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POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ DIRETORIA DE ENSINO ACADEMIA POLICIAL MILITAR DO GUATUPÊ ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS Asp. Of. BM EDUARDO NIEDERHEITMANN HUNZICKER ESTABILIZAÇÃO VEICULAR SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 2010

Estabilizaçao Veicular

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Page 1: Estabilizaçao Veicular

POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ

DIRETORIA DE ENSINO

ACADEMIA POLICIAL MILITAR DO GUATUPÊ

ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

Asp. Of. BM EDUARDO NIEDERHEITMANN HUNZICKER

ESTABILIZAÇÃO VEICULAR

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

2010

Page 2: Estabilizaçao Veicular

Asp. Of. BM EDUARDO NIEDERHEITMANN HUNZICKER

ESTABILIZAÇÃO VEICULAR

Monografia apresentada como requisito à conclusão do Curso de Formação de Oficiais Bombeiros-Militares realizado junto à Academia Policial Militar do Guatupê. Orientador de conteúdo: 1° Ten. Depetris. Orientador Metodológico: Cap. Blasius.

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

2010

Page 3: Estabilizaçao Veicular

TERMO DE APROVAÇÃO

Asp. Of. BM EDUARDO NIEDERHEITMANN HUNZICKER

ESTABILIZAÇÃO VEICULAR

Monografia aprovada como requisito parcial à conclusão do Curso de Formação de

Oficiais realizado junto à Academia Policial Militar do Guatupê, pela seguinte banca

examinadora:

Orientador de conteúdo: 1° Ten. Depetris Corpo de Bombeiros do Paraná Orientador metodológico: Cap. Blasius Academia Policial Militar do Guatupê Avaliador: Cap. Sanches Corpo de Bombeiros do Paraná

São José dos Pinhais

2010.

Page 4: Estabilizaçao Veicular

A Martha Niederheitmann, minha Avó.

Uma mulher de fibra

Waltraudt Niederheitmann, minha mãe.

Que é um exemplo de vida.

Giselli Nascimento, minha namorada.

Batalhadora e companheira.

Obrigado, por fazerem parte da minha vida!

Page 5: Estabilizaçao Veicular

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus que me deu força e sabedoria para que eu

pudesse alcançar meus objetivos. Ao meu orientador metodológico Cap. Blasius que

sempre se dispôs a atender e mostrar o melhor caminho, ao meu orientador de

conteúdo Ten. Depetris que me instruiu com dicas importantes para e execução

desta monografia. A todos os instrutores que de alguma forma contribuíram para

reflexão e realização deste trabalho. Agradeço também minha família que me apóia

incondicionalmente mesmo em momentos que estive distante devido à finalização

deste projeto. Em especial minha namorada que com muita paciência entendeu

meus momentos de ausência. Ao Comandante do Primeiro Grupamento de

Bombeiros do Paraná que muito solicito abriu as portas da instituição para

pesquisas de campo a fim de se obter dados palpáveis a respeito do salvamento

veicular.

Page 6: Estabilizaçao Veicular

O Dia que não Terminou

Me sinto tão estranho aqui que mal posso me mexer, irmão

no meio dessa confusão não consigo encontrar ninguém

Onde foi que você se meteu, então?

tô tentando te encontrar tô tentando me entender

as coisas são assim

Meus olhos grandes de medo revelam a solução,

meu coração tem segredos que movem a solidão.

Me sinto tão estranho aqui

diferente de você, irmão a sua forma e distorção

não pareço com ninguém, sei lá

Pois eu sei que nós temos o mesmo destino tô tentando me encontrar tô tentando me entender

Por que tá tudo assim? .

Tico Santa Cruz – Poema Música que relata o desespero de uma vítima ao

sofrer um acidente de trânsito.

Page 7: Estabilizaçao Veicular

RESUMO

Compete ao Corpo de Bombeiros realizar serviços de prevenção e de extinção de incêndios, simultaneamente com o de proteção e salvamento de vidas e material nos locais de sinistro, bem como o de busca e salvamento, prestando socorros em caso de afogamento, inundações, desabamentos, acidentes em geral, catástrofes e calamidades públicas, dentre todas estas atividades este trabalho visa mostrar e abordar um conjunto dos melhores procedimentos nos processos de estabilização veicular afim de não somente assegurar a vida das vitimas de um acidente automobilístico como também a dos resgatistas. O foco principal é analisar os equipamentos disponíveis para os procedimentos de estabilização, conhecer as habilidades, equipamentos e treinamentos da guarnição para uma melhor operacionalização no momento da prestação do socorro. A primeira fase da análise a partir de dados dos questionários levantou a disponibilidade de equipamentos de estabilização veicular no ABTR do Quartel Central do Corpo de Bombeiros, verificou também o conhecimento por parte da guarnição do uso dos equipamentos de estabilização e procedimentos adotados para uma correta estabilização veicular. Todos os dados coletados através das pesquisas desenvolvidas trouxeram informações significativas sobre os materiais de estabilização e possíveis ações para transformar os processos padrões e ter maior excelência na atuação.

Palavras-chave: Estabilização Veicular, Salvamento, Salvamento Veicular,

Automóveis.

Page 8: Estabilizaçao Veicular

ABSTRACT

It is up for the Fire Fighter Department perform services for preventing and extinguishing fires, together with the protection and rescue of lives and material of losses, as well as search and rescue, providing emergency assistance in case of drowning, floods, landslides, accidents in general, disasters and calamities, among all these activities and display this work aims to address a set of best practices in the stabilization processes in order to convey not only ensure the life of the victims came from a car accident but also the lives of the redeemed. The main focus is to analyze the available equipment for the procedures of stabilization, learn the skills, equipment and training of the garrison to be a better operation at the time of providing relief. The first phase of analysis based on data from the questionnaires raised the availability of equipment to stabilize vehicular ABTR in the Central Headquarters of the Fire Department, also found the knowledge by the use of the equipment lining the stabilization and procedures adopted for proper stabilization convey. All data collected through surveys conducted have brought significant information on the materials stabilization and possible actions to transform the processes and patterns have greater excellence in performance.

Key-words: Stabilization Vehicular, Rescue Vehicle, Rescue, Vehicle.

Page 9: Estabilizaçao Veicular

LISTAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 1 - ACIDENTES DE TRÂNSITO NO PARANÁ ............ ......... 17

GRÁFICO 2 - ACIDENTES DE TRÂNSITO NO QUARTEL CENTRAL... 18

GRÁFICO 3 - REFERENTE À PERGUNTA 01 DO QUESTIONÁRIO .... 67

GRÁFICO 4 - REFERENTE À PERGUNTA 04 DO QUESTIONÁRIO .... 68

GRÁFICO 5 - REFERENTE À PERGUNTA 05 DO QUESTIONÁRIO .... 69

GRÁFICO 6 - REFERENTE À PERGUNTA 06 DO QUESTIONÁRIO .... 70

GRÁFICO 7 - REFERENTE À PERGUNTA 07 DO QUESTIONÁRIO .... 71

FIGURA 1 - QUADRO MÉTODO SAVER ............................................ 20

FIGURA 2 - ESTABILIZAÇÃO DO LOCAL .......................................... 22

FIGURA 3 - SINALIZAÇÃO DO LOCAL DA OCORRÊNCIA ............... 23

FIGURA 4 - SINALIZAÇÃO DO LOCAL DA OCORRÊNCIA ............... 23

FIGURA 5 - ÁREA QUENTE ................................................................ 25

FIGURA 6 - ÁREA MORNA .................................................................. 25

FIGURA 7 - ESTABILIZAÇÃO VEICULAR ........................................... 28

FIGURA 8 - LINHA HORIZONTAL ....................................................... 29

FIGURA 9 - LINHA VERTICAL ............................................................. 30

FIGURA 10 - LINHA LATERAL .............................................................. 30

FIGURA 11- LINHA LATERAL .............................................................. 31

FIGURA 12 - LINHA LATERAL .............................................................. 31

FIGURA 13 - AIRBAG ............................................................................ 33

FIGURA 14 - AIRBAG FRONTAL .......................................................... 35

FIGURA 15 - AIRBAG LATERAL ........................................................... 36

FIGURA 16 - FUNCIONAMENTO DO AIRBAG ..................................... 37

FIGURA 17- LOCALIZAÇÃO DO AIRBAG ............................................ 40

FIGURA 18 - MODULO DE CONTROLE DO AIRBAG .......................... 41

FIGURA 19 - DISPOSITIVO DE PROTEÇAO DO AIRBAG ................... 41

FIGURA 20 - PRÉ-TENSORES DO CINTO DE SEGURANÇA ............. 44

FIGURA 21 - PRÉ-TENSORES DO CINTO DE SEGURANÇA ............. 45

FIGURA 22 - STEPCHOCK (CALÇO TIPO ESCADA) .......................... 47

Page 10: Estabilizaçao Veicular

FIGURA 23 - CUNHAS DE ESTABILIZAÇÃO ....................................... 48

FIGURA 24 - CALÇOS .......................................................................... 49

FIGURA 25 - CALÇOS DE MADEIRA .................................................... 51

FIGURA 26 - CALÇOS DE MADEIRA .................................................... 51

FIGURA 27 - CALÇOS DE POLIETILENO ............................................ 52

FIGURA 28 - BLOCOS DE ESTABILIZAÇÃO ........................................ 53

FIGURA 29 - BRAÇOS DE ESTABILIZAÇÃO ....................................... 52

FIGURA 30 - TRIÂNGULO DE ESTABILIZAÇÃO ................................. 54

FIGURA 31 - TRIÂNGULO DE ESTABILIZAÇÃO ................................. 55

FIGURA 32 - TRIÂNGULO DE ESTABILIZAÇÃO ................................. 55

FIGURA 33 - TRIÂNGULO DE ESTABILIZAÇÃO ................................. 56

FIGURA 34 - CILINDRO HIDRÁULICO ................................................ 56

FIGURA 35 - CILINDRO HIDRÁULICO ................................................ 57

FIGURA 36 - ALMOFADAS PNEUMÁTICAS ....................................... 58

FIGURA 37 - ALMOFADAS PNEUMÁTICAS ....................................... 58

FIGURA 38 - ESTABILIZAÇÃO EM 4 PONTOS ................................... 60

FIGURA 39 - ESTABILIZAÇÃO 3 APOIOS ........................................... 61

FIGURA 40 - VEÍCULOS ALTOS ........................................................... 61

FIGURA 41 - ESTABILIZAÇÃO EM 3 PONTOS .................................... 62

FIGURA 42 - VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE ......................... 62

FIGURA 43 - VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE ......................... 63

FIGURA 44 - VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE ......................... 63

FIGURA 45 - VEÍCULO CAPOTADO ..................................................... 64

Page 11: Estabilizaçao Veicular

LISTA DE SIGLAS

ABTR - Auto Bomba Tanque Resgate

CBPMPR - Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná

GB - Grupamento de Bombeiros

NFPA - National Fire Protection Association (Norma Norte Americana de

Proteção e Prevenção de Incêndios).

PMPR - Polícia Militar do Guatupê

RAVM - Rescate em Accidentes de Vehiculos Motorizados

Page 12: Estabilizaçao Veicular

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 15 1.1 QUESTÃO NORTEADORA ....................................................................... 15 1.2 OBJETIVOS. .............................................................................................. 16 1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 16 1.2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 16 2 ACIDENTES DE TRÂNSITO ENVOLVENDO VEÍCULOS........................... 17 3 SALVAMENTO VEICULAR ......................................................................... 19 3.1ENCARCERAMENTO ................................................................................ 19 3.2 DESENCARCERAMENTO ........................................................................ 19 3.3 MÉTODO SAVER ...................................................................................... 19 3.3.1 Quadro método Saver.............................................................................. 20 4 ESTABILIZAÇÃO ......................... ............................................................... 21 4.1 ESTABILIZAÇÃO DO LOCAL .................................................................... 21 4.1.1 Sinalizar o Local da Ocorrência............................................................... 23 5 ORGANIZAÇÃO DO TEATRO DE OPERAÇÕES ....................................... 24 5.1 ZONA QUENTE ......................................................................................... 24 5.2 ZONA MORNA . ......................................................................................... 25 6 ESTABILIZAÇÃO VEICULAR ..................................................................... 26 6.1 Linha Horizontal ......................................................................................... 29 6.2 Linha Vertical ............................................................................................. 30 6.3 Linha lateral ..... ......................................................................................... 30 7 AIRBAG ....................................................................................................... 33 7.1 SURGIMENTO DO AIRBAG....................................................................... 33 7.1.1 Década de 1960 ...................................................................................... 33 7.1.2 Década de 1970 ...................................................................................... 34 7.1.3 Década de 1980 ...................................................................................... 34 7.1.4 Década de 1990 ...................................................................................... 34 7.1.5 Início do Século XXI ................................................................................ 35 7.2 MODELOS DE AIRBAG............................................................................. 35 7.3 FUNCIONAMENTO DO AIRBAG............................................................... 36 7.4 LOCALIZAÇÃO DO AIRBAG...................................................................... 39 7.5 ESTABILIZAÇÃO DO AIRBAG................................................................... 40 8 PRÉ-TENSORES DO CINTO DE SEGURANÇA.......................................... 43 8.1 SISTEMA MECÂNICO................................................................................ 43 8.2 SISTEMA PIROTÉCNICO.......................................................................... 45 9 MATERIAIS UTILIZADOS NA ESTABILIZAÇÃO DE VEÍCULOS 46 9.1 FERRAMENTAS MANUAIS PARA O SALVAMENTO VEICULAR ......... 46 9.1.1 Stepchock (Calços tipo Escada)............................................................ 47 9.1.2 Blocos de Estabilização......................................................................... 48 9.1.3 Capacidade de Carga dos Calços de Madeira...................................... 50 9.1.4 Braços Estabilizadores ......................................................................... 53 9.1.5 Triângulo de Estabilização.................................................................... 54 9.2 ALMOFADAS PNEUMÁTICAS................................................................ 57 9.2.1 Almofadas de Alta Pressão................................................................ 57 9.2.2 Almofadas de Baixa Pressão................................................................ 58 10 PROCEDIMENTOS PARA ESTABILIZAÇÃO VEICULAR ...................... 60

Page 13: Estabilizaçao Veicular

10.1 VEÍCULOS EM POSIÇÃO NORMAL........................................................ 60 10.1.1 Sistema com 3 Pontos .......................................................................... 60 10.1.2 Vantagens do sistema com 3 Pontos................................................... 61 10.1.3 Desvantagens do sistema com 3 Pontos............................................... 61 10.2 PROCEDIMENTO COM VEÍCULOS DE MAIOR ALTURA...................... 61 10.3 SISTEMA DE 3 PONTOS COM BLOCOS DE ESTABILIZAÇÃO ........... 62 10.4 VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE ............................................... 62 10.5 VEÍCULO CAPOTADO ........................................................................... 64 11 METODOLOGIA ........................................................................................ 65 11.1 QUESTIONÁRIO ..................................................................................... 65 11.1.1 Vantagens e Desvantagens do Questionário ....................................... 66 11.1.2 Resultado da Pesquisa com a Guarnição do Quartel Central ............. 67 12 CONCLUSÃO ............................................................................................ 72 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 73

Page 14: Estabilizaçao Veicular

15

1 INTRODUÇÃO

A grande quantidade de veículos que circulam diariamente pelas ruas das

principais cidades brasileiras, os congestionamentos que se formam, a falta de

educação no trânsito tanto dos motoristas quanto dos pedestres, as altas

velocidades, a deficiência na sinalização viária, entre muitos outros fatores formam

os ingredientes necessários para se obter os altos índices de acidentes

automobilísticos encontrados em nosso país.

Este alto índice de acidente não preocupa somente as autoridades de

trânsito e companhias de seguros, deixam em alerta também as equipes de

Salvamento e Resgate dos Corpos de Bombeiros, que atuam no momento do

sinistro e necessitam cada vez mais de equipamentos que os auxiliem para atuar de

forma a garantir a integridade da vítima e dos resgatistas.

Para isso são necessários conhecimentos de um conjunto de procedimentos

e ferramentas a fim de estabilizar e evitar quaisquer movimentos na estrutura do

veículo, em qualquer posição que ele se encontre.

O processo de estabilização veicular necessita ser feita de forma rápida e

adequada com a finalidade de prevenir acidentes com as vítimas e criar rapidamente

uma zona segura para os profissionais que nela irão atuar.

1.1 QUESTÃO NORTEADORA

Verificar a disponibilidade de equipamentos para estabilização veicular no

ABTR do quartel Central do Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Paraná, e

procedimentos adotados no momento do resgate veicular.

Page 15: Estabilizaçao Veicular

16

1.2 OBJETIVOS

O corpo de Bombeiros tem como principal objetivo a execução de atividades

de defesa civil, prevenção e combate a incêndio, buscas, salvamentos e socorros

públicos, além de outras funções definidas em lei.

Dentre todos os deveres e obrigações de segurança destaca-se neste

projeto a necessidade de zelar com total eficiência pela vida da vitima como também

pela segurança dos resgatistas que ocupam um papel muito importante no

salvamento veicular. A estabilização veicular é parte fundamental, pois é o primeiro

passo para o salvamento veicular tornar-se seguro tanto para a vítima quanto para

os resgatistas.

1.2.1 Objetivo Geral:

Analisar a existência de material de estabilização veicular no ABTR do posto

Central do 1° GB do CBPMPR e quais procedimentos são adotados no momento do

resgate veicular.

1.2.2 Objetivos Específicos:

Foram estipulados como objetivos específicos o levantamento dos materiais

utilizados para estabilização veicular e verificação da doutrina da guarnição neste

tipo de atendimento onde destacam-se :

a) Levantar os materiais utilizados para estabilização veicular existentes no

ABTR do quartel Central do 1°GB do CBPMPR.

b) Apresentar as necessidades e características dos materiais usados para

estabilização veicular.

c) Técnica da equipe resgatista no uso dos equipamentos existentes.

Page 16: Estabilizaçao Veicular

17

2 ACIDENTES DE TRÂNSITO ENVOLVENDO VEÍCULOS

Segundo dados estatísticos do SYSBM-CCB (Sistema de Registro e

Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná), os acidentes de

trânsito já são a maior causa de mortes no ano de 2009 em todo o Paraná. Vários

fatores contribuem para suas causas e o grande propósito do Corpo de Bombeiros é

tentar minimizar os efeitos, tais efeitos referem-se ao fator humano no atendimento a

vítima. O grande objetivo é conseguir que uma vitima de encarceramento chegue ao

hospital nas mesmas ou em melhores condições daquelas em que se encontrava

quando a equipe de socorro iniciou seu trabalho.

Conforme dados estatísticos levantados, pelo SYSBM-CCB (Sistema de

Registro e Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná), no ano de

2009 o total de ocorrências atendidas demonstra o seguinte gráfico.

Gráfico 1

Fonte:Sistema de Registro e Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros

do Paraná Período 2009

Page 17: Estabilizaçao Veicular

18

Gráfico 2

Fonte:Sistema de Registro e Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros

do Paraná Período 2009

Tais registros demonstram cada vez mais a necessidade de guarnições

treinadas, funções específicas, materiais e equipamentos adequados que são de

vital importância para a diminuição destes números.

Page 18: Estabilizaçao Veicular

19

3 SALVAMENTO VEICULAR

Salvamento Veicular é o procedimento utilizado para localizar, estabilizar,

acessar, imobilizar, remover e transportar vítimas que estejam presas às ferragens

de um veículo acidentado.

3.1 ENCARCERAMENTO

Define-se encarcerada toda pessoa que, tendo sofrido um acidente se

encontre confinada em um espaço do qual não pode sair pelos seus próprios meios,

quer devido a lesões sofridas quer por estar presa pelas ferragens.

3.2 DESENCARCERAMENTO

O desencarceramento consiste na extração da vitima encarcerada,

retirando-a nas mesmas condições ou em condições mais estáveis do que aquelas

em que se encontrava quando as ações de socorro tiveram início.

Assumindo que não existem dois acidentes iguais, as equipes de

desencarceramento devem seguir uma metodologia previamente estabelecida, sob a

forma de procedimentos de salvamento sistematizado, que oriente a sua atuação.

Esta metologia devera ser suficientemente flexível para ser aplicada nos diferentes

cenários que poderão ser encontrados nas diversas intervenções.

3.3 MÉTODO SAVER™

MÉTODO SAVER™ ‘(Systematic Approach to Victim Entrapment Rescue),

consiste na Aproximação Sistematizada para o Salvamento de Vítimas

Encarceradas, destaca-se através das seguintes fases:

Page 19: Estabilizaçao Veicular

20

a) Reconhecimento;

b) Estabilização;

c) Abertura de Acessos;

d) Cuidados Pré-Hospitalares;

e) Criação de espaços;

f) Extração;

g) Avaliação e treino.

3.3.1 Quadro Método Saver

Figura 1

Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e

Desencarceramento- Pg. 13.

Page 20: Estabilizaçao Veicular

21

4 ESTABILIZAÇÃO

Existem três grandes tipos de estabilização segundo a Escola Nacional de

Bombeiros de Portugal (ENB):

a) Estabilização do Local – Veículos ou objetos instáveis que ofereçam perigo

durante as operações de socorro.

Estabilizar o local é a garantia de segurança no teatro de operações.

Deve-se verificar a segurança ou a existência de perigo para a equipe de

socorros, para as vitimas e para os curiosos.

b) Estabilização dos Veículos – Veículos acidentados com pessoas

encarceradas no seu interior, serve para não agravar a situação das vitimas

devido a movimentação desnecessária.

c) Estabilização Progressiva – São as cargas (incluindo o próprio veiculo) que

durante e após a operação de utilização de equipamentos de elevação devem

ser calçadas progressivamente ao seu levantamento.

4.1 ESTABILIZAÇÃO DO LOCAL

Para garantir a segurança no teatro de operações, é necessário criar uma

área de trabalho segura ao redor do veículo acidentado e no seu interior, verificando

sempre a existência de riscos, tais como:

a) Trânsito;

b) Incêndio;

c) Vazamentos de gás, derramamento de combustíveis ou presença de produtos

perigosos;

d) Veículos ou cargas instáveis;

e) Airbags e pré-tencionadores de cinto não ativados;

f) Queda de cabos elétricos;

As medidas de segurança para minimizar os riscos deverão ser adotadas

antes do início das ações de desencarceramento.

Page 21: Estabilizaçao Veicular

22

Para garantir que o atendimento seja executado de forma segura alguns

cuidados devem ser tomados.

A equipe de socorro deve utilizar vestuário e equipamento de proteção

individual adequados, no caso do Bombeiro do Paraná pode ser utilizado o EPI de

Combate a Incêndio completo, pois somente o Brim não protege contra cortes que

possam acontecer pelas ferragens dos veículos acidentados.

O local do resgate deve estar protegido. O motorista da 1ª viatura que

chegar ao local deverá estacionar a uma distância aproximada de 10 metros, sendo

que esta distância poderá ser alterada caso seja verificado algum risco adicional,

como vazamento de produtos perigoso, etc. A viatura deverá ser usada como uma

proteção para o local, devendo ser parada em diagonal, fechando a faixa do

acidente, bem como a faixa ao lado, protegendo desta forma as vítimas e as

guarnições que trabalham no acidente.

Figura 2

Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre - coletânea de manuais técnicos

de bombeiros de São Paulo.(Pag. 164)

Um detalhe importante a ser observado pelas equipes de socorro e

principalmente pelo motorista é que as rodas da viatura deverão estar voltadas para

fora do local do acidente, pois se a viatura sofrer uma colisão na traseira não será

lançada contra as guarnições e autos acidentados (figura 2).

Deverão ser deixados os sinais luminosos ligados, para maior sinalização e

proteção do local de ocorrência.

Page 22: Estabilizaçao Veicular

23

4.1.1 Sinalizar o Local da Ocorrência

Sinalização é a forma de indicação ou advertência quanto à existência de

obstáculos ou riscos. Nas vias, a disposição dos cones é definida em função do fluxo

de veículos registrado no local, da velocidade permitida para a via, pela legislação, e

das características e condições do local.

Figura 3 (Mão única - Estacionamento em local permitido pelo CTB)

Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre;coletânea de

manuais técnicos de bombeiros de São

Paulo.(Pág.167)

Figura 4 (Mão única - Estacionamento em local não permitido pelo CTB)

Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre; coletânea de

manuais técnicos de bombeiros de São

Paulo.(Pág.167)

Page 23: Estabilizaçao Veicular

24

5 ORGANIZAÇÃO DO TEATRO DE OPERAÇÕES

É vital estabelecer, o mais precocemente possível o controle do teatro de

operações. Se não se conseguir controlar o local do acidente, todo o trabalho estará

comprometido, sendo praticamente impossível proceder a um salvamento

sistemático.

O controle do teatro de operações implica o estabelecimento da área de

trabalho composta por:

a) Zona de Trabalho Interna, também chamada de zona quente.

b) Zona de Trabalho Externa, também chamada de zona morna.

5.1 ZONA QUENTE

A zona quente é um espaço limitado por uma linha imaginária afastada cerca

de cinco metros ao redor do acidente. (Fig. 5). Tem acesso a esta zona apenas as

equipes de desencarceramento e pré-hospitalar.

Page 24: Estabilizaçao Veicular

25

Todos os destroços devem ser removidos para fora desta zona, afim de manter esta

área limpa, pois toda a ação de socorro ocorre neste local.

Figura 5

Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e

Desencarceramento- Pg. 24.

5.2 ZONA MORNA

É um local delimitado com cerca de 10 metros ao redor do acidente,

demarcada no seu limite exterior por fita de balizamento. No seu interior devem ter

áreas de deposito de destroços, equipamento de desencarceramento, equipamento

de pré hospitalar assim como as viaturas e algum outro equipamento complementar.

Page 25: Estabilizaçao Veicular

26

Figura 6

Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e

Desencarceramento- Pg. 25.

6 ESTABILIZAÇÃO VEICULAR

O Dicionário Michaelis define estabilizar: Tornar estável, inalterável; Tornar-se firme, sólido.

A definição de Estável: em repouso; que não se desloca; não sujeito a mudanças; que permanece firme; que está bem assente; seguro; inalterável; sólido.

Antes de iniciar qualquer manobra no veículo acidentado, é necessário que

ele seja estabilizado a fim de evitar riscos adicionais para o resgate, para o

socorrista ou para a vítima. Esta estabilização deve obedecer alguns princípios,

deve manter o veículo seguro, deve manter o veículo imóvel, deve ser simples e de

fácil memorização e deve ser de rápida utilização. Analisando estatísticas de vítimas

com agravamento de lesões e seqüelas após atendimentos realizados por equipes

de emergência, foram criados simuladores humanos; os quais foram utilizados no

interior de veículos submetidos a testes de impactos, verificando-se então a

Page 26: Estabilizaçao Veicular

27

necessidade da estabilização do veículo por calços antes das operações de

salvamento para acesso às vítimas, diminuindo ou cessando balanços e movimentos

nos veículos e por conseqüência nas vítimas. Movimentos estes suficientes para um

agravamento de lesão. Logo a estabilização é de suma importância tanto para a

preservação da vítima quanto para segurança da equipe que atuará no local, não

devendo de forma alguma ser negligenciada pondo em risco o sucesso do resgate.

Os veículos não estabilizados são veículos inseguros. Sua instabilidade é

um interesse da segurança do paciente preso e ferido e a todos os envolvidos na

emergência. O movimento inesperado do veículo pode agravar os ferimentos

existentes no pacientes ou causar ferimento as pessoas que estão trabalhando na

cena do acidente.

Quando se deparar com um veículo que seja envolvido em uma cena de

acidente a guarnição de salvamento deve se atentar para alguns detalhes:

Reconhecer que um veículo instável apresenta um ambiente inseguro na cena do

acidente automobilístico para todos os envolvidos na cena de emergência.

Determinar que tipo de estabilização o veículo irá necessitar. Determinar se há

algum risco potencial de segurança ou de prováveis acidentes que possam ocorrer

durante a realização da estabilização do veículo. Determinar as ferramentas, o

equipamento e as técnicas mais apropriadas necessárias há estabilização do

veículo.

O uso de equipamento adequado de estabilização veicular torna toda a cena

do acidente segura tanto para a vítima quanto para os resgatistas.

A estabilização do veículo é uma evolução do salvamento veicular por isso

dever ser utilizada em todos os salvamentos e retiradas de vítimas.

A estabilização em incidentes rotineiros (aquelas consideradas relativamente

mais simples) pode ser negligenciada e mal interpretada podendo causar

complicações principalmente a vítima que, por exemplo: no momento em que está

com sua coluna cervical sendo imobilizada pelas mãos de um socorrista e seu

companheiro adentra ao carro para auxiliá-lo, acaba fazendo com que o carro se

movimente lateralmente podendo agravar a lesão desta vítima.

Uma correta estabilização do veículo produz um ambiente mais seguro de

trabalho.

Page 27: Estabilizaçao Veicular

28

Figura 7

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 288.

As linhas imaginárias originárias de um ponto central dentro de um carro

representam os sentidos potenciais em que o veículo sem estabilização pode se

mover.

Para compreender os movimentos potenciais de um veículo e suas

conseqüências, é necessário imaginar uma série de linhas que passam no veículo,

conforme mostra a figura 7.

Todas as linhas passam por um ponto central imaginário que se aproxima do

ponto central dos bancos dianteiros (este ponto central imaginário difere conforme o

modelo do veículo). Cada linha imaginária representa uma linha reta sobre qual a

estrutura inteira do veículo girará ou tenha tendência de giro. Estas linhas básicas

são as seguintes:

Page 28: Estabilizaçao Veicular

29

6.1 Linha (horizontal) longitudinal à linha central.

É uma linha horizontal e passa através do ponto central imaginário do

compartimento de passageiro.

Figura 8

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.

Page 29: Estabilizaçao Veicular

30

6.2 Linha vertical da linha central.

Uma linha vertical selecionada de um ponto acima do teto do veículo que

passa pelo ponto central e termina ao nível do solo abaixo da área da estrutura.

Figura 9

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.

6.3 Linha lateral da linha central.

Uma linha horizontal distal ao ponto central de equilíbrio do veículo.

Figura 10

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.

Page 30: Estabilizaçao Veicular

31

Figura 11

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.

Figura 12

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.

Estas linhas servem como uma referência no momento em que for realizada

a estabilização do veiculo, pois um veículo instável pode se mover nestes cinco

sentidos básicos.

Todo o esforço para estabilizar um veículo, é para impedir que esse se

movimente em cada um destes sentidos citados. Os resgatistas devem

conseqüentemente fixar o veículo na posição em que se encontra. Os veículos

instáveis têm algum grau de contato com o solo e pode ser medido em centímetros

ou metros quadrados da área de contato. As atividades apropriadas de estabilização

do veículo aumentarão a área de contato com o solo e imobilizarão o sistema de

suspensão dos veículos, minimizando os movimentos não desejados.

Page 31: Estabilizaçao Veicular

32

O veículo danificado pode ser encontrado em muitas posições após uma

colisão, as evoluções da estabilização serão mostradas a seguir.

Todos os autos acidentados deverão ser estabilizados, independentes da

forma que ficaram após o acidente, utilizando o jogo de calços de salvamento e caso

necessário utilizando além dos calços, cordas, braços de estabilização extensores e

almofadas pneumáticas em capotamentos ou tombamentos.

Durante a estabilização, é preciso considerar a possibilidade de

derramamento de líquido da bateria ou de combustível, bem como de virem a ser

ativados os airbags ou Pré-tensores dos cintos de segurança.

Page 32: Estabilizaçao Veicular

33

7 AIR BAG

7.1 SURGIMENTO DO AIR BAG

A General Motors teve papel fundamental no surgimento do air bag, ao

inventar algumas ferramentas para validar a proteção do ocupante, como a família

de "dummies Hybrid III", que é "standard" na indústria automotiva para impacto

frontal.

7.1.1 Década de 1960

- Nos EUA, a GM designou um grupo de engenheiros e especialistas em

biomecânica para desenvolver "air bag" frontal. A figura a seguir mostra os primeiros

"air bags" protótipos da GM:

Figura 13

Fonte: http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htm em:

28/07/2010

Page 33: Estabilizaçao Veicular

34

7.1.2 Década de 1970:

A indústria e o governo intensificam a busca por tecnologias que reduzam o

número de fatalidades; A GM monta 1000 veículos nos EUA equipados com air bags

experimental, disponibilizando para a frota de consumidores para testes; O primeiro

equipado com air bag do passageiro disponível para venda foi o Oldsmobile

Toronado em 1974.

7.1.3 Década de 1980:

"Air bags" do motorista começam a aparecer no mercado; Governo inicia

"phase-in" da obrigatoriedade de "air bags" frontais; Na mesma época, a GM oferece

air bag do motorista no Oldsmobile 98 e Delta 88.

7.1.4 Década de 1990:

GM é a primeira montadora nos EUA a oferecer veículos com airbag dos

dois lados: do motorista e do passageiro; Em 1997, a GM dos EUA oferece air bags

laterais, pela primeira vez; Em 1998, uma lei federal americana estabelece que

todos veículos devem ter airbag do motorista e passageiro de série.

Page 34: Estabilizaçao Veicular

35

7.1.5 Início do século XXI:

Nos EUA, o Saturn 2001 passa a oferecer "air bag" de cortina; No mesmo

ano, air bags frontais de duplo estágio se tornam equipamentos de série no

Chevrolet Impala, Monte Carlo, Pontiac Bonneville, Oldsmobile Aurora e Buick

LeSabre.

Quanto a tecnologias futuras, os seguintes tipos de air bags estão em estudo:

- "Air bag" para os pés

- "Air bag" para joelho

- "Air bag" no cinto de segurança

- "Air bag" no capô para pedestres

7.2 MODELOS DE AIRBAG

a) Airbag frontal para motorista e passageiro

Figura 14

Fonte:http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htmem:28/7/10

Page 35: Estabilizaçao Veicular

36

b) Airbag lateral para tórax ou para tórax e cabeça.

c) Airbag lateral do tipo cortina para a cabeça.

Figura 15

Fonte: http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htm em:

28/07/2010

7.3 FUNCIONAMENTO DO AIR BAG

O "Airbag" é uma proteção complementar ao cinto de segurança, uma vez

que o uso de cinto pelos ocupantes garante a maior parte da proteção.

O volume de gás usado para encher o airbag dos carros em um veículo de

passeio é de cerca de 60 litros no lado do motorista, e o dobro disso no do carona.

Não é algo que caiba dentro do volante de um carro. Essa questão assombrou

engenheiros por mais de 30 anos – o airbag, concebido no final da 2ª Guerra, só

veio a ser produzido a partir dos anos 80. E a solução foi dispensar os cilindros de

gás: ele é produzido quimicamente apenas quando um acidente acontece.

O processo todo – da batida do automóvel à inflação total da bolsa – demora

dois décimos de segundo. Para identificar a colisão, os carros com airbag possuem

um sensor que detecta desacelerações bruscas. Mas não é qualquer solavanco que

dispara o dispositivo. O sensor mede constantemente as variações de aceleração e

Page 36: Estabilizaçao Veicular

37

envia os dados para um microprocessador, que os compara a modelos gravados em

sua memória. "Quando o carro passa numa lombada, por exemplo, ele sofre uma

desaceleração que, fisicamente, é muito diferente daquela de uma batida", diz

Rodrigo Morais, engenheiro de segurança veicular da Volkswagen. Em caso de

colisão, o sistema dispara um sinal elétrico para uma caixa no volante – que contém

a bolsa do airbag e as substâncias que geram gás.

Então a corrente elétrica rompe um lacre que separa duas substâncias

sólidas (geralmente, azida de sódio e nitrato de potássio). Quando elas reagem,

liberam gás nitrogênio. A caixa é blindada, pois o contato entre os dois materiais é

uma verdadeira explosão, capaz de gerar 2 mil litros de gás por segundo, o

suficiente para encher o airbag do carona em apenas 60 milésimos de segundo.

Figura 16

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 6.

Page 37: Estabilizaçao Veicular

38

O "air bag" frontal é calibrado para se comportar segundo a tabela a seguir:

TIPO DE

COLISÃO

FRONTAL

CARACTERÍSTICAS DA COLISÃO TIPO DE

PROTEÇÃO

Baixa a

média

intensidade

- Pouca troca de energia (deformação

apenas em partes de acabamento e/ou

não estruturais do veículo).

- Pouco ou nenhum contato dos

ocupantes com partes internas do

veículo.

Cinto de

segurança

Média

intensidade

- Significativas deformações na

travessa frontal do chassi, suspensão

e/ou subframe, porém sem ocorrer

diminuição significativa do

compartimento do motor.

- Contato dos ocupantes com partes

internas do veículo, porém sem

possibilidade de ocorrer ferimentos

graves e/ou com seqüelas

permanentes.

Cinto de

segurança + Pré-

tensionador

Média a alta

intensidade

- Grandes deformações estruturais com

ou sem redução do espaço de

sobrevivência dos passageiros.

- Impacto dos ocupantes com partes

internas do veículo, com risco provável

de ocorrência de ferimentos graves

e/ou seqüelas permantentes.

Cinto de

segurança + Pré-

tensionador + Air

bag

Quadro 1

Fonte: http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htm 28/07/2010

Page 38: Estabilizaçao Veicular

39

7.4 LOCALIZAÇÃO DOS AIRBAGS

Dependendo do modelo, tipo ou ano de fabricação do veículo. Os airbags

podem ser posicionados nos seguintes locais:

a) Volante;

b) Porta-luvas;

c) Bancos;

d) Portas;

e) Encosto de cabeça;

f) Coluna do volante;

g) Colunas Laterais;

h) Pedais;

i) Teto.

O ano de fabricação é um bom indicativo de que o veículo possui airbag. A

partir de 1998 todos os veículos importados têm como item de série este dispositivo

de segurança. A identificação visual é um precioso auxilio, mas é preciso saber

procurar os locais corretos. O indicador mais utilizado pelas montadoras é a palavra

“Airbag”

Page 39: Estabilizaçao Veicular

40

Figura 17

Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e

Desencarceramento- Pg. 60.

7.5 ESTABILIZAÇÃO DO AIRBAG

Os airbags não ativados constituem um perigo, pois podem abrir a qualquer

momento da operação de desencarceramento e provocar ferimentos, quer na vítima

quer nos elementos da equipe de socorro.

Se algum dos airbags não foi ativado e se os pré-tensores dos cintos

estiverem armados, deve proceder-se de forma a anular estes mecanismos para se

trabalhar com segurança. Para tal deve:

a) Desligar a ignição, retirando a chave;

b) Desconectar de preferência os dois conectores da bateria, iniciando sempre

pelo negativo. Existe no sistema de air bag um módulo de controle eletrônico

o qual possui um acumulador de energia chamado capacitor, este dispositivo

serve para acionar o airbag durante um acidente mesmo que a bateria seja

desconectada. Modelos de veículos da década de 90 possuem capacitores

que permanecem com carga por mais de 20 minutos, modelos após 2002 já

conseguem drenar esta carga em até 90 segundos, alguns modelos mais

Page 40: Estabilizaçao Veicular

41

recentes conseguem drenar a energia do capacitor em até 1 segundo depois

do corte da energia.

Figura 18

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 27.

Existem também dispositivos de duplo estágio que mesmo após terem sido

acionados podem entrar em funcionamento novamente, este sistema foi

desenvolvido para casos de 2 colisões seguidas.

Como as equipes de resgate não podem esperar todo este tempo para

iniciar o resgate, estas devem utilizar de artifícios para poderem iniciar o salvamento.

Aplicar o dispositivo de proteção do airbag.

Figura 19

Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e

Desencarceramento- Pg. 67.

Este dispositivo evita que o airbag atinja os ocupantes do carro caso entre

em funcionamento no momento do resgate.

Tomar cuidado com as alternativas de corte das estruturas que intervenham

diretamente com os sistemas de acionamento.

Page 41: Estabilizaçao Veicular

42

Avisar quando da utilização de ferramentas hidráulicas para evitar que um

socorrista fique entre o airbag e a vítima por exemplo.

Page 42: Estabilizaçao Veicular

43

8 PRÉ-TENSORES DOS CINTOS DE SEGURANÇA

Os pré-tensores diminuem os riscos de lesões torácicas, bem como os de

escorregamento do banco. De fato, por conseqüência de um choque, o tórax é

fortemente pressionado pelo cinto de segurança. Daí que, por vezes, ao invés de

proteger o ocupante, o cinto de segurança se possa tornar um elemento agressivo.

Além disso, os pré-tensores corrigem a folga inerente aos cintos, para manter e

prender o ocupante ao banco no momento do impacto. Desta forma, evitam que os

seus membros inferiores sejam projetados para frente e toquem no painel.

Os pré-tensores estão ligados a um calculador que avalia a resposta global

do sistema à intensidade do choque segundo três níveis de violência, medidos

nomeadamente a partir de sinais de variação de velocidade. O dispositivo

compreende um calculador de impacto (ligado aos airbags) e caixas pirotécnicas,

responsáveis pela ativação dos cintos de segurança, reduzindo a folga das correias

dos cintos.

Ao suprimir a folga do cinto de segurança, o corpo é mantido o mais próximo

possível do banco.

Mesmo em caso de choque violento, bastam ao calculador de choque alguns

milésimos de segundo para analisar a potência do impacto e acionar o sistema

tencionador.

Existem dos tipos de sistemas de pré-tensores dos cintos de segurança, o

mecânico e o pirotécnico. Ambos são ativados por sistemas idênticos aos dos

airbags.

8.1 SISTEMA MECÂNICO

Este sistema utiliza dois conjuntos de molas tensionadas e um dispositivo de

disparo. Quando é disparado pelo sistema de controle, depois de uma colisão, o

cinto de segurança é puxado entre 6 e 12 centímetros. O percurso depende da

colocação do cinto que poderá estar mais ou menos apertado.

Page 43: Estabilizaçao Veicular

44

O sistema é normalmente montado no banco e não causa problemas à

equipe de socorro, exceto quando é necessário remover o banco da frente para

liberar os membros inferiores dos ocupantes do banco traseiro.

Nunca cortar a base do banco com o cinto de segurança colocado na vítima.

Figura 20

Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e

Desencarceramento- Pg. 61.

Page 44: Estabilizaçao Veicular

45

8.2 SISTEMA PIROTÉCNICO

Este sistema tem dois locais de aplicação, um deles na fixação do cinto de

segurança a coluna lateral do veículo; o outro colocado no bloqueio do cinto de

segurança do banco. Nos dois casos, o sistema funciona com um cilindro, contendo

a mesma substância propulsora ou similar à utilizada nos airbags, o qual aciona um

cabo colocado no mecanismo que prende o cinto a coluna lateral do veículo, ou ao

bloqueio do cinto no banco. Ambos são ativados por um sinal elétrico após a colisão.

Se este sistema não tiver sido ativado, deverá ser manuseado da mesma forma que

um airbag não insuflado.

Figura 21

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 71.

Page 45: Estabilizaçao Veicular

46

9 MATERIAIS UTILIZADOS NA ESTABILIZAÇÃO DE VEÍCULOS

Diversos equipamentos podem ser utilizados na estabilização de veículos,

devendo o procedimento ser ajustado numa relação entre as necessidades e o

material disponível.

a) Cunhas;

b) Calços;

c) Blocos;

d) Macacos mecânicos;

e) Almofadas de alta e baixa pressão;

f) Guinchos;

g) Macacos hidráulicos;

h) Escoras;

i) Escoras hidráulicas ou pneumáticas;

j) Outros materiais disponíveis.

9.1 FERRAMENTAS MANUAIS PARA O SALVAMENTO VEICULAR

Constituída por um conjunto versátil de ferramentas estas são as

ferramentas mais básicas existentes para o salvamento veicular.

Para ser classificada como ferramenta manual, o equipamento deve ser

operado por uma única pessoa. Esta ferramenta não usa nenhum tipo de

eletricidade, líquido hidráulico, gás comprimido, ou combustível de nenhum tipo. As

ferramentas manuais podem ser agrupadas de acordo com sua função preliminar,

incluindo blocos de estabilização, calços, ferramentas de entrada forçada,

ferramentas de corte, escoras.

Page 46: Estabilizaçao Veicular

47

9.1.1 Stepchocks (Calço tipo escada)

Calço muito versátil e rápido de utilizar justamente por seu formado de

escada ele se adapta a várias alturas e tipos de veículos. Sua construção é feita em

polietileno 100% reciclado.

Figura 22

Fonte: http://www.weber.de/wr/en/rettungsgeraete/stab-fix.php

Page 47: Estabilizaçao Veicular

48

9.1.2 Blocos de Estabilização

Todas as equipes de salvamento devem possuir quantidades sortidas de

calços e blocos de madeira. Existem muitos debates entre profissionais do

salvamento se calços devem ser feitos de madeira macia, dura ou se os blocos e

calços da madeira devem ser substituídos pelos de plástico reciclado.

Os stepchocks (Calços tipo escada) foram especialmente projetados para

estabilizar um veículo que está apoiado nas quatro rodas e sobre uma superfície

reta. Quando for necessário um maior grau de segurança os blocos devem ser

preferencialmente de madeira ou de polietileno maciço. (fig. 23). As madeiras

preferidas para o uso em cenas do salvamento são o bordo e carvalho duros. A

madeira macia é aceitável se for usada corretamente e se não for sobrecarregada.

As madeiras como o pinho ou o cedro são aceitáveis para o uso em situações de

salvamento em estruturas colapsadas.

Estes calços são exemplos de calços de madeira dura de boa qualidade. A

madeira neste jogo é cortada nas seguintes dimensões 2pol. x 4pol. x 18 pol., 4 pol.x

4pol. x 18pol. e cunhas de 18 polegadas.

Figura 23

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 271.

Page 48: Estabilizaçao Veicular

49

Figura 24

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 271.

Se o calço de madeira macia for utilizado, alguns cuidados extras devem ser

tomados como: inspeção do calço para verificar possíveis rachaduras, e algum dano

proveniente de contaminação da madeira por fluídos hidráulicos e combustíveis.

A madeira possui um grande problema que é o lascamento e a propriedade

de absorver todo o tipo de fluído e umidade na qual tenha contato. Existem no

mercado alguns aditivos que permitem que a madeira resista à umidade. O

problema é quando este tipo de madeira em uma cena de resgate veicular entra em

contato com o óleo, água, ou qualquer outra substância na forma líquida. Estes

líquidos tocam a superfície da madeira similarmente como a água toca em um carro

recentemente encerado, sob uma carga os aditivos e impermeabilizantes repelem os

líquidos e fazem com que a superfície se torne escorregadia e a madeira

escorregadia pode afrouxar tornado-se instável.

Se for preciso pintar um bloco para identificar a unidade, esta deve ser

realizada somente nas extremidades da madeira

Os Calços de madeira devem ser fabricados de modo que o transporte do

veículo de socorro a cena da emergência sejam realizados rapidamente e

eficientemente. Os cordeletes fixados nas extremidades dos blocos permitem a

manipulação rápida.

A madeira macia ou dura que seja contaminada com líquidos tais como o

óleo de motor, a gasolina e o diesel devem ser rejeitados e substituídos por novos

Page 49: Estabilizaçao Veicular

50

calços. Os calços utilizados para salvamento devem ser cortados em diversos

tamanhos padrões.

Para o salvamento veicular utilizam-se os calços nas seguintes dimensões

principais: 1pol. x 2pol. X 18pol, 2pol x4pol x18pol, 4pol. x 4pol. x 18pol. A dimensão

mais utilizada para blocos mais longos é 4pol x 4pol. X 48pol.

A NFPA 1670 ( Standard on Operations and Training for Technical Search

and Rescue Incidentes) recomenda que as agências que respondem às chamadas

técnicas do salvamento devem fornecer o equipamento proporcional com suas

capacidades operacionais respectivas assim podendo conduzir operações eficazes.

Para cumprir com esta recomendação, os grupos de salvamento devem determinar

as quantidades e os tamanhos básicos da madeira que queiram disponível nas

cenas de salvamento veicular. Esta seleção de calços não tem que ser carregado à

cena do acidente somente por um veículo de emergência embora essa fosse a

situação ideal. Entretanto, a disponibilidade de mais do que a quantidade básica é

altamente recomendado. Para as equipes de salvamento, material de estabilização

nunca é demais. As madeiras adicionais devem estar disponíveis no momento do

resgate. O oficial do comando do salvamento deve conhecer as quantidades de

materiais disponíveis no veiculo de socorro também saber aonde pedir as viaturas

com quantidades adicionais.

9.1.3 Capacidades de Carga dos Calços De Madeira

O Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos explica as

capacidades de carga dos calços de acordo com a terceira Edição do Guia de Busca

Urbana e resgate em estruturas.

Page 50: Estabilizaçao Veicular

51

Figura 25

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 274.

Uma estrutura feita com 2 calços por fileira de 4 pol.x 4 pol.x 18 pol.

suportará 12 toneladas de peso se construída corretamente.

Uma estrutura feita com 3 calços por fileira de 6 pol. X 6 pol. X 6 pol. x18 pol.

suportará 30 toneladas de peso, de acordo com o Corpo de Engenheiros do Exército

de Estados Unidos.

Figura 26

Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 274.

Uma estrutura de calços construída com três blocos por camada de 4 pol. X

4 pol. X 18 pol. suportará aproximadamente 24 toneladas de peso.

Page 51: Estabilizaçao Veicular

52

As equipes de salvamento veicular não devem construir nenhuma estrutura

maior que duas vezes o comprimento dos calços, pois uma estrutura mais alta que

isto se torna instável e insegura.

Utilizando blocos de 4 pol. x 4 pol., as equipes podem construir a estrutura

com nove camadas elevadas e ainda ser relativamente seguros.

A madeira se comporta muito bem quando comprimida, mas quando ocorre

algum tipo de movimento lateral esta pode vir a desestabilizar-se.

Já existem no mercado novos materiais que podem ser utilizados para

substituir a madeira, tendo como vantagem a não absorção de líquidos, ser mais

leve pois é feito de polietileno 100% reciclável, possui ranhuras que proporcionam

um encaixe perfeito um no outro para o caso de ter que construir uma estrutura de

calços uns sobre os outros e o coeficiente de atrito deste material é 20% maior que o

da madeira.

Figura 27

Fonte: http://www.weber.de/wr/en/rettungsgeraete/stab-fix-4kant.php

Page 52: Estabilizaçao Veicular

53

Figura 28

Fonte: http://www.weber.de/wr/en/rettungsgeraete/stab-fix.php

9.1.4 Braços Estabilizadores

Figura 29

Fonte:http://www.weber.de/wr/download/stabilisierung/Stab-

Fast/Produktbilder/STAB-FAST.jpg

Page 53: Estabilizaçao Veicular

54

Os veículos danificados com vítimas presas buscam na estabilização uma

minimização dos movimentos do veículo, de modo que o processo do

desencarceramento possa prosseguir de maneira segura tanto pra vítima quanto

para os socorristas. Um objetivo da estabilização é aumentar a base de estabilidade

e adicionar área de contato com o chão similarmente ao caminhão auto escada

mecânica quando abre as sapatas laterais para aumentar a área de contato e a

estabilidade lateral, este artifício também é visto com o uso dos calços de madeira

ou os calços tipo escada.

9.1.5 Triângulo de Estabilização

Na lateral do veículo pode ser colocado este braço de estabilização em um

ângulo de 70° graus, apoiando o de encontro ao veículo e ao solo. Esta

estabilização é realizada utilizando-se de técnicas de força e contra-força. Se for

observado à imagem de um veículo com estabilização padrão de força e contra-

força no lugar poderá se observar um triângulo dar forma. Se uma linha vertical for

colocada para representar o carro, uma linha diagonal para representar o dispositivo

de contra força, e uma linha horizontal para representar o solo.

Nos carros mais antigos até pela suas características construtivas (Lataria

mais rígida e formas mais retas), o uso de cunhas de madeiras colocadas nas

laterais já dava uma boa estabilizada no veículo.

Figura 30

Fonte: Rescue 42 DVD: Capter 2 Proper Stabilization www.youtube.com

Page 54: Estabilizaçao Veicular

55

Já com os novos modelos de carros o formato arredondado da lateral e o

tipo de material construtivo de muitos modelos como o plástico ou fibras, acaba

dificultando a estabilização deste veículo apenas com os calços de madeira.

Figura 31

Fonte: Rescue 42 DVD: Capter 2 Proper Stabilization www.youtube.com

Os braços estabilizadores nestes casos acabam se tornando os mais

indicados, pois não necessitam se apoiar nestas partes frágeis do veículo,

ampliando muito a base de sustentação do veículo tornando a operação muito mais

segura.

Figura 32

Fonte: Rescue 42 DVD: Capter 2 Proper Stabilization www.youtube.com

Page 55: Estabilizaçao Veicular

56

Figura 33 (Triângulo de Estabilização)

Fonte: Rescue 42 DVD: Capter 2 Proper Stabilization www.youtube.com

Um projeto diferente para um dispositivo tensionado de contra força é

oferecido por diversas companhias, incluindo Airshore Inc. de Vancouver, Columbia

Britânica; Holmatro Inc.; Paratech, Inc. e Weber Hidraulik. Estes sistemas de

suporte usam um sistema que consiste na tubulação interconectada de metal que se

assemelha a uma versão menor do que é usado durante incidentes de salvamento

em valas. Uma vez que as seções tubulares são conectadas, os suportes estão

apoiados de encontro ao veículo e a colocação de correias ajustável é tensionada no

lugar . Tem a vantagem de poder ser utilizado para estabilizar e elevar ao mesmo

tempo. É uma boa escolha para estabilização e elevação de veículos pesados, e

pode ser usado também para escoramento de estruturas colapsadas e escoramento

de valas.

Figura 34 (Sistema PoweShore™ da Holmatro)

Fonte: Rescue equipment Holmatro PoweShore™

Page 56: Estabilizaçao Veicular

57

Figura 35 (Sistema PoweShore™ da Holmatro)

Fonte: Rescue equipment Holmatro PoweShore™

9.2 ALMOFADAS PNEUMÁTICAS

As almofadas inserem-se na categoria de equipamentos pneumáticos e

dividem-se em dois grupos, de acordo com as suas características. Almofadas de

Alta e Baixa pressão.

9.2.1 Almofadas de Alta Pressão

a) Trabalham a uma pressão máxima de 8 bar;

b) Possuem uma altura mínima de 25 mm, podendo ser utilizadas em espaços

reduzidos e executar um levantamento de até 500 mm, dependendo do

modelo.

c) Podem elevar pesos de dezenas de toneladas, variando conforme sua

capacidade.

d) Quanto maior for o levantamento, menor será a força de elevação, devido a

deformação, que irá provocar uma diminuição da superfície de contato.

e) Não se deve sobrepor mais de duas almofadas, por razões de segurança.

Page 57: Estabilizaçao Veicular

58

Figura 36 (Almofadas de alta pressão).

Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e

Desencarceramento- Pg. 40.

9.2.2 Almofadas de Baixa Pressão

a) Trabalham a uma pressão máxima de 0,5 bar.

b) Podem levantar cargas de até 16 ton. A uma altura de 620 mm, utilizando

toda a superfície, sendo variável a capacidade e altura conforme o modelo;

c) Não podem ser sobrepostas.

Figura 37 (Almofadas de baixa pressão).

Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e

Desencarceramento- Pg. 41.

Page 58: Estabilizaçao Veicular

59

Ao trabalhar com almofadas devem ser seguidas algumas regras, de forma a

garantir a segurança na sua utilização.

a) Nunca se deve correr o risco de efetuar um levantamento sem acompanhar a

elevação da carga com a estabilização progressiva. Para tanto devem ser

colocados calços, blocos de madeira ou polietileno debaixo da carga que se

vai levantar, pois se houver um deslocamento da carga ou uma ruptura da

almofada, os calços suportarão a carga.

b) Nunca colocar calços ou blocos no topo da almofada, pois existe o perigo de

projeção dos calços ou blocos no momento do enchimento.

c) Para um melhor e mais seguro levantamento, é necessário garantir que a

almofada está totalmente colocada debaixo da carga.

Page 59: Estabilizaçao Veicular

60

10 PROCEDIMENTOS PARA ESTABILIZAÇÃO VEICULAR

O material de estabilização disponível deve ser utilizado de acordo com a

situação, respeitando os pontos mínimos de estabilização. Os procedimentos

demonstrados neste tópico são um apanhado de doutrinas utilizadas em vários

países já a algum tempo e é um guia básico para estabilização. Nos atendimentos

operacionais poderão ocorrer novas e diferentes situações tendo que por fim usar da

criatividade para poder fazer frente aquela ocorrência. Lembrando que o objetivo

destas técnicas é deixar o veículo imóvel a fim de evitar lesões na vítima e na equipe

de resgate.

10.1 VEÍCULOS EM POSIÇÃO NORMAL

Figura 38 (Estabilização em 4 pontos)

Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre

coletânea de manuais técnicos de bombeiros de São Paulo.(Pag. 172)

10.1.1 Sistema com três pontos

Este sistema indica que quando há três pontos de apoio todos são

eficientes.

Page 60: Estabilizaçao Veicular

61

10.1.2 Vantagens do sistema com três pontos.

a) Permite estabilizar o veiculo com apenas 3 Stepchock’s (Calço tipo Escada).

b) Necessita de poucas pessoas na estabilização;

c) Alta eficiência.

10.1.3 Desvantagens do sistema com três pontos.

a) É necessário esvaziar os pneus para que o veículo assente nos calços, este

procedimento leva muito tempo.

Figura 39 (Sistema com 3 Apoios)

Fonte: (RAVM) Pag: 51

10.2 PROCEDIMENTO PARA VEÍCULOS DE MAIOR ALTURA

Deve ser utilizado uma pilha de calços e diretamente sobre a pilha colocado

o Stepchock (Calço tipo Escada).

Figura 40

Fonte: (RAVM) Pag: 51

Page 61: Estabilizaçao Veicular

62

10.3 SISTEMA 3 PONTOS COM BLOCOS DE ESTABILIZAÇÃO

Figura 41

Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre

coletânea de manuais técnicos de bombeiros de

São Paulo.(Pag. 172)

10.4 VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE

Devem ser colocados no mínimo 4 pontos de apoio, mas o ideal é que se

faça a estabilização com 6 pontos de apoio dos quais 2 com Braços estabilizadores.

Figura 42

Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e

Desencarceramento- Pg. 65.

Page 62: Estabilizaçao Veicular

63

Figura 43

Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre

coletânea de manuais técnicos de bombeiros de São Paulo.(Pag. 173)

Figura 44

Fonte: (RAVM) Pag: 54

Page 63: Estabilizaçao Veicular

64

10.5 VEÍCULO CAPOTADO

Figura 45

Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre

coletânea de manuais técnicos de bombeiros de São Paulo.(Pag. 173).

Page 64: Estabilizaçao Veicular

65

11 METODOLOGIA

Durante a busca por informações verificou-se que seria necessário

estabelecer um método de coleta e padronizá-lo, assim todas as informações seriam

as mesmas tanto para analisar a situação atual e conhecer melhor a realidade da

guarnição e seus conhecimentos na doutrina de estabilização veicular para isso foi

realizado as seguintes pesquisas:

a) Pesquisa no período de 04 e 05 de agosto de 2010, com duas

guarnições.

b) Análise em loco com imagens dos materiais de estabilização veicular

disponíveis no ABTR.

Tais pesquisas exploratórias fornecem subsidio para possíveis tomadas de

decisão dentro da realidade apresentada nos resultados da pesquisa.

11.1 QUESTIONÁRIO

No questionário, a informação coletada pelo estudioso limita-se tão-somente

as respostas escritas e preenchidas pelo próprio pesquisado. Trata-se de um

instrumento de pesquisa muito popular, utilizado para diversos fins. (Fachin, Odília,

2003).

Questionário é “um modelo ou documento em que há uma série de

questões, cujas respostas devem ser preenchidas pessoalmente pelos informantes”.

Mas também pode ser conceituado como uma série de perguntas organizadas com

o fim de se levantar dados para uma pesquisa, com respostas fornecidas pelos

informantes, sem assistência direta ou orientação do investigador.

O questionário consiste num elenco de questões que são apreciadas e

submetidas a certo número de pessoas com o intuito de se obter respostas para a

coleta de informações. E, para que a coleta de informações seja significativa, é

importante verificar como, quando e onde as obter. Há varias formas de coletar

Page 65: Estabilizaçao Veicular

66

informações por meio de um questionário. As mais utilizáveis são pessoalmente, via

postal, por malote, telefone, via portador, etc. (Theodorson e Theodorson, 2003)

11.1.1 Vantagens e Desvantagens do Questionário

O questionário é visto como uma vantagem por ser instrumento de coleta de

informações relativamente acessível, se comparado aos demais. Pode ser

encaminhado pelo correio ou por malote, conforme a programação da pesquisa, e

seus gastos são consideravelmente menores que os dos demais instrumentos.

O fato de ser preenchido pelo próprio pesquisado, sem a presença do

pesquisador, garante o anonimato muitas vezes necessário. O anonimato contribui

para que o pesquisado se sinta mais seguro e, conseqüentemente, favorece

respostas mais verdadeiras.

Nos questionários, as instruções aparecem, geralmente, por escrito,

obedecendo a parâmetros metodológicos, o que significa que essas instruções são

apresentadas de forma igual para toda a população pesquisada. Isso contribui para

o aumento da previsão, que é sensível a orientações diversas. Outro aspecto

vantajoso é que o pesquisado tem mais tempo para responder as perguntas, em

comparação com outros tipos de instrumentos que exigem a presença do

pesquisador.

Page 66: Estabilizaçao Veicular

67

11.1.2 Resultado Pesquisa com a Guarnição do Quartel Central

1- Tempo de Serviço no Corpo de Bombeiros

Gráfico 3

Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).

2- Já atendeu a ocorrência com vítima acidentada em Veículo?

Ocorrência No. cit. Freq.

Sim 8 100%

Não 0 0,00%

TOTAL OBS. 8 100%

Quadro: 2 Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010)

3- Você sabe o que é material de estabilização veicular?

Ocorrência No. cit. Freq.

Sim 8 100%

Não 0 0,00%

TOTAL OBS. 8 100%

Quadro: 3 Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010)

Page 67: Estabilizaçao Veicular

68

4- Qual procedimento adotado no momento do resgate da vítima?

Procedimento Resgate No. cit. Freq.

Estabilização Veicular

6

80%

Imobilização da Vitima 2 20%

Total OBS. 8 100%

Quadro: 4 Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010)

Gráfico 4

Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).

Page 68: Estabilizaçao Veicular

69

5- Que material é utilizado para fazer estabilização do veículo.

Material de Estabilização Utilizado No. cit. Freq.

Calços de Madeira

3

37,5%

Não Estabiliza 1 12,5%

Materiais Apropriados 1 12,5%

Improviso 3 37,5%

Total OBS. 8 100% Gráfico 4

Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).

Gráfico 5

Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).

Page 69: Estabilizaçao Veicular

70

6- Existem materiais de Estabilização nas Viaturas?

Material de Estabilização Disponível

No. cit. Freq.

Sim

7

90%

Não 1 10%

Total OBS. 8 100%

Gráfico 4

Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).

Gráfico 6

Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).

Page 70: Estabilizaçao Veicular

71

7- Consegue se imobilizar um veículo com os materiais existente na viatura?

Imobilizar o veículo No. cit. Freq.

Calços de Madeira

7

90%

Não se estabiliza o veículo acidentado

1

10%

Total OBS. 8 100% Gráfico 4

Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).

Gráfico 7

Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).

Page 71: Estabilizaçao Veicular

72

12 CONCLUSÃO

Através de todo o trabalho desempenhado, houve conclusões significativas

da importância do processo de estabilização veicular e suas funcionalidades na

proteção e segurança nas operações. De acordo com as situações observadas

através de pesquisa de campo e imagens retirada da viatura ABTR notou-se a

pouca disponibilidade de equipamentos para se executar a operação de

estabilização de veículo com total segurança para a equipe de socorro e da vitima.

Tendo em vista que nenhum acidente é igual ao outro, sugere-se então

identificar os mais variados materiais disponíveis para estabilização como também

treinamento constante para guarnição que conforme pesquisa e abordagem de

algumas equipes de socorro, informou-se não se estabilizar os veículos acidentados

no momento do socorro. Este treinamento visa formar na mente da equipe quanto à

importância de se estabilizar um veiculo antes de qualquer procedimento de socorro

prevenindo e assegurando suas vidas e das vitimas já em situação complicada.

Page 72: Estabilizaçao Veicular

73

REFERÊNCIAS MOORE, Ronald E. Vehicle Rescue and Extrication. 2. ed. USA: Mosby Jems, 2003. FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. 4 ed. Ed. Saraiva, 2003. OLIVEIRA, Elísio Lázaro de. Salvamento e Desencarceramento. vol. XX, Escola Nacional de Bombeiros de Portugal. Sintra, 2005. CORPO DE BOMBEIROS DE SÃO PAULO. Manual de Salvamento Terrestre, Coletânea de Manuais Técnicos de Bombeiro nº 3. 2. Ed. vol. 1, 2006. CORPO DE VOLUNTÁRIOS DEL PARAGUAY. Manual de Resgate em Accidentes de Vehículos Motorizados (RAVM), 3. Ed.: Paraguay 2008. POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ CORPO DE BOMBEIROS. Sistema Digital De Dados Operacionais. VRS. 3.8, 2007. ONDE FICA O AR DO AIRBAG. Disponível em http://super.abril.com.br/superarquivo/2006/conteudo_463358.shtml> Acesso em: 28/07/2010. AIR BAG" - TECNOLOGIA EM DESENVOLVIMENTO PARA SUA PROTEÇÃO. Disponível em <http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htm> Acesso em: 28/07/2010. HISTÓRICO DOS BOMBEIOS NO MUNDO. Disponível em: http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=21732;wap2> Acesso em: 28/07/2010. HISTÓRICO DOS BOMBEIROS NO BRASIL. Disponível em: < http://www.brigadamilitar.rs.gov.br/bombeiros/hist-bra.html> Acesso em 28/07/2010. HISTÓRICO DOS BOMBEIROS NO PARANÁ. Disponível:<http://www.bombeiroscascavel.com.br/modules/mastop_publish/?tac=Bombeiros_do_Paran%E1> Acesso em 28/07/2010.