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RBE – Práticas e modelos de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar – DREN T4 2010
Formanda: Joaquina Tomé Página 1
Escolas | João de Araújo Correia
O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Parte I)
Plano de Avaliação da Biblioteca Escolar
2010/2011
RBE – Práticas e modelos de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar – DREN T4 2010
Formanda: Joaquina Tomé Página 2
O presente documento constitui um guia para a implementação da auto-avaliação da Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas João de
Araújo Correia – Peso da Régua. Encontra-se dividido em duas partes fundamentais e, em cada uma delas, as etapas em que o processo de
auto-avaliação se vai desenrolar:
1ª Parte – Pressupostos
Motivação e compromisso institucional dos órgãos de gestão pedagógica e executiva da Escola/Agrupamento
Constituição do grupo responsável pela condução de todo o processo
2ª Parte – Elaboração do Plano de Avaliação
Problema/Diagnóstico
Identificação do objecto da avaliação
Tipo de avaliação de medida a empreender
Métodos e instrumentos a utilizar
Intervenientes
Calendarização
Planificação da recolha e tratamento de dados
Análise e comunicação da informação
Conclusão
Bibliografia
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Formanda: Joaquina Tomé Página 3
There are many tools and methods to use to evaluate school library media centers. It’s important to identify the issue you want to address,
identify the data you need to collect, match the correct evaluative method to gather that data, analyze it, and report it to the appropriate
people. By following these steps, you’ll realize many benefits and potential improvements to your program. (Everhart, 2003)
1ª Parte – Pressupostos
Motivação e compromisso institucional dos órgãos de gestão pedagógica e executiva da Escola/Agrupamento
«O modelo de auto-avaliação das bibliotecas escolares deve estar perfeitamente contextualizado e ancorado na escola e no diálogo que
a biblioteca tem de estabelecer com ela e com a comunidade.» (Texto da sessão)
A implementação da auto-avaliação da Biblioteca Escolar implica o envolvimento/compromisso dos órgãos de gestão pedagógica e
executiva do Agrupamento com o processo de avaliação:
Comissão Administrativa Provisória (CAP)
Conselho Pedagógico
Departamentos Curriculares
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Formanda: Joaquina Tomé Página 4
Antes de se iniciar o processo, o modelo de auto-avaliação da BE vai ser apresentado ao Conselho Pedagógico, de forma a promover a
sua integração na escola e a co-responsabilização de todos os intervenientes. Esta intervenção será previamente agendada com o Presidente
do Conselho Pedagógico, sendo de grande importância que os diferentes actores envolvidos no processo sejam informados dos seguintes
aspectos:
- O sentido da auto-avaliação. Objectivos implicados
- As etapas do processo
- O envolvimento dos diferentes tipos de utilizadores
- O impacto que se espera que venha a ter na biblioteca
- Os impactos que se perspectivam para o trabalho dos professores e para as aprendizagens dos alunos
- Como será feita a comunicação e a integração dos resultados no relatório de avaliação da escola
Estes órgãos de gestão poderão e deverão, dentro das suas atribuições, contribuir para o processo, facilitando documentação
necessária, disponibilizando dados, autorizando a participação da BE em reuniões alargadas ou restritas de docentes para recolha de
informação, incentivando e colaborando com os docentes na recolha de evidências dos alunos, mas também aceitando os resultados da
avaliação e promovendo a aplicação do subsequente plano de acção para a melhoria.
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Formanda: Joaquina Tomé Página 5
Constituição do grupo responsável pela condução de todo o processo
A fim de concretizar todo o processo é necessária a constituição de um grupo/equipa de trabalho responsável “pela condução do
processo de auto-avaliação da Biblioteca Escolar” (Texto da sessão).
Esta tarefa deve envolver elementos representativos dos diversos actores educativos - alunos, pessoal docente, pessoal não docente e
pais/encarregados de educação, pois o desempenho da Biblioteca Escolar “não depende da acção isolada da própria BE, estando envolvidos
outros actores, como os órgãos de administração e gestão e os docentes em geral, pelo que a avaliação da BE acaba, de facto, por envolver e
implicar toda a Escola” (Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, RBE).
No nosso caso, a responsável pela condução de todo o processo é a Professora Bibliotecária (Coordenadora), coadjuvada pela Equipa, e
com o apoio da respectiva Direcção. Serão ainda envolvidas nessa tarefa as Coordenadoras de Departamento e dos Centros Escolares.
Os elementos da equipa/grupo de trabalho devem ter funções específicas no âmbito da implementação do processo de auto-avaliação
da Biblioteca Escolar.
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Formanda: Joaquina Tomé Página 6
2ª Parte – Elaboração do Plano de Avaliação
Problema/diagnóstico
O Modelo de Auto-Avaliação apresenta quatro domínios, “escolhidos e caracterizados a partir da análise da realidade da escola
portuguesa e de outros modelos existentes”, (Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, RBE) que representam as áreas fundamentais
para que a Biblioteca Escolar cumpra a sua missão e objectivos.
Depois de ponderada a situação do Agrupamento e, com o acordo da Direcção, propomos a avaliação do domínio B - Leitura e Literacia,
pelas seguintes razões:
Ao longo dos últimos anos, a Direcção e a única BE existente na altura (a da EB2,3) fizeram um investimento considerável na promoção
da leitura e da literacia, que passou pelos seguintes aspectos:
- a divulgação e promoção do PNL, reconhecendo o valor desse plano e incentivando os docentes e os encarregados de educação a
seguirem as suas orientações;
- o reforço do fundo documental graças aos apoios financeiros do PNL, que possibilitou o desenvolvimento do Projecto “Caixinhas das
Surpresas (conjuntos de 12 exemplares de algumas obras circulavam pelas 13 escolas então existentes, seguindo um roteiro previamente
elaborado);
- a dinamização da Semana da Leitura;
- a oferta de um livro a todos os alunos, como prenda de Natal, em parceria com a Autarquia, que envolvia os pais na
leitura/exploração da obra e a partir do qual, depois, se realizava um concurso de leitura.
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- a existência, no Agrupamento, de formação no âmbito do PNEP que contribuiu para dotar os docentes que a frequentaram, de algumas
ferramentas e estratégias pedagógicas de ensino e promoção da leitura;
- a adesão dos docentes e encarregados de educação a todas as actividades propostas e promovidas neste domínio;
- o envolvimento dos alunos, patente na avaliação das actividades desenvolvidas.
A estes factores, acresce o facto de, há dois anos, o Agrupamento estar envolvido no Projecto aLER+, com o qual se pretende “que as escolas e
bibliotecas escolares em estreita parceria com as bibliotecas públicas e toda a comunidade possam criar uma cultura integrada de leitura.”
É percepção geral na nossa comunidade escolar que este é um domínio “forte” no trabalho da biblioteca. A selecção do domínio B prende-se
com o facto de pretendermos analisar e determinar, de forma mais precisa, o seu impacto na escola e nas aprendizagens dos alunos.
Podemos questionar:
O trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura está a ser eficaz?
O nível de compreensão leitora dos alunos melhorou?
Que impacto é que esse trabalho está a ter nas atitudes e competências dos alunos?
Com a criação das duas bibliotecas dos centros escolares, houve um incremento dos hábitos de leitura dos alunos? Os alunos gostam mais de
ler?
Quais são os pontos fortes?
E os pontos fracos?
A avaliação que vai ser implementada permitir-nos-á reflectir sobre o trabalho, no âmbito da Leitura e da Literacia, visando a implementação
de medidas que procurem melhorar a qualidade do trabalho realizado e colmatar as falhas detectadas.
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Identificação do objecto da avaliação
Ao longo deste ano, pretendemos avaliar se:
a colecção que a BE disponibiliza é variada e adequada aos gostos, interesses e necessidades dos utilizadores.
a BE desenvolve um trabalho sistemático de promoção da leitura.
o trabalho desenvolvido na promoção da leitura está a envolver todas as turmas do 1º Ciclo e Educação Pré-Escolar.
as actividades de leitura em voz alta, de leitura partilhada ou animações promovidas pela BE estão a cativar as crianças, induzindo-as à
leitura.
a BE incentiva o empréstimo domiciliário.
os projectos “Caixinha das Surpresas”; “Leitura em Vai e Vem” e o Concurso “Saber… aLer” contribuem para incentivar o gosto pela
leitura.
a BE desenvolve estratégias de partilha e envolvimento dos pais/encarregados de educação nos objectivos, estratégias e actividades
relacionadas com a leitura.
os encontros com escritores ou outros eventos culturais estão a aproximar os alunos dos livros ou de outros materiais/ambientes e a
incentivar o gosto pela leitura.
a BE desenvolve um trabalho articulado com departamentos, com docentes, no âmbito da promoção da leitura.
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a BE incentiva a leitura em ambientes digitais.
a BE promove a articulação da leitura com os diferentes domínios curriculares, com departamentos e docentes.
os alunos usam o livro e a BE para lerem de forma recreativa, para se informarem ou para realizarem trabalhos escolares.
os alunos manifestam progressos nas competências de leitura.
os alunos estão a desenvolver trabalhos (recorrendo a equipamentos e ambientes informacionais variados) em que manifestam
progressos nas suas competências no âmbito da leitura e das literacias.
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Tipo de avaliação de medida a empreender Métodos e instrumentos a utilizar Intervenientes Calendarização
Tipo de avaliação de medida a empreender
Métodos e instrumentos a utilizar
Intervenientes Calendarização
A auto-avaliação deverá estar
baseada em evidências que
incidem sobre:
- os processos – qual é o trabalho
realizado e como;
- os resultados e impactos –
como é que os serviços estão a
corresponder às necessidades
dos utilizadores; como é que a
acção da BE exerce influência
sobre as actividades de docentes
e alunos; como é que a BE ajuda a
Métodos quantitativos e qualitativos
Análise documental:
Registos de planeamento
Registos da calendarização da ida
das turmas à BE
Registos de actividades e projectos
desenvolvidos
Registos da avaliação trimestral do
Projecto “Caixinhas das Surpresas”
Registos de actas
Registos de opinião
Equipa da BE
Alunos
Professores
Encarregados de Educação
Ao longo do ano
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atingir determinados objectivos
do projecto educativo da escola;
como é que o trabalho da BE
concorre para os objectivos
curriculares …
Relatórios de avaliação
Registos de imagem
Auto-avaliação e inquérito aos
utilizadores:
Questionário aos professores (QD2)
Questionário aos alunos (QA2)
Questionário aos pais /
encarregados de educação (QEE1)
Levantamento de dados estatísticos de:
requisição / uso de recursos de
informação relacionados com a
leitura em sala de aula;
requisição domiciliária;
utilização informal da BE;
utilização da BE para actividades de
leitura programada/articulada com
outros docentes.
20% dos docentes a que
leccionem diferentes níveis
/ anos de escolaridade
10% dos alunos de cada
ano de escolaridade (a
partir do 3º ano)
10% dos pais/encarregados
de educação de alunos de
diferentes níveis/anos de
escolaridade
Início do 3º período
Ao longo do ano (com tratamento
mensal dos dados)
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Observação de actividades
Grelha de observação de
competências (GO3 e GO4)
(dada a sua complexidade, a
operacionalização tem de ser muito
bem analisada)
«… a observação constitui um poderoso
método de recolha de evidências que os
outros instrumentos não permitem
obter, por exemplo, ao nível da
proficiência, comportamentos e
atitudes na execução de uma
determinada tarefa.» (Texto da sessão)
Outros instrumentos:
Informal feedback
«Sendo comum, … o contacto regular
e informal entre docentes ou com os
pais, pode acontecer que, querendo
Ao longo do ano
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avaliar determinado item, o
coordenador da biblioteca considere
como fonte importante a recolha de
informação obtida através do diálogo e
discussão informal desse item com
alguns docentes ou com determinado
número de pais.» (Texto da sessão)
Planificação da recolha e tratamento de dados
A recolha de dados realizar-se-á, de acordo com a calendarização apresentada.
Os questionários aos alunos serão aplicados, de acordo com o docente titular de turma, apontando-se, preferencialmente, as aulas de Estudo
Acompanhado.
Os questionários aos professores serão enviados por via electrónica, por ser um meio fácil e usado habitualmente para comunicar no
Agrupamento.
Os relatórios de avaliação de actividades ligadas ao PNL (“Caixinha das Surpresas”, “Leitura em vai e vem” e “Saber…aLer”) são enviados para a
Coordenadora de Departamento e para a professora bibliotecária, no final de cada período.
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Formanda: Joaquina Tomé Página 14
A equipa da Biblioteca fará o tratamento estatístico dos dados (cálculo de percentagens, construção de tabelas Excel) e de posterior construção
de gráficos.
Análise e comunicação da informação
Após o tratamento de dados, a Professora Bibliotecária (Coordenadora) coadjuvada pela Equipa, realiza as seguintes etapas:
interpreta os dados recolhidos;
«desenvolve uma análise sobre a performance da biblioteca no domínio escolhido, em relação com os standards estabelecidos.» (Texto
da Sessão);
decide em qual dos níveis de desempenho (de 1 a 4) se situa a biblioteca nesse domínio;
identifica os pontos fortes e os pontos fracos;
define as acções de melhoria a desenvolver, registando-as no Quadro-Síntese (Secção A do relatório);
regista os resultados da auto-avaliação realizada no Relatório Anual da Biblioteca Escolar, de forma a serem utilizados no processo de
avaliação interna do Agrupamento e servirem de fonte de informação para a avaliação externa levada a cabo pela Inspecção Geral de
Educação (secção C do relatório);
A comunicação dos resultados, através do relatório de auto-avaliação, é dirigida aos órgãos de gestão pedagógica e executiva do Agrupamento
e ao Gabinete da RBE, mas também aos departamentos curriculares e aos docentes, nas reuniões de final do ano lectivo.
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Formanda: Joaquina Tomé Página 15
“Os resultados da auto-avaliação têm ainda de ser comunicados e integrados nos restantes processos de avaliação da escola, de modo a
garantir a sua validação interna e externa.” (Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, RBE). Esta divulgação interna é muito importante,
pois permite obter o comprometimento e apoio de todos na melhoria dos pontos fracos identificados.
A comunicação da informação, a nível externo, por sua vez, vai permitir criar condições para o benchmarking e, simultaneamente, orientar o
Coordenador na possível entrevista a realizar pela IGE, no âmbito da avaliação externa
Esta etapa deve ocorrer no final do 3º período, entre Junho e Julho.
Conclusão
Embora durante este ano, a auto-avaliação vá incidir sobretudo no domínio B – Leitura e Literacia, procurando aferir, de forma sistemática e
objectiva, os resultados efectivos do trabalho desenvolvido, a acção da BE efectiva-se nos quatro domínios, pelo que o relatório final incluirá
também os outros domínios (secção B). Aí será apresentada uma informação simplificada acerca do desempenho da BE.
“A avaliação deve ser encarada como uma componente natural da actividade de gestão da biblioteca, usando os seus resultados para a
melhoria contínua, de acordo com um processo cíclico de planeamento, execução e avaliação”. (Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca
Escolar, RBE). Este é um princípio fundamental deste modelo, que, dada a nossa inexperiência nestas funções e a complexidade dos aspectos
envolvidos, não será fácil de executar. No entanto contamos com o apoio dos restantes elementos da Equipa, nomeadamente as colegas
professoras bibliotecárias que certamente nos ajudarão a ultrapassar os, mais que certos, constrangimentos e orientarão e esclarecerão as
muitas dúvidas que surgirão ao longo do percurso.
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Formanda: Joaquina Tomé Página 16
Bibliografia:
- Texto da sessão, disponibilizado na plataforma.
- Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares – Outubro de 2010. Disponível em:
http://www.rbe.min-edu.pt
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