no Futsal em relao
com a velocidade na ao sem a bola, Fonseca (2007) cita que a situao
onde acontece uma relao com a capacidade de executar aes rpidas sem
a bola (fintar, desmarcar-se, saltar, dividir uma bola e mudar de
direo assim como em varias outras situaes. A velocidade de reao,
esta relacionada com a capacidade de reagir a um estmulo prvio ou a
uma determinada ao/situao, para o Futsal Fonseca (2007) exemplifica
as aes defensivas do goleiro ou chutar uma bola aps um rebote do
goleiro. Para a velocidade de tomada de deciso, Fonseca (2007),
relaciona com a capacidade de decidir rapidamente o que fazer
diante de uma situao ambiental em constante variao, para o Futsal
presentes nos dribles. Na velocidade de antecipao Fonseca (2007)
relata que relacionada com a capacidade de prever uma ao com base
na probabilidade existente e nos estmulos apresentados em uma dada
situao. A velocidade de percepo mostra que esta relacionada com a
capacidade de processar estmulos por meio dos rgos do sentido e,
com base neles,Fonseca (2007)cita que as decises partam de uma
variedade de escolhas em uma situao particular.
- 34. 34 E por fim Fonseca (2007) cita a velocidade de ao de jogo
como a velocidade relacionada com a capacidade de tomar decises
corretas, criar e executar aes de acordo com a realidade tcnica e
ttica, assim como a situao do jogo, num tempo hbil. Para o trabalho
de velocidade para crianas de 10 a 13 anos, Weineck (2000) destaca
que a velocidade de corrida continue aumentando em relao a anos
anteriores de vida, porem no se observa uma melhora adicional na
velocidade cclica e acclica, mostrando que somente uma pequena
parte dos componentes elementares da velocidade so influenciveis e
responsveis pelo aumento da velocidade de corrida. Para que possa
ocorrer uma melhora da velocidade nos treinamentos outros fatores
precisam ser levados em considerao, fatores como a fora, levando os
nveis a um considervel aumento. Levando ainda em considerao o
interesse por distancias curtas, variadas e ldicas das crianas
durante os treinamentos. 4.5 Flexibilidade Na definio de
flexibilidade, Fonseca (2007), cita que vrios autores definem como
a capacidade condicional; outros, por sua vez, preferem trat-la
como uma capacidade nica e diferenciada. Independentemente de
classificao, ambos grupos concordam com o fato de que a
flexibilidade esta relacionada com a capacidade de movimentos
articulares, de modo amplo e em todas as direes possveis. Segundo
Zakharov (1992, apud FONSECA, 2007), a flexibilidade a capacidade
fsica do organismo humano que condiciona a obteno de grande
amplitude durante a execuo dos movimentos. Um bom nvel de
desenvolvimento e manuteno da flexibilidade contribui para a execuo
de movimentos com grandes amplitudes de oscilao e participao de
varias articulaes. A boa flexibilidade traduzida como a suficiente
capacidade de movimentao do sistema articular e do
- 35. 35 alongamento muscular (elasticidade). No Futsal a
flexibilidade especificamente importante para os nveis articulares
e esta relacionada com a boa performance dos sistemas de alavancas
(relacionados amplitude do movimento) presentes, por exemplo, na ao
especifica no balano da perna do chute. A flexibilidade tambm
importantssima para a integridade da sade muscular (reduzindo o
numero de leses) e para a manuteno de uma postura corporal
equilibrada e sem sobrecargas. (Fonseca, 2007). Para Bompa (2002) o
treinamento da flexibilidade para a criana na faixa de 10 a 13 anos
devera ser bem estimulada, para que seja desenvolvida uma maior
amplitude dos movimentos durante para pratica dos exerccios. Nessa
faixa etria quando as crianas comearem a desenvolver msculos
maiores e mais fortes, acontece um declnio na flexibilidade e com
isso quando atingirem o grau de flexibilidade desejado, o objetivo
do treinamento passa a ser a manuteno, sendo importante, pois
durante os anos a flexibilidade diminui com a inatividade e com
isso pode acontecer leses. CAPTULO 5 AS TCNICAS INDIVIDUAIS NO
FUTSAL
- 36. 36 Voser (1999) descreve tcnica com uma infundvel srie de
movimentos realizados duante uma partida, tendo como base os
fundamentos do Futsal. Para Saad (1997), na teoria, as tcnicas so
pr-requisitos para que a criana desenvolva o jogo mas na pratica a
forma de ensino a decomposio do jogo at chegar nas tcnicas, sendo
assim o aluno tem dificuldade na hora do jogo, pois no depara com
as situaes de jogo durante os treinos, isso prejudica um pouco o
aprendizado. Ainda Saad (1997) cita sobre a tcnica do Futsal que;
Para o ensino-aprendizagem da tcnica, requer do professor
transformar situaes de jogo mais freqentes em atividades em grupos.
Devemos oportunizar a criana atividades semelhantes s situaes reais
de jogo, de maneira que a criana desenvolva tambm a sua capacidade
ttica. Segundo Melo e Melo (2007, p.53) O Futsal assim como
qualquer outra modalidade esportiva, existem movimentos bsicos para
executar com um menor gasto energtico e a mxima preciso. O passe, o
drible, a recepo de bola, o chute, conduo e controle de bola, o
cabeceio, e a marcao, so considerados fundamentos bsicos, sendo que
a tcnica consiste em fazer esses fundamentos. (Mutti 2003) Para
Melo e Melo (2007) A antecipao e o deslocamento tambm fazem parte
dos fundamentos bsicos do Futsal. Segundo Garcia e Falla,(1986,
apud MELO e MELO, 2007,p.53) Diz que a tcnica o domnio do gesto
prprio do jogo, atravs do qual o jogador obtm os melhores
resultados. Dizem ainda que as tcnicas os propiciam as regras
prticas de execuo dos movimentos de passe, recepo, conduzir a bola,
chutar e arremessar.
- 37. 37 As citaes acima dizem que a tcnica seria o movimento
bsico para que qualquer pessoa possa praticar o futsal, sendo esses
fundamentos uma pratica comum do jogo. Para Melo e Melo (2007)
Quanto maior e melhor a coordenao motora, mais fcil o aprendizado
dessas tcnicas, auxiliando tambm na melhora do psicolgico, do
fsico, no deslocamento e no cognitivo. A excelncia no domnio dessas
tcnicas faz com que aja essa diferena entre um jogador e outro,
podendo ser considerado at um craque esse jogador que executa essas
tcnicas com perfeio e um alto grau de eficincia. (MUTTI 2003) Como
foi dito nas citaes acima, pra uma boa execuo desses fundamentos,
preciso que a criana tenha um bom repertorio motor, podendo fazer a
diferena na hora da execuo desses fundamentos. Para se alcanar o
melhor desempenho dessas tcnicas individuais durante uma partida, o
treinamento a seu utilizado o de atividades planejadas com a execuo
sistemtica (MELO;MELO, 2007). O ensino dessas tcnicas visa
desenvolver a habilidade que o jogador possui, procurando o
aperfeioamento do que lhe nato. Esses movimentos somente sero bem
executados quando forem automatizados (MUTTI 2003, p 33). Segundo
Mutti (2003) Ao automatizar essas tcnicas, dependendo do grau, sua
eficincia em realiz-la, vai fazer com que essa tcnica se torne um
movimento reflexo. Na fase inicial isso no vai ser atingido, devido
assimilao e adaptao aos gestos, obrigando a criana usar o
raciocnio, a medida que ocorre o desenvolvimento, acontece a
automatizao ate que o aluno execute os movimentos automaticamente,
sem pensar. Mutti (2003) ainda completa que a repetio do movimento
e o tipo de treinamento utilizado para determinado fundamento,
determinar uma maior ou
- 38. 38 menor capacidade de desenvolver com xito a tcnica, o
tornado automtico com a evoluo do aluno. Para treinamento da tcnica
na faixa etria estudada, entre 10 a 13 anos, Weineck (2000) afirma
que o professor e treinador contam com a melhor faixa etria para a
aprendizagem, porem atenta ao fato de que a criana no deva passar
logo para as seqncias complicadas de movimentos, sendo que essas
seqncias devem ser trabalhadas nas idades posteriores. Para o
trabalho das tcnicas no Futsal, Santana (2001) conceitua que os
fundamentos representam o prprio jogo e devero ser vivenciados pela
criana intensamente. Sem a preocupao de ensinar a criana a chutar,
passar, driblar, seguindo o modelo de treinamento para adulto, o
autor defende a orientao em diversas direes valorizando a ao da
criana. Fonseca (2007) cita que os treinadores precisam ter me
mente que a liberdade para o erro parte fundamental do processo de
aprendizagem e conscientizao na iniciao, com isso a criana deve
vivenciar o aprendizado da tcnica de varias formas e de diversas
maneiras. Santana (2001) cita que em uma simples atividade, ldica,
por exemplo, o que pode ser uma brincadeira despretensiosa mas que,
na verdade, envolve uma serie de valores da tcnica do Futsal
contribuem muito para a formao da tcnica na criana, sendo que nessa
atividade ela no deixou de realizar os fundamentos, elas driblaram,
passaram, marcaram, chutaram deslocaram-se, conduziram e dominaram
a bola. Autores como Lucena (2002), Mutti (2003) e Melo e Melo
(2007) afirmam que os principais fundamentos realizados na tcnica
do Futsal so: Passe, Recepo ou Domnio, Conduo, Drible, Finta,
Chute, Marcao, Cabeceio e por ultimo as principais funes dos
Goleiros. Na seqncia os autores citados acima definem com suas
classificaes e objetivos os fundamentos da Tcnica do Futsal.
- 39. 39 5.1 Passe Passe, um artifcio usado pelo jogador ponte de
que a bola chegue limpa ao outro jogador para que ele passa o gol
ou passe a bola novamente a um companheiro em melhores condies que
ele. Melo e Melo (2007) O objetivo final do passe e fazer o gol,
executado de forma eficiente para o companheiro recebe l em timas
condies. O avano dos jogadores, e a comunicao entre si, so
caracterizados pelo passe, assim tornando o jogo coletivo (MUTTI
2003) Segundo Lucena (2002 p.9) Passe a ao de enviar a bola a um
companheiro ou determinar setor do espao de jogo. A classificao do
passe pode ser feita de acordo com a distncia percorrida pela bola,
e o seu trajeto at o companheiro. Em relao distncia os passes so
caracterizados como curtos at quatro metros, mdios de quatro a dez
metros e longos de dez metros em diante, e em relao trajetria o
passe rasteiro, parablico e meia altura (MELO;MELO 2007). Mutti
(2003) fala alem do passe longo e do passe curto, do passe
cavadinho, sendo um movimento rpido, feito com a parte da ponta do
p, levantando a bola de baixo para cima, ele diz tambm que o passe
longo feito com o dorso do p e o passe curto, executado com a parte
externa e interna do p. Segundo Melo e Melo (2007); Ferreira (2002)
Existe a classificao do passe relacionado sua execuo feita com os
ps, com a parte interna e externa do p, dorso, e solado, tambm
falam na fase do espao de jogo, sedo ele, Passe lateral, passe em
diagonais e passe na paralela. Na fase da execuo do passe, Melo e
Melo (2007) acrescenta o passe de
- 40. 40 bico e Lucena (2002) a parte anterior do p. Lucena
(2002) cita que apes a ao do passe a bola pode traar diferentes
trajetrias conforme as situaes do jogo e prprio tipo de passe
executado. Lucena (2002) cita que o passe de habilidade aquele em
que o aluno tem total controle motor, abrilhantando o jogo, com
encaixe preciso entre o tempo e o espao da chegada do outro
jogador, sendo esses passes de coxa, de peito, de cabea, de ombro,
de calcanhar e parablico ou cavado. 5.2 Chute Mutti (2003) diz que
o chute tem uma importncia fundamental para se alcanar o objetivo
do Futsal que o gol, basicamente seus princpios so iguais ao do
passe, acarretando em um controle maior na direo e na fora com
aplicao. O chute a maneira de golpear a bola visando o gol ou
desviar a mesma de um local que traga perigo a sua equipe, estando
ela parada ou em movimento (MELO;MELO 2007,p74). Costa (2003, apud
MELO;MELO 2007) afirma que o chute tanto pode ser na defesa, para
tirar a bola da sua meta defensiva, ou na fase ofensiva, para fazer
o gol sendo assim a tcnica mais importante no Futsal. Segundo Voser
os chutes podem ser ofensivo ou defensivo, ofensivo tem como
objetivo finalizar as aes do ataque e defensivo, tem como objetivo
impedir as aes de ataque e ainda que existem tipos de chutes,
rasteiro, meia altura, alto e parbola, enquanto para Lucena (2002)
fala que os tipos de chutes so rasteiro, meia altura e alto. Para
Melo e Melo (2007) existem alguns fatores fundamentais, para que
ocorra um bom chute, posio do p de apoio, equilbrio do corpo, posio
do p de ataque e a fora que se imprime na bola. Posio do p no
chute, bico ou peito de p, posio do p que no chuta
- 41. 41 base, posio do joelho da perna que chuta fletido para
impulso da e posio do corpo e da cabea no momento do chute,
equilbrio (VOSER 2003). Lucena (2002) afirma que para a execuo do
chute, existe varias maneiras em diferentes aes, chute simples,
chute batepronto, chute de voleio, chute de bico, chute de
cobertura. Para Fonseca (2007) cita que os tipos de chutes podem
ser com a parte externa ou interna e dorso do p, sendo considerado
simples, chute chamado de chute de habilidade seria o chute de bico
e calcanhar, chute de voleio,sendo executado com a parte do dorso
do p tendo que ter uma enorme habilidade, o chute de bate (pronto
realizado com a parte do dorso,externa e interna do p,e o parablico
realizado com a parte ntero) superior do p e que os erros mais
comuns acontecem quando esta sem estar em equilbrio no imprimindo a
fora necessria ao chute. 5.3 Conduo Segundo Mutti (2003) a conduo o
ato de conduo da bola, para qualquer parte da quadra para o outro.
J Melo e Melo (2007) define conduo como o modo que o jogador
carrega a bola no local do jogo, a deixando o quanto mais prximo
possvel do seu p, assim facilitando a rapidez de alguns movimentos
a serem executados. Apolo (2004, apud MELO;MELO 2007, p 65) define
conduo como o ato de locomover-se com a bola atravs de toques
sucessivos por todos os possveis espaos do jogo. Para Melo e Melo
(2007) a conduo de bola pode ser com a sola do p, Tanto com face
externa ou com a face interna do p, e tambm pode ser classificada
de acordo com a trajetria da bola, podendo ser retilnea ou sinuosa.
Lucena (2002) afirma que tanto na fase retilnea, quanto na fase
sinuosa, as
- 42. 42 partes do p ao tocar na bola podem ser a sola, a parte
interna e externa do p. Para Mutti (2003) ao conduzir a bola, o
atleta tem que ao receber a bola levantar a cabea e observar o
jogo, conduzindo com a parte externa do p com toques leves para que
a bola fique sempre perto. Melo e Melo (2007, p.66), definem conduo
da seguinte forma; Conduo com a parte externa do p a mais
utilizada. Quando h necessidade de conduzir a bola com velocidade
com a parte externa do p que a bola conduzida. Durante a conduo a
bola deve estar sempre perto do p, do jogador, o que dificultara a
tomada pelo adversrio. Conduo com a parte interna do p no muito
utilizada pelos jogadores, porem, em certas situaes do jogo ela
dever ser utilizada, principalmente quando houver necessidade de
proteger a bola do adversrio durante a conduo. 5.4 Drible Segundo
Mutti (2003) diferencia a finta do drible, sendo que a finta ao
feita sem a bola para desequilibrar o seu marcador, e o drible
sendo uma arte inata, combinado outros recursos para obter o
principal objetivo, passar do seu oponente o desequilibrando, e o
driblador com a bola ainda em seu controle, sendo considerada uma
ao feita por si s ou individual. Garcia e Falla (1986, apud
MELO;MELO 2007 p.70) Define o drible como a tcnica de iludir o
adversrio, tendo a finalidade de ultrapass-lo sem perder a posse, o
domnio da bola e estar em perfeito equilbrio. Lucena (2002) cita
que o drible acontea, o driblador tem de ter alguns recursos como a
noo de espao, tempo de reao, capacidade de improvisar, uma execuo
veloz e coordenao, tambm podendo acontecer tanto com o adjetivo
ofensivo, estar o mais prximo da meta do oponente, e defensivo, na
proteo a posse de bola. O drible tanto pode ser executado devido a
classificao com os ps e com o
- 43. 43 corpo. Com o p ou com o corpo, o drible pode ser
executado tanto em deslocamento quanto parado. (LUCENA 2002) 5.5
Marcao Para Apolo (2004, apud MELO;MELO 2007, p 80) define a marcao
como nada mais que impedir a progresso, pelos espaos de jogo, de um
oponente em passe de bola. J para Lucena (2002) a marcao o ato de
impossibilitar que seu adversrio receba essa bola, e tela em sua
posse, caminhe nas dimenses de espao da quadra. J para Mutti (2003)
a marcao executada pela equipe que esta sem a bola, nos jogadores
com a bola e sem a bola, dificultando um determinado jogador a
receber essa bola. Existem alguns fatores para que essa marcao
funcione bem, em um jogador sem a bola. Independente da marcao
proposta pela sua equipe tem de seguir o jogador na sua movimentao,
ficar perto do seu adversrio e no fixar o olhar somente na bola.
Marcao individual a marcao a um determinado adversrio, podendo ser
total ou parcial, marcao por espao ou zona, seria a marcao feita
por ocupao das dimenses da quadra e marcao mista, seria a juno das
duas marcaes por zona ou espao ou mista. (LUCENA 2002) Segundo Melo
e Melo (2007) divide as tcnicas de marcao, sendo elas a tcnica de
aproximao, sendo feita prximo do adversrio mais no muito perto,
pois pode estar desequilibrado, portanto essa abordagem s dever ser
feita quando seu corpo estiver em equilbrio para fazer essa
aproximao e a tcnica de abordagem, com o corpo equilibrado, se
aproximar do adversrio para ter essa posse de bola, ou no facilitar
o passe do seu adversrio. Na ao de marcar individualmente,
importante que no se marque a bola aps a ao do passe do oponente, e
sim o seu deslocamento
- 44. 44 (LUCENA 2002, p 61). Mutti (2003) afirma que essa marcao
no oponente que esta com a bola, deve ser feita para apenas tocar a
bola, com uma perna a frente e outra para traz, sendo um apoio pra
impedir o movimento do seu oponente. O chamado bote deve ser feito
com o corpo mais perto do seu oponente, caso o bote for longe do
corpo do seu oponente, no conseguira se recuperar na jogada. 5.6
Cabeceio Segundo Melo e Melo (2007) quando voc bate na bola com a
parte da cabea, caracterizado o cabeceio, o ser ofensivo, para
alcanar o objetivo do jogo, o gol, quanto defensivo, para tirar a
bola da meta defensiva da sua equipe. O cabeceio pode ser usado
para varias ocasies, tirar a bola da meta defensiva, na meta
ofensiva, no caso para fazer o gol ou para passar a bola para outro
companheiro, podendo ser utilizado parado, em movimento ou correndo
e tambm nas mais diversas direes, para cima, para baixo, para
frente, para traz, e para os lados. (MUTTI 2003) Para Fonseca e
Silva (2002, apud MELO;MELO 2007, p 84) define cabeceio como a ao
realizada para dar seqncia ao deslocamento da bola em quanto
estiver no ar. Para Mutti (2003) a melhor maneira de se realizar o
cabeceio e de olhos abertos, assim o atleta observa a trajetria da
bola tanto na chegada ao seu encontro, quanto na sada, trajeto ao
gol, boca fechada, feito com a testa, parte frontal da cabea,
aumentando assim o impacto do cabeceio. Para Teixeira (1979, apud
MELO;MELO 2007) cita que o cabeceio pode ser utilizado de varias
maneiras, tanto na parte defensiva, ofensiva e para realizao de um
passe.
- 45. 45 5.7 Goleiro Para Costa (2003), o goleiro o jogador
especializado da equipe e a sua tarefa a defesa da meta contra as
investidas do adversrio o nico que pode utilizar as mos dentro de
sua rea, respeitando as regras. Fonseca (2007) completa a definio
de goleiro, descrevendo que o goleiro de Futsal tambm precisa
executar outras funes importantes como iniciar as aes de
contra-ataque, organizar a defesa, articular jogadas e acionar as
melhores opes de jogo durante as reposies de bola. Segundo Costa
(2003) os principais fundamentos a serem trabalhados pelo goleiro
so: empunhadura, defesa alta, defesa baixa, reposio, lanamento,
sada de gol, e realizar os fundamentos dos jogadores de linha
(passe, conduo, recepo, etc.). No treinamento para goleiros na
iniciao, na faixa de idade estudada no trabalho (10 a 13 anos),
Fonseca (2007) considerara que o professor ou treinador devem
conduzir trabalhos especficos para a funo, entretanto esse trabalho
deve prosseguir com o foco nos processos de desenvolvimento das
capacidades bsicas (velocidade, coordenao, ritmo, e entre outras),
sendo vivenciadas com e sem a presena de bola. Entre os vrios
exerccios, Fonseca (2007) sugere treinamentos que envolvam recepo e
amortecimento da bola com as mos; a coordenao motora (culo-manual e
culo-pedal em especial); trabalho de ps e mos, separados e
coordenados; e tcnicas de recepo (empunhadura da bola). Fonseca
(2007) chama a ateno para que professores respeitem as
caractersticas da faixa etria estipulada para conseguir desenvolver
as tcnicas de queda (com e sem salto); os diferentes tipos de
posicionamento e posturas; as defesas em diversas situaes; as
tcnicas de lanamento (reposio de bola); e a habilidade do goleiro
com os ps (j que no Futsal, o goleiro desempenha funes
- 46. 46 de finalizao de armaes tticas em determinadas situaes do
jogo), lembrando ainda que esses treinamentos no devem exigir uma
performance compatvel com o alto nvel, sendo apenas exerccios de
iniciao, levando em considerao todos os fatores citados e
diagnosticados por todos autores no trabalho. CAPTULO 6
DESENVOLVIMENTO TTICO NO FUTSAL
- 47. 47 Em relao ao desenvolvimento ttico o professor de Educao
Fsica dever tomar um cuidado com os modelos existentes nas aulas de
Futsal. Em muitos casos, quando realizado um trabalho sobre a
ttica, muitos professores realizam modelos j prontos e
desenvolvidos para as categorias maiores no respeitando a
individualidade de seu aluno e com isso pulando etapas. O captulo
elucida as caractersticas dos alunos para que os professores possam
iniciar taticamente os alunos iniciantes do Futsal. Weineck (2000)
cita que a ttica desportiva se baseia na capacidade cognitiva
(conhecimento ttico, inteligncia de jogo) e a tcnica adequada. E
que a aplicao da ttica aplicada quando o atleta dispe da tcnica
necessria e da capacidade psicofsica (segurana, agressividade,
sentido de equilbrio, resistncia a stress e perturbaes etc.).
Segundo Zech (1971, apud WEINECK, 2000), ttica a capacidade de
desempenho individual ou em time de oposio a um adversrio. Rose
Junior (2006) completa que a deciso dos sistemas posicionais
(sistemas tticos) e das aes de jogo a serem empregadas durante o
jogo depende de fatores como: capacidade tcnica da sua equipe e da
equipe adversria, dimenses da quadra, regulamento, condies fsicas,
aspectos psicolgicos e condies especiais ocorridas durante a
partida (ex.: expulso). Greco e Benda (1998) classificam as tticas
de acordo com o comportamento dos atletas em relao situao concreta
do jogo como ttica individual sendo o resultado de um processo de
elaborao, onde intervm as capacidades fsicas, tcnicas, tticas,
tericas e psicolgicas. o comportamento de um jogador que atravs de
sua ao consegue interpretar, no tempo, espao e situao, movimentos
dirigidos a um determinado objetivo. J Greco e Benda (1998) afirmam
que a ttica nos jogos esportivos coletivos, esta relacionada com
fatores espao tempo bola adversrio numa situao de jogo,
representando para o atleta, uma tarefa ou um problema de
deciso,
- 48. 48 considerando que esta deciso significa possuir,
antecipadamente um objetivo na ao. Concluindo ainda que o atleta
deve estar preparado e treinado para determinadas situaes que
solucione os problemas do jogo. Mutti (2003) define que a ttica o
estudo, a orientao e a execuo de manobras ofensivas e defensivas de
uma equipe durante o jogo. a preparao da equipe por meio de
instrues bsicas e especializadas que, ao lado de informaes sobre o
adversrio, so planejadas com a finalidade de vencer a partida.
Voser (2003,p. 150) resume claramente o que pensa sobre a iniciao
ttica ; No jogo de Futsal propriamente dito os jogadores so
envolvidos na situao de ataque, que corresponde armao do
ataque,armar a oportunidade de um chute a gol e tambm a situao de
defesa que envolve desarmar o ataque, cobrir a rea de gol e por fim
a defesa do gol. O jogo o veiculo que possumos para implementar os
conhecimentos tticos da criana. Em relao ttica, Fonseca (2007)
relata que as aes ofensivas e defensivas no Futsal esto
relacionadas e interligadas com a performance de cada um dos
jogadores e so desenvolvidas em uma atmosfera rica e dinmica.
Compreendida dentro das linhas de demarcao que determinam o espao
hbil de jogo, a quadra um palco de aes simultneas de jogadores e
treinadores. Pinto e Garganta (1995, apud, Fonseca, 2007) descrevem
que a finalidade de cada situao apresentada durante o jogo, relao
entre as equipes em disputa, as aes de ataque e defesa, e a contnua
necessidade de cada jogador em ser coerente com as sucessivas
mudanas no jogo so elementos que impe mudanas alternadas de
comportamento e atitudes a todo instante da partida. Se toda posse
de bola transferida de uma equipe para a outra, por exemplo essas
modificaes ocorrem instantaneamente e, desse modo, todos os
jogadores, independentemente de seu posicionamento na quadra, podem
passar da posio de atacantes e do objetivo de fazer o gol para a
posio de defensores, com o objetivo de evitar o gol e retomar a
posse de bola, e vice-versa (GRECO, 1998).
- 49. 49 A segunda ttica a chamada ttica de grupo onde Greco e
Benda (1998) classificam as aes coordenadas entre dois ou trs
jogadores baseadas na seqncia de intervenes individuais que
objetivam fundamentalmente, a continuidade da ao conforme o
conceito ttico geral do jogo e o objetivo final do mesmo. E por
ltimo os autores citam a ttica coletiva que uma sucesso simultnea
de aes de trs ou mais jogadores estabelecidos previamente que
permite relacionar as possveis respostas dos adversrios e
submet-las prpria inteno. De acordo com a classificao de ttica
Andrade Junior (2009), conclui-se que o atleta deve ter o
conhecimento terico das situaes especificas do Futsal para aplicar
dentro de um padro de movimentos estabelecidos atravs do grupo,
objetivando obter vantagem no jogo seja para marcar ou para
defender. Andrade Junior (2009) cita que os professores devem
conhecer as capacidades tticas para desenvolver melhor as aulas,
podendo suprir melhor as falhas ou dificuldades dos alunos e com
isso proporcionar uma melhor qualidade no aprendizado. Mutti (2003)
emprega que a ttica diferente da tcnica, que automtica. Os alunos
executam os fundamentos sem pensar, pois os gestos tcnicos (passe,
chute,domnio, etc.) so realizados por reflexo, uma vez que esto sob
a rea de ao da medula, que controla os impulsos nervosos. J a ttica
exige raciocnio, os alunos tm que pensar naquilo que vo realizar em
cada situao de jogo: os padres de movimentos, os posicionamentos,
as jogadas no acontecem por reflexo, mas sim depois que o crebro
processou uma informao, racionalizou e decidiu executar uma ao. Aos
professores, portanto, caber a funo de estimular os alunos a
pensar, determinando algumas obrigaes tticas chamando a ateno
quando no as cumprem. Tanto tcnico com alunos devem estar cientes
de que o Futsal um esporte coletivo; assim, os alunos devem jogar
de maneira homognea, sempre um
- 50. 50 ajudando, corrigindo ou facilitando o trabalho do outro.
Para que essa condio seja alcanada, os alunos devem estar o tempo
todo concentrados e pensando no que fazer em cada situao do jogo
(MUTTI, 2003). Weineck (2000) destaca que para crianas entre 10 e
13 anos especialmente adequado o aprendizado ttico, tcnico e
ampliao do repertorio motor, devendo ser acompanhado do
desenvolvimento intelectual, pois fato comprovado que a capacidade
de desempenho esportivo esta relacionada capacidade intelectual. E
com isso a capacidade de reconhecer regras e de diferenciar o
essencial do acidental tambm pr-requisito para a rapidez e a
qualidade do processo de aprendizado tcnico e ttico. Mutti (2003)
cita e exemplifica para o Futsal o que foi conceituado por Weineck,
relatando que no Futsal muitos professores encontram problemas nas
categorias menores, pois com a criana sem estar totalmente
desenvolvida no seu poder de concentrao, e ainda sem o seu sistema
cognitivo plenamente desenvolvido, no adianta simplesmente dizer
para que ela toque a bola no espao ou correr no vazio; ela pode
interpretar de modo incorreto ou nem entender o que isso significa.
Nesse caso o caminho seria mostrar, por exemplo, o espao a que se
referiu. Outro fator complicador citado por Mutti(2003) que em
algumas situaes ocorre que o professor encontra dificuldades para
se expressar e com isso muitas dificuldades para fazer as crianas
entenderem, dificultando o ensino da tcnica para essa faixa etria.
Santana (2001) defende a idia na qual a criana possa ficar solta na
quadra, possa errar, e amadurecer com os seus erros. Que ela possa
vivenciar e no adquirir a experincia dos outros. Que ela possa
construir o seu conhecimento e abstrair, a partir do seu
conhecimento j adquirido. Santana ainda cita que os professores
devem parar de poupar as crianas do direito de errar e ainda que
devem poup-las dos ensinamentos corretos. O importante para a
criana vivenciar as atividades, o jogo e o esporte de forma livre,
exercendo sua criatividade,
- 51. 51 pois, acredita-se ser este o estimulo para que ela v se
tornando um ser transformador, independente, seguro, livre e com
identidade prpria. Voser (2003) afirma que os professores, devem,
atravs de metodologias apropriadas para a criana, proporcionar o
maior numero possvel de vivencias motoras, incluindo no s os
fundamentos tcnicos, mas tambm a liberdade de ocupaes de todos os
setores da quadra, bem como o entendimento real da concepo do jogo,
indicando ao jovem iniciante a oportunidade de vivenciar todas as
posies do jogo. Santana (2001) cita que para a faixa etria dos 10
aos 13 anos o professor, deve comear a introduzir os sistemas
bsicos do Futsal e suas manobras decorrentes, assim como na parte
defensiva, a marcao correta dos sistemas, laterais, escanteios,
faltas. A criana dever saber o que esta fazendo, o porqu e para que
est fazendo. Sendo que esse momento propcio para a iniciao devido
criana j possuir uma maior capacidade de concentrao, e o interesse
por um esporte especfico, sabendo lidar com informaes que lhe d
condies para melhorar o seu jogo. E para concluir, de acordo com as
citaes dos autores acima sobre a ttica esportiva no Futsal para
crianas de 10 a 13 anos Andrade Junior (2009) propem que deve o
sistema de jogo 2 X 2 e o sistema 3 X 1, podem ser iniciados
sabendo que cada posio tem uma funo a realizar, e que todos devem
passar por todas as funes. O sistema 2 X 2 um sistema que utiliza
dois jogadores na defesa e dois no ataque. o sistema de jogo mais
simples que uma equipe pode adotar. Exemplo do sistema 2 X 2, onde
a sada se faz com tabela simples, aproximao em diagonal, ou
lanamento direto do goleiro, para realizar a funo do piv e no
apenas lanamento para dentro da rea. (Andrade Junior, 2009). O
sistema 3 X 1 se caracteriza pela existncia de um jogador fixo na
defesa, dois alas que fazem o vaivm de defesa e ataque e