Vaidosa sem frescura

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radical livre14

Primeira mulher a vencer etapa do Circuito Brasileiro entre homens é vaidosa, mas enfia o pé na lama

motocross

Mariana acelera: velocidade chega a 100 Km/h, mesmo em pistas irregulares e com poucas retas

Sorriso de Mariana chama atenção entre os marmanjos

Mariana Bal-bi passa por uma ado-lescente em

Belo Horizonte. Morena, vaidosa, com cabelo liso e jeito tímido, também é bem mineira quando abre a boca e fala com um sotaque ar-rastado e calmo. Mas é só a garota de 23 anos subir em uma moto que ela se trans-forma. A relação com Pe-nélope Charmosa, famosa pela preocupação com a beleza em uma corrida ma-luca, para por aí.

O arrojo sobre uma moto 450 cilindradas em meio ao solo irregular das pistas de motocross faz de Ma-riana a maior preocupação dos marmanjos que dispu-tam a categoria MX3. Afi-nal, ela é a primeira mulher a vencer uma etapa do Bra-

(1 )

bate-pronto

kAlém de única bra-sileira a vencer uma

etapa do Circuito Brasi-leiro, Mariana Balbi vem quebrando barreiras des-de que resolveu seguir carreira como piloto. Tam-bém competindo entre os homens, ela fez história como a primeira mulher a pontuar em uma prova do Latino-Americano de Motocross, pela categoria MX1. Ainda em solo bra-sileiro, Mariana ostenta o título de tetracampeã mi-neira, estado tradicional no motocross nacional.

Ela também rouba a cena no exterior

jornal pl acar | quinta-feira, 14 de abril de 2008

sileiro e lidera o ranking da categoria. Para desespero dos oponentes no machista mundo das duas rodas.

“Agora o pessoal está dando um gás maior só porque tem uma mulher no meio deles”, diverte-se

Fora do país, a carreira de Mariana começou em 2006. Ao chegar aos Esta-dos Unidos, venceu sua primeira disputa contra meninos da categoria jú-nior. Depois, se firmou na disputa do Circuito Ame-ricano da Associação Ame-ricana (WMA), principal competição feminina da modalidade no mundo. Mariana demonstrou sua força logo no ano de es-treia, quando chegou a su-bir ao pódio e terminou na quinta colocação, posição que mantém atualmente. (1

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uma (moto) cinquentinha dos meninos da nossa ida-de. Eu queria andar. Aí meu pai viu, ficou todo orgulho-so e deu o maior apoio”.

O incentivo do pai, Jorge Balbi, que sempre carregou a família nas pistas pelo país afora, foi fundamental para ela se destacar no mo-tocross. Além de deixar brasileiros comendo poei-ra, Mariana é a quinta colo-cada no circuito feminino americano, principal com-petição da modalidade no mundo. A mineira precisa conciliar as competições.

Domingo ela disputa a terceira etapa do Brasilei-ro, em Canoas-RS. No mes-mo dia embarca para os Es-tados Unidos, pois semana que vem tem a abertura do Nacional Americano.Fernando Poffo

JP - Como é viver na lama?É uma vida bastante di-

vertida, viu. Às vezes eu seu me sinto um pouco ci-gana, já que a cada dia eu estou em um lugar, conhe-ço vários lugares diferen-tes, eu gosto muito.

JP - E como isso começou?Na verdade foi uma coi-

sa natural porque meu pai é ex-piloto e hoje me ajuda muito. O meu irmão é o brasileiro mais bem-suce-dido no motocross inter-nacional, é o atual cam-peão brasileiro de super-cross. Então, eu peguei gosto e comecei a andar quando era bem pequena.

JP - Seu pai apoiou. Mas, e os outros homens?

Sofri preconceito. No começo, tinha muito pai que ficava bravo porque eu ganhava do filho dele! Mas não vejo problema em cor-rer contra os meninos.

JP - Mas agora que você cresceu, eles já te olham com outros olhos?

Ah, sou a única mulher e chamo atenção, me desta-co. Mas levo numa boa.

JP - E tem espaço pra vai-dade em sua vida?

Sou vaidosa, claro. Mas, na pista, deixo isso de lado. Lá dentro não tem frescura.

metros é a distância atingida nos saltos: “O

negócio é voar baixo e não perder velocidade.

Só pra comemorar, na chegada, a gente salta

para o alto, aí chega a uns 10, 12 metros”30

Penélope sem frescura

Quando eu era peQuena os pais dos meninos mandavam eu brincar de boneca

Mariana, acostumada a provar aos homens que pode vencer na lama.

Até para debutar sobre uma moto precisou ser cúmplice de um furto.

“Quando eu tinha 5 anos, combinei com minha pri-ma (Tereza) e ela roubou

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