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i UniSEB COC TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ESTUDO DE CASO SOBRE A GESTÃO ESTRATÉGICA DO DESEMPENHO NA REDE LOGÍSTICA DE PRODUTOS BENEFICIADOS POR TERCEIROS DE UMA EMPRESA DO SETOR MÉDICO-ODONTOLÓGICO. Vinícius Luque Orientador Prof. Ms. Giancarlo Pessoa de Jesus RIBEIRÃO PRETO 2011

Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

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UniSEB COC

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ESTUDO DE CASO SOBRE A GESTÃO ESTRATÉGICA DO DESEMPENHO

NA REDE LOGÍSTICA DE PRODUTOS BENEFICIADOS POR TERCEIROS DE

UMA EMPRESA DO SETOR MÉDICO-ODONTOLÓGICO.

Vinícius Luque

Orientador Prof. Ms. Giancarlo Pessoa de Jesus

RIBEIRÃO PRETO

2011

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VINÍCIUS LUQUE

ESTUDO DE CASO SOBRE A GESTÃO ESTRATÉGICA DO DESEMPENHO

NA REDE LOGÍSTICA DE PRODUTOS BENEFICIADOS POR TERCEIROS DE

UMA EMPRESA DO SETOR MÉDICO-ODONTOLÓGICO.

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao UniSEB COC de Ribeirão

Preto, como parte dos requisitos para obtenção

do grau de Bacharel em Engenharia de

Produção.

Orientador: Prof. Ms. Giancarlo Pessoa de Jesus

RIBEIRÃO PRETO

2011

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Aluno: Vinícius Luque

Código: 5671

Curso: Engenharia de Produção

Semestre/Ano: 10º/2011

Tema: Estudo de Caso sobre a Gestão Estratégica do Desempenho na Rede Logística

de Produtos Beneficiados por Terceiros de uma Empresa do Setor Médico-Odontológico.

Objetivos pretendidos: O objetivo deste trabalho é a demonstração de como o uso de

indicadores de desempenho podem contribuir para o relacionamento entre a empresa estudada

e seus fornecedores de serviços de beneficiamento de peças, aumentando a integração entre

estas empresas.

_____/_____/________ __________________________________

Giancarlo P. de Jesus

Prof. Orientador

_____/_____/________ __________________________________

Vinícius Luque

Aluno

_____/_____/________ __________________________________

Prof. Alexandre de Castro Moura Duarte

Coordenador do Curso

_____/_____/________ __________________________________

Prof. Reginaldo Arthus

Vice-Reitor

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO

Tema do trabalho: Estudo de Caso sobre a Gestão Estratégica do Desempenho na

Rede Logística de Produtos Beneficiados por Terceiros de uma Empresa do Setor Médico-

Odontológico.

Data da apresentação: _____/_____/________

Horário: ____________

Local: _________________________________

Comissão Julgadora:

1) Professor Orientador: ________________________________________________

2) Professor da Área: ___________________________________________________

3) Professor Convidado: ________________________________________________

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Fatores de Avaliação Pontuação (0.0 a 2.0)

1. Atualidade e relevância do tema proposto.

2. Linguagem técnica utilizada em relação ao tema e

aos objetivos, e competência lingüística.

3. Aspectos metodológicos e formais da editoração do

trabalho escrito - seqüência lógica e coerência

interna.

4. Revisão Bibliográfica realizada em relação ao tema

pesquisado.

5. Apresentação oral – segurança e coerência em

relação ao trabalho escrito.

Média: ____________ (_________________________________________________)

Assinaturas dos membros da Comissão Julgadora:

1) _____/_____/________ ______________________________________________

2) _____/_____/________ ______________________________________________

3) _____/_____/________ ______________________________________________

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viii

À minha mãe Tânia e à minha namorada Suelen,

Pela enorme dedicação e apoio em todos os momentos.

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ix

AGRADECIMENTOS

Agradeço fundamentalmente à Deus, que me iluminou e me deu forças nos momentos

mais difíceis enfrentados ao longo da vida.

À minha namorada e futura esposa Suelen, que esteve ao meu lado em todos os

momentos difíceis, com compreensão, amor e carinho.

À minha família, em especial para minha mãe Tânia, e aos meus avós paternos Dário e

Maria, que sempre me incentivaram no caminho dos estudos e participaram ativamente da

minha formação como pessoa e carácter.

A todos os professores do UniSEB COC, que contribuíram com o aprendizado

necessário para minha formação acadêmica e profissional. Especialmente ao Coordenador

Prof. Ms. Alexandre de Moura Duarte, que foi um pai para todos ao longo do curso, pois

sempre nos tratou como filhos.

Ao meu orientador, Prof. Ms. Giancarlo P. de Jesus, que me ajudou a buscar a

completude das informações desenvolvidas nesse trabalho.

A todos os alunos e companheiros de classe pelas trocas de experiências e convivência

saudável durante todo o curso.

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x

“Nossos sonhos são a força motriz da vida,

É aquilo que nos faz degustar do sentido real de viver.

Só não se permite sonhar aquele indivíduo que não possui objetivo,

E se contenta com o que lhe é destinado”.

Autor Desconhecido

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LUQUE, Vinícius. Estudo de Caso Sobre a Gestão Estratégica do Desempenho na Rede

Logística de Produtos Beneficiados por Terceiros de uma Empresa do Setor Médico-

Odontológico. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. (Engenharia de Produção). UniSEB

COC. Ribeirão Preto.

RESUMO

Este trabalho busca estudar o comportamento de uma empresa do setor de EMHO

(Empresas Médico-Hospitalares e Odontológicas) no âmbito da gestão do desempenho

organizacional, com relação ao fluxo e disponibilidade da informação, detalhando os aspectos

principais de uma estrutura resistente a dinamizar suas operações tanto para o ambiente

interno como em relação aos clientes e fornecedores. Sabe-se que, diante da extrema

concorrência de mercado nos dias de hoje fica difícil pensarmos em integração,

principalmente devido a não separação do que é benéfico com os limites da ética e dos

objetivos e estratégias organizacionais, que individualizam uma organização podendo ser a

razão pelo sucesso ou insucesso.

Mas, como será que podemos pensar em objetivos comuns e buscar integrá-los a fim

de gerar ganhos mútuos, e quais os impactos para as organizações? O que deve ser mudado

para a indústria ultrapassar as barreiras provenientes da sua própria individualidade? Como o

dinamismo nas decisões de curto prazo pode afetar significativamente os objetivos de longo

prazo?

Essas e outras questões apresentam muitas dúvidas e resistências por parte da maioria

das empresas, no entanto, é de fundamental importância pensar em estabelecer competências

e compartilhar riscos, de forma que a empresa mantenha seu foco e saiba operar suas

atividades para que seus objetivos sejam concretizados. Existem situações comuns onde as

empresas optam por verticalizarem sua cadeia de abastecimento com aquisições de outros

seguimentos de mercado a fim de estabelecer uma vantagem competitiva, redução de custos,

disponibilidade, capacidade, entre outros fatores que fortaleçam seus objetivos principais.

Porém essa estratégia exige grandes investimentos, além da necessidade de conhecimentos

específicos do novo negócio como mercados, fornecedores, clientes, legislação fiscal,

ambiental e tributária, situações essas que podem colocar em risco toda a operação. A

proposição desse trabalho é a busca da eficiência com a restrição de capital, buscando

Page 12: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

xii

oportunidades no compartilhamento e na administração das cadeias de suprimento para

adquirir maior aumento de valor e competitividade.

Os indicadores de desempenho se mostram uma medida eficaz de controle e

aprendizado organizacional, onde é possível medir as atividades e operações. Sabendo que

todas as organizações possuem unidades de negócio que deve manter individualmente ou

como um todo, a expectativa global da organização. Fica fácil compreender o quanto é útil

acompanhar o desenvolvimento de aspectos-chave para garantir o atingimento de metas e agir

o mais rápido possível nas dissonâncias que possam ocorrer, como uma parada de linha

devido ao atraso na entrega do fornecedor, a quebra de uma máquina, ao afastamento de um

ou mais funcionários, a insatisfação do cliente por ter recebido um pedido incompleto, além

de outros.

O estudo pauta-se na análise crítica da sistemática de compra adotada pela empresa e

da inadaptabilidade do sistema de gestão integrado, que não suporta plenamente as operações

e a realidade organizacional. As operações de terceirização carecem de indicadores logísticos

de desempenho dos fornecedores e dos transportes, exigindo a necessidade de se manter altos

volumes de estoques em vários níveis, e, por consequência, impactando nos custos direta e

indiretamente gerados.

Palavras-chave: produção compartilhada, modelos de desempenho organizacional, gestão do

desempenho, integração na cadeia de suprimento, sistemas integrado de TI.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1

1.1. Contextualização do tema .................................................................................... 1

1.2. Problema de pesquisa .......................................................................................... 2

1.3 Objetivos da pesquisa ........................................................................................... 2

1.4. Justificativa da pesquisa ...................................................................................... 2

1.5. O setor médico-odontológico no Brasil e no mundo ........................................... 3

1.6. Processos industriais de beneficiamento superficial ............................................ 5

2. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ........................................ 6

2.1. O que é cadeia de suprimento? ............................................................................ 6

2.2. O que é gestão da cadeia de suprimento? ............................................................ 6

2.3. Logística: conceito e contexto ............................................................................. 9

2.4. O surgimento das redes de operações ................................................................ 10

2.5. Definindo estratégias de operação e interações na rede logística ...................... 12

2.6. Integração e coordenação na cadeia de suprimento ........................................... 15

2.7. Definição do serviço ao cliente .......................................................................... 17

2.8. Medição de desempenho na cadeia de suprimento ............................................ 19

2.8.1. Evolução histórica e contextualização ........................................................ 20

2.8.2. A importância estratégico-operacional ....................................................... 21

2.8.3. Os principais modelos de medição do desempenho organizacional ........... 22

2.9. A importância da informação ............................................................................ 25

2.10. Estudo de caso ................................................................................................. 29

3. MÉTODOS DE PESQUISA ..................................................................................... 45

4. CONCLUSÕES DA PESQUISA ............................................................................. 46

5. PERSPECTIVAS PARA PESQUISAS FUTURAS ............................................... 47

6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 48

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LISTA DE EXPRESSÕES E SIGLAS

ABC: Metodologia para custeio

ABIMO: Associação Brasileira da Indústria Médico-Odontológica

ABNT ISO: Norma ISO traduzida pela ABNT

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas

AC: Análise Crítica / Ação Corretiva

ACT: Acerto Contábil de Estoques

AP: Ação Preventiva

APL: Arranjo Produtivo Local

APL: Arranjos Produtivos Locais

ATO: Característica Tipológica de Produção

Benchmarking: Comparação

BSC: Balanced Scorecard

Bullwhip Effect: Efeito Chicote

CNC: Controle Numérico Computadorizado

Core Competence: Competência principal

Cross-Docking: Processo de Distribuição Logística

DAT: Departamento de Assistência Técnica

EI (s): Empresa Internacional

EMHO: Empresas Médico-Hospitalares e Odontológicas

E-Procurement: Aquisição por meio do computador

ERP: Enterprise Resource Planning (Sistema de Informação Integrado)

Estandarização: Pretende Designar produção Massificada

EUA: Estados Unidos da América

Feed-Back: Retorno da Informação

GTP-APL: Grupo de Trabalho Permanente para o Arranjo Produtivo Local

Insight: Capacidade de Observação

ISO: International Standarization Organization

Just-in-time: Filosofia do Sistema Toyota de Produção

KANBAN: Sistema de reposição continua proveniente do Sistema de Produção

japonês

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Know How: Conhecimento

Lead Time: Tempo entre o início e o término de processos

Lean Production: Produção Enxuta

Market-Share: Participação de mercado

MDIC: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

MICROSIGA: Software de Gestão

Modularização: Designa Produtos Intercambiáveis

MQ: Manual da Qualidade

MQ: Manual da Qualidade

MRP: Cálculo de Necessidades

MRP: Manufacturing Resource Planning

MTO: Característica Tipológica de Produção

MTS: Característica Tipológica de Produção

NS: Nível de Serviço

OC: Ordem de Compra

OP: Ordem de Produção

OPTIM: Modelo de Desempenho

P&D: Pesquisa e Desenvolvimento

PDCA: Plan, Do, Check, Act

PIB: Produto Interno Bruto

PRO (s): Procedimentos do Manual da Qualidade

Procurement: Aquisição

RNC (s): Relatório de Não Conformidade

ROI: Retorno Sobre Investimento

SAC: Solicitação de Análise Corretiva

SAP: Software de Gestão

SAP: Solicitação de Análise Preventiva

Scientific Management: Administração Científica

SCM: Supply Chain Management

SGQ: Sistema de Gestão da Qualidade

SKU (s): Stock keeping unit

SMART: Modelo Performance Pyramid

SMD: Sistema de Medição do Desempenho

SWOT: Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats

Page 16: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

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TI: Tecnologia da Informação

Top-Down: Significa “de cima para baixo”

Trade-Off (s): Define uma situação com conflito de escolha

Page 17: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - O faturamento das 10 maiores empresas do mundo no setor de EMHO ....... 3

Tabela 2 - Faturamento do setor médico-odontológico em 2009 ................................... 5

Tabela 3 - Processos de Tratamento Superficial ............................................................. 5

Tabela 4 – Descrição de Indicadores ............................................................................ 47

Page 18: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Objetivos de desempenho .............................................................................. 7

Figura 2 - Matriz importância x desempenho ................................................................. 8

Figura 3 - A gangorra de Slack ....................................................................................... 9

Figura 4 - Modelo de Hau-Lee ...................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 5 - Modelo de Kraljic ........................................................................................ 13

Figura 6 - Estratégia x Capacidade das Operações ....................................................... 14

Figura 7 - Matriz Estratégico-Organizacional .............................................................. 16

Figura 8 - Modelo Causal do Desempenho .................................................................. 19

Figura 9 - Sistema Cíclico de Feedback e Desdobramento .......................................... 22

Figura 10 - Representação do Modelo OPTIM ............................................................ 23

Figura 11 - Análise SWOT para as Perspectivas do BSC ............................................ 24

Figura 12 - O Modelo BSC ........................................................................................... 24

Figura 13 - Representação do Modelo SMART ............ Erro! Indicador não definido.

Figura 14 - Fluxos na Cadeia de Suprimento ............................................................... 26

Figura 15 - Pirâmide da Qualidade ................................ Erro! Indicador não definido.

Figura 16 - Fluxograma de Análise Crítica .................................................................. 33

Figura 17 - Requerimento de Melhoria de Processos ................................................... 34

Figura 18 - Modelo SMART: Eficácia Externa ............................................................ 36

Figura 19 - Modelo SMART: Eficiência Interna .......................................................... 37

Figura 20 - Política de Compra para Serviços de Beneficiamento ............................... 41

Figura 21 - Indicadores de Desempenho Propostos ..................................................... 42

Figura 22 – Tempo Médio em Atraso ........................................................................... 43

Figura 23 – Atraso Médio por Volume ......................................................................... 44

Figura 24 – Atraso Médio por Ítem .............................................................................. 44

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tecnologias de TI e suas Aplicações ......................................................... 27

Page 20: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização do tema

A partir da década dos anos 90 passou a ficar claro que decisões de comprar ou fazer

deveria ir além da mensuração dos custos envolvidos para a análise estratégica do “core

competence”, de forma a centralizar esforço ao diferencial competitivo rumo à busca da

satisfação de clientes, diferenciação da concorrência e conquista de mercados (CORRÊA, H.

L; CORRÊA, C. A., 2008). Em relação à segmentação de mercado ocorrida nos dias de hoje,

Ballou (2001, p. 27) afirma que: “... fornecedores estão progressivamente oferecendo

produtos que atendam a necessidades de clientes individuais”.

A globalização das economias mundiais acirrou ainda mais a disputa por preços em

todos os elos da rede de suprimentos global, posicionando o cliente como o principal detentor

do poder de barganha. Segundo Kaplan e Norton (1992), depois de satisfeitas as necessidades

básicas de vestuário, moradia, alimentação e transporte, os consumidores procuram soluções

mais individualizadas para as suas necessidades, com isso houve um acompanhamento pelas

empresas no aumento do portfólio de produtos e serviços ofertados.

A respeito da atitude dos consumidores nos dias de hoje, Bowersox, Closs e Cooper

(2006, p.21) deixam claro que:

Os desejos dos consumidores mudaram da aceitação passiva para o envolvimento

ativo no projeto e na entrega de produtos e serviços específicos. A capacidade de

transporte e o desempenho operacional têm se tornado cada vez mais econômicos e

confiáveis, já que o transporte de hoje conta com o apoio de uma tecnologia

sofisticada que facilita entregas previsíveis e precisas.

Em nosso país o Custo-Brasil é determinante no desempenho da economia, o

crescimento do PIB não é acompanhado de investimentos logísticos estruturais para reduzir a

chamada inflação de custos. Diante disso é essencial pensar em decisões de curto prazo

concordantes com os objetivos estratégicos em longo prazo de forma a minimizar os custos

totais e aumentar o valor para o cliente.

As decisões operacionais na cadeia de suprimentos devem ser norteadas por índices de

desempenho para garantir a eficiência necessária em atender à satisfação dos clientes, a

qualidade dos produtos e serviços, assim como a motivação dos empregados (KAPLAN;

NORTON, 1992).

De acordo com CORRÊA e CORRÊA (2008), é extremamente necessária a precisão

na gestão de operações quando se define objetivos a seguir, pois existem “trade-offs” com os

Page 21: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

2

quais devemos saber lidar e renunciar níveis de desempenho superiores em alguns critérios

para favorecer outros. Portanto, muitas vezes uma decisão financeiramente correta não

contribui para a minimização de custos globais na “Supply Chain”, dificultando a integração

dos canais que representam oportunidades diferenciais.

Segundo Bowersox et al. (2006), uma das principais barreiras impostas à

implementação de operações responsivas é a necessidade de estabelecer relacionamentos

colaborativos, pois, em sua maioria, os executivos não são treinados e/ou não tem experiência

no desenvolvimento de arranjos para troca mútua de benefícios e riscos. Por isso, torna-se

cada vez mais necessário uma estrutura de comunicação entre os membros da cadeia de

suprimentos integrada a fim de fortalecer o elo de intersecção e atingir um nível superior de

competitividade.

Neste trabalho trataremos como beneficiamento de materiais, a terceirização de etapas

da produção referente à tratamentos superficiais como pintura, zincagem, anodização,

cromeamento, niquelação, silkagem, tratamento térmico e pintura. A definição sobre as

especificações de materiais são definidos nas etapas de engenharia e concepção do produto,

onde se verifica fatores como durabilidade, resistência, ciclo de vida, entre outros aspectos.

Posteriormente iremos definir detalhadamente cada um desses processos.

1.2. Problema de pesquisa

Como os indicadores de desempenho logísticos podem auxiliar no relacionamento

com os fornecedores imediatos em uma empresa do setor médico-odontológico?

1.3 Objetivos da pesquisa

O objetivo deste trabalho é investigar como o uso de indicadores de desempenho pode

contribuir para o relacionamento entre a empresa estudada e seus fornecedores de serviços de

beneficiamento de peças, aumentando a integração entre estas empresas.

1.4. Justificativa da pesquisa

Atualmente no Brasil observa-se a prática de estratégias individualistas por parte de

pequenas e médias empresas no âmbito da larga utilização de índices financeiros como única

fonte de análise decisória. Segundo Novaes (2001), a concentração em esforços puramente

financeiros por parte das empresas nacionais é fruto de longos anos de inflação elevada e

dificuldades financeiras que fazem os executivos de maior capacitação e criatividade

Page 22: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

3

passarem parte expressiva do seu tempo em malabarismos financeiros tentando manter suas

empresas à tona. Isso explica a “departamentalização” encontrada nas pequenas e médias

organizações, nas quais são tomadas decisões individualizadas sem sequer saber o impacto

interno e/ou externo, visto que, nesses casos o desempenho é medido isoladamente.

Este trabalho pauta-se na busca da conciliação das diretrizes estratégicas com as

operações por meio do estudo de métodos para a gestão do desempenho no relacionamento

interfuncional e interempresarial, relacionando-se à cadeia de suprimentos integrada.

1.5. O setor médico-odontológico no Brasil e no mundo

As empresas desse setor seguem duas lógicas de atuação distintas, uma delas são as

empresas que competem por sofisticação e possuem tecnologia de ponta; a outra é verificada

pelas empresas menores que se especializam em um portfólio específico de produtos.

A liderança global nesse segmento é dos EUA com mais de 40% da participação no

mercado mundial. Isso se deve à hegemonia econômica desse país e pelo aspecto de conseguir

exportar a cultura médica a outros países através do desenvolvimento constante de novas

tecnologias. Além disso, as 10 maiores empresas do setor de EMHO (Empresas Médico-

Hospitalares e Odontológicas) somam U$S 130 bilhões em receita, o que corresponde a mais

de 64% da participação do mercado mundial (Projeto Programa de Desenvolvimento do

Arranjo Produtivo Local Médico, Hospitalar e Odontológico do Município de Ribeirão Preto

e Região, 2008). Segue abaixo o demonstrativo gráfico deste faturamento entre as 10 maiores,

para os anos de 2007 e 2008:

Tabela 1 - O faturamento das 10 maiores empresas do mundo no setor de EMHO

Page 23: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

4

FONTE: Adaptado de Projeto Programa de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local Médico,

Hospitalar e Odontológico do Município de Ribeirão Preto e Região (2008).

Nos Estados Unidos, segundo pesquisas realizadas quanto ao nível médio de salários

anuais, dentre as “20 mais” profissões, nove delas são do setor de saúde sendo que o dentista é

o 11º profissional melhor remunerado (O GLOBO, 2010). Segundo Pieroni, Reis e Souza

(2010), os EUA obtêm a maior fatia de marcado devido ao grande investimento em P&D e à

complementariedade tecnológica existente, que possibilita a formação de grandes

conglomerados com empresas atuantes em praticamente todos os seguimentos do setor

médico.

Quanto à relação de competitividade entre países é difícil mencionar exatamente, pois

não existe um fluxo direcionado de importações e exportações devido à especialização

setorial, onde ocorre uma segmentação de mercado bastante ampla por parte das

organizações.

Atualmente, o Brasil é referência em áreas médicas como cirurgias plásticas, ortopedia

e tratamentos odontológicos. O turismo médico movimenta cerca de US$ 60 bi ao ano, e no

período de 2007 a 2009, cerca de 180 mil pessoas vieram em nosso país para realizarem

tratamentos e cirurgias, principalmente de regiões da África e América Latina. Com isso,

hospitais brasileiros estão tentando cada vez mais conseguirem maiores participações nesse

mercado. Porém existe a barreira significante da falta de estrutura, que restringe um

crescimento ainda maior deste setor (G1, 2010).

A indústria brasileira de EMHO teve início nas décadas de 50 e 60 com as políticas de

substituição de importações, sendo que em 1969 com as medidas protecionistas da lei do

similar nacional, houve uma base de apoio para o desenvolvimento do setor como um todo.

Porém, na década de 90 com a liberação de importação dos similares nacionais através da

redução de taxas, iniciou-se a busca pela produtividade e a especialização do setor diante da

forte concorrência mundial que se tornara presente com diferenciais suficientes para inibir

certos seguimentos do mercado nacional (PIERONI; REIS; SOUZA, 2010).

Segue abaixo representado o faturamento do setor odontológico, pelo qual podemos

concluir que a dependência de importações ainda é uma realidade nacional, apesar das altas

taxas de crescimento do setor observadas ao longo dos últimos anos. Conforme estudos

realizados pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), do déficit total

do setor de saúde, cerca de 78% correspondem às empresas do EMHO (Projeto Programa de

Page 24: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

5

Desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local Médico, Hospitalar e Odontológico do

Município de Ribeirão Preto e Região, 2008).

Faturamento do setor (2009)

Faturamento R$ 7.704.031.000

Exportações (FOB): US$541.109.863

Importações (FOB): US$2.772.865.409

Números de empregos diretos e indiretos 103.840

Tabela 2 - Faturamento do setor médico-odontológico em 2009

FONTE: Adaptado de Abimo (2009)

A empresa estudada exporta sua produção para mais de 135 países e possui o maior

número de certificados dentre as empresas do mercado odontológico brasileiro, para atender

as necessidades e exigências dos clientes. Além disso, segundo fontes da ABIMO, no ano de

2004 a empresa representou 30% das exportações nacionais do setor, já em 2008 a mesma foi

responsável por um terço das exportações brasileiras que somaram US$ 82 milhões. Os

produtos comercializados são: consultórios odontológicos, peças de mão, articuladores,

mochos, bomba de vácuo, refletores e equipos modulares, amalgamadores, clareadores,

fotopolimerizadores, autoclaves para esterilização de materiais, além da mais nova linha de

podologia, entre outros.

1.6. Processos industriais de beneficiamento superficial

Devido ao foco de nosso estudo partir da relação com fornecedores imediatos de

terceirização de serviços de tratamento superficial, é fundamental descrevermos os processos

aos quais nos referimos para o leitor se familiarizar e entender de forma abrangente os

resultados finais e o objetivo proposto. Para tanto, segue na tabela abaixo a explanação sobre

cada processo:

Tabela 3 - Processos de Tratamento Superficial

Page 25: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

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2. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

2.1. O que é cadeia de suprimento?

Podemos definir a cadeia de suprimento como:

“... um conceito de fluxo expandido que compreende todos os processos logísticos:

contato com o fornecedor, internacionalização de insumos e matéria-prima, o

abastecimento das linhas de produção até a distribuição de bens para o mercado

consumidor, envolvendo transportes, análises de demanda, gestão de estoques e o

alinhamento desse processo com a estratégia da organização, o marketing, a gestão

de finanças, pessoas e demais áreas”. (FUNDAÇÃO DOM CABRAL, 2011).

2.2. O que é gestão da cadeia de suprimento?

Para entendermos o gerenciamento da cadeia de suprimentos é fundamental elucidar

o conceito de gestão em operações, que se ocupa da administração de recursos

escassos e da interação entre processos para a produção de serviços e bens.

(CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A., 2008).

As operações eram antigamente entendidas e vistas como reações às ocorrências e

solicitações das organizações. Essa afirmação explica uma situação bem comum em empresas

brasileiras: elas reagem ao invés de agir pro ativamente. Em linhas históricas, após a 2º

Grande Guerra Mundial e até o início dos anos 60, o mundo se viu dominado pelo poderio

econômico norte-americano que soube tirar vantagem competitiva devido à preservação do

seu território e situação de superioridade na relação com empréstimos concedidos aos países

europeus, com plano Marshal, no período pós-guerra. Esta situação trouxe também o

comodismo de empresas e gestores, contrapondo os desdobramentos e esforços da Europa e

Japão para retomada do poder de competitividade industrial (CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C.

A., 2008).

A crise do petróleo de 1973 alavancou enormemente a indústria automobilística

japonesa pela valorização de carros compactos e econômicos, que contribuiu para o ganho de

competitividade sem precedentes na indústria de veículos e demais setores da economia,

traduzido pela forma inovadora com que esses concorrentes se organizavam e realizavam sua

produção (CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A., 2008). Com a nova configuração de mercado

estabelecida, as empresas norte-americanas buscavam entender o porquê da perda

significativa do “market-share”, e, em paralelo, adquirir soluções viáveis para os problemas.

Nesse contexto, destacou-se o Prof. Wickam Skinner, que, conforme citado abaixo por

Corrêa e Corrêa (2008), enumerou alguns motivos principais para a perda da competitividade

americana na atividade industrial:

Page 26: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

7

O Capital investido em operações. Ele explica que pelo grande volume de capital

empregado na maioria das empresas, os resultados operacionais e financeiros podem

ser afetados substancialmente. Vale ressaltar a possibilidade de melhorias pequenas

que podem resultar em grandes ganhos para a organização;

Inércia decisória de recursos físicos em operações. É o tempo que se leva para a

implementação efetiva de decisões tomadas baseadas na visão de futuro;

Caráter da resistência à reversão para decisões de operação. Diz que uma decisão na

operação da empresa resulta em longos períodos de convivência com a nova realidade,

o que pode ou não ser viável em longo prazo;

Impacto de decisões estratégicas na competição. A opção estratégica adotada definirá

a capacidade de competir no futuro, pois, é ela quem dita o ritmo e os rumos da

atividade empresarial. Conforme citado por Bertaglia (2003, p.5), “deve existir um

alinhamento entre as decisões operacionais e aquelas que estrategicamente a

organização persegue a médio e longo prazo”.

É conveniente salientar a importância de esforços acadêmicos como o de Skinner na

contribuição do pensamento em gestão estratégica de operações, que trata da definição

estratégica e da gestão de aspectos cruciais para atribuir valor ao cliente.

“As saídas dos processos produtivos das operações são um composto de serviços e

bens físicos, que compõe o „pacote de valor‟ entregue ao cliente, no sentido de criar

nele uma percepção favorável de satisfação em relação às suas expectativas”.

(CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A., 2008, p.58).

Não faz sentido o gerenciamento de operações sem conhecer os principais aspectos de

avaliação pelos clientes. Isso explica a importância do conhecimento dos critérios de

desempenho genéricos, mostrados na figura abaixo:

Figura 1 - Objetivos de desempenho

FONTE: Adaptado de Slack (2006)

Page 27: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

8

A figura 1 mostra o desdobramento de fatores-chave envolvidos no pacote de valor ao

cliente, tornando-os mensuráveis e qualificadores do desempenho. Pois, faz-se necessário a

integração interna dos setores e externa com os fornecedores e clientes em torno da estratégia

corporativa “que determinará as estratégias a serem adotadas pelas áreas funcionais da

organização como marketing, vendas e operações” (BERTAGLIA, 2003. p.39).

Segundo Chopra (2003), a estratégia competitiva está inteiramente ligada às

necessidades do consumidor que ela deseja satisfazer por meio de seus produtos e serviços.

Com isso, fica claro que “quando uma operação não se mantém “focalizada” num conjunto

não conflitante de objetivos de desempenho, isso leva invariavelmente a níveis piores de

desempenho” (CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A., 2008, p. 62).

A matriz “Importância x Desempenho” é uma ferramenta fundamental no desenho

estratégico, pois define o que precisa ser priorizado e/ou explorado, além de definir

oportunidades e evidenciar o “benchmarking”. É utilizada uma escala de tipologia para os

critérios de desempenho como sendo: menos importantes, qualificadores e ganhadores de

pedido, definidos em relação ao grau da probabilidade de ganhar o pedido. Segue abaixo um

quadro demonstrativo:

Figura 2 - Matriz importância x desempenho

FONTE: Adaptado de Corrêa e Corrêa (2008)

Os “trade-offs” são os critérios de desempenho antagônicos onde o gestor deve optar

por um nível de desempenho e, em contrapartida, renunciar a outro (CORRÊA, H. L.;

CORRÊA, C. A., 2008). No entanto, os mesmos possuem caráter dinâmico visto que os

ambientes práticos não são constantes e possuem variações como a demanda por um produto

e/ou serviço e os critérios de valor ao cliente.

“[O gestor] Deve, sempre que perceber a existência de um trade-off, buscar

identificar o(s) pivô(s) e procurar formas de removê-lo(s) ou eleva-los, pois dessa

Page 28: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

9

forma poderá superar a concorrência simultaneamente em múltiplos critérios, sendo

isso fonte de maior e mais duradoura vantagem competitiva”. (CORRÊA, H. L.;

CORRÊA, C. A., 2008, p.68).

Com isso torna-se importante a ideia do gerenciamento de “trade-offs” como um

diferencial competitivo para lidar com situações onde se deve estabelecer um senso viável

entre dois ou mais critérios de desempenho organizacional em um ambiente realista sem abrir

mão do pensamento sistêmico da interferência das decisões com fornecedores e clientes, na

escala de tempo que vai do curto ao longo prazo.

Na representação abaixo se evidencia a analogia da “gangorra” de Slack (1993), onde

é evidenciado iniciativas para neutralizar os aspectos negativos quando da decisão

estrategicamente coerente que resulta em uma relação ganha-perde:

Figura 3 - A gangorra de Slack

FONTE: Adaptado de Slack et al. (2006) apud Corrêa e Corrêa (2008)

2.3. Logística: conceito e contexto

“A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de

rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e fornecedores, através do

planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e

armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos” (BALLOU, 2010, p.1).

Podemos inferir que a Logística se ocupa das diversas atividades possíveis que visam

atender clientes da melhor forma possível através do fluxo eficiente de materiais e

informação. Costa, Dias e Godinho (2010) deixa claro que a gênese da logística parte de

atividade de planejamento de operações militares desde a sociedade romana, da qual existem

registros de atividades específicas de abastecimento de exércitos deslocados. Somente a partir

Page 29: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

10

do século XX que houve uma adaptação dessas técnicas historicamente utilizadas e testadas,

para o desenvolvimento da logística empresarial.

Moura (2006) define logística como as conjunções de atividades internas e externas,

através da gestão de elementos individualizáveis, contribuem para o desempenho logístico.

Este, por sua vez, foca-se nos clientes internos e/ou externos para atribuir valores, de tempo e

lugar, custos, qualidade, rapidez, flexibilidade e inovação utilizando de diversas atividades e

recursos, juntamente com modelos de organização adequados.

Assim como a estratégia corporativa através dos objetivos (missão) e da visão

organizacional, Ballou (2001) diz que a estratégia logística é também fruto dos mesmos

processos de inovação e criação para estabelecer uma vantagem competitiva. Em uma visão

de rede de suprimento podemos também citar a definição do autor em relação aos objetivos da

estratégia logística, definidas por:

Redução de Custo: É a estratégia que define a minimização dos custos associados à

movimentação e estocagem. Pode-se verificar a escolha de localização e de cursos

alternativos, de forma a manter o nível de serviço e minimizar custos;

Redução de Capital: Estratégia voltada à redução do nível de investimento no sistema

logístico e a maximização dos retornos sobre o capital investido. O “just-in-time” e a

terceirização são exemplos dessa estratégia.

Melhorias no Serviço: Chamadas de estratégias de “ataque” são conhecidas assim por

terem um carácter proativo e formuladas para o enfrentamento da concorrência. O

aumento dos custos com níveis superiores de serviço são compensados pelo aumento

das vendas (diretamente proporcionais ao serviço oferecido).

2.4. O surgimento das redes de operações

A cadeia de suprimentos ou “Supply Chain” conhecida atualmente teve suas origens

com as chamadas redes de operações. Para entendermos a importância da gestão em

operações como diferencial na realidade atual, vale evidenciar alguns pontos do pensamento

histórico conforme descrito abaixo.

O pensamento em redes de operações ocorreu de forma substancial a partir do século

XX com a indústria de produção do aço. Destaca-se Frederick Taylor que em torno de 1901,

segundo Corrêa e Corrêa (2008), foi pioneiro a pensar na gestão como uma área do

conhecimento. Dessa forma, destaca-se sua contribuição ao desenvolver técnicas visando

sistematizar o estudo e análise do trabalho através do “Scientific Management”, o que viria a

Page 30: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

11

contribuiu fortemente com os estudos em tempos e métodos. Nesse contexto, as organizações

careciam de soluções que possibilitassem agir de forma mais eficiente e gerenciável, pois com

a realidade de produzir grandes volumes, fazia-se necessário pensar em meios de se fazer cada

vez mais com o menor número de recursos possíveis. Com o surgimento do setor

automobilístico, Henry Ford desenvolve a linha de montagem móvel, que, com base na

administração científica proposta por Taylor, acrescentou a ideia de padronização dos

produtos e a criação da linha móvel onde os produtos movimentavam-se enquanto as estações

de trabalho permaneciam paradas (CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A., 2008).

A partir dos anos 20, o mercado americano passou por várias mudanças substanciais

onde a demanda por produtos adaptáveis às necessidades e desejos específicos tornavam-se

realidade a partir do crescimento do poderio aquisitivo. Neste momento surge então a General

Motors com a estratégia de diversificação guiada pela segmentação de mercado de seus

produtos. No ano de 1929, com a quebra da bolsa de Nova York, a atividade industrial teve

um sério impacto devido à redução na demanda, porém, foi um fator decisivo na mudança de

atitude pelos fabricantes de produtos, pois:

“Como a demanda caiu no período de recessão, nem todos os fabricantes

conseguiriam vender sua produção total. Isso significa que o cliente ganha

importância no processo e aspectos como qualidade de produtos, design, variedade e

outros passam a ser mais valorizados pelas organizações.” (Corrêa e Corrêa, 2008,

pg. 34).

O conceito da produção em massa permaneceu desde meados dos anos 1901 até os

anos 40, quando o modelo foi substituído e readequado para o novo mercado que surgira, o

qual demandava mais variedade a preços competitivos.

“Isso fez com que, em certas situações, em fábricas dos anos 40 e 50, em menos de

5% do tempo que um produto permanecia numa unidade de operações houvesse de

fato valor agregado a ele. Ou seja, os custos referentes aos intervalos passaram a ser

muito relevantes e as oportunidades de aumento de eficiência eram muito mais

referentes ao relacionamento entre atividades, ou, em outras palavras, à rede de

atividades como um todo, que a possíveis ações referentes às tarefas em si (afinal,

por décadas, esforço houvera sido dedicado para aumentos de eficiências nas tarefas

em si”. (CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A., 2008, p.97).

No período pós-guerra, começa a difusão do modelo “Just-in-Time” pela Toyota.

Inicialmente criado pelo gerente de produção Tahiichi Ohno diante da necessidade de

eliminar desperdícios devido à situação de reconstrução de seu país após a 2º Grande Guerra.

Atualmente é comum encontrarmos modelos de gestão baseados nesta filosofia, como o

“Lean Production” e suas variáveis. Segundo (CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A., 2008), nos

anos 90, como muito já haviam sido realizadas no âmbito da melhoria de eficiências e

Page 31: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

12

redução de desperdícios, melhorias incrementais só poderiam ser obtidas com esforços

relativamente grandes. Surge então a necessidade de se pensar no escopo das redes de

empresas que se inter-relacionam, já que nenhuma atenção tinha sido dada nesse sentido e que

seria economicamente viável buscar níveis de desempenho superiores através das atividades

de interface, em relação aos investimentos internos. Nasce daí, a chamada SCM (Supply

Chain Management), que veremos com detalhes nos capítulos seguintes.

2.5. Definindo estratégias de operação e interações na rede logística

Conforme vimos anteriormente, não existe uma forma específica de se pensar em

logística, pois, além dos “trade-offs” iminentes dos processos de decisão sobre as atividades

organizacionais, cada empresa possui individualidades que as distinguem uma das outras.

Além disso, Slack et al (2006) salienta que o gerenciamento de operações e processos trata da

forma como a organização produz bens e serviços e impactam a estratégia do negócio na

perspectiva de custo, receita, investimento e capacidade devido esses fatores estarem

diretamente ligados a ela. Por isso, neste capítulo buscamos evidenciar os fatores estratégicos

de posicionamento na cadeia de suprimento, pelo qual a empresa busca seus objetivos.

Sinchi-Levi (2010) afirma que, a eficiência da produção e custos globais é o objetivo

da gestão da cadeia, com isso, para conseguir a redução de custos e melhorias no nível de

serviço é necessário considerar os vários níveis inseridos no escopo dessa interação. Por isso,

é necessária a tomada de decisão de forma conjugada sem distorcer os objetivos individuais, a

fim de preservar as estratégias da organização visando a melhora crescente do valor ao

cliente. Conforme citado por Chase, Jacobs e Aquilano (2006), segue abaixo a representação

do modelo de Hau Lee referente ao comportamento de oferta e demanda que, a partir da

análise de Fischer a respeito do efeito de produtos funcionais e inovadores, traz uma visão da

oferta para identificação de uma tipologia mais abrangente para o projeto da cadeia.

Figura 4 - Modelo de Hau-Lee

FONTE: Adaptado de Chase, Jacobs e Aquilano (2006)

Page 32: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

13

Os produtos funcionais são aqueles que atendem necessidades básicas e estão sujeitos

à efeitos maiores de concorrência. Já os inovadores, são vistos como oportunidades de

aumento de margens e diferenciação, porém, ao contrário do primeiro, possui tempo de vida

mais curto devido à rápida superação e incorporação pelo mercado. Segundo Porter (1999)

apud Garcia (2005), os fatores que direcionam margens de contribuição maiores ou menores

estão relacionados à intensidade da concorrência, ao poder de barganha de clientes e

fornecedores, e ao grau de diferenciação dos produtos. Com esse modelo podemos pensar em

várias empresas atuais e classificá-las em uma determinada posição da tabela, podendo inferir

sobre seu comportamento estratégico, que por sua vez será bastante útil para definir o

posicionamento diante dos membros integrantes.

Para tanto, é necessário pensar em como podemos dimensionar uma política de

atuação traduzida em atividades que considere os objetivos da empresa no relacionamento

com os fornecedores e clientes. O modelo de Krajic, citado por Sinchi-Levi (2010), mostra

uma estratégia através de uma matriz que define uma estrutura para lidar com a relação Risco

x Lucro:

Figura 5 - Modelo de Kraljic

FONTE: Adaptado de SINCHI-LEVI (2010)

A partir da tabela mostrada é possível estabelecer uma estratégia diferenciada de

“procurement” ou aquisição. O impacto da redução em um ponto percentual nos custos com

suprimentos representa um impacto superior a esta escala percentual no âmbito da

lucratividade líquida, visto que é consideravelmente maior o esforço de aumento nas vendas

do que o recuo nos custos em uma proporção igualitária. Atualmente o “e-procurement” trata-

se da adequação de ferramentas de informação eletrônica aos processos de aquisição

(possibilitadas pelos avanços em tecnologia da informação que será tratado posteriormente

com maiores detalhes), no qual:

Page 33: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

14

“... é o mais indicado em situações em que os compradores estão concentrados no

mercado à vista ou no componente de alavancagem e quando os relacionamentos

com fornecedores não são importantes” (SINCHI-LEVI, 2010, p. 345).

Na empresa estudada observa-se a existência de uma estrutura fixa de fornecedores

para compra de serviços de tratamento, devido à centralidade estratégica da operação e aos

longos tempos de “lead time” envolvidos. Slack et al (2006) define um modelo muito útil para

representarmos a contribuição da estratégia de operações para a estratégia global através da

padronização de ações e decisões.

Figura 6 - Estratégia x Capacidade das Operações

FONTE: Adaptado de Slack et al. (2006)

Mas, quando se torna necessário terceirizar ao invés de produzir?

Chase, Jacobs e Aquilano (2006, pg.259) citam que: “As empresas podem descarregar

atividades secundárias, livrar-se de ativos do balanço patrimonial e aumentar seu retorno

sobre o capital usando provedores de serviços terceirizados”. De fato isso ocorre, pois, a

empresa não precisa investir em ativos como máquinas e equipamentos, além de outros custos

variáveis aplicados à realidade de executar tais atividades. Corrêa e Corrêa (2008, pg. 100)

complementam dizendo que as empresas podem “terceirizar para transformar custos fixos em

variáveis”, o que significa um arranjo do fluxo de caixa, mantendo uma parcela dos custos

atrelados ao volume produtivo.

Page 34: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

15

Fine e Whitney [70] apud Sinchi-Levi (2010), mencionam uma estrutura de razões

para a terceirização, que são baseadas na dependência da capacidade e/ou do conhecimento. A

primeira trata do motivo de falta de capacidade para realizar a atividade desenvolvida, já a

segunda ocorre quando a empresa não possui os recursos e o conhecimento necessário e

decide por terceirizar.

Por outro lado, a análise do “core competence” ou competências centrais nos leva a

uma definição mais clara em relação ao projeto de atividades, pois, ela nos esclarece o cerne

da estratégia organizacional, visto que as decisões não ocorrem por acaso, e sim, precisam ser

pré-avaliadas e mensuradas. Hamel e Prahalad (1994) apud Corrêa e Corrêa (2008), definem

uma estruturação para o grau de centralidade da atividade, são elas:

Valor para o cliente: O que o cliente vê como valor?

Diferenciação sobre a concorrência: O quanto o aspecto se diferencia da concorrência?

Extendabilidade: O quanto a competência é útil ao longo do ciclo de vida do produto?

Nessa análise é feito um gráfico de centralidade onde os fatores mencionados acima são

alocados em uma escala que vai do baixo até o alto grau de importância para cada aspecto que

se deseja medir.

2.6. Integração e coordenação na cadeia de suprimento

Conforme concluído por Schimitz (1997) em uma reflexão sobre o negligenciamento

de pesquisas industriais sobre clusters em países desenvolvidos em relação ao crescimento

rápido e competição em mercados globais pelas empresas integrantes, o crescimento e a

competitividade não estão atrelados ao foco de empresas individuais. Isso reforça a ideia da

importância do fator externo a organização como uma oportunidade incondicional para

obtenção do crescimento.

No Brasil, conforme informações levantadas pelo GTP-APL (Grupos de Trabalho

Permanente para os Arranjos Produtivos Locais), os APL´s são predominantemente

concentrados no setor primário com 59%, 5% para o setor terciário e 36% para o setor

secundário-do qual somente 6% se refere a aglomerados de média-alta tecnologia (COSTA,

Dias e Godinho, 2010). A respeito dos benefícios advindos da associação de empresas, Tidd,

Bessant e Pavitt (2008) afirmam que essas alianças podem ajudar a empresa a ter novas ideias

e fazer combinações criativas. Podemos concluir que o “know how” é demasiadamente

Page 35: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

16

superior quando existe o compartilhamento de atividades em torno de um objetivo comum,

devido à ampliação do “core competence” global da rede de operações.

Quanto à coordenação entre os elos constituintes, Chopra e Meindl (2003) afirmam

que a falta de coordenação ocorre devido ao conflito de objetivos entre estágios diferentes da

cadeia de suprimentos ou a circulações distorcidas entre os elos (quando o fluxo de atividades

de interface não é coerente ao ponto de suportar os objetivos mútuos). Essas dissonâncias

podem gerar o Efeito Chicote ou “Bullwhip Effect”. A empresa estudada adota uma estratégia

de mantimento de estoques de segurança para os materiais beneficiados para lidar com a

iminência de faltas já que pelos longos “lead-times” externos envolvidos, esses materiais

passam a ser gargalos que prejudicam o fluxo e a eficiência produtiva.

Vejamos que conforme a matriz estratégico-organizacional proposta por Merli (1994,

p.32) que é mostrada logo abaixo pode definir a empresa foco deste estudo como sendo

burocrática orientada ao produto.

Figura 7 - Matriz Estratégico-Organizacional

FONTE: Adaptado de Merli (1994)

Em suma, sua definição expande-se às características gerais de abastecimento para

este modelo, que o mesmo define como: a busca no mercado aos menores preços possíveis

para produtos comerciais, e, para os demais é evidenciada a prática de supremacia contratual

para estabelecer o controle de níveis inferiores que acabam sendo suprimidos. Segundo o

autor, essas características são provenientes da indústria taylorista predominante até a década

de 70, onde podemos visualizar claramente os desperdícios na resistência de

compartilhamentos pela forma de parcerias.

Page 36: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

17

Lai e Cheng (2009), em estudos de companhias americanas entre 1981 e 2000,

mostraram que empresas com altos níveis de estoque obtinham retornos menores em

comparação com empresas “enxutas”. Isso nos mostra que os custos envolvidos na

manutenção desses estoques, em geral, combatem as margens de lucratividade pretendidas.

Porém, conforme a orientação estratégica da empresa, tal situação representa um “trade-off”

onde normalmente os sistemas híbridos são as saídas mais reais, onde há maior flexibilidade

para lidar com variações que venham a existir durante o ciclo de operações, ao menos que

ocorra uma integração total entre fornecedores e clientes, o que é praticamente dificultoso.

Atualmente podemos encontrar empresas trabalhando com programação através de MRP e

KANBAN, através do desenho de custos ABC onde é identificada a relação entre fluxo e

custo por SKU´s para identificação de faixas específicas de custos.

Casanovas e Cuatrecasas (2003) definem bem a problemática da organização logística

em relação às empresas internacionais (EI´s), onde a “estandardização” e a “modularização”

na concepção de produtos se mostra como uma tendência para a redução de custos, visto que

suas operações são globais. Contudo, o autor cita as dificuldades dessas medidas em torno das

peculiaridades da demanda local.

Observam-se várias relações internas e externas de objetivo conflitante onde a falta de

coerência nas atividades torna a organização cada vez mais frágil à concorrência, à conquista

e à manutenção de mercados. Seja no âmbito da qualidade, da logística ou dos processos, o

principal prejudicado é o cliente, que paga mais por custos desnecessários devido a estratégias

de operação ineficientes.

2.7. Definição do serviço ao cliente

Moura (2006) esclarece que, com um número crescente de organizações produzindo

produtos e serviços similares em requisitos de qualidade, funcionalidade, preço, entre outros

aspectos, o serviço ao cliente torna-se um fator decisivo para o sucesso, pois, sabe-se que para

conquistar sua preferência é necessário atender seus desejos mesmo em aspectos

aparentemente irrelevantes. O autor prevê ainda a necessidade de um sistema logístico

adequado para se evitar o aumento de inventários com a melhoria do serviço ao cliente.

A determinação do planejamento do nível de serviço conforme Costa, Dias e Godinho

(2010), se mede através da fórmula NS= 1 – (N° Anual Esperado de Unidades em Falta /

Procura Anual Esperada), com isso podemos prever a quantidade de estoques de um

determinado item será necessário para cumprir o nível de serviço desejado. Porém, é evidente

Page 37: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

18

que o nível de serviço depende de outros fatores que vão muito além da disposição de

inventários, pois, a partir de necessidades de empresas se adequarem ao “just-in-time”,

resultado do avanço de tecnologias da informação (que trataremos com detalhe em capítulo

posterior) com sistemas de operação logísticos pré-definidos.

Com isso, conforme citado por Razzolini (2007), existem ferramentas para a

flexibilização como a postergação de produção que adia até o limite máximo o início da

produção de certo produto, para atender o cliente no tempo certo e a postergação logística que

substitui a antecipação de estoques por mecanismos informatizados para processamento

rápido de pedidos, o que gera grandes economias de escala considerando a diminuição da

diferença de tempo entre compra de matéria-prima e recebimentos pela venda de produtos

transformados, o que impacta diretamente no fluxo de caixa financeiro.

Ballou (2001) define a visão do cliente sobre a oferta como uma relação do serviço

oferecido, além do preço e qualidade, pois, ele agrega valor ao produto e é explícito na

relação custo-benefício quando um cliente se depara com um serviço ineficiente de assistência

técnica, ou até mesmo quando uma empresa não se preocupa com a questão da logística

reversa no ciclo de seus produtos, causando transtornos ambientais irreparáveis. Devemos

entender que o nível de serviço é uma decisão estratégica devido ao “trade-off” envolvido, no

qual maiores níveis de serviço, muitas vezes é confundido com o aumento de estoques, o que

impacta diretamente nos custos e nas margens de lucratividade da empresa, portanto, deve ser

projetada considerando fatores internos e externos de modo a ser favorável para a organização

em aspectos financeiros e de mercado.

Ainda segundo Ballou (2010), existem vários conceitos para definir o nível de serviço,

como por exemplo, o ciclo de pedido, frequências de visitas de vendedores, restrições do

tamanho de lote, condições de compra, habilidade para consolidação de pedidos, entre outros

aspectos. Ele evidencia também alguns planos para contingências no serviço, que são ações

planejadas diante do mau funcionamento do sistema devido a uma circunstância

extraordinária. Alguns exemplos são a „parada do sistema‟ e o „recolhimento de produto‟, o

primeiro representa ações tomadas diante de um desastre ou algo que impossibilite uma

operação ou serviço da empresa que pode causar grandes prejuízos, nesses casos algumas

empresas realizam forças tarefas para conseguir evitar ou minimizar as perdas projetadas. Já o

segundo caso é representado por ações tomadas para evitar a ocorrência de problemas no

campo diante de uma verificação antecipada do problema, com isso empresas tomam ações

cabíveis para o recolhimento dos produtos e regularizações devidas.

Page 38: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

19

É evidente pensar, de fato, que as melhorias no serviço são cada vez mais difíceis de

conseguir diante do grau de eficiência operacional que isso demanda, pois, para uma empresa

demonstrar um nível de serviço maximizado, depende, além de sua estratégia de negócios, da

coerência dos demais elos da cadeia de suprimentos envolvida. Ou seja, ações isoladas em

uma empresa não representam maior valor ao cliente quando seus fornecedores ou clientes

intermediários encarecem os custos absorvidos em etapas anteriores por motivos de má gestão

através de operações ineficientes. Empresas centralizadoras de clusters produtivos são adeptas

a certas atividades de desenvolvimento dos elos com os quais se relaciona a fim de obter

vantagem competitiva, adequabilidade, controle, integração, exclusividade de fornecimento,

entre outros aspectos através do beneficiamento mútuo entre empresa, fornecedores e clientes.

2.8. Medição de desempenho na cadeia de suprimento

O desempenho deve ser entendido como uma ferramenta geradora de “insights”

estratégicos em uma cadeia integrada para a relação benéfica entre os elos constituintes na

minimização dos custos globais. Csillag (1995) apud Jesus (2003) complementa que o

desempenho de um produto ou serviço é definido como “o conjunto de habilidades funcionais

e propriedades que o fazem adequável (e vendável) a uma determinada qualidade”. Em

uma representação eficaz podemos destacar o modelo causal do desempenho, proposto por

Lebas (1995), que mostra todos os fatores mensuráveis que podem ser quantificados e

direcionar o desempenho organizacional.

Figura 8 - Modelo Causal do Desempenho

FONTE: LEBAS (1995)

Neely (1998) apud Martins, Oliveira e Maia. (2008) define que um SMD “permite que

as decisões sejam tomadas e as ações sejam realizadas, e assim, quantifica a eficiência e a

Page 39: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

20

eficácia de ações passadas por meio da aquisição, coleta, classificação, análise, interpretação e

disseminação de dados apropriados”. A respeito da medição do desempenho, Neely, Otley e

Meyer (2002) afirmam que, em uma situação ideal, os sistemas de desempenho deveriam

considerar os requisitos abaixo:

A existência de relativamente poucas medidas, dentro dos limites cognitivos para que

as informações não sejam perdidas;

Medidas não financeiras como base para criação dos indicadores de desempenho;

A extendabilidade dos indicadores para toda a organização, permitindo sua

disponibilidade a frente de informações quantitativas;

O sistema de desempenho deve envolver as pessoas e manter as metas de longo prazo

e a consistência em seus comportamentos;

Pessoas devem ser compensadas por medidas favoráveis.

Porém, o autor ainda prevê as principais dificuldades que tornam os sistemas não

financeiros muitas vezes irreais, são eles a interferência de informações financeiras na

concepção de indicadores não financeiros, a resistência à manutenção de poucos indicadores,

disseminação deles para toda a organização, o caráter mutável diante de alterações frequentes

e a dificuldade de estabelecer compensações de forma adequada.

2.8.1. Evolução histórica e contextualização

Neely, Otley e Meyer (2002) citam, a partir de pesquisas realizadas que, um crescente

desejo de modelos não financeiros por empresas em anos consecutivos da década de 90, fato

que em 1994, mais de 90% delas afirmaram que o uso ainda maior de medidas não financeiras

seria desejado. Isso comprova uma evidência de que as empresas necessitavam de meios mais

eficazes para auxiliar os tomadores de decisão, e, ainda hoje isso é uma realidade para

pequenas e médias empresas que estão conduzindo seus negócios de maneira tradicional onde

existem inúmeras oportunidades de melhorias em todos os âmbitos organizacionais.

Atualmente as organizações carecem de modelos que suportem o aprendizado e a

adequabilidade constante das variáveis ao contexto estratégico, e, de fato, os indicadores

financeiros possibilitam análises isoladas de uma determinada característica, empobrecendo

as decisões tomadas e aumentando o risco de dissonâncias que levam à minimização da

eficiência e à uma característica reativa e inerte da organização como um todo, desperdiçando

possibilidades de ganhos ainda maiores e mutualísticos.

Page 40: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

21

2.8.2. A importância estratégico-operacional

Atualmente, as empresas têm conduzido e gerenciado seus negócios nos aspectos da

Gestão de Custos e Mensuração de Desempenho, de uma forma errada e ultrapassada devido a

rateios arbitrários e dificuldades em estabelecer uma relação entre recursos, produtos e

clientes (CHING, 1999). Além disso, e diante da inviabilidade dos indicadores puramente

financeiros para nortear as decisões globais, Kaplan et al. (1998, pg.17) argumenta que:

Os sistemas tradicionais de controle de custos enfatizam a estabilidade, o controle e

a eficiência de máquinas, funcionários e departamentos específicos. Essa ênfase não

é adequada ao mundo competitivo de hoje, que enfatiza aprimoramentos contínuos e

descontínuos (ou seja, a reengenharia) e a integração multifuncional necessária para

oferecer respostas rápidas e processos de alta qualidade adequados às exigências do

cliente.

Segundo Neely, Meyer e Otley (2002), as medidas contábeis de custos e lucros

requerem julgamentos subjetivos para serem criadas, como por exemplo, o custeio ABC que

considera demasiadamente diferentes estimativas de custos, além disso, depois de

estabelecido um rateio de forma conceitualmente apropriada é necessários formas de medição

e é nesse momento que as medidas não contábeis se fazem necessárias para adequar à

realidade aquilo que não se aplica à prática ou que não tenha a objetividade requerida.

Frequentemente as empresas criam indicadores isolados para o monitoramento de processos

ou atividades, o que acarreta conflitos e dissonâncias para a tomada de decisão

estrategicamente coerente no âmbito organizacional. O próximo capítulo mostra modelos de

gestão que suportam a medição do desempenho sem perder o foco estratégico, fator que

contribui para decisões assertivas em toda a amplitude hierárquica da organização.

Segue abaixo a representação de um sistema cíclico de “feed-back” e desdobramento

segundo Bititci, Carrie e McDevitti (1997) apud Jesus (2003), que define de forma plausível a

questão da coerência de um SMD com a estratégia organizacional em todos os seus âmbitos,

podendo verificar um ciclo fechado e proativo.

Page 41: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

22

Figura 9 - Sistema Cíclico de Feedback e Desdobramento

FONTE: Adaptado de Bititci, Carrie, McDevitt (1997a, p.47) apud Jesus, G. P. (2003)

Fitzgerald et al. (1991) apud Neely et al. (2000) cita a existência dois aspectos

complementares que compõe as medidas de desempenho em qualquer organização, são eles

os „resultados‟ e os „aspectos determinantes‟, sendo que a primeira é composta pelas

dimensões „desempenho financeiro‟ e „competitividade‟, enquanto a segundo medida engloba

fatores como „qualidade‟, „flexibilidade‟, „utilização de recursos‟ e „inovação‟.

Coerentemente, os dois aspectos citados interagem entre si e representam a amplitude

necessária para o tomador de decisão, e, basicamente, para um SMD eficiente.

2.8.3. Os principais modelos de medição do desempenho organizacional

Neste capítulo evidenciaremos alguns modelos de gestão do desempenho, assim como

a descrição de suas funcionalidades e empregos. Devido à existência de inúmeras teorias e

proposições, definiremos os modelos: OPTIM (“Operating Profit Through Time and

Investment Management”), SMART (“Performance Pyramid”) e o BSC (“Balance

Scorecard”), que respectivamente representam em ordem cronológica uma adequação à

realidade do momento que surgiram, porém, ainda hoje é de grande utilidade pensarmos

nesses modelos, de forma adaptável ou não à realidade de cada empresa para o alinhamento

estratégico e coerente com a missão e visão empresarial.

1) O Modelo OPTIM:

Um dos primeiros modelos a surgir na década de 80, baseia-se na representação

gráfica da curva „perfil custo-tempo‟ que representa o fluxo de estoques e a evolução dos

custos. Em suma, busca a identificação de medidas paralelas para a tomada de decisão, pois,

conforme citado por Keegan et all. (1989:49) apud Martins (1999), as “medidas de

desempenho devem ser baseadas no completo entendimento do comportamento custo...‟, fato

verificado pois devido a este estar atrelado à outros aspectos que não sejam diretamente o

próprio custo.

Um exemplo claro dessa situação é quando o custo de um dado produto é reduzido

pelos grandes lotes de compra mantidos, porém, outros custos como armazenagem, pessoal

envolvido, área física, altos índices de obsolescência, entre outros aspectos culminam por um

aumento desproporcional e sem controle dos custos globais, reduzindo-se as margens obtidas

e mascarando altos índices de desempenho individualizados. No contexto de melhor entender

Page 42: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

23

aspectos que se relacionam e criam variáveis que precisam ser racionalmente controladas é

que as empresas passaram a valorizar medidas não financeiras como parte de análises

gerenciais e estratégicas, estabelecendo metas e limites dentro dos quais a organização precisa

operar para manter seus objetivos gerais. Segue abaixo uma representação adaptada do

modelo OPTIM para ilustrar as características comentadas:

Figura 10 - Representação do Modelo OPTIM

FONTE: Adaptado de Sullivan (1986) apud Martins (1999)

2) O Modelo Balance Scorecard:

Segundo Martins et al. (2010), antes de desenvolver o BSC é necessário um alicerce

estratégico composto basicamente pelas etapas: missão/visão/valores, diagnóstico do

ambiente externo e interno, formulação estratégica, mapa estratégico, implementação

estratégica e controle estratégico. Essas etapas seguem definidas abaixo com detalhes.

Missão: É basicamente o que a empresa faz como razão de sua existência;

Visão: Aonde a organização quer chegar, ou seja, o que ela quer ser;

Valores: Aquilo que a organização assume como diretrizes as que ela acredita, os

limites éticos envolvidos, entre outros aspectos;

Diagnóstico do ambiente externo e interno: A partir da análise SWOT, que trata-se da

análise de forças e fraquezas (no ambiente interno) e, ameaças e oportunidades (para

com o ambiente externo).

Sendo assim é útil definirmos essa análise para as perspectivas do BSC conforme

representação abaixo, pois com isso, podemos ter uma visão compactada que nos favorecerá

para a formulação da estratégia.

Page 43: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

24

Figura 11 - Análise SWOT para as Perspectivas do BSC

FONTE: Adaptado de Martins et al. (2010)

Formulação Estratégica: A partir da análise feita acima a organização define a

estratégia que irá adotar, de forma abrangente e com o detalhamento suficiente para

tornar-se clara e concisa, considerando todas as etapas anteriores. A partir daqui, a

empresa formula o mapa estratégico do negócio, que trata de uma representação

gráfica daquilo que foi proposto para tornar inteligível a todos, proporcionando um

alinhamento estratégico e definindo pontos cruciais da estratégia proposta.

Implementação Estratégica: É o processo de colocar em prática na forma de ações

tudo aquilo que foi planejado.

Controle Estratégico: Conforme as ações da etapa anterior vão sendo realizadas, essa

etapa trata da medição do desempenho e garantia da coerência com os objetivos

estratégicos, o que possibilita a padronização ou aprendizado.

Segue abaixo a representação resumida do modelo para ilustrar as 4 dimensões

características dessa abordagem:

Figura 12 - O Modelo BSC

FONTE: Adaptado de Martins et al. (2010)

Page 44: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

25

3) O Modelo “Performance Pyramid”:

Este sistema foi proposto na década de 90 anteriormente ao modelo BSC e é

semelhante a este em sua etapa inicial de definição da estratégia organizacional, visto que se

não haver coerência nesse aspecto ficará difícil a integração com as atividades do dia-a-dia,

gerando efeitos indesejados. No entanto este modelo propõe a criação de uma pirâmide do

desempenho, onde, de um lado representamos a eficiência interna, por meio de medições de

eficiência interna das atividades e departamentos e, do outro representamos a amplitude

estratégica definida nível-a-nível, conforme representação seguinte:

Figura 13 - Representação do Modelo SMART

FONTE: Cross e Lynch (1990:57) apud Martins (1999)

É fundamental informarmos o leitor que qualquer método de gestão do desempenho

organizacional deve ter o apoio da gerência, sendo que os objetivos e medidas devem ser

norteados no sentido “top-down”, ou seja, deve ser controlado, gerido e dinamizado no

sentido “de cima para baixo” onde tudo é derivado da missão e visão organizacional, de forma

a criar uma rede de responsabilidades possibilitando o reporte de resultados. Uma estratégia

definida representa o que você acredita que vai criar valor na organização, podendo não

ocorrer igual ao planejado, por isso precisa ser medida para ser continuamente reformulada

devido ao carácter dinâmico das relações globais de mercado onde as empresas estão inseridas

atualmente.

2.9. A importância da informação

Segundo Haines & Haines (2010), a habilidade dos tomadores de decisão para

aumentar o desempenho da cadeia de suprimentos depende, do contexto ambiental que define

sua posição na cadeia, a disponibilidade das informações relevantes e da percepção racional

diante do processo de decisão. Cabe então à tecnologia da informação estabelecer meios

Page 45: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

26

eficazes para auxiliar o tomador de decisão, para isso, é essencial que o sistema suporte a

realidade operacional.

É notória a importância da informação para o controle das operações em uma rede de

suprimentos, para possibilitar o fluxo eficiente de materiais e serviços. A respeito disso, Neto

e Abreu (2000) afirmam que a administração da TI deve ser foco principal de toda a estratégia

de empresas globais e bem sucedidas, nas quais os produtos e serviços passam a ser

confundidos com a tecnologia operada, permitindo inovação, melhorias na qualidade e novas

abordagens de relacionamento com o público-alvo. O mesmo ainda define as principais razões

de as empresas estarem evoluindo da organização hierárquica industrial para a

descentralização em uma base operacional mais horizontalizada (Modelo de Gestão por

Processos), são elas:

Redução da perda de comunicação;

Maior autonomia e responsabilidade para a base operacional;

Eliminação de filtros introduzidos pelas gerências intermediárias, principalmente à

filtragem de problemas, soluções e novas ideias.

Slack et al (2006) define bem a importância da informação na representação abaixo,

onde os fluxos na cadeia de suprimento não estão restritos ao fluxo a jusante, que vai da

fornecedor até o cliente, onde ocorre as falhas mais óbvias do gerenciamento da rede. Com

isso, podemos analisar a possibilidade de existência de falha no fluxo de informações a

montante, fator que rege os demais fluxos e de crucial importância para os elos que se

relacionam em cadeia.

Figura 14 - Fluxos na Cadeia de Suprimento

FONTE: Adaptado de Slack et al. (2006)

Page 46: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

27

Moura (2006) define a importância da informação para a redução dos níveis de

estoque e desperdício, para servir melhor o cliente e melhorar a qualidade do serviço

logístico. De fato esse aspecto é crucial para certas empresas diante da impossibilidade de

manter estoques de certos produtos devido aos gastos indiretamente ou diretamente gerados

com manutenção de inventários, pessoal envolvido, espaço físico, entre outros.

A respeito da vulnerabilidade de hardware e software, Laudon (2007) comenta que o

uso indevido dos sistemas por programadores, operadores e usuários finais, pode representar

perdas significativas dependendo do grau de necessidade da organização. Este cita também

os conceitos éticos como a responsabilidade como elemento principal, a prestação de contas

referente aos sistemas onde é possível a rastreabilidade de ações, e, a obrigação de indenizar

baseado em leis que permitem que os indivíduos recuperem os danos causados. Tudo isso nos

mostra o como tais sistemas possuem amplitudes éticas, sociais e políticas de forma

intimamente ligada, que devem ser corretamente arquitetado para atender a amplitude

necessária. É de fundamental importância a adequabilidade dos sistemas aos objetivos da

organização em todos os seus aspectos, pois, os mesmos devem suportar as operações da

empresa, oferecendo a segurança e a funcionalidade devida para uma operação eficiente e

eficaz.

Patterson, Grimm e Corsi (2004) define as tecnologias que têm sido utilizadas na

gestão das cadeias de suprimento que são mostradas logo abaixo.

Quadro 1 - Tecnologias de TI e suas Aplicações

TECNOLOGIA DESCRIÇÃO

Código de Barras Melhora da precisão e velocidade da informação.

CAD

Sistemas utilizados para criar desenhos a fim de

melhorar a qualidade para antecipar tempos de

desenvolvimento de produtos e permitir maior

comunicação.

Inteligência Empresarial (BI)

Utilizado para fazer referências cruzadas de

informações para uso na tomada de decisão. É

utilizado para o tomador de decisão analisar dados

de forma estruturada beneficiando as operações.

Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI)

Sistema para movimentação eletrônica de

informações e dados. Exemplos: Carteira de

pedidos eletronicamente integrada com

fornecedores.

Page 47: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

28

Rastreamento de Frotas

Tecnologia baseada na transmissão via satélite ou

telefonia celular, sendo utilizado na localização de

posicionamento.

Sistemas de Automação do Controle de Qualidade

São sistemas de suporte aos mecanismos de

inspeção da qualidade como calibração e

procedimentos de inspeção.

Sistema de Execução da Manufatura (MES)

Servem para monitorar, acompanhar e controlar os

cinco fatores essenciais do processo produtivo. São

eles: matéria-prima, equipamento, pessoal,

instruções e especificações de instalação de

produção.

Sistema de Gerenciamento de Transporte (TMS)

São responsáveis pelo controle de cargas e dos

requisitos de transporte de produtos. Suas

funcionalidades são: definir modos de transporte,

consolidação de cargas e coordenação.

Sistema de Gestão de Armazém (WMS)

Rastreia e controla o inventário dentro do depósito.

É aplicado em estratégias de “cross-docking” para

garantir a eficiência logística.

Sistema de Gestão do Relacionamento com

Clientes (CRM)

Através da aquisição de dados, esse sistema realiza

interações capazes de unificar informações sobre

os clientes e auxiliar medidas para atrair,

desenvolver e/ou reter esses clientes.

Sistema de Gestão do Desenvolvimento de

Produtos (PDM)

Gerenciam as informações relacionadas aos

produtos, tais como geometria, desenhos de

engenharia, projetos, especificações, ordens de

modificação, programas de CNC, entre outros

fatores. Conecta diferentes áreas disponibilizando

informações adequadas.

Sistema de Identificação por Rádio Frequência

(RFID)

Assim como o código de barras, esse sistema

possibilita a automatização de operações

eliminando a possibilidade de falhas. Além disso,

esse sistema ainda possibilita o cadastramento de

informações essenciais sobre os produtos. Sua

utilização é muito útil para o recebimento e

conferência de cargas.

Sistema de Planejamento da Cadeia de

Suprimentos (SCP)

Esse sistema inclui módulos de previsão de

demanda, planejamento de inventário e

distribuição a fim de promover meios para

planejar, executar e medir os processos de gestão

Page 48: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

29

na SCM. Na realidade, essas funções são mais

comumente desempenhadas por uma combinação

de sistemas.

Sistema de Previsão de Demanda (DFS)

Utilizam métodos matemáticos para a análise de

dados históricos para tentar prever a demanda

futura.

Sistema de Informação Baseado na Internet (WIS)

Integra sistemas de informações organizacionais

com o ambiente externo. Um exemplo é o “e-

procurement”, que trata-se de compras por meio da

internet.

Sistemas Integrados de Gestão (ERP)

É um sistema de gestão capaz de integrar as

diferentes funções do negócio, como o

departamento pessoal, planejamento, comercial,

produção entre outros. Alguns exemplos de ERP

são: Datasul, SAP, Microsiga, entre outros.

FONTE: Adaptado de Patterson, Grimm e Corsi (2004)

2.10. Estudo de caso

A empresa estudada utiliza o modelo de desempenho proposto pela ISO 9001:2008,

que teve sua versão atual aprovada em 1998 e que busca uma concordância com princípios da

ISO 14000 para definição de responsabilidade ambiental. A ISO é uma instituição não

governamental que forma uma ligação entre os setores públicos e privados e uma rede de

institutos nacionais compostas por membros de 162 países. Com sede em Genebra na Suíça,

seus institutos membros são parte da estrutura governamental em algumas nações, para as

demais onde as raízes pertencem ao setor privado, derivam de ações da indústria local a fim

de ganhar competitividade e projeção global (ISO, 2011).

No Brasil, a ABNT regulamenta a adequabilidade da norma ISO e suas adaptações

diante do consenso da sociedade (ABNT, 2011). Isso faz sentido diante da diferença social,

político-econômica e cultural entre países, onde há a necessidade de adaptações para a criação

de um modelo de utilidade nacional sem perder o objetivo comum de normatização, que,

conforme exposto pela ABNT (2011) possibilita:

Redução da variedade de produtos e procedimentos;

Maior eficiência na troca de informações, melhorando a confiabilidade das relações

comerciais e de serviços;

Proteção à vida humana e à saúde;

Prover meios mais eficazes para aferir a qualidade dos produtos;

Page 49: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

30

Facilitar o intercâmbio comercial entre países.

Os objetivos da normalização propostos acima permitem benefícios quantitativos e

qualitativos à organização devido a eficiência dos processos do negócio e suas consequências

diretas na qualidade, nos produtos e nos serviços prestados. Conforme citado por Mello

(2011), as normas ISO 9001 caracterizam, dentre outros aspectos, a aplicação da gestão por

processos, que se trata de dividir o todo (empresa) em partes menores (processos) a fim de

criar um gerenciamento compartilhado de processos que se comunicam e se retroalimentam

continuamente.

Contudo, diante dos requisitos da norma ISO 9001:2008 não existem prescrições sobre

como configurar um sistema de medição estratégico do desempenho organizacional e,

conforme entrevistas realizadas com gestores observam-se a falta de diretrizes específicas e

formais sobre mensuração e monitoramento de operações, deixando para a empresa adequar

seu sistema da forma que julgar melhor. Os modelos de medição do desempenho

organizacional e as normas ISO, individualmente, são fatores distintos em sua essência visto

que o primeiro focaliza na criação de um sistema de gestão coerente com a estratégia e o

segundo possui um foco na qualidade, porém ambos são complementares na importância para

a organização como um todo, tanto é que, além da definição da importância dos indicadores

de desempenho, com este trabalho busca-se propor a incorporação formal de um sistema

específico de gestão do desempenho na política da qualidade organizacional.

As cláusulas dos requisitos gerais do sistema de gestão da qualidade da norma ABNT ISO

9001 (2008, p. 2) que se referem aos sistemas de medição e mostram uma abordagem

generalista, são mostrados abaixo:

“Determinar os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade e sua

aplicação por toda a organização”;

“Determinar a seqüência e interação desses processos”;

“Determinar critérios e métodos necessários para assegurar que a operação e o

controle desses processos sejam eficazes”;

“Assegurar a disponibilidade de recursos e informações necessários para apoiar a

operação e o monitoramento desses processos”;

“Implementar ações necessárias para atingir os resultados planejados e a melhoria

contínua desses processos”.

Page 50: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

31

Diante disso, observa-se a oportunidade em projetar SMD´s eficientes. Em outras

palavras, as empresas que não adotam modelos para traduzir seus objetivos em indicadores e

metas correm o risco de não atingirem seus objetivos e não possuírem tempo de reação para

gerar medidas mitigadoras que possibilitem manter-se dentro de patamares desejados,

traduzidos em um nível de maturidade adequado. É importante salientar que, a falta de

disseminação informacional, mesmo para sistemas bem estruturados, ainda geram um grau de

ineficiência devido à variabilidade e incoerência entre aspectos operacionais e estratégicos.

Analisando o manual da qualidade (MQ) da empresa constatam-se algumas definições

que representam os objetivos do sistema da qualidade no âmbito da medição e

monitoramento, análise, e, melhoria, sendo eles: “demonstrar a qualidade do produto”,

“assegurar a conformidade e eficácia do SGQ” e “manter e melhorar continuamente o SGQ”.

Conforme representação seguinte busca-se ilustrar claramente o que é o MQ de uma

organização e sua importância para definir procedimentos, documentos e registros.

FONTE: elaboração própria, 2011

Segue abaixo a explanação sobre as três dimensões da gestão do desempenho previstas

pelo MQ, são elas:

Medição e Monitoramento:

Retorno do Cliente: Através do DAT, monitora se a organização atingiu os requisitos

do cliente, atendendo suas expectativas através do método de pesquisa para obter

informações, as quais ficam submetidas à análise de dados (conforme veremos

posteriormente), à análise crítica pela alta direção, e ao tratamento adequado para o

aumento da satisfação do cliente.

Page 51: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

32

Auditoria Interna: É realizada com frequência determinada para assegurar o

cumprimento de requisitos da ISO e a manutenção e implementação eficaz do SGQ.

Baseia-se em informações de auditorias anteriores e na importância fundamental de

cada setor. Seu monitoramento se dá pelo acompanhamento de ações tomadas, ficando

ao gestor responsável pela área auditada, a responsabilidade de tomar ações eficazes e

sem demora indevida.

Processos: É baseado no Plano de Controle, que nada mais é do que a definição dos

pontos fundamentais de controle da pertinência e adequação do SGQ, formalizado

através de documentos da qualidade como procedimentos e instruções. Segue abaixo a

representação dos pontos de AC definidos e formalizados pelo Manual da Qualidade

da empresa estudada, através da representação do fluxograma abaixo:

AC

AC

AC

AC

AC

Page 52: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

33

Figura 15 - Fluxograma de Análise Crítica

AC

AC

AC

AC

Page 53: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

34

Produtos: Através do plano de controle dos processos é monitorada a conformidade e

as características do produto conforme seus requisitos. Esse monitoramento parte de

inspeções e ensaios em estágios apropriados. Quando necessário é elaborado,

aprovado e implementado métodos de medição específicos para um produto ou

família. Na identificação de não conformidades podem ser tomadas as seguintes

providências: execução de ações para eliminar as causas, autorização de seu uso,

liberação ou aceitação sob concessão, ou ainda ações para impedir o uso pretendido.

Análise: As entradas para esse processo provêm da etapa de medição e

monitoramento, além de outras fontes como informações relativas aos fornecedores

(por exemplo), através de procedimentos e técnicas estatísticas que demonstrem o

desempenho realizado.

Melhoria: É representada por toda ação corretiva (AC) ou preventiva (AP) tomada,

análise de dados, resultados de auditorias internas, por meio do uso de objetivos e

políticas da qualidade, análise crítica da direção. Além disso, podemos destacar fatores

complementares como o programa de sugestões de melhoria, e o plano de melhoria

nos processos (conforme figura 17), onde os gestores elaboram um documento sujeito

a análise crítica, conforme abaixo representado, o que contribui para a melhoria

contínua através do ciclo PDCA (Planejar, Fazer, Controlar e Agir) pela adequação à

realidade organizacional e ao SGQ.

Figura 16 - Requerimento de Melhoria de Processos

A partir da explanação sobre as características dos principais modelos de gestão do

desempenho mostrados anteriormente, parte-se do modelo “Performance Pyramid” devido à

amplitude de dimensões e o carácter didático, representando uma relação de causa e efeito de

forma inteligível entre aspectos internos e externos à organização facilitando o entendimento

por todos os trabalhadores e “stakeholders”. Iremos estruturar um modelo analítico de modo a

evidenciar a importância dos indicadores de desempenho para a organização em aspectos

Page 54: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

35

fundamentais do âmbito operacional, projetando uma reflexão sobre as interferências na

relação com fornecedores imediatos de serviços de beneficiamento.

A princípio começaremos definindo a visão, a missão e os valores da empresa

conforme informação veiculada em seu site na internet:

Visão: “Ser uma empresa mundialmente respeitada na área da saúde”;

Missão: “Encantar clientes com nossos produtos e serviços, criando valores

direcionados ao desenvolvimento de talentos e de parcerias que assegurem o

crescimento e a maturidade do negócio”;

Crenças: “Compromisso – Estamos comprometidos com a satisfação de nossos

clientes”.

Os objetivos da política da qualidade, por sua vez, são definidos em aspectos como:

fornecedores, clientes internos, clientes externos e organização, que representam meios

estratégicos para atingir as metas e objetivos do negócio, traduzidos respectivamente pela

missão e visão empresarial.

O modelo SMART desdobra os aspectos estratégicos no sentido “top-down” e

prescreve a criação de medidores de desempenho que estabelecem uma relação de causa e

efeito com as definições estratégicas formalizadas. Com isso, em relação à estratégia descrita,

segue-se um modelo de desempenho representativo da realidade organizacional visando o

fácil entendimento da rede de dependência envolvendo fatores quantitativos e qualitativos.

Porém, devido a restrição de informações estratégicas específicas sobre a visão, mercado e

operação de negócio, tratam-se somente de uma adaptação a partir dos dados levantados em

entrevistas com gestores dos departamentos industriais da organização e os aspectos dos

objetivos da qualidade, conseguidos por meio de análise de manuais da qualidade e

entrevistas com os envolvidos nesse processo.

Inicialmente estabelece-se uma pirâmide para representar o rateio estratégico

relacionada à eficácia externa em relação aos fatores propostos pelo modelo de desempenho

adotado. É importante o leitor observar a importância da integração entre as partes da

pirâmide como sendo níveis distintos da organização que devem estar completamente

compartilhados para que exista fundamentação estratégico-operacional, e, sobretudo, um

plano de ações para suportar o direcionamento de mercado e o valor ao cliente. Segue abaixo

a representação:

Page 55: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

36

Figura 17 - Modelo SMART: Eficácia Externa

FONTE: elaboração própria, 2011.

Visão: “Ser uma empresa mundialmente respeitada na área de saúde”.

Mercado: “Encantar clientes com nossos produtos e serviços, criando valores

direcionados ao desenvolvimento de talentos e parcerias que assegurem o crescimento

e maturidade do negócio”. Adotamos essa definição da missão da empresa, que

representa as ações que devem ser realizadas para a busca dos objetivos.

Satisfação do Cliente: “Estamos comprometidos com a satisfação dos clientes”, que é

definido pela empresa como seu comprometimento com o cliente.

Flexibilidade: O sistema produtivo da empresa pode ser considerado de alto volume e

baixa variedade devido a segmentação do portfólio de produtos e a produção em larga

escala (baseada em pedidos firmes e capacidade). Observa-se então vários tipos de

fabricação como o MTS (“Make-to-Stock”), o ATO (“Assembly-to-Order”) e o MTO

(“Make-to-Order”), caracterizado pelo tipo de produto, nível de estrutura e

disponibilidade produtiva. No entanto, dentro da variedade de produtos existentes e da

capacidade produtiva nominal, busca-se atender as necessidades específicas dos

clientes quanto a personalização de características como cor e matéria-prima utilizada,

além de acordos de entrega em grandes quantidades para licitações de governos

nacionais e internacionais.

Qualidade: Atender os requisitos dos produtos e serviços conforme expectativas do

cliente. Pois, dentro de qualquer seguimento que uma empresa esteja inserida, teremos

essencialmente a definição de qualidade com relação ao atendimento desses requisitos

Page 56: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

37

bem como dos fatores críticos relacionados a eles, visando a satisfação do nicho de

mercado pretendido.

Entrega: Entregar pedidos completos e no prazo determinado.

Agora, parte-se da alocação de indicadores de desempenho para o nível interno,

intitulado como „Eficiência Interna‟, que nada mais é do que a gestão operacional. Para isso,

se faz necessário a existência de indicadores que fundamentam a estratégia do negócio e

mostram a evolução ou involução quantitativa, para que, quando necessário, seja antecipada

uma ação prática com o intuito de mitigar níveis de desempenho inviáveis para conseguir os

objetivos. Essa medida pode ser realizada de várias formas, como uma força tarefa de

Marketing para melhorar as vendas de certo produto, o desenvolvimento de gabaritos para

atender níveis de tolerância requeridos, entre outros exemplos.

Figura 18 - Modelo

SMART: Eficiência Interna

FONTE: elaboração própria, 2011.

Finanças: Relaciona-se com o Mercado.

Acompanhamento de ACT´s (em R$/mês): Trata-se do monitoramento de acertos

contábeis no capital social da empresa. Representa o capital aplicado de direito dos

sócios que deve ser periodicamente auditado para garantir a acurácia e eliminar falhas

do processo;

Page 57: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

38

Controle de Horas-Extras: (em Horas/mês): Mostra o quanto a empresa está gastando

com horas-extras e induz ao tomador de decisão estabelecer limites seguros para essa

atividade;

Gastos com Ferramentas: (em R$/mês): Identifica e rastreia gastos excessivos. Induz o

gestor a avaliar as causas e a tomada de ações corretivas e/ou preventivas, assim como

treinamentos e orientações.

ROI ou Retorno sobre Ativos (em % ou R$): Representa se a estratégia do negócio

está realmente condizente com o realizado, e, se os sócios estão obtendo os lucros

esperados. Isso possibilita o monitoramento da competição e a tomada de decisões

quanto a compra de máquinas ou demissão de funcionários (por exemplo).

Margem de Lucratividade (em % ou R$): Representam a margem de lucratividade dos

produtos e/ou serviços oferecidos ao mercado. Permite estabelecer o custo-meta, para

manter o realizado financeiro conforme desejado.

Produtividade: Relaciona-se com a Satisfação do Cliente.

Eficiência de funcionários (em %): Converte o trabalho realizado em tempo útil

trabalhado, e, compara-se com o tempo total disponível;

Monitoramento de produtividade (em Horas): Mostra o acompanhamento de horas

disponíveis e a quantidade de trabalho. Define a necessidade de horas extras,

postergação e adiamento de ordens de produção, entre outros.

Flexibilidade: Relaciona-se com a Flexibilidade projetada para atender o mercado.

Carga Projetada (em horas): Mostra a carga acumulada que será necessária para

cumprir programações futuras. Induz o gestor a decidir por antecipação de férias,

contratação de funcionários ou necessidades de hora-extra, a fim de garantir o

cumprimento da programação de produção.

Monitoramento de lotes mínimos de fabricação (em quantidade): Define, com base na

demanda histórica de cada produto, a adequação constante do lote mínimo a fim de

flexibilizar continuamente os setores de fabricação sem perdas consideráveis de

produtividade. A produção em larga quantidade se faz necessário diante da busca pela

redução de custos, aos longos “lead-time” envolvidos e ao portfólio limitado de

produtos;

Page 58: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

39

Tempo de Ciclo: Relaciona-se com as Entregas e possui relação direta com a

disponibilidade.

Idade de Estoques (em dias): Mostra o tempo médio em estoque de matéria-prima e

produto acabado. Relaciona-se com a disponibilidade de matéria-prima, o fluxo de

caixa e a capacidade de inovação.

Atraso de Fabricação (em dias): Representa o atraso na Usinagem e Estamparia. Induz

a tomada de medidas para evitar atrasos na montagem e entrega ao cliente.

Desempenho de Inspeção (em %): Compara o volume de itens liberados em atraso

com o total de itens inspecionados;

Atraso de Contagem (em dias): Mostra o atraso médio na contagem de materiais

recebidos.

Evolução dos Estoques (em R$/mês e Quantidades/mês): Acompanha e monitora

estoques de matéria-prima e acabados. Relaciona os valores e quantidades aos

produtos em estoque. Determina o grau de flexibilidade nas revisões de projeto de

produto.

Estoque do Estoque (quantidade/quantidade): Representa a relação entre estoques

disponíveis de produtos acabados e as quantidades com pedidos firmados.

Monitoramento de Entregas (em quantidade de itens ou %): Representa a quantidade

de itens em atraso por fornecedor e a contribuição percentual no total de atrasos e em

relação aos itens fornecidos. É neste indicador que iremos detalhar problemas e propor

soluções para a melhoria do controle e da relação com terceiros.

Perdas: Possui relação direta com o quesito Qualidade.

Índice de Rnc´s (em % do volume total): É projetado para fornecedores em individual

ou em relação a centros de custo;

Índice de Sucateamento de Materiais Não Conformes (em % em relação ao volume

total de rejeições): Evidencia o controle de materiais que são sucatados por problema

de qualidade devido aos custos logísticos de retrabalho ou devolução inviabilizar outra

disposição.

Índice de SAC (em quantidades/mês): Mostra o total de solicitações de ação corretiva,

podendo ser rateada por centros de custo.

Índice de SAP (em quantidades/mês): Mostra o total de solicitações de ação preventiva

gerada ao longo do mês.

Page 59: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

40

Índice de Custos com Retrabalho (em R$/mês): Mostra o custo orçamentário que a

empresa teve com problemas de qualidade gerais. Com base nesse indicador, é

realizada a cobrança de fornecedores que não atenderam as especificações técnicas de

materiais por problemas particulares de seus processos ou serviços. Para os demais

casos onde exista falha de projeto ou nos quais os problemas são causados

internamente, procede-se com a abertura de SAC ou SAP.

Conforme detalhamento anterior é de fácil compreensão que os indicadores de

controle não são exclusivamente índices operacionais, mais sim, uma concordância entre

estratégia, finanças e operações. Isso faz bastante sentido ao pensarmos que todas as decisões

tomadas em níveis diferentes dentro da organização, devem manter um padrão de conduta que

só é realmente estabelecido se houver uma divisão de responsabilidades em uma estrutura

flexível permitindo o fluxo de informações em todos os sentidos e possibilitando a

disponibilidade a fim de que cada indivíduo entenda a relação causal entre suas ações e o que

a empresa realmente espera de seus empregados.

Em entrevistas com fornecedores de serviços de beneficiamento, observa-se o desejo

constante por maior integração desde a concepção de produtos, devido às especificidades que

podem influenciar na qualidade dos serviços de tratamento. Como exemplo pode-se citar a

anodização em alumínio, que necessidade de práticas adequadas relacionadas ao

armazenamento, usinagem, jateamento, entre outros aspectos para que possa ser garantida a

qualidade do tratamento superficial.

Segue abaixo os principais motivos para manter uma relação integrada:

1) Reduzir os níveis de estoque na cadeia de abastecimento;

2) Expandir o “know how” através do intercâmbio de conhecimentos;

3) Compartilhar riscos e responsabilidades;

4) Transformar custos fixos em custos variáveis;

5) Melhorar a comunicação;

6) Melhoria contínua;

7) Eliminar os fatores geradores de custos através de práticas internas e externas

coerentemente integradas;

8) Reduzir os lotes mínimos;

9) Estabilizar o fluxo de caixa através da redução do tempo entre compra de matéria-

prima e venda de produtos;

10) Reduzir gastos da falta de qualidade;

Page 60: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

41

11) Facilitar a reengenharia de projetos e inovação;

Na empresa estudada não existe um monitoramento de entregas de produtos que são

enviados a terceiros para realizar os tratamentos evidenciados anteriormente. Essa situação se

tornou realidade a partir da alteração na política de compra adotada para a família de produtos

beneficiados, onde houve a definição de ordens de compra futura ao invés da geração de

ordens fragmentadas de acordo com a programação interna de fabricação. Abaixo segue um

exemplo ilustrativo:

Figura 19 - Política de Compra para Serviços de Beneficiamento

FONTE: elaboração própria, 2011

Para que o leitor entenda de forma aprofundada como funciona esse processo, segue

abaixo a definição passo-a-passo, para esclarecer as razões consideradas para a mudança de

controle de ordens de compra aos fornecedores:

Através do cálculo de necessidades (MRP), se estabelece a programação de materiais a

partir da geração de ordens de compra e de produção, de acordo com a forma de

obtenção de cada material. O escopo de tempo adotado para programação de matéria-

prima é de 3 períodos, o que representa 3 semanas de produção, já para produto

acabado, esse horizonte é de 6 períodos. Isso ocorre para possibilitar maior

flexibilidade em mudanças de projeto de produção e atender variações do cliente.

São analisadas as ordens retroativas geradas, que se encontram fora do lead time

devido alguma interferência ocorrida no sistema, que pode ser verificada como uma

produção extra fora da programação, uma baixa de saldo contábil ocorrida, a alteração

na quantidade de pedidos já firmados, erro ou falta de parâmetros cadastrais do item

ou de fornecimento, entre outros.

Page 61: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

42

As ordens de produção são impressas e entregues aos departamentos envolvidos

juntamente com as documentações específicas dos produtos (caso exista), enquanto as

ordens de compra são confirmadas e disponibilizadas via internet na carteira de

pedidos de cada fornecedor.

Os fornecedores, ao entregar materiais deve sempre informar o pedido de compra para

que possa ser baixada a ordem correta em sua carteira de pedidos. Entregas

antecipadas possuem tolerância de 5 dias, sendo que, antecipações com prazo superior

devem ser analisadas e liberadas manualmente através de autorização.

Contudo, o processo anterior trazia muitos problemas na acurácia de carteiras de

pedido devido ao grande volume de ordens de compra geradas, onde muitas vezes não era

baixado o pedido informado pelo fornecedor, ou pelo fato de o fornecedor mencionar pedidos

em duplicidade. Isso gerava retrabalhos internos como colocação de ordens manuais a fim de

liberar o recebimento de materiais, além do monitoramento constante de ordens de compra

para não causar interferências no desempenho de entregas e na lógica de programação das

necessidades. Porém, o processo atual não foi acompanhado de implementações sistêmicas

para suportar a nova realidade. Um exemplo disso é a falta de controles de entrega e

desempenho para itens integrantes dessa política de compra, o que combinado com o

estabelecimento de estoques médios de segurança com base no consumo médio para 15 dias

de demanda, eleva consideravelmente os custos fixos em toda a cadeia, desde o fornecedor

que precisa manter maior quantidade de insumos até a empresa que arca com custos de

armazenagem, manutenção de estoques, baixa flexibilidade, entre outros aspectos.

Diante disso propõe-se a criação dos indicadores abaixo no âmbito do tempo de ciclo,

para possibilitar ganhos combinados de eficiência e aumento do valor ao cliente pela redução

de custos desnecessários que não pertencem ao fluxo de valor (como custos de estoques e

transporte), além da criação e monitoramento de metas de controle para garantir a

adequabilidade do processo.

Figura 20 - Indicadores de Desempenho Propostos

FONTE: elaboração própria, 2011

Page 62: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

43

Tempo Médio em Atraso (em Dias): (Soma dos Atrasos Individuais / Qtde Itens

Diferentes em Atraso). Representa o quociente entre a soma dos atrasos acumulados

durante o mês, (visto que as emissões de materiais para tratamento ocorrem com

frequência conforme a data de entrega das ordens de produção), pela quantidade de

itens diferentes faturados durante o mesmo período de tempo.

Esse indicador demonstra o atraso médio por item enviado ao fornecedor, considerando a

data de expedição, tempo de transporte, lead time do fornecedor e data do recebimento do

retorno do material. Verifica o tempo em dias que, em média, os atrasos interferem nas linhas

de montagem em condições normais (sem atraso ou adiantamento), considerando o estoque de

segurança mantido para iminência de faltas. Os gráficos representados abaixo foram obtidos

pela análise de fornecedores de beneficiamento no período de Janeiro/2011 a Maio/2011.

Figura 21 – Tempo Médio em Atraso

FONTE: elaboração própria, 2011

Atraso Médio por Volume (em %): (Total de Materiais em Atraso / Total de Materiais

Enviados). Representa o volume total de materiais para o qual foi constatado atraso

durante o mês pelo total de materiais faturados também durante esse período, sendo

ambas as medidas em unidades.

Demonstra a proporção do volume em atraso, identificando problemas de capacidade do

fornecedor ou de atraso nos transportes.

Page 63: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

44

Figura 22 – Atraso Médio por Volume

FONTE: elaboração própria, 2011.

Atraso Médio por Item (em %): (Quantidade de Itens Diferentes em Atraso /

Quantidade de Itens Diferentes faturados). Mostra a totalidade de atrasos em relação

aos itens enviados para tratamento durante o mês, o que, combinado com os outros

indicadores propostos, pode identificar que os problemas de atraso estão ocorrendo,

em média, para todos os itens enviados ou para outra porcentagem específica,

possibilitando a interferência no sistema pelo tomador de decisão.

Figura 23 – Atraso Médio por Item

FONTE: elaboração própria, 2011.

Page 64: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

45

Atraso Médio de Transporte (em dias): (Soma dos Atrasos de Transporte / Total de

Notas Fiscais Emitidas). Representa o atraso médio de transportes durante o mês,

projetando indicadores separados para fornecedores que contam com transporte

próprio ou transportador específico, e, situações onde os materiais são transportados

pela própria empresa contratante do serviço de beneficiamento.

Para esse indicador não foi possível o levantamento dos dados devido à falta de software

de rastreamento integrado entre os transportadores e a empresa contratante. Mesmo para o

caso de transporte próprio, não existe uma rotina informatizada de registros de dados

informacionais.

No entanto, buscando aplicar o uso dos indicadores propostos, verificaram-se algumas

dificuldades para obtenção de dados fundamentais devido à necessidade de tratamentos

informacionais extensos e de práticas operacionais incoerentes para a manutenção de dados,

ou seja, o sistema e os processos não estão integralmente alinhados às necessidades da

empresa. Conclui-se então que, a partir da estruturação do modelo SMART para a medição do

desempenho, foi possível identificar necessidades latentes e definir alguns indicadores para

controlar as operações logísticas terceirizadas, a fim de suportar o direcionamento estratégico

organizacional. É de extrema importância deixar claro que não existem formas ideais para a

gestão empresarial, ou seja, assim como o mercado, as empresas estão em constante

movimento e adaptação a novas realidades de conduta, e, precisam de soluções dinâmicas que

tragam o entendimento mais próximo possível dessa realidade. É nesse aspecto que

identificamos a importância na adoção de um modelo de desempenho que a ajude a entender a

relação entre aspectos internos e externos da empresa, suas ações e consequências, para com

isso conseguir gerar mais valor a si mesma, aos fornecedores e clientes.

3. MÉTODOS DE PESQUISA

Segundo Cervo, Bervian e Silva (2007), tanto a pesquisa descritiva como a

exploratória favorecem o entendimento amplo dos problemas, e ajuda a projetar as causas e

hipóteses em busca de soluções. Ambas são caracterizadas pela sua independência em relação

à documentos e registros, pautando-se na análise e reflexão sobre determinada situação para o

entendimento profundo de sua dinâmica, possibilitando uma interferência realística e

adaptável. A pesquisa descritiva se baseia na observação, enquanto a pesquisa exploratória

visa a busca do aprofundamento analítico e definição de objetivos.

Page 65: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

46

Contudo, foi utilizada a pesquisa de campo com o caráter descritivo-exploratório para

levantamento de dados e informações necessárias. O levantamento qualitativo-quantitativo

parte de artigos científicos relacionados aos temas estudados, entrevistas realizadas com

gestores, clientes e fornecedores, além da consulta do manual da qualidade da empresa

estudada e das regulamentações da ISO 9001:2008, sem qualquer divulgação específica que

ultrapasse os limites da ética. A metodologia científica utilizada foi escolhida após a definição

dos meios essenciais para o desenvolvimento do estudo, pelos quais se tomou o cuidado de

focalizar no objetivo geral com o intuito de manter um padrão de organização e clareza

necessário para a explanação dos conteúdos.

4. CONCLUSÕES DA PESQUISA

Os resultados de pesquisa obtidos foram a falta de controles logísticos relacionados a

entrega e transporte de materiais que são enviados à terceiros para realização de tratamentos

superficiais. Diante da alteração da sistemática da programação de compra para serviços de

beneficiamento, ocorreu uma dissonância entre os parâmetros lógicos que possibilitavam a

medição do desempenho, o que não foi acompanhado de implementações para suportar a nova

realidade, juntamente com a falta de integração entre a empresa e seus fornecedores de

beneficiamento em etapas ligadas à concepção de produtos, que contribuem para o aumento

de custos na cadeia de suprimento.

Verifica-se a adoção do modelo de gestão do desempenho baseado na ISO, o qual não

é suficientemente eficaz para a gestão de operações diante do seu caráter de adequação aos

requisitos técnicos para o estabelecimento de um padrão de qualidade. A gestão do

desempenho operacional vai além desse quesito, expandindo-se para as atividades de modo

geral possibilitando uma estrutura informacional objetiva sobre as metas do negócio, através

do estabelecimento de limites coerentes com os objetivos estratégicos dando maior

flexibilidade para a tomada de decisão.

Sabe-se hoje que, assim como atividades internas, o elo entre a empresa e seus

fornecedores representa interações dinâmicas que devem ser gerenciadas de modo a favorecer

os membros e transferir cada vez mais valor aos clientes com a redução de custos e aumento

da eficiência da cadeia. Devido às acirradas competições em vários setores da economia, a

gestão do desempenho vem mostrando sua real importância como sendo a mais nova barreira

para o sucesso. Segundo Petry e Nascimento (2007), em pesquisa sobre as relações entre os

modelos de gestão e as características sucessórias em empresas familiares, foi evidenciado

Page 66: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

47

que, uma parte significativa delas apresenta modelos inadequados de gestão onde o

planejamento operacional se resume em seguir somente medidas financeiras, não se

integrando com os níveis estratégicos e de execução.

Contudo conclui-se que a gestão do desempenho operacional ainda é uma barreira a

ser alcançada pela empresa diante da estrutura hierárquica e centralizadora que impede a

disseminação de informações do negócio aos níveis operacionais. Além de a integração

parcial evidente em certas etapas de negócio não se mostrar eficiente tão quanto poderia ser

caso fosse expandido para todos os elos da rede de suprimentos, a fim de proporcionar ganhos

mútuos para cada aspecto de desempenho. Com esse estudo espera-se contribuir para a cultura

de valorização dos fatores qualitativos para estabelecer o “feed-back” essencial no

monitoramento de atividades, mantendo a qualidade desejada e o maior valor ao cliente. Os

resultados maximizados são provenientes de mecanismos coerentes em múltiplas dimensões

onde o gestor decide em prol da relação de benefícios mútuos ou até mesmo em benefício

para a cadeia de suprimentos.

Segue abaixo representado uma tabela dos indicadores propostos, elucidando suas

aplicações práticas e interferências para a gestão logística:

Tabela 4 – Descrição de Indicadores

5. PERSPECTIVAS PARA PESQUISAS FUTURAS

Page 67: Estudo sobre a Gestão do Desempenho Organizacional

48

Estudar as características críticas dos processos de tratamento superficiais e as

condições específicas de cada fornecedor, para garantir a qualidade e adequar às

práticas internas que possam interferir de alguma forma para esses processos.

Estudar o plano de negócios da empresa e propor uma estruturação realística para um

modelo de medição do desempenho organizacional.

Estudar e propor uma estratégia prática para realizar o compartilhamento de

informações internas e externas da unidade de negócio sem impactar negativamente

em suas competências e resultados, analisando os limites da ética, a necessidade de

treinamentos, o apoio da direção, a cultura organizacional, o grau de especialização

entre outros aspectos relacionados.

Propor a implantação da gestão por processos como ponto de partida para

implementar a gestão do desempenho operacional.

Estudar o impacto da internalização de processos de tratamento superficial e sua

relação com a redução de custos e impacto nos estoques.

Analisar o impacto da gestão por processos na flexibilidade para lançamento de novos

produtos em relação à qualidade e adaptabilidade às mudanças.

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