Pensar, sonhar e sentir em português

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Pensar, sonhar e sentir em Português

14 de Junho de 2010

Instituto Politécnico de Setúbal

Escola Superior de Setúbal

Pensar, sonhar e sentir em Português

Aquelle psalmo evoca admiravelmente os lyrios

que na próxima Primavera hão-de nascer no

meu jardim predilecto.

Ortografia correcta no século XIX.

Aquele salmo evoca admiravelmente os lírios

que na próxima Primavera hão-de nascer no

meu jardim predilecto.

Ortografia correcta depois da Primeira Reforma

Ortográfica, em 1911.

Aquele salmo evoca admiravelmente os lírios

que na próxima Primavera hão-de nascer no

meu jardim predilecto.

Ortografia correcta a partir de 1973.

Aquele salmo evoca admiravelmente os lírios

que na próxima primavera hão de nascer no

meu jardim predilecto.

Ortografia correcta segundo o Novo Acordo

Ortográfico.

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A Língua é uma marca de afectividade, pois sonhamos, pensamos, sentimos

em Português. A nossa língua materna faz parte da nossa identidade. Não é por acaso

que se denomina por língua materna, aquela que se adquire espontaneamente

durante a infância de forma natural, em contacto com a mãe e com os outros no seu

processo de interacção. Deste modo, não é de estranhar que nos casos em que a

língua materna não é a língua de socialização de um indivíduo, mantenha-se sempre

no quotidiano do indivíduo através do seu pensamento linguístico, na realização de

actividades culturais (leitura de livros editados segundo a sua língua materna), entre

outros exemplos. A Língua depois de adquirida passa a ser parte do nosso ser como

indivíduo, logo não é de estranhar que as pessoas tenham um “carinho” especial pela

Língua com a qual aprenderam a denominar as coisas em seu redor durante a

infância. Mas a Língua não se finda no indivíduo, a Língua também faz parte da

identidade colectiva de um povo. A própria noção de pátria está relacionada com os

símbolos de um país e o idioma é um deles.

A Língua Portuguesa é actualmente a oitava língua mais falada do mundo, mas

será a maioria dos falantes se concentra no território Português?

Gráfico 1 – Número de falantes que têm a Língua Portuguesa como língua materna,

segundo os dados do Observatório da Língua Portuguesa, em 2007.

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Segundo os dados do Observatório da Língua Portuguesa, há no total 204 654

678 falantes que têm como língua materna o Português.

Apesar de a Língua Portuguesa encontrar-se presente nestes países, surgem

diferenças significativas na ortografia dos mesmos. É com o objectivo de colmatar

algumas dessas diferenças, que surge o Novo Acordo Ortográfico, pois se uma Língua

quer internacionalizar-se a escrita também de acompanhar essa mudança, pois a

escrita, a par da oralidade, é uma marca essencial da Língua.

Por Acordo Ortográfico entende-se “(…) a elaboração de um conjunto de

regras comuns a vários países que partilhem a mesma língua oficial, de forma a haver

um modelo único de ortografia, que crie um padrão de uso da língua, quer falada quer

escrita, que facilite a sua compreensão entre todos.” (acordo ortográfico, Infopédia,

2010).

Desde que 1990 que se tinham realizado várias tentativas para ratificar o Novo

Acordo Ortográfico. Em 2004, por falta de consenso e de coesão por parte dos países

lusófonos, surgiu a necessidade de estabelecer pelo Segundo Protocolo Modificativo,

que seria apenas necessário a ratificação de três países para a entrada em vigor do

Acordo de 1990.

Em 2008, com a aprovação do Segundo Protocolo Modificativo pelo Conselho

de Ministros português, e com seguinte ratificação do Presidente da República,

permitiu-se a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico de 1990.

A maior alteração ocorre nas palavras da variante luso-africana (1,6% dos

vocábulos) em comparação com a alteração sentida na variante brasileira (0,5% dos

vocábulos). Salienta-se ainda o facto de as diferenças orais e gramaticais

permanecerem iguais nos dois lados do Atlântico, pois o que será alterado será

apenas a dimensão ortográfica.

O Novo Acordo Ortográfico tem suscitado nas pessoas duas maneiras de encará-lo:

1. Que Portugal está a ceder às exigências do Brasil e não o contrário;

2. Que estamos a abrir caminhos no admirável mundo da lusofonia.

Tendencialmente, as alterações nunca são bem acolhidas pelas pessoas, pois

exigem ao indivíduo uma nova assimilação e acomodação de conhecimentos, o que,

por vezes, não é fácil, pois as pessoas estão tão habituadas a certos procedimentos,

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que estão já mecanizados, o que transforma a mudança em algo horrendo e anti-

natura. Deste modo, é normal que perante as mudanças ortográficas as pessoas

desenvolvam argumentos contra e a favor da sua implementação

Todavia, é necessário ter em conta que o Acordo Ortográfico da Língua

Portuguesa implementado em 2010 irá promover uma maior aproximação linguística

dos países que têm como Língua Oficial o Português. Para além disso, este Acordo irá

facilitar a aprendizagem das crianças, visto que o critério que prevalece é o fonético.

Não nos podemos esquecer que a Língua Portuguesa foi sofrendo alterações

ao longo dos tempos, a nível ortográfico. Actualmente, parecemos impensável

escrever “psalmo” em vez de “salmo”, pois para nós o “p” antes de “salmo” não tem

qualquer tipo de função, uma vez que o mesmo não se lê.

Ilustração 1 – Países que têm a Língua Portuguesa como Língua Oficial (Brasil, São Tomé e

Príncipe, Cabo Verde, Timor-Leste, Moçambique, Portugal, Guiné-Bissau e Angola).

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Referências bibliográficas

Revista Visão, n.º 789 – 17 de Abril de 2008.

Acordo ortográfico. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010.

[Consult. 2010-06-14]. Disponível na www: <URL:

http://www.infopedia.pt/$acordo-ortografico>.

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