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Mestrado: Comunicação Educacional Multimédia Unidade Curricular: Metodologias de Investigação Educacional
Professor: Luís Tinoca Grupo: Metódicos
Análise da dissertação relativamente ao uso do questionário como técnica de recolha de dados
“O papel da internet no processo de construção do
conhecimento : uma perspectiva crítica sobre a relação
dos alunos do 3º ciclo com a internet.”
Cidália de Lurdes Pereira Neto
Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/6191
Mestrado: Comunicação Educacional Multimédia Unidade Curricular: Metodologias de Investigação Educacional
Professor: Luís Tinoca Grupo: Metódicos
A - A autora apresenta claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
Objectivos gerais do estudo (pág. 12):
Verificar as condições de acesso à Internet (professores e alunos)
Caracterizar a relação de professores e alunos com a Internet, numa perspectiva comparativa
Analisar as representações dos dois grupos, no que respeita à Internet e ao seu papel na sociedade, em geral, e na educação formal, em
particular
Averiguar a forma como os alunos realizam uma pesquisa na Internet.
Destinatários:
Professores e alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico
No grupo de professores, pretendeu-se ainda:
Caracterizar a relação dos alunos com a Internet, sob o ponto de vista dos professores, em termos técnicos e cognitivos.
Verificar se os professores ajudam os alunos nas suas pesquisas realizadas na Internet.
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Objectivos específicos:
Verificar a facilidade de acesso (ou não) à Internet.
Verificar a frequência de acesso à rede.
Apurar as razões de uma fraca navegação na Internet (se for o caso).
Identificar os interesses que motivam o acesso à rede.
Caracterizar a relação dos dois grupos com a Internet, em termos técnicos.
Identificar as representações que os actores educativos têm acerca dos conteúdos presentes na Rede e sua organização.
Verificar o grau de importância atribuída à Internet.
Aquilatar o grau de confiança relativamente aos conteúdos que circulam na Internet.
Comparar as perspectivas e práticas dos dois grupos
B - Na dissertação apresentada há indicação dos passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
Nos objectivos existe informação sobre o que se pretende recolher com o estudo.
É definida a amostra e é efectuada a respectiva fundamentação.
É feita referência à validação do questionário (contribuição de outros e correcção).
Faz-se referência ao tipo de questões seleccionadas (perguntas fechadas e por questões de escolha múltipla
C - A amostra é claramente identificada? É indicado o método usado na definição da amostra?
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A diferença entre a abordagem quantitativa e a qualitativa de uma investigação está subjacente às lógicas em que se inscrevem as técnicas de
amostragem numa e noutra metodologia. Patton (1990) citado por Ferreira (1998, p 191) A investigação quantitativa usa amostras de maiores
dimensões seleccionadas aleatoriamente enquanto que a qualitativa se centra em amostras mais pequenas ou mesmo em casos únicos.
A amostra é uma parte ou subconjunto da população ou universo que é o conjunto de elementos abrangidos por uma mesma definição ou
característica.
A amostragem é a técnica de selecção de uma parte de uma dada população, a amostra, de tal forma que os seus elementos são representativos
dessa mesma população ou universo. As amostras podem ser probabilísticas se são seleccionadas de modo a que cada um dos elementos da
população tenha uma probabilidade real de ser incluído na amostra ou não probabilística, o que é o caso desta dissertação de mestrado, em que a
selecção é feita com base em um ou mais critérios julgados importantes pelo investigador tendo em conta os objectivos do trabalho que está a
realizar.
Em resumo, para determinar uma amostra é necessário primeiramente definir a população e determinar a dimensão ou grandeza da amostra que
iremos utilizar. Quanto às amostragens probabilísticas, elas podem seleccionar amostras considerando cinco técnicas básicas: A amostragem
aleatória simples, a amostragem estratificada, a amostragem de “cachos”, por etapas múltiplas ou sistemática.
Relativamente à dimensão da amostra é mais ou menos aceite que ela integre 10% da população considerada ou 20% se a população for pequena.
Ferreira (1998, p196) declara que para um estudo correlacional são necessários pelo menos 30 sujeitos para estabelecer se existe ou não uma
relação entre duas variáveis.
As amostras não probabilísticas usam seis técnicas de amostragem mais comuns: a amostragem de conveniência,
que é a utilizada na dissertação de mestrado que estamos a analisar, onde se utiliza um grupo de indivíduos que
esteja disponível ou um grupo de voluntários, a amostragem de casos muito semelhantes ou muito diferentes,
mas é usada para amostras pequenas e por isso sem possibilidades de generalização, a amostragem de casos
extremos, onde o fenómeno em estudo se manifesta em alto grau, a amostragem de casos típicos, onde o
investigador selecciona os casos que são comuns, a amostragem em bola de neve, o que implica que a partir de
elementos da população já conhecidos se identifiquem outros elementos da mesma população, a amostragem por
quotas, aqui procura-se constituir uma amostra que seja um modelo reduzido da população em que os sujeitos
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são escolhidos por entrevista. A amostragem não probabilística cria um problema de validade externa que obriga a uma explicação
pormenorizada e rigorosa de como foram seleccionados os elementos da população em estudo. Não se pode saber se os elementos seleccionados
fossem outros se os resultados alcançados seriam os mesmos. Desta situação enferma esta dissertação de mestrado que não explica bem o método
usado na definição da amostra.
Em resumo, a autora define uma amostra não probabilística de conveniência, pois faz a selecção com base em critérios próprios (selecção das
escolas, dos alunos e professores) relacionados com a investigação.
Não é possível avaliar se a dimensão da amostra é correcta porque não se sabe a dimensão da população e não se consegue saber, se os elementos
seleccionados fossem outros, se os resultados alcançados seriam os mesmos.
D - O questionário usado foi objecto de validação prévia?
A autora indica os passos que estiveram subjacentes à construção dos questionários e do processo de validação prévia dos questionários.
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Faz uma 1ª versão que foi submetida à apreciação de 20 alunos e 10 professores.
As dúvidas, as dificuldades e as sugestões dos participantes permitiram a correcção e a reformulação de algumas questões/conteúdo
menos obvias.
Reformula a redacção das questões 11 e 12, acrescentando tópicos às opções da pergunta 12.
E - No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do
questionário?
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A autora faz uma apresentação estatística dos dados, dando uma breve interpretação dos mesmos, de acordo com os objectivos de
investigação, previamente definidos.
Utiliza o programa Excel, sendo os resultados apresentados sempre que se revelasse útil, na sua perspectiva percentual.
Bibliografia:
• Carmo, H. & Ferreira, M., 1998, Metodologia da investigação – Guia para Auto-aprendizagem, Universidade Aberta, 189-20.
• Hill, M. & A.,2005, Investigação por Questionário, 2ª ed., Edições Sílabo,Lda., 41-65
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